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VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2017
RAPHAEL LIMA SODRÉ
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2017
Vitória da Conquista, 15 de novembro de 2017.
De Raphael Lima Sodré
À Coordenação de Estágio
Assunto: Apresentação de Relatório
Atenciosamente,
___________________________________________________
Raphael Lima Sodré
(Estagiário)
IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
Vice Direção: Cristiane Campos Pereira Santana e Edna Maria Souza Rabêlo
À Deus, por conceder a saúde necessária para que eu pudesse realizar o estágio.
À meu pai (em memória) e minha mãe, por todo apoio que me deram durante meu
processo de formação cidadã e acadêmica.
Aos membros da equipe diretiva do Colégio Estadual Nilton Gonçalves, por ter
permitido que o estágio pudesse ser realizado na escola.
Ao professor regente, José Nilton Vasconcelos Melo, por ter concedido suas aulas
para as atividades do estágio supervisionado.
(Paulo Freire)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO ......................................................................... 1
1.4 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 2
1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 2
1.4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 2
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CLASSE............................................................................. 14
5 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 21
APÊNDICES ......................................................................................................................... 22
ANEXOS ............................................................................................................................... 40
1 INTRODUÇÃO
1
estabelecido que a instituição de ensino do curso que é a responsável por normalizar os
critérios para realização do estágio. Dentro dessa premissa, e, através da resolução de número
98/2004 (ver anexo A) do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), fica determinado que o estágio
supervisionado integre a grade curricular obrigatória dos cursos de licenciaturas, constituindo-
se em três etapas distintas – observação, coparticipação e regência -, no qual deverá ser
desenvolvido em práticas docentes, perfazendo um mínimo de 400 horas, sendo obrigatório o
cumprimento de no mínimo 200 horas na modalidade de ensino. Onde esta última deve
estender-se por duas unidades letivas.
1.2 OBJETIVOS
2
2 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
3
Para a modalidade de ensino de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o colégio conta
com um projeto intitulado Semana do Trabalhador, que visa fortalecer o pensamento das
mudanças ocorridas no mundo do trabalho e refletir sobre os velhos e os novos desafios para
o enfrentamento das dificuldades encontradas pelos trabalhadores no atual estágio de
desenvolvimento do mundo capitalista e as formas de trabalho impostas por ele, o que é de
suma importância para essa modalidade de ensino, pois ela é formada em sua maioria por
trabalhadores e trabalhadoras com idades discordantes com as séries, permitindo-lhes um
olhar reflexivo e crítico sobre a realidade em que se encontram.
Tem-se o projeto Gincana Cultural, que objetiva promover a integração entre
professores e alunos das diferentes turmas e séries, dos turnos matutino e vespertino,
permitindo o desenvolvimento de habilidades como a criatividade, o trabalho em equipe, as
inteligências múltiplas, conhecimentos gerais, raciocínio lógico-matemático, o humanismo e a
cidadania.
A Semana do Estudante tem como principais objetivos comemorar o dia do estudante
como uma data de reflexão sobre a importância e o papel do mesmo na sociedade,
desenvolvendo atividades que promovam a integração entre estudantes dos três turnos de
funcionamento de diferentes turmas e séries do CENG, onde são desenvolvidas práticas de
estudo que estimulem os alunos a valorizarem o desenvolvimento do saber.
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funciona no mesmo espaço em que a sala de multimídia e possui bons acervos bibliográficos,
contando com livros de literatura adulta e juvenil, periódicos de jornais e revistas, além de
vários cd´s e dvd´s educacionais das mais variadas áreas.
A escola possui duas das oito modalidades de ensino sugeridas pelo Ministério da
Educação, sendo elas a de formação geral – que compreende toda a educação básica, desde o
ensino infantil até o Ensino Médio – e a de educação de pessoas jovens e adultas (EJA) –
tendo esta, duas turmas no turno vespertino – referentes a jovens entre 15 e 17 anos de idade –
e cinco turmas no noturno – referentes a pessoas acima dos dezoito anos de idade –, no qual
presta atendimento ao seu público alvo, conforme mostra a tabela 3.
Apesar da escola não oferecer a modalidade de educação especial para alunos que
portam algum tipo de necessidade especial de aprendizado, há na referida instituição alunos
que necessitam de assistência educacional especializada, mas a escola não tem condições de
oferecer um ensino que seja direcionado a esses estudantes, com professores especializados
nessa modalidade, infraestrutura voltada para atender as demandas capazes de manter um
atendimento deste tipo.
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A mera expectativa de funcionamento do ambiente escolar tem como base sólida a
equipe que dá suporte ao funcionalismo. A equipe diretiva, composta por 3 membros (ver
tabela 4), professores das mais diversas áreas do ensino, que compõe a equipe de
funcionamento seja graduados ou não em suas devidas áreas de atuação, mas, vale ressaltar
que, mesmo em condições inadequadas em especial nas áreas de Ciências da Natureza,
dificilmente os professores são habilitados para atuar na função de professor adequado,
principalmente em Física e Química, nessa referida escola o professor de Física tem formação
acadêmica em Licenciatura em Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) e além da disciplina de Física, ministra a disciplina de Química, juntamente com
outros dois professores, um deles, o supervisor do meu estágio. Lembrando que a má
qualidade do ensino do sistema educacional brasileiro em especial na escola pública. A
picaretagem do ensino que tem como princípio essa ilegalidade. O quadro de funcionários
terceirizados se compõe em secretária, técnicos administrativos, merendeiras, faxineiras e
agentes de portaria (ver tabela 4).
Dum total de 56 funcionários, a escola possui um quadro docente com 38 membros
(ver tabela 4), somados professores com graduação completa em alguma área do
conhecimento e professores com graduação ainda em andamento. Dentro do total de
graduados, há 7 que possuem formação superior na área das Ciências Exatas e/ou da
Natureza, seja na modalidade de licenciatura, sendo as referidas áreas: Ciências – Habilitação
em Matemática (2) –, Física (1), Química (1) e Biologia (3). Os professores, de uma maneira
abrangente, se mostram motivados e empenhados com as atividades de docência, o que
acarreta significativo favorecimento para a qualidade de ensino da instituição, sendo avaliados
pela coordenação como o nível geral de empenho e motivação dos mesmos.
Conforme informações fornecidas pela vice-diretora da referida escola (ver apêndice
A), através de dados que foram obtidos por meio da análise do Projeto Político Pedagógico da
escola para o ano de 2017, temos o quadro de funcionários abrangendo várias categorias como
mostra a tabela 4.
7
Professores 38
Merendeiras 04
Faxineiros 04
Porteiros/Vigilantes 04
Total de Funcionários 56
Fonte: Produzida pelo autor.
8
Impressora 05
Copiadora 02
Antena Parabólica 02
Aparelho de Som 06
Videocassete 03
Fonte: Produzida pelo autor.
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escola oferece duas modalidades de ensino, uma em formação geral e outra em educação de
jovens e adultos, e o curso de Licenciatura em Física da UESB tem, ainda, linhas de ação
nessas duas modalidades de ensino, percebi que seria de boa oportunidade em os responsáveis
por essas linhas de ação do PIBID subprojeto Física da UESB entrarem em contato para
possível aplicação dos projetos destas linhas de ação na referida instituição, uma vez que não
tem na mesma, nenhum programa referente à Física. Isso contribuiria muito para os futuros
estagiários do curso de Licenciatura em Física da UESB, bem como para o próprio colégio,
em poder ter um programa de suma relevância para seus alunos e professores regentes da
disciplina de Física.
Foram obtidas, mediante também à aplicação do questionário da unidade escolar (ver
anexo A), através da entrevista feira com a vice-diretora Cristiane Campos Pereira Santana,
informações referentes às formas de como a escola busca avaliar o processo de aprendizagem
dos alunos (ver tabela 7) e sobre quais os materiais e equipamentos didáticos, no qual a escola
possui (ver tabela 5), que são utilizados durante o processo de ensino-aprendizagem escolar
(ver tabela 6).
Por meio das informações obtidas a respeito da quantidade de alunos atendidos pela
instituição de ensino (ver tabela 3), pode-se notar, segundo o Decreto 8450/03 – Decreto nº
8.450 de 12 de Fevereiro de 2003 –, que a escola possui um porte médio. Abaixo pode ser
vista as condições que, segundo o decreto aqui citado, definem o porte das escolas de
educação básica do Estado da Bahia.
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Tabela 8: Dificuldades enfrentadas pela escola.
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3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CLASSE
O professor regente, José Nilton Vasconcelos Melo, conforme pode ser visto no
apêndice B, possui idade de 49 anos e duas formações acadêmicas, sendo uma em Matemática
(2003), na modalidade de Licenciatura, título obtido pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e a outra em Ciências Contábeis (1998), na modalidade de Bacharelado,
obtido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Possui Especialização em
Controladoria (2001).
Desempenha atividades de docência no Ensino Médio, sendo distribuídas entre o
ensino médio regular e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede pública estadual de
ensino, em regime estatuário de 20 horas semanais, atuando em uma escola da cidade de
Vitória da Conquista, o Colégio Estadual Nilton Gonçalves, que além da disciplina de Física
no eixo VII da EJA, leciona as disciplinas de Química e Biologia para o eixo VII da EJA e o
3º ano do ensino médio regular e Matemática para o 3º ano do ensino médio regular,
percebendo aí uma disciplina (Biologia) fazendo disparidade entre o campo de atuação com
uma dessas disciplinas e as áreas do saber de sua formação profissional e acadêmica (ver
apêndice B).
O livro didático adotado pela escola é utilizado somente como guia programático e
para resolução de exercícios pelo professor, dando preferência a utilizar o livro Temas de
Física, de autoria do Bonjorno e Clinton, da editora FTD. Faz uso de equipamento multimídia
em suas aulas, como o aparelho de DVD, apesar de que, durante todo o tempo que estive
estagiando em suas aulas, não teve momento algum em que esses recursos foram utilizados
para explanação de algum conteúdo (ver apêndice B).
As formas de avaliação mais utilizadas pelo professor regente na disciplina Física se
dá mediante a aplicação de provas escritas, bem como trabalhos em grupos e frequência,
comportamento e interesse do aluno. Essas informações aqui prestadas podem ser vistas no
anexo 3, através do questionário do professor (ver apêndice B).
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4 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO EM SALA DE AULA E REFLEXÕES
Durante o tempo que em que estagiei, tive contato com toda a composição escolar,
conhecendo a infraestrutura do prédio na qual funciona a instituição, as modalidades de
ensino oferecidas à comunidade, a qualificação dos professores em suas respectivas áreas de
atuação.
O estágio teve seu início, em caráter formal, disposto no termo de compromisso, no
dia 4 de agosto de 2017 (ver apêndice E), porém, entre este período e o do início das
observações, que partiu do dia 8 do mesmo mês (ver apêndice F), fui até a unidade escolar
averiguar com a direção a disponibilidade de haver condição para eu fazer o estágio. A
direção não se opôs em momento algum a respeito da minha futura estadia naquele ambiente,
de modo a ter acesso a algumas informações básicas e relevantes a respeito da instituição.
Dado o aceite da coordenação do colégio, bem como do professor regente da
disciplina de Física do qual fui estagiário, pude iniciar minhas atividades de observação nas
aulas da referida turma sob a supervisão do mesmo.
A vice-diretora se dispôs a responder todo o questionário referente à unidade escolar,
onde foram obtidas as informações apresentadas nas tabelas 6, 7 e 8 (ver apêndice A). As
informações contidas nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5, que se referem às quantidades envolvidas dos
itens respondidos através do questionário impresso (ver apêndice A), foram obtidas mediante
análise do Projeto Político Pedagógico da escola e através de entrevistas com membros da
equipe diretiva, de modo que não foram registradas em questionário impresso, pois são
informações extras ao questionário da escola. Portanto, não há registro dessas informações em
anexo.
A turma é composta por 34 alunos matriculados que se distribuíam em uma sala
pequena. Sendo quase todos de moradores do bairro e adjacências. Todos adultos, sendo
muitos jovens e uma minoria de mulheres de faixa etária entre 35 e 60 anos. Todos são de
famílias pobres, o que desfavorece em certa magnitude quanto às condições de aprendizagem.
A distribuição quantitativa entre homens e mulheres é aproximadamente balanceada.
Durante esse tempo inicial de observação – as duas primeiras semanas – fiquei atento
à organização da turma dentro da sala de aula, bem como as interações entre eles e entre a
professora. Notei que não é tão fácil dar aula para aquela turma, apesar de previamente
imaginar que seria fácil justamente por se tratar de pessoas adultas e algumas até idosas, de
serem trabalhadoras, me enganei, pois são muito desorganizados e conversam muito durante
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as aulas. São piores do que os alunos pré-adolescentes do nono ano do Ensino Fundamental
no qual estagiei um semestre antes. Não querer aprender nada, querer sair cedo sempre, não
querer fazer atividades e fazem menos do professor.
Passado o período de observação, entrei com a parte de coparticipação, ajudando o
professor aplicar exercícios em sala, a rever a nota errada de um aluno e, corrigir algumas
atividades que foram realizadas em sala de aula. Na semana de provas, ajudei a aplicar a
prova.
Findado o período de coparticipação, entrei com a parte da prática de regência, onde
ministrei quatro aulas, assumindo a classe por tempo integral durante este período, sempre sob
a supervisão do professor, de conteúdos referentes às Leis da Mecânica Newtoniana e suas
aplicações com relação ao plano inclinado e a Lei da Gravitação Universal, sempre fazendo
ligações com o universo cotidiano deles, para uma melhor compreensão, e sempre de forma
mais conceitual do que analítica.
Diante de certa dificuldade em dar aula para aquela turma pude concluir o estágio com
êxito, e gostei, apesar da situação aqui anteriormente citada, de dar aula e adquirir a
experiência de lhe dar com alunos adultos e idosos. Somente dois deles se mostraram
interessados em aprender os conteúdos de Física (ao menos para passar nas provas) e isso que
me motivou a dar aulas pra turma. Ficou claro para mim que um dos papeis do professor é o
de estimular os alunos, sobretudo os que dispõem interesse em aprender. Mas vale ressaltar
que não podemos virar as costas para aqueles que se mostram dispersos ou desinteressados
sobre a aprendizagem, por acharem que isso não lhes servirá de nada em suas vidas
cotidianas.
No caráter geral da escola, fiquei meio desconfortável com o fato de existir um
calendário acadêmico para ser cumprido com relação às provas, pois, acho que isso delimita
muito a maneira do professor trabalhar os conteúdos de forma que torne confortável para ele e
para os alunos esse processo de ensino-aprendizagem. Não vejo benevolência alguma. O
professor deveria ter total liberdade do Estado e da escola em poder explanar os conteúdos e
extrair dos alunos o máximo que puder nos processos de avaliação. Isso é contrário ao que diz
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº 9394 de 1996, contida no Projeto
Político Pedagógico da escola, que dá à escola progressivos graus de autonomia pedagógica,
administrativa e de gestão financeira. É uma corrida contra um curto intervalo de tempo para
se jogar um conteúdo e já imediatamente lançar uma prova antes do término da unidade
regente que mais parece um processo de robotização do que de aprendizagem. O que pude
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notar com isso, é que, nosso sistema educacional ensina, quando ensina, a gabaritar e não a
entender de forma lógica e livre através do pensamento reflexivo as Ciências que regem o
funcionamento do Universo em todas as suas escalas.
Mesmo diante da dificuldade em manter constantemente a atenção da turma, não
podemos usar do autoritarismo para conter essa situação, pois o ato de lecionar se torna nobre
à medida que o professor o faz, em pleno exercício de sua função, de colocar em prática a
condição de executar essa tarefa e reconhecer que ensinar é uma especificidade humana,
conforme afirma Freire (2006) em sua Pedagogia da Autonomia: “Ensinar exige segurança,
competência profissional e generosidade.”. A segurança é fundamentada na competência
profissional, portanto a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A
autoridade deve fazer-se generosa e não arrogante. Deve reconhecer a eticidade. O educando
que exercita sua liberdade vai se tornando tão mais livre quanto mais eticamente vá
assumindo as responsabilidades de suas ações.
O testemunho da autoridade democrática deixa claro que o fundamental é a
construção, pelo indivíduo, da responsabilidade da liberdade que ele assume. É o aprendizado
da autonomia. Prática reflexiva da educação crítica, autônoma e libertadora. Ainda segundo
Freire (2006):
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Quanto a essas afirmações asseguradas em bases legais, a escola deveria - e deve -
ser valorizada, tendo mais respeito com os agentes que viabilizam o comportamento social,
moral e racional do cidadão, composta por professores, diretor, vice-diretor, coordenador
pedagógico e demais funcionários que têm como objetivo direcionar o aluno a se tornar
cidadão de boa conduta ética e formal diante da sociedade.
De tal forma, a escola conta com, a já mencionada, modalidade de uma educação
especializada para atender às necessidades de pessoas jovens e adultas, no período vespertino
e noturno, decorrente do reconhecimento das situações vivenciadas por estas pessoas, seja por
causa de trabalho e idade já não condizente com uma turma regular do ensino básico. Em suas
condições normais de funcionamento, o ensino público, conforme os PCN de 2000, é regido
sob os seguintes critérios:
Vejo como brilhante legado desse ilustre educador, que os futuros educadores têm
como missão cumprir as exigências impostas por lei, sem valer da arrogância e superioridade
como forma de se sobrepor diante o aluno, pois, isso pode criar uma barreira entre o professor
e o aluno, entre o que é ensinado e o aprendizado, gerando sequelas no processo de
aprendizagem.
Quanto aos conteúdos ensinados, durante meu período de observação das aulas da
disciplina de Física no eixo VII da EJA, pude notar que o professor se valia de uma exposição
dos assuntos de uma forma mais conceitual. Esse tipo de abordagem conceitual de conteúdos
faz parte da construção do pensamento. Nele o aluno aprende a discernir o real do abstrato; ou
ilusório. Abrem-se as portas da dúvida, na qual esta estimula a descoberta do conhecimento,
gerando novas dúvidas, possibilitando descobertas infinitas. Sendo este, um processo onde: "o
conhecimento é múltiplo e evolui infinitamente [...], o processo de aprendizagem do
conhecimento nunca está acabado" (DELORS, 1998). Os conteúdos conceituais são a base do
aprender a conhecer concebendo-nos a oportunidade de lembrar que aprendemos vastamente
com as experiências que adquirimos durante a nossa vivência, e acrescentando que aprender a
conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis.
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O professor regente buscou, em suas aulas, contextualizar os assuntos apresentados
relacionando-os com situações espontâneas sempre que necessário e a epistemologia das
palavras e conceitos usados. Os conteúdos são cobrados em avaliações contendo questões
abertas – aceitando diversas respostas – e fechadas – com apenas uma resposta –, com
algumas requerendo apenas uma aplicação direta de fórmulas e outras exigindo um pouco
mais de raciocínio matemático, sendo algumas questões extremamente complexas para o nível
deles e para o nível das aulas. Uma dessas questões, a questão 3 da prova (ver anexo C),
estava muito mal formulada, não podendo ser resolvida, e a questão 2 era muito complexa
para o nível deles e das aulas.
Com relação aos resultados das avaliações, fica evidente que para o professor, os
alunos são responsáveis por suas notas, eximindo-se de qualquer culpa por tal situação.
Ninguém tirou a média, todos foram apresentaram resultados extremamente insatisfatórios.
Nas aulas que antecedem às provas, foram feitas atividades em sala de aula para os alunos se
basearem para as provas, propondo, sempre que condizente, a aplicação das teorias vistas em
sala de aulas em situações do dia a dia, porém, a prova foi quase que exclusivamente
matematizada (ver anexo C).
Durante as aulas pude notar que o professor presta atenção nas falas dos alunos,
interrompendo parte da fala dos mesmos para completar a explicação da dúvida ou
comentário, sempre que necessário. Todo o período de estágio foi registrado em papel
impresso, assinado e carimbado tanto pelo professor regente quanto pela vice-diretora (ver
apêndice F) e os roteiros utilizados para as etapas de observação estão no apêndice C, D e E.
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5 CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed.
São Paulo: Paz & Terra, 2006.
DE CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A – Questionário da Escola
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APÊNDICE B – Questionário do Professor
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APÊNDICE C – Roteiro: Habilidades do Professor
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APÊNDICE D – Questionário: Processos de Avaliação
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APÊNDICE E – Questionário: Conteúdos Ensinados
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APÊNCIDE F – Ficha de Comparecimento
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ANEXOS
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ANEXO A – Resolução CONSEP nº 98/2004
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ANEXO B – Das Especificidades dos Estágios
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ANEXO C – Prova de Física da II Unidade do Eixo VII da EJA
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