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Governo do Estado de São Paulo


Geraldo Alckmin Governador

Secretaria de Estado do Meio Ambiente


José Goldemberg Secretário

Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico


e Educação Ambiental
Lúcia Bastos Ribeiro de Sena Coordenadora

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental


Rubens Lara Diretor Presidente

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Ficha catalográfica

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO
2. O QUE É UM ATERRO EM VALAS
3. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREAS
4. CÁLCULO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO
5. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
6. OPERAÇÃO DO ATERRO EM VALAS
7. MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ATERRO EM VALAS
8. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS
9. REFERÊNCIAS:
• LEGISLAÇÃO
• BIBLIOGRÁFICA
ANEXO: MODELO DE PROJETO EXECUTIVO DE ATERRO EM VALAS

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1.APRESENTAÇÃO

O adequado gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos municípios, sejam estes
de pequeno ou grande porte, apresenta-se como um dos principais desafios a ser
enfrentado pelos administradores públicos.

A avaliação dos dados relativos aos Índices de Qualidade de Resíduos – IQR,


elaborados conforme levantamentos realizados pela Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental – CETESB em 1997, 1998 e 1999, demonstrou que os
municípios em situação irregular, na sua grande maioria constituídos por uma
população inferior a 25.000 habitantes, geram menos que 10 toneladas de resíduos por
dia, acarretando graves consequências ambientais e de saúde pública.

Para viabilizar novos empreendimentos, ou mesmo recuperar os atuais, estes


municípios enfrentam dificuldades de ordem técnica, operacional e financeira.

Face a estas questões, o governador Mário Covas, através do Decreto nº 44.760, de


13 de março de 2.000 e do Decreto nº 45.001, de 27 de junho de 2000, fixou como
meta, mediante a liberação de recursos financeiros, atender 80% desses municípios,
nos quais os resíduos sólidos domiciliares devem receber tratamento adequado.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a CETESB estabeleceram um Plano de


Ação, no qual, considerando o porte dos municípios contemplados, a Implantação de
Aterro em Valas foi definida como a solução técnica mais adequada para a disposição
dos resíduos sólidos gerados nesse municípios.

O presente texto pretende oferecer subsídios aos prefeitos e técnicos municipais para
viabilizar a habilitação e a efetiva implantação do Programa Aterro Sanitário em Valas.

O acompanhamento da execução dos convênios celebrados permitiu à Coordenação


de Implantação constatar inúmeros procedimentos incorretos, tanto com relação aos
quesitos administrativos e financeiros quanto aos quesitos técnicos.

As incorreções mais freqüentes nos procedimentos administrativos e financeiros, em


geral constatadas nas prestações de contas, consistem em:

• não apresentação de todos os documentos comprobatórios das despesas realizadas;


• não apresentação de documentos comprobatórios da movimentação bancária da
conta vinculada ao convênio;
• não aplicação financeira dos recursos transferidos ao município;

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• não apresentação dos relatórios (Anexos) exigidos pelo Termo de Convênio;
• preenchimento incorreto dos relatórios exigidos pelo Termo de Convênio;
• falta de assinaturas dos representantes municipais designados para acompanhar a
execução do acordo, tornando sem efeito os relatórios e a prestação de contas
apresentados;
• descumprimento do Plano de Trabalho, tanto no que diz respeito à execução física
quanto aos prazos propostos para cada atividade inclusa no PT;
• utilização dos recursos com caráter indenizatório.

Tais incorreções, além de outras menos freqüentes, têm o condão de retardar a


execução do objeto do convênio, implicando procedimentos adicionais - a prorrogação
do prazo de vigência do acordo é um exemplo típico. Como agravante, há incorreções
que caracterizam infringência às cláusulas do contrato, penalizando o município.

Por seu lado, o acompanhamento técnico realizado por meio de vistorias nos aterros,
permitiu à Coordenação Técnica constatar que cerca de 40% deles apresentaram
condições operacionais inadequadas ou irregulares. As desconformidades constatadas
com maior freqüência são as seguintes:

• valas abertas em desacordo com o projeto executivo aprovado pela Cesteb;


• resíduos dispostos fora das valas, a céu-aberto;
• abertura e fechamento de valas em desacordo com os procedimentos técnicos;
• não recobrimento diário dos resíduos dispostos na valas;
• queima de resíduos a céu-aberto;
• disposição de resíduos hospitalares em aterro destinado a resíduos domiciliares;
• presença de aves e outros animais;
• presença de catadores;
• separação de resíduos recicláveis na área do aterro.

A observância das diretrizes propostas possibilitará otimizar os prazos de execução


do convênio, tanto por parte da SMA, quanto por parte dos municípios.

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2. O QUE É UM ATERRO EM VALAS

O maior problema encontrado pelos municípios de pequeno porte e de escassos


recursos financeiros para a construção de aterros sanitários é o da disponibilidade de
equipamentos para a sua operação. Os tratores de esteiras, utilizados nos aterros, têm
custo de aquisição e manutenção muito altos. Deve-se considerar, também, que o
menor trator de esteiras disponível no mercado nacional tem capacidade para operar
até 150 toneladas de resíduos por dia. Assim, para as cidades que geram quantidades
de lixo muito inferiores a esse limite, teremos longos períodos de ociosidade do
equipamento, o que, invariavelmente, resultará na utilização desse equipamento em
outras obras no município. Logo, o aterramento dos resíduos fica relegado a um plano
secundário, com a conseqüente transformação do aterro num simples depósito a céu
aberto. Esse é o grande obstáculo oferecido por todos os tipos de aterro, quando
aplicados a pequenas comunidades, exceto aqueles desenvolvidos em valas e
operados sem a utilização de equipamentos.

Esta técnica consiste no preenchimento de valas escavadas com dimensões


apropriadas, onde os resíduos são depositados sem compactação e a sua cobertura
com terra é realizada manualmente. Os equipamentos são, portanto, imprescindíveis
apenas na fase de abertura das valas.

O confinamento dos resíduos sem compactação impede o aproveitamento integral da


área a ser aterrada, fato que torna esse processo de utilização não recomendada para
a maioria das comunidades com produção de resíduos superior a 10 toneladas por dia.
Acima dessa produção, a sua utilização implica na abertura constante de valas,
tornando-o inviável técnica e economicamente.

A escavação de valas exige também condições favoráveis tanto no que se refere à


profundidade e uso do lençol freático, como na constituição do solo. Os terrenos com
lençol freático aflorante ou muito próximo da superfície são impróprios para a
construção desses aterros, uma vez que possibilitam a contaminação dos aqüíferos. Os
terrenos rochosos também não são indicados devido às dificuldades de escavação.
Outro fator limitante são os solos excessivamente arenosos, já que estes não
apresentam coesão suficiente, causando o desmoronamento das paredes das valas.
Quando as condições forem semelhantes às descritas, recomenda-se o estudo de
outras alternativas construtivas para os aterros sanitários, a despeito da eventual
inviabilidade econômica.

Nas escavações das valas pode ser utilizado praticamente qualquer um dos
equipamentos que têm capacidade de escavação. Entretanto, deve-se ter em mente
que as comunidades de pequeno porte e escassos recursos financeiros dispõem
apenas de máquinas leves, como as retroescavadeiras, devendo, portanto, essa

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operação estar condicionada aos limites de capacidade desses equipamentos (Figura
1).

Figura 1 - Abertura de valas estreitas e compridas, com acúmulo de terra apenas


em um dos lados.

Os resíduos são descarregados pelo lado livre das valas, sem o ingresso dos veículos
no seu interior, iniciando-se por uma das extremidades da mesma (Figura 2).

Figura 2 – Os resíduos são descarregados em um único ponto da vala, até que


esteja totalmente preenchido.

À medida que são depositados, os resíduos são nivelados e cobertos manualmente,


utilizando-se a terra acumulada ao lado da vala. O nivelamento e a cobertura dos
resíduos devem ser realizados diariamente, tolerando-se freqüências menores apenas
em circunstâncias especiais (Figura 3).

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Figura 3

Assim que o primeiro trecho da vala estiver totalmente preenchido, passa-se para outro,
repetindo-se as mesmas operações. O nivelamento final da vala deve ficar numa cota
superior à do terreno, prevendo-se prováveis recalques. (Figura 4).

Figura 4

Após o completo aterramento da vala, se o município dispor de equipamentos dotados


de esteiras, poderá promover uma melhor compactação dos resíduos, passando
diversas vezes sobre o local aterrado. Quando não há essa possibilidade, a abertura da
vala seguinte deve ser realizada de tal forma que a terra de escavação seja acumulada
sobre as valas já aterradas, acelerando os recalques e impondo uma certa
compactação aos resíduos.

2.1. INSTALAÇÕES DE APOIO

As instalações de apoio são estruturas auxiliares que têm por objetivo garantir o
funcionamento do aterro, dentro dos padrões estabelecidos pelas técnicas da
engenharia e do saneamento ambiental. Os aterros sanitários em valas, por serem
obras de pequenas dimensões, exigem um mínimo possível de instalações de apoio,
necessárias apenas ao correto funcionamento da obra. De forma geral, essas
instalações nos aterros em valas são compostas pelos seguintes elementos:

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2.1.1. Isolamentos

O isolamento do aterro é imprescindível para manutenção da ordem e do bom


andamento da operação. Devem ser instaladas cercas de arame ao redor de toda a
área, impedindo, assim, a entrada de catadores, animais ou outros elementos que
possam prejudicar o desenvolvimento dos serviços. Essas cercas devem ser
construídas em material resistente, como arame farpado e mourões de concreto.

Recomenda-se ainda a construção de uma faixa de isolamento, de 5 a 10 metros de


largura, composta por arbustos e árvores que impeçam a visualização constante do
aterro. Esse isolamento tem como função evitar o surgimento de reclamações por parte
de transeuntes e moradores da circunvizinhança, motivadas pela visualização
constante das frentes de operação.

Nas regiões onde são intensos os ventos, recomenda-se a instalação de uma cerca de
tela, de forma a interceptar os materiais leves que poderiam ser arrastados até os
terrenos vizinhos ao aterro. Essa cerca deve ser móvel, com a possibilidade de ser
deslocada na medida do avanço da frente de operação.

2.1.2. Portaria

Nos aterros em geral, sua função é controlar a entrada e a saída de veículos na área do
aterro, assim como dos materiais a serem aterrados, especialmente de resíduos que
poderiam prejudicar a adequada operação do aterro, colocar em risco a saúde dos
operadores, ou causar danos ao meio ambiente, como por exemplo: lodos tóxicos,
materiais graxos ou oleosos e líquidos em geral.

A entrada desses materiais não deve ser impedida sumariamente, pois eles poderiam
vir a ser descarregados clandestinamente em outros locais, causando dano ainda
maior. Uma vez identificados os produtores e transportadores, devem ser prevenidas as
autoridades competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Nos aterros em valas, esta instalação resume-se num portão de entrada com uma
guarita onde, se possível, deverá permanecer um vigia. Quando o aterro for localizado
distante de comunidades, sendo improvável a presença de catadores, é admissível que
a portaria resuma-se num portão fechado, ficando a chave de posse do motorista do
veículo coletor e do encarregado dos serviços de limpeza pública.

2.1.3. Estradas Internas

As estradas internas têm como função permitir a interligação entre os diversos pontos
da área do aterro, bem como garantir a chegada dos resíduos até as frentes de

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descarga. Essas estradas devem suportar o trânsito de veículos mesmo durante os
períodos de chuva e, por isso, devem ser mantidas nas melhores condições de
operação. Os trechos que apresentam menor capacidade de suporte ou aderência
deverão sofrer mudança de solo ou revestimento com brita ou cascalho. Sempre que
necessário, em toda a sua extensão, deverão ser construídas canaletas de drenagem
para captação de águas de escoamento superficial, revestidas com material resistente
nos trechos de maior declividade.

2.2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

A decomposição da matéria orgânica presente no aterro resulta na formação de um


líquido de cor escura, odor desagradável e elevado potencial poluidor, denominado
chorume. A percolação das águas de chuva através da massa de resíduos arrasta
consigo o chorume, bem como outros materiais em solução ou suspensão,
constituindo-se nos chamados líquidos percolados dos aterros.

Esses líquidos percolados são formados ainda pela umidade natural dos resíduos; pela
água presente em alguns materiais, liberada pela compactação ou pela própria
decomposição destes; pelos líquidos gerados no processo biológico de decomposição
de determinados tipos de resíduos; pela contribuição de nascentes, bem como pela
água de chuva precipitada sobre o aterro. As duas últimas parcelas são normalmente
muito superiores às demais, sendo que é comum a não formação desses líquidos nos
aterros implantados em locais secos, onde a taxa de evapotranspiração é maior que a
de precipitação.

Além da DBO — Demanda Bioquímica de Oxigênio, isto é, a quantidade de oxigênio


requerida por organismos aeróbios para estabilizar a matéria orgânica presente num
determinado meio, que atinge valores da ordem de 10 a 100 vezes superiores aos do
esgoto doméstico (DBO = 300 mg/l), os líquidos percolados dos aterros apresentam
ainda altos teores de cloretos, nitratos, sulfatos, zinco e outras substâncias,
dependendo da composição dos resíduos aterrados e da presença de resíduos
industriais. Também é alta a concentração de microrganismos patogênicos,
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determinada pela presença de coliformes fecais, na ordem de 10 a 10 NMP/100 ml.

Quando esses líquidos atingem os mananciais de águas subterrâneas ou superficiais,


podem alterar de modo significativo as suas características, tornando-as impróprias ao
consumo ou à sobrevivência de organismos aquáticos.

Portanto, ao se construir um aterro é primordial reduzir o volume dos líquidos


percolados, através de uma adequada drenagem de águas de chuvas e de nascentes,
visando a reduzir os custos de implantação e operação de um sistema de tratamento
desses líquidos.

Em decorrência da decomposição dos resíduos confinados nos aterros, são gerados

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ainda gases, entre eles o gás carbônico (CO2) e o metano (CH4 ), que é combustível.
Esses gases são gerados em grandes volumes, podendo acumular-se em bolsões no
interior dos aterros, sair de forma descontrolada pelos taludes e superfícies ou, mesmo,
infiltrar-se pelo solo e atingir redes de afastamento de esgotos, fossas e poços rasos
causando problemas dado o risco de explosões.

As instalações de proteção ambiental são, portanto, obras que têm por objetivo garantir
a condição de segurança e salubridade do aterro sanitário, impedindo o contato direto
dos resíduos aterrados e dos subprodutos de sua decomposição com os aqüíferos,
bem como assegurar a drenagem dos gases gerados. Didaticamente, essas estruturas
podem ser divididas nos seguintes sistemas, conforme descritos a seguir.

2.3. IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO

A impermeabilização do solo, no caso dos aterros sanitários, devido à extensão das


áreas a serem tratadas, é um processo caro e de controle difícil, devendo, sempre que
possível, ser evitada.

É aconselhável que na escolha da área sejam evitados os locais que apresentem solos
excessivamente permeáveis ou com lençol freático no seu nível máximo muito próximo
da superfície.

A camada de solo que servirá de base para o aterro deve ser a mais homogênea e
trabalhável (possível), isenta de blocos grandes e matacões, com permeabilidade em
-7
torno de K = 10 cm/s, como os depósitos de argilas, siltes e suas misturas.

A consistência ideal deve ser de média a dura (índice de consistência entre 0,5 e 1,00),
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com resistência à compressão simples situada entre 0,50 e 4,00 kgf/cm .

Quanto à granulometria, é conveniente que o solo apresente uma porcentagem de


partículas, passando pela peneira nº 200 da ASTM, superior a 30% (Análise
Granulométrica por Peneiramento e Sedimentação — MB 32/1968 — ABNT).

O limite de liquidez deve ser maior ou igual a 30% (Ensaio de Determinação do Limite
de Liquidez — MB 30/1969 — ABNT) e o índice de plasticidade deve ser maior ou igual
a 15 unidades.

O projeto de norma PN 1:603.06.006 — “Aterros de Resíduos não Perigosos —


Critérios para Projeto, Construção e Operação”, elaborado pela ABNT — Associação
Brasileira de Normas Técnicas, estabelece critérios para a construção de aterros para
resíduos classe II. Como os resíduos domiciliares, pelas suas características, também
podem ser enquadrados nesta classe, este projeto de norma poderá ser utilizado como
exigência mínima a ser seguida nos projetos de aterros sanitários.

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Esse projeto de norma estabelece que o sítio onde será implantado o aterro deverá
apresentar um manto de solo homogêneo de 3,0 (três) metros de espessura com um
-6
coeficiente de permeabilidade K = 10 cm/s. Contudo, é considerada aceitável uma
distância mínima entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático igual a 1,5
-5
(um e meio) metro, para um coeficiente de permeabilidade K = 5 x 10 cm/s. A critério
do órgão de controle da poluição ambiental, poderá ser exigida uma impermeabilização
suplementar, visando maior proteção do aqüífero freático. Estabelece ainda que, em
-4
áreas com predominância de solos com coeficiente de permeabilidade K = 10 cm/s,
não é recomendada a construção de aterros, mesmo utilizando-se impermeabilizações
complementares.

Quanto à impermeabilização do terreno, podem ser utilizadas camadas de solos


argilosos compactados e membranas sintéticas, também conhecidas como
geomembranas. Seja qual for o tipo de material adotado, este deverá, além de conferir
estanqueidade, apresentar resistência mecânica e química à eventual agressividade
dos materiais aterrados e dos líquidos e gases gerados. Esse material também deverá
apresentar uma vida útil longa, suficiente para que ocorram todos os processos naturais
de estabilização dos resíduos.

No caso do aterros em valas, a utilização de solos argilosos compactados como


material impermeabilizante, é inviável devido à técnica construtiva e às dimensões
reduzidas das valas, devendo-se, obrigatoriamente, escolher-se áreas que
naturalmente reunam condições de permeabilidade favoráveis à implantação do aterro
sem o uso de impermeabilizações.

Nos casos da impossibilidade de localização de áreas adequadas à implantação do


aterro em valas, pode ser necessária a impermeabilização do solo. A única alternativa é
o uso de materiais sintéticos, como as mantas de PEAD — Polietileno de Alta
Densidade, de 2,0 (dois) milímetros de espessura. Esse procedimento encarecerá a
obra, porém, em certas regiões constituí-se na única opção para viabilização
desse tipo de aterro.

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3. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREAS

Topografia
• As áreas devem ter características planas, com inclinação máxima em torno
de 10%. Evitar terrenos em topos de morros.

Dimensões
• Devem ser coerentes com a vida útil pretendida. Como base de cálculo
primária, estimar 1 m² por tonelada de resíduo a ser aterrada por dia.

Solo
• Deve ter composição predominantemente homogênea e argilosa. Evitar
terrenos com matacões e rochas aflorantes.

Proteção contra enchentes


• Devem ser evitadas áreas sujeitas a inundações e flutuações excessivas de
lençol freático como as várzeas de rios, pântanos e mangues.

Distância de corpos de água


• Deve ser mantida distância mínima de 200m de corpos de água.

Profundidade do lençol freático


• A cota máxima do lençol freático deve estar o mais distante possível da
cota de fundo da vala. Para solos argilosos recomenda-se 3m e para solos
arenosos, distâncias superiores. A avaliação final será realizada por
técnicos especializados contratados pela Prefeitura.

Distância de residências
• Apesar de não existir legislação específica, recomenda-se distâncias
mínimas de 500m de residências isoladas e 2.000m de áreas urbanizadas.
Obstáculos naturais como elevações de terrenos e matas podem ser
consideradas atenuantes das interferências negativas.

Ventos predominantes
• A direção dos ventos predominantes não deve possibilitar o transporte de
poeira ou maus odores para núcleos habitacionais.

Outros
Deve-se, ainda observar:
• as legislações de uso do solo e de proteção dos recursos naturais;
• as possibilidades de fácil acesso em qualquer época do ano; e
• a menor distância possível entre a área escolhida e os geradores de
resíduos.

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4. CÁLCULO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO

População Urbana: 10.000 habitantes


Período Administrativo: 10 anos
Quantidade de Lixo Gerado: 10.000 hab. x 0,4kg / hab. dia = 4 t/dia
Largura de Vala Ideal: 3 metros (para facilidade de cobrimento)
Altura de Vala Ideal: 3 metros (para segurança)
Peso Específico do Lixo: 0,5t/m³
Comprimento Variável:

10.000 hab x 0,0004t / hab. dia x 30 dias = 240 m³ = volume da vala


O, 5 t/ m³

:. 240 = Cv = 27 metros = comprimento da vala


3x3

Quantidade de Lixo para Aterramento:


4 t x 30 dias x 12 meses x 10 anos = 14.400 t
14.400 t: 0,5 t/m3 = 28.800 m³ de lixo

28.800 m³ : 240 m3 = 120 valas

Área Necessária por Vala:


27 x 3 = 81 m²
81 m² x 120 valas = 9.720 m²
Área livre, de circulação, cinturão verde, etc. ideal = 9.490 m²

ÁREA TOTAL NECESSÁRIA PARA O EMPREENDIMENTO: 19.210 m²

Pode-se concluir que 19.210 m² : 10 anos = 1.921 m² ou seja, para cada ano de
vida útil do aterro são necessários aproximadamente 2.000 m² de área.

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Exemplo:
10 anos - 20.000 m²
15 anos - 30.000 m²

Quantidade de Terra Escavada: 120 valas x 240 m³ = 28.800 m³

Quantidade de Terra de Cobertura: 3 x 27 x 0,15 x 2 camadas = 24 m³

(20% a 25% do volume de lixo) 3 x 27 x 0,40 x 1 camada = 32 m³


Total = 56 m³
56 m³ x 120 valas 6.720 m³

Terra Excedente para Outros Usos = 28.800 m³ - 6.720 m³ = 22.080 m³

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5. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

Após licenciamento do empreendimento, o aterro sanitário tem sua implantação


realizada em duas fases distintas, descritas a seguir.

1ª Fase
. Limpeza do terreno
. Cercamento da área / portão de entrada e saída
. Proteção vegetal
. Portaria
. Acessos, área para manobras e estacionamento
. Drenagem superficial
. Instalação de marcos de referência

2ª Fase
. Limpeza do terreno
. Implantação de acessos provisórios
. Drenagem superficial e proteção com grama
. Escavação e reaterro de valas

A seguir, são apresentados dados quanto à caracterização dos serviços supra


citados e, quando o caso específico, sua metodologia de execução.

5.1. LIMPEZA DO TERRENO

O serviço de limpeza do terreno consiste na retirada de árvores, arbustos e toda


vegetação nas áreas onde serão implantados os acessos provisórios. sistemas de
drenagem e nos locais onde serão escavadas as valas.

O material de limpeza do terreno deverá ser removido para local fora da área do
aterro sanitário.

5.2. IMPLANTAÇÃO DE ACESSOS PROVISÓRIOS

Os acessos provisórios, executados a partir do acesso principal, visam possibilitar

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o acesso dos caminhões coletores até a vala em operação e serão modificados de
acordo com a posição da mesma, seguindo a seqüência das valas estabelecida
em projeto.

A construção dos acessos deverá obedecer o definido nos documentos do projeto


principalmente no que diz respeito à: Declividade máxima de 10% na rampa.

O pavimento terá revestimento de brita e pó-de-pedra ou areia, assentado


diretamente sobre o terreno nivelado, o que constituirá a base do pavimento. Esta
base terá que ser tratada quanto à umidade e compactada. O revestimento de
brita e pó-de-pedra ou areia será compactado com rolo compactador primeiro a
seco e depois, com a ajuda de água.

O agregado graúdo (brita) deverá atender uma das seguintes faixas


granulométricas:

PENEIRAS DE MALHAS QUADRADAS PENEIRAS DE MALHAS QUADRADAS


MM POL Faixa A Faixa B Faixa C
100 4 100 -

90 3 1/2 90-100 -

76 3 - 100 -

64 2 1/2 25-60 90-100 100


50 2 - 35-70 90-100
38 I 1/2 0-15 0-15 35-70
25 1 - - 0-15
19 3/4 0-5 0-5 -
12,5 1/2 - - 0-5

O agregado de material de enchimento (pó-de-pedra) deve satisfazer às seguintes


faixas granulométricas, sendo que a Faixa I deverá ser utilizada para material de
enchimento do agregado graúdo da Faixa A. enquanto que a Faixa 2 deverá ser
utilizada com o agregado graúdo das Faixas B e C.

PENEIRAS DE MALHAS PORCENTAGEM EM PESO


QUADRADAS QUE PASSA PELA PENEIRA
MM POL Faixa I Faixa 2
19 3/4 100 -

12.5 1/2 85-100 -

9,5 3/8 - 100

4,8 #4 - 85-100

0,15 # 100 10 - 30 10 - 30

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Poderá ser utilizado agregado com faixa contínua (graúdo e miúdo) substituindo
as faixas granulométricas acima, desde que atenda à seguinte granulometria:

PENEIRAS DE MALHAS
QUADRADAS PORCENTAGEM EM PESO QUE PASSA PELA PENEIRA
mm pol
100 4 100
90 3 1/2 90-100
76 3 50-100
64 2 1/2 25-100
50 2 15-100
38 1 1/2 10-75
25 1 5-40
19 3/4 4-30
12,5 1/2 4-25
9,5 3/8 3-20
4,8 #4 2-18
0,15 # 100 1-15

5.3. DRENAGEM SUPERFICIAL E PROTEÇÃO COM GRAMA

Ao longo do período de operação, tornar-se-á necessária a execução de sistemas


e dispositivos de drenagem superficial, afim de manter a área do aterro sanitário
em condições normais de operação. Este sistema de drenagem, previsto e
indicado nos desenhos de projeto, compõe-se de:

5.3.1. Canaleta triangular de grama

Este tipo de canaleta é implantado entre valas, logo que as duas valas estejam
encerradas (vide desenhos de projeto).

Essas canaletas serão executadas através de uma primeira escavação manual a


partir do terreno natural, obedecendo a inclinação de I V:2H, a largura de 20 cm de
base, e profundidade de 40 cm, contada do nível do terreno até a base da
escavação, como definido em projeto. É executado então, reaterro com solo
argiloso, compactando-o manualmente, até atingir a conformação original do
terreno, fechando assim a seção escavada.
Executa-se a seguir uma segunda escavação, com a finalidade de implantar as
canaletas em grama neste reaterro de solo argiloso compactado, obedecendo ao
formato triangular e as dimensões de 60 cm de abertura (boca), e 30 cm de
profundidade, conforme determinado no projeto. A inclinação das paredes laterais
da canaleta triangular, de I V: I H, deverá ser observada.
Após o preparo do terreno deverá ser realizado o plantio de grama, que não se

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resumirá à canaleta, mas abrangerá toda a cobertura das valas e a área entre
elas.

O solo argiloso especificado para a implantação das canaletas poderá ser


proveniente das camadas superficiais do próprio terreno do aterro sanitário, já que
este tipo de solo é encontrado no local. Quando da abertura dos acessos e dos
serviços de instalação do aterro, o solo das camadas superficiais do terreno
poderá ser retirado e estocado para servir a esta utilidade.

5.3.2. Canaleta de concreto

Este tipo de canaleta objetiva captar e conduzir as águas proveníentes das


canaletas triangulares de grama, através de caixas de passagem e tubos em
concreto armado, para o desague final fora da área do aterro sanitário.

5.3.3. Outros dispositivos

Entre os demais dispositivos de drenagem previstos em projeto, citam-se:

• Caixas de passagem
• Tubulação em concreto
• Muro de ala em concreto
• Dissipador em pedra ou rachão

Maiores pormenores constam dos documentos do Projeto.

5.4. ESCAVAÇÃO E REATERRO DE VALAS

A execução das valas deverá seguir a seqüência estabelecida em projeto, em


ordem crescente da vala nº 1 até a última vala projetada.

A escavação de vala terá início assim que sua locação estiver concluída, sendo
escavado cerca de 50% do comprimento da vala, com a manutenção de septos
impermeáveis com 1 m de comprimento a cada 9,5 m escavados.

Somente após o início da disposição dos resíduos nesta vala, procede-se ao


término da escavação, observando-se a manutenção dos septos. O equipamento
de escavação (retroescavadeira) deverá se posicionar sobre a vala a ser
escavada, na direção de sua maior dimensão (comprimento).

A retroescavadeira deverá retirar o solo e depositá-Io sobre a vala em operação,


no trecho já preenchido com os resíduos até o nível do terreno. A altura máxima
de solo disposto pela retroescavadeira sobre a vala em operação deverá se limitar

20
a 1,70 m. Deve-se prever ainda, o armazenamento de uma quantidade de solo ao
lado da vala fechada para servir futuramente à cobertura diária dos resíduos da
vala que está sendo aberta.

No momento em que a vala já estiver coberta com solo até 1,70 m de altura e o
solo para cobertura diária já estiver armazenado, todo o solo restante deverá ser
removido, da área do aterro sanitário e encaminhado a usos e locais que não
causem quaisquer impactos ambientais.

Uma possível utilização para o excesso de solo proveniente da escavação de


valas está apresentada em projeto, com a execução de aterro, em área anexa ao
aterro projetado sobre o qual poderão ser escavadas outras valas para
continuidade da disposição mesmas. Este aterro será de responsabilidade da
Prefeitura, e executado observando-se o controle da compactação, conforme as
normas vigentes.

Será também de responsabilidade da Prefeitura, a garantia de permanência de


solo em quantidade suficiente ao controle ambienta! e operacional do aterro. A
inobservância desta recomendação poderá implicar na autuação da própria
Prefeitura.

21
6. OPERAÇÃO DO ATERRO EM VALAS

A seguir são apresentadas as normas e procedimentos cujo atendimento levará a


uma correta operação do aterro, dentro das condições técnicas e ambientais
desejáveis.

6.1. CONTROLE DO ACESSO AO ATERRO

A implantação do aterro levou em consideração o seu isolamento (pelo


fechamento da área com cercas de arame e cerca viva) e o seu controle de
acesso através de portaria.

O acesso dos caminhões coletores à área será feito através de portaria, que
contará com uma guarita ocupada por funcionário que fará o controle de entrada e
saída dos coletores, bem com o registro das descargas. Deverá ser anotado o
horário de chegada do coletor e o número da vala onde será feita a descarga. Só
deverá ser permitido o acesso ao aterro dos coletores cadastrados na Prefeitura,
no horário estabelecido pela mesma e a descarga de resíduos domiciliares
provenientes da coleta do município.

Caso seja improvável a presença de catadores na área do aterro, poderá ser


dispensada a permanência de vigia, sendo que o controle e registro passarão a
ser feitos pelo próprio motorista do veículo coletor, o qual possuirá cópia da chave
do portão e da guarita.

6.2. DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS

A disposição dos resíduos na vala aberta deverá ser sempre iniciada pelo mesmo
lado que a vala começou a ser escavada, com o caminhão coletor se
posicionando de ré, perpendicularmente ao comprimento da vala.

O coletor ou caminhão de transporte de resíduos deverá se aproximar ao máximo


da vala, de maneira a garantir o lançamento diretamente na vala, evitando o
espalhamento em outros locais.

Imediatamente após a descarga dos resíduos deverá se proceder à varrição de


todos os resíduos que possam eventualmente ter se desprendido, além do
imediato cobrimento sanitário com solo, dos resíduos recém-lançados.

Não deverá se utilizar o solo estocado sobre a vala anterior, e sim aquele
estocado entre as duas valas.

22
Os resíduos deverão ser sempre lançados em um mesmo ponto até que se atinja
o nível do terreno, quando o coletor se deslocará para a posição imediatamente
adjacente à anterior.

Deve-se ainda evitar o lançamento em diferentes pontos dentro de uma mesma


vala, bem como dispor simultaneamente em duas ou mais valas.

6.3. CONTROLE DE AVES

Para o controle de aves, será impositivo o cobrimento de todos os resíduos com


solo após cada descarga, impedindo a exposição do lixo e evitando atrativos, quer
seja de resíduos orgânicos, quer seja de moscas que poderão atrair aves de
menor porte.

Além desses procedimentos, dever-se-á prever a utilização de instrumentos


sonoros (fogos de artifício ou sirenes) para afugentar as aves, de maneira a evitar,
a qualquer custo a permanência das mesmas na área do aterro.

Poder-se-á, ainda, implantar telas removíveis sobre o topo das valas.

6.4 ENCERRAMENTO DO ATERRO

Os aterros sanitários geralmente ocupam grandes áreas, alterando a topografia,


as condições de escoamento das águas superficiais e subterrâneas, bem como
outras características da região, sofrendo, conseqüentemente, uma ação intensa
das próprias forças da natureza, que tendem a alterar ou assimilar a nova
condição. Por isso, os aterros, mesmo aqueles já encerrados, exigem obras
especiais que protejam as suas estruturas durante um tempo mais ou menos
longo, que depende das dimensões e características construtivas do aterro, até
que o mesmo esteja totalmente integrado ao ambiente local e, portanto, em
condições de relativa estabilidade.

No caso dos aterros sanitários em valas, os problemas poderão ser minorados


com algumas medidas simples, tais como a manutenção final dos acessos e dos
sub-sistemas de drenagem pluvial, desobstrução de canais e canaletas, aparo da
grama, recondicionamento dos acessos, etc.

A questão ambiental, isto é o dano ambiental eventualmente causado por esse


tipo de aterro, é constantemente levantada, uma vez que as técnicas utilizadas
são relativamente simples. De fato, os problemas dessa ordem devem ser
resolvidos logo na escolha da área a ser utilizada, observando-se, no mínimo, as
recomendações apresentadas no Item 3. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
ÁREAS. Quando a área é escolhida de forma equivocada, sempre surgem
problemas que exigem soluções gradativamente mais complexas, tornando-se
necessárias estruturas caras, que podem ser incompatíveis com esse tipo de

23
aterro.

A operação criteriosa é a segunda condição para o sucesso desse tipo de aterro,


jamais devendo ser desprezada.

Se forem seguidas as orientações apresentadas no item 6. OPERAÇÃO DO


ATERRO EM VALAS, o encerramento do aterro consistirá em operações
relativamente fáceis de serem executadas e de custo pouco expressivo.

Geralmente, a superfície do terreno fica alterada por pequenas elevações


resultantes da terra de escavação das valas mantidas em excesso no local.
Também ocorrerão recalques na superfície das valas aterradas. Esses problemas
podem ser solucionados realizando-se um nivelamento da área, de forma a impor
uma configuração harmoniosa, compatível com a região. Para tanto, podem ser
utilizados equipamentos leves, como as motoniveladoras, que têm uso
relativamente comum nos municípios.

Algumas culturas que não apresentam raízes profundas, não têm contato direto
com o solo, nem são consumidas in natura por pessoas, como por exemplo a
cana-de-açúcar e o milho, podem ocupar imediatamente a área após o
encerramento das atividades, facilitando a reintegração da mesma à paisagem
regional, reduzindo os custos do aterro e evitando a manutenção de estruturas de
isolamento e proteção do local. Outra opção interessante a ser considerada é a
possibilidade de aproveitamento da área à medida que o aterro vai sendo
executado. Alguns meses após o aterramento de um conjunto de valas, e tendo
sido o terreno convenientemente terraplenado, pode-se deslocar as cercas
diminuindo a área isolada, que fica restrita apenas ao trecho em operação e
àquele que ainda será utilizado. O trecho de terreno descartado, anteriormente
utilizado para o aterramento do lixo, pode ser absorvido pelas culturas do entorno.
Evidentemente, em cada situação particular, recomenda-se a consulta a um
engenheiro agrônomo, para avaliação exata da viabilidade desse tipo de
procedimento.

A experiência tem demonstrado que não são necessárias outras providências,


além das mencionadas, no encerramento das atividades dos aterros sanitários em
valas.

24
7. MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA
ATERRO EM VALAS

O Governador do Estado de São Paulo, MÁRIO COVAS, considerando que o meio


ambiente equilibrado é direito de todos, impondo-se ao Poder Público o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, que é competência
comum do Estado e dos Municípios a proteção do meio ambiente e levando em
consideração o interesse de assegurar que as ações desenvolvidas pelo Estado e
pelos Municípios no campo do controle ambiental ocorram de forma articulada e
integrada promulgou o Decreto nº 44.760, de 13 de março de 2.000 e do
Decreto nº 45.001, de 27 de junho de 2000.

A Secretaria do Meio Ambiente fica autorizada a, representando o Estado,


celebrar convênios com municípios do Estado de São Paulo, integrantes do Vale
do Ribeira na Tabela I (Decreto nº 44.760) e os relacionados na Tabela II
(Decreto nº 45.001), visando à implantação de aterros sanitários em valas para
destinação de resíduos sólidos domiciliares, mediante a utilização de recursos
provenientes da aplicação de multas decorrentes do Programa de Restrição à
Circulação de Veículos Automotores.

TABELA I - Decreto nº 44.760

MUNICÍPIO

1 Apiaí
2 Barra do Chapéu
3 Barra do Turvo
4 Cajati
5 Cananéia
6 Eldorado
7 Iguape
8 Ilha Comprida
9 Iporanga
10 Itaoca
11 Itapirapuã Paulista
12 Itariri
13 Jacupiranga
14 Juquiá
15 Juquitiba
16 Miracatu
17 Pariquera-Açu
18 Pedro de Toledo
19 Registro
20 Ribeira
21 Sete Barras
22 Tapiraí

25
TABELA II - Decreto nº 45.001
MUNICÍPIO MUNICÍPIO MUNICÍPIO MUNICÍPIO

1. ADOLFO 66. CRUZÁLIA 131. MERIDIANO 196. ROSEIRA


67. DESCALVADO 132. MESÓPOLIS 197. RUBIÁCEA
2. AGUAÍ
68. DOBRADA 133. MIGUELÓPOLIS 198. SABINO
3. ÁGUAS DA PRATA
69. DOLCINÓPOLIS 134. MINEIROS DO TIETÊ 199. SAGRES
4. ÁGUAS DE LINDÓIA
70. DUMONT 135. MIRANTE DE PARANAPANEMA 200. SALES DE OLIVEIRA
5. ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA
71. ELIAS FAUSTO 136. MIRASSOLÂNDIA 201. SALESÓPOLIS
6. ÁGUAS DE SÃO PEDRO
72. ELISIÁRIO 137. MOMBUCA 202. SALMOURÃO
7. ALAMBARI
73. EMILIANÓPOLIS 138. MONÇÕES 203. SALTINHO
8. ALTAIR
74. ENGENHEIRO COELHO 139. MONTE ALEGRE DO SUL 204. SANTA ALBERTINA
9. ALUMÍNIO
75. ESTIVA GERBI 140. MONTE APRAZÍVEL 205. SANTA BRANCA
10. ÁLVARES MACHADO
76. ESTRELA DO NORTE 141. MONTE AZUL PAULISTA 206. SANTA CRUZ DA CONCEIÇÃO
11. AMÉRICO BRASILIENSE
77. ESTRELA D’OESTE 142. MURITINGA DO SUL 207. SANTA CRUZ DA ESPERANÇA
12. AMÉRICO DE CAMPOS
78. EUCLIDES DA CUNHA PAULISTA 143. MORUNGABA 208. SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS
13. ANALÂNDIA
79. FLORA RICA 144. NARANDIBA 209. SANTA FÉ DO SUL
14. ANGATUBA
80. FLOREAL 145. NATIVIDADE DA SERRA 210. SANTA GERTRUDES
15. ANHEMBI
81. GABRIEL MONTEIRO 146. NOVA ALIANÇA 211. SANTA MERCEDES
16. ANHUMAS
82. GÁLIA 147. NOVA CAMPINA 212. SANTA RITA DO PASSA QUATRO
17. APARECIDA D’OESTE
83. GASTÃO VIDIGAL 148. NOVA GRANADA 213. SANTA ROSA DE VITERBO
18. ARAÇOIABA DA SERRA
84. GUAPIARA 149. NOVA INDEPENDÊNCIA 214. SANTA SALETE
19. ARAMINA
85. GUAPIAÇÚ 150. NOVA LUZITÂNIA 215. SANTO ANASTÁCIO
20. ARANDU
86. GUARAÇAÍ 151. NUPORANGA 216. SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA
21. ARIRANHA
87. GUARACI 152. OURO VERDE 217. SANTO ANTÔNIO DE POSSE
22. ARTUR NOGUEIRA
88. GUARANTÃ 153. PALESTINA 218. SANTO ANTÔNIO DO JARDIM
23. ASPÁSIA
89. GUARAREMA 154. PANORAMA 219. SANTO EXPEDITO
24. AURIFLAMA
90. GUAREÍ 155. PARAIBUNA 220. SANTÓPOLIS DO AGUAPEÍ
25. AVANHANDAVA
91. GUZOLÂNDIA 156. PARANAPANEMA 221. SÃO BENTO DO SAPUCAÍ
26. BALBINOS
92. HERCULÂNDIA 157. PARANAPUÃ 222. SÃO JOÃO DO PAU D'ALHO
27. BÁLSAMO
93. IACRI 158. PARDINHO 223. SÃO JOSÉ DO BARREIRO
28. BARBOSA
94. IBATÉ 159. PAULICÉIA 224. SÃO JOSÉ DA BELA VISTA
29. BARIRI
95. IBIRÁ 160. PEDRANÓPOLIS 225. SÃO LOURENÇO DA SERRA
30. BARRINHA
96. IBIÚNA 161. PEDREGULHO 226. SÃO LUÍS DO PARAITINGA
31. BASTOS
97. ICÉM 162. PEREIRAS 227. SÃO MIGUEL ARCANJO
32. BENTO DE ABREU
98. IGARAÇU DO TIETÊ 163. PIEDADE 228. SÃO PEDRO
33. BERNARDINO DE CAMPOS
99. IGARAPAVA 164. PILAR DO SUL 229. SÃO SEBASTIÃO DA GRAMA
34. BERTIOGA
100. ILHABELA 165. PIQUEROBI 230. SÃO SIMÃO
35. BIRITIBA-MIRIM
101. INDIANA 166. PIQUETE 231. SARAPUÍ
36. BOFETE
102. INÚBIA PAULISTA 167. PIRAJU 232. SARUTAIÁ
37. BOITUVA
103. IPAUÇU 168. PIRAJUÍ 233. SERRA AZUL
38. BOM JESUS DOS PERDÕES
104. IPERÓ 169. PIRAPORA DO BOM JESUS 234. SERRA NEGRA
39. BOM SUCESSO DE ITARARÉ
105. IPUÃ 170. PIRAPOZINHO 235. SEVERÍNIA
40. BORBOREMA
106. IRAPURU 171. PONGAÍ 236. SOCORRO
41. BRAÚNA
107. ITAÍ 172. POPULINA 237. SUD MENNUCCI
42. BRODÓSQUI
108. ITAJOBI 173. PORANGABA 238. SUZANÓPOLIS
43. BURI
109. ITAPURA 174. POTIRENDABA 239. TAGUAÍ
44. BURITAMA
110. ITIRAPINA 175. PRADÓPOLIS 240. TAIAÇU
45. BURITIZAL
111. ITUPEVA 176. PRESIDENTE BERNARDES 241. TAMBAÚ
46. CABREÚVA
112. ITOBI 177. PROMISSÃO 242. TAPIRATIBA
47. CACHOEIRA PAULISTA
113. JAGUARIÚNA 178. QUADRA 243. TAQUARIVAÍ
48. CACONDE
114. JARDINÓPOLIS 179. QUATÁ 244. TARABAÍ
49. CAFELÂNDIA
115. JARINU 180. QUEIRÓZ 245. TEJUPÁ
50. CAIUÁ
116. JERIQUARA 181. QUELUZ 246. TEODORO SAMPAIO
51. CAJURU
117. JUMIRIM 182. RAFARD 247. TERRA ROXA
52. CANITAR
118. JUNQUEIRÓPOLIS 183. REGENTE FEIJÓ 248. TIETÊ
53. CAPELA DO ALTO
119. LAVÍNIA 184. REGINÓPOLIS 249. TIMBURI
54. CARDOSO
120. LINDÓIA 185. RESTINGA 250. TORRE DE PEDRA
55. CASA BRANCA
121. LOUVEIRA 186. RIBEIRÃO BONITO 251. TRABIJU
56. CASTILHO
122. LUTÉCIA 187. RIBEIRÃO BRANCO 252. TRÊS FONTEIRAS
57. CESÁRIO LANGE
123. LUIZIÂNIA 188. RIBEIRÃO CORRENTE 253. TUPI PAULISTA
58. CHAVANTES
124. MACAUBAL 189. RIBEIRÃO GRANDE 254. TURIÚBA
59. COLÔMBIA
125. MACEDÔNIA 190. RIBEIRÃO DO SUL 255. TURMALINA
60. CONCHAL
126. MAGDA 191. RIFAINA 256. UCHOA
61. CONCHAS
127. MANDURI 192. RINCÃO 257. UNIÃO PAULISTA
62. CORDEIRÓPOLIS
128. MARAPOAMA 193. RINÓPOLIS 258. VERA CRUZ
63. CORONEL MACEDO
129. MARIÁPOLIS 194. RIOLÂNDIA 259. VIRADOURO
64. COSMORAMA
130. MENDONÇA 195. RIVERSUL
65. CUNHA

26
A implantação dos Aterros Sanitários em Valas está a cargo da Coordenadoria de
Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental - CPLEA, conforme a
Resolução SMA nº 24, de 23 de maio de 2.003, e suas atribuições são
acompanhar, fiscalizar, controlar e avaliar o desempenho do Projeto, observada a
relação dos beneficiários constantes dos respectivos diplomas legais.

A Coordenação de Implantação do Projeto, responsável pela execução dos


objetivos acima, e composta por:

• Coordenação Técnica; que responde pelo acompanhamento técnico; e

• Coordenação Administrativa e Financeira: que responde pelo


acompanhamento administrativo e financeiro.

Até julho de 2005 foram celebrados 202 convênios, dos quais 74 ainda
permaneciam em trâmite na mesma data. Dos 128 convênios restantes, 38
tiveram todas as fases do plano de trabalho executadas com recursos do Estado.
Considerando a melhoria do IQR verificada nos municípios conveniados, conclui-
se que a ação da SMA alcançou resultados positivos.

Os demais 90 convênios foram encerrados por razões diversas. Na maior parte


deles a participação da SMA na execução do empreendimento foi parcial,
principalmente porque parte do aterro já havia sido executada antes da celebração
do convênio. Nesses casos também foi observada a melhora dos IQRs municipais,
significando resultados positivos da participação da SMA.

Os convênios restantes foram objeto de encerramento, sem a participação do


Estado, em virtude dos municípios não apresentarem condições de cumprir as
exigências da avença, implicando a sua rescisão.

A Coordenação de Implantação do Projeto é responsável pela formalização do


convênio, conforme Minuta de Termo de Convênio e Plano de Trabalho.

27
8. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS

1. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PARA A FORMALIZAÇÃO DO


CONVÊNIO

A formalização de convênio poderá ser solicitada pelos municípios relacionados


no Anexo I dos seguintes decretos estaduais:

Decreto Nº 44.760, de 13 de março de 2000, que se refere a municípios


integrantes do Vale do Ribeira;
Decreto Nº 45.001, de 27 de junho de 2000, que se refere a outros municípios
paulistas não integrantes do Vale do Ribeira.

A solicitação de formalização deve ser dirigida ao Senhor Secretário de Estado do


Meio Ambiente. Essa solicitação deve estar devidamente fundamentada,
explicitando a necessidade do empreendimento e de recursos estaduais para sua
implantação.
A formalização do convênio modelo A (referente ao Decreto Nº 44.760) e
modelo B (referente ao Decreto Nº 45.001) exige a apresentação de toda a
documentação necessária nos termos da legislação que rege a matéria. A Lista
de Documentos necessários inclui lei municipal autorizando a celebração do
convênio, além de declarações firmadas pela Prefeitura. Tanto a lei municipal
quanto as declarações devem ser elaboradas em consonância com os modelo A
(referente ao Decreto Nº 44.760) e modelo B (referente ao Decreto Nº 45.001)
fornecidos pela SMA. Também são necessárias certidões fornecidas por órgãos
públicos, atestando situação de regularidade do município perante aqueles
órgãos. Essa documentação deve estar devidamente atualizada, principalmente
as certidões de regularidade, as quais não podem estar com sua validade
expirada.
A documentação constante da lista de documentos deve ser encaminhada
somente após o deferimento da formalização do convênio, mediante solicitação e
instruções da Coordenação do Projeto Aterro Sanitário em Valas.
O convênio deve ser celebrado nos termos do Anexo II aos decretos já
mencionados. Tratando-se de parte integrante dos respectivos decretos, os
termos da avença são imutáveis.
O Plano de Trabalho modelo A (referente ao Decreto Nº 44.760) e modelo B
(referente ao Decreto Nº 45.001), integrante do Termo de Convênio é parte
fundamental do acordo, tendo em vista ser o documento que fornece as diretrizes
para a execução do objeto do convênio. Sua leitura e entendimento são
fundamentais para a adequada execução da avença.

28
2. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS DURANTE A
EXECUÇÃO DO OBJETO DO CONVÊNIO

Formalizado o convênio, sua execução deve se pautar pelo Plano de Trabalho


integrante do convênio. Especial atenção deve ser dada aos prazos para
execução de cada uma das etapas, tanto no que diz respeito à execução física do
empreendimento quanto à prestação de contas dos recursos repassados pelo
Estado. Deve ser dada especial atenção ao procedimento de prestação de contas,
as quais devem ser apresentadas levando em conta o caderno de Informações
Básicas para a Apresentação de Prestação de Contas.

29
9. REFERÊNCIAS:

• LEGISLAÇÃO:

a) Decreto nº 44.760, de 13 de março de 2.000.

b) Decreto nº 45.001, de 27 de junho de 2.000.

c) Resolução SMA nº 24, de 23 de maio de 2.003.

• BIBLIOGRÁFIA:

a) Manual Ambiental – Procedimentos para Implantação de Aterro em


Valas Equipe Responsável: Elidio Alves de Souza, João Antonio Fuzaro,
Giuseppe Giulio Michelino, Geraldo Velardo Neto, Lady Virginia T. M.
Rodrigues, Denise Soletto, Célia Regina Buono Palis Poeta e Antonio Luiz
Lima de Queiroz.

b) Apostila – Aterros Sanitários em Valas


Autor: Eng. João Antonio Fuzaro.

30
ANEXO:
MODELO DE PROJETO EXECUTIVO DE ATERRO EM
VALA

31
32
33
34

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