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MODOS DE SER PSICÓLOGO: ENTRE O PLANTÃO E A PSICOTERAPIA.

RODRIGUES, Gabriela Ponte; BARRA, Tiago Yehia de la - Universidade Paulista – Paraiso

A partir da experiência no estágio em Plantão Psicológico no Centro de Psicologia Aplicada -


Unip Paraíso em 2013 deu-se início uma série de reflexões sobre a atuação do psicólogo em
diferentes modalidades de atuação. Ao vivenciar a prática nesta modalidade de estágio pude
perceber as distinções em relação aos objetivos da atuação em psicoterapia breve, ambos na
perspectiva Fenomenológica Existencial. O presente trabalho pretende esclarecer algumas
destas diferenças na forma de atuação de modo claro e breve, a fim de compartilhar minha
experiência durante o momento de aprendizado. Para elucidar o raciocínio que me levou a
esta reflexão elegi como ponto de partida retomar em poucas palavras o ponto de vista adotado
por esta perspectiva para posteriormente abordar os objetivos do psicólogo plantonista e
psicoterapeuta. A perspectiva fenomenológica existencial parte da concepção de homem de
Dasein proposta pelo filosofo alemão Martin Heidegger por volta de 1930. Esta concepção de
homem acredita que é na relação do sujeito com o mundo que ele se constitui, e esta relação
é permeada pela construção do sentido da existência. Para uma atuação baseada nesta
perspectiva, buscamos compreender e reconstruir a teia de sentidos vivenciados pelo paciente
para compreender, a partir de sua própria ótica, o que sua experiência significa em sua
existência e como ele articula este universo de sentido em uma tentativa de fugir do vazio
originário da existência humana. Nas palavras de Nunes e Morato (2012) a atuação do
psicólogo plantonista consiste em orientar e caminhar junto com o paciente rumo à construção
da compressão da demanda apresentada por ele, trazendo questionamento os sentidos
atribuídos a suas vivencias. Sendo assim, esta compreensão é construída baseada da
narrativa do paciente, servindo como ponto de partida para que o plantonista possa clarear
sua demanda a partir da queixa apresentada, fazendo com que se aproprie da mesma. A
atuação do plantonista se restringe ao olhar do paciente para a questão apresentada. Por outro
lado, a atuação do psicólogo em psicoterapia, que consiste também em refletir sobre as formas
de ser-no-mundo do paciente, questionando a problemática apresentada por ele e
proporcionar-lhe novas possibilidades de ser-no-mundo a fim de existir e vislumbrar o universo
de possibilidades para uma “adaptação tranquila”, proporcionando a auto compreensão sobre
suas formas de se relacionar com o mundo. Pudemos concluir que estas formas de atuação
diferem em seus objetivos, mas que carregam consigo em sua perspectiva a mesma
concepção de homem tendo como norteador o desvelamento do sentido. No caso do
plantonista seu objetivo atinge seu propósito quando o paciente clareia sua demanda e dela
se apropria. Em psicoterapia o psicólogo estende a compreensão desta demanda para que o
paciente possa criar novas formas de existir.
Palavras-chave: Plantão Psicológico, Atuação Psicológica, Fenomenologia Existencial

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