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Histórico do Magnésio
O magnésio é o mais leve dos metais estruturais com a densidade de 1,74 g/cm 3
como mostra a tabela acima.O magnésio é um metal reativo usualmente encontrado na
natureza sob a forma de óxido, carbonato ou silicato, muitas vezes em combinação
com o cálcio. A sua elevada reatividade é uma das razões pela qual a produção de
magnésio requer grande quantidade de energia.
O uso de magnésio concentra-se basicamente em três propriedades deste metal:
- a sua tendência á formação de compostos intermetálicos com outros metais;
- a sua alta reatividade;
- a sua baixa densidade.
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Número atômico 12
Massa atômica 24.31
Cor Cinza prateado
Densidade 1.738 g/cm-3 a 20ºC
Ponto de fusão 650ºC
Ponto de ebulição 1103ºC
Estrutura cristalina HCP
Calor de combustão 25020 kJ*kg-1
Temperatura da chama ~2800ºC
Calor de fusão 368 kJ*kg-1
Calor de vaporização 5272 kJ*kg-1
Calor específico 1025 J*K-1 a 20ºC
Pressão de vapor 360 Pa a 650º
Estado de valência Mg2+
Viscosidade 1.25
Tabela 1– Propriedades do Magnésio.
Minérios de magnésio
O magnésio é o sexto elemento mais abundante na crusta terrestre (2,5% da sua
composição),contudo a sua alta reatividade significa que não é encontrado no seu
estado metálico na natureza.A água do mar contém 0,13% de magnésio sendo este
extraído para produção de magnésio metálico. Outras fontes comerciais são a
dolomita ((CaMg)CO3), magnesita (MgCO3), carnalite (KCl.MgCl2.6H2O), silicato de
magnésio (talco).
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Ligas de magnésio
As ligas de magnésio estão cada vez mais a ser usadas devido às suas excelentes
propriedades, tais como:
- alta resistência
- baixa ductilidade
- baixo ponto de fusão
- boa maquinabilidade
- soldável
- boa resistência à corrosão
- boa resistência à fadiga
- alta resistência ao impacto
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Equipamentos
Cadinhos
Como o magnésio fundido não ataca o ferro da mesma forma que o alumínio,
os cadinhos podem ser fabricados a partir de materiais ferrosos. Então, os aços
utilizados para o seu fabrico são de baixo carbono (%C < 0.12) e um teor em cobre e
em níquel abaixo dos 0.10%, pois estes dois elementos afetam de forma adversa a
resistência à corrosão das ligas de magnésio.A capacidade dos cadinhos varia entre 30
e 910 Kg.
O uso de cadinhos metálicos permite a existência de um espaço livre debaixo
do cadinho que tem uma dupla vantagem:
- Facilita a transferência de calor para a carga
- Assegura uma remoção fácil de resíduos que se possam formar no exterior do
cadinho durante a operação de fusão (figura 3).
Colheres de Vazamento
As colheres de vazamento são utilizadas para vazamento manual e podem ser
em forma de balde (figura 3) ou hemisféricas. São também fabricadas em aço de
baixo carbono e baixo níquel.
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Fornos
Neste tipo de fornos poderá ocorrer a fuga de metal líquido se a espessura das
paredes do cadinho não for verificada regularmente, pois esta tende a diminuir por
ação da chama.
Outro aspecto importante a considerar é a remoção do metal agregado no exterior do
cadinho, pois se esta operação não for efetuada, o perigo de explosão por reação do
óxido de ferro com o magnésio líquido aumenta significativamente.
Os fornos de aquecimento indireto são de baixa eficiência térmica. Assim, os
fornos de indução surgem como alternativa, pois, apesar do elevado investimento
inicial, ocupam menos espaço e possuem custos de manutenção mais baixos.
A composição dos refratários também é de extrema importância, na medida em que
o magnésio é bastante reativo com alguns tipos de refratários. Assim, um refratário
deverá ser de alta-alumina ou de alta-densidade com 57% Si e 43% Al.
Escolha do forno
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Proteção do Banho
Os fluxos que existem para proteção do banho são próprios para as várias ligas e
são compostos à base de sais. As instruções do fornecedor devem ser meticulosamente
cumpridas sob pena de não se obterem os resultados pretendidos.
Um procedimento corrente consiste em aplicar o fluxo no fundo do cadinho e pré-
aquecê-lo, sendo posteriormente aplicada a carga, que deve estar livre de impurezas e
umidade. Até ao vazamento estar completo, o banho é protegido contra a oxidação
através da utilização de uma mistura de sulfuretos grosseiros e ácido bórico. Os fluxos
formam um filme fino e impermeável à superfície do banho e assim protegem-no de
possíveis reações com a atmosfera. Depois de seco, o fluxo deve ser retirado
cuidadosamente da superfície do banho, bem como do cadinho e/ou colher de
vazamento. O banho deve estar livre de turbulências para evitar a incorporação de
oxigênio.É importante referir que o cadinho não deve ficar completamente vazio para
se evitar a inclusão de resíduos de fluxo no molde. Nas ligas com zircônio este
aspecto é ainda mais importante, sendo retidos 15% da carga em peso no cadinho.
Este método apresenta outras desvantagens:
O fluxo em contacto com a atmosfera dá lugar a um composto do tipo
oxicloreto, nestas condições pode ocorrer a fratura do filme protetor. Porém, a
adição de fluxo fresco nessas zonas elimina o problema.
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Contaminação dos fundidos. Uma inclusão de fluxo num fundido poderá ser
um centro preferencial para a corrosão, uma vez que este é higroscópico.
Se o sistema de ventilação for inadequado os gases e poeiras vão corroer o
equipamento de fundição. Um dos modos de contornar este problema é a
adição de berílio ao banho e de SO 2 à atmosfera. No entanto, a adição de SO 2
veio-se a revelar uma má opção na medida em que algumas fundições tiveram
incêndios devido à reação deste com o magnésio a altas temperaturas. Daí que
o SO2 tenha sido substituído por azoto ou árgon.
Proteção por Gás
Constituição da Carga
A carga é constituída por magnésio primário(normalmente em forma de
lingote),sucata,retornos e elementos de liga.Temos que termos alguns
cuidados em relação aos elementos de liga.
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Vazamento
Tratamentos Térmicos
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Este tratamento térmico tem como principal objectivo a obtenção do máximo alívio de
tensões e da mínima dilatação que as peças apresentam, quando sujeitas a elevadas
temperaturas.
Fundição Injetada
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Esquema de uma fundição injectada em câmara fria
(a) e câmara quente (b)
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Tixomoldação
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Microestrutura
Abaixo temos uma microestrutura de liga de magnésio AE44 após a fundição câmara quente,é
caracterizada por uma solução sólida estrutura ,com pequenas partículas de fases nos contornos
de grãos. A solução sólida é caracterizada por grãos muito pequenos devido à taxa de
resfriamento rápido.
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As ligas de magnésio têm uma vasta aplicação resultante das suas excelentes
propriedades, dentro das quais se podem referir a sua dureza, resistência ao impacto,
baixa densidade, etc.
Estas ligas aplicam-se na indústria automóvel, aeroespacial, equipamentos
comerciais, etc.Alguns dos exemplos são a seguir ilustrados.
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A imagem abaixo mostra como os veículos tem uma ampla aplicação das ligas de
magnésio,hoje em dia mais de 60 peças são utilizadas pela indústria
automobilística,sendo considerada cerca de 2,74Kg/veículo de ligas de magnésio no
Brasil,contra 4,4 Kg/veículos no Mercado mundial.
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F – Não tratado
O – Recozido
H10 e H11 – Levemente Encruado
H23, H24, H26 – Encruado e parcialmente recozido
T4 – Tratamento térmico de solubilização
T5 – Envelhecido artificialmente
T6 – Tratamento térmico de solubilização e envelhecido artificialmente (T4 e T5)[4]
Exemplo:
Liga AZ81A-T4
A liga é constituída por alumínio e zinco, com 8 e 1% respectivamente. Foi realizado
um tratamento térmico de solubilização a esta liga.
Processo Metais
Liga Mn
de Al Zn Zr Terras Th
Designação %m
Fundiçã % % % Raras %
ASTM in
o %
AM100A A ou MP 10,0 0,10
AZ63A A 6,0 0,15 3,0
AZ81A A ou MP 7,6 0,13 0,7
AZ91A, B SP 9,0 0,13 0,7
AZ91C A ou MP 8,7 0,13 0,7
AZ92A A ou MP 2,0
ZE41A A 4,2 0,7
ZK55A A 9,0 0,10 4,6 0,7 1,25
ZH42 A 4,0 0,5 2,0
ZH62A A 5,7 0,7 1,8
0,20
EK30A A 3,4
min
EZ33A A ou MP 2,6 3,2
0,7
EK41A A ou MP 4,0
0,7
HK31A A 3,2
0,7
HZ32A A 2,1 3,2
0,7
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Temperatura LIGA
ºC AZ92A-T6 ZK51A-T5 ZH72A-T5 EZ33A-T5 HZ32A-T5 HK31A-T6
50 15,6 16,8 18,0 11,1 9,6 11,6
100 14,1 14,3 15,9 10,4 8,5 11,1
150 11,6 12,0 13,6 9,5 7,7 10,6
200 8,6 9,4 10,8 8,0 7,0 10,1
250 6,0 6,5 7,6 6,3 6,4 9,4
300 3,9 4,6 5,0 5,1 5,7 8,5
350 4,2 5,1 6,7
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Ligas Mg-Al
Ligas Mg-Al-Zn
As ligas de Mg-Al-Zn têm uma importância industrial pois apresenta uma boa
combinação de baixo peso, resistência mecânica e resistência à corrosão.
A adição de zinco aumenta a resistência desta ligas por solução sólida e
precipitação. O aumento do teor deste elemento pode provocar um aumento da
microporosidade e da contracção neste tipo de ligas. Estas não são particularmente
resistentes ou dúcteis mas têm baixa densidade e são relativamente de fácil produção.
Têm o inconveniente de não poderem ser aplicadas a uma temperatura superior a 95ºC.A
liga AZ91 é a mais utilizada, é também a que tem maior produção na fundição injectada.
A resistência à corrosão do magnésio em condições normais pode ser melhorada
com a diminuição dos teores de impurezas de ferro, níquel e cobre.Temos como exemplo
a liga de alta pureza AZ91D.
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Ligas de Mg-Zn-Zr
Estas ligas apresentam excelentes propriedades mecânicas, no entanto não têm uma
vasta aplicação devido à sua susceptibilidade à microporosidade durante o vazamento;
não são soldáveis devido à elevada quantidade de zinco (5 a 6%) e sofrem fissuração a
quente. O zinco permite um aumento da resistência da liga, enquanto o zircónio refina o
grão.
Os elementos de terras raras combinados com ligas Mg-Zn-Zr produzem as ligas para
fundição em areia EZ33 e ZE41. Estas ligas têm uma soldabilidade relativamente boa
porque o seu baixo ponto de fusão eutéctico forma uma cadeia nas ligações dos grãos
durante a solidificação na qual tenderá a diminuir a microporosidade. No entanto, as
forças de tensão à temperatura ambiente das ligas EZ33-T5 e ZE41-T5 são relativamente
baixas devido em parte à remoção de algum Zn da solução sólida para formar as fases
estáveis da liga Mg-Zn-Terras Raras nas ligações do grão. No entanto, as ligas EZ33 e
ZE41 têm uma boa resistência à fadiga.
Resistência à corrosão
A maior desvantagem apresentada pelo magnésio e pelas suas ligas reside na fraca
resistência à corrosão. Como todos os metais muito oxidáveis, a sua estabilidade só pode
ser conseguida por meio de proteção adequada da superfície. O magnésio e suas ligas não
formam uma película natural de óxido que proteja o metal. As ligas de magnésio
escurecem quando expostas ao ar, pela formação de uma camada de hidróxido de
magnésio ou de carbonato de magnésio, a qual não impede a continuação do ataque.
Para aplicações sujeitas a instabilidades térmicas é importante que o metal seja
polido e isento de bolhas podendo estas ser regiões de acumulação de umidade. As ligas
que forem empregues em ambientes salinos devem ser cuidadosamente protegidas.
Nas ligas de magnésio, a diminuição da resistência mecânica provocada pela
corrosão pode ser estimada pela intensidade do ataque superficial.
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Todas as ligas de magnésio obtidas por fundição injetada podem ser recicladas. Os
diferentes tipos de retornos podem ser classificados conforme a qualidade do metal
primário pela seleção do processo de reciclagem correto.
Estes retornos podem ser obtidos a partir do material não utilizado estando em
muitos casos cobertos com óleo ou tinta que deverá ser removida antes de uma nova fusão.
Porém todo cuidado deve ser tomado em conta de modo a evitar a contaminação do
fundido.
Uma série de processos de reciclagem está em uso, baseada no uso de fluxos
purificados assim como métodos de fluxos livres.O material de retorno é, em primeiro
lugar, fundido com a proteção de um fluxo e depois refinado no mesmo tipo de
refinamento e forno de fundição como o usado para o metal primário.
O produto resultante tem as mesmas especificações do metal primário sendo as
suas propriedades indistinguíveis do derivado da fonte primária do metal.
Hoje em dia,algumas indústrias de fundição injetada já fazem a sua própria
refusão.Entretanto o custo de uma operação desta maneira,incluindo controle ambiental,é
considerado um pouco alto e talvez não se torne um investimento atrativo. Equipamento
especial é fundamental para que se possa assegurar a qualidade do metal obtido a partir do
sistema de reciclagem.
O Magnésio
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Conclusão :
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Referências :
http://members.tripod.com/Mg/mggen.htm
http://www.hydromagnesium.com/
http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/commodity/myb/
http://www.qaw.combr/tabela/mg.htm
http://www.transportation.anl.gov/ttrdc/publications/papers/magnesium.html
http://www.journalamme.org/papers_vol20/1360S.pdf
http://books.google.com.br/books?
id=0wFMfJg57YMC&printsec=frontcover&dq=handbook+magnesium+alloys&source=bl&ots=WBR2
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