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Jose d’Assunção Barros: Projeto de pesquisa em história, capítulos:

Introdução delimitação do tema,

Escolhas que dependem mais diretamente do pesquisador, 30 págs.

Maria Eduarda S. de Oliveira


Universidade Castelo Branco.

O segundo capítulo do livro Projeto de pesquisa em história do autor Jose d’


Assunção Barros trata-se da compreensão sobre, qual o papel da introdução em um
projeto de pesquisa e sobre como delimitamos um tema no campo da história.

De acordo com Jose d’Assunção existem dois tipos de introdução nos projetos
acadêmicos, a que possui um capítulo especial para a delimitação do tema ou exposição
do problema, no qual devem ser discutidos minuciosamente na introdução, passando
assim ser um primeiro capitulo do projeto onde o tema é discutido de forma aprofundada,
já o segundo tipo, a introdução é utilizada como um resumo do projeto, nesta cria-se um
capítulo especial para a delimitação do tema ou exposição do problema. Para ele a
introdução como um resumo é a mais indicada, este tipo introdução é bastante interessante
para quando se tem interesse em encaminhar à uma instituição onde se quer obter alguma
ajuda ou financiamento, pois os executivos não consideram ter muito tempo para ler um
projeto inteiro diante das quantidades de projetos que chegam até eles, caso eles se
interessem pelo projeto a partir do resumo da introdução, eles se dedicam a ler o projeto
inteiro. “A introdução, dessa forma, deve conter todas as informações que dirão a estes
examinadores se eles devem continuar lendo o projeto ou se, efetivamente, ele não os
interessa. ” (Jose d’ Assunção Barros, 2005, pág.23)

A introdução do tipo resumo é a que dar segurança de que o projeto será bem
compreendido no geral. No campo da história, a introdução deve conter de forma mais
aprofundada,

“O tema e suas especificações mais fundamentais como: “recorte


temático e espacial, fonte principais, algumas indicações metodológicas e
teóricas, e também um outro aspecto associado à justificativa ou viabilidade da
pesquisa. Tudo isso de forma resumida, com um ou dois parágrafos para cada
um destes itens. ” (Jose d’Assunção Barros, 2005, pág. 24)
No que tange a escolha do tema este considerado a alma do projeto, o autor Jose
d’Assunção aponta que esta escolha apresenta diretamente uma interferência de alguns
fatores combinados como “ o interesse do pesquisador, a relevância atribuída pelo próprio
autor ao tema cogitado, a viabilidade da investigação, a originalidade envolvida. ” (Jose
d’ Assunção Barros, 2005, pag. 25), além destes ele coloca que existem fatores externos
que nem sempre são percebidos pelo autor, “Existe por exemplo uma pressão, da sua
época, dos paradigmas vigentes na disciplina em que se insere a pesquisa, a instituição
em que se escreve, ” (Jose d’ Assunção Barros, 2005, pág. 25).

No que diz respeito a relevância do tema, esta não deve servir apenas para o autor,
mas também para os homens de seu tempo, a relevância para escolha do tempo pode estar
apresentada de acordo com cada o que em uma época ou sociedade considera-se digno de
estudo em outro momento este pode ter sido considerado irrelevante, ele dá o exemplo da
história das mulheres, que no século XIX não era considerado atrativo, já no século XX
passou a ser um dos estudos mais buscados pelos historiadores do ocidente. As pressões
políticas e éticas, detêm de grande relevância na escolha do tema o autor deve refletir
eticamente sobre qual impacto o seu projeto acarretará no mundo, para o autor este deve
ser considerado como um fator enriquecedor e não um fator mobilizador. O paradigma
do qual no seu tempo utiliza vai também influenciar na escolha do tema. “A escolha de
um tema, enfim, frequentemente se faz sob a força de ondas de impacto que nem sempre
são percebidas pelos pesquisadores. ” (Jose d’ Assunção Barros, 2005, pág.29)

A escolha do tema do ponto de vista do pesquisador, o autor aponta que o


pesquisador deve se interrogar se aquele tema realmente o interessa,

“Uma pesquisa sobre um tema sem interesse para o autor, apenas


com visitas a assegurar um título de mestre ou de doutor (situação
que tantas vezes se verifica), corre o risco de se tornar meramente
burocrática, e de repassar aos futuros leitores e a banca que
examinará a tese a mesma sensação de enfado que assaltou o seu
autor durante a sua realização. ” (Jose d’ Assunção Barros, 2005, pág.
34)

Já as questões da relevância, da viabilidade, da inovação e da especificidade para


o pesquisador, são apresentadas da seguinte forma pelo autor. Para a relevância não existe
padrões oficiais de um tema, e o que existe é um consenso de que a relevância deve ser
refletida constantemente pelo pesquisador, para ele por mais que o tema nos interessemo-
nos e consideramos que tenha relevância, não tem como seguir se o tema não for viável,
no contexto da inovação dos projetos de pesquisa Jose d’Assunção coloca que “Não é
preciso necessariamente encontrar um novo tema, que não tenha sido abordado antes por
outros historiadores. Vale também trabalhar um tema já antigo de maneira nova. ” (Jose
d’ Assunção Barros, 2005, pág.37)

Para se ter um tema bem delimitado no campo da história devemos pensar nos
recortes. O recorte espaciotemporal e o recorte serial, o “recorte temporal, não deve ser
uma escolha propositalmente arredondada, como “Referencial político dos últimos 10
anos”, mas sim a um problema a ser examinado ou a uma temática que será estudada”
(Jose d’ Assunção Barros, 2005, pag.42), O recorte serial se faz a partir das fontes e
materiais que é constituído pelo historiador.

CONSIDERAÇÕES

Pode se concluir que os capítulos aqui colocados do livro projeto de pesquisa em


história auxilia os novos pesquisadores do campo da história a compreender melhor como
se constrói um trabalho de pesquisa, o autor utiliza de uma linguagem clara e de fácil
entendimento, podemos também notar seu posicionamento teórico na escola do Analles.

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