PASSOS, Clcusa Hios Pinheiro. "Tragedias brasileiras": o dialogo de Dalton 'frevisan ...
na/ .. ./ ou rcprcscntantcs de famflias i lustres" 15 , bcm como scm a "imita-
<;ao" de a<;ocs "de carater clcvado" 16 , conformc dcscrcvc Arist6tclcs. 'loda- via, parodicamcntc aclimatadas, comportam algo conccrncntc a cssa for- ma classica, a saber, as circunstancias, o condicionamcnto a um dcstino ccgo, o "terror c picdadc", igualmcntc minimizados, diantc do infortunio quc rcsulta cm assassinatos abruptos ou graduais - os mais pcrvcrsos? - rccobrando vfnculos com dcscjo, transgrcssao c fatalidadc. "Flagclos" sociais, as figuras de Bandcira sao rcvisitadas pcla con- tfstica do cscritor curitibano, quc sc vale da rcpcti<;ao para substituir o lfrico do "organdi azul" ca mortc brusca de Maria Elvira, rcduzindo ainda mais o tragico do pocma. Embora conccda avoz narrativa a suspcnsao do tcxto, nao dcscarta as sugcstocs das contfnuas mudan<;as de Mmia c Joao, afinal, "scm conta sao os bairros de Cwitiba/ .. ./". Vftimas de um tcrrfvcl fardo, o par sc sustcnta na mctafora "gozoza" do proccsso afctivo, gcrador de outra cspccic de mortc, paulatina c inccssantc. E af, cspccificamcntc, nao c diffcil aproxima-lo de Dorotcia c D. Flavia, pois ambas rcnunciam ao prazcr c ao am01; submissas a uma indc- finida agonia. 0 trabalho plastico da "mise en scene" cnccrraria, igual- mcntc, a imaginativa conjun<;ao cntrc rclanccs surrcalistas c aspcctos da mitologia. Em ccrtas passagcns, as viuvas rclcmbram as Moiras, ora por puni<;ocs aos trangrcssorcs das leis 0). Flavia), ora pcla sortc implacavcl de cada pcrsonagcm. Alias, rccupcrando vcrsocs difercntcs, o dramaturgo subvcrtc a mi- tologia quc transformara a "moira", ap6s as cpopcias homcricas, cm trcs irmas. No caso de Dorotcia, as primas sc condcnsam cm uma, rcccbcndo os atributos das dcmais c intcgrando "ipscidadc c altcridadc" - mais um rccurso de cncaixc c articula<;ao dos clos dial6gicos de uma cadcia longa c inusitada. Sintomaticamcntc, a pc<;a inscrida na rcdc intcrtcxtual aqui ras-
1" ARISTOTELl~S. /h<'tica . Eudoro de Sousa {tnu.l.). Porto Alegre: Cloho, 1966, I'- 69. '" IDEi\l. lbide111, p. :17.