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A escassez de piada sobre o sociólogo indica que ao mesmo tempo que ele não ocupa lugar de

destaque na imaginação popular também podem haver ambiguidade nas imagens que dele
fazem (p. 9)

1) TRABALHAR COM PESSOAS / PROFISSÃO ANÁLOGA AO SERVIÇO SOCIAL

O sociólogo é visto como uma pessoa empenhada profissionalmente em atividades edificantes


para benefício de indivíduos e da comunidade geral. (p. 10)

Conhecimentos sociológicos são importantes para qualquer pessoa envolvida em ações na


sociedade. Entretanto, tal ação não precisa ser particularmente humanitária. (p. 11)

Em suma, trabalhar com pessoas, PODE SIGNIFICAR RETIRÁ-LAS DE FAVELAS OU METÊ-LAS NA


CADEIA.

- UMA ESPÉCIE DE TEÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL (P. 11)

- História: uma das raízes da sociologia americana pode ser encontrada na preocupação dos
assistentes sociais confrontados com os enormes problemas da revolução industrial e essas
preocupações conduziram um volume muito grande de pesquisa sociológica (p. 12)

- A assistência social norte-americana buscou se afirmar profissionalmente espelhando-se na


psicologia (consultório)

- O serviço social em qualquer de suas bases constitui uma certa ação na sociedade. A
sociologia é uma tentativa de compreensão (p. 13) mesmo que esta compreensão possa ser
utilizada por quem age

Nossa opinião é de que um conhecimento mais profundo da sociedade evitaria ao assistente


social descer nas profundezas do subconsciente

Max Weber: a disciplina de Sociologia precisa ser isenta de valores. Não que o sociólogo vai
existir sem valores mas dentro dos limites de sua atividade profissional o valor será o da
integridade científica (p. 13 – 14) e mesmo aí ele levará em conta suas convicções e
preconceitos. MAS DEVE FAZER PARTE DO SEU TREINAMENTO INTELECTUAL TENTAR
COMPREENDER E CONTROLAR ESSAS COISAS, COMO PREVENÇÕES A SEREM ELIMINADAS NA
MEDIDA DO POSSÍVEL DO SEU TRABALHO

- O sociólogo tenta ver o que existe, ele tentará olhar além das suas esperanças e temores. O
TRABALHO COMO O DO ESPIÃO NA GUERRA (INFORMAR)

- Mas informar não quer dizer que o sociólogo deve isentar-se da responsabilidade que existe
na utilização que farão com seu trabalho. Mas o interesse que surgir não é sociológico, ao se
indagar sobre sua responsabilidade ele o faz fora do campo da ciência (o caso do biólogo) (14 –
15)
2) REFORMADOR SOCIAL

Raízes históricas: A disciplina do progresso, sucessora seculariza da teologia e senhora das


ciências (Augusto Comte), o sociólogo como árbitro de todos os ramos dos saberes humanos

- Em varias ocasiões os conhecimentos sociológicos serviram para melhorar as condições de


grupos humanos (Ex: estudos sociológicos na Corte Suprema em 1954 no Apartheid Americano
ou no planejamento de espaços urbanos) mas nestas ocasiões não se constituíram
compreensões sociológicas mas aplicação desta compreensão (p. 16)

- A mesma compreensão poderia ter sido usada para fins antagônicos (pelos que desejam
pregar a tolerância racial ou fomentar o ódio inter-racial), processos geradores de consenso
podem ser usados por um assistente social em uma colônia de férias ou por um funcionário
comunista incubido de lavagem cerebral em campos de concentração na China (p. 16)

- O sociólogo pode assessorar a modificação de algumas realidades tidas como inconvenientes,


mas, a imagem do reformador social é tão falsa quanto do assistente social.

3) COLETOR DE ESTATÍSTICA

- Sai á rua com um questionário

- Esta imagem tem sido fortalecida no espírito do público através das ações de órgão para-
sociólogicos, como estes que fazem pesquisa de mercado e opinião pública.

- Kinsey – conduta sexual americana – QUANTAS? QUANTAS VEZES? (p. 17)

História: pós 1º guerra, a sociologia americana afastou-se da teoria com intensa preocupação
em estudos empíricos e os sociólogos aperfeiçoaram suas técnias de pesquisa. A partir da
década de 40 renúncia ao empirismo (p. 17 – 18)

- A estrutura da universidade americana incentiva este empirismo (produtividade). Obriga os


professores a se concentrar em trabalhos que sejam rápidos e eficientes (p. 18 – 19)

- Dados estatísticos não constituem sociologia. Só se tornam sociologia quando


sociologicamente interpretados, ou seja, situados dentro de um quadro teórico de referência
que seja sociológico. Os dados constituem, matéria passível de ser utilizada em interpretação
sociológica (p. 20)

4) O SOCIÓLOGO COMO O HOMEM OCUPADO COM MÉTODO CIENTÍFICO

- é geralmente a imagem que se tem àquelas pessoas que se dedicam às humanidades,


apresentada como prova de que a sociologia é uma espécie de barbarismo intelectual

- Jargao exótico dos trabalhos sociológicos (p. 21)

- Se o sociólogo permanece fiel à sua vocação (ciência) deve ter chegado a seus enunciados
através da observação de certas regras que permitam outras pessoas verificar, repetir ou
estender suas descobertas. Esta literatura é que permite motivação para leitura de um
trabalho sociológico e não para um romance. À medida que que os sociólogos tentavam criar
suas regras científicas de verificação foram compelidos a refletir sobre o problema da
metodologia e por isso, esta disciplina se constitui parte da atividade sociológica.

- Alguns sociólogos nos estados Unidos tem se preocupado tnato com metodologias que não
dão à mínima importância à sociedade (p. 22)

Na técnica e no amor, a fixação leva a impotência

- Raízes históricas: grande parte dessa fixação em aspectos metodológicos se deu pela pressa
para que a sociologia fosse considerada uma ciência em termos de ser uma disciplina
relativamente nova no meio acadêmico.

- Dialeto bárbaro: qualquer disciplina precisa criar uma terminologia (p. 23) e talvez a
terminologia seja ainda mais importante nas CS em que os temas são comuns e familiares e
porque

Ex: o conceito de classe que na linguagem cotidiana pode ter dezenas de significados. Mas o
sociólogo precisa ter uma linguagem libre de ambuiguidades para alcançar um certo rigor
científico. (p. 23 – 24)

Considerações

- O sociólogo procura compreender a sociedade de maneira disciplinada. Ele descobre e afirma


sobre os fenômenos que ocorrem na sociedade dentro de um quadro de referencias rigorosas

- Tenta ser objetivo, controlar suas preferencias e preconceitos, perceber claramente ao invés
de julgar normativamente

- O jogo do sociólogo emprega regras científicas e ele precisa ter uma ideia clara das regras

- A metodologia não constitui sua meta, a qual, vale a pena repetir, consiste na tentativa de
compreender a sociedade. A metodologia o ajuda a atingir esta meta, lançando mão ainda de
vários meios, inclusive os métodos estatísticos

- Ele não inventará uma linguagem toda própria mas não usará ingenuamente a linguagem
cotidiana

- Possui interesse meramente teórico, compreender, podendo até estar envolvido na


aplicabilidade e nas consequências práticas de suas conclusões, mas nesse ponto ele abandona
o quadro de referências e passa para o domínio de valores e convicções que partilha como
homem, não como sociólogo

- O sociólogo é uma pessoa interessada nos atos dos homens. Seu habitat natural é todo
local de reunião, onde os homens se juntem. O interesse será os homens, suas instituições,
suas histórias, suas paixões. Nada que os homens façam provocará tédio. Se ocupará de
assuntos que algumas pessoas podem considerar demasiado sagrados ou demasiado
repulsivos. Encontrará satisfaçaõ na presença de sacerdotes ou de prostitutas dependendo
das perguntas que estiver fazendo no momento. Sua ação não se volta para aquilo o
significado final daquilo que os homens fazem, mas da ação em si. (BISBILHOTEIRO
PROFISSONAL)

- O fascíno da sociologia está no fato de que sua perspectiva nos leva a ver sob nova luz o
próprio mundo em que todos vivemos.

- O físico nuclear fora do seu laboratório pode comer, rir, amar e votar sem pensar em
partículas atômicas. O linguistia conversa com sua mulher na linguagem de todo mundo. O
sociólogo, porém, vive na sociedade tanto em seu trbaalho como fora del. Sua própria vida
inevitavelmente converte-se em parte do seu campo de estudo. Separar a atividade
profissional da sua vida pessoal em sociedade pode ser difícil

- A primeira verdade revelada pela sociologia: as coisas não são como parecem ser. (Impacto
cultural – antropologia) . A descoberta de cada novo nível modifica a percepção do todo

- A experi~encia sociológica é o choque cultural – deslocamento geográfico. O osociólogo viaja


em casa com suas descobertas. As pessoas que gostam de evitar descobertas chocantes, que
preferem acreditar que a sociedade é exatamente o que é devem manter-se distantes da
sociologia. Àqueles que se interessam pelos seres humanos, caso possam modifica-los,
convertê-los ou reforma-los, acharão a sociologia ainda menos interessante.

- Passatempo individual: interessa uns, entedia outros. Passatempo é fraco, ela se parece
mais como uma paixãot=, uma demônio que possui a pessoa e não existe paixão sem perigos

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