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Este material é destinado exclusivamente aos alunos da Fundação Milton Campos e foi produzido pelo
Centro Universitário IESB, contém informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por
lei. O uso e/ou reprodução total ou parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às
penalidades cabíveis, civil e criminalmente.
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Caros Progressistas,
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SUMÁRIO
Introdução.....................................................................................................................................5!
Aula 1 | Fundamentos Constitucionais do Dever de Prestar Contas ........................................6!
1.1. Fundamentos Constitucionais do Dever de Prestar Contas ........................................................6!
1.2. Fundamentos de Governança ........................................................................................................9!
Referências................................................................................................................................. 47!
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante, seja bem-vindo(a) ao curso de Prestação e Tomada de Contas (EAD), elaborado pelo
Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB).
Além dos reflexos para a atividade política, na perspectiva da avaliação dos resultados positivos da
atuação dos governantes, há um forte aspecto legal relacionado com o dever de prestar contas no
sentido da responsabilização de agentes públicos e privados que venham a adotar condutas
consideradas como irregulares pelos órgãos de controle, fator que torna o estudo desse tema muito
importante para aqueles que atuam ou que postulam atuar no setor público.
Bons estudos!
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
i.! a soberania;
ii.! cidadania
iii.! dignidade da pessoa humana;
iv.! valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
v.! pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
(BRASIL, 1988, grifo nosso)
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O texto constitucional delineia os primeiros aspectos do dever de prestar contas, estabelecendo o Brasil
como um Estado democrático de direito, no qual os direitos e as obrigações de todos os componentes do
tecido social (cidadãos, agentes públicos, empresas e as organizações da sociedade civil organizada) são
definidos por intermédio das normas (que devem estar em plena sintonia com a Constituição), estando
também explicitado que o poder emana do povo, por intermédio de ações diretas ou das indiretas, que
são realizadas pelos representantes políticos eleitos.
É importante notar a segregação dos poderes, sendo o Executivo o responsável pela execução maior
parte das políticas públicas (como a saúde pública, educação, cultura e mobilidade, entre outros); o
Legislativo é o responsável pela atividade de elaboração das normas; o Judiciário o responsável por fazer
as normas valerem (atividade judicante).
Para existir enquanto ente organizado, o Estado também necessita de arrecadar e aplicar recursos, o que
se dá principalmente por intermédio do poder de tributar, que consequentemente gera os recursos que
são alocados no orçamento público (planos, programas, ações e serviços estatais).
Os recursos e bens públicos são fundamentais para a existência do ente estatal, de modo que a sua correta
utilização deve ser continuamente fiscalizada e comprovada, assim o Carta Magna de 1988 define:
Do art. 70 depreende-se que, além da atividade típica de formular leis, cabe ao Poder Legislativo (federal,
estadual e municipal) realizar o controle externo da Administração Pública, o que significa a prerrogativa
de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. De outro lado, é apresentado o fundamento constitucional
do dever de prestar contas, que atinge a todos os agentes públicos (servidores, empregados, agentes
públicos, parlamentares, ou eles equiparados) ou privados (pessoas físicas ou jurídicas), que utilizem,
guardem ou administrem recursos públicos.
Você sabia?
As constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF) e as leis orgânicas
estaduais apresentam dispositivos específicos, em linha com o art. 70 da Constituição de
República Federativa do Brasil de 1988.
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Estudaremos no decorrer deste curso que a ausência de prestação de contas, o julgamento das contas
como irregulares ou ainda atos específicos de aplicação indevida de recursos públicos podem acarretar
em diversas formas de responsabilização, que são independentes entre si, destacando-se:
•! Administrativa: os agentes públicos, à exceção dos agentes políticos (presidente da República,
governadores, prefeitos, chefes dos poderes legislativo e judiciário, ministros e secretários
estaduais e municipais) podem ser submetidos a Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que
pode resultar na perda da função, cargo público ou da aposentadoria.
•! Cível: a não prestação de contas ou a aplicação irregular de recursos públicos pode acarretar na
instauração de processo com vistas à restituição de valores à fazenda pública, procedimento que
é denominado Tomada de Contas Especial (TCE).
•! Ética: a aplicação ou utilização de recursos de forma inapropriada pode ser analisada pelas
comissões de ética do setor público, quando existentes.
•! Eleitoral: o julgamento das contas como irregulares ou a sanção administrativa aplicada aos
agentes públicos pode ter implicações para efeito da Lei Complementar nº 135/2010, conhecida
como “Lei da Ficha Limpa”.
•! Penal: a aplicação irregular de recursos públicos pode ser interpretada sob o viés do
cometimento de crimes contra a Administração Pública, conforme estabelecido no Decreto-Lei no
2.848/1940 (Código Penal).
•! Política: o julgamento das contas como irregulares pode ser interpretado como crime de
responsabilidade, conforme a Lei nº 1.079/1950 e Decreto-Lei nº 201/1967.
O conhecimento relativo ao processo de prestar contas possibilita que tal atividade seja realizada de
modo adequado e reduz o risco de responsabilização dos agentes públicos/políticos. Mais que isso,
contribui fundamentalmente para atingimento da finalidade pública de modo responsável e
transparente, assim como o conhecimento do tema possibilita a fiscalização ativa dos recursos públicos.
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1.2.!FUNDAMENTOS DE GOVERNANÇA
Organismos internacionais, tais como a Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações
Unidas (ONU), organizações da sociedade civil, como o Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e o TCU, têm trazido à baila
a importância da discussão do tema governança e a sua aplicação no
setor público, sendo valiosa a síntese abaixo:
Fonte: http://tinyurl.com/y9rzcm5a
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•! Estrutura de poder: explicitação dos mecanismos de governo dos negócios, bem como as
expectativas que parte espera (ou pode esperar da outra).
•! Práticas de gestão: recursos operacionais e gerenciais orientados à consecução das estratégias
de negócio, tais como: sistemas integrados de gestão, incluindo os controles internos, bem como
os mecanismos de comunicação e de divulgação das informações empresariais.
A governança possui um conjunto de mandamentos fundamentais também mundialmente reconhecidos,
comumente apresentados como princípios de governança, que, segundo o IBGC, são os seguintes:
Transparência
Mais do que a obrigação de informar é o desejo de disponibilizar para as partes
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas
por disposições de leis ou regulamentos. A adequada transparência resulta em um clima
de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. Não
deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os
demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à
criação de valor.
Equidade
Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas
(stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são
totalmente inaceitáveis.
Prestação de Contas
Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação, assumindo
integralmente as consequências de seus atos e omissões.
Responsabilidade Corporativa
Os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando
à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na
definição dos negócios e operações..
(IBGC, 2009)
Segundo Andrade e Rossetti (2004), a aplicação dos princípios de governança está relacionada com os
seguintes temas:
•! Conflitos de agência: atritos que decorrentes da separação entre a propriedade e a gestão.
•! Custos de agência: os efeitos econômicos que desalinho entre os propósitos dos gestores e dos
proprietários acarretam na geração de riqueza das empresas.
Estudos apontam que a aplicação das boas práticas de governança no setor público contribui para
atingimento dos seguintes resultados:
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Nesta aula, discutirmos o fundamento constitucional do dever de prestar conta e os reflexos gerais do dever de
prestar conta para efeitos de avaliação e responsabilização dos agentes públicos. Além disso, estudamos o
conceito de governança e a relação entre governança e a prestação responsável de contas. Os arts. 70 a 74 da
Constituição abordam de modo específico o controle externo e interno da Administração Pública, o que será
objeto da Aula 2. Continue os estudos desta disciplina e até breve!
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Olá, estudantes! Vimos na Aula 1 os fundamentos constitucionais do dever de prestar contas e seu
relacionamento com a governança do estado. Nesta aula, estudaremos o Controle da Administração
Pública, uma função que é fundamentalmente relacionada com a temática da tomada e prestação de
contas. Vamos lá!
FUNÇÃO DEFINIÇÃO
Posicionando-se a função Controle em destaque, a avaliação continua de resultados é algo que ocorre na
via interna (gestores e colaboradores, por exemplo) e externa (órgãos reguladores, clientes,
fornecedores, entre outros), sendo um processo que de modo geral é constituído das seguintes fases:
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No contexto governamental, o assunto assume grande relevo, pois, conforme estudamos na Aula 1, os
agentes públicos atuam em representação da coletividade, no que o Decreto Lei nº 200/1967 define:
CAPÍTULO V DO CONTROLE
Art. 13. O controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos
os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:
a.! o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das
normas que governam a atividade específica do órgão controlado;
b.! o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas
gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;
c.! o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União
pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.
Nu#a visão mais atual, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece as linhas
gerais sistema de controle da Administração Pública, a saber:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
§1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.
§2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.
§4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. [...]
Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
(BRASIL, 1988)
O Controle é uma função tão relevante que há 28 menções a esta palavra no texto da
Carta Magna de 1988, sendo muito relevante conhecer as instâncias que realizam a
fiscalização e controle do dever de prestar contas, o tema do próximo tópico.
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Quanto aos momentos nas quais as atividades de controle podem ocorrer, temos as seguintes possibilidades:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
i.! apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de
seu recebimento;
ii.! julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
iii.! apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
iv.! realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de
Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
v.! fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo;
vi.! fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município;
vii.!prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de
suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
viii.!aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
ix.! assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
x.! sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão
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Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos:
i.! mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
ii.! idoneidade moral e reputação ilibada;
iii.! notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
administração pública;
iv.! mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional
que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
i.! um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal,
sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público
junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios
de antigüidade e merecimento;
ii.! dois terços pelo Congresso Nacional.
§3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas
constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e
impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as
de juiz de Tribunal Regional Federal.
(BRASIL, 1988)
Em geral, o Controle Externo da Administração Pública é realizado Tribunal de Contas da União (TCU),
pelos 27 Tribunais de Contas Estaduais (TCEs – Tribunal de Contas de Mato Grosso – TCE/MT, por
exemplo), pelos Tribunais de Contas dos Municípios (TCMs – Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás
– TCM/GO, por exemplo) e os Tribunais de Contas Municipais. O que diferencia o âmbito de atuação dos
tribunais de contas é a origem dos recursos, assim, se uma determinada licitação ou convênio (tema da
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Aula 5) é realizado com recursos do Governo Federal, o TCU poderá fiscalizar a utilização dos recursos,
bem como a respectiva prestação de contas.
Tome nota!
•! O controle externo pode ser realizado por outros entes como o Ministério Público (MP),
que realiza o controle da atividade policial, todavia, no contexto da observação do dever
de prestar contas sobressai o papel dos Tribunais de Contas (TCs).
•! Rio de Janeiro-RJ e São Paulo-SP são os municípios que mantêm tribunais de
contas próprios. Conforme o art. 31, § 4º da Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, é vedada a criação de novos tribunais de contas municipais.
Os órgãos de controle interno também desempenham um papel muito relevante no processo de tomada
e prestação de contas, que será mais aprofundado nas Aulas 3, 4 e 5.
O Poder Judiciário também pode realizar o controle dos atos administrativos, como via de exceção,
conforme a Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal (STF):
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A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
(STF, 1969)
A atuação do Poder Judiciário nas questões de governo é conhecida pela expressão Controle Judicial da
Administração Pública, tendo o Ministério Público (MP) um papel crucial no sentido representar à justiça
o cometimento de lesões ao patrimônio público, conforme a Carta Magna de 1988:
Numa vertente mais contemporânea, temos o Controle Social da Administração Pública, aquele que se
dá por intermédio da atuação de pessoas físicas ou por instituições da sociedade civil organizada, sendo
o texto constitucional de 1988 o plano de fundo para diversos mecanismos de participação social:
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) [...]
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; [...]
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
i.! descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
ii.! atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
iii.! participação da comunidade. [...]
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes,
e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
i.! descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas
às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de
assistência social;
ii.! participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. [...]
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de
forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção
conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre
os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento
humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012)
Atualmente, são vários os instrumentos que auxiliam o exercício do Controle Social, destacando-se:
•! Os portais de transparência.
•! As ouvidorias.
Os órgãos de controle externos e interno têm cada vez mais incentivado e disponibilizado mecanismos
para o exercício do controle social, o que é fundamental para o aperfeiçoamento das políticas públicas,
bem como para a prestação de contas responsável.
Nesta aula, discutirmos o Controle como uma função intrínseca da administração de qualquer organização; e
como mecanismo de garantia de realização dos objetivos e da necessidade de modificá-los. Vimos também as
instâncias de Controle da Administração Pública, com destaque para o Externo, Interno, Judicial e Social. Nós
nos encontramos na Aula 3!
Olá! Na Aula 2, tivemos uma visão panorâmica do Controle da Administração Pública e as instituições que são
responsáveis pela sua execução. Nesta aula, focalizaremos no processo de prestação de contas anual do
presidente da República e dos demais chefes de poderes. Continue os estudos desta disciplina e boa aula!
Vamos lá!
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento. [...]
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da
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Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
Os crimes de responsabilidade são processados em conformidade com a Lei nº 1.079/1950, que estabelece:
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO
Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:
...
2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas relativas ao exercício anterior.
(BRASIL, 1950, grifo nosso)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: [...]
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Além normas gerais acima mencionadas, devem ser seguidos os normativos específicos do Tribunal de
Conta da União (TCU), a saber:
•! Decisão Normativa TCU nº 146/2015: Dispõe acerca das unidades cujos dirigentes
máximos devem apresentar relatório de gestão referente ao exercício de 2015,
especificando a forma, os conteúdos e os prazos de apresentação, nos termos do
art. 3º da Instrução Normativa TCU nº 63, de 1º de setembro de 2010.
A prestação de contas anual do presidente a República é um ato complexo, repleto de formalidades, prazos e
implicações legais que podem inclusive culminar na perda de mandato. Nesse contexto, o Ministério da
Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) é o órgão responsável pela instrução de todo o processo, o
qual disponibiliza as informações completas no sítio eletrônico na rede mundial de computadores:
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Além de uma breve explicação de todo o processo, no link “Entenda” demonstra-se propício conhecer a
listagem de todos os documentos de relatórios que compõe a prestação de contas do presidente da República,
sendo os arquivos mais atuais disponíveis no link “Exercício 2016 - Acesse a prestação na íntegra”.
Após a atuação da CGU, a prestação de contas é encaminhada ao TCU, em conformidade com a definição
estabelecida na Carta Magna de 1988.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
O TCU realiza uma série de procedimentos que resultam na emissão do Parecer Prévio e do Relatório
sobre as Contas de Governo, podendo ser indicada a Aprovação (“Com Ressalvas” ou “Sem Ressalvas”)
ou Rejeição das Contas.
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!
Figura 4. Página da prestação de conta do presidente da República. Fonte: TCU (2017)
Após vencidas as etapas de responsabilidade da Egrégia Corte de Contas, o Parecer Prévio e o Relatório sobre as
Contas de Governo são encaminhados para o Congresso Nacional, que deve efetuar o julgamento das contas:
Para ilustrar todo o conjunto de procedimentos ora apresentados, o TCU nos oferece uma valiosa sinopse
em formato gráfico:
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Figura 5. Sinopse do processo de apreciação e julgamento das contas do presidente da República. F$%&'(!)*+!,-./01
•! Nos 5.570 municípios (prefeito – Tribunais de Contas dos estados ou do município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos municípios, onde houver – Poder Legislativo municipal)
Para ilustrar a diferença, cita-se a síntese da Sessão Plenária do Tribunal de Contas do Distrito Federal
(TCDF), de 26 de outubro de 2017, que aprovou com ressalvas as contas do Governo do Distrito Federal
(GDF) do exercício de 2016:
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Apesar dos avanços na prestação de contas e na qualidade dos gastos, o TCDF detectou
diversas impropriedades que o GDF deverá corrigir. Entre os principais problemas
encontrados estão a superestimativa de arrecadação e falhas no planejamento
governamental; investimentos abaixo daqueles previstos em lei; realização de despesas
sem cobertura contratual (passou de 34,5 milhões em 2014 para 616,6 milhões em 2016,
gastos sem qualquer contrato válido); aumento de gastos em caráter emergencial (R$
152,3 milhões sem licitação); ineficácia na avaliação do custo-benefício para renúncias
de receitas e descontos tributários; erros no gerenciamento do regime próprio de
previdência social; falhas na gestão de várias áreas, como da saúde e educação; e queda
de quase R$ 2 bilhões nos recursos à disposição do DF.
Esse documento apresenta as despesas com pessoal e com licitações, os gastos com
publicidade e propaganda e os resultados por área de governo, além da avaliação dos
controles internos exercidos pela Administração Pública; do patrimônio do GDF; das
demonstrações contábeis e das gestões fiscal, orçamentária e financeira. O relatório
inclui, ainda, auditorias realizadas pelo corpo técnico do TCDF. Já o Ministério Público
junto ao TCDF elaborou parecer pela não aprovação das contas do ano passado.
Educação - Uma das auditorias presentes no RAPP/2016 foi a realizada para avaliar a
implantação do Plano Distrital de Educação (PDE). Nessa fiscalização, verificou-se que as
ações do GDF foram ineficazes e inadequadas para alcançar a universalização da pré-
escola e a ampliação da oferta de creches e escolas de tempo integral prevista no PDE.
Em 2016, a Secretaria de Educação negou acesso à pré-escola para 6.724 crianças entre
quatro e cinco anos.
Saúde - Também foram realizadas três auditorias na área da saúde: sobre centros
cirúrgicos; classificação de risco nas urgências e emergências; e acesso a leitos de
Unidades de Terapia Intensiva. Todas apontaram falhas na gestão. Um exemplo é o
número de leitos de UTI em operação, que caiu quase 30%. O corpo técnico do TCDF
também apontou, por exemplo, que as Unidades Cirúrgicas de Assistência Especializada
(UCAEs) não têm condições adequadas, nem são suficientes para atendimento aos
usuários.
fundo financeiro do DF. A transferência foi feita para garantir o pagamento em dia do
salário de servidores. Como garantia, estavam a incorporação de imóveis do DF ao
patrimônio do DFPrev.
Por isso, entre as recomendações previstas no relatório das Contas de 2016 está a
determinação ao GDF para que adote as providências necessárias para fazer a
recomposição do fundo previdenciário com terrenos do Distrito Federal, conforme
previsto na Lei Complementar nº 899/15.
Além disso, foi realizada auditoria no âmbito do Instituto de Previdência dos Servidores
do Distrito Federal (Iprev/DF) para verificar a sua atuação na gestão financeira e atuarial
do Regime Próprio de Previdência Social do DF. A fiscalização constatou várias falhas.
Não há, por exemplo, mecanismos para identificar eventuais atrasos de repasse de
contribuições patronais para o Fundo Previdenciário e os investimentos não alcançaram
rentabilidade compatível com a meta prevista.
Receitas e Despesas - Em 2016, o montante total dos recursos sob a gestão do Governo
do Distrito Federal alcançou R$ 33,5 bilhões. Houve uma queda de 5,4%, em
comparação com 2015. No total, considerados os Orçamentos Fiscal, da Seguridade
Social e de Investimento, bem como os recursos do FCDF para as três áreas —
segurança, educação e saúde —, foi praticamente R$ 1,9 bilhão a menos de recursos à
disposição do GDF.
As despesas com Pessoal e Encargos Sociais do GDF em 2016 atingiram R$ 23,5 bilhões.
Renúncia fiscal - O relatório concluiu que não há uma metodologia eficaz para avaliar o
custo/benefício das renúncias de receita e de outros incentivos fiscais. As renúncias
tributárias realizadas pelo GDF em 2016, totalizaram R$ R$ 1,8 bilhão, ou 12,5% do
montante arrecadado nas fontes indicadas, que totaliza R$ 14,5 bilhões. Não foram
disponibilizadas informações sobre quais os benefícios financeiros e sociais desse tipo
de medida.
Sessão Plenária - Estiveram presentes na sessão especial os secretários da Casa Civil,
Relações Institucionais e Sociais, Sérgio Sampaio; de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Leany Lemos; e de Saúde, Humberto Lucena; a Procuradora Geral do Distrito Federal,
Paola Aires, e autoridades de outros órgãos do GDF.
(TCDF, 2017)
Para finalizar este tópico, tendo em vista a repercussão causada pelo Parecer Prévio e Relatório sobre as
Contas de Governo de 2014 da presidência da República, salienta-se que, em obediência às disposições
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Sob outra perspectiva de análise, apenas o Presidente da República, Governadores e Prefeitos tem as
contas julgadas pelo Poder Legislativo, assim todos os demais dirigentes são julgados pelos tribunais a
que se refiram as contas. Para exemplificar, traz-se a seguir o inteiro teor do acórdão referente ao
julgamento das contas do Supremo Tribunal Federal (STF) do exercício de 2014:
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Na Aula 4, estudaremos com maiores detalhes o processo de julgamento das contas anuais nos Tribunais de
Contas, tendo em vista os diversos reflexos que podem resultar para os gestores públicos em decorrência da
atuação dos órgãos de controle externo, interno e demais partes interessadas.
Nesta aula, discutirmos as bases normativas da prestação de contas anuais por parte do presidente da
República e a atuação dos tribunais de contas no sentido da elaboração do Parecer Prévio e Relatório de
Contas do Presidente da República, governadores e prefeitos (quando aplicável). Vimos que é do Poder
Legislativo a competência de julgar as contas do presidente da República, governadores e prefeitos. A
prerrogativa dos Tribunais de Contas é de julgarem todos os dirigentes, que não sejam o presidente da
República, governadores e prefeitos. Nós nos encontramos na Aula 4!
Olá! Na Aula 3, estudamos a prestação de contas anuais do presidente da República, governadores e prefeitos.
Nesta aula, focalizaremos no processo de prestação de contas anual das presidente da República e das demais
autoridades. Vamos lá!
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: [...]
Esse modelo é também irradiado para os estados e, quando aplicável, para os municípios, que possuem
tendo em vista as disposições específicas da Carta Magna de 1988:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição
de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
(BRASIL, 1988)
Entre outras normas, aplica-se também a todas os dirigentes de órgãos e entidades a Lei nº
8.429/1992, que estabelece:
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da
Administração Pública [...]
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: [...]
Será apresentado uma visão acerca do processe prestação de contas anuais na União, com as devidas
reflexões para os demais entes. Nesse contexto, o Tribunal de Conta da União (TCU) estabelece um
conjunto de normas específicas para o tema:
•! Instrução Normativa TCU nº 63, de 01 de setembro de 2010 (Alterada pela IN TCU nº 72, de 15 de
maio de 2013): Estabelece normas de organização e de apresentação dos relatórios de gestão e das
peças complementares que constituirão os processos de contas da administração pública federal,
para julgamento do Tribunal de Contas da União, nos termos do art. 7º da Lei nº 8.443, de 1992.
•! Portaria TCU nº 321/2015: Dispõe sobre as orientações para a elaboração de conteúdos dos
Relatórios de Gestão e de informações suplementares referentes ao exercício de 2015, bem como
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•! Decisão Normativa TCU 147/2015: Dispõe sobre a relação das unidades prestadoras de contas
cujos responsáveis terão as contas de 2015 julgadas pelo Tribunal e especifica a forma, os prazos
e os conteúdos para a elaboração das peças de responsabilidade dos órgãos de controle interno
e das instâncias supervisoras que comporão os processos de contas, nos termos do art. 4º da
Instrução Normativa TCU nº 63, de 1º de setembro de 2010.
No caso das contas dos demais dirigentes que não o presidente, governadores e prefeitos há, também
uma forte participação dos Órgãos de Controle Interno, que têm o seguinte papel constitucional:
No caso específico do Poder Executivo federal, o Controle Interno é exercido pelo Ministério da
Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que também estabelece regras complementares
específicas para a instrução das contas anuais.
No âmbito da União, as contas anuais são encaminhas eletronicamente para o TCU, por intermédio do
Sistema e-Contas.
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Além disso, o TCU determina que a CGU realize auditorias das quais resulta a elaboração de Relatório e
Parecer que são peças utilizadas no julgamento das contas, o que pode ser exemplificado como segue:
ANO DA
ÓRGÃO RELATÓRIO LINK DO RELATÓRIO
CONTA
Cabe destacar, ainda, que as penalidades aplicadas pelo Tribunal de Contas não excluem
a aplicação de sanções penais e de outras sanções administrativas, estas últimas pelas
autoridades competentes. Ressalte-se, também, que a legislação eleitoral prevê a
inelegibilidade, por um período de cinco anos, dos responsáveis por contas irregulares.
(TCU, 2017)
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Art. 1o Esta Lei Complementar altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990,
que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de
inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências.
Art. 2o A Lei Complementar nº 64, de 1990, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1o [...]
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade
administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8
(oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no
inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição [...].
(BRASIL, 2010, grifo nosso)
O tema é importante que o TCU criou o Cadastro de Responsáveis com Contas Julgadas Irregulares (CADIRREG):
Conforme antecipados na Aula 3, o resultado do julgamento das contas é efetuado por intermédio de
acordão, por exemplo:
1.1. Responsáveis: Armando Akio Santos Doi (605.951.911-34); Edmilson Palma Lima
(317.400.571-04); Enrique Ricardo Lewandowski (227.234.718-53); Fernando Silveira
Camargo (445.143.101-82); Joaquim Benedito Barbosa Gomes (084.269.531-15); Miguel
Augusto Fonseca de Campos (004.881.942-53); Roberto Bezerra (603.254.961-53)
1.2. Unidade: Supremo Tribunal Federal
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado
1.5. Unidade Técnica: SecexAdministração
1.6. Representação legal: não há
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1.7. Determinar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, se ainda não o fez, encaminhe, nas
próximas contas, estudo sobre o dimensionamento de sua força de trabalho, conforme
indicado no Relatório de Gestão Anual elaborado pelo órgão, na página 53 da peça 4.
(TCU, 2015)
!
Com o advento da Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, as prestações de
contas, relatórios de auditoria, acórdãos e outras informações da gestão são de publicação obrigatória
nos sítios eletrônicos dos órgãos e entidades públicas, exemplificando:
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Figura 9. Aba de Transparência Ativa do sítio eletrônico do Ministério do Planejamento. Fonte: MP (2017)
Figura 10. Consulta ao conteúdo das auditorias – Transparência Ativa. Fonte: MP (2017)
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Figura 11. Consulta ao conteúdo de prestações de contas – Transparência Ativa. Fonte: MP (2017)
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Também no caso específico do Distrito Federal, a Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), o órgão
central do sistema de controle interno, deve elaborar Relatório e Certificado de Auditoria para em todos os
processos de tomadas e prestações de contas dos órgãos e entidades do Poder Executivo do Distrito Federal.
Nesta aula, discutirmos o fundamento constitucional da prestação de contas pelos dirigentes dos órgãos e
entidades, que é também o parâmetro normativo para as Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito
Federal e Leis Orgânicas municipais. Estudamos as possíveis consequências do julgamento das contas
tomadas e prestações de contas anuais, com destaque para a aplicação da a Lei Complementar nº 135/2010,
conhecida como a Lei da Ficha Limpa. Nós nos encontramos na Aula 5! Até lá!
Olá! Na Aula 4, estudamos a prestação de contas anuais das autoridades que ocupam cargos distintos dos de
chefe do Poder Executivo e o seu respectivo julgamento pelos tribunais de contas. Na última aula, discutiremos
outras formas de exteriorização do dever de prestar contas que não sejam os processos anuais de tomada ou
prestação de contas (ordinárias ou extraordinárias) o que é objeto do tópico “Convênios, Fundos e Demais
Ajustes com o Poder Público”. Por fim, estudaremos o procedimento de exceção, a Tomada de Contas Especial
(TCE). Vamos lá!
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Existem outras formas de exteriorização do dever de prestar contas não diretamente relacionadas com os
contratos administrativos ou com a tomada e prestação de contas (ordinária ou extraordinária), em que
se destacam:
•! Contratos de gestão.
•! Convênios.
•! Diárias e passagens.
Os convênios são uma fonte importante de realização de políticas públicas no país, especialmente útil
para que os municípios e os estados realizem empreendimentos entre si, ou em conjunto com o Governo
Federal. Tem por base o art. 116 da Lei nº 8.666/1993, existindo uma série de normativos específicos no
âmbito do Governo Federal, estados e municípios.
Nesse tipo de ajuste entre as partes, a prestação de contas assume um caráter fundamental, tanto como
requisito para a manutenção do fluxo de transferência de recursos quanto para a comprovação parcial e final do
cumprimento do objeto convenial. Nesse caso, a omissão no dever de prestar contas constitui ato de
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improbidade administrativa, conforme o art. 11, inciso VI da Lei nº 8.429/1992, bem como dá ensejo à
instauração de Tomada de Contas Especial (TCE), com vistas a recuperar os eventuais danos ao Erário.
Existe uma série de outras transferências legais e operações fundo a fundo que se dão por meio da
descentralização de recursos de fundos do Governo Federal diretamente para fundos estaduais, distritais
e municipais, principalmente nas áreas de assistência social. São exemplos desses tipos operações:
Além das cautelas com as regras específicas de prestação de contas, há que se atentar nas transferências
legais e operações fundo a fundo, assim como nos convênios, para o nexo de causalidade entre os objetivos, a
fonte de recursos e a despesa executada, pois o Tribunal de Contas da União (TCU) tem responsabilizado
diversos gestores por efetuarem gastos de forma distinta da originalmente pactuada ou prevista em lei.
Esse assunto é importante porque a CGU realiza fiscalizações sobre a correta aplicação e prestação de
contas dos recursos originários dos convênios, transferências e operações de fundos, das quais, por
muitas vezes, resulta a responsabilização de gestores públicos.
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A figura a seguir apresenta as informações gerais do Programa de Fiscalização em Entes Federativos da CGU:
Figura 12. Programa de Fiscalização em Entes Federativos do Ministério da Transparência e CGU. Fonte: CGU (2017)
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Todavia, existe um procedimento excepcional denominado pelo termo Tomada de Contas Especial (TCE),
que é apresentado no Decreto-Lei nº 200/1967:
Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não foi prestada, ou que ocorreu
desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo para a
Fazenda Pública, as autoridades administrativas, sob pena de co-responsabilidade e sem
embargo dos procedimentos disciplinares, deverão tomar imediatas providência para
assegurar o respectivo ressarcimento e instaurar a tomada de contas, fazendo-se as
comunicações a respeito ao Tribunal de Contas.
(BRASIL, 1967)
Existem atualmente diversas normas que regulamentam o tema, mas, de modo geral, o procedimento da
TCE na existência dos seguintes requisitos:
O processamento de uma TCE é um ato marcado por diversas formalidades, sendo indispensável o
contraditório e a ampla defesa, existindo obrigatoriamente duas fases:
Cabe destacar, ainda, que as penalidades aplicadas pelo Tribunal de Contas não excluem
a aplicação de sanções penais e de outras sanções administrativas, estas últimas pelas
autoridades competentes. Ressalte-se, também, que a legislação eleitoral prevê a
inelegibilidade, por um período de cinco anos, dos responsáveis por contas irregulares.
(TCU, 2017)
Ante o exposto, é indispensável a adoção de cautelas quanto à correta realização do dever de prestar contas!
Nesta aula, discutirmos as seguintes as outras formas de exteriorização do dever de prestar contas, além das
prestações e tomadas de contas anuais, tais como os convênios, as transferências legais e operações fundos a
fundo. Vimos também o procedimento de exceção, com vistas ao ressarcimento de danos ao erário,
conhecimento como TCE. Chegamos ao fim do curso! Parabéns pelo empenho na realização do curso!
Sucesso!
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e tendências. São Paulo: Atlas, 2004.
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 9 out. 2017.
BRASIL. Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010. Brasília, 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp135.htm>. Acesso em: 9 out 2017.
HOWLETT; Michael; RAMESH, M.; PERL, Anthony. P, Evert. Políticas públicas seus ciclos e subsistemas:
um enfoque integral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de governança
corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
MEDAUAR, Odete. Controle da administração pública. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
OLIVEIRA, Paulo Roberto. Implantação de um processo para identificação e gestão dos riscos financeiros.
Brasília: SERPRO-SUPGF, 2006.
STF – Supremo Tribunal Federal. Súmula n 473. Brasília, 1969. Disponível em:
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TCDF – Tribunal de Contas do Distrito Federal. Contas do GDF relativas a 2016 são aprovadas com
ressalvas. Disponível em: <http://www.tc.df.gov.br/web/tcdf1/visualizar-noticias/-
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TCU – Tribunal de Contas da União. Referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da
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TCU – Tribunal de Contas da União. Site oficinal. 2017. Disponível em: <http://www.tcu.gov.br>. Acesso
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