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CAPÍTULO TREZE
TIPOS DE EXPERIÊNCIAS
MUSICAIS: OS QUATRO
PRINCIPAIS MÉTODOS DE
MUSICOTERAPlA
.Isso tem gerado uma confusão considerável e uma discussão sobre a origem
de cada método, a partir de quem eles teriam se originado, e sobre as técni-
cas, que técnica pertence a quem. Embora não seja óbvio nem haja uma
única forma correta de definir cada um desses termos, eles realmente preci-
sam ser diferenciados. Assim, a escolha dos termos e das definições propos-
tas aqui pode ser relativamente arbitrária. O mais importante é que eles se-
jam diferenciados e clarificados. Para compreendermos as diferenças, utili-
zaremos a improvisação como um exemplo para a discussão./,
t.1m1itétodoé aqui definido como um t~articular de experiên-
. 1
cia musical utilizada para a avaliação diagnóstica, o tratamento e/ou ava-
liação. Como e){istem" quatro tipos de experiências musicais (improvi-
Sar, re-ctiar,compor e ouvir música), eles são considerados os quatro
métodos de musicoterapia, e como há muitas diferentes f9rmasde
estruturar essas quatro experiências, cada método tem muitas variações.
Assim, as várias formas de engajar o cliente no fazer-música improvisa-
da recaem sob a categoria dos métodos de "improvisação", as várias for-
mas de engajar o cliente em reproduzir música recaem na categoria dos
métodos de "re-criação", as várias formas de engajar o clienteem.com-
por são chamadas de métodgs de "composição" e as várias formas de
engajar O cliente em experiências de ouvir música são chamadas de mé-
todos "receptivos".
Paraengajar o cliente nessas experiências musicais, o terapeuta.utili-
za vários procedimentos. Um procedimento é uma seqüência organizada de
operações e.interações que o terape uta utiliza para levar o cliente através de
umaexperiência musical completa. Como tais, Os procedimentos são osti-
jolos da construção de uma sessão de musicoterapia; .são as várias coisas
que um terapeuta faz para organizar e implementar o método. Por exemplo,
se o método é improvis~ção e a variação é um "grupo instrumental", o tera-
peuta pode utilizar os seguintes procedimentos em seqüência para realizar a .~I
sessão: I) os clientes escolhemos instrumentos; 2) o grupo experimenta os
instrumentos livremente; 3) o terapeuta apresenta uma. regra para tocar ou
regra estrutural para a improvisação; 4) o grupo improvisa de acordo com
aquela estrutura; 5) o grupo discute a improvisação; e 6) os mesmos passos
são repetidos até o final da sessão.
Em cada um desses passos dos procedimentos, ojerapeutapod@-jJsar
diversas técnicas. Uma técnica é uma operação ou interação que oterapeuta
CAPÍTULO 13 ~ TIPOS DE EXPERIÊNCIAS MUSICAIS: ... 123
utiliza para provocar uma reação imediata do cliente ou para modelar a ex-
periência imediata do cliente. Portanto, uma técnica é uma operação menor,
uma parte do procedimento, enquanto que o procedimento pode s~wisto
como uma série de técnicas. Em nosso exemplo da improvisação, o terapeu-
ta pode utilizar várias técnicas musicais quando o grupo está improvisando
junto, como "dar a base", "dar o ritmo", "incorporar"e assim por diante
(Bruscia, 1987). De forma análoga, quando o grupo discute a improvisação,
o terapeuta pode usar várias técnicas verbais como "indagação" e
"espelhamento".
Quando um terapeuta começa a desenvolver uma abordagem siste-
mática empregando um ou mais dos quatro principaIs métodos de uma for-
ma particular, seguindo seqüênciás de procedimentos e apoiando ....
se em cer-
tas técnicas, um modelo está sendo desenvolvido. Um modelo é uma abor ...
dagem abrangente de avaliação diagnóstica, tratamento e avaliação que in-
~ clui princípios teóricos, indicações e contra-indicações clínicas, objetivos,
orientações e especificações metodológicas e utilização de certas seqüên-
:f\( cias de procedimentos e técnicas. São exemplos de modelos do método de
ú~{\t improvisação em musicoterapia: a "Musicoterapia Criativa", o modelo de-
senvolvido por Nordoff e Robbins (1977) ea "Musicoterapia Analítica", o
modelo desenvolvido por Mary Priestley (1994). Deve-se observar que um
modelo é muito mais abrangente do que um método. Na realidade, um plO,,-
delo é uma especificação de como um método pode ser utilizado. geral~n-
te com certas clientelas. Também deve ser observado que há somente quatro
métodos em musicoterapia e que esses métodos varíam infinitamente com
relação aos procedimentos e técnicas, dependendo do modelo. Alémdis-
so, um ll!étodo não estabelece nenhuma orientação teórica em particnlar,
enquanto que um m~delo sempre se remete a uma determinada orientação
teórica, Um terapeuta pode utilizar a improvisação com diversas orienta-
ções teóricas, mas assim que a improvisação é implementada de uma for-
ma particular, .segundo qualquer princípio, uma orientação teórica está
implicada.
Resumindo: um método é um tipo particular de experiência musical
em que o cliente se engaja com propósitos terapêuticos.;:_UIDavariação é a
forma particular com que essa experiência musical é estruturada; umproce-
dimentoé tudo aquilo que () terapeuta tem que fazer para engajar o cliente
nessa experiência; uma técnica é uma etapa de qualquer procedimento que
124 DEFININDO MUSICO'ffiRAPIA
EXPERIÊNCIAS DE IMPROVISAÇÃO
Definiçã~e Utilizaçã~
Variações
faze-Ia
subtipos:representar
solo, dueto oue grupo,
descrever qualquer
e cada um delescoisa não-musical.
apresenta liá três
diferentel\ipos
de desafios musicais.
Instrumental Referencia!: O cliente improvisa com instrumentos mu-
sicais para retratar sonoramente algo não-musical (por exemplo, um senti-
mento, idéia, assunto, imagem, pessoa, evento, experiência etc.). Os subtipos
incluem solo, dueto e grupo e cada um deles tem implicações relacionadas
com o modo como a idéia não-referencial é percebida e projetada musi-
calmente.
Improvisação de Canções: O cliente improvisa letras, melodias e/ou
o acompa!lhamento de uma canção. Os subtipos são solo, dueto eimprovi-
• saçôes grupais. Dadas a proeminência da melodia na canção e a relação
íntima entre a melodia e a letra, acrescentar outros improvisadores pode
complicar o processo' significativamente.
Improvisação Vocal Não-Referencial: O cliente improvisa uma peça
vocal sem palavras ou imagens. Os subtipos são solo, dueto e grupo.
Improvisações Corporais: O cliente improvisaeom vários tipos de
sons corporais percussivos (com palmas, toques, estalidos). Os subtipos in-
cluem solo, dueto e grupo.
126 DEFININDO MUSlCOTERAPIA
EXPERIÊNCIAS RE-CRIATIVAS
Definição e Utilização
Variações
EXPERIÊNCIAS DE COMPOSIÇÃO
Definição e Utilização
Variações
EXPERIÊNCIAS RECEPTIVAS
Defmição e Utilização
• Promover a receptividade
• Evocar respostas corporais específicas
.U
• Estimular ou relaxar
• Desenvolver habilidades audio-motoras
• Evocar estados e experiências afetivas
j
~. • Explorar idéias e pensamentos ~
• Facilitar a memória, as remi.n.is.Qênciªse as regressões
• Evocar fantasias e a imaginação
• Estabelecer uma conexão entre o ouvinte e o grupo comunitário ou
sócio-cultural
• Estimular experiências espirituais
Variações