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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO __

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE GOIÂNIA-GO

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO c/c DANOS


MORAIS.

em face de LOCALIZA RENT A CAR, pessoa jurídica de


direito privado, inscrito sob o CNPJ 16.670.085/0001-55, com
matriz situada à Av. Bernardo de Vasconcelos, número 377,
bairro Cachoeirinha, na cidade de Belo Horizonte-MG, CEP
31.150-000, pelos motivos de fato e de direito que expõe:

I - DOS FATOS:

Em 19 de dezembro de 2018, aproximadamente às 07:30,


a requerente se deslocou para a loja da Requerida localizada no
aeroporto de Cofins a fim de retirar o veículo Fiat Novo Uno,
categoria A-econômico, sob o protocolo de reserva
MOBO15REIVA.

O pactuado foi retirar o veículo pela manhã e devolvê-lo à


noite, como faz prova o comprovante de reserva acostado.

Pois bem, no momento da retirada esta peticionante


conferiu todos os detalhes da reserva, inclusive o preço ajustado.

Por ser inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, a


diária teve o valor promocional de R$97,70 (noventa e sete reais
e setenta centavos), incluídos os devidos seguros, e no momento
da retirada cobrou-se uma taxa de aluguel no valor de 12%,
totalizando R$108,90 (cento e oito reais e noventa centavos)
parcelado em 05 vezes no cartão de crédito de bandeira VISA da
causídica.

Para a retirada do veículo foi solicitado um bloqueio em


seu cartão do valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) à título de
caução.

O referido veículo foi devolvido na mesma agência às 19:44


do mesmo dia da retirada. A diária foi reduzida devido a esta
causídica estar naquela cidade à trabalho.

Ocorre que no momento em que a autora recebeu a fatura


de seu cartão de crédito em casa teve um grande susto, ao invés
de ter a informação do parcelamento de R$108,90 em 05 vezes,
o que foi pactuado, constava o absurdo de R$500,00 dividido
em 05 vezes, incluído pela requerida.

No mesmo momento a autora ligou no SAC da requerida


buscando soluções amigáveis para a alteração do débito, como
faz prova os e-mails em anexo.

Apesar da requerida informar que o problema foi


solucionado, o que salta aos olhos é a continuidade da cobrança
indevida.

Ocorreram diversas ligações e contatos por meio eletrônico


onde a autora buscava sempre solução pacífica, não obtendo
sucesso em nenhum contato, sendo a última em abril do
presente ano, onde ao receber a fatura ainda constava o débito.

Não restando saída, busca o judiciário para solução da


demanda.

II - DO DIREITO
Na presente demanda resta claro que o requerido poderia
inserir informação junto à prestadora do cartão de crédito para
modificar a cobrança superior à devida.
Inclusive no primeiro e-mail de resposta informa que faria
a retificação do débito e que restaria evidente nas p´roximas
faturas, contudo não o fez.
Está comprovado que a autora fez de tudo para buscar seu
direito de maneira amigável, dispondo de seu tempo para ligar
por pelo menos 4 vezes no SAC da requerida a fim de modificar
o débito.
Estando mais que comprovado o dano causado pelo
requerido, e podendo repará-lo, não o faz, incide no art. 186 e
927 ambos do Código Civil, cometendo assim ato ilícito,
conforme dispõe o mesmo:

"aquele que, por ação ou omissão voluntaria,


negligencia ou imprudência, violar direito ou
causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral comete ato ilícito."

Uma vez demonstrado a cobrança indevida por parte do


requerido, e com amparo legal no art. 42 parágrafo
único do Código de Defesa do Consumidor cabe ressarcimento
do valor cobrado pelo requerido em dobro conforme dispõe a
seguir:

"o consumidor cobrado em quantia indevida


tem direito a repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros
legais.”

A cerca do assunto a jurisprudência tem se manifestado no


seguinte sentido:

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CARTÃO DE


CRÉDITO BLOQUEADO - COBRANÇA DE ANUIDADE -
INDEVIDA INSCRIÇÃO EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO - Pelos princípios que regem as relações contratuais,
não é cabível a cobrança e o apontamento em órgãos de
proteção ao crédito de dívida originada de anuidade de cartão
de crédito bloqueado. A cobrança da referida taxa só se
legitima com a utilização efetiva do cartão ou o expresso
desbloqueio, hipóteses que não ocorreram no presente caso.
Portanto, a negativação configura-se como ato ilícito sujeito ã
indenização, na modalidade de dano in re ipsa. Recurso do
Banco não provido. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS -
MAJORAÇÃO -Com base nos princípios da proporcionalidade
e da razoabilidade, deve-se quantificar as indenizações por
danos morais de modo a não ensejar o enriquecimento ilícito a
uma das partes em detrimento da outra, funcionando, ainda,
como forma de punir o infrator e como meio de coibir a prática
de novos atos da mesma natureza. Contudo, o valor arbitrado
na r. Sentença recorrida se mostra incoerente com aquilo
demonstrado nos autos referente aos mencionados danos
morais, o que enseja, por ser de rigor, a sua adequação e,
conseqüentemente, a sua majoração. Recurso da requerente
provido nesse ponto. HONORÁRIOS DE ADVOGADO -
Justificada a majoração, de modo a garantir remuneração
condigna aos patronos do autor, tendo em conta a quantidade
e a qualidade do trabalho por eles desenvolvidos -
Art. 20, 3ºdo CPC/ - Verba honorária majorada para 20 do
valor da condenação. Recurso da requerente provido nesse
ponto. Recurso da autora provido. Recurso do réu não provido.
(TJ-SP - APL: 990093311267 SP, Relator: Roberto Mac
Cracken, Data de Julgamento: 06/08/2010, 37ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 31/08/2010)

Ficando comprovado que o requerente é hipossuficiente e sendo


assim não tem condições de pagar custas processuais nem
honorários advocatícios sem causar prejuízo ao seu sustento e
de sua família, conforme previsão legal do art. 4º da
lei 1060/50.
O requerido em momento algum influiu para que seus
funcionários tomassem qualquer atitude que buscassem
minimizar a perda pecuniária e o constrangimento sofrido pelo
Reclamante, que por diversas vezes ligou e ate se deslocou a sede
da empresa para ter a sua cobrança indevida cessada e ser
ressarcido pela mesma. Houve, pois, inquestionavelmente
omissão do Reclamado.

III - DO PEDIDO:
Diante o exposto requer:

O recebimento da presente ação uma vez que estão presentes os


requisitos do artigo 282 e 283 ambos do CPC;
Que conceda a assistência judiciária gratuita visto o requerente
não possuir condições financeiras para pagar as custas
processuais sem prejudicar seu sustento e de sua família;

A Citação do réu, para que, querendo, ofereça resposta no prazo


legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;

Que o requerido arque com as custas advocatícias advindas


deste processo no valor de 20%;

Que condene o requerido a realizar a devolução em dobro de


todo montante pago indevidamente pelo requerente, acrescidos
de juros e correções;

Condenação do réu ao pagamento de danos morais no valor de


10 salários mínimos, sendo o Reclamado condenado em razão
das perdas pecuniárias, e do constrangimento sofrido, pelas
ligações e pelos deslocamentos a empresa;

Provará o que for necessário usando todos os meios de prova


permitidos em direito.

Requer o requerente que sua Ação seja julgada procedente,

Dar-se o valor da causa o montante de R$ 8.000,00

Nestes termos pede deferimento.


Brasília, 03 de Abril de 2014.

Luís Fernando VIecilli Bocchese

OAB/RS 000.000

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