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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – DCET


CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FÍSICA II

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2017
RAPHAEL LIMA SODRÉ

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FÍSICA II

Relatório apresentado à disciplina Estágio


Supervisionado em Física II, ministrada pelo
professor Dr. Valmir Henrique de Araújo,
como parte do requisito avaliativo.

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2017
Vitória da Conquista, 15 de novembro de 2017.
De Raphael Lima Sodré
À Coordenação de Estágio
Assunto: Apresentação de Relatório

Em atendimento às determinações constantes do Plano de Estágio Supervisionado, submeto à


apreciação de V. Sª o relatório das atividades observadas no Estágio de Licenciatura em Física
no período de 4 de agosto de 2017 a 27 de setembro de 2017, no Colégio Estadual Nilton
Gonçalves, Vitória da Conquista-BA.

Atenciosamente,

___________________________________________________
Raphael Lima Sodré
(Estagiário)
IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

Estagiário: Raphael Lima Sodré

Endereço: Av. Caetité, nº 3750, Casa 3, bairro Ibirapuera, Vitória da Conquista-BA

Telefone: (77) 99148-7898 / (77) 98825-0020

Professor Orientador: Dr. Valmir Henrique de Araújo

Unidade Escolar: Colégio Estadual Nilton Gonçalves – CENG

Endereço: Av. Guanambi, nº 3474, bairro Ibirapuera, Vitória da Conquista-BA

Telefone: (77) 3424-6363

Direção: Sérgio Ricardo Portela Gomes

Vice Direção: Cristiane Campos Pereira Santana e Edna Maria Souza Rabêlo

Secretária: Maria do Carmo de Lima Brito Souto

Professor Supervisor: José Nilton Vasconcelos Melo

Nível: Médio Modalidade: EJA Série: Eixo VII Turno: Noturno

Atividades Desenvolvidas: Observação e coparticipação

Início do Estágio: 04/08/2017

Início da Observação: 08/08/2017

Início da Coparticipação: 23/08/2017

Início da Regência: 26/09/2017

Término do Estágio: 27/09/2017

ATIVIDADES REALIZADAS HORAS REALIZADAS


COLETA DE INFORMAÇÕES 04
OBSERVAÇÃO 08
COPARTICIPAÇÃO 08
REGÊNCIA 04
TOTAL 24
AGRADECIMENTOS

À Deus, por conceder a saúde necessária para que eu pudesse realizar o estágio.

À meu pai (em memória) e minha mãe, por todo apoio que me deram durante meu
processo de formação cidadã e acadêmica.

Aos membros da equipe diretiva do Colégio Estadual Nilton Gonçalves, por ter
permitido que o estágio pudesse ser realizado na escola.

Ao professor regente, José Nilton Vasconcelos Melo, por ter concedido suas aulas
para as atividades do estágio supervisionado.

Ao professor Valmir Henrique de Araújo, pela orientação do estágio.


“Se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

(Paulo Freire)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO ......................................................................... 1
1.4 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 2
1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 2
1.4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 2

2 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ................................................................ 3


2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA .............................................................................. 3
2.2 ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA................................................................................... 4
2.3 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA UNIDADE ESCOLAR ................................... 5
2.4 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA...................................................................................... 9

3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CLASSE............................................................................. 14

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO EM SALA DE AULA E REFLEXÕES ......... 15

5 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 21

APÊNDICES ......................................................................................................................... 22

ANEXOS ............................................................................................................................... 40
1 INTRODUÇÃO

Esta etapa do estágio supervisionado – que corresponde à observação, coparticipação e


regência na área de ensino –, tem como objetivo introduzir o aluno do curso de licenciatura no
ambiente escolar, iniciando uma prática de aprendizado de buscas por informações referentes
à unidade escolar e a respeito da disciplina que irá estagiar, por meio do exercício de funções
referentes à profissão docente na qual será exercida futuramente. Adicionando conhecimentos
práticos à formação geral do estagiário, preparando-o para as etapas seguintes do estágio
supervisionado.
O estágio inicial prepara o futuro professor a aprender a enxergar no professor regente
maneiras de interpretar e identificar qualidades e defeitos que uma vez fora discutidos em sala
de aula, com o professor orientador. São elas: as interações entre o professor e os alunos; os
conteúdos programáticos a serem ensinados; as formas de avaliação que a escola e o professor
adotam; bem como as habilidades do professor de um modo geral em lidar com os alunos,
com os conteúdos, com o tempo de aula – se consegue cumprir o conteúdo no tempo ideal –, e
a estrutura organizacional e estrutural do espaço escolar.
Esse processo nos serve como molde para poder absorver o que há de bom ali para
incluir em nosso processo de formação e, também, para evitar aquilo que notamos de ruim;
prejudicial ao bom desempenho do professor com relação à explicação dos conteúdos a serem
ensinados.

1.1 SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O estágio supervisionado consiste de uma prática docente que desempenha uma


grande importância nos cursos de licenciaturas, devido ao contato direto em que o estagiário
tem a função de desenvolver a prática docente e também em estabelecer uma relação de
conhecimento mutuo do que aprendeu e com a condição de ensinar. Vale ressaltar que com a
magnifica função que constitui a óptica reflexiva do ensino que atua como modelo de
sabedoria em preparar e desenvolver a capacidade racional do aluno, fazendo com que o
mesmo possa fluir no rumo do desenvolvimento com teoria-prática, concreta e coerente na
formação do público alvo.
Configura-se em uma experiência prática que está assegurada na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Básica (LDB) de número 9394/94, onde em um de seus artigos, fica

1
estabelecido que a instituição de ensino do curso que é a responsável por normalizar os
critérios para realização do estágio. Dentro dessa premissa, e, através da resolução de número
98/2004 (ver anexo A) do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), fica determinado que o estágio
supervisionado integre a grade curricular obrigatória dos cursos de licenciaturas, constituindo-
se em três etapas distintas – observação, coparticipação e regência -, no qual deverá ser
desenvolvido em práticas docentes, perfazendo um mínimo de 400 horas, sendo obrigatório o
cumprimento de no mínimo 200 horas na modalidade de ensino. Onde esta última deve
estender-se por duas unidades letivas.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver atividades de iniciação à docência na disciplina de Física do Ensino


Médio.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Conhecer a rotina administrativa da escola;


 Ler o projeto político pedagógico da escola;
 Levantar informações referentes ao espaço escolar e ao quadro docente;
 Tomar conhecimento dos conteúdos a serem ensinados na disciplina;
 Observar as interações verbais entre o professor e os alunos;
 Caracterizar as habilidades do professor;
 Analisar os processos de avaliação;
 Coparticipar das atividades desenvolvidas em sala de aula;
 Utilizar quatro horas/aulas para a prática de regência.

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2 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

2.1 CONTXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA

O estágio foi realizado na instituição de ensino Colégio Estadual Nilton Gonçalves,


localizado no endereço – Avenida Guanambi, nº 3474, Bairro Ibirapuera, Vitória da
Conquista-BA, Cep. 45075210, inscrita no CNPJ/MF sob nº 04417651/0001-32, que tem
como telefone de contato (77) 3424-6363 e E-mail ceng.2008@hotmail.com. O colégio presta
atendimento educacional a uma população em torno de 30.000 (trinta mil) habitantes na zona
norte da cidade, abrangendo o bairro Ibirapuera e outros circunvizinhos, como o Bruno
Barcelar, Alvorada e Nossa Senhora Aparecida, bem como partes do Bairro Brasil e Sumaré.
O cargo da direção atualmente está sendo ocupado por Sergio Ricardo Portela Gomes
e tem como vice-diretora Cristine Campos Pereira Santana e Edna Maria Souza Rabêlo. O
colégio possui horários de funcionamentos nos três turnos – matutino, vespertino e noturno –
oferecendo as séries finais de ensino fundamental (6º ao 9º ano) e as três séries do ensino
médio, bem como educação para pessoas jovens e adultas (EJA).
A população atendida pela escola é formada em sua maioria por pessoas carentes, com
baixo nível de renda, com pouco acesso a bens culturais. Em seu entorno há algumas
associações, a exemplo da Associação de Moradores do Bairro Ibirapuera, com lideranças
comunitárias que buscam melhorias para a comunidade, visando o bem de todos.
O Colégio Estadual Nilton Gonçalves foi fundado segundo a Portaria nº 3887,
publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia, em 15 de Maio de 2000, funcionando por
cerca de 15 anos no endereço supracitado.
A escola possui projetos desenvolvidos em Educação Ambiental, Conscientização do
Trabalho, Gincana Cultural e Semana do Estudante, contribuindo para uma complementação
da qualificação do processo de formação de seus estudantes.
O projeto de Educação Ambiental visa promover o fortalecimento desta de forma
processual e transversal e não apenas com evento comemorativo. Tal projeto é intitulado por
Semana do Meio Ambiente nas Escolas - Qual o Ambiente que Temos? Que Ambiente
Queremos Ter? - que inclui ações educativas que promovem reflexões sobre questões
socioambientais, além de estimular a construção de valores e atitudes em consonância com a
edificação de sociedades sustentáveis, é aberta aos estudantes, professores e membros da
comunidade.

3
Para a modalidade de ensino de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o colégio conta
com um projeto intitulado Semana do Trabalhador, que visa fortalecer o pensamento das
mudanças ocorridas no mundo do trabalho e refletir sobre os velhos e os novos desafios para
o enfrentamento das dificuldades encontradas pelos trabalhadores no atual estágio de
desenvolvimento do mundo capitalista e as formas de trabalho impostas por ele, o que é de
suma importância para essa modalidade de ensino, pois ela é formada em sua maioria por
trabalhadores e trabalhadoras com idades discordantes com as séries, permitindo-lhes um
olhar reflexivo e crítico sobre a realidade em que se encontram.
Tem-se o projeto Gincana Cultural, que objetiva promover a integração entre
professores e alunos das diferentes turmas e séries, dos turnos matutino e vespertino,
permitindo o desenvolvimento de habilidades como a criatividade, o trabalho em equipe, as
inteligências múltiplas, conhecimentos gerais, raciocínio lógico-matemático, o humanismo e a
cidadania.
A Semana do Estudante tem como principais objetivos comemorar o dia do estudante
como uma data de reflexão sobre a importância e o papel do mesmo na sociedade,
desenvolvendo atividades que promovam a integração entre estudantes dos três turnos de
funcionamento de diferentes turmas e séries do CENG, onde são desenvolvidas práticas de
estudo que estimulem os alunos a valorizarem o desenvolvimento do saber.

2.2 ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA

O colégio funciona em um espaço alugado de 1000 m² (um mil metros quadrados),


que fica localizado do endereço supracitado, contendo água filtrada e energia elétrica
fornecida através da rede pública, bem como uma rede pública de esgoto e coleta periódica de
lixo. Dar-se entrada no território escolar em sua parte frontal, posicionado na Avenida
Guanambi, em que se encontra um portão para pedestre e outro para veículos automotivos,
que é constantemente monitorado por um agente de portaria.
A unidade escolar subdivide-se em dependências (salas de aula, salas administrativas
etc) que podem ser visualizadas na tabela 1 e que não possuem acessibilidade para pessoas
com deficiência e/ou com mobilidade física reduzida ou mesmo pessoas com deficiência
visual, ao contrário dos banheiros e da entrada principal da referida unidade, que têm
acessibilidade para essas pessoas. É fornecido acesso aos computadores com internet e rede
banda larga, bem como atividades complementares e alimentação para os alunos. A biblioteca

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funciona no mesmo espaço em que a sala de multimídia e possui bons acervos bibliográficos,
contando com livros de literatura adulta e juvenil, periódicos de jornais e revistas, além de
vários cd´s e dvd´s educacionais das mais variadas áreas.

Tabela 1: Quantificação das dependências da escola.


DEPENDÊNCIAS QUANTIDADE
Sala de Professores 01
Laboratório de Informática 01
Laboratório de Ciências -
Área de Recreação -
Sanitário 02
Sala de Aula 08
Almoxarifado -
Depósito de Lixo -
Sala de Diretoria 01
Sala de Leitura -
Sala de Secretaria 01
Sala de Atendimento Especial -
Quadra/Área de Esportes -
Sala de Multimídia 01
Enfermaria -
Biblioteca 01
Refeitório -
Cozinha 01
Pátio 01
Fonte: Produzida pelo autor.

2.3 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA UNIDADE ESCOLAR

A instituição conta com às séries finais do Ensino Fundamental – do 6º ao 9º ano, onde


totalizam quatro turmas no período matutino, quatro no vespertino e quatro no noturno –, e as
três séries do Ensino Médio, totalizando nove turmas, sendo três turmas em cada um dos três
turnos de funcionamento da unidade. Ambas as etapas pertencem à modalidade de ensino de
Formação Geral (ver tabela 2).
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Tabela 2: Alunos matriculados por turmas e etapas de ensino.

Etapas de Ensino Nº de Turmas Nº de Alunos


Educação Infantil - -
Ensino Fundamental I - -
Ensino Fundamental II 12 260
Ensino Médio 09 212
Total 21 472
Fonte: Produzida pelo autor.

A escola possui duas das oito modalidades de ensino sugeridas pelo Ministério da
Educação, sendo elas a de formação geral – que compreende toda a educação básica, desde o
ensino infantil até o Ensino Médio – e a de educação de pessoas jovens e adultas (EJA) –
tendo esta, duas turmas no turno vespertino – referentes a jovens entre 15 e 17 anos de idade –
e cinco turmas no noturno – referentes a pessoas acima dos dezoito anos de idade –, no qual
presta atendimento ao seu público alvo, conforme mostra a tabela 3.
Apesar da escola não oferecer a modalidade de educação especial para alunos que
portam algum tipo de necessidade especial de aprendizado, há na referida instituição alunos
que necessitam de assistência educacional especializada, mas a escola não tem condições de
oferecer um ensino que seja direcionado a esses estudantes, com professores especializados
nessa modalidade, infraestrutura voltada para atender as demandas capazes de manter um
atendimento deste tipo.

Tabela 3: Alunos matriculados por turmas modalidades de ensino.


Modalidades de Ensino Nº de Turmas Nº de Alunos
Formação Geral 12 472
Educação Profissional - -
EJA 06 252
Educação Especial - -
Educação Indígena - -
Educação Quilombola - -
Educação do Campo - -
EaD - -
Total 18 724
Fonte: Produzida pelo autor.

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A mera expectativa de funcionamento do ambiente escolar tem como base sólida a
equipe que dá suporte ao funcionalismo. A equipe diretiva, composta por 3 membros (ver
tabela 4), professores das mais diversas áreas do ensino, que compõe a equipe de
funcionamento seja graduados ou não em suas devidas áreas de atuação, mas, vale ressaltar
que, mesmo em condições inadequadas em especial nas áreas de Ciências da Natureza,
dificilmente os professores são habilitados para atuar na função de professor adequado,
principalmente em Física e Química, nessa referida escola o professor de Física tem formação
acadêmica em Licenciatura em Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) e além da disciplina de Física, ministra a disciplina de Química, juntamente com
outros dois professores, um deles, o supervisor do meu estágio. Lembrando que a má
qualidade do ensino do sistema educacional brasileiro em especial na escola pública. A
picaretagem do ensino que tem como princípio essa ilegalidade. O quadro de funcionários
terceirizados se compõe em secretária, técnicos administrativos, merendeiras, faxineiras e
agentes de portaria (ver tabela 4).
Dum total de 56 funcionários, a escola possui um quadro docente com 38 membros
(ver tabela 4), somados professores com graduação completa em alguma área do
conhecimento e professores com graduação ainda em andamento. Dentro do total de
graduados, há 7 que possuem formação superior na área das Ciências Exatas e/ou da
Natureza, seja na modalidade de licenciatura, sendo as referidas áreas: Ciências – Habilitação
em Matemática (2) –, Física (1), Química (1) e Biologia (3). Os professores, de uma maneira
abrangente, se mostram motivados e empenhados com as atividades de docência, o que
acarreta significativo favorecimento para a qualidade de ensino da instituição, sendo avaliados
pela coordenação como o nível geral de empenho e motivação dos mesmos.
Conforme informações fornecidas pela vice-diretora da referida escola (ver apêndice
A), através de dados que foram obtidos por meio da análise do Projeto Político Pedagógico da
escola para o ano de 2017, temos o quadro de funcionários abrangendo várias categorias como
mostra a tabela 4.

Tabela 4: Quantidade de funcionários por Categoria.


Categorias Quantidade
Membros Diretivos 03
Secretários 01
Técnicos Administrativos 02

7
Professores 38
Merendeiras 04
Faxineiros 04
Porteiros/Vigilantes 04
Total de Funcionários 56
Fonte: Produzida pelo autor.

Os recursos tecnológicos utilizados na escola visam facilitar os serviços e têm como


objetivo melhorar tanto a quantidade quanto a qualidade dos conteúdos trabalhados pelos
professores em sala de aula. Com os avanços tecnológicos ocorridos na era da informação
advindos da globalização, esses recursos expandiram-se no espaço multidimensional,
inclusive a informatização, ressaltando que nos dias de hoje é comum o uso de computadores,
televisores e demais outros dispositivos que são utilizados pelos diversos membros da
sociedade. A Educação deve acompanhar a era tecnológica vigente. Logo, uma vez que o uso
de equipamentos eletrônicos e intensamente presente nos dias atuais da maioria dos alunos, é
válido concordar com tal pensamento e procedimento.
De acordo com os dados fornecidos pelo gestor da administração interna da escola,
temos a distribuição do quadro de dispositivos utilizados como recursos didáticos pela
unidade escolar. Esses dados foram obtidos através da análise do Projeto Político Pedagógico
da escola para o ano de 2017.

Tabela 5: Recursos materiais que a escola possui. *Não Informado.

EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS QUANTIDADE


Aparelho de DVD 02
Televisão 14
Televisor Pen Drive 02
Lousa Digital 12
Computador Didático 10
Computador Administrativo 05
Retroprojetor 02
Data Show 04
Kit Laboratorial Escolar -
Livro Didático NI*

8
Impressora 05
Copiadora 02
Antena Parabólica 02
Aparelho de Som 06
Videocassete 03
Fonte: Produzida pelo autor.

2.4 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) para o ano de 2017 existe e funciona


parcialmente. Foi elaborado com o objetivo de proporcionar condições para sanar dificuldades
no processo de ensino-aprendizagem, bem como fatores emocionais e sociais dos alunos deste
estabelecimento oficial de ensino. É também apoiado na nova proposta pedagógica do Estado
da Bahia, baseado na convicção de que a educação só é construída por indivíduos e
coletividades, que criam e recriam seus espaços e suas culturas e que a escola é um lugar que
abriga vivências e saberes múltiplos, onde são discutidos aspectos como: Avaliação, o papel
da escola na comunidade, a função do professor na escola e na vida intelectual do aluno,
repetência escolar, projetos eficientes a fim de sanar dificuldades dos alunos, os novos
princípios e eixos da educação do Estado, o IDEB e a Lei 11.645/08 e os indicadores de
reprovação, evasão e distorção idade-série.
O documento supracitado é composto por: apresentação, identificação, recursos
humanos, colegiado escolar, quantitativo de alunos, justificativa, fundamentação teórica,
objetivos, metas, contextualização da escola, caracterização da escola, disposições
preliminares, medidas, convivência na escola e projetos desenvolvidos, sendo revisado de ano
a ano pela equipe gestora e tendo total participação de professores, funcionários, colegiado
escolar e membros da comunidade escolar, a fim de possibilitar novas inserções e ajustes
necessários ao seu melhor gerenciamento.
Segundo as informações prestadas pela vice-diretora (ver apêndice B), a comunidade
tem participação efetiva na escola, comparecendo, sempre que pode, às reuniões da escola, em
especial as de pais e mestres, onde os pais, assim que são chamados, comparecem para tratar
de situações relacionadas à situação acadêmica de seus filhos. Possui um regimento escolar
cuja finalidade é definir a estrutura didático-pedagógica, administrativa e financeira, baseada
na LDB nº 9.394/96, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), levando-se em conta a
necessidade de adquirir uma educação de qualidade, respeitando as diversidades culturais,
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regionais, étnicas, religiosas e políticas do ser humano, objetivando a verdadeira construção
da cidadania.
A escola conta com a inserção de feiras acadêmicas de ciências em suas
dependências (ver anexo 2), em determinadas épocas do ano letivo, contribuindo para uma
melhor qualificação de seus alunos e divulgação do saber científico, mediante experimentos e
trabalhos apresentados pelas turmas do Ensino Fundamental e Médio à comunidade em geral
e às outras instituições de ensino, púbicas e/ou privadas, supervisionados por professores das
disciplinas de Ciências Exatas e/ou da Natureza.
Os estudantes dessa instituição costumam sempre participar de olimpíadas brasileiras
científicas (ver anexo 2), como a OBMEP, que é a Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas – que a partir desse ano de 2017 foram inseridas as escolas privadas –, a
OBC, que é a Olimpíada Brasileira de Ciências, a OBFEP, que é a Olimpíada Brasileira de
Física das Escolas Públicas, a OBB, que é a Olimpíada Brasileira de Biologia, a OBQ, que é a
Olimpíada Brasileira de Química e a OBA, Olimpíada Brasileira de Astronomia e
Astronáutica. Uma pequena parcela dos alunos que prestam as provas de uma ou mais das
referidas olimpíadas mostram destaque por apresentarem um desempenho razoável e/ou
acima da média.
Um ponto importante que a direção deixa claro é sobre a importância de se abrir as
portas para que os estagiários de cursos de licenciaturas possam fazer uma relação entre os
conhecimentos teóricos adquiridos em salas de aula, nas instituições onde cursam
determinada modalidade de licenciatura, com a prática docente, bem como a prática
investigativa a respeito da instituição escolar, sobre seu funcionamento – regido pelo projeto
político pedagógico – e a vivência no ambienta escolar, que futuramente será seu ambiente de
trabalho, sua segunda casa. Portanto, é preciso conhecer bem diversos pontos sobre o
funcionalismo e infraestrutura da instituição, bem como quadro de funcionários e projetos
desenvolvidos. Desse modo, a instituição costuma receber com frequência (ver anexo 2), e
com boa recepção, estudantes estagiários de cursos de licenciaturas das mais diversas áreas do
conhecimento.
Não o bastante, a escola adere ao Programa Institucional de Iniciação à Docência
(PIBID) (ver anexo A), que visa introduzir alunos de cursos de licenciaturas das mais diversas
áreas do conhecimento para se inserirem no ambiente escolar, executando práticas docentes
ainda antes de terem um primeiro contato com o estágio supervisionado, com objetivo de
familiarizar o futuro estagiário em seu esperado futuro campo de atuação – a escola. Como a

10
escola oferece duas modalidades de ensino, uma em formação geral e outra em educação de
jovens e adultos, e o curso de Licenciatura em Física da UESB tem, ainda, linhas de ação
nessas duas modalidades de ensino, percebi que seria de boa oportunidade em os responsáveis
por essas linhas de ação do PIBID subprojeto Física da UESB entrarem em contato para
possível aplicação dos projetos destas linhas de ação na referida instituição, uma vez que não
tem na mesma, nenhum programa referente à Física. Isso contribuiria muito para os futuros
estagiários do curso de Licenciatura em Física da UESB, bem como para o próprio colégio,
em poder ter um programa de suma relevância para seus alunos e professores regentes da
disciplina de Física.
Foram obtidas, mediante também à aplicação do questionário da unidade escolar (ver
anexo A), através da entrevista feira com a vice-diretora Cristiane Campos Pereira Santana,
informações referentes às formas de como a escola busca avaliar o processo de aprendizagem
dos alunos (ver tabela 7) e sobre quais os materiais e equipamentos didáticos, no qual a escola
possui (ver tabela 5), que são utilizados durante o processo de ensino-aprendizagem escolar
(ver tabela 6).
Por meio das informações obtidas a respeito da quantidade de alunos atendidos pela
instituição de ensino (ver tabela 3), pode-se notar, segundo o Decreto 8450/03 – Decreto nº
8.450 de 12 de Fevereiro de 2003 –, que a escola possui um porte médio. Abaixo pode ser
vista as condições que, segundo o decreto aqui citado, definem o porte das escolas de
educação básica do Estado da Bahia.

a) porte especial: mais de 2.500 alunos matriculados;

b) porte grande: de 1.401 a 2.500 alunos matriculados;

c) porte médio: de 501 a 1.400 alunos matriculados;

d) porte pequeno: de 120 a 500 alunos matriculados.

Tabela 6: Equipamento e materiais utilizados pela escola.

EQUIPAMENTOS/MATERIAIS DIDÁTICOS UTILIZADO


Aparelho de DVD -
Televisão -
Televisor Pen Drive -
Lousa Digital -
Computador Didático X
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Computador Administrativo X
Retroprojetor -
Data Show -
Kit Laboratorial Escolar -
Livro Didático X
Impressora X
Copiadora X
Antena Parabólica -
Aparelho de Som -
Videocassete -
Apostilas X
Textos da Internet X
Fonte: Produzida pelo autor.

Tabela 7: Formas de avaliação adotadas pela escola.

FORMAS DE AVALIAÇÃO ADOTADA


Prova Escrita X
Seminários X
Listas de Exercícios X
Trabalhos em Grupos X
Atividades Experimentais -
Frequência do Aluno X
Comportamento do Aluno X
Interesse do Aluno X
Fonte: Produzida pelo autor.

Evidentemente, assim como qualquer instituição, em especial às instituições públicas


educacionais, que sofrem muito por apresentarem diversas situações que dificultam o
funcionamento e qualidade de seus serviços prestados. E a escola onde fiz o estágio não
escapa a este tipo de situação, pois, segundo o questionário respondido pela vice-diretora, há
alguns problemas enfrentados pela unidade que podem ser visualizados na tabela 8.

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Tabela 8: Dificuldades enfrentadas pela escola.

DIFICULDADES DA ESCOLA ENFRENTADA


Indisciplina dos Alunos X
Deficiência Acadêmica dos Alunos -
Desinteresse dos Alunos X
Infraestrutura Escolar X
Gestão Escolar -
Apoio do Estado -
Fonte: Produzida pelo autor.

Como observador da escola como um todo e, em especial, as aulas da disciplina de


Ciências no 9º ano, foi percebido que são evidentes as dificuldades apresentadas na tabela 8,
principalmente as que se referem à indisciplina e o desinteresse por parte dos alunos. Quanto
à infraestrutura escolar, talvez seja devido ao repasse insuficiente de verbas do Estado para o
funcionamento da unidade escolar bem como de melhorias que possam ser contempladas
dentro desse valor limite.

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CLASSE

O professor regente, José Nilton Vasconcelos Melo, conforme pode ser visto no
apêndice B, possui idade de 49 anos e duas formações acadêmicas, sendo uma em Matemática
(2003), na modalidade de Licenciatura, título obtido pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e a outra em Ciências Contábeis (1998), na modalidade de Bacharelado,
obtido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Possui Especialização em
Controladoria (2001).
Desempenha atividades de docência no Ensino Médio, sendo distribuídas entre o
ensino médio regular e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede pública estadual de
ensino, em regime estatuário de 20 horas semanais, atuando em uma escola da cidade de
Vitória da Conquista, o Colégio Estadual Nilton Gonçalves, que além da disciplina de Física
no eixo VII da EJA, leciona as disciplinas de Química e Biologia para o eixo VII da EJA e o
3º ano do ensino médio regular e Matemática para o 3º ano do ensino médio regular,
percebendo aí uma disciplina (Biologia) fazendo disparidade entre o campo de atuação com
uma dessas disciplinas e as áreas do saber de sua formação profissional e acadêmica (ver
apêndice B).
O livro didático adotado pela escola é utilizado somente como guia programático e
para resolução de exercícios pelo professor, dando preferência a utilizar o livro Temas de
Física, de autoria do Bonjorno e Clinton, da editora FTD. Faz uso de equipamento multimídia
em suas aulas, como o aparelho de DVD, apesar de que, durante todo o tempo que estive
estagiando em suas aulas, não teve momento algum em que esses recursos foram utilizados
para explanação de algum conteúdo (ver apêndice B).
As formas de avaliação mais utilizadas pelo professor regente na disciplina Física se
dá mediante a aplicação de provas escritas, bem como trabalhos em grupos e frequência,
comportamento e interesse do aluno. Essas informações aqui prestadas podem ser vistas no
anexo 3, através do questionário do professor (ver apêndice B).

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4 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO EM SALA DE AULA E REFLEXÕES

Durante o tempo que em que estagiei, tive contato com toda a composição escolar,
conhecendo a infraestrutura do prédio na qual funciona a instituição, as modalidades de
ensino oferecidas à comunidade, a qualificação dos professores em suas respectivas áreas de
atuação.
O estágio teve seu início, em caráter formal, disposto no termo de compromisso, no
dia 4 de agosto de 2017 (ver apêndice E), porém, entre este período e o do início das
observações, que partiu do dia 8 do mesmo mês (ver apêndice F), fui até a unidade escolar
averiguar com a direção a disponibilidade de haver condição para eu fazer o estágio. A
direção não se opôs em momento algum a respeito da minha futura estadia naquele ambiente,
de modo a ter acesso a algumas informações básicas e relevantes a respeito da instituição.
Dado o aceite da coordenação do colégio, bem como do professor regente da
disciplina de Física do qual fui estagiário, pude iniciar minhas atividades de observação nas
aulas da referida turma sob a supervisão do mesmo.
A vice-diretora se dispôs a responder todo o questionário referente à unidade escolar,
onde foram obtidas as informações apresentadas nas tabelas 6, 7 e 8 (ver apêndice A). As
informações contidas nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5, que se referem às quantidades envolvidas dos
itens respondidos através do questionário impresso (ver apêndice A), foram obtidas mediante
análise do Projeto Político Pedagógico da escola e através de entrevistas com membros da
equipe diretiva, de modo que não foram registradas em questionário impresso, pois são
informações extras ao questionário da escola. Portanto, não há registro dessas informações em
anexo.
A turma é composta por 34 alunos matriculados que se distribuíam em uma sala
pequena. Sendo quase todos de moradores do bairro e adjacências. Todos adultos, sendo
muitos jovens e uma minoria de mulheres de faixa etária entre 35 e 60 anos. Todos são de
famílias pobres, o que desfavorece em certa magnitude quanto às condições de aprendizagem.
A distribuição quantitativa entre homens e mulheres é aproximadamente balanceada.
Durante esse tempo inicial de observação – as duas primeiras semanas – fiquei atento
à organização da turma dentro da sala de aula, bem como as interações entre eles e entre a
professora. Notei que não é tão fácil dar aula para aquela turma, apesar de previamente
imaginar que seria fácil justamente por se tratar de pessoas adultas e algumas até idosas, de
serem trabalhadoras, me enganei, pois são muito desorganizados e conversam muito durante

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as aulas. São piores do que os alunos pré-adolescentes do nono ano do Ensino Fundamental
no qual estagiei um semestre antes. Não querer aprender nada, querer sair cedo sempre, não
querer fazer atividades e fazem menos do professor.
Passado o período de observação, entrei com a parte de coparticipação, ajudando o
professor aplicar exercícios em sala, a rever a nota errada de um aluno e, corrigir algumas
atividades que foram realizadas em sala de aula. Na semana de provas, ajudei a aplicar a
prova.
Findado o período de coparticipação, entrei com a parte da prática de regência, onde
ministrei quatro aulas, assumindo a classe por tempo integral durante este período, sempre sob
a supervisão do professor, de conteúdos referentes às Leis da Mecânica Newtoniana e suas
aplicações com relação ao plano inclinado e a Lei da Gravitação Universal, sempre fazendo
ligações com o universo cotidiano deles, para uma melhor compreensão, e sempre de forma
mais conceitual do que analítica.
Diante de certa dificuldade em dar aula para aquela turma pude concluir o estágio com
êxito, e gostei, apesar da situação aqui anteriormente citada, de dar aula e adquirir a
experiência de lhe dar com alunos adultos e idosos. Somente dois deles se mostraram
interessados em aprender os conteúdos de Física (ao menos para passar nas provas) e isso que
me motivou a dar aulas pra turma. Ficou claro para mim que um dos papeis do professor é o
de estimular os alunos, sobretudo os que dispõem interesse em aprender. Mas vale ressaltar
que não podemos virar as costas para aqueles que se mostram dispersos ou desinteressados
sobre a aprendizagem, por acharem que isso não lhes servirá de nada em suas vidas
cotidianas.
No caráter geral da escola, fiquei meio desconfortável com o fato de existir um
calendário acadêmico para ser cumprido com relação às provas, pois, acho que isso delimita
muito a maneira do professor trabalhar os conteúdos de forma que torne confortável para ele e
para os alunos esse processo de ensino-aprendizagem. Não vejo benevolência alguma. O
professor deveria ter total liberdade do Estado e da escola em poder explanar os conteúdos e
extrair dos alunos o máximo que puder nos processos de avaliação. Isso é contrário ao que diz
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº 9394 de 1996, contida no Projeto
Político Pedagógico da escola, que dá à escola progressivos graus de autonomia pedagógica,
administrativa e de gestão financeira. É uma corrida contra um curto intervalo de tempo para
se jogar um conteúdo e já imediatamente lançar uma prova antes do término da unidade
regente que mais parece um processo de robotização do que de aprendizagem. O que pude

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notar com isso, é que, nosso sistema educacional ensina, quando ensina, a gabaritar e não a
entender de forma lógica e livre através do pensamento reflexivo as Ciências que regem o
funcionamento do Universo em todas as suas escalas.
Mesmo diante da dificuldade em manter constantemente a atenção da turma, não
podemos usar do autoritarismo para conter essa situação, pois o ato de lecionar se torna nobre
à medida que o professor o faz, em pleno exercício de sua função, de colocar em prática a
condição de executar essa tarefa e reconhecer que ensinar é uma especificidade humana,
conforme afirma Freire (2006) em sua Pedagogia da Autonomia: “Ensinar exige segurança,
competência profissional e generosidade.”. A segurança é fundamentada na competência
profissional, portanto a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A
autoridade deve fazer-se generosa e não arrogante. Deve reconhecer a eticidade. O educando
que exercita sua liberdade vai se tornando tão mais livre quanto mais eticamente vá
assumindo as responsabilidades de suas ações.
O testemunho da autoridade democrática deixa claro que o fundamental é a
construção, pelo indivíduo, da responsabilidade da liberdade que ele assume. É o aprendizado
da autonomia. Prática reflexiva da educação crítica, autônoma e libertadora. Ainda segundo
Freire (2006):

(…) A arrogância que nega a generosidade nega também a humildade,


que não é virtude dos que ofendem nem tampouco dos que se
regozijam com sua humilhação. O clima de respeito que nasce de
relações justas, sérias, humildes, generosas, em que a autoridade
docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica o
carácter formador do espaço pedagógico.

É papel da escola desenvolver práticas pedagógicas que relacionem os conteúdos a


serem ensinados com o pensamento crítico reflexivo e a autonomia do aluno sobre suas
reflexões, não só apenas fazer decorar pontos que serão mais tarde esquecidos e, quando
lembrados, não terão significado algum. Não só na escola que esse aprendizado e autonomia
devem ser adquiridos, mas também durante todo o processo da vida do aluno, sejam em seu
núcleo familiar ou na convivência social, em seu ambiente de trabalho e demais situações, e
isso é assegurado pela lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, que em seu artigo 1º diz:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na


vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais.

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Quanto a essas afirmações asseguradas em bases legais, a escola deveria - e deve -
ser valorizada, tendo mais respeito com os agentes que viabilizam o comportamento social,
moral e racional do cidadão, composta por professores, diretor, vice-diretor, coordenador
pedagógico e demais funcionários que têm como objetivo direcionar o aluno a se tornar
cidadão de boa conduta ética e formal diante da sociedade.
De tal forma, a escola conta com, a já mencionada, modalidade de uma educação
especializada para atender às necessidades de pessoas jovens e adultas, no período vespertino
e noturno, decorrente do reconhecimento das situações vivenciadas por estas pessoas, seja por
causa de trabalho e idade já não condizente com uma turma regular do ensino básico. Em suas
condições normais de funcionamento, o ensino público, conforme os PCN de 2000, é regido
sob os seguintes critérios:

A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos


semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos
não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios,
ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do
processo de aprendizagem assim o recomendar. (p29, Art. 23).

Vejo como brilhante legado desse ilustre educador, que os futuros educadores têm
como missão cumprir as exigências impostas por lei, sem valer da arrogância e superioridade
como forma de se sobrepor diante o aluno, pois, isso pode criar uma barreira entre o professor
e o aluno, entre o que é ensinado e o aprendizado, gerando sequelas no processo de
aprendizagem.
Quanto aos conteúdos ensinados, durante meu período de observação das aulas da
disciplina de Física no eixo VII da EJA, pude notar que o professor se valia de uma exposição
dos assuntos de uma forma mais conceitual. Esse tipo de abordagem conceitual de conteúdos
faz parte da construção do pensamento. Nele o aluno aprende a discernir o real do abstrato; ou
ilusório. Abrem-se as portas da dúvida, na qual esta estimula a descoberta do conhecimento,
gerando novas dúvidas, possibilitando descobertas infinitas. Sendo este, um processo onde: "o
conhecimento é múltiplo e evolui infinitamente [...], o processo de aprendizagem do
conhecimento nunca está acabado" (DELORS, 1998). Os conteúdos conceituais são a base do
aprender a conhecer concebendo-nos a oportunidade de lembrar que aprendemos vastamente
com as experiências que adquirimos durante a nossa vivência, e acrescentando que aprender a
conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis.
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O professor regente buscou, em suas aulas, contextualizar os assuntos apresentados
relacionando-os com situações espontâneas sempre que necessário e a epistemologia das
palavras e conceitos usados. Os conteúdos são cobrados em avaliações contendo questões
abertas – aceitando diversas respostas – e fechadas – com apenas uma resposta –, com
algumas requerendo apenas uma aplicação direta de fórmulas e outras exigindo um pouco
mais de raciocínio matemático, sendo algumas questões extremamente complexas para o nível
deles e para o nível das aulas. Uma dessas questões, a questão 3 da prova (ver anexo C),
estava muito mal formulada, não podendo ser resolvida, e a questão 2 era muito complexa
para o nível deles e das aulas.
Com relação aos resultados das avaliações, fica evidente que para o professor, os
alunos são responsáveis por suas notas, eximindo-se de qualquer culpa por tal situação.
Ninguém tirou a média, todos foram apresentaram resultados extremamente insatisfatórios.
Nas aulas que antecedem às provas, foram feitas atividades em sala de aula para os alunos se
basearem para as provas, propondo, sempre que condizente, a aplicação das teorias vistas em
sala de aulas em situações do dia a dia, porém, a prova foi quase que exclusivamente
matematizada (ver anexo C).
Durante as aulas pude notar que o professor presta atenção nas falas dos alunos,
interrompendo parte da fala dos mesmos para completar a explicação da dúvida ou
comentário, sempre que necessário. Todo o período de estágio foi registrado em papel
impresso, assinado e carimbado tanto pelo professor regente quanto pela vice-diretora (ver
apêndice F) e os roteiros utilizados para as etapas de observação estão no apêndice C, D e E.

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5 CONCLUSÃO

Ao término das atividades do estágio supervisionado, tornou-se claro as condições da


escola e das modalidades de ensino, a forma como os presentes professores atuam na missão
de educador, bem como o comportamento dos alunos durante o período dessa segunda fase de
estágio - que representa requisito obrigatório para avaliação da disciplina de Estágio
Supervisionado em Ensino de Física II -, para conclusão de curso, satisfazendo as exigências
vigentes na composição curricular do curso de Licenciatura em Física da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), do campus de Vitória da Conquista.
A escola atua nesta fase de conclusão de um curso de licenciatura como uma ponte
entre o aluno e a futura profissão. Este fato nos leva a conclusão de que os conhecimentos
adquiridos durante a carreira estudantil para serem compartilhados de forma competente,
humilde e acima de tudo com compromisso e generosidade diante da missão que
posteriormente venha assumir como educador, que tem como mérito de erguer as mãos e
proceder a um caminho menos espinhoso em especial àqueles alunos que mais tem
dificuldades.
Ficou clara a forma como o futuro profissional de educação deve agir dentro do
âmbito escolar, quais as suas responsabilidades e deveres como professor, as informações que
deve saber a respeito da estruturação e funcionamento escola em que venha a atuar, a forma
como lidar com uma sala com aproximadamente 40 alunos adolescentes, adultos e/ou idosos,
bem como a capacidade em transmitir o conhecimento de forma clara, buscando melhores
formas de avaliar a aprendizagem dos alunos, de forma quantitativa e qualitativa, além das já
tradicionais.
Este estágio, sem dúvida, representou enorme importância para se ter essa percepção
antes mesmo de ingressar no estágio de regência. Significou muito para minha qualificação
acadêmica, pois, devo levar para o estágio seguinte tudo o que aprendi neste último,
principalmente a respeito das interações verbais entre professor-aluno e as formas avaliativas.

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REFERÊNCIAS

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 9394

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed.
São Paulo: Paz & Terra, 2006.

DELORS, Jaques. Os quatro pilares da educação. Disponível em:


<<http://sorayagervasio.com.br/?p=85>> Acessado em: 4 de Junho de 2017.

DE CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Média e


Tecnológica. PCNs, 2000. p. 29 Art. 23

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário da Escola

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24
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26
APÊNDICE B – Questionário do Professor

27
28
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30
APÊNDICE C – Roteiro: Habilidades do Professor

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32
APÊNDICE D – Questionário: Processos de Avaliação

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34
APÊNDICE E – Questionário: Conteúdos Ensinados

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37
APÊNCIDE F – Ficha de Comparecimento

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ANEXOS

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ANEXO A – Resolução CONSEP nº 98/2004

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ANEXO B – Das Especificidades dos Estágios

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ANEXO C – Prova de Física da II Unidade do Eixo VII da EJA

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