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1 - Introdução
Hoje vivemos na Universidade um grande paradoxo. Por um lado, os saberes que nas Universidades
são vinculados via currículo dos cursos são, via de regra, herança da ciência moderna. Mas, por outro lado,
os desafios da realidade complexa e os problemas das sociedades contemporâneas, que geralmente
despontam nas práticas de pesquisa, exigem a elaboração de conhecimentos e um perfil de formação
humana e profissional pautados em uma racionalidade interdisciplinar. Eis o grande desafio: construirmos
um paradigma emergente no campo científico-acadêmico fundamentado no diálogo entre as diferentes áreas
científicas e destas com os sabere filosóficos e os saberes que emergem da experiência de vida.
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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,
na Pesquisa e na Extensão – Região Sul
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construirmos uma nova racionalidade coerente com os desafios de uma formação interdisciplinar nos
cursos universitários. Os três autores destacam a importância do diálogo entre saberes e a perspectiva
emancipatória do conhecimento como estratégias para a superação da profundas crises da sociedade
atual. A crítica de Freire aos processos culturais alienantes de aproxima do sentido emancipatório que
Habermas atribui à comunicação quando denuncia que a principal causa dos problemas que desumanizam as
sociedades contemporâneas é o grande déficit de comunicação, que hoje ocorre em plena “era das
comunicações”. Santos (2008a), também propõe a Ecologia de saberes como um caminho epistemológico
fecundo para superarmos a lógica da ciência moderna enclausurada num modelo de teoria que
dificilmente dialoga com as complexas realidades socioculturais do mundo atual. Mas, para além das
críticas, Freire, Habermas e Boaventura de Souza Santos oferecem propostas antropológicas e
sociológicas fecundas para inspirar novos processos práticos de transformação emancipatória da sociedade.
O conceito de dialogicidade em Freire é o pano de fundo de sua visão antropológica fecunda, que
produz um pensamento radicalmente humanista e libertador. Ao colocar o diálogo como condição primeira
da emancipação humana, Freire fundamenta o projeto de transformação social em bases renovadas que
convergem para a humanização sociocultural da humanidade em seu todo.
A dialogicidade é a prática do diálogo verdadeiro, que mantém viva a dialeticidade entre ação e
reflexão. Essa prática dialógica e dialética da nossa vida concreta é uma exigência existencial do ser humano
porque constitui-se na própria vocação de nossa espécie radicalmente aberta ao mundo e, por isso mesmo, é
histórica, incompleta e sedenta de humanização. É pelo diálogo, que implica em uma atitude de vida, que os
homens e mulheres constroem um mundo humano, refazendo o que já existe e projetando um futuro que está
por realizar-se.
“A existência, porque humana, não pode ser muda, nem tampouco pode nutrir-se de
falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o
mundo. Existir humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo
pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a
exigir deles novo pronunciar” (FREIRE, 1993, p. 78).
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Nesse sentido, entendemos que Freire propõe uma nova racionalidade frente aos processos
dominantes da cultura moderna sustentada na razão iluminista e, igualmente, frente certa pós-modernidade
niilista (sem utopia, ou projeto de sociedade). A sua proposta é uma reação ao racionalismo moderno a partir
do qual impera a razão técnico-instrumental, que objetualiza a vida humana. Pois, as propostas de Freire
defendem a construção alternativa da história, sociedade, cultura e sistemas organizativos da vida humana.
Os argumentos de Freire a favor de uma racionalidade dialógica emergem desde sua concepção
antropológica através da qual ele propõe a construção de um novo sentido para a existência humana em
sociedade. Ou seja, a existência humana no mundo tem um sentido, uma vocação e uma razão de ser que vai
muito além das relações opressoras e alienantes hoje predominantes e, infelizmente, atingindo níveis cada
vez mais intoleráveis. A vocação do ser humano é humanizar-se, ser mais, construir-se de modo livre e
socioculturalmente emancipado. Portanto, a natureza humana não é um a priori, mas vai construindo-se a
partir da afirmação e/ou do modo de vida dos povos, culturas e pessoas em sua existência concreta.
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O fundamento de uma racionalidade dialógica brota da própria natureza do ser humano em sua auto-
construção na história, que mostra uma essencial abertura diante do mundo e dos outros, porque é um ser
inconcluso, inacabado, incompleto e existencialmente insatisfeito com o que já é.
Essa abertura ao novo, às possibilidades que estão por realizar-se, é o que impulsiona a nós, seres
humanos, para o ser mais. É uma característica própria da nossa espécie que Freire chama de vocação
ontológica para a humanização, ressalvando que tal vocação não deve ser entendida como algo inato e/ou
um a priori. Portanto, a natureza humana vai se processando na história a partir da luta pela liberdade e/ou
afirmação livre das pessoas. E essa luta tem como impulso a racionalidade dialógica que, da mesma forma,
não é um a priori, mas uma condição existencial da própria humanização, que se processa historicamente em
um mundo concreto e exige a superação das situações limites que nos condicionam e/ou oprimem.
O conceito freiriano de dialogicidade implica entender o ser humano não apenas como razão,
estrutura lógica, consciência. Mas, a concepção antropológica de Freire converge para uma visão de
totalidade da existência humana, ao valorizar, de forma equilibrada, todas as dimensões de nossa vida:
corpo, mente, coração, sentimento, emoções, sentido, intelecto, razão, consciência, entre outras. Como nos
diz Freire (1995),
Nesse sentido, Freire define o conceito de corpo consciente como base para superar a histórica
dicotomia entre corpo-espírito; sentidos-razão, que predominou na filosofia da modernidade ocidental e
continua hoje na raiz dos processos culturais opressores e alienantes da existência humana. Aliás, é ali que
está a raiz da lógica disciplinar tão fortemente presente nos currículos universitários e que
precisamos superar com urgência.
Nesse sentido, a denúncia de Freire à visão antropológica tradicional, que dualiza e fragmenta os
saberes e compreensões sobre a vida humana em sociedade, parte do fato que esta,
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Ao contrário do que a visão objetivista e disciplinarizadora define, Freire entende que o ser humano
constitui-se dialeticamente e, por isso mesmo, dialogicamente com o mundo. A vida humana é abertura ativa
ao mundo porque a essência da consciência humana é atividade, intencionalidade, relação com os outros e
com as diferentes realidades existentes no mundo. E, portanto, somente na comunicação através do diálogo
que produz interação entre sujeitos e destes com o mundo é que Freire acredita ter sentido a existência
humana, por que é a partir da relação dialógica que é possível o autêntico con-viver, ser com os outros e
humanizar-se em comunhão. Ou seja, o diálogo que alimenta a comunicação, mobiliza o processo educativo
do ser humano.
A partir, então, dessa visão antropológica inovadora e fecunda de Freire, podemos repensar as tramas
e potencialidades do existir humano no mundo sociocultural da atualidade. Pois, em sua proposta encontra-
se uma análise crítica das formas opressão em seus processos culturais, que hoje desumanizam milhões de
pessoas no mundo todo. Mas, além da crítica, Freire constrói outras perspectivas teóricas para desenvolver
novos processos históricos rumo à elaboração de uma cultura dialógica, libertadora e emancipatória.
Portanto, ao definir a dialogicidade, ação dialógica ou ação cultural para a liberdade como um
caminho de reconstrução da vida em sociedade, Freire está defendendo um projeto maior, que se articula a
partir de uma visão de sociedade solidária, concepção de vida humana dialógica e dialética e uma proposta
de educação radicalmente humanista que, no conjunto, se articulam a partir da racionalidade dialógica. É
uma racionalidade que busca construir a existência humana de modo crítico e criativo frente às realidades
socioculturais que nos condiciona, atrofia e nos fragiliza no mundo atual.
Freire (1994) é esperançoso diante do desafio de construirmos uma sociedade mais igualitária, justa e
solidária. Mas, para que esse sonho ou utopia de sociedade se torne realidade concreta na história da
humanidade, ele defende a necessária afirmação de uma nova cultura, enquanto busca de sentido para o
nosso viver e existir no mundo. Essa cultura brota do impulso de liberdade dos oprimidos e segue uma
lógica anárquica frente aos sistemas vigentes, porque se orienta por uma racionalidade distinta. A
racionalidade preconizada aqui define-se pelo seu potencial dialógico, amoroso e humanista, enquanto base
para elaborar uma cultura biófila, crítica e essencialmente libertadora.
A proposta de Habermas também converge para o desafio de construir uma nova racionalidade,
enquanto caminho de superação da atual crise sociocultural que atinge nosso mundo. A principal causa dessa
crise, para Habermas é o déficit de comunicação produzido por um modelo de racionalidade que burocratiza
a existência humana através do controle dos sistemas sobrepostos à vida em sociedade. A saída para a crise
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deverá partir de uma nova racionalidade, essencialmente crítica e emancipatória frente à herança
sociocultural e os desafios de transformação da realidade social. Essa racionalidade deverá cultivar o debate,
a comunicação e a produção do entendimento como fundamento primeiro da vida humana em sociedade.
Então, de acordo com a leitura de Habermas, a raiz última da crise social e cultural que hoje
enfrentamos é a fragmentação da produção dos saberes e, também, da própria racionalidade fundante da
cultura contemporânea. Ou seja, na base do atual processo cultural hegemônico reside uma manifestação
restrita da racionalidade humana, que reduz e atrofia o potencial emancipatório da humanidade. Esse déficit
de racionalidade produz uma grande deficiência nos processos de comunicação entre os sujeitos sociais, que
ficam à mercê dos controles burocratizantes da razão instrumental, que se impõe pela visão técnica dos
especialistas e burocratas com interesses e fins pragmáticos, para obtenção de resultados previamente
planejados por uma lógica sistêmica.
Nesse contexto é que reside o poder da lógica das especializações, que se reproduz nos
currículos universitários dando ênfase aos conhecimentos técnicos especializados em detrimento da
racionalidade crítica e problematizadora. Numa perspectiva pragmática, onde a ênfase converge para
o saber-fazer, as discussões pertinentes as áreas das ciências humanas e sociais, que buscam
estabelecer relações e captar o entendimento do porquê dos fatos e das razões que movem os
fenômenos. Tais saberes ficam, via de regra, excluídos ou subvalorizados nos currículos universitários.
Pois o predomínio da cultura universitária é da Razão Instrumental.
Essa racionalidade instrumental foi aos poucos penetrando os espaços da vida humana
(HABERMAS, 1992 a, T2) e controlando a existência concreta das pessoas a partir das regras do sistema
social (economia, política, leis, etc.). Está em curso uma lógica de controle social que nos aliena,
despersonaliza e desumaniza enquanto ser pessoa. Através dessa lógica, cada ser humano é visto apenas
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como número, peça, ou objeto de manobra. Os desdobramentos práticos, então, da razão instrumental são o
controle da vida em sociedade e não a emancipação, ou libertação dos sujeitos sociais, que sofrem as
consequências negativas das contradições e problemas dos sistemas estruturados. O controle ocorre pela
organização do mundo do trabalho, da política, da legislação, dos projetos de educação, da produção
cultural, pela mídia, ciência, técnica, entre outros mecanismos que reproduzem o poder da razão
instrumental.
A força que a mídia, por exemplo, exerce hoje no mundo ameaça a verdadeira comunicação humana
que, por seu próprio dinamismo, requer-se livre de toda e qualquer coação externa. Mas, ao contrário do
sentido emancipatório, o poder da mídia, articulado a partir da grande imprensa internacionalizada, tem uma
forte tendência em fazer com que as pessoas não se comuniquem, mas apenas recebam comunicados,
informações ou leituras previamente controladas segundo os interesses de quem detém esse poder.
Diante desse contexto em que nos encontramos situados, Habermas não hesita em propor novos
caminhos para a construção de alternativas diante da crise descrita acima. É nessa perspectiva que ele
fundamenta o conceito de Razão Comunicativa. A Razão Comunicativa em Habermas se fundamenta na
linguagem enquanto expressão de nossas ações sociais, coletivas, que se produzem de modo
intersubjetivo. Nesse sentido, Habermas concebe que o ser humano não se constitui a si mesmo como
pretendia o paradigma da modernidade (da consciência fechada em si mesma, egologicamente constituída).
Ao contrário, desde o início de nossa existência, nos encontramos sempre em processo de formação a partir
de práticas intersubjetivas perpassadas pela linguagem.
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A partir da análise da linguagem, enquanto única realidade capaz de auto-explicar-se porque é auto-
referencial, Habermas concebe que há uma racionalidade intrínseca ao processo efetivo da linguagem. O
sentido original da linguagem é, então, estabelecer o entendimento entre as pessoas. Esse fato traduz, para
Habermas, a racionalidade implícita à linguagem humana, pois quando alguém usa sentenças no intuito de
comunicar-se, busca, então, alcançar um entendimento.
Na busca de comunicar-se uns com os outros visando o entendimento, as pessoas vão construindo
sentidos comungados intersubjetivamente a partir dos quais a comunidade busca agir no mundo. Então,
nesse processo de produção intersubjetiva de sentidos humanos para o mundo, Habermas concebe que se
constitui um conjunto de saberes como pano de fundo e/ou referência primeira para compreender a própria
existência humana. Esses saberes originários constituem o Mundo da Vida, enquanto fonte principal de
recriação e produção dos sentidos humanos para a vida em sociedade.
O Mundo da Vida está além do controle da razão instrumental. Como tal, Habermas mantém a firme
convicção de que é possível recriar a cultura, superando os modelos de racionalidades alienantes, através de
um processo de emersão de novos sentidos humanos e existenciais por intermédio da Razão Comunicativa.
O papel da Razão Comunicativa nesse processo é produzir novos entendimentos acerca da vida
humana em sociedade, oportunizando, dessa forma, amplos processos de reconstrução sociocultural a partir
das responsabilidades que intersubjetivamente a comunidade de comunicação assume frente à transformação
da realidade. Através de amplos processos de comunicação social, ancorados no Mundo da Vida, Habermas
acredita ser possível superar a lógica fragmentadora (disciplinar), que é alienadora da existência humana e,
assim, construir um novo paradigma em termos de cultura e sociedade, que supere os problemas mais
profundos do mundo atual, tais como: a alienação, a exclusão social e as diferentes formas de conflitos que
hoje afloram na convivência social. Esse objetivo deve ser perseguido através de uma racionalidade aberta,
que vai sendo construída no processo comunicativo com a participação de todos os sujeitos sociais
pertencentes a uma comunidade concreta.
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Enquanto alternativa aos diversos tipos de monocultura, que em última instância efetivam a
racionalidade preguiçosa, Santos propõe a ecologia de saberes. O desafio é o de substituir as
monoculturas que foram produzidas pelo paradigma dominante por um diálogo entre diferentes saberes
que resgate o valor da diversidade de saberes e experiências antes excluídos ou desconsiderados.
Nessa perspectiva, é afirmada a “possibilidade de que a ciência entre não como monocultura, mas
como parte de uma ecologia mais ampla de saberes, em que o saber científico possa dialogar com
o saber laico, com o saber popular, com o saber dos indígenas, com o saber das populações urbanas
marginais, com o saber camponês” (Santos, 2007, p.33). Pois, o que mais importa nessa busca de
alternativas às práticas da razão indolente é a produção de um conjunto de saberes e práticas
emancipatórias e não as disputas se esse ou aquele saber é mais importante do que os demais. O
potencial emancipatório do conhecimento reside no seu poder de intervenção na realidade para
produzir mais qualidade de vida e não apenas na sofisticação da teoria considerada em si mesma.
Por que, na vida prática em sociedade hoje,
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(...) sabemos que , para preservar a biodiversidade, de nada serve a ciência moderna. Ao contrário,
ela a destrói. Porque o que vem conservando e mantendo a biodiversidade são os conhecimentos
indígenas e camponeses. Seria apenas coincidência que 80% da biodiversidade se encontre em
territórios indígenas? (Santos, 2007, p.33).
Portanto, os enormes desafios que os problemas atuais da humanidade nos provocam apontam
para superarmos um determinado ethos universitário que herdamos das ciências modernas por um
conhecimento pluriversitário. Este tipo de conhecimento é contextual e seu princípio organizador é o
potencial de aplicação para intervir na realidade. Ou seja, a ecologia de saberes na perspectiva de
Santos (2008 b), requer que repensemos a lógica de funcionamento de nossas universidades
construindo projetos alternativos de pesquisa, ensino e extensão. Pois o grande desafio é a partilha
de saberes entre pesquisadores e utilizadores. Nesse sentido, o conhecimento pluriversitário:
A ecologia de saberes são conjuntos de práticas que promovem uma nova convivência activa de saberes no pressuposto
que todos eles, incluindo o saber científico, se podem enriquecer nesse diálogo. Implica uma vasta gama de acções de
valorização, tanto do conhecimento científico , como de outros conhecimentos práticos , considerados úteis, cuja partilha
por pesquisadores, estudantes e grupos de cidadãos serve de base à criação de comunidades epistêmicas mais amplas
que convertem a Universidade num espaço público de interconhecimento onde os cidadãos e os grupos sociais podem
intervir sem ser exclusivamente na posição de aprendizes. (Santos, 2008 b, p. 70).
levar adiante esse desafio, as Universidade precisam efetivamente colocar em prática os princípios
constitutivos do conceito de uma Instituição Universitária no mundo contemporâneo. Ou seja, os
programas, projetos e ações de toda e qualquer universidade devem promover a indissociabilidade
entre Ensino-Pesquisa-Extensão. Pois, infelizmente, a grande maioria das instituições ainda hoje
concentra seus esforços no Ensino (quase que exclusivamente de graduação) e alguns recursos para
a Pesquisa e muita escassez de verbas para a Extensão.
Ainda sobre as atividades de pesquisa, além de baixos recursos investidos nos projetos de
investigação crítica da realidade, é necessário discutirmos sobre as lógicas que fundamentam os
projetos de pesquisa hoje em curso. Que tipo de diálogo entre universidade e problemática sociais,
humanas e ecológicas as pesquisas promovem? Por que não aproximar e articular os projetos de
pesquisa com as atividades de Extensão? Além disso, por que não articular todos os saberes que
emergem dos projetos mencionados acima com o quotidianos das salas de aula na Universidade?
Não seria esse o caminho coerente com os desafios da interdisciplinaridade nos processos
formativos da Universidade?
Referências Bibliográficas:
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______ Aprender a Dizer a sua Palavra. IN Prefácio da Pedagogia do Oprimido. São Paulo : Paz e Terra,
1993. 22ª ed.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo : Paz e Terra, 1993. 22ª ed.
______ Extensão e Comunicação? São Paulo. : Paz e Terra, 1992, 10ª ed.
______ Consciência Moral e Agir Comunicativo. Rio de Janeiro : Tempo Brasileiro, 1989.
JAPIASSÚ, Hilton. A Crise da Razão e do Saber Objetivo. São Paulo : Letras & Letras, 1996.
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