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ESPECIALIZAÇÃO EM PROCESSO CIVIL E

GESTÃO DO PROCESSO

Disciplina: Fundamentos e Aplicação das Normas


Processuais
Professor: Nilsiton Aragão
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO

 Devido processo legal  Primazia da tutela de mérito


 Contraditório e ampla defesa  Efetividade processual
 Inércia e impulso oficial  Publicidade processual
 Inafastabilidade da jurisdição  Adequação
 Solução consensual de conflitos  Autonomia da vontade
 Boa-fé processual  Postulado interpretativo
 Isonomia processual  Respeito à ordem cronológica
 Postulado interpretativo
 Cooperação
 Duração razoável do processo

Prof. Nilsiton Aragão ESMEC


CONSTITUCIONALIZAÇÃO
DO PROCESSO
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO

 Direito Processual Constitucional

Novo CPC, Art. 1º - O processo civil será ordenado,


disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição
da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS

TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS
E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO

 Normas jurídicas
 Regras
 princípios

 FPPC – Enunciado nº 370. (arts. 1º a 12) Norma


processual fundamental pode ser regra ou princípio.

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO

 Instrumento da Dignidade Humana


 CF/88, Art. 1º - A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
 Novo CPC, Art. 8º - Ao aplicar o ordenamento
jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências
do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência.
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Constitucionalização do Processo

 Rol meramente exemplificativo

FPPC – Enunciado nº 369. (arts. 1º a 12) O rol de


normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título
Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo.

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DEVIDO PROCESSO LEGAL
DEVIDO PROCESSO LEGAL

 Supraprincípio ou Princípio estruturante

CF/88, art. 5º LIV - ninguém será privado da


liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

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DEVIDO PROCESSO LEGAL

Isonomia Contraditório

Efetividade Etc.

Boa-fé Publicidade

Duração
razoável

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DEVIDO PROCESSO LEGAL

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será


regida por tratado de que o Brasil faz parte e
observará:
I - o respeito às garantias do devido processo legal no
Estado requerente;

 Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante


o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição
contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do
devido processo legal.
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DEVIDO PROCESSO LEGAL

Dimensões

Formal

Material

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POSTULADO
INTERPRETATIVO
POSTULADO INTERPRETATIVO

Novo CPC, Art. 8º - Ao aplicar o ordenamento


jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências
do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência.

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POSTULADO INTERPRETATIVO

FPPC – Enunciado nº 380. (arts. 8º, 926, 927) A


expressão “ordenamento jurídico”, empregada pelo
Código de Processo Civil, contempla os precedentes
vinculantes.

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CONTRADITÓRIO E
AMPLA DEFESA
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

CF/88, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo


judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;

Novo CPC, Art. 7º - É assegurada às partes paridade


de tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório

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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

Dimensões

Formal

Substancial

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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

 Quanto à exigência:
 Efetiva manifestação
 Possibilidade de manifestação

 Quanto ao momento:
 Prévia
 Diferido

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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

• Quanto ao momento
 Sistemático
 Eventual

• Quanto à decisão
 Surpresa
 dialogada

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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

Novo CPC, Art. 9º Não se proferirá decisão contra


uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no
art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.

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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

• Decisão favorável sem contraditório

• Releitura dos brocardos:


 Iura novit curia
 da mihi factum dabo tibi jus

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BOA-FÉ PROCESSUAL
BOA-FÉ PROCESSUAL

Novo CPC, Art. 5º Aquele que de qualquer forma


participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.

FPPC – Enunciado nº 374. (art. 5º) O art. 5º prevê


a boa-fé objetiva.

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BOA-FÉ PROCESSUAL

• Destinatários:
 partes
 terceiros
 auxiliares da justiça
 magistrados

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BOA-FÉ PROCESSUAL

 Deveres das partes, de seus procuradores e de todos


aqueles que de qualquer forma participem do processo
(art. 77)
 Litigância de má-fé (arts. 80 e 81)
 Pleito de gratuidade da justiça de má-fé (art. 100)
 Cotas marginais ou interlineares (art. 202)
 Não devolução de autos em carga (art. 234, § 2º)
 Alegação dolosa de cabimento de citação por edital
(art. 258)
 Perito que não cumprir o encargo (art. 468, § 1º)

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BOA-FÉ PROCESSUAL

 Descumprimento dos deveres do inventariante (art. 625)


 Proposição indevida de ação ou embargos à monitória
(art. 702, §§ 10 e 11)
 Arrependimento de arrematação em leilão judicial (art.
896, § 2º)
 Inadmissibilidade ou improcedente da ação rescisória
(art. 968)
 Agravo interno manifestamente inadmissível ou
improcedente (art. 1.021, § 4º)
 Embargos de declaração manifestamente protelatórios
(art. 1.026, § 2º)

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BOA-FÉ PROCESSUAL

Ato atentatório à dignidade da justiça

 Execução (art. 774, Parágrafo único)

 Não comparecimento injustificado do autor ou do


réu à audiência de conciliação (art. 334, § 8º)

 Deveres das partes (art. 77, §§ 1º e 2º)

 Depositário infiel (art. 161, Parágrafo único)


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BOA-FÉ PROCESSUAL

FPPC – Enunciado nº 375. (art. 5º) O órgão


jurisdicional também deve comportar-se de acordo
com a boa-fé objetiva.

FPPC – Enunciado nº 376. (art. 5º) A vedação do


comportamento contraditório aplica-se ao órgão
jurisdicional.

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BOA-FÉ PROCESSUAL

FPPC – Enunciado nº 377. (art. 5º) A boa-fé


objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a
alteração, decisões diferentes sobre uma mesma
questão de direito aplicável às situações de fato
análogas, ainda que em processos distintos.

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BOA-FÉ PROCESSUAL

FPPC – Enunciado nº 378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e


489, §3º) A boa fé processual orienta a interpretação
da postulação e da sentença, permite a reprimenda do
abuso de direito processual e das condutas dolosas de
todos os sujeitos processuais e veda seus
comportamentos contraditórios.

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COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO

Novo CPC, Art. 6º Todos os sujeitos do processo


devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

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COOPERAÇÃO

Cooperação

Contraditório Boa-fé

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COOPERAÇÃO

PARTES

boa-fé Proteção Esclarecimento disponibilidade

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COOPERAÇÃO

MAGISTRADO

dever de
Esclarecimento Prevenção
consulta

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COOPERAÇÃO

 Dever de prevenção

Novo CPC, Art. 77, § 1o Nas hipóteses dos incisos IV


e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser
punida como ato atentatório à dignidade da justiça

Novo CPC, Art. 772 - O juiz pode, em qualquer


momento do processo:
II - advertir o executado de que seu procedimento
constitui ato atentatório à dignidade da justiça;
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COOPERAÇÃO

 Dever de consulta

Novo CPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em


grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

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COOPERAÇÃO

 Dever de consulta

Novo CPC, Art. 493. Se, depois da propositura da


ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito,
caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou
a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato
novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de
decidir.
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COOPERAÇÃO

FPPC – Enunciado nº 381. (arts. 9º, 350, 351 e


307, parágrafo único) É cabível réplica no
procedimento de tutela cautelar requerida em caráter
antecedente.

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FUNDAMENTAÇÃO
DAS DECISÕES
FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES

CF/88, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do


Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto
da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;
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FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES
Art. 489, § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso
sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso
em julgamento ou a superação do entendimento.
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FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES

• Destinatário:
 Partes
 Sociedade
 Poder Judiciário

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INÉRCIA E
IMPULSO OFICIAL
INÉRCIA E IMPULSO OFICIAL

Novo CPC, Art. 2º O processo começa por iniciativa


da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei.

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INAFASTABILIDADE
DA JURISDIÇÃO
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

CF/88, art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da


apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

Novo CPC, Art. 3º - Não se excluirá da apreciação


jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

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DURAÇÃO RAZOÁVEL
DO PROCESSO
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS


CIVIS E POLÍTICOS 1966. - Decreto nº 592/92

Art. 14, 3. Toda pessoa acusada de um delito terá


direito, em plena igualmente, a, pelo menos, as
seguintes garantias:
c) De ser julgado sem dilações indevidas;

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

Convenção Americana sobre Direitos


Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) de
1969 - Decreto nº 678/92
Artigo 8º - Garantias judiciais
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as
devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por
um juiz ou Tribunal competente, independente e
imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação penal formulada
contra ela, ou na determinação de seus direitos e
obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de
qualquer outra natureza.
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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

CF/88, art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e


administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.

 Princípio da celeridade?

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

 Respeito à ordem cronológica dos processos (art.


12)
 Contagem de prazos em dias úteis (arts. 212)
 Unificação de prazos recursais (art. 1.003, § 5º)
 Técnica de julgamento de apelações não unânimes
(art. 942)
 Proibição de decisão surpresa (art. 10)

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

Novo CPC, Art. 4º As partes têm o direito de


obter em prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa.

Novo CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo


conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:
II - velar pela duração razoável do processo;

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

 Calendário processual (art. 191)


 Peça de defesa única (art. 336)
 Cooperação nacional (arts. 67/69)
 Fortalecimentos das execuções
 Precedentes vinculantes (arts. 926/928)
 Admissibilidade única no juízo a quem (art. 1.010)
 Restrição do agravo de instrumento (art. 1.025)

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

 Representação por excesso de prazo Art. 235.


 Mandado de segurança
 Responsabilidade civil do Estado
 Critério de promoção – art. 93, II, “e”, CF/88

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DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

 Corte Europeia dos Direitos do Homem:


 Complexidade da causa
 Comportamento das partes e dos procuradores
 Atuação do órgão jurisdicional

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PRIMAZIA DA
TUTELA DE MÉRITO
PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

Novo CPC, Art. 4º As partes têm o direito de obter


em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.

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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

Novo CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo


conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:
IX - determinar o suprimento de pressupostos
processuais e o saneamento de outros vícios
processuais;

Novo CPC, Art. 317. Antes de proferir decisão sem


resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte
oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

Novo CPC, Art. 488. Desde que possível, o juiz


resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à
parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento
nos termos do art. 485.

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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

Novo CPC, Art. 932. Parágrafo único. Antes de


considerar inadmissível o recurso, o relator concederá
o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja
sanado vício ou complementada a documentação
exigível.

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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

Art. 1.029, § 3o O Supremo Tribunal Federal ou o


Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar
vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua
correção, desde que não o repute grave.

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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

FPPC – Enunciado nº 372. (art. 4º) O art. 4º tem


aplicação em todas as fases e em todos os tipos de
procedimento, inclusive em incidentes processuais e
na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional
viabilizar o saneamento de vícios para examinar o
mérito, sempre que seja possível a sua correção.
(Grupo: Normas fundamentais)

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PRIMAZIA DA TUTELA DE MÉRITO

 Correção da capacidade processual (art. 76)


 Restrição a nulidade do ato (art. 282, § 2º)
 Emenda à inicial (art. 321)
 Efeito regressivo das decisões terminativas (art.
485, § 7º)

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EFETIVIDADE PROCESSUAL
EFETIVIDADE PROCESSUAL

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as


disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de
produção dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito;

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SOLUÇÃO CONSENSUAL
DE CONFLITOS
SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS

 Resolução Nº 125 de 29/11/2010


 Política Judiciária Nacional de tratamento
adequado dos conflitos de interesses no âmbito
do Poder Judiciário.

• Lei nº 13.140 de 26/06/2015.


 Mediação entre particulares como meio de
solução de controvérsias e sobre a
autocomposição de conflitos no âmbito da
administração pública

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SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS

Novo CPC, Art. 3º ...


§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de
solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público, inclusive
no curso do processo judicial.

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SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS

 Certificação de autocomposição por oficial de justiça


(art. 154, VI).
 Disciplinamento dos Conciliadores e Mediadores
Judiciais (Art. 165 e ss).
 audiência de conciliação ou de mediação (art. 334).
 Tentativa de conciliação no início da audiência de
instrução e julgamento (art. 359).
 Produção antecipada de prova para viabilizar a
autocomposição (art. 381, II).

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SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS

 Homologação de atucomposições (art. 515, II e III)


 Máxima priorização da solução consensual nas ações
de família (art. 694)
 Homologação de autocomposição no s tribunais (art.
932, I)

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SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS

FPPC – Enunciado nº 371. (arts. 3o, §3º, e 165). Os


métodos de solução consensual de conflitos devem ser
estimulados também nas instâncias recursais.

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AUTONOMIA DA VONTADE
AUTONOMIA DA VONTADE

 Manifestação da autonomia
 Arbitragem (art. 3º, § 1º)
 Delimitação da demanda (art. 141 e 490)
 Audiência de conciliação e mediação (art. 334)
 Homologação de autocomposição (art. 515, II e
III)
 Devolutividade recursal (art. 1.002 e 1.013)
 Desistência da execução (art. 775)
 Desistência do recurso (art. 998)
 Renúncia ao recurso (art. 999)
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AUTONOMIA DA VONTADE

 Negócios processuais
 Delimitação de foro por eleição ((art. 63)
 Escolha de mediador ou conciliador (art. 168)
 Calendário processual (art. 191)
 Acordo para suspensão do processo (art. 313, I)
 Acordo para adiamento de audiência (art. 362, I)
 Distribuição do ônus da prova (art. 373, § 3º).
 Escolha do perito (art. 417)

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AUTONOMIA DA VONTADE

Novo CPC, Art. 190. Versando o processo sobre


direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz
controlará a validade das convenções previstas neste
artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta
situação de vulnerabilidade.
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ISONOMIA PROCESSUAL
ISONOMIA PROCESSUAL

CF/88, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

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ISONOMIA PROCESSUAL

Novo CPC, Art. 7º É assegurada às partes


paridade de tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório.

Novo CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo


conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
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ISONOMIA PROCESSUAL

FPPC – Enunciado nº 379. (art. 7º) O exercício


dos poderes de direção do processo pelo juiz deve
observar a paridade de armas das partes. (Grupo:
Poderes do juiz)

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ISONOMIA PROCESSUAL

Valorização dos procedentes vinculantes

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua


jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se


julgamento de casos repetitivos a decisão proferida
em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
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ADEQUAÇÃO
ADEQUAÇÃO

• Adequação legislativa:
 Nomeação de curador especial (art. 72)
 Competência territorial para vulneráveis (art. 53)
 Intervenção do Ministério Público (art. 178)
 Proibição de citação postal para incapaz (art. 247, II)
 Prazo dobrado para entes públicos (art. 183)
 Tramitação prioritária de processos de idosos e
doentes graves (art. 1.048)
 Procedimentos especiais
 Procedimentos executórios específicos

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ADEQUAÇÃO

 Adequação judicial
 Dilação de prazo (art. 139, VI)
 Distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373,
§ 1º)
 Atipicidade dos meios executórios (art. 139, VI e
art. 536)
 Flexibilização da legalidade na jurisdição
voluntária (art. 723, parágrafo único

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PUBLIDADE PROCESSUAL
PUBLICIDADE PROCESSUAL
 CF/88, art. 5º LX - a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
 CF/88, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação;
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PUBLICIDADE PROCESSUAL

Novo CPC, Art. 11. Todos os julgamentos dos


órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça,
pode ser autorizada a presença somente das partes, de
seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público.

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PUBLICIDADE PROCESSUAL
Novo CPC, Art. 189. Os atos processuais são públicos,
todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos,
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e
guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito
constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre
cumprimento de carta arbitral, desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja
comprovada perante o juízo.
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PUBLICIDADE PROCESSUAL

Novo CPC, Art. 189.


§ 1o O direito de consultar os autos de processo que
tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de
seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode
requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença,
bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação.

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PUBLICIDADE PROCESSUAL
 Controle de ordem cronológica dos processos (art.
12)
 Direito de consulta e vista (art. 107, I)
 Editais de citação (art. 257)
 Publicidade de audiência (art. 368)
 Editais de leilões judiciais (art. 886)
 Publicidade estendida no julgamento das causas
repetitivas (art. 979)
 Audiência pública na formação dos precedentes
vinculantes (arts. 983, § º e 1.038,II)
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RESPEITO À ORDEM
CRONOLÓGICA
RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

Novo CPC, Art. 12. Os juízes e os tribunais


deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão
para proferir sentença ou acórdão.
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá
estar permanentemente à disposição para consulta
pública em cartório e na rede mundial de
computadores.

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RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

Novo CPC, Art. 12. § 2o Estão excluídos da regra


do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência,
homologatórias de acordo ou de improcedência liminar
do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação
de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de
incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
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RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

Novo CPC, Art. 12. § 2o


V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos
jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim
reconhecida por decisão fundamentada.
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RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

FPPC – Enunciado nº 382. (art. 12) No juízo onde


houver cumulação de competência de processos dos
juizados especiais com outros procedimentos diversos,
o juiz poderá organizar duas listas cronológicas
autônomas, uma para os processos dos juizados
especiais e outra para os demais processos.

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RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas


disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973.
§ 5o A primeira lista de processos para julgamento em
ordem cronológica observará a antiguidade da
distribuição entre os já conclusos na data da entrada
em vigor deste Código.

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RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA

Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá


obedecer à ordem cronológica de recebimento para
publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
§ 1o A lista de processos recebidos deverá ser
disponibilizada, de forma permanente, para consulta
pública.

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APLICAÇÃO DAS
NORMAS PROCESSUAIS
APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

• Conflito

Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas


processuais brasileiras, ressalvadas as disposições
específicas previstas em tratados, convenções ou
acordos internacionais de que o Brasil seja parte.

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APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

• Lei processual no tempo

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será


aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada.

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APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

• Lei processual no tempo


 Procedimento
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas
disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973.
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro
de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos
procedimentos especiais que forem revogadas
aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas
até o início da vigência deste Código.
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APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

• Lei processual no tempo


 Provas

Art. 1.047. As disposições de direito probatório


adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas
requeridas ou determinadas de ofício a partir da
data de início de sua vigência

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APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

• Aplicação subsidiária

Art. 15. Na ausência de normas que regulem


processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas
supletiva e subsidiariamente.

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