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Avaliação da ação de peptídeos derivados de secreções animais em

modelo in vitro de neuroinflamação


CHUBA, T. N.¹,², SANTA-CECÍLIA, F. V.¹, ALVAREZ-FLORES, M. P.², CHUDZINSKI-TAVASSI, A. M.², CURY, Y.¹,²
¹Laboratório Especial de Dor e Sinalização, Instituto Butantan. ²Center of Excellence in New Target Discovery, Instituto Butantan.

Introdução Resultados

A progressiva disfunção e perda de neurônios e axônios dos


Viabilidade Celular: Nenhum dos peptídeos A teve Células do DRG estimuladas ou não por LPS:
qualquer efeito tóxico nas células, nas concentrações • [NO] Ideal: LPS aumenta a liberação de Nitritos 48 horas
sistemas nervosa central e periférico, características de processos
testadas. após o tratamento (Fig. 1B).
neurodegenerativos, são associadas à neuroinflamação, estresse • Nenhum dos tratamentos alterou a produção de NO
oxidativo e disfunção mitocondrial. Macrófagos Peritoneais: induzido por LPS (dados não mostrados).
Células envolvidas nas respostas imunes inata e adaptativa, • [NO] Ideal: LPS aumenta a liberação de nitritos entre
principalmente macrófagos, podem adentrar o cérebro em condições 10 a 48 horas após o tratamento. O tempo de 24h foi Crescimento de Neuritos:
neuroinflamatórias. Este evento contribui para o agravamento da escolhido para estudos subsequentes (Fig. 1A). • 10 nM de rLosac e 10 µM de CRF (na presença de
condição inflamatória do cérebro e contribui para a neuroinflamação e • O pré-tratamento com rLOSAC inibiu a liberação de PGE2) foram efetivos na promoção do crescimento de
neurodegeneração crônica. Desta forma, a produção elevada de óxido NO induzida por LPS (Fig. 1C). neuritos (Fig. 3B, C).
nítrico mostrou-se estar correlacionada à incidência de processos • Efeitos similares foram observados para o P3 (150, • P2 e D3, nas nossas condições experimentais, não
neurodegenerativos. 200, 250 nM) e D3 (150, 200 nM) (Fig. 1 D, E), apresentaram resultados significativos na indução do
assim como para 10uM CRF (Fig. 1F). crescimento de neuritos (Fig. 3C).
Diversos estudos já foram desenvolvidos para caracterizar as
moléculas que apresentam ações para o controle destes fenômenos.
Neste contexto, duas moléculas desenvolvidas no Instituto Butantan A
apresentaram resultados promissores.
B A B

• Crotalfina (CRF): um peptídeo identificado no veneno da Cascavel


(C. d. terrificus), apresenta ação analgésica. Dados preliminares
mostram que em (1) ensaios in vitro deste peptídeo preveniram a
desmielinização, possivelmente por uma ação direta em células
precursoras de oligodendrócitos ou em oligodendrócitos
mielinizantes e (2), em um modelo experimental in vivo de
encefalomielite autoimune, que a Crotalfina interfere com o
desenvolvimento de sinais clínicos da doença.
• rLosac: uma hemolina derivada do extrato das cerdas da lagarta
C D
Fig. 2. Efeito dos tratamentos na Viabilidade Celular em culturas primárias de: (A) macrófagos peritoneais
de ratos; (B) Células do DRG de ratos.
Lonomia obliqua que apresenta atividade de proteção e
sobrevivência celular. Conjuntamente, dois peptídeos (P2 e D3),
derivados do Losac, foram desenvolvidos in silico e sintetizados com
A B C
o objetivo de comparar sua atividade com a proteína recombinante
original.

Objetivos D
Baseado nos efeitos da Crotalfina e rLosac, os principais
objetivos foram:
1. Avaliar as alterações induzidas pela Crotalfina, rLosac, P2 e D3 em E F
parâmetros inflamatórios (óxido nítrico) em cultura celular de
gânglios da raiz dorsal (DRG) e em macrófagos peritoneais de ratos,
estimulados ou não por LPS;
2. Avaliar a ação da Crotalfina, rLosac, P2 e D3 no crescimento
neuronal (ensaio de crescimento de neuritos) em células do DRG.

Metodologia

Fig. 1. Produção in vitro de NO (Ensaio de Griess). (A) Macrófagos peritoneais de ratos após estímulo
de 1 μg/μl de LPS. (B) Células do DRG de ratos após estímulo com 1 μg/μl de LPS. Efeitos do pré- Fig. 3. Avaliação do crescimento neuronal (Ensaio de Crescimento de Neuritos). (A) Controles (TGF e
tratamento (2 h) de rLosac (C), P2 (D), D3 (E) e CRF (F) na produção de NO por macrófagos Estaurosporina). Células tratadas com: (B) rLosac, P2 e D3. (C) CRF, PGE2 e CRF + PGE2. (D)
peritoneais de ratos estimulados com 1 μg/μl de LPS. Imagens de microscopia ótica representando o crescimento de neuritos após 3 dias de tratamento.

Conclusões Perspectivas Futuras


Os resultados sugerem:
- Determinação dos efeitos de cada molécula na
• Um efeito anti-inflamatório para o rLosac, P2, D3 e produção de citocinas inflamatórias em cada tipo
celular, permitindo uma melhor caracterização dos seus
CRF, caracterizados neste trabalho pela inibição da
efeitos na inflamação e neuroinflamação.
liberação de NO por macrófagos. Efeitos similares
- Avaliação dos efeitos dos tratamentos em co-
foram descritos na literatura para CRF em neurônios do
culturas (entre macrófagos e células do DRG), assim
DRG e para rLosac, em condrócitos e células como em outros modelos de neuroinflamação.
endoteliais; - Confirmação dos efeitos no crescimento de
• rLosac e CRF podem promover o crescimento de neuritos em experimento com maior sensibilidade, como
neuritos, indicando um possível efeito na sobrevivência a plataforma HCS.
e manutenção funcional de neurônios.

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