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TRABALHO EM GRUPO – TG

EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


NO BRASIL DESDE O ENSINO INFANTIL

Aluno:
Guilherme Rodrigues de Campos RA: 1600375

POLO
Campinas Taquaral

2016
2

FICHA CATALOGRÁFICA
(Não se aplica, apenas proposta)

TRABALHO ACADÊMICO DE GRADUAÇÃO que faz parte do programa da disciplina


Estudos Disciplinares III do curso de Ciências Contábeis da Universidade Paulista / UNIP.
Autor: Guilherme Rodrigues de Campos – 2016. 17 p.
3

Quadrilha da sujeira

“João joga um palitinho de sorvete na

rua de Teresa que joga uma latinha de

refrigerante na rua de Raimundo que

joga um saquinho plástico na rua de

Joaquim que joga uma garrafinha

velha na rua de Lili.

Lili joga um pedacinho de isopor na

rua de João que joga uma embalagenzinha

de não sei o que na rua de Teresa que

joga um lencinho de papel na rua de

Raimundo que joga uma tampinha de

refrigerante na rua de Joaquim que joga

um papelzinho de bala na rua de J. Pinto

Fernandes que ainda nem tinha

entrado na história”.

(Ricardo Azevedo)
4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
2. ABORDAGEM DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA EDUCAÇÃO
INFANTIL .............................................................................................................. 5
2.1. Educação no Brasil ......................................................................................... 5
2.2. Aspectos da Educação Infantil ....................................................................... 5
2.3. Necessidade da consciência de um Desenvolvimento Sustentável ............... 6
2.4. Ecopedagogia e Desenvolvimento Sustentável .............................................. 6
2.5. Desenvolvimento Sustentável e Poder Público .............................................. 7
2.6. Ecoeducação ou educação ambiental ............................................................ 7
2.7. Ecopedagogia contribuindo para um futuro melhor ........................................ 7
2.8. Ecopedagogia versus Ecoeducação............................................................... 8
2.9. Educação Ambiental, Valores, Gerações ....................................................... 8
2.10. Educação Ambiental e multiplicadores: professores e alunos ........................ 9
2.11. Educação Ambiental na infância e sua práxis .............................................. 10
2.12. DESD – Decade of Education for Susteinable Development (DEDS - Década
da Educação para o Desenvolvimento Sustentável) .................................... 10
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 13
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 15
5

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho acadêmico é explicar de que forma a introdução da


educação para um desenvolvimento sustentável, desde os níveis iniciais de
aprendizagem, pode auxiliar na construção de uma sociedade melhor para o futuro.
Esse assunto está na matéria Estudos Disciplinares III do curso de Ciências
Contábeis da Universidade Paulista (UNIP). Como ponto de partida, foram utilizados
os textos da Unidade I e II que fazem parte do programa da referida disciplina.

2. ABORDAGEM DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

2.1. Educação no Brasil

O ensino escolar da educação básica no Brasil está dividido, por idade, em


três níveis: educação infantil (até 5 anos), ensino fundamental (6 a 14 anos) e ensino
médio (15 a 17 anos). Nessa evolução, o aluno deve receber a formação comum e
indispensável para o exercício da cidadania, de acordo com a LDB – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Embora haja uma correlação entre idade dos aluno
e o nível de ensino, as leis e regulamentos garantem o acesso à escola regular
(Portal Brasil, 2012).

2.2. Aspectos da Educação Infantil

Os objetivos da educação infantil é o desenvolvimento físico, psicológico,


intelectual e social da criança. As atividades que realiza são complementares às
ações familiares e das comunidades. As crianças até 3 anos frequentam a creche ou
instituições equivalentes, enquanto as crianças de 4 a 5 anos realizam o
aprendizado em pré-escolas. Aliás, a matricula escolar a partir dos 4 anos, é
obrigatório e o Estado também deve oferecer o ensino gratuito, da mesma forma que
ocorre com os níveis seguintes (Portal Brasil 2012)1.

1
A educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no Brasil. Compreende três etapas: a
educação infantil (para crianças com até cinco anos), o ensino fundamental (para alunos de seis a 14
anos) e o ensino médio (para alunos de 15 a 17 anos), em Portal Brasil, 2012.
6

2.3. Necessidade da consciência de um Desenvolvimento Sustentável

A ciência indica que o Brasil é extremamente vulnerável à elevação da


temperatura do planeta por vários motivos: a) nível do mar: ameaça a cerca de 5
milhões de pessoas que moram próximo a costa; b) crise hídrica: a população pobre
que vive no semiárido seria diretamente afetada; c) crise energética, matriz com
predominância de hidroelétricas (41%); d) crise econômica: agronegócio é o principal
setor da economia; e) Amazônia redução da capacidade de absorver gás carbônico;
f) escala e a diversidade de seus recursos naturais (BBC Brasil, 2015; MELLO &
TONI, 2013; OSORIO, 2016; UNESCO, 2003; VALOR ECONÔMICO, 2016).
Outros países como Estados Unidos, Alemanha, França, Japão, e até mesmo
países como China e Índia, que antes hesitavam em aderir aos compromissos de
meta ambiental, estão realizando grandes investimentos em geração de energia
renovável, transporte público de qualidade, materiais ecológicos, reflorestamento
etc. (VALOR ECONÔMICO, 2016).

2.4. Ecopedagogia e Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Hansen (2006), “a Ecopedagogia é um conceito ainda em


construção e é definido mais como um movimento social e político do que como uma
nova teoria da educação”. Francisco Gutiérrez e Daniel Prieto (1994 e 1994a, apud
Gadotti, 1998) esclarecem que para entender o que é ecopedagogia é pré-requisito
para entender o que é pedagogia e sustentabilidade. Pedagogia é o processo
educativo no cotidiano das pessoas, que é o lugar da pedagogia, pois a condição
humana passa por ela. Francisco Gutiérrez (1996 apud Gadotti, 1998) entende que
a mídia eletrônica apenas transfere o cotidiano do espaço físico para o espaço
cibernético, confundindo um com o outro. Além disso, o conceito de cidadania
planetária, inexoravelmente, não pode deixar de vincular-se à dimensão social do
desenvolvimento sustentável. Ainda na concepção de Gutierrez, não é possível
construir um desenvolvimento sustentável sem uma educação para esse processo,
que possui um conceito de desenvolvimento mais amplo passando por temas como:
economicamente factível; ecologicamente apropriado; mudança climática;
socialmente justo; redução da pobreza; culturamente equitativo; respeito;
discriminação de gênero entre ouros.
7

2.5. Desenvolvimento Sustentável e Poder Público

O desenvolvimento sustentável como uma ideia mobilizadora, deste final de


século é muito mais do que um simples conceito científico. A escala local tem que
ser compatível com a escala macro. Por isso, que se torna imprescindível uma
articulação com o Poder Público (GADOTTI, 1998). Na aplicação desse programa
em escala nacional e global para a criação de cidades sustentáveis e com qualidade
de vida é fundamental que sociedade civil, organizações, educadores, ecologistas,
trabalhadores, cidadãos e empresários atuem em parceria com o Estado (ONU,
2000). Essa ação integrada, onde a ação política catalise a sociedade na direção de
uma sociedade sustentável é imprescindível (ALMEIDA JR., 2000, p.19).

2.6. Ecoeducação ou educação ambiental

Gadotti (1998) denomina ecoeducação ou educação ambiental como “uma


mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida, que está
diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com a natureza saudável e
equilibrada, com o contexto, com os outros, com o ambiente mais próximo, a
começar pelo ambiente de trabalho e pelo ambiente domestico”.

2.7. Ecopedagogia contribuindo para um futuro melhor

Para Gadotti (1998) A ecopedagogia implica em reorientação dos currículos


para incorporação de todos os seus conceitos. Além de contemplar o que é
significativo para o aluno, também deve incorporar o que é significativo para o
planeta. O pesquisador ainda destaca que a escola pode e está contribuindo,
atualmente, pois são as crianças escolarizadas é que levam para os adultos em
casa a preocupação com o meio ambiente. Contudo, a ecopedagogia pretende ir
além da escola: ela pretende impregnar toda a sociedade.
Gadotti (1998) concede o seguinte sentido para a ecopedagogia: “Ela só tem
sentido como projeto alternativo global onde a preocupação não está apenas na
preservação da natureza (Ecologia Natural), mas num novo modelo de civilização
sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral) que implica uma mudança
nas estruturas econômicas, sociais e culturais”.
8

2.8. Ecopedagogia versus Ecoeducação

Nos conceitos estabelecidos por Gadotti (1998): “A ecopedagogia não se


opõe à educação ambiental. Ao contrário, a ecopedagogia supõe a necessidade de
uma educação ambiental, a incorpora e estuda como ciência da educação, os fins
da educação ambiental e os meios de sua realização concreta”.
2
A necessidade de uma ecopedagogia surgiu no contexto da Rio-92 ,
especificamente no Fórum Global 923 que ocorreu paralelamente à referida
conferência da ONU. A ecopedagogia implica em reorientação dos currículos para
incorporação de todos os seus conceitos.

2.9. Educação Ambiental, Valores, Gerações

Cada um deve assumir novos valores em relação o estilo de vida e consumo


praticado e adotar atitudes mais éticas em relação a si próprio e ao meio ambiente.
Para atingir esse objetivo, a educação ambiental apresenta um papel fundamental
para as gerações atuais e as futuras. Esses valores incluem evitar a exploração e
degradação da vida humana; degradação dos ecossistemas naturais; pois todo ser
humano tem direito à vida. A natureza é essencial para a vida de cada um e pera as
gerações futuras (IBAMA, 2007). É essencial que alunos e professores vivenciem e
disseminem esses novos valores. A educação para o desenvolvimento sustentável
permite a todo ser humano adquirir conhecimento, habilidades, atitudes e valores
necessários para a construção de um mundo melhor e possibilitar que as próximas
gerações tenham o mesmo direito (ONU, 2012). A preservação do patrimônio
ameaçado só será possível com a compreensão e a responsabilidade compartilhada
de diferentes gerações (UNESCO, 2003).

2
Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Cnumad), realizada de 3 a 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, marcou a
forma como a humanidade encara sua relação com o planeta. Foi naquele momento que a
comunidade política internacional admitiu claramente que era preciso conciliar o desenvolvimento
socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza. (Disponível em:
http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/em discussao/rio20/a-rio20/conferencia-rio-92-sobre-o-
meio-ambiente-do-planeta-desenvolvimento-su stentavel-dos-paises.aspx. Acesso em
16/09/2016).
3
Fórum Global 92: evento paralelo à Rio-92, cujos proponentes, reconhecendo o papel central da
educação na formação de valores e na ação social, destaca princípios críticos e emancipatórios
para uma educação ambiental comprometida com a criação de sociedades sustentáveis,
socialmente justas e ecologicamente equilibradas. (Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/sdi/
ea/deds/htms/docsrefs.htm. Acesso em 16/09/2016).
9

2.10. Educação Ambiental e multiplicadores: professores e alunos

A meta da educação ambiental é a conservação do patrimônio mundial,


natural e cultura, através da luta por melhorias que favoreçam a sobrevivência das
gerações presentes e futuras da espécie humana e de todas as espécies do planeta,
em um mundo justo, saudável e agradável. O consenso é que a educação ambiental
deve estar presente em todos os espaços de convivência, e, principalmente,
naqueles que educam os cidadãos. (IBAMA, 2007).
A educação ambiental visa não apenas criar multiplicadores na figura dos
educadores, assim como na figura dos alunos. Além empoderar os educandos,
deve-se influir na mudança de seus comportamentos e dessa forma tomar atitude
em favor do desenvolvimento sustentável. “A educação ambiental promove
competências como pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e tomadas
de decisão de forma colaborativa”. (UNESCO, 2003).
No entendimento dos professores Selby e Kagawa (2014, p.173): “A
educação desempenha um papel significativo na promoção de mudanças no
comportamento no longo prazo e na participação do público em geral. Dessa forma,
contribui para reforçar soluções de baixo para cima para um problema global que
não pode ser resolvido pelas ‘elites’. Como exemplo, muitas vezes as crianças
aprendem sobre riscos naturais na escola e, em seguida, transmitem essa
informação a seus pais. Esse é um caso típico nos países em desenvolvimento,
quando existem tais programas, mas também ocorre em Estados desenvolvidos. Os
adultos, uma vez informados, são mais capazes de participar da sociedade civil e de
influenciar a tomada de decisão em áreas que lhes dizem respeito, especialmente no
âmbito local. Muitas outras discussões e princípios éticos em relação à mudança
climática podem ser abordados pela educação formal ou informal, com resultados
potencialmente fortes de propiciar uma reflexão crítica. A perspectiva da mudança
climática em termos éticos enfatiza a questão de que o comportamento de todos
importa e contribui, ainda que indiretamente, para influenciar as tendências de
sistemas ambientais e sociais. Ao pensar e atuar de acordo com nossas
responsabilidades, compartilhamos benefícios tanto nas sociedades quanto entre
elas, mas também entre seres humanos e plantas, animais, ecossistemas e toda a
‘comunidade biótica’”.
10

2.11. O Ser humano como um administrador de um mundo sustentável

A educação com abordagem no desenvolvimento sustentável tem como


objetivo “integrar princípios, valores e práticas do desenvolvimento sustentável a
todos os aspectos da educação e da aprendizagem” (UNESCO, 2003).
Tal qual um administrador, a EDS deve conferir competências ao individuo
para que seja um agente de transformação tal qual um administrador. De acordo
com Chiavenato (20034 apud REGINA, 2012, p.26 a 36) as competências pessoais
para o sucesso do administrador são: a) conhecimento: o saber; b) habilidades
técnicas: o saber fazer; c) atitude: o saber fazer e acontecer. Isto é, o ser humano
deve administrar o mundo em que vive de forma mais sustentável possível. Alias o
administrador por definição é o profissional da mudança.

2.12. DESD – Decade of Education for Susteinable Development (DEDS -


Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável)

A ONU estabeleceu o período 2005-2014 como a Década da Educação para


o Desenvolvimento Sustentável. Essa decisão foi proclamada no 57º encontro em
Dezembro de 2002 na Assembleia Geral das ONU. Ademais, a UNESCO foi
considerada a responsável pela promoção e implementação do programa (ONU,
2002).
A ONU considera que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável
(EDS) é um investimento em nosso futuro e que cada país deveria assegurar os
recursos necessários. Além disso, é importante adoção de programas de
reorientação educacional. Repensar e rever a educação desde a creche até a
universidade para incluir foco no desenvolvimento de conhecimentos, habilidades,
perspectivas e valores relacionados à sustentabilidade é de fundamental importância
para as sociedades atuais e futuras (UNESCO, 2005).

4
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da
moderna administração das organizações. 7ª. edição. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2003.
11

2.13. Educação Ambiental na infância e sua práxis

O aprendizado na infância se leva para toda a vida, isso justifica o ensino de


noções de cidadania e sustentabilidade já para as crianças. Através de ferramentas
lúdicas como brincadeiras, jogos e outras, é possível facilitar a aprendizagem. Para
colaborar com o desenvolvimento sustentável, podem ser realizadas as seguintes
atividades (Adaptação de COOPERFORTE, 2016, p.8):
a) Juntar crianças para plantar árvore ou cultivar hortas: “Esse ato
simbólico e prático será assunto de muitas conversas, por vários anos,
comentando o crescimento das plantas”;
b) Decoração de interruptores elétricos: a decoração de interruptores,
principalmente, dos quartos das crianças com super-heróis ou figuras
infantis relacionadas à natureza, pode incentivar o hábito de apagar a luz
ao sair ao sair do ambiente;
c) O banho com atividade lúdica: ao transformar o ato de tomar banho em
uma brincadeira, treinando velocidade para uma corrida contra o tempo,
sendo o ponto de chegada terminar o banho com o fechamento da
torneira do chuveiro, pode-se tornar um incentivo para a economia de
água. É lógico, que não se deve desconsiderar a importância de uma
eficaz realização da higiene pessoal, além da eficiência do banho;
d) Sinalização de torneiras do banheiro: ao sinalizar perto da torneira do
banheiro, com desenhos ou mensagem que incentivam a fechá-la,
enquanto se escova os dentes, se ensaboa etc. É importante também,
não deixar de ensinar a importância da água para diversas finalidades;
e) Orientação na separação de resíduos sólidos: programa Lixo Reciclado
na Escola, projeto de Lei 2491/11. A partir dos 3 anos de idade, as
crianças já podem aprender a separar os resíduos (BRASIL, 2012).
f) Educação Ambiental na Escola: a atividade prevê a realização de
atividades pedagógicas destinadas à educação ambiental nas escolas
(BRASIL, 2012).
g) Dia semanal da limpeza: a criação do dia semanal da limpeza e
renovação serve para separar tudo que está sobrando, sem uso ou
mesmo utilidade, com a finalidade de reaproveitar, doar, reciclar ou
descartar.
12

Segundo Prof. Maurício Manzalli (2016b), de nada vale uma prática política se
não for acompanhada de uma prática social, conjugada. E esta prática tem que ser
cultivada desde o ensino infantil.
Na visão do Professor Darcy Ribeiro (1986, p.29, 35, 39 e 54), é importante a
articulação entre escola e comunidade a fim de criar espaços para atividades de
educação não formal, lazer e animação cultural. Além disso, toda a criança tem
condições de aprender, cabe à escola assegurar-lhe o melhor. A inteligência é a
capacidade de resolver problemas e não, simplesmente, transmitir conteúdos
desconectados da realidade e dos interesses do aluno, da comunidade, da nação e
do planeta. O raciocínio da criança pode ser desenvolvido através de ferramentas
como pintura, desenhos, modelagem, jogos, brincadeiras, música, canto,
representação, teatro etc. Participando de atividades lúdicas, a criança avança para
novas etapas de domínio e compreensão do mundo, vivenciando a ordenação
subjetivas das etapas de apreensão da realidade.
Ainda, de acordo com Ribeiro (1986, p.39), os pais devem participar da
educação de seus filhos através de encontros na escola, ou da visita do próprio
professor ao bairro ou comunidade do aluno. Dessa forma, o professor pode
aprender com os pais a realidade de seus alunos e consequentemente poder
ensinar de forma mais eficiente. Os professores David Selby e Fumiyo Kagawa
(2011) também consideram muito importante que a educação voltada para o
desenvolvimento sustentável transcenda os limites físicos da escola.
Almeida (2000, p.18) compartilha da mesma ideia de Ribeiro, para ele a ação
é promover a educação ambiental, sobretudo comunitária com o estabelecimento de
responsabilidades individuais e coletivas frente às questões ambientais e humanas.
A educação deve-se deslocar concepções, conceitos, valores, planos,
políticas, agendas etc. para as consequências práticas do desenvolvimento
sustentável. Dessa forma, esse esforço deve afetar a vida dos indivíduos, grupos
sociais em todos os níveis e em todas as nações. Ou melhor, afetará as interações
indivíduo-indivíduo, indivíduo-natureza, indivíduo-ambiente, sobretudo nas
sociedades não tribais (ALMEIDA, 2000, p.18, 19)
13

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conscientização de um desenvolvimento sustentável é importante não só
regionalmente, no Brasil, quanto para o resto do mundo. Para o Brasil, é uma
questão de extrema vulnerabilidade, não só pelos mesmos problemas
compartilhados com outros países, tais como elevação do nível do mar, crise hídrica
e energética etc., mas principalmente, pelo fato da economia brasileira ser
fortemente dependente da produção de commodities.
Uma das respostas para o desenvolvimento sustentável está na educação.
Especialistas criaram, no contexto da Rio-92, o termo ecopedagogia, que foi definido
mais como um discurso de educação voltada para a sustentabilidade do que como
uma nova teoria da educação. A ideia é combater a degradação do meio ambiente
por uma ação integrada, que envolva não só o Poder Público, como também toda a
sociedade civil, incluindo organizações, instituições de ensino, educadores,
ecologistas, trabalhadores, patrões etc. Enfim, todos atuando em prol do
desenvolvimento sustentável como propósito comum.
A conscientização, obrigatoriamente, deve-se iniciar desde a infância. A
inserção das crianças como agente de transformação e multiplicação é uma atitude
tanto para o presente quanto para o futuro. As crianças serão os agentes de
mudança e essa atuação pode ser catalisada pelas novas tecnologias de
informação, como as redes sociais.
Ademais, é fundamental que a educação, com abordagem para o
desenvolvimento sustentável, ultrapasse os limites físicos das instituições de ensino.
Essa educação deve disseminar as consequências dos comportamentos
inadequados; e essas mudanças de atitudes e comportamentos podem reduzir os
impactos globais e garantir um desenvolvimento sustentável.
Nesse processo de transformação, não importa qual a posição social ou
profissional que o educando de hoje ocupará amanhã. A conscientização é muito
mais ‘de baixo para cima’ do que ‘de cima para baixo’. É uma transformação de uma
cultura do consumismo, desperdício, degradação, desmatamento etc. para uma
cultura de desenvolvimento sustentável. A educação do desenvolvimento
sustentável cumpre a função de um planejamento estratégico para preservar o
patrimônio ameaçado e deixá-lo a disposição também para as gerações futuras. Não
esquecendo que a educação não é um ponto de chegada, mas um processo
contínuo e incessante de transformação humana.
14

A Educação para o Desenvolvimento sustentável promove competências


como pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e tomadas de decisão de
forma colaborativa. A EDS não se limita apenas à preservação do meio ambiente,
mas um conceito mais amplo que envolve problemas como a pobreza, consumo
predatório, degradação ambiental, deterioração urbana, saúde, conflitos e violação
de direitos humanos.
Para as corporações capitalistas pode parecer lucrativo deixar de tomar
cuidados com o meio ambiente, evitando custos adicionais, e continuar as suas
atividades, aumentando a eficiência, de forma gananciosa. Contudo, essa maior
eficiência é apenas ilusória, pois os danos que estão sendo gerados serão arcados
pelas próximas gerações. Na realidade a empresa está transferindo a ineficiência
para os outros, isto é, para a sociedade.
A reversão da insustentabilidade da caminhada da raça humana só pode ser
revertida e redirecionada para um modelo sustentável através do apoio do Poder
Público catalisando as ações da Sociedade Civil. Dessa forma, através da Educação
para o Desenvolvimento Sustentável é que o mundo pode sair da utopia para o do
possível na construção da sustentabilidade.
O desenvolvimento econômico não pode estar dissociado dos componentes
social e ambiental. Entretanto, muitos adultos, em função das obrigações e
necessidades cotidianas, acabam por se prenderem numa ‘caverna de Platão’,
esquecendo-se de pequenas atitudes que poderiam conduzir a uma trajetória de
desenvolvimento sustentável. E é, justamente, para sair dessa ‘prisão mental’, que
as crianças podem e já estão contribuindo para mostrar aos adultos que é possível
mudar o rumo da história da insustentabilidade. Como exemplo, pode-se citar a
garota canadense de 12 anos (Severn Suzuki) que, com seu discurso de 6 minutos,
calou o mundo e atraiu a atenção de todos os participantes dos países presentes na
Conferência Rio-92. São crianças assim que serão os adultos de amanhã da
próxima geração e que podem contribuir muito para a condução a um
desenvolvimento sustentável, em seu conceito lato sensu, a partir de hoje.
Concluindo, a Educação para o Desenvolvimento Social tem a função de
empoderar crianças e jovens para atuarem como agentes de transformação própria
e da sociedade, no presente e no futuro, e construir um futuro melhor.
15

BIBLIOGRAFIA

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