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BIOLÓGICOS
A virulência do agente biológico para o homem e para os animais é um dos critérios de maior
importância. Uma das formas de mensurá-la é a taxa de fatalidade do agravo causado pelo
agente patogênico, que pode vir a causar morte ou incapacidade em longo prazo. Segundo esse
critério, a tuberculose, as encefalites virais e a coriomeningite linfocítica (LCM) são bons
exemplos de doenças cujos agentes biológicos causadores possuem alta virulência e, portanto,
alto risco. O Staphilococcus aureus, que raramente provoca uma doença grave ou fatal em um
indivíduo contaminado, é classificado como de risco baixo.
Patogenicidade: É a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo
do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os
hospedeiros infectados. Há agentes dotados de alta patogenicidade, como é o caso do vírus do
sarampo. Nesse caso, praticamente todos os infectados desenvolvem sintomas e sinais
específicos. Numa situação oposta se encontra o vírus da poliomielite, dotado de baixa
patogenicidade. Dentre os infectados, somente cerca de 1% desenvolve a paralisia.
Pandemia: caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, atingindo mais
de um país ou de um continente. Um exemplo típico deste evento é a epidemia de AIDS que
atinge todos os continentes.
b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em
uma unidade única descartável usada para injeção ou aspiração de materiais
infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas,
reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem
desprezadas. Ao contrário, elas devem ser cuidadosamente colocadas em
recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado para
recolhimento de objetos perfuro cortantes descartados. Objetos perfuro
cortantes não descartáveis devem ser colocados em um recipiente cuja parede
seja bem resistente para o transporte até a área para descontaminação, de
preferência através de uma autoclave.
Nível de Biossegurança 3
O nível de Biossegurança 3 possui semelhanças ao nível de Biossegurança 2 e ao nível
de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, por
isso recomendamos a leitura dos dois níveis anteriores. O laboratório de nível de
Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico
da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo
risco para a comunidade. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e
pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças
sérias ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação. A equipe
profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos,
potencialmente letais, devendo ser supervisionados por profissional altamente
capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes. Esse nível de contenção
exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além
da existência obrigatória de dispositivos de segurança e do uso, igualmente obrigatório,
de cabine de segurança biológica. Os trabalhadores devem usar roupas de proteção
específicas para esta área e equipamentos de proteção individual.
Práticas Especiais
1. Não é permitido o trabalho ou a presença de mulheres grávidas, de pessoas
portadoras de ferimentos ou queimaduras, imunodeficientes ou imunodeprimidas.
2. O chefe do laboratório deve estabelecer normas e procedimentos pelos quais só
serão admitidas no laboratório que já tiverem recebido informações sobre o potencial
de risco, que atendam todos os requisitos para a entrada no mesmo (por exemplo,
imunização) e que obedeçam a todas as regras para entrada e saída no laboratório.
3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado ou examinado quanto
aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por exemplo,
vacina para hepatite B ou teste cutâneo para tuberculose) e exames periódicos são
recomendados.
4. Amostras sorológicas de toda a equipe e das pessoas expostas ao risco devem ser
coletadas e armazenadas adequadamente para futura referência. Amostras sorológicas
adicionais poderão ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes
manipulados ou do funcionamento do laboratório.
5. O chefe do laboratório deve assegurar que antes que o trabalho com os
microrganismos classificados com da classe de risco 3 se inicie, toda a equipe do
laboratório demonstre estar apto para as práticas e técnicas padrões de segurança e
demonstre habilidade também nas práticas e operações específicas do laboratório.
6. Deve-se tomar uma extrema precaução, quando objetos cortantes, incluindo seringas
e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturis forem manipulados.
a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos perfuro cortantes devem
ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa.
Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro sempre que
possível.
b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em uma
unidade descartável (por exemplo, quando a agulha é parte integrante da seringa) usada
para injeção ou aspiração de materiais infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não
devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas
antes de serem desprezadas. Elas devem ser cuidadosamente colocadas em um
recipiente de paredes rígidas, resistente a perfurações, localizado próximo à área de
trabalho, utilizado para recolhimento de objetos perfuro cortantes desprezados. Estes
recipientes devem ser esterilizados antes de serem removidos da área de biocontenção
para o descarte e disposição final.
c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão, devem ser
removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá de lixo ou pinças.
7. Todas as manipulações abertas que envolvam materiais infecciosos devem ser
conduzidas no interior de cabines de segurança biológica ou de outros dispositivos de
contenção física dentro de um módulo de contenção. Nenhum trabalho onde tenhamos
que abrir a pele para alcançarmos os vasos deverá ser conduzido em bancadas abertas.
A limpeza deverá ser facilitada através do uso de toalhas absorventes com uma face de
plástico voltada para baixo, recobrindo as superfícies de trabalho não perfuradas das
cabines de segurança biológica.
8. O equipamento laboratorial e as superfícies de trabalho devem ser descontaminadas
rotineiramente com um desinfetante eficaz após a conclusão do trabalho com materiais
infecciosos, especialmente no caso de derramamento, vazamentos ou outras
contaminações por materiais infecciosos.
a. Vazamentos de materiais infecciosos devem ser descontaminados, contidos e limpos
pela equipe do laboratório equipadas para trabalharem com material infeccioso
concentrado. Os procedimentos operacionais padrões a respeito deste tipo de incidente
devem ser desenvolvidos.
b. Respingos e acidentes resultantes de uma exposição ao material infeccioso devem
ser imediatamente notificados ao chefe do laboratório. A avaliação médica, a vigilância
e o tratamento devem ser providenciados e registros do acidente e das providências
adotadas devem ser mantidos por escrito.
c. Os equipamentos laboratoriais com defeitos devem ser descontaminados antes de
serem enviados para conserto ou removidos do local.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
1. Roupas de proteção como macacões, uniformes que possuam menor solução de
descontinuidade, não se admitindo roupas abotoadas na frente, devem ser usadas pela
equipe quando estiver dentro do laboratório. A roupa de proteção não deve ser usada
fora do laboratório. Antes de ser lavada ou descartada esta roupa deve ser esterilizada
e deve sempre ser trocada quando contaminada.
2. É obrigatório o uso de luvas quando estiver manuseando materiais infecciosos.
Avaliar a utilização de dois pares de luva. Recomenda-se a mudança frequente das luvas
acompanhada de lavagem das mãos.
3. Todas as manipulações de materiais infecciosos devem ser conduzidas em uma
cabine de segurança biológica de Classe II ou de Classe III.
4. Quando um procedimento ou processo não puder ser conduzido dentro de uma
cabine de segurança biológica devem ser utilizadas combinações apropriadas de
equipamentos de proteção individual (por exemplo, respiradores, protetores faciais)
com dispositivos de contenção física (por exemplo, centrífugas de segurança e frascos
selados).
Instalações do Laboratório (Barreiras Secundárias)
1. O laboratório deverá estar separado das áreas de trânsito irrestrito do prédio com
acesso restrito. Uma maneira de separá-lo consiste em localizá-lo na extremidade cega
do corredor ou em levantar uma divisão e, a via de acesso feita através de uma antessala
(air-lock) depois do laboratório de nível de Biossegurança 2.
2. Acesso é feito através de vestíbulo pressurizado, com sistema de dupla porta e
intertravamento automático como requisito básico para entrada no laboratório a partir
de corredores de acesso ou outras áreas contíguas.
3. A área de escritório deve ser localizada fora da área de biocontenção.
4. Existência de um lavatório para as mãos, lava-olhos e chuveiro de emergência, no
vestíbulo de acesso ao laboratório, com dispositivo de acionamento com os pés ou
automatizado.
5. As superfícies das paredes internas, pisos e tetos das áreas, onde os agentes da classe
de risco 3 são manipulados, devem ser construídas e mantidas de forma que facilitem a
limpeza e a descontaminação. Toda a superfície deve ser selada e sem reentrâncias. As
paredes, tetos e pisos devem ser lisas, impermeáveis e resistentes a substâncias
químicas e desinfetantes normalmente usados no laboratório. Os pisos devem ser
monolíticos e antiderrapante. Orifícios ou aberturas nas superfícies de pisos, paredes e
teto devem ser selados. Dutos e espaços entre portas e esquadrias devem permitir o
selamento para facilitar a descontaminação.
6. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos
solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados para
descontaminação de superfícies e equipamentos.
7. Os móveis do laboratório devem suportar cargas e usos previstos com espaçamento
suficiente entre as bancadas, cabines e equipamentos para permitir acesso fácil para a
limpeza. As cadeiras e outros móveis utilizados em um laboratório devem ser cobertos
por um material que não seja tecido e possa ser facilmente descontaminado.
8. Todas as janelas do devem possuir caixilhos metálicos, ser fixas e hermeticamente
vedadas.
9. Deve estar disponível, na área de bio-contenção, uma autoclave para
descontaminação de todo o material utilizado nesta área. Deve-se considerar os meios
de descontaminação de equipamentos.
10. Cabines de segurança biológica devem ser instaladas, de forma que a variação da
entrada e saída de ar da sala, não provoque alteração nos padrões de contenção de seu
funcionamento. As cabines de segurança biológica devem estar localizadas longe de
portas, janelas que possam ser abertas e fora de áreas laboratoriais com fluxo intenso
de pessoas, de forma que sejam mantidos os parâmetros de fluxo de ar nestas cabines
de segurança biológica.
11. O laboratório deve ter um sistema de ar independente, com ventilação unidirecional
onde o fluxo de ar penetra no laboratório através da área de entrada. O ar de exaustão
não deve recircular em outras áreas do prédio. Equilíbrio do sistema de
ventilação/exaustão prevenindo pressurização e assegurando pressão negativa. O ar
exaurido da área de biocontenção deve ser descarregado, verticalmente, para fora do
prédio, em áreas livres de construções e de entradas de ar. Deve ser filtrado através de
filtro HEPA (High Efficiency Particulated Air).
12. Alarmes para falhas nos sistemas de insuflação, exaustão, pressurização,
intercomunicação, temperatura, umidade, incêndios dentre outros. Providenciar
monitor visual com um painel de controle.
13. O ar exaurido de uma cabine de segurança biológica Classe II, filtrado por filtro
absoluto tipo HEPA poderá recircular no interior do laboratório se a cabine for testada
e certificada anualmente. O ar exaurido das cabines de segurança biológica deve ser
retirado diretamente para fora do ambiente de trabalho através do sistema de exaustão
do edifício.
14. As linhas de vácuo devem ser protegidas por sifões contendo desinfetantes líquidos
e filtros HEPA, ou o equivalente. Os filtros devem ser substituídos quando necessário.
Uma alternativa é usar uma bomba a vácuo portátil (também adequadamente protegida
com sifões e filtros).
15. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e brilhos
que possam ofuscar a visão.
16. O projeto da instalação e os procedimentos operacionais do nível de Biossegurança
3 devem ser documentados. Os parâmetros operacionais e das instalações devem ser
verificados quanto ao funcionamento ideal antes que o estabelecimento inicie suas
atividades. As instalações devem ser verificadas pelo menos uma vez ao ano.
17. Deve haver um sistema de segurança para combate à incêndios e saídas de
emergência.
18. A água utilizada deve ser de boa qualidade e nunca deve faltar. O sistema de água
pública precisa ser protegido por um dispositivo anti-refluxo.
19. O fornecimento de eletricidade precisa ser adequado. Sistema de gerador, afim de
manter os equipamentos indispensáveis (cabines de segurança biológica, freezers, etc).
20. Proteções adicionais ao meio ambiente (por exemplo, chuveiros para a equipe,
filtros absolutos tipo HEPA para filtração do ar insuflado, contenção de outras linhas de
serviços e a descontaminação dos efluentes líquidos) deve ser considerada em
conformidade com a avaliação de risco, com as recomendações para manipulação de
determinado agente patogênico, atividade desenvolvida, condições do local ou outras
normas locais, estaduais ou federais aplicáveis.
Nível de Biossegurança 4
O nível de Biossegurança 4 possui semelhanças quanto aos procedimentos e práticas
estabelecidas ao nível de Biossegurança 3, nível de Biossegurança 2 e ao nível de
Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, por isso
recomendamos a leitura dos três níveis anteriores, sendo que só deve operar com
técnicos especializados e treinados em procedimentos de Biossegurança.
Recomenda-se que os laboratórios de nível de Biossegurança 4, ou de contenção
máxima, só funcionem sob o controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada
a grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório deverá ter um treinamento
específico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos
extremamente perigosos e deverá ser capaz de entender as funções da contenção
primária e secundária, das práticas padrões específicas, do equipamento de contenção
e das características do planejamento do laboratório. É necessário a elaboração de um
manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente através de
exercícios de treinamento.
O nível de Biossegurança 4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e
perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que
podem ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por
aerossóis, classificados como microrganismos da classe de risco 4. Os trabalhadores
devem ser supervisionados por profissionais altamente competentes, treinados e com
vasta experiência no manuseio dos agentes manuseados, além dos procedimentos de
segurança específicos. O acesso ao laboratório deve ser rigorosamente controlado por
sistemas automatizados. A instalação laboratorial deve estar localizada em uma
edificação separada ou em uma área controlada dentro do edifício, que seja totalmente
isolada de todas as outras. Um manual de operações específico para as instalações deve
ser preparado ou adotado. O trabalho deve ser executado exclusivamente dentro de
cabines de segurança biológica Classe III ou dentro de cabines de segurança biológica da
Classe II associadas ao uso de roupas de proteção com pressão positiva, ventiladas por
sistema de suporte de vida. O laboratório do nível de Biossegurança 4 deve possuir
características específicas quanto ao projeto e a engenharia para prevenção da
disseminação de microrganismos no meio ambiente.
Práticas Especiais
1. Somente as pessoas envolvidas na programação e no suporte ao programa a ser
desenvolvido e cujas presenças forem solicitadas no local ou nas salas do laboratório
devem ter permissão para entrada no local. O chefe do laboratório deverá ter a
responsabilidade final no controle do acesso. Antes de entrar no laboratório, as pessoas
devem ser avisadas sobre o risco potencial e devem ser instruídas sobre as medidas
apropriadas de segurança. As pessoas autorizadas devem cumprir com rigor as
instruções dadas e todos os outros procedimentos aplicáveis para a entrada e saída do
laboratório. Deve haver registro de entrada e de saída de pessoal.
2. O chefe do laboratório deve ser o responsável por assegurar que, antes de iniciar o
trabalho com microrganismos pertencentes à classe de risco 4, toda a equipe demonstre
uma alta competência em relação às práticas e técnicas de segurança e em práticas e
operações especiais específicas para a execução das atividades do laboratório. Isto
poderá incluir uma experiência anterior no manuseio de patógenos humanos ou
culturas de células, ou um treinamento específico fornecido pela chefia do laboratório
ou por outro perito com experiência nestas técnicas e práticas microbiológicas
singulares.
3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado e examinado
periodicamente.
4. Amostras sorológicas de toda a equipe do laboratório e de outras pessoas expostas
a um elevado risco deverão ser coletadas e armazenadas. Amostras sorológicas
adicionais devem ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes manipulados
ou do funcionamento do laboratório. Ao estabelecer um programa de vigilância
sorológica deve-se considerar a disponibilidade dos métodos para a avaliação do
anticorpo do(s) agente(s) em questão. O programa para o teste das amostras sorológicas
deve ter um intervalo a cada coleta e o responsável pelo projeto deve comunicar os
resultados aos participantes.
5. Um manual sobre Biossegurança deve ser preparado e adotado. A equipe deve ser
avisada quanto aos perigos e riscos especiais e deve ler e seguir as instruções sobre as
práticas e procedimentos.
6. A equipe do laboratório e a equipe de apoio devem receber treinamento adequado
sobre os perigos e riscos associados ao trabalho, as precauções necessárias para a
prevenção de exposições e os procedimentos de avaliação da exposição. A equipe
também deve participar de cursos de atualização anual ou treinamento adicional
quando necessário em caso de mudanças nos procedimentos.
7. A entrada e saída de pessoal do laboratório devem ocorrer somente após uso do
chuveiro e troca de roupas. Os funcionários devem usar o chuveiro de descontaminação
a cada saída do laboratório.
8. Todos os materiais de entrada devem ser descontaminadas em autoclave de dupla
porta, câmara de fumigação ou sistema de antecâmara pressurizada antes de serem
utilizados.
9. Deve-se sempre tomar extrema precaução com qualquer objeto perfurocortante
contaminado, como seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturi.
a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos cortantes são
restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa
para inoculação parenteral, flebotomia ou aspiração de fluídos de animais de
laboratório e de garrafas com diafragma. Recipientes plásticos devem ser
substituídos por recipientes de vidro sempre que possível.
b. Devem ser usadas somente seringas com agulhas fixas ou agulha e seringa em
uma unidade única e descartável (por exemplo, quando a agulha é parte
integrante da seringa) usada para injeção ou aspiração de materiais infecciosos.
As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas,
reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem
desprezadas. Ao contrário, elas devem ser cuidadosamente acondicionadas em
um recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado
para recolhimento de objetos cortantes desprezados. Objetos cortantes não
descartáveis devem ser acondicionados em um recipiente cuja parede deverá ser
bem resistente para o transporte até uma área para descontaminação, de
preferência através de uma autoclave.
c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão,
devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá
de lixo, pinças ou fórceps. Os recipientes que contêm agulhas, equipamentos
cortantes e vidros quebrados contaminados devem passar por esterilização
antes de serem incinerados.
10. Nenhum material, com exceção do material biológico que deve permanecer intacto
ou viável pode ser removido de um laboratório de nível de Biossegurança 4, sem antes
ter sido autoclavado. Equipamentos ou materiais que não resistam a temperaturas
elevadas ou ao vapor devem ser descontaminados utilizando-se outras metodologias de
descontaminação comprovadas e validadas.
11. Um sistema de notificação de acidentes e exposições laboratoriais, absenteísmo de
empregados e doenças associadas ao laboratório deve ser organizado, bem como um
sistema de vigilância médica. Relatos por escrito deverão ser preparados e mantidos.
Deve-se ainda, prever uma unidade de quarentena, isolamento e cuidados médicos para
o pessoal contaminado por doenças conhecidas ou potencialmente associado a
laboratório.
12. Todos os materiais não relacionados ao experimento que estiver sendo realizado no
momento não devem ser permitidos no laboratório.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
Todos os procedimentos dentro do laboratório devem ser conduzidos em cabines de
segurança biológica Classe III ou cabines de Classe II usadas em associação com roupas
de proteção pessoal com pressão positiva e ventiladas por sistema de suporte de vida.
3. Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das mãos.
4. Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam borrifos
ou salpicos.
2. Instalação de uma pia para lavagem das mãos, próxima à saída do laboratório.
3. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e tapetes não
são apropriados para laboratórios.
5. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos solventes
orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e
do equipamento.
6. Os móveis do laboratório devem ser capazes de suportar cargas e usos previstos. Os espaços
entre as bancadas, cabines e equipamento devem ser suficientes de modo a permitir fácil acesso
para limpeza.
7. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades. Convém evitar os reflexos
indesejáveis e a luz ofuscante.
8. Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão conter telas de
proteção contra insetos.
5. Para que serve a cabine de segurança biológica? Em que nível de biossegurança ela
deverá ser utilizada?
As cabines de segurança biológicas (CSB) são geralmente usadas como contenção
primária no trabalho com agentes de risco biológico, minimizando a exposição do
operador, do produto e do ambiente. Muitos agentes de risco biológico requerem o uso
de substâncias químicas e radioisótopos em suas análises. Dependendo do volume de
substâncias químicas e radioisótopo utilizado é exigido modificações na estrutura da CSB
ou na construção do sistema de exaustão da cabine, que pode incluir filtro de carvão,
visto que os filtros absolutos ou filtros HEPA não retêm substâncias químicas
vaporizadas ou sublimadas.
De acordo com a tabela acima, as cabines de segurança biológica para os laboratórios
deverão ser utilizadas nos Níveis de Segurança 2 e 3.