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HOLANDA, Lourival Sob 0 signo do silencio, Si0 Paulo: EDUSP, 1992, 1, HISTORICIDADE E LINGUAGEM © sltncio de Fabiano expe uma opresso: 0 sistema lngstico indi denuncao stem sri, que sosoora Os fabianos, eds, Tefergamo poder que sobre eles sensi, Comono poem de Bouar00 ‘Aves um dia o mals aco dos oprestores, porque ho diserras nag, toe paso patamar evade ca, ‘Catia ere de cviiza;ao acu, simultnes, um requestonamento oquilo que a funda, a inguagem. Plato ersce sob a Guerra co Peloponesoiniodadecadenciagrega~cestardocupacoem resi a palavra Fédon, 5 ec) Pasca contempordneodeaguda erie sociale elisa. Com le Cornel. Tamm Racnecedersaosiéaco. ‘or anak O reeu tAstd modem cenowsteaigso, Biznchot, o& 8 ‘esre-meu-Aran:é sempre uma forma ce repocem guests ters {ra sua fungdo e seu momento. Repenso,repensar-e, Prodénes| {ue toma ophacocom seu pico, pare ndo er néeuo, no muliene- 5, repentindosaiossem masa surpresa que apraz? Asese,neessris reno. ‘Camosatentoa que a linguager nao escape & media, ncaminns sue personagem neste sentido da gta de depuragé, El, oa ex esonléerando o que dsera (pp. 48 52), oa anuindo para no tr Que far (p. 49), Ou dssovendo seu discurso no mod apace: replquei que tanto me fava” (p. 88). Ou ainda, como na fala & Jn soso staxoDosiLENCIO Solamano “pur nao dizer agama oss" Fogo as medias de ‘Sietnins Eee teow: ag snco crtanger, pein a mage fuses pl ae SO Eamangero oii &dosragto de um xese ea en Seas tem psn On oe, oma encase Shera, dequem em dro chor gd Trang 5 Dem ot um uma cep. se pene mos we (-) manera $Sttmass' ep 9890, Eaue me stored un respelo pa Sor. Fabano ea brto “rao, senor, as aa resp os foment (p08"Deasolnvne de nstrncom seth. O4) “Tout de € cesar: ner ale ousa mde Fate, Fret hid: comiara sd em submno (p. 89). Tee ‘Sin eo penain Sina Vitam o gars com 0 FatSc para te ucts pre cna 7, NtSuabe pg Ms Simo ate ns cuts mara ea some vr ite. Nae ‘Slate ao ia weiss Sor apna eos da sence Season eb eon © obar abe ep quem see fn m= Set uo et owes dun meg. At ronen petm.M ‘ela psu it, era soles com (7. “oan rai oto sumica, mo pend, espa impede 0 process conituite Movoto gum wre ater 0 cM. Sia ‘Oque nos curtncinda pins acu? Meso ial, hom quero onan dee inehoade qu €8eomlnea ewe 20 ‘Reinet an bore, sempre wma ata ou onda Flees atmos ceases bs = porque com tz chore aia get or que um moteur a0 pears mal. homem ¢ ho gr, gorge fate, tense aoa rnscencerse A Fl © veils, 2 90 ‘rab cn express sé primero. neoaneeede pris us oma ude. For eg 0 csp sa em ums Pees20 Gunma qu seperti a e068. 0 8 Prom. ‘a proposiad usc ds, Meuraul poe conra acon ou then over ea easiness preps gue 2 ‘Rests Pemie bqucks Primera psa teat para nogee sr aaegae' Em Fasano eauqioce eu mos deers cere do ‘eluco e seu modo de preg. Eo eu concionament (es) ovat ences, A tguagmedsevoe No ona do rie a oma a rae fablana €or spl enum, E Mom mem conte que de dea Se unas 8 Sua fre 8 ‘wcuaidade do verbo, sera mais que Seu Toms, valroso eefciente ‘sua dees. Eo que poceia dear cer a posgdo de Fabiano = mas {que tesemunho de Gresiano nto permite edu. Lata va co verbo? Néo, Mas ae eed tora, No despojamento de quaigus romani, a0 distur nara em Vidas Secas, 0 co precive da faa fabiana informa e forms ‘como seu mundo € perceido, O que Seria muliformidede socal put lingue, redux 8 conzciéncia social do nrrodo, A lata pela expresso ‘sicenc no haverneulraldadenalinguager. Mesmo a depurago do ‘stl, ull que de Camus cz Barthes, no destaste de Greciano, © ‘Senior nfo cut a questo deelgis, A faude deotgenconsiste em pretender evcomotease a0 Seu conan. dum proesso Je desemoconazags da naraivaj¢ evident Proceso de dstamento que melhor conve a conséaca d tor peta retexdo que pea apata. Agul€ Graciiana que esd em questo: aquilo que se nomeia estilo esa escola gue, paceate, fz em seu ‘O que meiner 6, como em negativo, recado daquela ead Enquanto toma sua mati, prima pelo dsaneiamenta. Feo fie- dae, Acesconfiangs face Naguagem scusa0 abuso que faz del uma Sociedade palvrosa © A palavra, enquanto arc de uma expiorai0 Sota deeterminada“mieigénea” que se inst alk Em Gracin fe dsr toma a forma impllcta, coo sini cla mas fundo 03 fonsiéniacxiea do letor steno; nem cefendendo 0 sueo 10 leno, nem sa aclagso na pletoca ica. Como vé Alfredo Bes. "O oie etic, asceticamentedespegado de sua materia prim, no fa ‘orece nem inguagem da cominado, ej carenca atu) dese ve. nema inguagent dos cominanes, que denuncia, Em Fabiano € 0 Imorimento para a ingsagem. Em Meursault, ao para a inguagem, pends depura-a de seu eres ere. ‘Gralisna no concede lucider atic a Fabiana. Nenbuma ceflexdo que fore a unidade da personage, se sed caro encontro tre personagem e narador, € no momento. que aobseragioe a ‘vena do vaquero desiguam em conhesimento eidente. Como n> {ele momento em que eed saber as palawes "ites epeignas 28 sosostonovosi.éncio 1 agu conversa do texto com aera hstrca do narraer. Iso Inciga a moderndade de Gracibano Ramos. "A ota moema ~ buscar eprofuncar# nogS0 de realdade straws a iregHo exerturel~ rele ene tempo nos, inaiéo. E, ainda que no ej epericamente nasamova essa concep (rise da poea, ‘8 Rabelais reagia assim), a construs sia arcjada experimental ‘Geum Guimardes Rosa Ou dem Joye ¢ seni sempre quando. um ‘undo deco um euto svede, A imploso da inguagem, sua dis cena, aduznecesde de reetnsieu3g0 0 ea social A reformula {80a inguagem aponta aesperanca do ertor otewoestimula pelo poder asocativo de determinador modelos bngutis, oma anise progress, 'Nio € x6 que © mundo € outro, dverso do antigo pelas noves cstraturas ezondmias. E que tame € outa nossa relagdo com © ‘mundo, A consciénca seria moderna apenas rincpiaa aprender ‘cx aura dimensto do real, que € exrura.O aparelo percepval (4 ugar a novo modo de er No sentido do vaya! embaucian. no “aprofundamento da prpria materaliade da tinguagem” (Marguerite Yourcenar que oesertor tata dar vox aque eid {seo he eigé estar lcidoment ecado em sua propia creunstancal- ace iter, ara cf confer as psiesiteréras de Graclano e Camus moderos, sem 90 entanto conceder 20 texto termes do tector lero moda Sem concede “ntigio" esse poder de “si; nem te quetendo andrquico-rewivconsro, A slgaraiaandou chamando fgullo de “especular mimetico”, pars der desta reat do 2 Pllvas absconss pareatando eines, ‘Nocntanto, foam, Camus €Grocano,vanguarda, Combsteram, ‘emtua ipa, num carapo nem sempre claro ~ coms ser quando a pressio do presente empana a Vsio. A revella Ge nem, Se acs Perdew se Irvor,ganhow em forga no presente. NSO peas0, como parece erer Antonio Candido, que “impulso fundamental” de um ‘sero seja 0 de testemuntar. Ada que finde por faxélo (Tese€ Antes, Nacional, 1978.8). ‘0 texto 6, primeic,o espago de uma pugnaidade pessoal (pun- gente, aqui. E peta singuandade, que 0 sola, que o escrito vale Meinor se esta singulrdode aga ele snese david coleiva de sua époea, Mas, a époea de Montigne me iteresse ma medida em que, ‘Sendo sua, methor me ajuda aves, HisToRIcDADE ELNGLAGEN Hoje ums cera pstura (mpostura) erica europa parse ten. er paca a negagto do litersro, Creo que se pode nega 20 conteddo do ero o peso romantizado que sempre eve (nem 80 € novo: Lug Parejson pretenda que se SUBsiu6se “produso"aotermo "ag por estar est po demaisromantzado pela rica sujetvisa). Porque Sto outros os partmetros. Mas, por se querer exorciar 9 culto da forma ve foo do pasado, nose pode, abitraramente,recsa a inguegem dhireito de rela rota derepesentagao. Ha haa sida romances ‘am comeso, melo ein, E inierinca, seo infant, pear & bolgio do ponto ede virgula por exercerem fungdo repressiva. Anda {que Deustenhe feito obicocotucanoeacauda do esquil, arte eta emecia econtengto (© primeira movimento de Meursault € 0 de tar da paves © pathos gue nea pesa impede uma rego mais lvre com ound," ‘se single febeidade do homem que We vd Ge aeons com el proprio” Osilncio se insereve aqui como proceso de depuragdo, na Fenfaina de devoversne a inocenca primeva. Toda exciter de agus ‘conscignca tonic pass, modernament, por esse mito. Camus pe tea seus Preis Carns com ese eunsado, "Para eseever, Be Sempre um pouto aquem da express (melhor do que além). Nada de ‘scuros init’, em todo caso" (Priniros Cademes, p. 92). Fae, pede sserem ares os modelo omesianos. tanta que vo echt cerco na modernidae de alguns contempordneos, Faukner, Kafe Hemingway. Ea noacabetanto pa a Princesa de Cites ~euj aio invert os excesose sore em sincin wa sentimenta~ quanto para spovelascurasexpondoo fatocomatvevidadeandnima de um argo {Se endlopéi 20 fer eabe ler, naguel gra o aril. (0 prneiro movimento de Meurault ests expreso em ume aota ros Cademos radu a eegg0 de odo 0 ju cetiva. Meursault, Io podeno calar a soiedade (cua palawa mata), cas em s 0d “eomenténo" que a caratera. E 0 que chame! de “oar alhio: quando o socal sempre nes orig ums conten dengue bee meniea. Camus anotou de Sainte-Beuve: "Serpe pense que te 18 psoas dsestem oque pensar durante um minuto apenas sociedad Tui”, A paido de Meursault tom frm exemd: num piel movimento, quer ver rir © mundo. Com a feroidide rica dos Inocents, Dos que ndo sabe ment "Nao mete. "Nunca ive werdaeir inagiaagS0"(p. 110), “Meso consent da temeridade correo risodascoinedencis: “nna imaginago free, no sabia mente" (9-28), dz Fabiano, Donde 40 sonostaw0 po sLéscio se ded a figoglo esc que hi. ence imaginago, linguager © Meursoul ado sabe ment, Ess intansigtnca que fora pens tedgca, Meursault aca esranha # convenglo,exanhos os Bios retinicos de uma mule que senca 3 mess (p. 108). A primeira odidnea parece Ie "uma brincacera” (. 138): ndo cones siga Az peria. Eesranhopareceseca Mesrsale que ojulgament, que mas (gut aninguem cz fespeito eel, e desenlase como 3 maryem de A sJogavase aminna sot sem que me pecistem a opi (p12), ainda ui a procaragio da palara, que sata. A primeira providéncia do grupo soci: pasar aalguem a procurao da para estos. Alguém,nstnea alr, lem now nome. Quandofal, to Em nome de eguém, ov da instuio que me seve de eto. "Eu, tenquente comune, como cali. ey, como membro dessa Unlversidace.” Esvaviamento do gar do sujeo, que a insttuigis ‘cups =cala osujeine fla a fun, aqui ‘Mas Meurstult “tina cos adver" (9. 192), sabe que uma pve fundamental, que a funde com se ser, que €s0 sua Ali no Fetogar paracla, onto aseptzaramaingvagemnocagojuriconse [nto eabe pala pestoa. A i, por ser ger far absiagdo Jo Singular aguele mio € mpermedvel sua pal, Ere precio parecer estar emocionado, Meursault descont ds emogio, Go "transporte" que ea & Ele, gue Se quer ineramente presente tadoo que be suede. Em dado momento Meursault se surpeende com a parrésis do rar que subati agor ealmente, a le, dzendo ex. Proce Glontorpasada, abetivigso que €redugso do sujeto a nada. Eno Eas jsiga quese eta, mar da habiidace da pale: é nad tema ver om Meurstul, quaze. Convento retcriea~ juris ~e seus jogos. E es esgrima verbal, fia de ao, clelasurpresa eemogto, decide se ‘Ositacio de Fabiano ¢feita de incompettacialingsties do sabe ascuroa vstentar nem once, uandgea quem, Em Meursault ee Inoompettncie € menor, momeniaea.B,sobretudo, eva pla pres- So proposal do aprelo ud. Quando evam Meursauit Semogto, teste: no estado em que o avr eva, no podia falar (p. 184). Seve ques emogd falaria por ele—ecaa, portato, Ou, quando depos {al far crucarer-e dls cigs linguistics produzaquela cena qe rrelioro peed! "mistaraado um pou as pslaras © conciente do ridleuio” Meursault iz que matara por causa. dos. O-que a sat ‘edad iaceduzive! a, 0 igo jure. sa ool (estou elsando 0 termo sobe a “loprxi" de que ‘ao Pasi ota quando dao fazer obem que que efzero mal gue ni ques), aparese também no testemnto de Maria que, sob 3 Fresio dagucas present, se ve levada a dizer 0 conrcto do que persava(p. 183) EpsGcio que se pode fOr de par com aquele de Febiane ent a soldedo amareo quan fl, alae ada dz. ‘Como falar sem mente? Como pretender por, nas pala, & ecdodeiidl tod, nti? Ainguagem, senda sempre tans uragio do real, es igadn @ sua “mentra’. A nguager por sue [ropnn natuezs€ portato abso, enguanio no manifest ea, Spenas tena sigies0- Fabiano nfo tem muita imaginago. E a maginagto est deta mente asceiata tinguagem, Fat ous porque magia pouco. Sita (Go outa €a de Joo Valerio (Canes que “pasa ores esculando Fisteas de Nicol Vaejio,chege a convencerse de que s0 rea “Agiadanme cs destegraments a maginage.” Joso Valéio ere ‘ee cobre papel seus fantaames Fablan etd xoimior da escritur, Coin bem Alves os. Press da pave pra oransprce de seus fantasms © de suas esperangas. O real, longe de sera negaco, € ‘iuminado pela polva nis, Porque aparece um apt nov mt (que a eg forga 1 readade,dando-be dimenses isuspetacas ‘Fabano inpedeeodesesperado, auscltandoo posse, ns pola de Sinns Viti, "As palvas de Sind Vitéineneantavam-. Tam para adn, aleangaciim uma era desconhedda."E pela fabulog20 fue Fatano save 0 presente (00 sabase do preseate). Ele, pore Alor, ees E ia, porguanto w aspiragfo dita expecta em sua postulagto, Ps nguagem srpee tai a realidad, porque nunca a representa “pea, comoquero, primes, os gregas Hojesabese que todooreat fst mediado peo simian e pelo magindre, De que real devia lingoagemdar cots? Recusara mena da laguagem€acusar ote ‘enquanto representa: So ~ que 50 peo fo aor a verdad. ‘No prefs & ego americana de O Esrangero, Cams dz: srnetienda€ x8 der © que 120 6; € amber, esobretudo, let mals do que (e,a0 qu concerns ao eoragto human, ier ms do gue 0 fue scene] E quand, no jog soa, a palgra precede o pensar = © tequentemente sto seni. O bora aneado de qualquer nia- (lo partcusr,anonimizndose, Ov, quando a poidez no é mais que #2 sonostoNoDOSILENCIO ume forma de ntfeenge na esterentpia do signa Slne-Bewe seas psoas dsessem, a0 menos por um mimul0,0 que realmente pensam ‘seciedade rir Osiecio de Mevrsault val cones convengao que ovco permite 20 naive, que asoiedade porns a paris ingsa. 32m que poe d sua dsposigta, Par so ie Barnes sera Ungvagem Piso: a inguagem é fatesta~ prende avo o esterestipo nacre ‘Mas, se osigno nfo devohe omistéria do mundo, a menos dé parte se sn presenga. E, porgue as cosas se prencem pels signa (Saito ‘Agatinno),ees 0 ainda omeio de que dispomos para angio da realidad. Ea linguogem contm seu poder de Iberéade de subvera0 o eal ~ quando uma para mprevshe, um aeord inesperado, nos ‘acorda » coneéneia. © homem prisionico de sua ordem socal, € sido; mas Sempre bom insti também de wa ngungens Gracliana estrevenco "sobre tabuas estas, Ge proposieds economia deseriha, expe um seni, determina squele gue o sore Subvertendo-e 0 cédgo tern, em parte subverts akira percep fo soil estereaipacs, Lingvagem e ise. A modes fabana faz parte de um eneaces. meno de fatres eomplesor longa hss da Sependénea ain, na sua forma ersa, noedesting, Calera nascia de uma invaséo, una portato, uma transplanac20 = logo se snquilosria no marasno ‘ontnaidde em tel renowago. Em gum gar do Cea un ana deka retaz © movimento ancestal das rede lange, em sims escols agi, ciangas manipulam @ mincomputador,descobrindo eu ‘mundo, Dos momentos de ume istri, dua inguagens Fabiano contquava a vaquejr, epetindo geo ancestral O peso 1 tradi oprime,e, 20 mesmo tempo, protege. “Tinha vindo 20 ‘mundo para amansir brabo,curarferdas com reras,conserarcecas {einvernoa vereo. rasna”(p. 6) O pl vvera asim. O avd tambén. Fabiano est, portant, eondiionado Squele hibit, &tradito. Ey se Aigo qu cla prege,¢ porque oimpede 0 poupadoimpactedonov0, da pasbildade ours. Quando ele a encreve com tem; ogo asia ‘eomo "ora de malugusta. E a3 segue 6 minha desconheigo « contragosto, empuredo peas cirunstancis. E aca naturel © que & apenas eomum O patrdo descompunha, natural (p22) Asecachegs- ‘ia nataralmente Sempee tinh sid assim (p23). Com snare com que mona sim age: sem saber poe gut (p10). Axploraio do nomem tem seu esto no arancarea pan: emudeeéingreduzitoa mad; €, asim, faite 0 mand ~mpedindo 0 ulro a paavra qué fora a possibiéade de sonhar avira destin, diver (0 proprio do eseravo€ 0 saci cla sun wor acthe a ae, Nt sea aquiescénci erepeteopatrdofuncemenio ca pecagogis esas. Fabano “repete" as plawras de Seu Tomds, Redsie alguém ao stan ¢ mat, Sina Vitoria sabe, que presse ered amsort, xing, masno caer aquiesente, fundindo-e 20 eu ml. peta paiva qu ela fogeaquelsinco de mort: “se fease clad, seria. como um pe de mandscars ecaneo, moreno” (p. 119). Tar. bem €omesmo omavimento de Fabiano quando aevado plac tancias, sempre “aecesskava falar com a mulher, epertar acuela eurtagio” (pp. 20-21). Mas adane, sinda: “Preckoa consulta Sinn Vitra) exptearse,convencet2e de que no prticaraijus- tiga matand eachorra” (pp. 114-118) pala aprece jf no seu segundo momenta: além da aominagto, ace comunicago~ que vem compart e svar da opresiso do signe, Em tempo: opapagsio nao se sala ~ o que serve de lib Sin Vii para mat-4o¢ ainca “expresso”: um trate, nem segue saa fle 2. A PALAVRA ENVENENADA, ‘A maglnasgo opera por uma ile oj regra escape a comniss so, tanto ela € particular e Impreviswel A cara de fet PatTeo, no poema de Claude: porque sem cordas, concerto ene ele e Deus, Mas arte signin e quer comunicar. A inguagem esabelece 2 slaried. 6e, 36 ea pssibilia a sociedad (Bemvenkte)enquanto liga alguém 8 alguém. Mesmo que essa soldaiedade se feta em detimeno da livedade pessoa (perda da imayinagto, enquantoracionaliagio no linguager, aqui transformada em netesidade soca, ocque a lnguagem constange os jogos da imaginagdo a uma condemn, linguagem cortaacontinuidade es eigialiade co movimen \Werador, enquant precisa de sua formulagto para se fazer entender. #4, em toda cba, sombra de rato. Sejao poema de Poe, pesado e-mecido par tat fet, seja a Musa que o verso de Valery recebe Aesconlado O camino dos mosernes etd marcado por ese cidade: [que inguagemme pode evar onde ndose, preckosaberseu eon. ‘Meso as experiencia iterrias,que se apaentam maisexeemas, ‘etx entrever ese cuidado, Como o poema de Vigny que di: fa ‘somo ev, que Rada digo, “Seul I lence est grand; tut le reste ext fabless (.)" "Fas énergiquement te lngue et ourde acne dans a ‘oieod lest avout appeler pus, arts commemo. sour et meurs sans pir.” 4 sonoswoposi84e10 Lautréamont ou Blanchot um sléncio que, daca a saturacso de taotae sores, mela refer Uma v2 esenca NEo omes pOueos | ‘Sranar quando Ariana Suasuna clou = nama atfude que mas pareonudevespera ab dewreo Asef, um esto deve ter ahr. Sade de sei osimpases aque aiteratura eva ~ er orguiho dela, ‘Como avd de Grotiano, car suas uropemas exploragao pent © slencios de ts talento, Oabore seus ites. 1H, sempre, em td ob, soma de 20. (Quer comuniar, pela imengioce signs singlars que reeniaa inverondagea comunizadepostel, ose, Mesmols onde ose ree reeutarse por quebrareais da rardo que a ratna aps: ou. Peneoanstrgne de Van Gogh, Nostetosde Artaud. Noealsmto ‘igo de Bore ‘imaginageoeicopa (oi. Mas a0 nguegors. Nas polsras ponte menor ou mais doque cei, Aexou comomepreienco:upat ‘eminna deldade,n80 3 mianareldade. Quandome cigo,medg> ‘outta, divers. “Se peaso, nfo sei quem sou: sno, as plas so imprecise — ou ex: into” (Rav! L¥0) Quando se # mas conan, ‘come Descartes, se o8 gue uma das casas de nssos eros € rontae| oso pensamento a paaveas que © rensprtam eal (Princiies, I" pati, $79, Tentae pata & (imoosicamente) “escobi cis gue ‘xto af icenes, vlads, Os gregos vam, teats de eas nome, um ‘bjeto, Mat és hos de um tempo ce dvd, nos deparamos com ‘2upoimpase: Bd mvt cota que sinda ao tem nome também nes ‘eparamos com essa impetincia em prover 0 que nos parece evident ‘Camus, come Grastano, quer apontar@ fo, 9 0, impo de ‘vaoszagio, do evceso Romano que whe someepSe. Temcs semipee ‘que eet de acordo coma mei onde a nguagem et fojada 0 Tito 6 inter que faa Feye,aiceoinga. Oestlode ambos parece bhusearequio que gmticacnama de lgomento deena onde ‘opredeadn¢umverbo em atribilo, Posiuraque,poragoserccrenie, ‘viens propdsta, Propoate na sitmo dado a tase ~ onde =e 3 Tinguogem ao proces de ornare Heras. ‘Aleitara des manascios permite perceber ese rio “busendo” “Detaram a marge dor foram belando a es), acompsnharsm ‘acerca svbram uma der heparan sos uazeios” (p12). Fase ‘eresobeem quatro elamentossinetncos,queescandem um movies to de crescendo, Ou Dos coleetes, eto primi, Pouca alm "A eachora Blea fl enrscar-se(perto do mig) jen do amigo] pert dle Ha reugoes ande qualquer explcayso puree inportuna a Graviano: "Estavam no pio de uma fend Fras to vis alsin de vida] vem via Outrasvezeso ritmo € dat fra ela Seti vetal: "Osanna apranimaran-seapararamse tine vota do saminnel, eeuarary sundae (p.9), ora pela orem ‘leulaga do acrerbar "Bali, oowsido sem, otrassiraem pou © ts peras da rate euidas()"(B.)-Ouinda como aque epio alana (p17 setae brane por sim res e male por 60" ‘Nos manvsertos, Fabiano fastiga 0 fiho desesperadomete 20 tesco dada, nto, Out eae sajetvaao Se fan neces: "No ‘prio embulado do seranejo pas a sia de abandonar 0 flbo nagueledeszampata” (p10) ~cade aa nfo menos exranha que BS stuagdoabsurse. Nos gros, a tengo que peso Dee agosto de 1937 que Camus perira o imo a dar a 0 _Esrangaire: "Um nomem qoe procure ca 250 € QUE Beal renteaspiamos e que de sUbio se apercebe, ate que pono 0 fetranno so propia vc TEspor um fo ~e,atrvés dee, questiona 2 sociedad que no sostentara suas promesas 0 tex desir se, as, dagulo que fp responde au exgtacia,O caso Merit nao pe em tel Fatausade, masa lageagem,o verbo vera oradoinsrumento male ‘eave! 9 deronsrago que se quera. O que os hora 10 erro jules aqui menos de-ars9 do at, mas oarancedo do ahoga- do se acussgo erpeahads em “raduat”€trzer pera o mito de interests sol (Pye) que cen paderexcast Meursault arou~n80 ‘Seed asasinn. Mot € to col prow, no pelo, a azodnteet0, ‘quanto que nose fee um da gst, Como vu provar, eu amb, fue "eu nao mati Joma Are" (© gue fr singlaidade de alguém como Meursut si au dade sorsgnce, Noss gests ral andcinc parecem absurdos quando fnaliacoe de pero. 145 f0, propo, de ena gesaans. ‘Cemos eniegna Meursault seu cudado de ata de evar osigno 8 serie exigrite mais, extando, neo, present a tudo (p. 213). Est steno quando da subsiuigso do signa eleeu(p. 198); atento acs 8 saeosinnnosiésrn !ulometismos da mulher com quem 0 aeaso Fiera peta a mess. 13), ceasciente da cistanoa entre elec sou erme (p. 19%}, rere 9 ruldade ée um ciscurso que pens faga (p15) quand iz mente de apovaro que lhe indifere ~ quem lela com tnguaesiangeis sabe que € mais cortumt ders sim 39 que ma se ors @ peven entenie, {and 20 outro espagode nas lareacara, Meursoul observa agutle logo seaccso, na piso, enre Gina e mae (P.158) opto eo tenecosiooco, € ainda da raged co sleaelo de que sods cont tro momento desa percepgio aguds ce Meuesnull € quando se sense ‘bservado pelo joralsta-jovem, ainda nso oeromido pela using) © Impersnnatide dos proceso" 3m impresio de ex. do, ado pelo que pare, mas pelo que era cealmente” (p 172) Mais tarde die "subis até mir o silénco da saa, 0 sigacio = 4 singe sensagho” do lhe do Jovem jor Osiéneing uma forma de fla ques az peloastntimento. pes refuagio,Os egos chamama sso tnloga Sexitrci de rio fess ‘se pode opor colo! O signing, iermente, antiogs coniesiagSo, relutagse. Camus, tor de Sendhal, ecusa a retcrca or “cemaceas 6 ala ~ que a expe, seja ao roo da bana, seja ao peg a pilav imprucente, pesada de consequences. E conhecida svle epsédio da Carmua de Parma (1® parte, Cap. 7): © conde Moca presentea tensda ener Fabvice ea duquesa Sansewrina. Masenqn tonadativr sco dita, eatee eles nad ord constencia,O sande teme ‘que 9380 os conduza palavra de promessa “et apts en on ns Toutes les consequences" Dispenso-mc um fevantamento sxausivo dos snes em © ranger: a qusiquet lor alonto 130 pastars despereebico eur © texto eniremeado dees, Meursault nea € loguaz. Quando diem ‘aes, seu amigo Celeste refuta: apenas ee na lla pot fie (p, 181) Fie €quem prelere cla (p. 142). A forma de recusa soca ae narceusa daqaioque atentoa radu aliaguagem. Moursul& petra is paluvas, rele a sotiecade dos estos Sabeiedace que Curnue admirava 90 encontre ée nomens:alguém pese fogo, acende-se um puro ~ sem mais. ; Palavras xpem mais o pudoe. As wer, resato de um gest dd melnor seu recado. Meurseult nunca se sent mas préxino de Maria ‘que quando na psi eompreensao mua e mistea dos cenpos que = ‘querem. Aborrecesne ter que explear (p. 125} “Hd cota ve aue refi ndo falar, cia. Aquela, ua dew horas, "a ora Ge que nao {ueeo falar, a hoca sem some”, Pode-e pedi goehianamente que 0 APALAURA BHVENENADA 2 tempo suspendase ~¢néo seré menos asurdo que pretender radu 1a (Masisto¢ uma das format detent iradurtla,j))onde a eratura enfrentag desta cedar incios do lnraduate. Nise ge acomunho < pose ~sendo ¢ ceramente 0 que pose, por um momento, abo amare. ‘Adesconfangedalinguagem Meursault contafaz com o feo do silencio. Mas ese snc € ain Sigua retdica que meiot se cz ‘quando se duno espae0aporstica de uliaggo, onde tudo se equ ‘ale. Dili que se deste as mesma: eco tah do ont hegelia “une conscience Irop éprise de salméme, «sholt", Camus eoatinu & tint do romance tlssico (anes, cua iterioriagto jd opde a peso rgem ao mundo, A expritnaa aqui §eveda mats tonge: no € pela beleza da palava, mas pela exianheza de seu sléncio que texto ving, Surpreende mais do que sede ‘No cuidado de entar 0 verbo vo, Meursault cla © extenciaL Nos Cademos de Cams (ins de outubro, 199) hd uma curios nora fea “Lous Gulls: "Arnal, no se excreve ora dizer, mas para ‘A figura que melhor "si" iso #0 Uscurso tautotgin: impos ida (inuthidade) de maine expiacao epee da inguagem, nessa Incapacidade de radueie uma endénci, “A tei € fe", do ade ‘matizes:éo bloc de peda no meio. docaminno que, dlgase 0 que se Aiser dela, no esaré mencs i, amma “uma pedra no meio do cai nino". Quando Caleste #inecrogado sobre @ word a Mesraul: ‘uma desgraca, ah ura desgrag (p. (8). E 0 mesmo dicurso de Fabiano: “Festa € festa". Ou "govern € governo”. A quem voila da _gerra, tendo de ato vido experi funda, tudo 0 que dela se ge arecerd “teracura Plava ¢ palara. A eviceneaesvazia vere,

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