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DOENÇAS CEREBROVASCULARES

PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CEREBROVASCULARES

A prevenção primária das DCV já foi discutida juntamente com os seus principais fatores de
risco. Em relação à prevenção secundária, maior ênfase deve ser dada ao controle dos fatores de
risco modificáveis, devido ao maior risco de recorrência, principalmente no período mais precoce
após um evento primário.

Nos idosos, esse controle deve ser ainda mais rigoroso, pois se trata de um grupo sob maior risco,
devido à idade.

Quanto ao AVE hemorrágico hipertensivo, o controle da PA é a prevenção mais eficaz, além da


interrupção do etilismo e do tabagismo.

Nos casos de hemorragia intraparenquimatosa não há mecanismos de prevenção específicos, mas


deve-se atentar aos fatores de risco associados.

Na hemorragia subaracnóidea, a resolução cirúrgica é simultaneamente tratamento e prevenção


secundária, devendo-se estar atentos para a possibilidade de multiplicidade de aneurismas
(identificáveis em uma angiografia cerebral).

A prevenção secundária do AVE isquêmico dependerá dos fatores de risco e do mecanismo dos
episódios anteriores.

O AAS é o antiagregante plaquetário comprovadamente eficaz para a prevenção do AIT (Ataque


Isquêmico Transitório) e do AVE isquêmico.

A recomendação atual é que o AAS seja o fármaco de escolha na prevenção secundária do AVE
isquêmico, independentemente da idade do paciente, devido ao seu baixo custo, larga experiência
e associação com poucos efeitos colaterais.

Em caso de intolerância ao AAS, deve-se lançar mão dos outros antiagregantes plaquetários,
como: ticlopidina, clopidogrel, e o dipiridamol quando associado ao AAS.

Não há indicação para o uso de antiagregantes plaquetários na prevenção primária do AVE, pois
risco aumentado de hemorragia não supera seus possíveis benefícios.

Os anticoagulantes orais (varfarina) são indicados para a prevenção do AVE embólico, nos
pacientes sob maior risco. O seu uso aleatório para a prevenção do AVE isquêmico aumenta de
forma exagerada o risco de hemorragia e deve ser evitado (principalmente nos pacientes acima
de 75 anos, pelo maior risco de hemorragia).
Não há qualquer evidência da eficácia na prevenção das DCV com o uso de vasodilatadores
(como nimodipino ou pentoxifilina) ou fármacos ditos neuroprotetores.

CONSIDERAÇÕES ODONTOLÓGICAS

Os pacientes que perderam a capacidade de mastigar, sorrir ou falar são mais propensos à
depressão, ocorrência comum após um acidente cerebrovascular. Quanto à comunicação de
pacientes afásicos por causa do derrame, é indicado a utilização de técnicas não-verbais como o
uso de pictogramas, para que os pacientes possam sentir-se mais integrados à sociedade.

Em termos odontológicos, uma das consequências do AVC é a perda ou diminuição da habilidade


mental, assim como a dificuldade motora e de apreensão de objetos.

Escovas elétricas: contribuem para a escovação, permitido índices de remoção de placa


satisfatórios.

Havendo necessidade de intervenção de cuidadores após cada ingestão de alimentos, para


impedir a formação de placa bacteriana e a consequente inflamação gengival/periodontal.

As drogas indicadas para os pacientes que sofreram AVE podem causar efeitos colaterais, como
sangramento gengival, complicações na cicatrização de tecidos moles, estomatites, dor nas
glândulas salivares, suores, ulcerações e, principalmente, xerostomia parcial/total.

Devemos dizer que a xerostomia é um dos efeitos colaterais mais comuns das medicações, na
maioria das doenças passíveis de ocorrer com pessoas da terceira idade.

Nos casos de gengivite, é recomendado o uso de bochechos com digluconato de clorexidina, bem
como instruções de higiene bucal detalhadas ao acompanhante do indivíduo afetado.

Cirurgiões dentistas devem consultar médicos em relação aos níveis de tromboplastina do plasma
antes de suspender o uso de anticoagulantes para realizar limpezas, raspagens subgengivais ou
exodontias. Em tais pacientes, o antibiótico de escolha deve ser a penicilina (ou a cefalosporina
em caso de alergia).

COMENTÁRIOS FINAIS

Atualmente, há meios capazes de mudar o destino de um idoso que sofre um AVE,


principalmente quando se assume uma atitude proativa no menor tempo possível para melhorar
a qualidade de vida do paciente.

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