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EXERCÍCIOS DE RISCO

BIOLÓGICOS

Gabriella Nogueira da Silva


PÓS-GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – TURMA X | FACULDADE PITÁGORA - HORTO
1. Defina:
Virulência: É a capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais, relaciona-se à
capacidade de produzir toxinas, de se multiplicar etc. é a capacidade infecciosa de um micro-
organismo, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do
vírus.

A virulência do agente biológico para o homem e para os animais é um dos critérios de maior
importância. Uma das formas de mensurá-la é a taxa de fatalidade do agravo causado pelo
agente patogênico, que pode vir a causar morte ou incapacidade em longo prazo. Segundo esse
critério, a tuberculose, as encefalites virais e a coriomeningite linfocítica (LCM) são bons
exemplos de doenças cujos agentes biológicos causadores possuem alta virulência e, portanto,
alto risco. O Staphilococcus aureus, que raramente provoca uma doença grave ou fatal em um
indivíduo contaminado, é classificado como de risco baixo.

Patogenicidade: É a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo
do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os
hospedeiros infectados. Há agentes dotados de alta patogenicidade, como é o caso do vírus do
sarampo. Nesse caso, praticamente todos os infectados desenvolvem sintomas e sinais
específicos. Numa situação oposta se encontra o vírus da poliomielite, dotado de baixa
patogenicidade. Dentre os infectados, somente cerca de 1% desenvolve a paralisia.

Transmissibilidade: Capacidade de transmitir por contacto, por hereditariedade ou por contágio


(digestivo, oral, respiratório, sexual, etc.).

Endemia: É a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente populações


em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período, (temporalmente
ilimitada), e que mantém uma de incidência relativamente constante, permitindo variações
cíclicas e sazonais.

Epidemia: É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante,


claramente excessiva em relação ao esperado. O conceito operativo usado na epidemiologia é:
uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde-doença de uma
população, caracterizada por uma elevação inesperada e descontrolada dos coeficientes de
incidência de determinada doença, ultrapassando valores do limiar epidêmico preestabelecido
para aquela circunstância e doença. Devemos tomar cuidado com o uso do conceito de epidemia
lato-sensu que seria a ocorrência de doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo.

Pandemia: caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, atingindo mais
de um país ou de um continente. Um exemplo típico deste evento é a epidemia de AIDS que
atinge todos os continentes.

2. Cite as classes de riscos biológicos bem como os microrganismos presente em cada


classe de risco.

 Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes


biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios.
Exemplo: Lactobacillus sp.
 Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui
os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial
de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para
os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma
mansoni.
 Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os
agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que
causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem
usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se
disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a
pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis.
 Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes
biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de
transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou
terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e
animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no
meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
 Classe de risco especial ou classe de risco 5(alto risco de causar doença animal grave e
de disseminação no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não
existentes no País e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de
importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção
de alimentos.

3. Quais as práticas de segurança utilizada nos laboratórios de níveis de biossegurança,


1,2,3 e 4?
Nível de biossegurança 1:
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
1. Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de segurança
biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de agentes de classe de risco.
2. Uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitarem a contaminação ou
sujeira de suas roupas normais.
3. Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das
mãos.
4. Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam
borrifos ou salpicos.
Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)
1. Possuir porta para controle do acesso.
2. Instalação de uma pia para lavagem das mãos, próxima à saída do laboratório.
3. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e tapetes
não são apropriados para laboratórios.
4. As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, impermeáveis a líquidos e resistentes a
produtos químicos e a desinfetantes que são usados no laboratório. Os pisos não devem
ser escorregadios. As superfícies horizontais devem ser evitadas, na medida do possível,
para evitar o acúmulo de poeira.
5. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos
solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da
superfície de trabalho e do equipamento.
6. Os móveis do laboratório devem ser capazes de suportar cargas e usos previstos. Os
espaços entre as bancadas, cabines e equipamento devem ser suficientes de modo a
permitir fácil acesso para limpeza.
7. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades. Convém evitar os reflexos
indesejáveis e a luz ofuscante.
8. Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão conter
telas de proteção contra insetos.
Nível de biossegurança 2:
O nível de Biossegurança 2 é semelhante ao nível de Biossegurança 1, sendo
acrescentado de especificidades que veremos a seguir. É adequado ao trabalho que
envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente,
classificados como microrganismos da classe de risco 2. Difere do NB-1 nos seguintes
aspectos:
(1) O pessoal de laboratório deverá ter um treinamento específico no manejo de
agentes patogênicos e devem ser supervisionados por profissionais competentes;
(2) o acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais;
(3) precauções extremas serão tomadas em relação a objetos perfurocortantes
infectados; e
(4) determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de
aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança
biológica ou outros equipamentos de contenção física.
Práticas Especiais
1. O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do
chefe do laboratório, quando o trabalho com agentes infecciosos estiver sendo
realizado. Em geral, pessoas susceptíveis às infecções, ou pessoas que quando
infectadas possam apresentar sérias complicações, não são permitidas no laboratório.
2. Estabelecimento de normas e de procedimentos com ampla divulgação para todos
os trabalhadores sobre o potencial de risco associado ao trabalho, bem como sobre os
requisitos específicos (por exemplo, imunização) para entrada em laboratório.
3. O símbolo de "Risco Biológico" deve ser colocado na entrada do laboratório onde
agentes etiológicos estiverem sendo utilizados. Este sinal de alerta deverá conter
informações como o(s) nome(s) o(s) agente(s) manipulado(s), o nível de Biossegurança,
as imunizações necessárias, o nome e número do telefone do pesquisador resposável,
o tipo de equipamento de proteção individual que deve ser usado no laboratório e os
procedimentos necessários para sair do laboratório.
4. O pessoal do laboratório deve estar apropriadamente imunizado ou examinado
quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por
exemplo, vacina contra a hepatite B ou teste cutâneo para a tuberculose).
5. Os procedimentos de Biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos
operacionais padrões ou a um manual de Biossegurança específico do laboratório,
adotado ou preparado pelo diretor do laboratório. Todo pessoal deve ser orientado
sobre os riscos e devem ler e seguir as instruções sobre as práticas e procedimentos
requeridos.
6. O chefe do laboratório deve assegurar que o laboratório e a equipe de apoio receba
um treinamento apropriado sobre os riscos potenciais associados ao trabalho
desenvolvido, as precauções necessárias para prevenção de exposição e os
procedimentos para avaliação das exposições. A equipe de funcionários deve receber
cursos de atualização anuais ou treinamento adicional quando necessário e também no
caso de mudanças de normas ou de procedimentos.
7. Deve-se sempre tomar uma enorme precaução em relação a qualquer objeto
perfurocortante, incluindo seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e
bisturis.
a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos perfuro cortantes
devem ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra
alternativa. Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro
sempre que possível.

b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em
uma unidade única descartável usada para injeção ou aspiração de materiais
infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas,
reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem
desprezadas. Ao contrário, elas devem ser cuidadosamente colocadas em
recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado para
recolhimento de objetos perfuro cortantes descartados. Objetos perfuro
cortantes não descartáveis devem ser colocados em um recipiente cuja parede
seja bem resistente para o transporte até a área para descontaminação, de
preferência através de uma autoclave.

c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão,


devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá
de lixo ou pinças. Os recipientes que contêm agulhas, equipamentos cortantes e
vidros quebrados contaminados devem passar por um processo de
descontaminação antes de serem desprezados.
8. Os equipamentos laboratoriais com defeitos devem ser descontaminados antes de
serem enviados para conserto ou removidos do local.
9. Respingos e acidentes resultantes de uma exposição ao material infeccioso devem
ser imediatamente notificados ao chefe do laboratório. A avaliação médica, a vigilância
e o tratamento devem ser providenciados e registros do acidente e das providências
adotadas devem ser mantidos por escrito.
10. É proibida a presença de animais em áreas laboratoriais.
Equipamento de Segurança (Barreira Primária)
1. Usar cabines de segurança biológica, de preferência de Classe II, ou outro
equipamento de proteção individual adequado ou dispositivos de contenção física
sempre que:
a. Sejam realizados procedimentos com elevado potencial de criação de
aerossóis ou borrifos infecciosos como centrifugação, trituração,
homogeneização, agitação vigorosa, misturas, ruptura por sonificação ou
abertura de recipientes contendo materiais infecciosos onde a pressão interna
possa ser diferente da pressão ambiental.
b. Altas concentrações ou grandes volumes de agentes infecciosos forem
utilizados. Tais materiais só podem ser centrifugados fora das cabines de
segurança se forem utilizadas centrífugas de segurança e frascos lacrados. Estes
só devem ser abertos no interior de uma cabine de segurança biológica.
2. Proteção para o rosto (máscaras de proteção, protetor facial, óculos de proteção ou
outra proteção para respingos) deve ser usada para prevenir respingos ou sprays
provenientes de materiais infecciosos ou de outros materiais perigosos, quando for
necessária a manipulação de microrganismos fora das cabines de segurança biológica.
3. Utilização de roupas apropriadas como jalecos, gorros ou uniformes de proteção,
dentro do laboratório. Antes de sair do laboratório para as áreas externas (cantina,
biblioteca, escritório administrativo), a roupa protetora deve ser retirada e deixada no
laboratório, ou encaminhada para a lavanderia da instituição. A equipe do laboratório
nunca deve levá-la para a casa.
4. Devem ser usadas luvas, quando houver um contato direto com materiais e
superfícies potencialmente infecciosas ou equipamentos contaminados. O mais
adequado é usar dois pares de luvas. Essas luvas devem ser desprezadas quando
estiverem contaminadas, o trabalho com materiais infecciosos for concluído ou quando
a integridade da luva estiver comprometida. Luvas descartáveis não podem ser lavadas,
reutilizadas ou usadas para tocar superfícies "limpas" (teclado, telefones, etc.), e não
devem ser usadas fora do laboratório. As mãos deverão ser lavadas após a remoção das
luvas. Luvas descartáveis não devem ser reutilizadas.
Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)
1. É exigido um sistema de portas com trancas.
2. Considere a construção de novos laboratórios longe de área públicas.
3. O laboratório deve possuir uma pia para a lavagem das mãos, próximo à saída do
mesmo. É recomendado a utilização de torneiras com acionamento automático (células
fotoelétricas) ou que sejam acionadas com o pé.
4. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza e
descontaminação. Carpetes e tapetes não são apropriados para laboratório.
5. As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, impermeáveis a líquidos e resistentes a
produtos químicos e a desinfetantes que são usados no laboratório. Os pisos não devem
ser escorregadios. As superfícies horizontais devem ser evitadas, na medida do possível,
para evitar o acúmulo de poeira.
6. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos
solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da
superfície de trabalho e do equipamento.
7. Os móveis do laboratório devem suportar cargas e usos previstos com espaçamento
suficiente entre as bancadas, cabines e equipamentos para permitir acesso fácil para
limpeza. As cadeiras e outros móveis utilizados no trabalho laboratorial devem ser
cobertos com um material que não seja tecido e que possa ser facilmente
descontaminado.
8. Cabines de segurança biológica devem ser instaladas, de forma que a variação da
entrada e saída de ar da sala, não provoque alteração nos padrões de contenção de seu
funcionamento. As cabines de segurança biológica devem estar localizadas longe de
portas, janelas que possam ser abertas e fora de áreas laboratoriais com fluxo intenso
de pessoas, de forma que sejam mantidos os parâmetros de fluxo de ar nestas cabines
de segurança biológica.
9. Um lava olhos deve estar disponível.
10. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e luzes
fortes e ofuscantes que possam impedir a visão.
11. Providenciar sistema mecânico de ventilação que proporcione um fluxo interno de
ar sem que haja uma recirculação para os espaços fora do laboratório.
12. Deve ser reservado um local, fora da área do laboratório, destinado ao
armazenamento de substâncias químicas.
13. Deve haver um sistema de segurança para combate à incêndios e saídas de
emergência.
14. A água utilizada deve ser de boa qualidade e nunca deve faltar. O sistema de água
pública precisa ser protegido por um dispositivo anti-refluxo.
15. O fornecimento de eletricidade precisa ser adequado. Sistema de gerador, afim de
manter os equipamentos indispensáveis (cabines de segurança biológica, freezers, etc).
16. É necessário haver uma autoclave no próprio local ou próximo ao mesmo (dentro
do prédio).
17. Para que sejam atendidas as exigências à performance e ao controle da poluição, os
seguintes aspectos relativos ao descarte do resíduo sólido merecem atenção especial:
a) As autoclaves para tratamento do lixo sólido exigem desenho, tamanho e utilidades
especiais; b) pode haver necessidade de desinfecção da água do esgoto.

Nível de Biossegurança 3
O nível de Biossegurança 3 possui semelhanças ao nível de Biossegurança 2 e ao nível
de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, por
isso recomendamos a leitura dos dois níveis anteriores. O laboratório de nível de
Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico
da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo
risco para a comunidade. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e
pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças
sérias ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação. A equipe
profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos,
potencialmente letais, devendo ser supervisionados por profissional altamente
capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes. Esse nível de contenção
exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além
da existência obrigatória de dispositivos de segurança e do uso, igualmente obrigatório,
de cabine de segurança biológica. Os trabalhadores devem usar roupas de proteção
específicas para esta área e equipamentos de proteção individual.
Práticas Especiais
1. Não é permitido o trabalho ou a presença de mulheres grávidas, de pessoas
portadoras de ferimentos ou queimaduras, imunodeficientes ou imunodeprimidas.
2. O chefe do laboratório deve estabelecer normas e procedimentos pelos quais só
serão admitidas no laboratório que já tiverem recebido informações sobre o potencial
de risco, que atendam todos os requisitos para a entrada no mesmo (por exemplo,
imunização) e que obedeçam a todas as regras para entrada e saída no laboratório.
3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado ou examinado quanto
aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por exemplo,
vacina para hepatite B ou teste cutâneo para tuberculose) e exames periódicos são
recomendados.
4. Amostras sorológicas de toda a equipe e das pessoas expostas ao risco devem ser
coletadas e armazenadas adequadamente para futura referência. Amostras sorológicas
adicionais poderão ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes
manipulados ou do funcionamento do laboratório.
5. O chefe do laboratório deve assegurar que antes que o trabalho com os
microrganismos classificados com da classe de risco 3 se inicie, toda a equipe do
laboratório demonstre estar apto para as práticas e técnicas padrões de segurança e
demonstre habilidade também nas práticas e operações específicas do laboratório.
6. Deve-se tomar uma extrema precaução, quando objetos cortantes, incluindo seringas
e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturis forem manipulados.
a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos perfuro cortantes devem
ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa.
Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro sempre que
possível.
b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em uma
unidade descartável (por exemplo, quando a agulha é parte integrante da seringa) usada
para injeção ou aspiração de materiais infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não
devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas
antes de serem desprezadas. Elas devem ser cuidadosamente colocadas em um
recipiente de paredes rígidas, resistente a perfurações, localizado próximo à área de
trabalho, utilizado para recolhimento de objetos perfuro cortantes desprezados. Estes
recipientes devem ser esterilizados antes de serem removidos da área de biocontenção
para o descarte e disposição final.
c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão, devem ser
removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá de lixo ou pinças.
7. Todas as manipulações abertas que envolvam materiais infecciosos devem ser
conduzidas no interior de cabines de segurança biológica ou de outros dispositivos de
contenção física dentro de um módulo de contenção. Nenhum trabalho onde tenhamos
que abrir a pele para alcançarmos os vasos deverá ser conduzido em bancadas abertas.
A limpeza deverá ser facilitada através do uso de toalhas absorventes com uma face de
plástico voltada para baixo, recobrindo as superfícies de trabalho não perfuradas das
cabines de segurança biológica.
8. O equipamento laboratorial e as superfícies de trabalho devem ser descontaminadas
rotineiramente com um desinfetante eficaz após a conclusão do trabalho com materiais
infecciosos, especialmente no caso de derramamento, vazamentos ou outras
contaminações por materiais infecciosos.
a. Vazamentos de materiais infecciosos devem ser descontaminados, contidos e limpos
pela equipe do laboratório equipadas para trabalharem com material infeccioso
concentrado. Os procedimentos operacionais padrões a respeito deste tipo de incidente
devem ser desenvolvidos.
b. Respingos e acidentes resultantes de uma exposição ao material infeccioso devem
ser imediatamente notificados ao chefe do laboratório. A avaliação médica, a vigilância
e o tratamento devem ser providenciados e registros do acidente e das providências
adotadas devem ser mantidos por escrito.
c. Os equipamentos laboratoriais com defeitos devem ser descontaminados antes de
serem enviados para conserto ou removidos do local.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
1. Roupas de proteção como macacões, uniformes que possuam menor solução de
descontinuidade, não se admitindo roupas abotoadas na frente, devem ser usadas pela
equipe quando estiver dentro do laboratório. A roupa de proteção não deve ser usada
fora do laboratório. Antes de ser lavada ou descartada esta roupa deve ser esterilizada
e deve sempre ser trocada quando contaminada.
2. É obrigatório o uso de luvas quando estiver manuseando materiais infecciosos.
Avaliar a utilização de dois pares de luva. Recomenda-se a mudança frequente das luvas
acompanhada de lavagem das mãos.
3. Todas as manipulações de materiais infecciosos devem ser conduzidas em uma
cabine de segurança biológica de Classe II ou de Classe III.
4. Quando um procedimento ou processo não puder ser conduzido dentro de uma
cabine de segurança biológica devem ser utilizadas combinações apropriadas de
equipamentos de proteção individual (por exemplo, respiradores, protetores faciais)
com dispositivos de contenção física (por exemplo, centrífugas de segurança e frascos
selados).
Instalações do Laboratório (Barreiras Secundárias)
1. O laboratório deverá estar separado das áreas de trânsito irrestrito do prédio com
acesso restrito. Uma maneira de separá-lo consiste em localizá-lo na extremidade cega
do corredor ou em levantar uma divisão e, a via de acesso feita através de uma antessala
(air-lock) depois do laboratório de nível de Biossegurança 2.
2. Acesso é feito através de vestíbulo pressurizado, com sistema de dupla porta e
intertravamento automático como requisito básico para entrada no laboratório a partir
de corredores de acesso ou outras áreas contíguas.
3. A área de escritório deve ser localizada fora da área de biocontenção.
4. Existência de um lavatório para as mãos, lava-olhos e chuveiro de emergência, no
vestíbulo de acesso ao laboratório, com dispositivo de acionamento com os pés ou
automatizado.
5. As superfícies das paredes internas, pisos e tetos das áreas, onde os agentes da classe
de risco 3 são manipulados, devem ser construídas e mantidas de forma que facilitem a
limpeza e a descontaminação. Toda a superfície deve ser selada e sem reentrâncias. As
paredes, tetos e pisos devem ser lisas, impermeáveis e resistentes a substâncias
químicas e desinfetantes normalmente usados no laboratório. Os pisos devem ser
monolíticos e antiderrapante. Orifícios ou aberturas nas superfícies de pisos, paredes e
teto devem ser selados. Dutos e espaços entre portas e esquadrias devem permitir o
selamento para facilitar a descontaminação.
6. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos
solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados para
descontaminação de superfícies e equipamentos.
7. Os móveis do laboratório devem suportar cargas e usos previstos com espaçamento
suficiente entre as bancadas, cabines e equipamentos para permitir acesso fácil para a
limpeza. As cadeiras e outros móveis utilizados em um laboratório devem ser cobertos
por um material que não seja tecido e possa ser facilmente descontaminado.
8. Todas as janelas do devem possuir caixilhos metálicos, ser fixas e hermeticamente
vedadas.
9. Deve estar disponível, na área de bio-contenção, uma autoclave para
descontaminação de todo o material utilizado nesta área. Deve-se considerar os meios
de descontaminação de equipamentos.
10. Cabines de segurança biológica devem ser instaladas, de forma que a variação da
entrada e saída de ar da sala, não provoque alteração nos padrões de contenção de seu
funcionamento. As cabines de segurança biológica devem estar localizadas longe de
portas, janelas que possam ser abertas e fora de áreas laboratoriais com fluxo intenso
de pessoas, de forma que sejam mantidos os parâmetros de fluxo de ar nestas cabines
de segurança biológica.
11. O laboratório deve ter um sistema de ar independente, com ventilação unidirecional
onde o fluxo de ar penetra no laboratório através da área de entrada. O ar de exaustão
não deve recircular em outras áreas do prédio. Equilíbrio do sistema de
ventilação/exaustão prevenindo pressurização e assegurando pressão negativa. O ar
exaurido da área de biocontenção deve ser descarregado, verticalmente, para fora do
prédio, em áreas livres de construções e de entradas de ar. Deve ser filtrado através de
filtro HEPA (High Efficiency Particulated Air).
12. Alarmes para falhas nos sistemas de insuflação, exaustão, pressurização,
intercomunicação, temperatura, umidade, incêndios dentre outros. Providenciar
monitor visual com um painel de controle.
13. O ar exaurido de uma cabine de segurança biológica Classe II, filtrado por filtro
absoluto tipo HEPA poderá recircular no interior do laboratório se a cabine for testada
e certificada anualmente. O ar exaurido das cabines de segurança biológica deve ser
retirado diretamente para fora do ambiente de trabalho através do sistema de exaustão
do edifício.
14. As linhas de vácuo devem ser protegidas por sifões contendo desinfetantes líquidos
e filtros HEPA, ou o equivalente. Os filtros devem ser substituídos quando necessário.
Uma alternativa é usar uma bomba a vácuo portátil (também adequadamente protegida
com sifões e filtros).
15. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e brilhos
que possam ofuscar a visão.
16. O projeto da instalação e os procedimentos operacionais do nível de Biossegurança
3 devem ser documentados. Os parâmetros operacionais e das instalações devem ser
verificados quanto ao funcionamento ideal antes que o estabelecimento inicie suas
atividades. As instalações devem ser verificadas pelo menos uma vez ao ano.
17. Deve haver um sistema de segurança para combate à incêndios e saídas de
emergência.
18. A água utilizada deve ser de boa qualidade e nunca deve faltar. O sistema de água
pública precisa ser protegido por um dispositivo anti-refluxo.
19. O fornecimento de eletricidade precisa ser adequado. Sistema de gerador, afim de
manter os equipamentos indispensáveis (cabines de segurança biológica, freezers, etc).
20. Proteções adicionais ao meio ambiente (por exemplo, chuveiros para a equipe,
filtros absolutos tipo HEPA para filtração do ar insuflado, contenção de outras linhas de
serviços e a descontaminação dos efluentes líquidos) deve ser considerada em
conformidade com a avaliação de risco, com as recomendações para manipulação de
determinado agente patogênico, atividade desenvolvida, condições do local ou outras
normas locais, estaduais ou federais aplicáveis.

Nível de Biossegurança 4
O nível de Biossegurança 4 possui semelhanças quanto aos procedimentos e práticas
estabelecidas ao nível de Biossegurança 3, nível de Biossegurança 2 e ao nível de
Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, por isso
recomendamos a leitura dos três níveis anteriores, sendo que só deve operar com
técnicos especializados e treinados em procedimentos de Biossegurança.
Recomenda-se que os laboratórios de nível de Biossegurança 4, ou de contenção
máxima, só funcionem sob o controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada
a grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório deverá ter um treinamento
específico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos
extremamente perigosos e deverá ser capaz de entender as funções da contenção
primária e secundária, das práticas padrões específicas, do equipamento de contenção
e das características do planejamento do laboratório. É necessário a elaboração de um
manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente através de
exercícios de treinamento.
O nível de Biossegurança 4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e
perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que
podem ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por
aerossóis, classificados como microrganismos da classe de risco 4. Os trabalhadores
devem ser supervisionados por profissionais altamente competentes, treinados e com
vasta experiência no manuseio dos agentes manuseados, além dos procedimentos de
segurança específicos. O acesso ao laboratório deve ser rigorosamente controlado por
sistemas automatizados. A instalação laboratorial deve estar localizada em uma
edificação separada ou em uma área controlada dentro do edifício, que seja totalmente
isolada de todas as outras. Um manual de operações específico para as instalações deve
ser preparado ou adotado. O trabalho deve ser executado exclusivamente dentro de
cabines de segurança biológica Classe III ou dentro de cabines de segurança biológica da
Classe II associadas ao uso de roupas de proteção com pressão positiva, ventiladas por
sistema de suporte de vida. O laboratório do nível de Biossegurança 4 deve possuir
características específicas quanto ao projeto e a engenharia para prevenção da
disseminação de microrganismos no meio ambiente.

Práticas Especiais
1. Somente as pessoas envolvidas na programação e no suporte ao programa a ser
desenvolvido e cujas presenças forem solicitadas no local ou nas salas do laboratório
devem ter permissão para entrada no local. O chefe do laboratório deverá ter a
responsabilidade final no controle do acesso. Antes de entrar no laboratório, as pessoas
devem ser avisadas sobre o risco potencial e devem ser instruídas sobre as medidas
apropriadas de segurança. As pessoas autorizadas devem cumprir com rigor as
instruções dadas e todos os outros procedimentos aplicáveis para a entrada e saída do
laboratório. Deve haver registro de entrada e de saída de pessoal.
2. O chefe do laboratório deve ser o responsável por assegurar que, antes de iniciar o
trabalho com microrganismos pertencentes à classe de risco 4, toda a equipe demonstre
uma alta competência em relação às práticas e técnicas de segurança e em práticas e
operações especiais específicas para a execução das atividades do laboratório. Isto
poderá incluir uma experiência anterior no manuseio de patógenos humanos ou
culturas de células, ou um treinamento específico fornecido pela chefia do laboratório
ou por outro perito com experiência nestas técnicas e práticas microbiológicas
singulares.
3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado e examinado
periodicamente.
4. Amostras sorológicas de toda a equipe do laboratório e de outras pessoas expostas
a um elevado risco deverão ser coletadas e armazenadas. Amostras sorológicas
adicionais devem ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes manipulados
ou do funcionamento do laboratório. Ao estabelecer um programa de vigilância
sorológica deve-se considerar a disponibilidade dos métodos para a avaliação do
anticorpo do(s) agente(s) em questão. O programa para o teste das amostras sorológicas
deve ter um intervalo a cada coleta e o responsável pelo projeto deve comunicar os
resultados aos participantes.
5. Um manual sobre Biossegurança deve ser preparado e adotado. A equipe deve ser
avisada quanto aos perigos e riscos especiais e deve ler e seguir as instruções sobre as
práticas e procedimentos.
6. A equipe do laboratório e a equipe de apoio devem receber treinamento adequado
sobre os perigos e riscos associados ao trabalho, as precauções necessárias para a
prevenção de exposições e os procedimentos de avaliação da exposição. A equipe
também deve participar de cursos de atualização anual ou treinamento adicional
quando necessário em caso de mudanças nos procedimentos.
7. A entrada e saída de pessoal do laboratório devem ocorrer somente após uso do
chuveiro e troca de roupas. Os funcionários devem usar o chuveiro de descontaminação
a cada saída do laboratório.
8. Todos os materiais de entrada devem ser descontaminadas em autoclave de dupla
porta, câmara de fumigação ou sistema de antecâmara pressurizada antes de serem
utilizados.
9. Deve-se sempre tomar extrema precaução com qualquer objeto perfurocortante
contaminado, como seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturi.
a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos cortantes são
restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa
para inoculação parenteral, flebotomia ou aspiração de fluídos de animais de
laboratório e de garrafas com diafragma. Recipientes plásticos devem ser
substituídos por recipientes de vidro sempre que possível.
b. Devem ser usadas somente seringas com agulhas fixas ou agulha e seringa em
uma unidade única e descartável (por exemplo, quando a agulha é parte
integrante da seringa) usada para injeção ou aspiração de materiais infecciosos.
As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas,
reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem
desprezadas. Ao contrário, elas devem ser cuidadosamente acondicionadas em
um recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado
para recolhimento de objetos cortantes desprezados. Objetos cortantes não
descartáveis devem ser acondicionados em um recipiente cuja parede deverá ser
bem resistente para o transporte até uma área para descontaminação, de
preferência através de uma autoclave.
c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão,
devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá
de lixo, pinças ou fórceps. Os recipientes que contêm agulhas, equipamentos
cortantes e vidros quebrados contaminados devem passar por esterilização
antes de serem incinerados.
10. Nenhum material, com exceção do material biológico que deve permanecer intacto
ou viável pode ser removido de um laboratório de nível de Biossegurança 4, sem antes
ter sido autoclavado. Equipamentos ou materiais que não resistam a temperaturas
elevadas ou ao vapor devem ser descontaminados utilizando-se outras metodologias de
descontaminação comprovadas e validadas.
11. Um sistema de notificação de acidentes e exposições laboratoriais, absenteísmo de
empregados e doenças associadas ao laboratório deve ser organizado, bem como um
sistema de vigilância médica. Relatos por escrito deverão ser preparados e mantidos.
Deve-se ainda, prever uma unidade de quarentena, isolamento e cuidados médicos para
o pessoal contaminado por doenças conhecidas ou potencialmente associado a
laboratório.
12. Todos os materiais não relacionados ao experimento que estiver sendo realizado no
momento não devem ser permitidos no laboratório.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
Todos os procedimentos dentro do laboratório devem ser conduzidos em cabines de
segurança biológica Classe III ou cabines de Classe II usadas em associação com roupas
de proteção pessoal com pressão positiva e ventiladas por sistema de suporte de vida.

Instalação do Laboratório (Barreiras Secundárias)


Existem dois modelos de laboratório de nível de Biossegurança 4:
(A) Laboratório onde todas as manipulações do agente são realizadas em uma
cabine de segurança biológica Classe III
(B) Laboratório onde a equipe usa uma roupa de proteção depressão positiva.
Os laboratórios de nível de Biossegurança 4 podem se basear em um dos modelos ou
em uma combinação dos dois modelos na construção de um só laboratório. Se a
combinação for utilizada, cada tipo deve atender todos os requisitos identificados para
o mesmo.
(A) Laboratório com uso de cabine de segurança biológica Classe III
1. O laboratório de nível de Biossegurança 4 deve estar separado do prédio ou em uma
área claramente demarcada e isolada dentro de um prédio.
2. A entrada e a saída de técnicos deve ser feita através de sanitários/vestiários de
barreira, com diferencial de pressão e sistema de bloqueio de dupla porta, providos de
dispositivos de fechamento automático e de intertravamento. O controle de acesso
deve ser feito através de sistema de leitor de íris, leitor de digital, cartão magnético ou
outro sistema automático.
3. Devem estar previstas câmaras de entradas e saídas de pessoal, para troca de roupas,
separadas por chuveiro. Deve ser um sistema de autoclave de duas portas, um tanque
de imersão contendo desinfetante, uma câmara de fumigação ou uma ante-sala
ventilada para descontaminação na barreira de contenção para o fluxo de materiais,
estoques ou equipamentos que não passam no interior dos pelos vestiários para
chegarem até a sala.
4. Inspeções diárias de todos os parâmetros de contenção (por exemplo, fluxo de ar
direcionado) e sistemas de suporte de vida devem estar concluídos antes que o trabalho
se inicie dentro do laboratório para assegurar que este esteja funcionando de acordo
com os parâmetros de operação.
5. As paredes, tetos e pisos do laboratório devem ser construídos com sistema de
vedação interna, para permitir maior eficiência da fumigação e evitar o acesso de
animais e insetos. As superfícies internas do laboratório devem ser resistentes a líquidos
e produtos químicos para facilitar a limpeza e a descontaminação da área.
6. As bancadas devem possuir superfícies seladas e sem reentrâncias que deverão ser
impermeáveis à água e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos,
álcalis e solventes químicos utilizados na descontaminação das superfícies de trabalho
e dos equipamentos.
7. Os móveis do laboratório devem ter uma construção simples e deverão suportar
cargas e usos previstos. O espaçamento entre as bancadas, as cabines e armários e o
equipamento deve ser suficiente para facilitar a limpeza e a descontaminação. As
cadeiras e outros móveis usados em um laboratório devem ser cobertos por um material
que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado.
8. Pias com acionamento automático ou que sejam acionadas sem uso das mãos,
deverão ser construídas próximas à porta da sala da cabine e perto dos vestiários
internos e externos.
9. Se existir um sistema central de vácuo, este não deve servir as áreas fora da sala das
cabines. Filtros HEPA em série devem ser colocados da forma mais prática possível em
cada ponto onde será utilizado ou próximo da válvula de serviço. Os filtros devem ser
instalados de forma a permitir a descontaminação e a substituição local dos mesmos.
Outras linhas utilitárias, como a de gás e líquidos, que convergem para a sala das cabines
devem ser protegidas por dispositivos que evitem o retorno do fluxo.
10. Todas as janelas devem ser seladas.
11. A cabine de segurança biológica Classe III deve possuir autoclave de porta dupla
para a descontaminação de todos os materiais utilizados. As portas da autoclave que
abre para fora da barreira de contenção deve ser selada às paredes. Estas portas devem
ser controladas automaticamente de forma que a porta externa da autoclave somente
possa ser aberta depois que o ciclo de "esterilização" da autoclave tenha sido concluído.
12. Os efluentes líquidos, incluindo a água dos vasos sanitários, dos chuveiros de
desinfecção química, das pias e de outras fontes devem ser descontaminados através
de um método de descontaminação comprovado, de preferência através de um
tratamento por calor - antes de serem jogados no esgoto sanitário. O processo usado
para a descontaminação de dejetos líquidos deve ser validado fisicamente e
biologicamente.
13. Todos os laboratórios devem possuir um sistema de ventilação sem uma
recirculação. Os sistemas de insuflação e de exaustão devem estar equilibrados para
assegurar um fluxo de ar direcionado da área de menos risco para área(s) de maior risco
potencial. O sistema de ar no laboratório deverá prever uma pressão diferencial e fluxo
unidirecionado de modo a assegurar diferencial de pressão que não permita a saída do
agente de risco. O fluxo de ar direcionado/pressão diferencial deve ser monitorado e
deve conter um alarme que acuse qualquer irregularidade no sistema. Um dispositivo
visual que monitorize a pressão de maneira apropriada, que indique e confirme o
diferencial da pressão da sala das cabines deve ser providenciado. O fluxo de ar de
entrada e saída também deve ser monitorado, e um sistema de controle HEPA deve
existir para evitar uma contínua pressurização positiva do laboratório. A cabine de
Classe III deve ser diretamente conectada ao sistema de exaustores. Se a cabine de
Classe III estiver conectada ao sistema de abastecimento, isto deverá ser feito de forma
que previna uma pressurização positiva da cabine.
14. O ar de exaustão dos laboratórios e das cabines deve passar por um sistema de
dupla filtragem com filtros absolutos tipo HEPA em série. Este ar deve ser liberado longe
dos espaços ocupados e das entradas de ar. Os filtros devem estar localizados de
maneira mais próxima possível da fonte a fim de minimizar a quantidade de canos
potencialmente contaminados. Todos os filtros HEPA devem ser testados e certificados
anualmente. A instalação dos filtros HEPA deve ser projetada de tal forma que permita
uma descontaminação in situ do filtro antes deste ser removido, ou antes, da remoção
do filtro em um recipiente selado e de contenção de gás para subseqüente
descontaminação e destruição através da incineração. O projeto do abrigo do filtro
HEPA deve facilitar a validação da instalação do filtro. O uso de filtros HEPA pré-
certificado pode ser vantajoso. A vida média de filtros HEPA de exaustão pode ser
prolongada através de uma pré-filtração adequada do ar insuflado.
15. O projeto e procedimentos operacionais de um laboratório de nível de
Biossegurança 4 devem ser documentados. O local deve ser testado em função do
projeto e dos parâmetros operacionais para ser verificado se realmente atendem a
todos os critérios antes que comecem a funcionar. Os locais devem ser checados
novamente pelo menos uma vez ao ano e os procedimentos neles existentes devem ser
modificados de acordo com a experiência operacional.
16. Sistemas de comunicações apropriados devem ser instalados entre o laboratório e
o exterior (por exemplo, fax, computador, interfone).
(B) Laboratório com utilização de roupa de proteção específica com pressão positiva
1. A instalação deste laboratório deve ser em um edifício separado ou de uma área
claramente demarcada e isolada dentro do edifício. As salas devem ser construídas de
forma que assegurem a passagem através dos vestiários e da área de descontaminação
antes da entrada na(s) sala(s) onde há a manipulação dos agentes de risco biológico da
classe de risco 4.
2. Vestiários interno e externo, separados por um chuveiro devem ser construídos para
a entrada e saída da equipe. Uma área para que a equipe vista as roupas protetoras
devem ser construídas para proporcionar uma proteção pessoal equivalente àquela
proporcionada pelas cabines de segurança biológica Classe III. As pessoas que entram
nesta área devem vestir uma roupa de peça única de pressão positiva e que seja
ventilada por um sistema de suporte de vida protegido pelo sistema de filtros HEPA. O
sistema de suporte de vida inclui compressores de respiração de ar, alarmes e tanques
de ar de reforço de emergência. A entrada nesta área deve ser feita através de uma
câmara de compressão adaptada com portas herméticas.
3. Um chuveiro químico para descontaminação da superfície da roupa antes que o
trabalhador saia da área deve ser instalado.
4. Um gerador de luz, automaticamente acionado em casos de emergência, deve ser
instalado para evitar que os sistemas de suporte de vida, os alarmes, a iluminação, os
controles de entrada e saída e as cabines de segurança parem de funcionar.
5. A iluminação e os sistemas de comunicação de emergência devem ser instalados.
6. Todas as aberturas e fendas dentro da concha interna da sala da roupa de proteção,
do chuveiro químico e das fechaduras devem ser seladas.
7. Uma inspeção diária de todos os parâmetros de contenção (por exemplo, o fluxo de
ar direcionado, chuveiros químicos) e dos sistemas de suporte de vida devem estar
concluídos antes que o trabalho no laboratório se inicie para garantir que o laboratório
esteja operando de acordo com os parâmetros operacionais.
8. Uma autoclave de portas duplas deve ser instalada na barreira de contenção para
descontaminação dos dejetos a serem removidos da área do laboratório escafandro. A
porta da autoclave, que se abre para a área externa da sala escafandro, deve ser
automaticamente controlada de forma que a porta exterior só possa ser aberta depois
que o ciclo de "esterilização" esteja concluído.
9. As paredes, pisos e tetos do laboratório devem ser construídos de maneira que
formem uma concha interna selada, que facilite a fumigação e que evite a entrada de
animais e insetos. As superfícies internas devem ser impermeáveis e resistentes as
soluções químicas, facilitando a limpeza e a descontaminação da área. Todas as
aberturas e fendas nestas estruturas e superfícies devem ser seladas. Qualquer sistema
de drenagem do piso deve conter sifões cheios de desinfetante químico de eficácia
comprovada contra o agente alvo e devem estar conectados diretamente ao sistema de
descontaminação de resíduos líquidos. O esgoto e outras linhas de serviço devem
possuir filtros HEPA.
10. Acessórios internos como dutos de ventilação, sistemas de suprimento de luz e água
devem ser instalados de maneira que minimizem a área da superfície horizontal.
11. As bancadas devem possuir superfícies seladas e sem emendas que deverão ser
impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis
e solventes químicos utilizados na descontaminação das superfícies de trabalho e nos
equipamentos.
12. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos
solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados para
descontaminação de superfícies e equipamentos. Recomenda-se o uso de materiais não
porosos.
13. Os móveis do laboratório devem ter uma construção simples e devem suportar
cargas e usos previstos. As cadeiras e outros móveis do laboratório devem ser cobertos
por um material que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado.
14. Pias com funcionamento automático ou que sejam acionadas sem o uso das mãos,
devem ser construídas próximas à área em conjunto com a roupa de proteção.
15. Todos os serviços de gás e líquidos devem ser protegidos por dispositivos que evitem
o retorno do fluxo.
16. Todas as janelas devem ser seladas.
17. Efluentes líquidos provenientes das pias, dos canos de esgoto do piso (se utilizado),
das câmaras da autoclave e de outras fontes dentro da barreira de contenção devem ser
descontaminados através de um método de descontaminação comprovado, de
preferência através de um tratamento com calor - antes de serem jogados no esgoto
sanitário. Os efluentes vindo de chuveiros e vasos sanitários limpos devem ser jogados
no esgoto sem antes passar por um tratamento. O processo usado para a
descontaminação de dejetos líquidos deverá ser validado fisicamente e biologicamente.
18. Todos os laboratórios devem possuir um sistema de ventilação sem recirculação. Os
componentes de insuflação e exaustão de ar do sistema devem estar equilibrados para
assegurar um fluxo de ar direcionado da área de menos risco para área(s) de maior
perigo. O fluxo de ar direcionado/pressão diferencial entre as áreas adjacentes deve ser
monitorado e deve conter um alarme para indicar qualquer irregularidade no sistema.
Um dispositivo visual que monitore a pressão de maneira apropriada, que indique e
confirme o diferencial da pressão da sala das cabines deve ser providenciado e deve ser
colocado na entrada do vestiário. O fluxo de ar nos componentes de abastecimento e
escape também deve ser monitorado, e um sistema de controle HVAC deve ser instalado
para evitar uma pressurização positiva do laboratório.
19. O ar de exaustão deve passar por dois filtros absolutos tipo HEPA em série antes de
ser jogado para fora. O ar deve ser lançado distante dos espaços ocupados e das
entradas de ar. Os filtros HEPA devem estar localizados de maneira mais próxima
possível da fonte a fim de minimizar a extensão dos canos potencialmente
contaminados. Todos os filtros HEPA devem ser testados e certificados anualmente. O
local da instalação dos filtros HEPA deve ser projetado de maneira que permita uma
descontaminação in situ do filtro antes deste ser removido. Este local deve facilitar a
validação da instalação do filtro. O uso de filtros HEPA pré-certificados pode ser
vantajoso. A vida média de filtros HEPA exaustores pode ser prolongada através de uma
pré-filtração adequada do ar fornecido.
20. O posicionamento dos pontos de entrada e saída de ar deve ser de tal forma que os
espaços de ar estáticos dentro do laboratório sejam minimizados.
21. O projeto e procedimentos operacionais de um laboratório de nível de
Biossegurança 4 devem ser documentados. O local deve ser testado em função do
projeto e dos parâmetros operacionais para que se verifique se realmente atendem a
todas as necessidades antes que comecem a funcionar. Os locais devem ser checados
novamente uma vez ao ano e os procedimentos neles existentes devem ser modificados
de acordo com a experiência operacional.
22. Sistemas de comunicações apropriados devem ser instalados entre o laboratório e
o exterior (por exemplo, fax, computador, interfone).
4. Diferencie barreira primaria da barreira Secundaria.
São considerados como barreiras primárias as cabines de segurança biológica (CSB) ou
outros equipamentos projetados para remover ou minimizar exposições aos materiais
biológicos perigosos. A CSB é o dispositivo principal utilizado para proporcionar a
contenção de borrifos ou aerossóis infecciosos provocados por inúmeros
procedimentos microbiológicos. Entende-se como barreiras secundárias algumas
soluções físicas presentes nos ambientes, devidamente previstas nos projetos de
arquitetura e de instalações prediais, e construídas de forma a contribuírem para a
proteção da equipe do estabelecimento de saúde, proporcionando uma barreira de
proteção para as pessoas que se encontram fora do laboratório contra agentes
infecciosos que podem ser liberados acidentalmente para o ambiente externo. As
barreiras secundárias recomendadas dependerão do risco de transmissão dos agentes
específicos. Quando o risco de contaminação através da exposição aos aerossóis
infecciosos estiver presente, níveis mais elevados de contenção primária e barreiras de
proteção secundárias poderão ser necessários para evitar que agentes infecciosos
escapem para o meio ambiente.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)

1. Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de segurança biológica, não


são geralmente exigidas para manipulações de agentes de classe de risco 1.

2. Uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitarem a contaminação ou sujeira de


suas roupas normais.

3. Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das mãos.

4. Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam borrifos
ou salpicos.

Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)

1. Possuir porta para controle do acesso.

2. Instalação de uma pia para lavagem das mãos, próxima à saída do laboratório.

3. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e tapetes não
são apropriados para laboratórios.

4. As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, impermeáveis a líquidos e resistentes a


produtos químicos e a desinfetantes que são usados no laboratório. Os pisos não devem ser
escorregadios. As superfícies horizontais devem ser evitadas, na medida do possível, para evitar
o acúmulo de poeira.

5. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos solventes
orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e
do equipamento.
6. Os móveis do laboratório devem ser capazes de suportar cargas e usos previstos. Os espaços
entre as bancadas, cabines e equipamento devem ser suficientes de modo a permitir fácil acesso
para limpeza.

7. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades. Convém evitar os reflexos
indesejáveis e a luz ofuscante.

8. Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão conter telas de
proteção contra insetos.

5. Para que serve a cabine de segurança biológica? Em que nível de biossegurança ela
deverá ser utilizada?
As cabines de segurança biológicas (CSB) são geralmente usadas como contenção
primária no trabalho com agentes de risco biológico, minimizando a exposição do
operador, do produto e do ambiente. Muitos agentes de risco biológico requerem o uso
de substâncias químicas e radioisótopos em suas análises. Dependendo do volume de
substâncias químicas e radioisótopo utilizado é exigido modificações na estrutura da CSB
ou na construção do sistema de exaustão da cabine, que pode incluir filtro de carvão,
visto que os filtros absolutos ou filtros HEPA não retêm substâncias químicas
vaporizadas ou sublimadas.
De acordo com a tabela acima, as cabines de segurança biológica para os laboratórios
deverão ser utilizadas nos Níveis de Segurança 2 e 3.

6. Descreva os níveis de biossegurança em laboratório de microbiologia bem como


suas medidas de contenção e os microrganismos manipulados em cada um deles.

O nível de Biossegurança 1 representa um nível básico de contenção que se baseia nas


práticas padrões de microbiologia, sem uma indicação de barreiras primárias ou
secundárias, com exceção de uma pia para a higienização das mãos. As práticas, o
equipamento de segurança e o projeto das instalações são apropriados para o
treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos e de
professores de técnicas laboratoriais. Este conjunto também é utilizado em outros
laboratórios onde é realizado o trabalho, com cepas definidas e caracterizadas de
microrganismos viáveis e conhecidos por não causarem doenças em homens adultos e
sadios. O Bacillus subtilis, o Naegleria gruberi, o vírus da hepatite canina infecciosa e
organismos livres sob as Diretrizes do NIH de DNA Recombinantes são exemplos de
microrganismos que preenchem todos estes requisitos descritos acima. Muitos agentes
que geralmente não estão associados a processos patológicos em homens são,
entretanto, patógenos oportunos e que podem causar uma infecção em jovens, idosos
e indivíduos imunodeprimidos.
Para o Nível de Biossegurança 2, as práticas, os equipamentos, o projeto e a construção
são aplicáveis aos laboratórios clínicos, de diagnóstico, laboratórios-escolas e outros
laboratórios onde o trabalho é realizado com um maior espectro de agente nativos de
risco moderado presentes na comunidade e que estejam associados a uma patologia
humana de gravidade variável. Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes
podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada
aberta, uma vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis é baixo. O vírus
da hepatite B, o HIV, a Salmonella spp. e Toxoplasma spp. são exemplos de
microrganismos designados para este nível de contenção. O nível de Biossegurança 2 é
adequado para qualquer trabalho que envolva sangue humano, líquidos corporais,
tecidos ou linhas de células humanas primárias onde a presença de um agente infeccioso
pode ser desconhecida. Embora os organismos rotineiramente manipulados em um
Nível de Biossegurança 2 não sejam transmitidos através de aerossóis, os
procedimentos envolvendo um alto potencial para a produção de salpicos ou aerossóis
que possam aumentar o risco de exposição destes funcionários devem ser conduzidos
com um equipamento de contenção primária ou com dispositivos como a Cabine de
Segurança Biológica (CSB) ou os copos de segurança da centrífuga. Outras barreiras
primárias, como os escudos para borrifos, proteção facial, aventais e luvas, devem ser
utilizadas. As barreiras secundárias, como pias para higienização das mãos e instalações
para descontaminação de lixo, devem existir com o objetivo de reduzir a contaminação
potencial do meio ambiente.
No Nível de Biossegurança 3, as práticas, o equipamento de segurança, o planejamento
e construção das dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnóstico,
laboratório-escola, de pesquisa ou de produções. Nesses locais realiza-se o trabalho com
agentes nativos ou exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória
e que possam causar infecções sérias e potencialmente fatais. O Mycobacterium
tuberculosis, o vírus da encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetii são exemplos de
microrganismos determinados para este nível. Os riscos primários causados aos
trabalhadores que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a
exposição aos aerossóis infecciosos. No Nível de Biossegurança 3, enfatizam-se mais as
barreiras primárias e secundárias para protegerem os funcionários de áreas contíguas,
a comunidade e o meio ambiente contra a exposição aos aerossóis potencialmente
infecciosos. Por exemplo, todas as manipulações laboratoriais deverão ser realizadas em
uma cabine de segurança biológica (CSB) ou em outro equipamento de contenção, como
uma câmara hermética de geração de aerossóis. As barreiras secundárias para este nível
incluem o acesso controlado ao laboratório e sistemas de ventilação que minimizam a
liberação de aerossóis infecciosos do laboratório.
E para o Nível de Biossegurança 4, as práticas, o equipamento de segurança, o
planejamento e construção das dependências são aplicáveis para trabalhos que
envolvam agentes exóticos perigosos que representam um alto risco por provocarem
doenças fatais em indivíduos. Estes agentes podem ser transmitidos via aerossóis, e até
o momento não há nenhuma vacina ou terapia disponível. Os agentes que possuem uma
relação antigênica próxima ou idêntica aos dos agentes do Nível de Biossegurança 4
também deverão ser manuseados neste nível. Quando possuímos dados suficientes, o
trabalho com esses agentes deve continuar neste nível ou em um nível inferior. Os vírus
como Marburg ou vírus da febre hemorrágica Criméia – Congo são manipulados no Nível
de Biossegurança 4. Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes do
Nível de Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos,
exposição da membrana mucosa e/ou da pele lesionada às gotículas infecciosas e a
auto-inoculação. Todas as manipulações de materiais de diagnóstico potencialmente
infeccioso, substâncias isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente
infectados apresentam um alto risco de exposição e infecção aos funcionários de
laboratório, à comunidade e ao meio ambiente. O completo isolamento dos
trabalhadores de laboratórios em relação aos materiais infecciosos aerossolizados é
realizado primariamente em cabines de segurança biológica Classe III ou com um
macacão individual suprido com pressão de ar positivo. A instalação do Nível de
Biossegurança 4 é geralmente construída em um prédio separado ou em uma zona
completamente isolada, com uma complexa e especializada ventilação e sistemas de
gerenciamento de lixo que evitem uma liberação de agentes viáveis no meio ambiente.
A seguir, é apresentado um quadro resumo dos níveis de biossegurança recomendados
para agentes infecciosos, segundo orientação contida na publicação do CDC – Centro de
Prevenção e Controle de Doenças do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos
EUA, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia, traduzida pelo
Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde.

7. São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos


existentes no ambiente de trabalho. Considerando os agentes físicos e químicos cite
três exemplos:
São considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como, o
infrassom e o ultrassom. São considerados agentes químicos as substâncias, compostos
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

8. Diferencie esterilização, desinfecção e limpeza.


Esterilização é o processo físico ou químico que destrói todas as formas de vida microbiana,
ou seja, bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus. Já a Desinfecçção é um
processo físico ou químico que destrói ou inativa a maioria dos microrganismos
patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos.
A Limpeza é um processo sistemático e contínuo para a manutenção do asseio ou,
quando necessário, para a retirada de sujidade de uma superfície.
9. Defina: Risco químico; risco físico; risco biológico, risco de acidentes e risco
ergonômico.
Risco Químico: É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular
produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar a saúde. Os danos
físicos relacionados à exposição química incluem, desde irritação na pele e olhos,
passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior severidade, causado por
incêndio ou explosão. Os danos à saúde pode advir de exposição de curta e/ou longa
duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem
como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas,
doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de
câncer.
Riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. Os riscos
biológicos ocorrem por meio de microrganismos que, em contato com o homem, podem
provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com
tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de
lixo), laboratórios, etc. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por
microrganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela. Para que
essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja
exposição do funcionário a estes microrganismos. São necessárias medidas preventivas
para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam
adequadas. Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a
manipulação de:
- Agentes patogênicos selvagens;
- Agentes patogênicos atenuados;
- Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
- Amostras biológicas;
- Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção);
- Animais.
Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os
manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica
são a via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com agulhas e
vidraria, na experimentação animal - arranhões e mordidas), a via respiratória
(aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.
Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou
afetam sua integridade física ou moral. São considerados como riscos geradores de
acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção;
ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais
peçonhentos; armazenamento inadequado.
Arranjo físico deficiente - É resultante de: prédios com área insuficiente; localização
imprópria de máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza; sinalização incorreta
ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.
Máquinas e equipamentos sem proteção - Máquinas obsoletas; máquinas sem proteção
em pontos de transmissão e de operação; comando de liga/desliga fora do alcance do
operador; máquinas e equipamentos com defeitos ou inadequados; EPI inadequado ou
não fornecido.
Ferramentas inadequadas ou defeituosas - Ferramentas usadas de forma incorreta; falta
de fornecimento de ferramentas adequadas; falta de manutenção.
Eletricidade - Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios desencapados;
falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.
Incêndio ou explosão - Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases;
manipulação e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobrecarga
em rede elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de combate ou
equipamentos defeituosos.
Riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do
trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São considerados riscos
ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido
de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de
trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. Os riscos
ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos
à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e estado emocional,
comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/DORT, cansaço
físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças
nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão,
ansiedade, problemas de coluna, etc. Para evitar que estes riscos comprometam as
atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de
trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico por meio
de: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho,
modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as
pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada,
etc.

10. Quais as principais práticas de biossegurança nos NB 1,2,3 e 4?


Práticas Padrões
1. Limitar o acesso ao laboratório ou restringí-lo somente às pessoas autorizadas pela
chefia do laboratório.
2. Lavar as mãos:
- antes e após a manuseio de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de
saírem do laboratório.
- antes e após o uso de luvas.
- antes e depois do contato físico com pacientes.
- depois de manusear material infectante, mesmo quando as luvas tenham sido
usadas.
- antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- depois de usar o banheiro, coçar o nariz, cobrir a boca para espirrar, pentear os
cabelos.
- mãos e antebraços devem ser lavados cuidadosamente (o uso de escovas deverá ser
feito com atenção).
- manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
3. Não comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato, aplicar
cosméticos ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho. As pessoas
que usam lentes de contato em laboratórios devem usar também óculos de proteção
ou protetores faciais. Os alimentos devem ser guardados fora das áreas de trabalho.
4. É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos mecânicos.
5. Evitar o uso de calçados que deixem os artelhos à vista.
6. Manter as unhas cortadas.
7. Não usar anéis, pulseiras, relógios e cordões longos, durante as atividades
laboratoriais.
8. Não lamber as etiquetas ou colocar objetos na boca.
9. Não utilizar a pia do laboratório como lavatório.
10. Usar roupa de proteção durante o trabalho. Essas peças de vestuário não devem
ser usadas em outros espaços que não sejam do laboratório (escritório, biblioteca,
salas de estar e refeitório).
11. Restringir ao máximo a utilização de agulhas. Instituir procedimentos operacionais
padrões para o manuseio das mesmas.
12. Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar
a criação de borrifos ou aerossóis.
13. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas ao término das atividades
e sempre depois de qualquer derramamento de material viável.
14. Todas as culturas, colônias e outros resíduos devem ser descontaminados antes de
serem descartados através de um método de descontaminação aprovado como, por
exemplo, esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser
descontaminados fora do laboratório deverão ser colocados em recipientes
inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem
transportados ao local desejado.
15. Afixar o símbolo internacional de "Risco Biológico" na entrada do laboratório.
Neste alerta deve constar o(s) agente(s) manipulado(s) e o nome e número do telefone
do pesquisador responsável.
16. Providenciar o exame médico adequado, assim como vigilância e tratamento
apropriados.
17. Presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.
18. O responsável pelo laboratório precisa assegurar a capacitação da equipe em
relação às medidas de segurança e emergência.
19. Deve haver um programa de controle de roedores e artrópodes.

11. Quais práticas são consideradas violação das técnicas antissépticas?

 Pipetagem com a boca;


 Levar algum material à boca; etiquetas ou rótulos não devem ser lambidos;
 Não manter o laboratório limpo, arrumado e livre de materiais que não são pertinentes
ao trabalho;
 Não desinfetar as superfícies das bancadas no final do trabalho ou ao fim do dia ou
sempre que ocorrer derramamento ou borrifada de material potencialmente perigoso;
 Comer comer, beber, fumar e aplicar cosméticos nas áreas de trabalho; guardar
alimentos nas dependências do laboratório;
 Fumar dentro do laboratório;
 Não utilizar os equipamentos de segurança recomendados para o local (aventais, luvas,
equipamentos respiratórios quando apropriado, máscaras, calçado fechado, touca, etc)
 Não descontaminar todos os resíduos do laboratório e do biotério deverão antes de
serem descartados através de um método de descontaminação aprovado como, por
exemplo, esterilização por calor úmido (autoclave).

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