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SOCIOLOGIA GERAL
São Luís
2010
Governadora do Estado do Maranhão Edição:
Roseana Sarney Murad Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet
Reitor da UEMA
Prof. José Augusto Silva Oliveira Coordenador do UemaNet
Prof. Antonio Roberto Coelho Serra
Vice-reitor da UEMA
Prof. Gustavo Pereira da Costa Coordenadora Pedagógica:
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Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação
Prof. Walter Canales Sant’ana Professor Conteudista:
Cinthia Regina Nunes Reis
Pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis Cosme Oliveira Moura Júnior
Profª. Grete Soares Pflueger
Revisão:
Chefe de Gabinete da Reitoria Liliane Moreira Lima
Prof. Raimundo de Oliveira Rocha Filho Lucirene Ferreira Lopes
Capa:
Luciana Vasconcelos
UNIDADE 1
A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA .............................................. 13
O contexto do surgimento da sociologia enquanto ciência ........ 13
Consolidação da sociedade capitalista e o surgimento da
sociologia ................................................................ 14
UNIDADE 2
ESTRUTURA METODOLÓGICA DA SOCIOLOGIA ........................... 23
Sociologia como ciência: complexidade epistêmica ................ 23
Problema social versus problema sociológico ........................ 26
Sociologia versus Filosofia Social ....................................... 28
UNIDADE 3
Principais teorias sociológicas para análise da sociedade
contemporânea .......................................................... 31
As teorias clássicas ...................................................... 31
Enfoque coletivista ................................................ 32
A sociologia de Émile Durkheim ........................... 32
A sociologia de Karl Marx ................................... 43
Enfoque individualista ............................................ 57
A sociologia de Max Weber ................................. 57
Novos modelos de explicação sociológica ............................ 73
Escola de Frankfurt ............................................... 74
Nova Sociologia Francesa – Pierre Bourdieu ............. 76
Norbert Elias ................................................ 78
Escola de Chicago ................................................. 79
A sociologia de Georg Simmel ............................. 80
UNIDADE 4
Estrutura social: noções básicas ................................... 87
Conceito e função de estrutura social ............................... 87
Status ................................................................. 88
Papel ................................................................. 89
Os aspectos que fundamentam o papel e o status ............. 90
Integração e relacionamento papel-status ...................... 90
O indivíduo e a estrutura social .................................. 92
Tipos de estrutura social .......................................... 93
Grupos sociais ................................................ 93
Organizações ou estruturas organizacionais ............. 94
Comunidades .................................................. 94
Instituições .................................................... 94
Categorias sociais ............................................ 94
Estratificação social ..................................................... 95
Legitimação da estratificação: aceitação ....................... 97
Conceito básico para compreensão da estratificação ......... 98
Sociedades abertas e fechadas ..................................100
Os tipos de estratificação social .................................101
Castas ......................................................... 101
Classes ........................................................ 103
Estamento .................................................... 105
UNIDADE 5
Instituições Sociais ....................................................109
O que é uma Instituição Social? ......................................109
Família e parentesco ...................................................111
Formas de organização das famílias .............................112
O desenvolvimento da vida familiar .............................115
Mudanças nos padrões familiares ................................116
Economia ................................................................119
O desenvolvimento da agricultura ...............................121
O desenvolvimento da indústria .................................123
O desenvolvimento da economia dos serviços .................127
Religião ...................................................................129
Recreação ...........................................................130
Educação ............................................................131
Política .............................................................132
REFERÊNCIAS ............................................................ 137
ícones
ATIVIDADES GLOSSÁRIO
SUGESTÃO DE REFERÊNCIAS
FILMES
SAIBA MAIS
APRESENTAÇÃO
Bom estudo!
PLANO DE ENSINO
EMENTA:
A sociologia no campo do conhecimento: origem histórica. Análise
da realidade social. Conceitos e proposições teóricas e metodoló-
gicas para compreensão dos fenômenos sociais.
OBJETIVOS:
¡ Analisar a realidade social tendo em vista a aquisição de uma
postura crítica e transformadora frente aos problemas sociais
do contexto no qual está inserido;
¡ Compreender o contexto histórico, econômico, político e
social do surgimento da sociologia;
¡ Localizar a sociologia no quadro científico;
¡ Relacionar de forma compreensiva as diferentes perspectivas
teóricas da sociologia para a análise da sociedade contemporânea;
¡ Apreender o conceito e funções da estrutura social;
¡ Compreender o conceito de instituições sociais, identificando
algumas instituições específicas.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:
UNIDADE 1
A sociologia como ciência
UNIDADE 2
Elementos para análise científica: epistemologia da sociologia
UNIDADE 3
Principais teorias sociológicas para análise da sociedade
contemporânea
UNIDADE 4
Estrutura social
UNIDADE 5
Instituições sociais
METODOLOGIA:
O material deve ser trabalhado de forma concatenada, uma vez
que as unidades são correlacionadas. Assim, as unidades 1, 2 e 3
contemplam desde o surgimento da sociologia, sua constituição
enquanto ciência, os teóricos clássicos até o desenvolvimento
das teorias contemporâneas de explicação sociológica; enquanto
as unidades 4 e 5 trabalham as formas como as sociedades se
organizam e como os indivíduos estão inseridos nessa organização.
As aulas devem ser dialogadas com a participação dos alunos.
AVALIAÇÃO:
A avaliação deverá acontecer no decorrer do processo de
aprendizagem finalizando com trabalhos escritos e apresentados
em dupla.
1
OBJETIVOS DESTA UNIDADE
A Sociologia como ciência Conceituar a sociologia
a partir de uma
análise histórica
sobre o surgimento,
especialização e
oficialização da disciplina
enquanto ciência;
O contexto do surgimento da Sociologia
enquanto ciência Dissertar sobre o final do
século XIX e anos iniciais
do século XX, tendo em
vista que este período
Nós, seres humanos, sempre tivemos curiosidade pelas origens foi o marco fundador
do nosso próprio comportamento, mas, durante centenas de do surgimento (questão
anos, as nossas tentativas de nos compreendermos dependeram social) e da elaboração
dos modelos de pensar transmitidos de geração em geração, das bases epistemológicas
e metodológicas da
às vezes, seguindo os termos religiosos. Foram em termos
sociologia.
religiosos, por exemplo, que justificavam e explicavam, na
época, o poder da nobreza feudal e da monarquia. Mas, a
teologia, no final do século XVII, paulatinamente foi deixando
de ser a forma norteadora do pensamento, cedendo lugar para
as indagações racionais.
14 FILOSOFIA
Esse desequilíbrio foi gerado na transição do Antigo Regime
econômico para o Capitalismo enquanto modo de produção.
Assim, a Revolução Industrial representou o triunfo da sociedade
capitalista que foi pouco a pouco concentrando máquinas,
terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo
boa parte dos indivíduos em despossuídos. Cada avanço com
relação à consolidação da sociedade capitalista representava a
desintegração de costumes e instituições e a introdução de novas
formas de organizar a vida social. A utilização da máquina na
produção não apenas destituiu o artesão dos seus instrumentos
de trabalho como impôs uma severa disciplina, com novas formas
de conduta e de relações de trabalho.
16 FILOSOFIA
que pretendia suprimir também as instituições civis. Porém, o grupo
burguês, interessado apenas nas transformações necessárias para
o livre desenvolvimento empresarial, empreendeu-se em controlar
os novos surtos revolucionários que pretendiam modificar toda a
estrutura social. Assim, o projeto revolucionário deveria ser superado
por outro que conduzisse à “organização” ou aperfeiçoamento da
sociedade nascente, isto é, a sociedade capitalista, o que tornou
necessário parar a radicalização revolucionária e iniciar-se um
processo de reordenação social que possibilitasse o progresso
humano (filosofia social positivista Augusto Comte).
Mesmo assim, ficava cada vez mais claro que a burguesia não
seria capaz de interromper apenas com ações repressivas aquele
estado de “desorganização” social e estabelecer uma nova ordem
social estável. Por isso, alguns pensadores acreditaram que, para
introduzir uma “higiene” social e reorganizar a sociedade, seria
necessário fundar uma nova ciência.
REVOLUÇÕES BURGUESAS E
ANTIGO REGIME
INDUSTRIAIS
Explicações do mundo vinculadas às Revolução técnico-científica: o cien-
interpretações da Igreja Católica. tificismo. As explicações dos fenô-
menos naturais e sociais passam a
ser baseados na razão científico-ex-
perimental.
Escravidão e não existência de de- Reforma Protestante, Revolução In-
mocracia. glesa, Revolução Francesa, Indepen-
dência dos Estados Unidos.
Relações de trabalho servis: senhor- Sistema capitalista.
servo; escravidão.
Mercantilismo. Relações de trabalho assalariadas,
fim da escravidão e servidão.
Civilização rural e produções manu- Civilização urbano-industrial.
ais e artesanais.
18 FILOSOFIA
Nesse sentido, esta sociologia de inspiração positivista não
tinha como pretensão questionar os fundamentos da sociedade
capitalista, nem alimentar teoricamente as lutas do proletariado.
Este (filho da revolução industrial) buscou no pensamento socialista
o referencial teórico para embasar suas lutas.
Os Miseráveis (1998)
Sinopse: “Os Miseráveis” (1998) é uma adaptação do clássico romance
homônimo de Victor Hugo. O filme conta a história de Jean Valjean (Liam
Neeson) que, depois de cumprir 19 anos de prisão com trabalhos força-
dos por ter roubado comida, torna-se empresário em uma pequena cidade.
Valjean, perseguido pelo policial Javert (Geoffrey Rush), foge para Paris
com sua filha adotiva. Paris passava por conturbações revolucionárias em
meio ao qual surge o romance entre a filha de Valjean e um jovem revolu-
cionário, impelindo Valjean a se envolver nas lutas proletárias.
20 FILOSOFIA
pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas, enquanto
as menores são levadas, a jovem consegue escapar.
2
Objetivos dESTA unidade:
24 FILOSOFIA
O livre arbítrio é uma característica humana que possibilita a va-
riabilidade em relação a uma lei social geral, ou seja, por mais
que haja uma tendência para determinado comportamento, a com-
plexidade da razão humana, conjugada com o livre arbítrio, pode
gerar um desvio à norma. Já no caso das leis da física - como a lei
da gravidade - não cabe livre arbítrio, ninguém escolhe segui-la ou
transgredi-la, simplesmente a gravidade atua sobre nós como lei da
natureza universal e geral. Neste sentido:
A matéria-prima da ciência natural, portanto, é
todo o conjunto de fatos que se repetem e têm
uma constância verdadeiramente sistêmica, já que
podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos
dentro de condições de controle razoáveis, num
laboratório. [...]. em contraste com isso, as ciências
sociais estudam fenômenos complexos, situados em
planos de causalidades e determinação complicados.
Nos eventos que constituem a matéria-prima do
antropólogo, do sociólogo, do historiador, do cientista
político, do economista e do psicólogo, não é fácil
isolar causas e motivações exclusivas, mesmo quando
o sujeito está apenas desejando realizar uma ação
aparentemente inocente e basicamente simples,
como o ato de comer um bolo. Pois um bolo pode
ser comido porque se tem fome e pode ser comido
por motivos sociais e psicológicos: para demonstrar
solidariedade a uma pessoa ou grupo, para comemorar
uma certa data (DAMATTA, 1997, p.18).
Por outro lado, na sociedade, por mais imperativa que seja a norma
social, sempre há o desvio; por mais perfeita que seja a organiza-
ção social, sempre cabe a transgressão. Talvez por isso Rousseau
tenha chegado à conclusão de que a democracia, por mais perfeita
que fosse, só poderia ser plena quando exercida por deuses ou por
anjos, pois os primeiros construiriam, supostamente, as leis univer-
sais, e os segundos seriam desprovidos de livre arbítrio.
26 FILOSOFIA
revolução industrial e de decomposição da ordem
social aristocrática na França do início do século
XIX. Nos Estados Unidos, a sociologia foi grande-
mente estimulada, nos seus primórdios pela pre-
tensão análoga, embora como consequência de
outras condições sociais, de fazê-la um instrumen-
to para a solução científica dos problemas daquela
sociedade [..] (NOVA, 2008, p.42).
28 FILOSOFIA
Por outro lado, o conhecimento filosófico, apesar de racional,
sistemático, rigoroso e lógico, não é verificável, não pode ser testado
nem verificado empiricamente:
[...] portanto, o conhecimento filosófico é
caracterizado pelo esforço da razão pura para
questionar os problemas humanos e poder discernir
entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às
luzes da própria razão (LAKATOS, 2008, p.19).
Retomemos a sociologia. Esta área do conhecimento é uma ciência, Falseabilidade (ou refuta-
bilidade) é um conceito
pois seu objeto é verificável e o produto de suas pesquisas são importante na filosofia da
ciência (epistemologia).
testáveis e falseáveis, pois são empiricamente observáveis. Como Para uma asserção ser
refutável ou falseável,
exemplo, podemos citar um sociólogo que pretende estudar os em princípio será possível
comerciantes informais das ruas de uma grande cidade. Tal objeto fazer uma observação ou
fazer uma experiência
de estudo é empiricamente observável, com isso o pesquisador física que tente mostrar
que essa asserção é falsa.
não fará um estudo a partir da introspecção, mas sim através de Por exemplo, a asserção
“todos os corvos são
análises teórico-empíricas baseadas no fenômeno. pretos” poderia ser fal-
sificada pela observação
Por fim, fica claro que a sociologia é uma ciência que tem um objeto de um corvo vermelho.
A escola de pensamento
empírico, verificável e falseável, já o conhecimento filosófico que coloca a ênfase na
importância da Falseabi-
não possui tal estrutura. A análise da Filosofia Social emite juízo lidade como um princípio
filosófico é conhecida
de valor, é normativa, especulativa e conjectural; enquanto a como a Falseabilidade.
sociologia parte da observação de fatos sociais, não é especulativa, http://pt.wikipedia.org/
wiki/Falseabilidade
é observação sistemática de fatos e não emite juízos de valor.
30 FILOSOFIA
unidade
3
Objetivo dESTA unidade:
32 FILOSOFIA
Durkheim aponta os fatos sociais, como o objeto de análise, em
sua obra As Regras do Método Sociológico (1895). Esses fatos
teriam que ser definidos objetivamente, eles não poderiam
ser confundidos com os demais fatos, que caberiam a outras
ciências investigarem. Os fatos sociais que serviam de objeto
para a sociologia eram percebidos através de sinais exteriores,
ou seja, eles se manifestavam por meio de coisas concretas,
e teriam que ser tratados como tais. Para Durkheim os fatos
sociais são aspectos da vida social que moldam as nossas ações
enquanto indivíduos.
Esclarecendo o conceito
• Coerção externa: significa que todo fato social, para ser fato
social, tem que coagir o indivíduo caso ele queira ir de encontro
à determinação do fato. Essa coerção pode ser violenta ou não,
só simbólica, mas que incomode, que constranja o indivíduo;
34 FILOSOFIA
toda educação consiste num esforço contínuo para
impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir
as quais ela não teria chegado espontaneamente.
Desde os primeiros tempos de sua vida a coagimos
a comer, dormir e a beber a horas regulares.
Coagimo-la à limpeza, à calma, à obediência;
mais tarde, coagimo-la a ter em conta os outros,
a respeitar os usos, as conveniências, a trabalhar
etc. etc. Se, com o tempo essa coação deixa de ser
sentida é porque fez nascer hábitos e tendências
internas [...] (internalização das regras sociais)
(DURKHEIM, 1978, p.89, grifo nosso).
Exemplificando
Nos anos de 1980 surgiu no mundo a AIDS. Esta doença foi aos
poucos impondo mudanças nas maneiras de agir nas relações
sexuais, isto é, a adoção do uso de preservativo tornou-se um
36 FILOSOFIA
algo exterior a nós. “Mas esta regra não ensina ao sociólogo como
este deve apoderar-se dos fatos para proceder um estudo objetivo”
(DURKHEIM, 1999, p. 35).
Segundo Durkheim, existe para cada grupo social uma tendência O Suicídio, obra escrita
em 1897, é considerada
específica para o suicídio, que não é explicada nem pela constitui- modelo de pesquisa social
ção orgânico-psíquica dos indivíduos nem pela natureza do meio na qual o método central
utilizado é o uso da esta-
físico. Com essa constatação, ele atribui como causa fatores sociais tística como instrumento
de análise de fenômenos
e, assim sendo, constitui-se enquanto um fenômeno coletivo. sociológicos.
38 FILOSOFIA
pacto no resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos
laços sociais para impedir que o indivíduo se mate. Esta foi a causa
vista por Durkheim entre divorciados e homens solteiros, que ten-
dem ao suicídio mais que os homens casados, uma vez que o casa-
mento para os homens gera laços sociais mais estáveis e na intensi-
dade ideal; não os oprime da mesma forma como às mulheres, por
isso, para estas a relação é inversamente proporcional.
40 FILOSOFIA
A relação entre indivíduo e sociedade marcada pela solidariedade,
segundo Durkheim, é caracterizada pela supremacia da sociedade,
através da noção de consciência coletiva que é:
42 FILOSOFIA
A VILA (2004)
Sinopse: Em 1897 uma vila parece ser o local ideal para viver: tranquila,
isolada e com os moradores vivendo em harmonia. Porém, este local per-
feito passa por mudanças quando os habitantes descobrem que o bosque
que o cercam esconde uma raça de misteriosas e perigosas criaturas, por
eles chamados de “Aquelas de Quem Não Falamos”. O medo de ser a próxi-
ma vítima destas criaturas faz com que nenhum habitante da vila se arris-
que a entrar no bosque. Apesar dos constantes avisos de Edward Walker
(William Hurt), o líder local, e de sua mãe (Sigourney Weaver), o jovem
Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) tem um grande desejo de ultrapassar os
limites da vida rumo ao desconhecido. Lucius é apaixonado por Ivy Walker
(Bryce Dallas Howard), uma jovem cega que também atrai a atenção do
desequilibrado Noah Percy (Adrien Brody). O amor de Noah termina por
colocar a vida de Ivy em perigo, fazendo com que verdades sejam revela-
das e o caos tome conta da vila. (http://www.adorocinema.com/filmes/
tempos-modernos/)
Mas parece que Marx não teria prestado atenção ao fato de que
o proletariado, na Alemanha, ainda se encontrava em formação.
Consciente disso, em 1847, como sugere Giddens (1998), ele teria
reformulado, para este momento, o ator da história. Assim, a re-
volução iminente na Alemanha seria uma revolução burguesa, logo
seguida da revolução proletária. Mas a inoperância dessa burguesia
em busca do poder e sua disposição para desperdiçar suas poucas
forças em conflitos prematuros com o proletariado, já indicavam o
desfecho desse contexto, isto é, o fracasso dos levantes de 1848.
Esse fracasso serviu para minar o otimismo de Marx, dos peque-
nos grupos socialistas e também dos liberais, que foram coagidos a
aceitar medidas que apenas criavam a ilusão de democracia parla-
mentar, continuando, assim, o poder tradicional.
44 FILOSOFIA
Influências sobre o pensamento de Karl Marx
O termo ideologia foi criado A crítica aos economistas clássicos devia-se, sobretudo, ao fato
por Destutt de Tracycom destes aplicarem categorias relativas ao capitalismo em seus estu-
significando ciência das
ideias. Posteriormente, esta dos sobre períodos anteriores e criticava também a adoção de re-
palavra ganharia um sentido
pejorativo quando Napoleão presentações idealizadas sobre a realidade objetiva, como ponto
chamou De Tracy e seus
seguidores de “ideólogos” no de partida no processo de investigação. A população, por exemplo,
sentido de “deformadores da
realidade”. No entanto, os
não poderia funcionar como a referência inicial da investigação
pensadores da antiguidade (sugerida pelos economistas clássicos), pois é “uma representação
clássica e da Idade Média já
entendiam ideologia como o caótica do todo” e, se submetida a um processo de análise, produ-
conjunto de ideias e opiniões
de uma sociedade. Karl Marx ziria conceitos e abstrações simplificados.
e Friedrich Engels na obra A
Ideologia Alemã concebem
a mesma como uma cons- Assim, Marx, como um intelectual da prática revolucionária, abo-
ciência falsa, proveniente mina a separação entre a produção das ideias e as condições sociais
da divisão entre o trabalho
manual e o intelectual. e históricas nas quais essas ideias são produzidas, e seria nesse
Nessa divisão, surgiriam os
ideólogos ou intelectuais movimento de separação que se constitui a ideologia, no sentido
que passariam a operar em
favor da dominação ocorri- marxista, isto é, falseamento da realidade. A intenção prática ou
da entre as classes sociais,
por meio de idéias capazes
de um projeto transformador perpassa todo o pensamento deste
de deformar a compreen- autor. Para ele, a produção de um conhecimento puro, no sentido
são sobre o modo como
se processam as relações de construção de categorias atemporais com validade universal,
de produção. Neste senti-
do, a ideologia (enquanto não passava de abstrações inexpressivas e vazias, o pensar neces-
falsa consciência) geraria a
inversão ou a camuflagem da
sariamente tem que estar relacionado historicamente.
realidade, para os ideais ou
interesses da classe domi-
nante (http://pt.wikipedia.
org/wiki/Ideologia).
46 FILOSOFIA
Objeto de estudo
Marx afirmou que toda sociedade é formada por dois níveis de es-
truturas distintas: a base econômica, chamada de infraestrutura,
e a superestrutura.
Características sociais
Ordenamento jurídico,
SUPERESTRUTURA ideologias, religião, crenças,
cultura
48 FILOSOFIA
A contradição que caracteriza a sociedade capitalista é dada pela
constante evolução das forças produtivas, enquanto que as rela-
ções de produção não se transformam no mesmo ritmo. Isso gera
uma segunda contradição ou dialética, que é, por um lado, o au-
mento cada vez maior de riqueza, e, por outro, o aumento da mi-
séria, uma vez que a riqueza gerada fica concentrada nas mãos
dos proprietários dos meios de produção e não é distribuída entre
a burguesia e o proletariado, entre o capitalista e o trabalhador
(ARON, 2000, p. 131).
Para Marx, uma classe social é um grupo que ocupa um lugar de-
terminado no processo de produção. Embora Marx reconheça que
existam grupos intermediários (camponeses, artesãos, profissionais
liberais etc), enfatiza que, na sociedade capitalista, encontra-se
um movimento de consolidação das relações sociais em apenas (e
somente) duas classes: a que possui a propriedade dos meios de
produção e da organização do trabalho, denominada por ele capi-
talista ou burguesia; e aquela que é desprovida dos meios de pro-
dução, restando-lhe apenas a sua força de trabalho, o proletariado
ou assalariado. Essas duas classes, segundo Marx, tenderão atrair
para seu polo os outros grupos que compõem a sociedade.
50 FILOSOFIA
detentor da propriedade dos meios de produção e do poder político,
que, seguindo a lei do desenvolvimento histórico será sucedido,
por sua vez, pelo modo de produção socialista.
O Capital é um conjunto
Karl Marx: produção e reprodução da vida material de livros (sendo o primeiro
de1867, o único publicado
por Karl Marx, os livros
II e III foram publicados
Para Marx, a essência do capitalismo é, antes de tudo, a busca pelo postumamente por Engels
a partir dos manuscri-
lucro, ideia que ele desenvolverá na sua obra principal denominada tos não terminados por
O Capital. Mas, qual a origem do lucro? Marx) que visa criticar o
capitalismo desvelando-o.
Muitos consideram essa
Marx acreditava que a fonte do lucro estava no processo de pro- obra o marco do pensa-
mento socialista marxista.
dução e de troca (circulação) de mercadoria, entendida como a Nesta obra existem muitos
conceitos econômicos com-
unidade analítica mais simples e expressão mais elementar da ri- plexos, como mais valia,
capital constante e capital
queza da sociedade capitalista. Explica, também, como produto- variável, uma análise sobre
res e comerciantes lucram a partir da teoria do valor e da teoria o salário; sobre a acumula-
ção primitiva, resumindo,
da mais-valia. sobre todos os aspectos do
modo de produção capita-
lista, incluindo uma crítica
exemplar sobre a teoria
Processo de construção do lucro do valor-trabalho de Adam
Smith e de outros assuntos
dos economistas clássicos
Para Marx o lucro se concretiza na circulação da mercadoria que é, (http://pt.wikipedia.org/
wiki/O_Capital).
na sua definição:
[...] um objeto externo, uma coisa que, por suas
propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja
qual for a natureza, a origem delas, provenham do
estômago ou da fantasia. Não importa a maneira
como a coisa satisfaz a necessidade humana, se
diretamente, como meio de subsistência, objeto
de consumo, ou indiretamente, como meio de
produção (MARX, 1998, p. 57).
52 FILOSOFIA
Exemplificando
54 FILOSOFIA
haverá uma quantidade superior de dinheiro do que a empregada
no início. É essa troca que caracteriza o capitalismo. D-M-D
(Dinheiro-Mercadoria-Dinheiro) (MARX, 1998, p. 181). Nesse caso,
a um excedente de dinheiro. Nas palavras de Marx:
56 FILOSOFIA
Enfoque individualista
58 FILOSOFIA
por meio de métodos críticos, autocorretivos e padrões racionais
de questionamentos, sem, contudo, perder de vista que este é
provisório por estar condicionado por valores culturais, interesses
pessoais e desenvolvimentos históricos.
Foi com esse procedimento que Weber construiu sua análise do sur-
gimento do capitalismo moderno. Sua questão era saber por que o
capitalismo – produção para o mercado, separação da empresa do
local de moradia, a organização racional da mão-de-obra formal-
mente livre, meios técnicos de contabilidade, cálculo racional de
lucros para reinvestimento – só surgiu no Ocidente.
60 FILOSOFIA
encontrado uma séria resistência interna. Porque
outros tipos de (...) racionalizações têm existido
em todas as culturas, nos mais diversos setores e
de tipos mais diferentes (WEBER, 1994, p. 11).
Sugere ainda que essa conduta racional teria sido despertada por
uma ascese religiosa, característica das seitas protestantes, espe-
cialmente do Calvinismo, tendo em vista que a sua doutrina da pre-
destinação, dá-se “[...] por decreto de Deus, para manifestação de
sua glória, alguns homens e anjos são predestinados à vida eterna
e outros são predestinados à morte eterna” (WEBER, 1994, P. 69).
62 FILOSOFIA
Por isso, o tipo ideal não é uma descrição da realidade que se dá
por meio de uma síntese abstrata de traços comuns a numerosos
fenômenos concretos, nem uma hipótese é um tipo puro num sen-
tido lógico, sem ser um exemplar da realidade.
Racionalização e burocratização
64 FILOSOFIA
pessoais, tais como: parentes, amigos etc. Assim, os méto-
dos de seleção numa burocracia são fundamentais, sendo
os exames formais uma maneira de garantir um processo
impessoal e sistemático de testar os candidatos e têm sido
empregados rotineiramente;
66 FILOSOFIA
Assim, a ação social implica um significado subjetivo que se refere
ao outro indivíduo ou grupo. Esta ação se constitui a trama da vida
social, na medida em que o significado atribuído à ação é subjeti-
vo, mas é, ao mesmo tempo, intersubjetivo, pois ninguém pode dar
um sentido à sua própria ação sem levar em consideração a respos-
ta de seus parceiros, que por sua vez deve apresentar um caráter
de previsibilidade (BOUDON; BOURRICAUD, 2000, p. 615).
Nos dois exemplos acima fica claro que, para Weber, o sociólogo
deve buscar uma análise das ações e tentar interpretá-las segundo o
contexto ou a individualidade, história das relações de causalidade.
68 FILOSOFIA
4 - Ação tradicional executada sob a influência do costume, do
hábito e de crenças, transformadas numa segunda natureza. O ator
precisa apenas obedecer a reflexos enraizados por longa prática.
70 FILOSOFIA
Embora esses tipos de legitimidade da dominação se misturem,
como observou Weber, na sociedade capitalista ocidental há uma
predominância acentuada da legitimidade legal, centrada na buro-
cracia. Cabe destacar que esses tipos de legitimidade da domina-
ção são desdobramentos dos tipos de ação social classificados por
Weber.
72 FILOSOFIA
NOVOS MODELOS DE EXPLICAÇÃO SOCIOLÓGICA
Pierre Bourdieu
76 FILOSOFIA
Na agenda teórica proposta à Teoria Sociológica
contemporânea, alguns elementos merecem destaque:
a releitura dos clássicos, a construção de conceitos
e a postura crítica do intelectual diante de uma
tomada de posicionamento político, elementos estes
amalgamados em sua discussão sociológica. Ao compor,
por exemplo, a ideia de campo, Bourdieu dialoga com a
ideia de esferas, proposta por Max Weber e, ainda, com
o conceito de classe social de Marx.
Construtivismo estruturalista ou estruturalismo
construtivista
Bourdieu, permitindo ter seu pensamento rotulado,
adota como nomenclatura o construtivismo
estruturalista ou estruturalismo construtivista.
Esta postura consiste em admitir que existe no mundo
social estruturas objetivas que podem dirigir, ou
melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos,
dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são
construídas socialmente assim como os esquemas de
ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus.
Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/
objetivismo dentro das ciências humanas. Rejeita tanto
trabalhar no âmbito do fisicalismo, considerando o social
enquanto fatos objetivos, como no do psicologismo, o
que seria a “explicação das explicações”.
O momento objetivo e subjetivo das relações sociais
estão numa relação dialética. Existem realmente as
estruturas objetivas que coagem as representações
e ações dos agentes, mas estes, por sua vez, na sua
cotidianidade, podem transformar ou conservar tais
estruturas, ou almejar a tanto. (ttp://pt.wikipedia.
org/wiki/Pierre_Bourdieu)
78 FILOSOFIA
Escola de Chicago
80 FILOSOFIA
aproxima-se da ideia weberiana de tipo ideal, uma vez que os
modelos ou as formas criados por Simmel são construções mentais
que permitem interrogar e interpretar a ‘realidade social’, que é
caótica (BOUDON; BOURRICAUD, 2000, p. 5000).
Essa noção nos revela que a sociação é feita a partir de uma teia
de relações entre os indivíduos. Como estes se relacionam de
várias maneiras, sob inúmeras formas, Simmel prefere conceituar
a sociação como um processo que se forma, dissolve e reforma
eternamente, isto é, toda vez que há uma interação entre
indivíduos.
82 FILOSOFIA
de persistência das relações sociais, e portanto da “sociedade”,
de uma ordem legal, como apontou Weber, para uma ordem
subjetiva. Ou em vez de distanciar, pode aproximá-lo, quando se
pensa na noção de racionalidade subjetiva esboçada por Weber.
84 FILOSOFIA
1 Dê exemplos e explique o que Durkheim define como fatos
sociais.
4
ObjetivoS dESTAunidade:
Objetivo dESTA unidade:
Status
88 FILOSOFIA
A noção de status envolve também a noção de poder e hierarquia,
uma vez que a posição que cada indivíduo ocupa na estrutura social
está relacionada com a distribuição desigual de riqueza, prestígio
e poder.
Papel
Cada status traz consigo uma série de regras e normas que prescre-
vem a maneira pela qual a pessoa que o ocupa deve ou não deve
comportar-se em determinadas circunstâncias. Esse grupo de nor-
mas e regras é denominado de papel.
90 FILOSOFIA
por sua vez será estruturado dentro de enredo. Os papéis sociais
são apreendidos à medida que adquirimos a cultura do nosso grupo,
da estrutura social na qual estamos inseridos.
Os vários status que ocupamos se ligam uns aos outros de tal forma
que nossos papéis em um dado status podem ser afetados por essa
ligação, por exemplo, aluno casado com filho pode ter comporta-
mento diferente daquele que é apenas aluno e filho.
Vejamos o organograma:
92 FILOSOFIA
O que somos como indivíduo é o produto dessa participação nas
estruturas. Embora possamos escolher nos deslocar para dentro
ou fora das estruturas, não podemos escapar de todas e, por-
tanto, podemos apenas escolher quais as que devem ser nossas
opressoras.
Grupos sociais
Comunidades
Instituições
Categorias sociais
94 FILOSOFIA
À medida que as sociedades se tornam mais complexas, novos tipos
de categorias são criados, a exemplo das categorias de etnia e
classe, que surgiram devido ao fato de seus membros receberem,
frequentemente, partes desiguais de recursos importantes. Nesse
sentido, essa estrutura é denominada de estratificação social.
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
96 FILOSOFIA
Para identificar o estrato social de uma dada sociedade, Max Weber
estabeleceu dois critérios que são:
Mobilidade social
Figura 17
Fonte: http://4.
Mobilidade vertical é a passagem de um indivíduo de um grupo
bp.blogspot.com/_ inferior para um superior, ou seja, é o movimento ascendente na
UyMJAeDlF9w/SPiniO0t0aI/
AAAAAAAAA7M/56Ep4nHs6dk/ pirâmide de estratificação. Exemplo: um indivíduo que era de
s400/Pir%C3%A2mide+Social.jpg
classe média dentro de uma sociedade secularizada e racional
(sociedade de classes) consegue melhores postos de trabalho,
passa de operacional para superintedente executivo geral de uma
grande empresa multinacional. Neste exemplo o indivíduo não
muda apenas de emprego, mas de grupo social a que faz parte, pois
gradativamente acessará mais oportunidades e consequentemente
98 FILOSOFIA
compartilhará de um estilo de vida mais sofisticado, saindo assim
da classe média-baixa para a classe média alta.
100 FILOSOFIA
Porém, é importante destacar que nas sociedades aristocráticas,
no caso a estamental, há uma pequena possibilidade de
mobilidade, como ocorria na Idade Média (compra de títulos
de nobreza, a nobreza de toga). Observe os critérios de
estratificação social:
Castas
102 FILOSOFIA
ANA E O REI (1999)
Sinopse: Em 1860, a inglesa Anna Leonowens (Jodie Foster), viúva, viaja
até o Sião para ser tutora dos 58 filhos do Rei Mongkut (Chow Yun-Fat).
Divergências, choque de culturas e até o início de um romance marcam o
relacionamento entre Anna e Mongkut. (http://www.adorocinema.com/
filmes/anna-e-o-rei/)
Classes
104 FILOSOFIA
A PROCURA DA FELICIDADE (2006)
Sinopse: Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios
problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família
unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir. Chris agora é
pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de ap-
enas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir
um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma
vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe
salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa
de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na
empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isso
aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam
a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consi-
gam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.
(http://www.adorocinema.com/filmes/a-procura-da-felicidade)
Estamento
106 FILOSOFIA
4 O sistema de castas da Índia é uma divisão social importan-
te na sociedade Hindu, não apenas na Índia, mas no Nepal
e noutros países e populações de religião Hindu. Embora
geralmente identificado com o hinduísmo, o sistema de cas-
tas também foi observado entre seguidores de outras re-
ligiões no subcontinente indiano, incluindo alguns grupos
de muçulmanos e cristãos. A Constituição Indiana rejeita a
discriminação com base na casta, em consonância com os
princípios democráticos e seculares que fundaram a nação.
Barreiras de casta deixaram de existir nas grandes cidades,
mas persistem principalmente na zona rural do país.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_castas_
da_%C3%8Dndia).
5
OBJETIVO DESTA
OBJETIVOS DESTAUNIDADE:
UNIDADE:
INSTITUIÇÕES SOCIAIS Apresentar o conceito
e função de instituições
sociais;
Apresentar as principais
instituições sociais na
vida moderna com seus
elementos básicos.
Status é a posição
O qUE É UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL? socialmente identificada
que cada um dos indivíduos
ocupa na estrutura social.
Isto é, é o lugar que
ocupamos nas instituições
que pertencemos.
Instituições sociais são conjuntos de valores, crenças, normas,
Papel é o comportamento
status (posições) e papéis referentes a campos específicos de normatizado e imposto
socialmente que adotamos
atividade e necessidade humanas. Elas estabelecem o modo ao ocuparmos determinados
socialmente aceito de satisfazer determinadas necessidades e status ou posições em
cada instituição a qual
realizar certas atividades (NOVA, 2000). Assim, elas podem pertencemos.
ser vistas como um tipo especial de estrutura social que tem por
função responder aos problemas humanos básicos sejam eles sociais
ou biológicos, tais como garantir alimentação, abrigo, proteger e
socializar as crianças, isto é, para manter efetivamente organizada
a sociedade, através da regulamentação e do controle da população
(TURNER, 2000).
110 FILOSOFIA
forma de apresentação de sociedade para sociedade, por exemplo,
a composição familiar da sociedade brasileira envolvente não é a
mesma da família indígena timbira, que por sua vez pode variar de
povo para povo, mas, no geral, a família timbira apresenta:
Timbira é o nome que de-
signa um conjunto de po-
“casamento monogâmico, implicando na transfer- vos: Apanyekrá, Apinayé,
ência do marido para casa onde vive a mulher. A Canela, Gavião do Oeste,
Krahó, Krinkatí, Pukobyê.
união se torna estável depois do nascimento do Outras etnias timbira já
primeiro filho. Mas há ampla liberdade sexual para não se apresentam como
solteiros e casados. Casas contíguas oriundas do grupos autônomos: os
poucos numerosos Krenyê
desdobramento de uma casa anterior são, por força e Kukoikateyê vivem
da regra de residência pós-marital, relacionadas entre os Tembé e Gua-
jajara, que falam uma
entre si por linha feminina e formam uma unidade língua tupi-guarani (Te-
social. As pessoas nascidas num mesmo segmento netehara); os Kenkateyê,
de casas desse tipo não casam entre si. Tais seg- Krepumkateyê, Kroreka-
mekhrá, Põrekamekrá,
mentos são, pois, exogâmicos” (http://www.ama- Txokamekrá, recolheram-
zoniamaranhense.com.br/paggaviao3.html). se e se dissolveram entre
alguns dos sete povos
timbira inicialmente
Considerando que as instituições enquanto tais são abstrações teóricas, enumerados. Os grupos
timbira se localizam no
iremos apresentar algumas das principais instituições sociais. sul do Maranhão, leste do
Pará e norte do Tocan-
tins. (http://www.amazo-
niamaranhense.com.br/
paggaviao.html).
FAMÍLIA E PARENTESCO
112 FILOSOFIA
Segundo Lobato (1999, p. 15 ):
A prevalência dos laços de parentesco sobre os de
consanguinidade, na instituição da proibição do
incesto, aparece claramente em sociedades cujo
sistema de parentesco é unilinear. Com efeito,
nessas sociedades a relação tida como incestuosa
atinge certos parentes, os primos paralelos (filhos
de irmãos do mesmo sexo), que, do ponto de vista
da consanguinidade, são idênticos aos primos
cruzados (filhos de irmãos de sexo diferente), sobre
cujo relacionamento não há nenhuma interdição,
uma vez que, de acordo com o sistema unilinear,
eles não são parentes entre si, já que cada um deles
pertence a um grupo de parentesco diferente.
114 FILOSOFIA
de 1988 aos grupos indígenas devido o reconhecimento da
autonomia de suas regras de parentesco. Porém, a poligamia,
onde é aceita, nem sempre é permitida a todos os membros da
sociedade, até mesmo entre alguns grupos indígenas brasileiros
ela é um privilégio restrito a determinados indivíduos que se
encontram no topo da hierarquia social, como, por exemplo,
entre os tupinambás, em que a maioria dos homens só possui
uma única esposa, mas os grandes guerreiros e caciques podem
usufruir da poligamia (RAMINELLI apud BRYM, 2006, p. 360). Cabe
ressaltar que o fator econômico é importantíssimo para a prática
da poligamia onde ela é aceita, pois na maioria das sociedades
poligâmicas as famílias tendem à monogamia (casamento com
um único cônjuge) devido à falta de condições materiais para o
sustento de muitas mulheres e filhos, no caso da poliginia. Não
podemos esquecer que existe também a poliandria, isto é, o
casamento de uma mulher com mais de um marido, embora seja
muito menos comum.
116 FILOSOFIA
Um exemplo desses novos arranjos é o casamento entre pessoas do
mesmo sexo. Atualmente oito países (Holanda, Bélgica, Canadá,
Hungria, Dinamarca, Noruega, Suécia, França, Islândia, Espanha e
Alemanha) reconhecem a união entre homossexuais, concedendo-lhes
os direitos de um casamento legal. Canadá, Holanda e Bélgica foram os
três primeiros a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
49,4
18,1
15,6 15,8
13,1
10,7
8,0
5,4 6,0
0,3 0,3
118 FILOSOFIA
Segundo a pesquisa do IBGE:
[...] as famílias do tipo monoparental feminino se
destacam nas áreas urbanas e metropolitanas, onde
os aspectos culturais propiciam maior liberdade
de comportamento. No conjunto do País, a mé-
dia, em 2006, foi de 18,1%, mostrando crescimento
de quase 3 pontos percentuais em relação a 1996
(15,8%). Nas Regiões Metropolitanas, a proporção
variou de 16,6%, em Curitiba, a 25,5%, em Recife.
ceira das famílias tem recaído sobre a mulher. Esta tem se sobre-
carregado para cumprir com as novas demandas que a sociedade
atual tem lhe imposto.
ECONOMIA
Máximas de Bejanmini
120 FILOSOFIA
revoluções são identificadas como fundamentais nesse processo: a
revolução agrícola, depois a revolução industrial e, por último, a
revolução no setor de serviços.
O desenvolvimento da agricultura
122 FILOSOFIA
manufatureiro ou pré-capitalista). Com transformações estruturais
na técnica, ou seja, a invenção da máquina conjugada à divisão
do trabalho já operacionalizada nas manufaturas, surge, conforme
Marx e Smith, a maquinofatura.
O desenvolvimento da indústria
TRABALHO MOEDA
VALOR DE TROCA
MERCADORIA
VALOR DE USO
124 FILOSOFIA
A Administração Científica formulada por Talyor para, inicialmente,
o campo industrial, mas que foi adotada nos demais setores da
economia, como o de prestação de serviços, comércio etc., tinha
como princípios fundamentais:
126 FILOSOFIA
O período TAYLORISTA-FORDISTA pode ser também sintetizado
como a era da grande indústria pesada, ou era do automóvel e
do pleno emprego. A economia exigia um trabalho especializado,
pouco criativo e bastante rígido. Em meados da década de 70,
o modelo da grande indústria começa a entrar em crise devido a
crise fiscal do Estado e constantes super-produções. A economia
da grande indústria parece ter que se re-inventar, fato que será
proporcionado pelo novo modelo econômico produtivo em gestação
e ampliação: o toyotismo.
Figura 27:
Fonte: http://farm1.static.flickr.
com/1/329966_f1e7e1eac1_m.jpg
128 FILOSOFIA
RELIGIÃO
Recreação
130 FILOSOFIA
Educação
Política
132 FILOSOFIA
que seriam sociedades não-estatais? Respondendo, as populações
indígenas brasileiras não são estados-nação (saber mais), ou seja,
não são reconhecidas internacionalmente como uma instituição
que possui soberania, território, fronteiras definidas; ou ainda
são sociedades que não criaram sistemas políticos aos moldes
modernos (republicas, monarquias, tiranias), de modo resumido
não são países.
Estado-nação
Chama-se Estado-nação quando um território delimitado
é composto por um governo e uma população de
composição étnico-cultural coesa, quase homogênea,
sendo esse governo produto dessa mesma composição.
Isso ocorre quando as delimitações étnicas e políticas
coincidem. Nesses casos, normalmente, há pouca
emigração e imigração, poucos membros de minorias
étnicas, e poucos membros da etnia dominante a
viver além fronteiras. (http://pt.wikipedia.org/wiki/
Estado-na%C3%A7%C3%A3o)
134 FILOSOFIA
Tempos Modernos (1936)
Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “má-
quina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura
pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em
um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.
Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise
generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que
liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem
rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas.
Elas não têm mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está
por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas
enquanto as menores são levadas, a jovem consegue escapar. (http://
www.adorocinema.com/filmes/tempos-modernos/)
136 FILOSOFIA
REFERÊNCIAS
Central de Atendimento
0800-280-2731
Sites
www.uema.br
www.uemanet.uema.br
http://ava.uemanet.uema.br
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação – UemaNet
Caro Estudante,
No sentido de melhorar a qualidade do material didático, gostaríamos que você re-
spondesse às questões abaixo com presteza e discernimento. Após, destaque a folha
da apostila e entregue ao seu Tutor. Não é necessário assinar.