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A ATIVIDADE DE INVESTIGAÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
(APONTAMENTOS)
A ATIVIDADE DE INVESTIGAÇÃO
DO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
REPRESENTAÇÃO (DENÚNCIA):
▪ ESCRITA: por terceiros (sindicatos,
particulares, servidores públicos, órgãos
públicos, juizes e tribunais); ex officio 1
(observação direta, processos judiciais, meios
de comunicação, etc.); por designação de
órgãos do MPT (PGT, CSMPT , CCR);
▪ VERBAL: reduzida a termo na PRT. ENCERRAMENTO DO
▪ ANÔNIMA (internet; correspondência). PROCEDIMENTO (PP OU IC)
▪
RELATÓRIO DE
ARQUIVAMENTO
AUTUAÇÃO ARQUIVAMENTO SUBSCRIÇÃO
DE TAC
I - INQUÉRITO CIVIL
1) ORIGEM 07
2) REFERÊNCIAS NORMATIVAS 07
3) CONCEITO / NATUREZA JURÍDICA / OBJETO 09
4) CARACTERÍSTICAS BÁSICAS 11
5) DENÚNCIA 13
5.1) MODALIDADES 13
5.2) INDEFERIMENTO DA REPRESENTAÇÃO 15
6) DISTRIBUIÇÃO 16
6.1) CRITÉRIOS 18
6.2) IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 19
6.3) COMPENSAÇÃO 21
6.4) CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES 22
7) PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO DE INQUÉRITO CIVIL 22
7.1) REFERÊNCIAS LEGAIS E NOMENCLATURA 22
7.2) OBJETIVO 23
7.3) REGRAS BÁSICAS 23
7.4) LIMITES E POSSIBILIDADES 24
7.5) ARQUIVAMENTO 25
8) INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO CIVIL 26
8.1) ÓRGÃO RESPONSÁVEL 27
8.2) PORTARIA 27
8.2.1) CONTEÚDO 27
8.2.2) QUESTÕES RELEVANTES 28
8.2.2.1) PUBLICAÇÃO E ADEQUAÇÃO DO MEIO 28
8.2.2.2) AMPLIAÇÃO DO OBJETO DA INVESTIGAÇÃO E DESMEMBRAMENTO 29
1) REQUISIÇÃO 59
1.1) CONCEITO 59
1.2) FORMA 59
1.3) DESTINATÁRIOS 60
1.4) HIPÓTESES LEGAIS 61
1.5) PRAZO 62
1.6) MATÉRIAS PROTEGIDAS POR SIGILO 62
1.5.1) BASE LEGAL 62
1.5.2) LIMITES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE REQUISIÇÃO 63
1.5.3) RESPONSABILIDADE DO ÓRGÃO 67
1.7) DESCUMPRIMENTO DA REQUISIÇÃO 67
2) NOTIFICAÇÃO 69
2.1) BASE LEGAL 69
2.2) DESTINATÁRIOS 69
2.3) FORMA 69
2.4) PRESSUPOSTOS 70
2.5) CONTEÚDO 70
3) INSPEÇÃO E REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS 70
3.1) BASE LEGAL 70
3.2) PROCEDIMENTO 70
1) BASE LEGAL 72
2) OBJETO 73
3) ASPECTOS JURÍDICOS RELEVANTES 76
4) MULTA 78
4.1) NATUREZA JURÍDICA 78
4.2) REVISÃO DO VALOR 79
4.3) DESTINAÇÃO 79
5) PARCELA DE INDENIZAÇÃO DE DANOS 81
6) DESCONSTITUIÇÃO E RETIFICAÇÃO 83
7) TERMO DE COMPROMISSO PERANTE O MTE 84
IV - RECOMENDAÇÃO
1) BASE LEGAL 86
2) CONCEITO 86
3) REQUISITOS 86
V – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
1) BASE LEGAL 89
2) CONCEITO 89
3) PROCEDIMENTO 90
4) EFEITOS 91
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92
VII – ANEXOS 94
1) ORIGEM:
2) REFERÊNCIAS NORMATIVAS:
► Lei 7.347/85:
art. 8º, § 1º. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a 10 (dez) dias.
► Constituição Federal/1988:
art. 129, III. São funções institucionais do Ministério Público: promover o inquérito
civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
art. 6°. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil,
ou requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular,
certidões, informações, exame ou perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10
(dez) dias úteis.
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art. 201, V. Compete ao Ministério Público: promover o inquérito civil e a ação civil
pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos
à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3°, inciso II, da
Constituição Federal.
art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a dez dias úteis.
doutrina:
► Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público dos Estados - LONMP):
art. 25, IV. Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei
Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: promover o
inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:
8
art. 6°, VII. Compete ao Ministério Público da União: promover o inquérito civil e a
ação civil pública para:
a) a proteção dos direitos constitucionais;
b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos
às comunidades indígenas, à família à criança, ao adolescente, ao idoso, às
minorias étnicas e ao consumidor;
d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e
coletivos.
Art. 84, II. Incumbe ao MPT, no âmbito de suas atribuições, exercer as funções
institucionais previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente:
instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que
cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores.
Art. 1º. O inquérito civil, de natureza unilateral e facultativa, será instaurado para
apurar fato que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do
Ministério Público do Trabalho nos termos da legislação aplicável, servindo
como preparação para o exercício das atribuições inerentes às suas funções
institucionais.
meio que possibilita a investigação direta e exclusiva pelo MP para apurar fatos
que possam embasar diversas atribuições na sua esfera de atuação.
9
procedimento meramente administrativo, de caráter pré-processual e natureza
inquisitiva.
►observação importante:
doutrina:
10
“Não sendo procedimento jurisdicional, o inquérito é procedimento administrativo e,
como tal, revestido de presunção de legitimidade, conformidade com a lei e auto-
executoriedade, porquanto instaurado e conduzido por órgãos do Estado (lato
sensu). (...)
Tem caráter preparatório, para guiar o representante do MP na sua missão de tutela
dos interesses diversos para os quais a lei autoriza o procedimento”.
(ADAMOVICH, Eduardo Henrique Raymundo von. Sistema da ação civil pública no
processo do Trabalho. São Paulo: LTr, 2005, p. 409).
(a) preventivo (ao assegurar a não ocorrência de lesão, por meio de adequação de
conduta pela parte);
(b) reparatório (ao obter a reparação extrajudicial dos danos havidos, em sede de
termo de compromisso firmado pela parte, ou possibilitar a coleta de elementos
necessários ao ingresso da ação civil púbica, direcionada ao mesmo fim ) e
doutrina:
“O inquérito civil não é processo administrativo e sim procedimento; nele não há uma
acusação nem nele se aplicam sanções; dele não decorrem limitações, restrições ou
perda de direitos. (...) Não se decidem interesses; não se aplicam penalidades.
Apenas serve para colher elementos ou informações com o fim de formar-se a
convicção do órgão do Ministério Público para eventual propositura ou não da ação
civil pública”.
(MAZZILLI, Hugo Nigro. “Pontos controvertidos sobre o Inquérito Civil”. In: MILARÉ,
Édis. (coord.). Ação civil Pública: Lei 7.347/1985 – 15 anos. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2001, p. 281)
4) CARACTERÍSTICAS BÁSICAS:
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jurisprudência:
(d)Inquisitividade
► ausência de contraditório e ampla defesa; não se destina à acusação ou
aplicação de sanção; procedimento não-punitivo.
► reconhecimento desta característica na valoração judicial das provas colhidas
visão jurisprudencial:
Art. 7º Aplica-se ao inquérito civil o princípio da publicidade dos atos, com exceção
das hipóteses de sigilo legal ou em que a publicidade possa acarretar prejuízo
às investigações, casos em que a decretação do sigilo legal deverá ser
motivada.
(...)
§ 5º A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão motivada, para fins do
interesse público, e poderá ser, conforme o caso, limitada a determinadas
pessoas, provas, informações, dados, períodos ou fases, cessando quando
extinta a causa que a motivou.
(f) Auto-executoriedade
► iniciativas de ofício do membro do MP;
► poder de requisição: certidões e documentos, realização de exames e perícias,
uso de força policial, notificação para depoimentos e esclarecimentos (sob pena
de condução coercitiva), realização de inspeção, expedição de recomendação.
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5) DENÚNCIA:
5.1) MODALIDADES
formal (escrita)
13
► compatibilização com a norma do art. 5º, IV, CF/88, que veda o anonimato: a
proibição constitucional do anonimato direciona-se à veiculação de mensagens,
publicações e matérias, principalmente nos meios de comunicação. Portanto, não
impossibilita a denúncia de irregularidades realizada anonimamente.
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5.2) INDEFERIMENTO DA REPRESENTAÇÃO
§ 4º Expirado o prazo do artigo 5º, § 1º, desta Resolução, os autos serão arquivados
na própria origem, registrando-se no sistema respectivo, mesmo sem
manifestação do representante.
15
observação:
6) DISTRIBUIÇÃO:
§ 1º. O critério de distribuição por prevenção será observado nas hipóteses seguintes
de conexão e de pertinência ou aproximação temática, de maneira a se garantir a
unidade e a eficácia na atuação do Ministério Público do Trabalho:
I. Conexão:
a) quando existir procedimento de investigação, em face do mesmo investigado,
versando sobre o (s) mesmo (s) tema (s) da nova representação, observada a regra do
art. 12, caput, da Resolução n.º 69/2007 do CSMPT;
16
b) quando existir procedimento de investigação, com assinatura de Termo de
Ajustamento de Conduta, em face do mesmo investigado, envolvendo o (s) mesmo (s)
tema (s) da nova representação;
c) quando existir ação, em face do mesmo investigado, baseada no (s) mesmo (s)
tema (s) da nova representação.
§ 2º. Nas hipóteses do § 1º, inciso I, deste artigo, não haverá compensação de
procedimentos.
§ 3º. Enquanto não for possível a utilização do sistema MPT-DIGITAL mantém-se o
sistema de preparação de lotes de distribuição com sorteio, atendendo-se à ordem de
protocolo.
§ 4° - Não haverá distribuição durante o período de afastamento do Procurador por
motivo de férias, licença ou qualquer outra hipótese prevista em lei.
§ 5º - A distribuição de procedimentos e processos ao Coordenador da atividade
agente obedecerá à regra de proporcionalidade especificada pelos Membros da
Procuradoria.
§ 6° - Não haverá compensação na distribuição do Procurador em razão de
participação em audiências judiciais, reuniões internas ou externas, atividades
relacionadas à participação voluntária em Coordenação de Fóruns e outras de
natureza semelhante.
§ 7º - Nas designações de Procurador para desempenho de atividade específica de
interesse do Ministério Público do Trabalho haverá compensação integral na
distribuição, relativamente aos dias de efetiva realização da respectiva atividade, de
acordo com os critérios estabelecidos pelos Membros da Procuradoria, ressalvadas
desses critérios as designações do Conselho Nacional do Ministério Público, do
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho e do Procurador-Geral do
Trabalho.
§ 8º - Em caso de afastamento superior a 90 dias contínuos, toda a banca do
Procurador afastado será redistribuída igualitariamente, devendo ele receber, no
retorno às atividades normais, o mesmo número de procedimentos redistribuídos.
(...)
17
6.1) CRITÉRIOS
► redistribuição de procedimentos:
18
doutrina:
19
art. 238 da LC n°75/93: “Os impedimentos e as suspeições dos membros do
Ministério Público são os previstos em lei”.
doutrina:
20
o processo até ulterior decisão (art. 102.1). além disso, é expressa a lei espanhola
em dispor que, caso o tribunal entenda que as razões não são fundadas, rejeitará o
requerimento de abstenção e determinará ao juiz que continue atuando no feito (art.
102.3).
Tais regramentos se mostram mais adequados a uma perspectiva de densificação
plena do direito fundamental ao juiz natural, notadamente porque as razões ditas de
foro íntimo, adotadas para justificar a abstenção judicial, nem sempre se revelam
adequadas ao grave propósito de restringir aquele direito fundamental, sendo muitas
vezes inaptas para para firmar a parcialidade do julgador, matéria que, na linha do
desenvolvimento teórico, não pode ficar ao arbítrio do juiz, dado o interesse público
subjacente ao tema constitucional.
(PEREIRA, Ruitemberg Nunes. O CNJ e a suspeição judicial por motivo de foro
íntimo. In: http://www.anpr.org.br/portal/index2).
6.3) COMPENSAÇÃO
21
6.4) CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES
► CF/88:
art. 129, VI. São funções institucionais do Ministério Público: expedir notificações
nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior.
► LC 75/93 (LOMPU):
art. 84. Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das suas atribuições:
instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que
cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores.
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Resolução 69/2007 – CSMPT
§ 10º Vencido este prazo, o membro do Ministério Público do Trabalho promoverá seu
arquivamento, ajuizará a respectiva ação civil pública ou o converterá em
inquérito civil.
7.2) OBJETIVO
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prazo: 90 dias, prorrogável uma única vez, justificadamente;
POSSIBILIDADES:
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(a) requisição de ação fiscal e realização de audiência preliminar;
(b) consulta ou requisição de informações e documentos a órgãos públicos (INSS;
Junta Comercial; Receita Federal);
(c) assinatura de Termo de ajustamento de conduta e
(d) ingresso direto da ação civil pública;
jurisprudência:
7.5) ARQUIVAMENTO
§ 1º. “Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
Conselho Superior do Ministério Público.
25
no Ministério Público do Trabalho, quando não localizados os que devem ser
cientificados.
26
(...)
8.2) PORTARIA:
8.2.1) CONTEÚDO:
Art. 4º O inquérito civil será instaurado por portaria, numerada em ordem crescente,
renovada anualmente, devidamente registrada em livro próprio e autuada,
contendo:
observação:
27
b) justificativa/motivação para a instauração (considerações sobre a
irregularidade objeto da denúncia e a respectiva legitimidade do MPT para atuar;
identificação do(s) autor(es);
doutrina:
“No caso de decidir por instaurar o inquérito civil (o que fará) por meio de portaria
inaugural, o membro do Ministério Público deverá: a) consignar ter tido ciência de
lesão a um dos interesses que, em tese, justificariam a ação institucional na área
cível, bem como indicar por que meio teve tal notícia; b) declinar, se possível, os
elementos de fato que identifiquem a lesão e sua autoria (dia, lugar, hora; dados de
identificação do autor dos fatos; menção aos lesados); c) determinar a instauração
do inquérito civil; d) determinar a autuação da portaria, o que compreende também
seja registrada e colocada dentro de capa apropriada; e) ao final, apor data,
assinatura e identificação de seu nome e cargo”.
(MAZZILI, Hugo Nigro. O Inquérito Civil. 2. ed., rev., ampl. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2000, p. 117).
Art. 4º O inquérito civil será instaurado por portaria, numerada em ordem crescente,
renovada anualmente, devidamente registrada em livro próprio e autuada,
contendo: (...)
VI - a determinação de afixação da portaria em quadro de aviso acessível ao público,
bem como a de remessa de cópia para publicação.
§ 2º A publicidade consistirá:
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Até que se tenha uma avaliação dos custos da edição em diário Oficial das
portarias de instauração de inquérito, sugere-se preferir o item I, do § 2º, do artigo
7º, porque atende a publicidade do ato, na forma do §2º, do artigo 4º da Lei n.º.
11.419/06:
§ 2º. A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e
publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei,
exigem intimação ou vista pessoal”.
Art. 4º (...)
Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indicarem necessidade
de investigação de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o membro do
Ministério Público do Trabalho poderá aditar a portaria inicial ou determinar a
extração de peças para instauração de outro inquérito civil, respeitadas as normas
incidentes quanto à divisão de atribuições.
29
► necessidade de publicação do ato de aditamento à Portaria (item 4 da decisão
CCR n.º. 657/2008).
► comentário:
Art. 6º A instrução do inquérito civil será presidida por membro do Ministério Público
do Trabalho a quem for conferida essa atribuição, nos termos da lei.
30
§ 4º Qualquer pessoa poderá, durante a tramitação do inquérito civil, apresentar ao
Ministério Público do Trabalho documentos ou subsídios para melhor apuração
dos fatos.
§ 8º. Não cabe à chefia institucional a valoração do contido nos ofícios, podendo
deixar de encaminhar aqueles que não contenham os requisitos legais ou não
empreguem o tratamento protocolar devido ao destinatário.
§ 10. Aplica-se o disposto nos parágrafos 7º, 8º e 9º aos atos dirigidos aos
Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público.
9.2.1) EXEMPLOS:
b) audiência prévia;
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d) consulta prévia a cadastro e/ou informações disponíveis em outros órgãos. Ex:
CAGED; Junta Comercial; INSS; Receita Federal;
doutrina:
“Embora seja tradicional que cada membro do Ministério Público atue dentro dos
limites da competência dos órgãos jurisdicionais perante os quais oficia, esse
excessivo paralelismo entre carreira ministerial e judicial há muito vem sendo
abandonado. O Ministério Público tem hoje inúmeras atividades extrajudiciais, que
pouco ou nada têm que ver com a atuação perante as Varas e Tribunais. É hoje
corriqueiro haver órgãos ministeriais com atuação totalmente desvinculada de Varas
judiciais específicas”
(MAZZILLI, Hugo Nigro. Regime Jurídico do Ministério Público. 6. Ed., São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 192).
32
nem os princípios constitucionais da unidade e indivisibilidade do Ministério Público,
que só têm repercussão dentro de cada Ministério Público.
Assim sendo, muito embora seja lógico e razoável que os Ministérios Públicos
Estaduais atuem prioritariamente e como regra junto às Justiças de seus Estados;
que o Ministério Público Federal peticione predominantemente na Justiça Federal;
que o Ministério Público do Trabalho ajuíze comumente ações na Justiça do
Trabalho etc., nada impede, de um ponto de vista constitucional, que eles
peticionem, por exceção, junto a diversos órgãos do Poder Judiciário ou em defesa
de interesses que em princípio não lhes eram afetos institucionalmente, sendo
inúmeras as situações em que isto ocorre, que nunca foram contestadas por juristas
ou Tribunais pátrios.
Com efeito, podem ser mencionados, apenas a título de exemplificação, sem
pretensão de esgotar as hipóteses: o exercício, por Promotores de Justiça, por
delegação do Ministério Público Federal, das funções eleitorais (arts. 78 e 79 da
LC/1993); a sucessão processual existente entre os demais Ministérios Públicos e o
Ministério Público Federal nos recursos especial e extraordinário, já que será
Subprocurador-Geral da República quem oficiará junto ao STJ e ao SFF; membros
do Ministério Público Federal podem atuar perante quaisquer tribunais e juízes na
defesa dos direitos e interesses dos índios (art. 37, II, da LC 75/1993); (...) a
delegação a membros de Ministérios Públicos diversos do ato de oferecimento de
proposta de transação penal ou de suspensão condicional do processo; os
compromissos de ajustamento de condutas podem ser firmados por mais de um
ramo do Ministério Público, conjuntamente (...).
A se admitir que atuação de membro do Ministério Público em órgão jurisdicional
diverso do que comumente atua fere o pacto federativo, todas as situações retro-
mencionadas também seriam inconstitucionais (...).”
(MACÊDO, Marcus Paulo Queiroz. O litisconsórcio entre Ministérios Públicos e os
fundos previstos no art. 13 da Lei 7.347/1985. In: Revista de Processo, n. 172, São
Paulo: RT, 2009, p. 268/270 e 282).
33
Coordenação e Revisão), dias 19 e 20.06.2007, com os membros da CODIN de
todas as PRTs:
► EXEMPLO:
34
doutrina:
Art. 7º (...)
§ 1º Nos requerimentos que objetivam a obtenção de certidões ou extração de cópia
de documentos constantes nos autos do inquérito civil, os interessados deverão
fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido, nos termos
da Lei n.º. 9.051/95.
§ 2º A publicidade consistirá:
► Lei n.º. 9.051/95: dispõe sobre a expedição de certidões para a defesa de direitos
e esclarecimentos de situações.
35
“Art. 1º. As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações,
requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas
públicas, à sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo
improrrogável de quinze dias, contado do registro de pedido no órgão expedidor.
Art. 2º. Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a que se refere
esta lei, deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e
razões do pedido”.
Art. 7º Aplica-se ao inquérito civil o princípio da publicidade dos atos, com exceção
das hipóteses de sigilo legal ou em que a publicidade possa acarretar prejuízo
às investigações, casos em que a decretação do sigilo legal deverá ser
motivada.
(...)
36
HIPÓTESES:
doutrina:
observações:
doutrina:
37
apurado em sigilo represente afronta ao direito, também de dignidade constitucional,
da proteção da imagem, da honra e da intimidade das pessoas.”
(RODRIGUES, Geisa de Assis. Ação Civil Pública e termo de ajustamento de
conduta. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 87).
art. 7°, XIII. “São direitos do advogado: examinar, em qualquer órgão dos Poderes
Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos
findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a
sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos.”
art. 7º, XV. “São direitos do advogado, ter vista dos processos judiciais ou
administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou
retirá-lo pelos prazos legais.” § 1º. Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça.
38
► precedentes do STF:
► precedentes do STJ:
39
“RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSUAL PENAL. INQUÉRITO
POLICIAL: PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE NATUREZA
INVESTIGATÓRIA. VISTA DOS AUTOS POR ADVOGADO CONSTITUÍDO.
NEGATIVA. SIGILO. ART. 20 DO CPP. REGRA PREVALECENTE. CONSIDERAÇÃO
ACERCA DO CASO EM CONCRETO. PROTEÇÃO À SOCIEDADE, AO ESTADO E
AO SUCESSO DAS INVESTIGAÇÕES.
A despeito da nova ordem constitucional que assegura os direitos democráticos,
como o acesso às informações e meios que asseguram a defesa do cidadão, a regra
disposta no art. 20 do CPP não foi revogada.
O inquérito policial é procedimento administrativo de natureza investigatória e,
considerando-se a especificidade do caso, no qual devem ser resguardadas a
proteção à sociedade, ao Estado e principalmente ao sucesso de investigação de
tamanho porte, aos impetrantes, na qualidade de advogados constituídos pelo
interessado, foi negada vista dos respectivo procedimento, sem que com isso haja
qualquer violação a direito líquido e certo.”
(RMS 14397/PR, 2002, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª T., 01/10/2002, DJU
04/11/2002).
comentário:
40
conclui-se pela não aplicação aos inquéritos civis do MP, pois, pela própria
enunciação e literalidade é dirigida exclusivamente aos “órgãos com competência de
polícia judiciária”, em razão dos seus procedimentos de investigação de crimes.
Ressalta-se que a garantia conferida ao advogado pela Súmula em exame,
relativamente ao acesso a dados colhidos no Inquérito Policial, objetiva assegurar
o direito à propositura de medida judicial para a tutela da liberdade do investigado
(pessoa física) ou mesmo orientar o seu depoimento em audiência, em situações de
prisão ou possibilidade de sua decretação.
Diferentemente dessa realidade, no Inquérito Civil presidido por Procurador do
Trabalho, outros são os bens e interesses afetos à parte investigada, passíveis de
sofrer eventual restrição, estando alheios à órbita da liberdade pessoal.
41
Artigo 415 do CPC:
42
► situações ocorrentes no âmbito do inquérito civil instaurado pelo MPT:
(I) a pessoa física, não sendo ela a investigada, mas a representante legal (ou
titular) da(s) pessoa(s) jurídica(s) investigada(s), vir a ser notificada para prestar
depoimento como testemunha ou para ser ouvida sobre algum fato.
doutrina:
43
pelo particular, que é parte interessada e parcial, titular do direito material, em sede
de uma demanda individual.
Aponte-se, também, como fator de corroboração do valor probante dos elementos
coligidos no inquérito civil e em outros procedimentos de investigação, a garantia da
submissão dos atos praticados pelo membro do Ministério Público, nesse mister, ao
controle jurisdicional, pela via do mandado de segurança e do habeas corpus. Tem-
se, pois, mesmo diante da ausência do contraditório naqueles procedimentos,
assegurada à parte investigada a correção judicial de eventual abuso ou ilegalidade
perpetrada, o que confere ainda mais legitimidade aos procedimentos.
Aliás, não é despiciendo lembrar que os atos praticados pelo Parquet nessa atuação
investigatória guardam, por sua natureza administrativa, conformação com os limites
impostos pelo ordenamento jurídico e também com os princípios constitucionais da
moralidade, da impessoalidade, da publicidade (com a possibilidade de restrição
motivada, em face de exigência do interesse público), da eficiência e da
razoabilidade, o que se erige como ponto de contenção à discricionariedade das
iniciativas, em garantia da legalidade dos objetivos almejados pela investigação.
Com efeito, o pressuposto que se estabelece em relação às provas originadas no
procedimento de investigação do Ministério Público, é de idoneidade e veracidade, a
conferir-lhes presunção juris tantum de certeza. Ou seja, reconhece-se uma forte
dose de vinculatividade dos elementos de prova apresentados pelo Parquet, cuja
observação se exige em razão da legitimação jurídica da origem e do meio de sua
apuração.
É inadmissível, nesse passo, que se desconsidere ou ignore, em dado processo
coletivo, o valor jurídico do material probatório ofertado pelo Ministério Público,
originário da atividade investigatória encetada no âmbito de inquérito civil ou outro
procedimento similar, e que motiva e lastreia o ingresso da ação em defesa de
direitos de natureza coletiva. O desprezo desses elementos de prova, sem qualquer
justificativa ponderável, corresponderia, em última análise, a uma invalidação
sumária e ilegítima de atos administrativos resguardados pelos atributos que o
ordenamento jurídico lhes confere.
É dever apontar, ainda, que a atividade de coleta de elementos de convicção
empreendida de maneira direta nos procedimentos investigatórios do Ministério
Público, principalmente pelo impacto que a sua efetivação produz em relação à parte
investigada ou mesmo às testemunhas – ainda que não haja contraditório –, na
maioria das vezes espelha mais a verdade do que os dados obtidos a partir dos
meios de prova utilizados na instrução processual da ação coletiva (e a experiência
tem isso demonstrado), quando não é incomum a preparação, a combinação e o
direcionamento dos depoimentos ou dos documentos oferecidos, como estratégia de
defesa, resultando na distorção do seu conteúdo ou na sonegação dos fatos
relevantes.
Não é razoável, destarte, menoscabar ou depreciar “todo o trabalho já levado a
efeito pelo Ministério Público do Trabalho no inquérito, transferindo-se para ele ou
qualquer outro legitimado ativo o ônus integral de provar o afirmado na petição
inicial, levando-os a repetir todas as provas antes produzidas, com as esperáveis
dificuldades daí advindas. Seria, com efeito, inverter a direção do vetor que regula a
distribuição dos ônus da prova neste ramo do processo.”
(MEDEIROS NETO, Xisto Tiago. “A fase probatória na Ação Coletiva Trabalhista”. In:
Ação Coletiva Trabalhista. São Paulo: LTr, 2006)
44
jurisprudência:
9.4) NULIDADES
art 3º, § 2º; 4º, I; art. 5º, caput; art. 6º, § 8º; art. 7º, § 5º; art. 9º; art. 10º.
45
► dever diretamente proporcional à natureza e relevância dos atos a serem
praticados.
► Orientação nº 10/CCR:
11.2) HIPÓTESES:
46
11.2.1) ARQUIVAMENTO
47
►motivação:
EXEMPLOS:
PRECEDENTE Nº 14 do CSMPT:
PRECEDENTE Nº 17 DO CSMPT:
48
social’. Ressalvados os casos de defesa judicial dos direitos e interesses de
incapazes e população indígena”.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
PRECEDENTE Nº 09 DO CSMPT:
em 03 (três) dias, para homologação (Lei 7.347/85, art. 9º, § 1º; Resolução
CSMPT nº. 69/07, art. 10, § 1º).
49
► PRECEDENTE Nº 08 DO CSMPT:
“MATÉRIA PACIFICADA NO CSMPT. NÃO CONHECIMENTO DA REMESSA OU
HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO POR DECISÃO MONOCRÁTICA.
Tratando-se de matéria com orientação pacificada no Conselho Superior do MP, o
Conselheiro Relator, por despacho e invocando o respectivo Precedente, não
conhecerá da remessa, ou, se for o caso, homologará a promoção do arquivamento,
devolvendo os autos à origem”.
► PRECEDENTE Nº 10 DO CSMPT:
“EMPRESA. SOCIEDADE. ENCERRAMENTO DE ATIVIDADES OU
IMPOSSIBILIDADE DE LOCALIZAÇÃO.
Nos procedimentos investigatórios onde restar configurado o encerramento de
atividades de empresa, sociedade ou entidade investigada ou denunciada, ou tornar-
se impossível sua localização, após a exaustão das diligências, atestados pelo
Procurador vinculado ao feito, poderá o Conselheiro Relator, por despacho,
homologar a promoção de arquivamento, devolvendo o processo à origem”.
► PRECEDENTE Nº 12 DO CSMPT:
“PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. INEXISTÊNCIA OU CORREÇÃO DAS
IRREGULARIDADES. HOMOLOGAÇÃO POR DESPACHO.
Nos casos de procedimentos investigatórios onde restar comprovada a correção ou
a inexistência das irregularidades denunciadas, atestadas pelo Procurador oficiante,
poderá o Conselheiro Relator homologar, por despacho, a promoção de
arquivamento, devolvendo os autos à origem”.
d) ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO:
50
de um fato lesivo e a ação civil pública proposta somente se relacionar a um ou
a algum deles.
► irregularidade ocorrente quando a investigação envolver mais de um objeto ou
infrator e o membro propõe a ação civil pública ou obtém assinatura de TAC em
relação a apenas um deles, deixando à margem da atuação as demais infrações ou
autores.
► Súmula 17 do MPE/SP:
51
“Convertido o julgamento em diligência, reabre-se ao Promotor de Justiça que
tinha promovido o arquivamento do inquérito civil ou das peças de informação a
oportunidade de reapreciar o caso, podendo manter sua posição favorável ao
arquivamento ou propor a ação civil pública, como lhe parece mais adequado”.
f) O ARQUIVAMENTO do inquérito civil pelo MPT não impede que outro ente co-
legitimado ingresse com a ação civil pública, versando sobre a mesma matéria.
PRECEDENTE Nº 07 do CSMPT:
52
“Desnecessária a remessa dos autos, para homologação do Conselho Superior [hoje
CCR], quando verificada a ilegitimidade ou incompetência funcional do MPT para
atuar, devendo os autos ser remetidos ao órgão competente, nos termos da Lei
Complementar nº. 75/93”.
Resolução nº. 64 do CSMPT (de 26.04.2007): art. 1º, § 2º (Nos casos em que a
denúncia envolver atribuição de outro ramo do MP, ela deverá ser encaminhada
à autoridade competente).
observação: o órgão competente, referido com vistas à remessa dos autos, será
o ente com atribuições para agir (MPE; MPF; TCU, etc.), de acordo com o que
ratificado pelo CSMPT no Processo nº. 08130.002274/2006.
► o membro pode utilizar, estrategicamente, apenas parte das provas coligidas nos
autos do IC. Não é obrigatória a juntada de cópia de todo o procedimento.
doutrina:
53
defender os interesses da sociedade, não faria sentido instruir a peça vestibular com
provas que não lhe favorecessem. Aliás, no direito positivo brasileiro, ninguém é
obrigado a fazer prova em seu desfavor. Logo, o aproveitamento parcial das provas
contidas no bojo do IC é legítimo e não viola o nosso ordenamento jurídico.”
(SILVA, José Luiz Mônaco. Op. cit., p. 140).
“Por ser oportuno, não custa ressaltar que o STJ já deixou expresso, em
questionamento oposto nesse sentido, que não há qualquer conduta de má-fé do
representante do Ministério Público ‘que não leva à ação civil pública todos os
documentos constantes do inquérito civil’, sendo-lhe facultado descartar aqueles que
não lhe parecem relevantes para dar suporte à pretensão – tudo em decorrência da
própria natureza desse procedimento”.
(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Ação Civil Pública: comentários por artigo
(Lei nº. 7.347, de 24/7/85). Editora Lúmen Juris: Rio de Janeiro, 2005, p. 253)
54
O arquivamento não cria direito adquirido, nem gera direito subjetivo para o
investigado.
55
(a) o trancamento do IC
jurisprudência:
HIPÓTESES:
56
► art. 85 do CPC: “O órgão do MP será civilmente responsável quando, no
exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude”.
doutrina:
57
Parágrafo único. A tramitação dos Procedimentos Administrativos para
acompanhamento de ações voltadas para o fomento de políticas públicas
obedecerá ao determinado pela Coordenadoria correspondente, pela instância
Regional ou outro órgão ‘ad hoc’ criado para a implementação da estratégia.
58
II – PODERES DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO
► REFERÊNCIAS LEGAIS:
1) REQUISIÇÃO
Art. 6º (...)
§ 9º Todos os ofícios requisitórios de informações ao inquérito civil e ao
procedimento preparatório deverão ser fundamentados e, no caso do primeiro,
acompanhados de cópia da respectiva portaria de instauração.
CONCEITO
► caráter mandamental-imperativo.
1.2) FORMA
59
► necessidade de registro do recebimento pelo destinatário (cópia protocolada ou
aviso de recebimento – AR da empresa de Correios).
1.3) DESTINATÁRIOS
§ 8º. Não cabe à chefia institucional a valoração do contido nos ofícios, podendo
deixar de encaminhar aqueles que não contenham os requisitos legais ou não
empreguem o tratamento protocolar devido ao destinatário.
§ 10º. Aplica-se o disposto nos parágrafos 7º, 8º e 9º aos atos dirigidos aos
Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público.”
60
“I - Não há ilegalidade nos atos investigatórios realizados pelo MP, que pode
requisitar informações e documentos a fim de instruir seus procedimentos
administrativos, visando a eventual oferecimento de denúncia, havendo previsão
constitucional e legal para tanto.
II – Improcede a alegação de que os Poderes Executivo e Legislativo não estariam
obrigados a atender a requisições ministeriais, pois pode ser destinatário da
requisição qualquer órgão da administração direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes Públicos.”
a) documentos, certidões e informações (art. 8º, § 1º, LACP; art. 8º, IV, LC 75/93);
61
trabalho; a licitude do atendimento dessa requisição de servidor, no entanto,
demanda a formulação de consulta à SRH/MPOG, na qualidade de órgão central do
CIPEC.
A atuação de servidor público requisitado não ensejará autuação ou notificação por
parte dos órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego”.
1.4) PRAZO
► até 10 dias úteis, prorrogáveis mediante solicitação justificada (art. 8º, § 5º, LC
75/93)
► art. 6º, XVIII, “a” (compete ao MP “representar ao órgão judicial competente para
quebra de sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal (...)”.
62
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado).
doutrina:
“Segundo dispõe a lei, autoridade alguma poderá opor ao MP, sob qualquer pretexto,
a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso da informação,
do registro, do dado ou do documento.
Confere-se hoje ao membro do MP acesso incondicional a qualquer banco de dados
de caráter público ou relativo a serviço de relevância pública, sem prejuízo de sua
responsabilidade civil e criminal pelo eventual uso indevido das informações e
documentos sigilosos, aos quais teve acesso. Isso significa que o MP tem acesso à
informação, inclusive nos casos de sigilo legal, excetuadas apenas, e obviamente,
as hipóteses em que a Constituição exija autorização judicial para a quebra do
sigilo”.
(MAZZILLI, Hugo Nigri. A defesa dos interesses difusos em juízo. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 376).
jurisprudência
63
“O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à
esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja
realização, por efeito de explícita determinação constante do próprio texto da Carta
Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive daqueles a
quem se haja eventualmente atribuído o exercício de ‘poderes investigatórios
próprios das atividades judiciais’. A cláusula constitucional da reserva de jurisdição –
que incide sobre determinadas matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5°, XI), a
interceptação telefônica (CF, art. 5°, XII) e a decretação da prisão de qualquer
pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância (CF, art. 5°, LXI) – traduz a noção de
que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário não apenas o direito de
proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a
primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autoridade do que dispõe a
própria Constituição, a possibilidade de exercício de iguais atribuições, por parte de
quaisquer outros órgãos ou autoridades do Estado”
(parte do voto do Min. Celso de Mello, do STF, proferido no MS 23.452).
§ 1º. Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 198, os
seguintes:
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;
“Art. 29. O órgão do MPF, sempre que julgar necessário, poderá requisitar, a
qualquer autoridade, informação, documento ou diligência relativa à prova dos
crimes previstos nesta Lei.
Parágrafo único. O sigilo dos serviços e operações financeiras não pode ser
invocado como óbice ao atendimento da requisição prevista no caput deste artigo”.
64
jurisprudência
65
“1. À parla de relevante interesse público e social, ampliou-se o âmbito de atividades
do MP para realizar atividades investigatórias, alicerçando informações para
promover o Inquérito e Ação Civil Pública (CF, arts. 127 e 129, III – Lei nº. 7.347/85,
arts. 1º e 5º).
2. O sigilo bancário não é um direito absoluto, quando demonstradas fundadas
razões, podendo ser desvendado por requisição do MP em medidas e
procedimentos administrativos, inquérito e ações, mediante requisição submetida ao
Poder Judiciário.
3. A ‘quebra de sigilo’ compatibiliza-se com a norma inscrita no art. 5º, X e XII, CF,
cônsono jurisprudência do STF.
4. O princípio do contraditório não prevalece no curso das investigações
preparatórias encetadas pelo MP (RE 136.239; Ag. Reg. em Inquérito 897 – DJ
24.3.95).
5. Não constitui ilegalidade ou abuso de poder, provimento judicial aparelhando o MP
na coleta de urgentes informações para apuração de ilícitos civis e penais.”
66
Lei Complementar 75/93: Art. 8º, § 1º (“O membro do MP será civil e
criminalmente responsável pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar; a ação penal, na hipótese, poderá ser proposta também pelo ofendido,
subsidiariamente, na forma da lei processual penal”).
Dever de respeito pelo membro aos limites e adequação quanto à utilização dos
dados e documentos recebidos em decorrência da requisição efetuada, no
exercício das suas funções.
doutrina:
67
“A recusa, o retardamento ou a omissão têm de dizer respeito a dados requisitados
pelo Ministério Público. (...) A requisição ministerial tem de ser individualizada, vale
dizer, dirigida diretamente a alguém, que deve comprovadamente ter recebido a
requisição. A comunicação da requisição ao sujeito ativo pode se dar por diversas
maneiras (por escrito, verbalmente, através de terceira pessoa). É preciso que,
inequivocamente, se trate de requisição, e não mero pedido ou solicitação, que
podem ser recusados. Exige-se, também, que o sujeito ativo efetivamente saiba que
a requisição provém do Ministério Público. A requisição há de ter por objeto dados
concernentes a direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos. Se a
requisição cuidar de dados para a defesa não de direitos metaindividuais mas de
outra espécie de direitos, seu não-atendimento poderá configurar o crime de
prevaricação ou o de desobediência (arts. 219 e 330 do Código Penal,
respectivamente). (...)
De acordo com a jurisprudência, não se podem considerar indispensáveis dados que
poderiam, sem recusa, ser facilmente obidos em outro órgão (STJ-HC 15951/DF, 5ª
T, Rel. Min. Felix Fisher, 27.11.2001).
Não há crime se a pessoa a quem incumbia o envio dos dados requisitados os envia
mesmo depois de ultrapassado o prazo concedido, justificando a impossibilidade dos
documentos requisitados no prazo estipulado pelo MP, ou se deixa de enviar os
dados requisitados, justificando a impossibilidade do envio (TRF 1ª R, HC
01000715467/TO, 3ªT, Rel. Juiz Cândido Ribeiro, 07.12.1999, e TRF 1ª R, HC
01000715453/TO, 3ª T, Rel. Juiz Cândido Ribeiro, 09.11.1999). (...)
É mister que o sujeito ativo tenha conhecimento de que os dados requisitados são
indispensáveis à propositura da ação civil pública prevista na Lei nº. 7.347/85,
devendo, ao requisitar os dados, fazer o representante do MP expressa menção a
essa circunstância. (...)
Se o não-fornecimento de dados ao MP se dá por meio de conduta que não seja
recusa, retardamento ou omissão, se os dados não são indispensáveis à ação civil
(se forem apenas úteis, auxiliares ou complementares p. ex.), se não são
concernentes a direitos metaindividuais de nenhuma espécie ou se dizem eles
respeito à ação penal, o crime pode ser, em tese, o do art. 319 ou o do art. 330, os
dois do Código Penal, que apresentam apenamento bem mais brando
(respectivamente, detenção, de três meses a um ano, e multa; e detenção, de
quinze dias a seis meses, e multa).
(ROCHA JÚNIOR, Paulo César Duarte. “Breves comentários ao crime do art. 10 da
Lei nº. 7.347/85”. In: ROCHA, João Carlos Carvalho e outros (Orgs.). Ação Civil
Pública: 20 anos da Lei nº. 7.347/85. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 207/211).
jurisprudência:
“A recusa do presidente da Câmara Municipal a cumprir requisição de informações
técnicas feita pelo Ministério Público para embasar a propositura de ação civil
pública constitui crime previsto no art. 10 da Lei nº. 7.347/85, não se podendo acatar
a tese de descriminante putativa, à alegação de que tal recusa ocorreu em razão de
parecer jurídico emitido por advogados atestando a legalidade da conduta, sob pena
de se criar uma causa supralegal de exclusão de ilicitude que, futuramente, poderá
ser usada por criminosos para se defenderem de qualquer acusação”.
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Ap. Criminal n° 1.0231.01.007696/001, Rel.
Des. Edelberto Santiago, DO-MG 05.01.04)
68
2) NOTIFICAÇÃO
2.2) DESTINATÁRIOS
2.3) FORMA
69
“RECOMENDA que as notificações, requisições e intimações sejam assinadas
apenas pelo Membros do MPT, pois são atos privativos dos mesmos, no exercício
de suas atribuições, conforme previsto nos artigos 7º, inciso I, II e III e artigo 8º,
incisos I a IX, parágrafos 1º a 5º, da Lei Complementar nº. 75/93”.
2.4) PRESSUPOSTOS
2.5) CONTEÚDO
3.2) PROCEDIMENTO
70
► é obrigatória a elaboração de relatório circunstanciado da inspeção ou
diligência realizada, a ser juntado ao procedimento, recomendando-se, inclusive, o
registro visual (fotografia e/ou filmagem) ou sonoro (gravação) dos atos realizados.
71
III - TERMO DE COMPROMISSO DE
AJUSTAMENTO DE CONDUTA
Art. 14. O Ministério Público do Trabalho poderá firmar termo de ajuste de conduta,
nos casos previstos em lei, com o responsável pela ameaça ou lesão aos
interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, visando à
reparação do dano, à adequação da conduta às exigências legais ou normativas
e, ainda, à compensação e/ou à indenização pelos danos que não possam ser
reparados.
1) BASE LEGAL
► dispositivo inserido na Lei nº. 7.347/85 pelo art. 113 do Código de Defesa do
Consumidor.
72
§ 2º. O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta será lavrado em três
vias: duas ficarão em poder do Ministério Público do Trabalho, sendo que uma delas
constará dos autos do procedimento e outra arquivada em pasta própria; a última
será entregue ao compromissário.
§ 3º. Caberá ao Procurador oficiante verificar o cumprimento do Termo de
Compromisso de Ajustamento de Conduta e promover a execução judicial, quando
necessário, na forma da lei.
§ 4º. O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta não é sucedâneo de
transação, sendo que o Procurador não poderá concordar com a dispensa de
obrigações legais por parte do compromissário, mas apenas fixar de comum acordo
as condições de cumprimento das obrigações.
§ 5º. O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta torna-se eficaz a partir
do momento em que é tomado pelo órgão público legitimado.
Art. 2º. A multa prevista no Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
possui natureza de astreinte e poderá ser fixada, preferencialmente, por obrigação
assumida, sendo que ela não dispensa o cumprimento das obrigações de fazer e
não fazer.
Art. 3º. As condições de cumprimento previstas no Termo de Compromisso de
Ajustamento de Conduta, inclusive a multa, poderão ser revistas a critério do
Procurador oficiante, quando isso for necessário para a garantia de cumprimento
das obrigações assumidas”.
2) OBJETO
doutrina:
“Não raro o órgão público legitimado e o causador do dano ajustam quaisquer tipos
de obrigações, ainda que não apenas de fazer ou não fazer, e esse ajuste é
convalidado seja pelo seu caráter inteiramente consensual, seja pelo fato de que
prejuízo algum trazem ao interesse transindividual tutelado, pois constituem garantia
mínima e não limitação máxima de responsabilidade do causador de danos a
interesses difusos”.
(MAZZILLI, Hugo Nigro. O inquérito Civil, Op. cit., p. 372).
73
por meio de ação civil pública às determinações legais, sendo condição de validade
do ajustamento de condutas a integral reparação do dano causado ao bem lesado,
ou o completo afastamento do risco ao bem jurídico difuso.
(ZUFFO, Max. Propostas para incremento na eficácia dos Termos de Ajustamento de
Condutas. In: Atuação – Revista Jurídica do Ministério Público Catarinense, v. 3, n.
7, set-dez/2005, Florianópolis: PGJ: ACMP, 2003, p. 30).
doutrina:
74
► necessidade da concreta individualização do direito a que se refere o ato:
objetividade e delimitação precisa (descrição completa e específica das
obrigações assumidas pelo compromissário, evitando-se dúvidas ou
questionamentos futuros).
doutrina:
75
a) eficácia imediata: não depende de homologação do Conselho Superior ou da
CCR. Exceção: MP Paulista (LC estadual 734/93, art. 112, parágrafo único).
e) publicidade do TAC
76
doutrina:
g) execução do TAC
i) recomendações básicas
77
(...)
5. Em casos complexos as obrigações ajustadas podem ser detalhadas em planos
ou programas que constituam anexos ao termo de ajustamento de conduta, desde
que sejam expressamente a ele integrados.
(...)
15. É recomendável que para cada obrigação fixada no ajuste deva haver uma
previsão obrigatória e específica de multa pelo seu inadimplemento, sobretudo se o
inadimplemento das obrigações tiver dispersa repercussão quanto à efetividade do
compromisso.
16. O valor da multa deve ser suficiente a ensejar a coercibilidade necessária para
que não ocorra o inadimplemento das cláusulas do ajuste.
(...)
18. O termo de ajustamento de conduta deve conter prazo específico para o
cumprimento de cada uma das obrigações, quando não for o caso de cumprimento
imediato.
(...)
23. A celebração do compromisso de ajustamento de conduta não elide a
responsabilidade penal ou administrativa. “
(GAVRONSKI, Alexandre Amaral. Tutela coletiva: visão geral e atuação extrajudicial.
Brasília: Escola Superior do Ministério Público da União; Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão, 2006, p. 170/177).
4) MULTA
78
a incidência da penalidade só termina com o cumprimento da obrigação (STJ, 3ª
T., Resp 890.900, Min. Gomes de Barros, DJ 13.05.08).
► o Conselho Superior do MP de São Paulo editou a seguinte Súmula (nº. 23) sobre
a matéria:
4.3) DESTINAÇÃO
79
b) aspecto relevante: a disposição legal enfocada (art. 13 da LACP) diz respeito,
propriamente, à condenação em dinheiro decorrente da ACP, não se referindo à
multa prevista no TAC, do que decorre:
► hipótese que não se enquadra como reparação “in natura”, uma vez que
sempre se assegurará o cumprimento da obrigação principal.
POSIÇÃO DA CCR:
80
“DESCUMPRIMENTO DE RECURSOS PROVENIENTES DO DESCUMPRIMENTO
DE TAC E OUTROS PROCEDIMENTOS. TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA
ENTRE O MPT E O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MINAS GERAIS POR
MEIO DO FUNEMP [Fundo Especial do MP]. Solução inovadora do MPT da 3ª
Região de promover termo de cooperação técnica visando direcionar os recursos de
multas e penalidades decorrentes de termos de ajustamento de conduta e ações ao
FUNEMP, atende aos parâmetros traçados no Processo PGT/CCR/8002/2008, sobre
a necessidade de existência de procedimentos claros e transparentes para a
reversão de multas, visando resguardar as atividades funcionais dos órgãos do
MPT”.
(Processo-PGT-CCR-PP-3736-2009)
► aspectos a considerar:
(a) o MPT não titulariza o direito tutelado, havendo, portanto, limitação quanto à
faculdade de conversão da obrigação reparatória;
(b) a extensão dos direitos difusos e coletivos violados e as peculiaridades da
reparação dos danos.
doutrina:
“Admite-se a possibilidade de convolação ou redirecionamento da parcela
indenizatória objeto da condenação, para destino outro que não seja o envio ao
Fundo específico previsto em lei.
É o caso de conciliação judicial, no âmbito da ação civil pública, em que as partes,
tendo em conta o pedido formulado e/ou eventual condenação relativa ao dano
moral coletivo, acordem sobre a realização de determinadas obrigações pelo réu,
que venham a contribuir, direta ou indiretamente, para a proteção e promoção dos
bens jurídicos lesados ou objeto da tutela pretendida. Seriam exemplos de tais
obrigações pactuadas com o ofensor: (a) promover e financiar campanha publicitária
ou educativa; (b) efetuar obra específica; (c) adquirir e entregar bens a determinadas
81
entidades públicas ou privadas, realizadoras de atividades de interesse público ou
social, e que sejam úteis às suas iniciativas; (d) executar projeto de cunho social.
Evidente que, nessas hipóteses, dois aspectos deverão ser necessariamente
considerados: o primeiro, atinente à correspondência ou pertinência da conduta
acertada com os bens jurídicos tutelados na ação civil pública; o segundo,
respeitante à proporção e razoabilidade entre o valor estimado, ou ainda a ser
arbitrado para a indenização (...), e o custo financeiro representado pela obrigação
que for acertada com o réu, por meio da conciliação judicial.
Imperioso realçar, ainda, que essa possibilidade de se convolar ou redirecionar a
parcela indenizatória não pode ser objeto de requerimento direto na petição inicial da
ação civil pública ou mesmo vir a ser contemplada de ofício pelo órgão julgador, na
sentença, uma vez que, como visto, é taxativa a lei quanto ao destino da
indenização (art. 3 da Lei nº. 7.347/85) em caso de acolhimento pela decisão
judicial, sendo vedado nesta hipótese, estabelecer-se judicialmente outra forma de
reparação ou procedimento diferenciado”.
(MEDEIROS NETO, Xisto Tiago. Dano moral coletivo. 2ª ed., 2007, São Paulo: LTr).
Jurisprudência
82
se desestimular a promoção humana de todos os que trabalharam e colaboraram
para a eficiência do sucesso empresarial. Considerando a condenação em dinheiro,
bem como o disposto no artigo 13 da Lei da Ação Civil Pública (7.347/85), que
dispõe que "Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado
reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais
de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da
comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados"
(grifei), torna-se necessário estabelecer a destinação da importância, tendo
presente, primordialmente, que a finalidade social da indenização é a reconstituição
dos bens lesados. Determino o envio da importância de R$ 500.000,00 (quinhentos
mil reais), 12,5%, ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), instituído pela Lei nº
7.998/90 e destinado ao custeio do programa de seguro-desemprego, ao pagamento
do abono salarial (PIS) e ao financiamento de programas de desenvolvimento
econômico) e R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais) , 87,5%, à
‘Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos’, objetivamente para a
aquisição de equipamentos e/ou medicamentos destinados ao tratamento de
pessoas portadoras de leucopenia, e, tendo presente também aqueles trabalhadores
da reclamada (Companhia Siderúrgica Paulista – Cosipa), portadores da doença e
seus familiares.”
(RO 01042-1999-255-02-00-5 - TRT 2ª R – 6ª T, Rel Juiz Valdir Florindom, 19/06/07).
6) DESCONSTITUIÇÃO E RETIFICAÇÃO
“O TAC pode e deve ser desfeito ou retificado quando não for suficientemente eficaz
para tutelar o interesse violado ou ameaçado de violação. Para tanto, com base no
art. 103, VI, da LC 75/93, estabelece (a CCR) a seguinte rotina procedimental para o
desfazimento de TCAC imputado inconveniente ou ilegal por órgão do MPT que não
seja seu signatário:
1) Quando o órgão oficiante reputar ilegal ou inconveniente o Termo de
Compromisso de Ajuste de Conduta celebrado por outro colega, deverá indicar em
despacho fundamentado os defeitos imputados ao instrumento e as medidas que
considerar necessárias para saná-los.
83
2) Ouvido o órgão signatário do TCAC no prazo de 5 (cinco) dias úteis, os autos
serão remetidos à Câmara de Coordenação e Revisão que decidirá a matéria,
ratificando ou anulando total ou parcialmente o TCAC, no prazo de 10 dias úteis.
3) Caso o órgão signatário do TCAC concorde com os argumentos do colega, não
haverá necessidade de pronunciamento da Câmara de Coordenação e Revisão,
ficando autorizadas as providências sugeridas pelo órgão oficiante.
4) Se posteriormente à celebração do TCAC surgirem fatos novos modificando
significativamente as situações fática ou jurídica consideradas na celebração e
tornando inócuas ou inconvenientes as condições de tempo, de modo ou lugar para
adequação da conduta ajustadas no TCAC, mediante despacho fundamentado, do
qual se dará ciência ao órgão signatário do TCAC, o órgão oficiante poderá deixar
de cumpri-lo e exigir do compromissado a adequação de sua conduta à nova
realidade, mediante aditamento do TCAC existente ou a celebração de um novo ou
adotar as medidas administrativas ou judiciais que julgar necessárias,
independentemente do pronunciamento da Câmara de Coordenação e Revisão.
5) Na hipótese do item anterior, se o Procurador signatário do TCAC original
considerar violada a sua independência funcional, poderá, mediante despacho
fundamentado, requerer o pronunciamento da CCR sobre a matéria. No caso de
procedência da Reclamação, a Câmara de Coordenação e Revisão cassará os atos
do Procurador oficiante praticados em desconsideração ao TCAC original.
6) A decisão da CCR sobre o TCAC será comunicada ao compromissado.”
ORIENTAÇÃO Nº 3/CCR:
84
Maior; 83, III, da LC nº. 75/93; 5º, § 6º, da Lei nº. 7.347/85 e 876, da CLT). Caberá,
pois, ao Órgão Oficiante do MPT, a seu exclusivo critério e desde que haja
fundamentação suficiente para respaldar a sua atuação, decidir se aguarda o
cumprimento do Termo de Compromisso, já celebrado pelo MTE, ou se firma o
Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta a que se refere o § 6º, do art.
5º, da Lei nº. 7.347/85. Sempre que existir TCAC celebrado pelo MPT, anterior ao
Termo de Compromisso do MTE, o Órgão Oficiante do Parquet decidirá se executa a
multa tal como prevista no Termo por ele formalizado ou se flexibiliza o seu
pagamento. Por fim, em qualquer caso, caberá ao Órgão do MPT decidir, ainda
assim, se ajuíza a medida judicial que entender cabível, quando, também, a seu
exclusivo critério, houver fundamentação e justificativa para tanto.”
85
IV – RECOMENDAÇÃO
1) BASE LEGAL
►LC 75/93:
art. 6º, XX: “Compete ao Ministério Público da União: expedir recomendações,
visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem com ao
respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando
prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”.
2) CONCEITO
3) REQUISITOS
86
► No âmbito do MPT, entende-se que a recomendação, atendendo à forma escrita,
pode ser expedida independentemente da existência de procedimento
investigatório (PP ou IC).
doutrina:
87
Devido à própria natureza da recomendação, seu espectro de abrangência é
amplíssimo. Pode se recomendar a adoção de medidas que estão sob o juízo
discricionário da Administração Pública, ou medidas que só podem ser determinadas
com força de executoriedade pelo Poder Judiciário. Em muitos casos, a vantagem
do instituto é justamente lograr demonstrar ao responsável pela conduta como pode
evitar a continuidade de um prática indevida, ou adequá-la aos ditames legais. No
caso do recomendado reputar inadmissível o conteúdo da orientação basta não
observá-la, e apostar no insucesso de qualquer iniciativa judicial, não havendo
nenhuma ilegalidade intrínseca na recomendação. (...) Em relação à medida judicial
a recomendação representa todas as vantagens inerentes a uma solução
extrajudicial de conflito: pouco custo, rapidez e eficácia”.
(RODRIGUES, Geisa de Assis. Reflexões sobre a atuação extrajudicial do Ministério
Público: Inquérito civil público, Compromisso de ajustamento de conduta e
Recomendação legal. In: Temas atuais do Ministério Público. CHAVES, Cristiano et
al (coord.). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 217).
88
V – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
1) BASE LEGAL
“São funções institucionais do Ministério Público: zelar pelo efetivo respeito dos
poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”.
2) CONCEITO
89
doutrina:
“Audiência pública nada mais é do que uma assembléia convocada e presidida pelo
membro do Ministério Público, com a participação de autoridades, representantes de
entidades civis e interessados em geral, com o objetivo de discutir temas de
interesse da coletividade (objeto da convocação) e, com isso fornecer ao órgão
ministerial elementos para que o Ministério Público fundamente sua ação
institucional.
Trata-se (...) de mecanismo de participação da cidadania no processo de decisão da
melhor forma de gestão dos interesses públicos, sendo, por isso mesmo, de grande
valia na consolidação do regime democrático”.
(ALMEIDA, João Batista de. Op. cit., p. 145).
3) PROCEDIMENTO
90
questão posta para a solução de prática genérica de irregularidade ou ilegalidade,
ou b) para a assinatura de termos de compromisso de ajustamento de conduta.
Naturalmente que naquela hipótese os interessados diretos (investigados,
sindicados organizados do setor produtivo) serão NOTIFICADOS, sob as penas da
lei. Haverá, no entanto, interessados na solução do conflito, sobretudo os parceiros
diretos, que serão CONVIDADOS a participar, e; 4) para tanto, o Membro: a)
indicará a finalidade para a sua realização (devendo estar inserida no aviso de
publicação, que vem sendo utilizado em forma de folder); b) permitirá o amplo
debate de questão relevante que afeta aos interesses metaindividuais dos
trabalhadores; c) estabelecerá regras claras do evento relativamente a número de
participantes: autoridades, especialistas, interessados inscritos; forma de
participação; tempo de exposição, direito a réplica/tréplica; tempo e lugar para as
inscrições; forma de condução dos trabalhos; d) noticiará a lavratura da ata; e)
registrará os pronunciamentos para permitir eventual pedido de traslado de peças ou
fornecimento de cópias aos interessados; h) publicará os resultados”.
4) EFEITOS
(e) instaurar inquérito civil para proceder à investigação que se faça devida.
91
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, João Batista de. Aspectos controvertidos da ação civil pública. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2001.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Ação Civil Pública: comentários por artigo (Lei
nº. 7.347, de 24/7/85). Editora Lúmen Juris: Rio de Janeiro, 2005.
MAZZILLI, Hugo Nigro. O Inquérito Civil. 2. ed., rev. ampl. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2000.
__________________. A Defesa dos interesses difusos em juízo. 17. ed., rev. ampl.
atual. São Paulo: Saraiva, 2004.
MEDEIROS NETO, Xisto Tiago. “A fase probatória na Ação Coletiva Trabalhista”. In:
Ação Coletiva Trabalhista. São Paulo: LTr, 2006.
92
MELO, Raimundo Simão. Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho. 2. ed., São
Paulo: LTr, 2004.
NERY JUNIOR, Nelson. Código de Processo Civil comentado. 7. ed. rev e ampl. São
Paulo: Editora RT, 2003.
PROENÇA, Luis Roberto. Inquérito Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
SILVA, Edson Braz da. “Inquérito Civil Trabalhista. Termo de Ajuste de Conduta.
Execução do Termo de Ajuste de Conduta na Justiça do Trabalho”. In: Revista
do Ministério Público do Trabalho – Ano X, n. 20 (setembro, 2000) – Brasília:
Procuradoria Geral do Trabalho, 2000 – semestral.
SILVA, José Luiz Mônaco da. Inquérito Civil. Bauru, SP: EDIPRO, 2000.
93
VII – ANEXOS
94
ANEXO 1
95
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela
Lei nº 11.448, de 2007).
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia
mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de
2007).
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
(Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente,
ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico. (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará
obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas
nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
(Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela Lei nª 8.078, de
11.9.1990)
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida
esta lei. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações,
que terá eficácia de título executivo extrajudicial. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
(Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam
objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao
Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no
prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias
úteis.
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada
certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada
daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
96
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o
arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas
serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja
homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou
anexados às peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de
arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento
da ação.
Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional -
ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a
cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa
diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação
prévia, em decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o
Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a
execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das
turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito
em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver
configurado o descumprimento.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano
causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais
de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade,
sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
Parágrafo único. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará
depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. (Redação dada pela Lei
nº 8.078, de 1990)
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
97
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação
com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de
10.9.1997)
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores
responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários
advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos. (Renumerado do Parágrafo Único com nova redação pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação
da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e
despesas processuais. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de
Processo Civil, aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não
contrarie suas disposições.
Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será regulamentado pelo
Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias.
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
Defesa do Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado do
art. 21, pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado do art. 22,
pela Lei nº 8.078, de 1990)
Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY
Fernando Lyra
98
ANEXO 2
Capítulo I
Dos Requisitos para Instauração
Art. 1º O inquérito civil, de natureza unilateral e facultativa, será instaurado para apurar fato
que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do Ministério Público do
Trabalho nos termos da legislação aplicável, servindo como preparação para o exercício das
atribuições inerentes às suas funções institucionais.
Parágrafo único. O inquérito civil não é condição de procedibilidade para o ajuizamento das
ações a cargo do Ministério Público do Trabalho, nem para a realização das demais
medidas de sua atribuição própria.
99
§ 6º O conhecimento por manifestação anônima não implicará ausência de providências,
desde que obedecidos os mesmos requisitos para as representações em geral, constantes
no artigo 2º, inciso II, desta Resolução.
§ 7º O Ministério Público do Trabalho, de posse de informações previstas nos artigos 6º e 7º
da Lei n° 7.347/85 que possam autorizar a tutela dos interesses ou direitos mencionados no
artigo 1º desta Resolução, poderá complementá-las antes de instaurar o inquérito civil,
visando apurar elementos para identificação dos investigados ou do objeto, instaurando
procedimento preparatório.
§ 8º O procedimento preparatório deverá ser autuado com numeração seqüencial à do
inquérito civil e registrado em sistema próprio, mantendo-se a numeração quando de
eventual conversão.
§ 9º O procedimento preparatório deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável.
§ 10º Vencido este prazo, o membro do Ministério Público do Trabalho promoverá seu
arquivamento, ajuizará a respectiva ação civil pública ou o converterá em inquérito civil.
Capítulo II
Da Instauração do Inquérito Civil
Art. 4º O inquérito civil será instaurado por portaria, numerada em ordem crescente,
renovada anualmente, devidamente registrada em livro próprio e autuada, contendo:
I – o fundamento legal que autoriza a ação do Ministério Público do Trabalho e a descrição
do fato objeto do inquérito civil;
II – o nome e a qualificação possível da pessoa jurídica e/ou física a quem o fato é atribuído;
III – o nome e a qualificação possível do autor da representação, se for o caso;
IV – a data e o local da instauração e a determinação de diligências iniciais;
V – a designação do secretário, mediante termo de compromisso, quando couber;
VI - a determinação de afixação da portaria em quadro de aviso acessível ao público, bem
como a de remessa de cópia para publicação.
Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indicarem necessidade de
investigação de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o membro do Ministério
Público do Trabalho poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de peças para
instauração de outro inquérito civil, respeitadas as normas incidentes quanto à divisão de
atribuições.
Capítulo III
Do Indeferimento da representação (Redação dada pela Resolução n° 87/2009 do
CSMPT).
100
a) evidência de os fatos narrados na representação não configurarem lesão aos interesses
ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução;
b) o fato denunciado ter sido ou estiver sendo objeto de investigação ou de ação civil
pública;
c) os fatos apresentados já se encontrarem solucionados; e
d) o denunciado não ser localizado.
Capítulo IV
Da Instrução
Art. 6º A instrução do inquérito civil será presidida por membro do Ministério Público do
Trabalho a quem for conferida essa atribuição, nos termos da lei.
101
§ 9º Todos os ofícios requisitórios de informações ao inquérito civil e ao procedimento
preparatório deverão ser fundamentados e, no caso do primeiro, acompanhados de cópia da
respectiva portaria de instauração. (Incluído pela Resolução n° 87/2009 do CSMPT)
§ 10º Aplica-se o disposto nos parágrafos 7º, 8º e 9º aos atos dirigidos aos Conselheiros do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público. (Incluído pela
Resolução n° 87/2009 do CSMPT).
Art. 7º Aplica-se ao inquérito civil o princípio da publicidade dos atos, com exceção das
hipóteses de sigilo legal ou em que a publicidade possa acarretar prejuízo às investigações,
casos em que a decretação do sigilo legal deverá ser motivada.
Art. 9º O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano, a contar da publicação
desta Resolução, prorrogável pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias, por
decisão fundamentada de seu presidente, à vista da imprescindibilidade da realização ou
conclusão de diligências, dando-se ciência da prorrogação à Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público do Trabalho, inclusive por meio eletrônico.
Capítulo V
Do Arquivamento
102
§ 1º Os autos do inquérito civil ou do procedimento preparatório, juntamente com a
promoção de arquivamento, deverão ser remetidos à Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público do Trabalho, no prazo de três dias, contados da comprovação da
efetiva cientificação pessoal dos interessados, por via postal ou correio eletrônico, ou da
lavratura de termo a ser afixado em quadro de aviso no Ministério Público do Trabalho,
quando não localizados os que devem ser cientificados.
§ 2º A promoção de arquivamento será submetida, se estiverem presentes todos os atos
imprescindíveis à sua decisão, a exame e deliberação da Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público do Trabalho, na forma do seu Regimento Interno. (Redação
dada pela Resolução n° 87/2009 do CSMPT).
§ 3º Até a sessão da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho,
para que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as pessoas
colegitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do
inquérito ou do procedimento preparatório.
§ 4º Deixando a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho de
homologar a promoção de arquivamento, tomará uma das seguintes providências:
I – converterá o julgamento em diligência para a realização de atos imprescindíveis à sua
decisão, especificando-os e remetendo ao órgão competente para designar o membro do
Ministério Público do Trabalho que irá atuar;
II – deliberará pelo prosseguimento do inquérito civil ou do procedimento preparatório,
indicando os fundamentos de fato e de direito de sua decisão, adotando as providências
relativas à designação, em qualquer hipótese, de membro do Ministério Público do Trabalho
para atuação.
§ 5º Será pública a sessão da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do
Trabalho, salvo no caso de haver sido decretado o sigilo.
Art.11. Não oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento preparatório ou da ação
civil pública o órgão responsável pela promoção de arquivamento não homologado pela
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho.
Art. 12. O desarquivamento do inquérito civil, diante de novas provas ou para investigar fato
novo relevante, poderá ocorrer no prazo máximo de seis meses após o arquivamento.
Transcorrido esse lapso, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo das provas já
colhidas.
Parágrafo único. O desarquivamento de inquérito civil para a investigação de fato novo, não
sendo caso de ajuizamento de ação civil pública, implicará novo arquivamento e remessa à
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, na forma do art. 10
desta Resolução.
Art. 13. O disposto acerca do arquivamento de inquérito civil ou procedimento preparatório
também se aplica à hipótese em que estiver sendo investigado mais de um fato lesivo e a
ação civil pública proposta somente se relacionar a um ou a algum deles.
Capítulo VI
Do Ajuste de Conduta
Art. 14. O Ministério Público do Trabalho poderá firmar termo de ajuste de conduta, nos
casos previstos em lei, com o responsável pela ameaça ou lesão aos interesses ou direitos
103
mencionados no artigo 1º desta Resolução, visando à reparação do dano, à adequação da
conduta às exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação e/ou à indenização
pelos danos que não possam ser reparados.
§ 1º A aferição do cumprimento do termo de ajuste de conduta ocorrerá nos próprios autos
do procedimento preparatório ou do inquérito civil.
§ 2º O Ministério Público do Trabalho, se for o caso, poderá deprecar a realização de
diligências necessárias para a verificação do cumprimento do TAC, enviando as cópias
necessárias à realização do ato requerido, as quais serão autuadas no destino como “carta
precatória de acompanhamento de TAC”.
Capítulo VII
Das Recomendações
Art. 15. O Ministério Público do Trabalho, nos autos do inquérito civil ou do procedimento
preparatório, poderá expedir recomendações devidamente fundamentadas, visando à
melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como aos demais interesses,
direitos e bens cuja defesa lhe caiba promover.
Capítulo VIII
Das Disposições Finais
Art. 16. Os prazos previstos nesta Resolução deverão ser contados a partir da sua
publicação.
Art. 18. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela
Resolução n° 87/2009 do CSMPT).
Anexo
Certidão
Notificação do requerente/denunciante: ___/___/___.
Data do recebimento do AR: ___/___/___.
Expedida por meio eletrônico: ___/___/___.
Fixado Edital em: ___/____/___.
Notificação do requerido/denunciado: ___/___/___.
Data do recebimento do AR: ___/___/___.
Expedida por meio eletrônico: ___/___/___.
Fixado Edital em: ___/____/___.
Recurso Administrativo apresentado:
( ) tempestivo ( ) intempestivo
Remessa à CCR: ___/___/___.
104
ANEXO 3
Art.1º Alterar o título do Capítulo III que passa a ter a seguinte redação:
“Capítulo III
Do Indeferimento da representação”
Art. 3º Alterar o § 7º do art. 6º e acrescentar os §§ 8º, 9º e 10º, que passam a ter a seguinte
redação.
“Art. 6º
§ 1º ............
§ 2º ..............
§ 3º .............
§ 4º ............
§ 5º ............
§ 6º ............
§ 7º O Procurador-Geral do Trabalho encaminhará, ao Procurador-Geral da República
ou outro órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja delegada, no prazo
de dez dias, os ofícios expedidos pelos membros do Ministério Público do Trabalho,
destinados a instruir inquérito civil ou procedimento preparatório, observado o disposto
no art. 8º, § 4º, da Lei Complementar nº 75/93.
105
§8º Não cabe à chefia institucional a valoração do contido nos ofícios, podendo deixar
de encaminhar aqueles que não contenham os requisitos legais ou não empreguem o
tratamento protocolar devido ao destinatário.
§9º Todos os ofícios requisitórios de informações ao inquérito civil e ao procedimento
preparatório deverão ser fundamentados e, no caso do primeiro, acompanhados de
cópia da respectiva portaria de instauração.
§ 10º Aplica-se o disposto nos parágrafos 7º, 8º e 9º aos atos dirigidos aos
Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público.
Art. 4º Alterar o caput do Art. 10 e modificar seu § 2º, que passam ter a seguinte redação:
Art. 5º Acrescentar o Art. 10-A e seu Parágrafo Único, que passam a ter a seguinte redação:
Art. 6º Acrescentar o Art. 17 e seu Parágrafo Único, que passam a ter a seguinte redação:
Art. 7º Inserir o Anexo a que se refere o Parágrafo Único do Art. 6º desta Resolução.
106
Conselheiros
Otavio Brito Lopes (Presidente)
Maria Guiomar Sanches de Mendonça (Vice-Presidente)
Jeferson Luiz Pereira Coelho
Ronaldo Tolentino da Silva
Lucinea Alves Ocampos
Terezinha Matilde Licks (Secretária)
Edson Braz da Silva
Vera Regina Della Pozza Reis
José Neto da Silva
CERTIDÃO
107
ANEXO 4
TÍTULO I
Capítulo I
108
Capítulo II
c) quando existir ação, em face do mesmo investigado, baseada no (s) mesmo (s) tema (s)
da nova representação.
109
designações do Conselho Nacional do Ministério Público, do Conselho Superior do
Ministério Público do Trabalho e do Procurador-Geral do Trabalho.
§ 8º - Em caso de afastamento superior a 90 dias contínuos, toda a banca do Procurador
afastado será redistribuída igualitariamente, devendo ele receber, no retorno às atividades
normais, o mesmo número de procedimentos redistribuídos.
Art. 4º - O impedimento do Procurador para atuar deve ser registrado em despacho
fundamentado, comunicando-se o fato ao Procurador-Chefe para efeito de redistribuição do
procedimento e compensação.
§ 1º - O Procurador que se declarar suspeito para atuar, comunicará o fato ao Procurador-
Chefe para efeito de redistribuição do procedimento e compensação e, sempre que
possível, indicará o motivo da suspeição.
§ 2º - O Procurador-Chefe informará à Corregedoria os casos de impedimentos e
suspeições, para fins estatísticos.
Art. 5° - As representações que exijam tratamento diferenciado, de acordo com a natureza e
relevância da matéria, serão distribuídas aos Procuradores designados no âmbito dos
núcleos temáticos de atuação, porventura existentes na Unidade.
Art. 6° - O Procurador, por despacho fundamentado, poderá desmembrar a representação
sob exame em outros procedimentos, que serão encaminhados ao Procurador-Chefe para
proceder à distribuição, observando a existência de conexão ou continência e também a
necessidade ou não de compensação, de acordo com os critérios estabelecidos pelos
Membros da Procuradoria.
Art. 7° - As Unidades do Ministério Público do Trabalho estabelecerão lista ordenada ou
escala entre os Membros para a participação em audiências judiciais ou extrajudiciais e
também para a adoção de medidas urgentes, nos casos de eventual impedimento e
afastamento de Procuradores.
Capítulo III
Art. 8° - O Procurador do Trabalho oficiará como custos legis nos processos judiciais do
primeiro grau de jurisdição da Justiça do Trabalho para o qual esteja designado, ficando
responsável pelos respectivos atos processuais, inclusive audiências e diligências.
§ 1° - Os processos judiciais serão distribuídos aos Procuradores do Trabalho de forma
imediata, automática e equitativa, obedecendo à ordem de protocolo.
§ 2º. Enquanto não for possível a utilização do sistema MPT-DIGITAL mantém-se o sistema
de preparação de lotes de distribuição com sorteio, atendendo-se à ordem de protocolo.
§ 3° - A distribuição será suspensa durante o período de afastamento do Procurador, por
motivo de férias, licença ou qualquer outra hipótese prevista em lei.
§ 4° - A distribuição de processos judiciais ao Coordenador da atividade obedecerá à regra
de proporcionalidade utilizada na respectiva Unidade, conforme especificado pelos Membros
da Procuradoria.
§ 5° - Não haverá compensação na distribuição do Procurador em razão de participação em
audiências judiciais, reuniões internas ou externas, atividades relacionadas à participação
em Coordenação de Fóruns e outras de natureza semelhante.
§ 6° - Nas designações de Procurador para desempenho de atividade específica de
interesse do Ministério Público do Trabalho haverá compensação integral na distribuição,
relativamente aos dias de efetiva realização da respectiva atividade, de acordo com os
critérios estabelecidos pelos Membros da Procuradoria, ressalvadas desses critérios as
designações do Conselho Nacional do Ministério Público, do Conselho Superior do
Ministério Público do Trabalho e do Procurador-Geral do Trabalho.
§ 7º - O Coordenador de Coordenadoria Nacional não receberá distribuição de processos
judiciais da atividade interveniente.
110
Art. 9º - O impedimento do Procurador para atuar deve ser registrado em despacho
fundamentado, comunicando-se o fato ao Procurador-Chefe para efeito de redistribuição do
processo e compensação.
§ 1º - O Procurador que se declarar suspeito para atuar, comunicará o fato ao Procurador-
Chefe para efeito de redistribuição do processo e compensação.
§ 2º - O Procurador-Chefe informará à Corregedoria os casos de impedimentos e
suspeições, para fins estatísticos.
TÍTULO II
Capítulo I
Capítulo II
111
protocolo, salvo nas Unidades que adotarem o sistema de triagem de processos, situação
em que a distribuição abrangerá apenas os processos remanescentes à seleção, de acordo
com as regras previamente aprovadas pelos Membros da Procuradoria.
§ 1º. Enquanto não for possível a utilização do sistema MPT-DIGITAL mantém-se o sistema
de preparação de lotes de distribuição com sorteio, atendendo-se à ordem de protocolo.
§ 2° - A distribuição será suspensa durante o período de afastamento do Procurador
Regional por motivo de férias, licença ou qualquer outra hipótese prevista em lei.
§ 3° - A distribuição de processos judiciais ao Coordenador da atividade obedecerá à regra
de proporcionalidade utilizada na respectiva Unidade, conforme especificado pelos Membros
da Procuradoria.
§ 4° - Não haverá compensação na distribuição do Procurador Regional em razão de
participação em sessões, audiências judiciais, reuniões internas ou externas, atividades
relacionadas à participação em Coordenação de Fóruns e outras de natureza semelhante.
§ 5° - Nas designações de Procurador Regional do Trabalho para desempenho de atividade
específica de interesse do Ministério Público do Trabalho haverá compensação integral na
distribuição, relativamente aos dias de efetiva realização da respectiva atividade, de acordo
com os critérios estabelecidos pelos Membros da Procuradoria, ressalvadas desses critérios
as designações do Conselho Nacional do Ministério Público, do Conselho Superior do
Ministério Público do Trabalho e do Procurador-Geral do Trabalho.
§ 6º - O Coordenador de Coordenadoria Nacional não receberá distribuição de processos
judiciais da atividade interveniente.
Art. 14 - O impedimento do Procurador Regional do Trabalho para atuar deve ser registrado
em despacho fundamentado, comunicando-se o fato ao Procurador-Chefe para efeito de
redistribuição do processo e compensação.
§ 1º - O Procurador que se declarar suspeito para atuar, comunicará o fato ao Procurador-
Chefe para efeito de redistribuição do processo e compensação.
§ 2º - O Procurador-Chefe informará à Corregedoria os casos de impedimentos e
suspeições, para fins estatísticos.
Art. 17 – O Procurador Regional do Trabalho oficiará como custos legis nos processos
judiciais do segundo grau de jurisdição da Justiça do Trabalho para o qual esteja designado,
ficando responsável pelos respectivos atos processuais.
§ 1º - Os acórdãos serão remetidos ao Procurador que exarou o parecer, preferencialmente
por meio eletrônico, para aferição da necessidade de interposição de recurso.
§ 2º - Nas Procuradorias Regionais do Trabalho em que o número de Procuradores
Regionais do Trabalho for inferior ao número de Turmas e Sessões Especializadas, serão
designados Procuradores do Trabalho para suprir a carência, observada a ordem de
antiguidade na carreira, salvo consenso entre os eventuais interessados.
Art. 18 – Os processos que tenham o Ministério Público do Trabalho como parte serão
normalmente distribuídos a todos os Procuradores que concorram à distribuição de feitos
judiciais.
112
Parágrafo único - Nos processos em que o Ministério Público do Trabalho for parte, a opção
por não recorrer será devidamente fundamentada e imediatamente comunicada ao
Procurador-Chefe que poderá interpor o competente recurso.
Capítulo III
Parágrafo único – Aplica-se ao presente artigo, no que couber, o disposto no Capítulo II, do
Título I.
TÍTULO III
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Capítulo II
113
§ 2° - A distribuição será suspensa durante o período de afastamento do Subprocurador-
Geral do trabalho por motivo de férias, licença ou qualquer outra hipótese prevista em lei.
§ 3° - Os Membros do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho receberão
distribuição equivalente a até 50% (cinquenta por cento) daquela que couber aos demais
Subprocuradores, arredondando-se para menos quando o percentual não for divisível.
§ 4º- Os Membros da Câmara de Coordenação e Revisão não receberão processos
judiciais para emissão de parecer.
§ 5º - O Coordenador de Coordenadoria Nacional não receberá distribuição de processos
judiciais da atividade interveniente.
§ 6° - Não haverá compensação na distribuição do Subprocurador-Geral em razão de
participação em audiências judiciais, reuniões internas ou externas, atividades relacionadas
à participação em Coordenação de Fóruns e outras de natureza semelhante.
§ 7° - Nas designações de Subprocurador-Geral para desempenho de atividade específica
de interesse do Ministério Público do Trabalho haverá compensação integral na distribuição,
relativamente aos dias de efetivo desempenho da respectiva atividade.
TÍTULO IV
114
§ 2º O Membro sorteado será excluído de outros sorteios com a mesma finalidade, até que
todos os sejam contemplados ou que não haja outros interessados.
Art. 27 – Nos casos de convites pessoais para participar de solenidade ou evento científico,
para proferir palestra ou representar a Instituição, o Procurador-Geral e os Procuradores-
Chefes designarão livremente seus representantes ou delegatários.
Conselheiros
Otavio Brito Lopes (Presidente)
Maria Guiomar Sanches de Mendonça (Vice-Presidente)
Jeferson Luiz Pereira Coelho
Ronaldo Tolentino da Silva
Lucinea Alves Ocampos
Terezinha Matilde Licks (Secretária)
Edson Braz da Silva
Vera Regina Della Pozza Reis
José Neto da Silva
115
ANEXO 5
116
ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, devendo cientificar o membro do
Ministério Público que possua atribuição para tomar as providências respectivas, no caso de
não a possuir.
§ 2º No caso do inciso II, em sendo as informações verbais, o Ministério Público
reduzirá a termo as declarações. Da mesma forma, a falta de formalidade não implica
indeferimento do pedido de instauração de inquérito civil, salvo se, desde logo, mostrar-se
improcedente a notícia, atendendo-se, na hipótese, o disposto no artigo 5º desta Resolução.
§ 3º O conhecimento por manifestação anônima, justificada, não implicará
ausência de providências, desde que obedecidos os mesmos requisitos para as
representações em geral, constantes no artigo 2º, inciso II, desta Resolução.
§ 4º O Ministério Público, de posse de informações previstas nos artigos 6º e 7º
da Lei n° 7.347/85 que possam autorizar a tutela dos interesses ou direitos mencionados no
artigo 1º desta Resolução, poderá complementá-las antes de instaurar o inquérito civil,
visando apurar elementos para identificação dos investigados ou do objeto, instaurando
procedimento preparatório.
§ 5º O procedimento preparatório deverá ser autuado com numeração
seqüencial à do inquérito civil e registrado em sistema próprio, mantendo-se a numeração
quando de eventual conversão.
§ 6º O procedimento preparatório deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa)
dias, prorrogável por igual prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável.
§ 7º Vencido este prazo, o membro do Ministério Público promoverá seu
arquivamento, ajuizará a respectiva ação civil pública ou o converterá em inquérito civil.
Art. 3º Caberá ao membro do Ministério Público investido da atribuição para
propositura da ação civil pública a responsabilidade pela instauração de inquérito civil.
Parágrafo único. Eventual conflito negativo ou positivo de atribuição será
suscitado, fundamentadamente, nos próprios autos ou em petição dirigida ao órgão com
atribuição no respectivo ramo, que decidirá a questão no prazo de trinta dias.
Capítulo II
Da Instauração do Inquérito Civil
Art. 4º O inquérito civil será instaurado por portaria, numerada em ordem
crescente, renovada anualmente, devidamente registrada em livro próprio e autuada,
contendo:
I – o fundamento legal que autoriza a ação do Ministério Público e a descrição
do fato objeto do inquérito civil;
II – o nome e a qualificação possível da pessoa jurídica e/ou física a quem o fato
é atribuído;
III – o nome e a qualificação possível do autor da representação, se for o caso;
IV – a data e o local da instauração e a determinação de diligências iniciais;
V – a designação do secretário, mediante termo de compromisso, quando
couber;
VI - a determinação de afixação da portaria no local de costume, bem como a de
remessa de cópia para publicação.
Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indicarem
necessidade de investigação de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o membro
do Ministério Público poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de peças para
117
instauração de outro inquérito civil, respeitadas as normas incidentes quanto à divisão de
atribuições.
Capítulo III
Do Indeferimento de Requerimento de Instauração do Inquérito Civil
Art. 5º Em caso de evidência de que os fatos narrados na representação não
configurem lesão aos interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução ou
se o fato já tiver sido objeto de investigação ou de ação civil pública ou se os fatos
apresentados já se encontrarem solucionados, o membro do Ministério Público, no prazo
máximo de trinta dias, indeferirá o pedido de instauração de inquérito civil, em decisão
fundamentada, da qual se dará ciência pessoal ao representante e ao representado.
§ 1º Do indeferimento caberá recurso administrativo, com as respectivas razões,
no prazo de dez dias.
§ 2º As razões de recurso serão protocoladas junto ao órgão que indeferiu o
pedido, devendo ser remetidas, caso não haja reconsideração, no prazo de três dias,
juntamente com a representação e com a decisão impugnada, ao Conselho Superior do
Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão respectiva para apreciação.
§ 3º Do recurso serão notificados os interessados para, querendo, oferecer
contra-razões.
§ 4º Expirado o prazo do artigo 5º, § 1º, desta Resolução, os autos serão
arquivados na própria origem, registrando-se no sistema respectivo, mesmo sem
manifestação do representante.
§ 5º Na hipótese de atribuição originária do Procurador-Geral, caberá pedido de
reconsideração no prazo e na forma do parágrafo primeiro.
Capítulo IV
Da Instrução
Art. 6º A instrução do inquérito civil será presidida por membro do Ministério
Público a quem for conferida essa atribuição, nos termos da lei.
§ 1º O membro do Ministério Público poderá designar servidor do Ministério
Público para secretariar o inquérito civil.
§ 2º Para o esclarecimento do fato objeto de investigação, deverão ser colhidas
todas as provas permitidas pelo ordenamento jurídico, com a juntada das peças em ordem
cronológica de apresentação, devidamente numeradas em ordem crescente.
§ 3º Todas as diligências serão documentadas mediante termo ou auto
circunstanciado.
§ 4º As declarações e os depoimentos sob compromisso serão tomados por
termo pelo membro do Ministério Público, assinado pelos presentes ou, em caso de recusa,
na aposição da assinatura por duas testemunhas.
§ 5º Qualquer pessoa poderá, durante a tramitação do inquérito civil, apresentar
ao Ministério Público documentos ou subsídios para melhor apuração dos fatos.
§ 6º Os órgãos da Procuradoria-Geral, em suas respectivas atribuições,
prestarão apoio administrativo e operacional para a realização dos atos do inquérito civil.
§ 7º O Ministério Público poderá deprecar diretamente a qualquer órgão de
execução a realização de diligências necessárias para a investigação.
§ 8º Os Procuradores-Gerais dos ramos do Ministério Público da União e dos
Estados devem encaminhar, no prazo de dez dias, os ofícios expedidos pelos membros do
Ministério Público ao Presidente da República, Vice-Presidente da República, Governadores
118
de Estado, Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais, Ministros de Estado,
Ministros de Tribunais Superiores, Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, Conselheiros dos Tribunais de Contas,
Desembargadores, Secretários de Estado e chefes de missão diplomática de caráter
permanente, não cabendo à chefia institucional a valoração do contido no ofício, podendo
deixar de encaminhar aqueles que não contenham os requisitos legais ou não empreguem o
tratamento protocolar devido ao destinatário.
§ 9º Todos os ofícios requisitórios de informações ao inquérito civil e ao
procedimento preparatório deverão ser fundamentados e acompanhados de cópia da
portaria que instaurou o procedimento.
Art. 7º Aplica-se ao inquérito civil o princípio da publicidade dos atos, com
exceção dos casos em que haja sigilo legal ou em que a publicidade possa acarretar
prejuízo às investigações, casos em que a decretação do sigilo legal deverá ser motivada.
§ 1º Nos requerimentos que objetivam a obtenção de certidões ou extração de
cópia de documentos constantes nos autos sobre o inquérito civil, os interessados deverão
fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido, nos termos da Lei nº
9.051/95.
§ 2º A publicidade consistirá:
I - na divulgação oficial, com o exclusivo fim de conhecimento público mediante
publicação de extratos na imprensa oficial;
II - na divulgação em meios cibernéticos ou eletrônicos, dela devendo constar as
portarias de instauração e extratos dos atos de conclusão;
III - na expedição de certidão e na extração de cópias sobre os fatos
investigados, mediante requerimento fundamentado e por deferimento do presidente do
inquérito civil;
IV - na prestação de informações ao público em geral, a critério do presidente do
inquérito civil;
V - na concessão de vistas dos autos, mediante requerimento fundamentado do
interessado ou de seu procurador legalmente constituído e por deferimento total ou parcial
do presidente do inquérito civil.
§ 3º As despesas decorrentes da extração de cópias correrão por conta de quem
as requereu.
§ 4º A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão motivada, para
fins do interesse público, e poderá ser, conforme o caso, limitada a determinadas pessoas,
provas, informações, dados, períodos ou fases, cessando quando extinta a causa que a
motivou.
§ 5º Os documentos resguardados por sigilo legal deverão ser autuados em
apenso.
Art. 8º Em cumprimento ao princípio da publicidade das investigações, o membro
do Ministério Público poderá prestar informações, inclusive aos meios de comunicação
social, a respeito das providências adotadas para apuração de fatos em tese ilícitos,
abstendo-se, contudo de externar ou antecipar juízos de valor a respeito de apurações ainda
não concluídas.
Art. 9º O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano, prorrogável
pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias, por decisão fundamentada de seu
presidente, à vista da imprescindibilidade da realização ou conclusão de diligências, dando-
se ciência ao Conselho Superior do Ministério Público, à Câmara de Coordenação e
Revisão ou à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
119
Parágrafo único. Cada Ministério Público, no âmbito de sua competência
administrativa, poderá estabelecer prazo inferior, bem como limitar a prorrogação mediante
ato administrativo do Órgão da Administração Superior competente.
Capítulo V
Do Arquivamento
Art. 10. Esgotadas todas as possibilidades de diligências, o membro do
Ministério Público, caso se convença da inexistência de fundamento para a propositura de
ação civil pública, promoverá, fundamentadamente, o arquivamento do inquérito civil ou do
procedimento preparatório.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou do procedimento preparatório, juntamente com
a promoção de arquivamento, deverão ser remetidos ao órgão de revisão competente, no
prazo de três dias, contado da comprovação da efetiva cientificação pessoal dos
interessados, através de publicação na imprensa oficial ou da lavratura de termo de afixação
de aviso no órgão do Ministério Público, quando não localizados os que devem ser
cientificados.
§ 2º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do
órgão de revisão competente, na forma do seu Regimento Interno.
§ 3º Até a sessão do Conselho Superior do Ministério Público ou da Câmara de
Coordenação e Revisão respectiva, para que seja homologada ou rejeitada a promoção de
arquivamento, poderão as pessoas co-legitimadas apresentar razões escritas ou
documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou do procedimento preparatório.
§ 4º Deixando o órgão de revisão competente de homologar a promoção de
arquivamento, tomará uma das seguintes providências:
I – converterá o julgamento em diligência para a realização de atos
imprescindíveis à sua decisão, especificando-os e remetendo ao órgão competente para
designar o membro do Ministério Público que irá atuar;
II – deliberará pelo prosseguimento do inquérito civil ou do procedimento
preparatório, indicando os fundamentos de fato e de direito de sua decisão, adotando as
providências relativas à designação, em qualquer hipótese, de outro membro do Ministério
Público para atuação.
§ 5º Será pública a sessão do órgão revisor, salvo no caso de haver sido
decretado o sigilo.
Art. 11. Não oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento preparatório ou
da ação civil pública o órgão responsável pela promoção de arquivamento não homologado
pelo Conselho Superior do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e Revisão.
Art. 12. O desarquivamento do inquérito civil, diante de novas provas ou para
investigar fato novo relevante, poderá ocorrer no prazo máximo de seis meses após o
arquivamento. Transcorrido esse lapso, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo
das provas já colhidas.
Parágrafo único. O desarquivamento de inquérito civil para a investigação de fato
novo, não sendo caso de ajuizamento de ação civil pública, implicará novo arquivamento e
remessa ao órgão competente, na forma do art. 10, desta Resolução.
Art. 13. O disposto acerca de arquivamento de inquérito civil ou procedimento
preparatório também se aplica à hipótese em que estiver sendo investigado mais de um fato
lesivo e a ação civil pública proposta somente se relacionar a um ou a algum deles.
Capítulo VI
Do Compromisso de Ajustamento de Conduta
120
Art. 14. O Ministério Público poderá firmar compromisso de ajustamento de
conduta, nos casos previstos em lei, com o responsável pela ameaça ou lesão aos
interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, visando à reparação do
dano, à adequação da conduta às exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação
e/ou à indenização pelos danos que não possam ser recuperados.
Capítulo VII
Das Recomendações
Art. 15. O Ministério Público, nos autos do inquérito civil ou do procedimento
preparatório, poderá expedir recomendações devidamente fundamentadas, visando à
melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como aos demais interesses,
direitos e bens cuja defesa lhe caiba promover.
Parágrafo único. É vedada a expedição de recomendação como medida
substitutiva ao compromisso de ajustamento de conduta ou à ação civil pública.
Capítulo VIII
Das Disposições Finais
Art. 16. Cada Ministério Público deverá adequar seus atos normativos referentes
a inquérito civil e a procedimento preparatório de investigação cível aos termos da presente
Resolução, no prazo de noventa dias, a contar de sua entrada em vigor.
Art. 17. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 17 de setembro de 2007.
ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA
Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público
121
ANEXO 6
122
Somente estarão sujeitos ao controle revisional do Conselho Superior do Ministério
Público do Trabalho os procedimentos investigatórios ou peças de informações
concernentes à violação de direitos tuteláveis por Ação Civil Pública, artigo 9º, § 1º, da
Lei nº 7.347/85. Verificando que o caso não se enquadra nessa hipótese, o Conselheiro
Relator, por despacho, não conhecerá da remessa. Nova redação DJ – 31/05/07,
15 DENÚNCIA ANÔNIMA.
Apenas o fato de a denúncia ser anônima não justifica o seu arquivamento liminar. DJ -
11/04/05
16 INVESTIGAÇÃO REPETIDA
Mantém-se o arquivamento do Procedimento Investigatório quando contra a mesma
empresa já existe outro procedimento em curso investigando as mesmas
irregularidades. DJ – 30/05/2005
123
20 INVIABILIDADE DE EXECUÇÃO DE TAC – COMPROMETIMENTO FINANCEIRO
DA DENUNCIADA.
No processo de execução de TAC ou ACP o Procurador oficiante poderá renegociar
prazos e condições de cumprimento das obrigações principais, bem como o valor da
multa respectiva, inclusive para dispensá-la parcial ou integralmente, quando o interesse
público assim exigir e a medida se revelar oportuna e compatível com as metas do
Ministério Público do Trabalho. DJ – 06/12/2006.
124
ANEXO 7
ORIENTAÇÕES DA CCR
ORIENTAÇÃO Nº 1/CCR
FGTS - Legitimidade do MPT (119ª Reunião Ordinária de 20/05/04) -
Voto do Processo PGT-CCR-Nº 38/2003
Sem se cogitar da conveniência e da oportunidade, a critério exclusivo do
Órgão Oficiante, o Ministério Público do Trabalho possui legitimidade para atuar nas
hipóteses de não recolhimento do FGTS.
ORIENTAÇÃO Nº 2/CCR
Pedido de vista dos autos de PPs e ICPs (8ª Reunião Extraordinária
de 08/06/04) - Voto do Processo PGT-CCR-Nº 13/2003
"A CCR orienta as Procuradorias Regionais do Trabalho no sentido de
que, diante da natureza intrínseca dos procedimentos preparatórios e inquéritos
civis, a vista dos autos poderá ser feita em Secretaria da respectiva Coordenadoria,
evitando-se a concessão de carga para retirada dos mesmos, permitindo-se a
fotocópia de parte ou íntegra dos autos pelos interessados ou Procuradores,
acompanhado por servidor do Ministério Público do Trabalho, mediante prévia
ciência do Procurador oficiante.
A Câmara orienta, ainda, as Procuradorias Regionais a consignarem, de
forma fundamentada, nos autos dos procedimentos e inquéritos e a juízo exclusivo
do Procurador responsável, a imprescindibilidade de desenvolvimento das
investigações sob sigilo, sempre que possível com duração delimitada no tempo.
Enquanto durar a referida restrição, total ou parcial, poderá ser negada a
vista, ainda que na Secretaria da Coordenadoria, comprometendo-se o próprio
Procurador ou o servidor designado a comunicar oficialmente a disponibilidade dos
autos, ainda que parcial, à parte interessada em ter vista ou na obtenção de cópias
dos mesmos, assim que cessarem as razões que haviam determinado o
processamento do feito sob sigilo."
ORIENTAÇÃO Nº 3/CCR
Termo de compromisso do art. 627A da CLT e o previsto no parág. 6º,
do art. 5º, da Lei nº 7.347/85 - Distinção (125ª Reunião Ordinária de 14/12/04) -
Voto do Processo PGT-CCR-Nº 23/2001
A celebração, pelo Auditor Fiscal do Trabalho ou pela Chefia da
Fiscalização, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, do Termo de
Compromisso a que se refere o art. 627-A, da CLT, nas estritas hipóteses e na forma
prevista na legislação de regência da espécie, porque apenas inviabiliza a lavratura
do respectivo auto de infração, a cargo do mesmo MTE, não se confunde com a
ampla atuação do Ministério Público do Trabalho e nem a impede (arts. 129, III, da
Lei Maior; 83, III, da LC nº 75/93; 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85 e 876, da CLT).
Caberá, pois, ao Órgão Oficiante do MPT, a seu exclusivo critério e desde que haja
fundamentação suficiente para respaldar a sua atuação, decidir se aguarda o
cumprimento do Termo de Compromisso, já celebrado pelo MTE, ou se firma o
125
Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta a que se refere o § 6º, do art.
5º, da Lei nº 7.347/85. Sempre que existir TCAC celebrado pelo MPT, anterior ao
Termo de Compromisso do MTE, o Órgão Oficiante do Parquet decidirá se executa a
multa tal como prevista no Termo por ele formalizado ou se flexibiliza o seu
pagamento. Por fim, em qualquer caso, caberá ao Órgão do MPT decidir, ainda
assim, se ajuíza a medida judicial que entender cabível, quando, também, a seu
exclusivo critério, houver fundamentação e justificativa para tanto.
ORIENTAÇÃO Nº 4/CCR
Artigo 83, XIII, da LC 75/93 (137ª Reunião Ordinária de 26/04/06) -
Voto do Processo PGT-CCR-Nº 207/2006
“É possível interpretar sistematicamente o art. 83, XIII, da LC 75/93,
considerados os princípios da unidade e da independência funcional, visando atingir
a máxima qualidade do parecer, no sentido de que a intervenção obrigatória diz
respeito à remessa dos processos judiciais em que forem parte pessoa jurídica de
direito público, Estado estrangeiro ou organismo internacional para a distribuição e
exame da existência do interesse público que, uma vez verificado ensejará parecer
obrigatório”
ORIENTAÇÃO Nº 5/CCR
Intervenção em Recursos interpostos pelo INSS (137ª Reunião
Ordinária de 26/04/06) - Voto do Processo PGT-CCR-Nº 15/2005
“INTERVENÇÃO DO MPT EM FEITOS ENVOLVENDO O INSS (Artigo
831, Parágrafo Único e 832, §4º, da CLT) – A teor do disposto no inciso XIII do artigo
83 da LC nº 75/93 é obrigatória a intervenção do MPT, na condição de custos legis,
nos recursos interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, com
espeque nos artigos: 831, Parágrafo Único e 832, §4º, da CLT. A forma da
intervenção do MPT em tais feitos, em respeito ao princípio da independência
funcional, ficará adstrita à análise do Procurador Oficiante em cada caso concreto”
ORIENTAÇÃO Nº 6/CCR
Precedente: Celebração de TAC (140ª Reunião Ordinária de 29/08/06)
- Voto do Processo PGT-CCR-Nº 214/2006
“O Procurador oficiante que, em virtude de celebração de Termo de
Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público do Trabalho e o Denunciado,
decidir proceder ao encerramento do feito, poderá fazê-lo no âmbito da própria
Regional. Em tal hipótese, a remessa é dispensável.”
ORIENTAÇÃO Nº 7/CCR
Orientação para os Órgãos Oficiantes sobre arquivamento de
Procedimento Preparatório cujo objeto é idêntico a procedimento anterior
(140ª Reunião Ordinária de 29/08/06) - Voto do Processo PGT-CCR-Nº 15/2004
“Investigação Repetida. Priorização de mera juntada da nova peça ao
feito anterior, independentemente da fase em que este último se encontre.
Ultrapassado, todavia, o momento de autuação e distribuição sem observância da
aludida providência, recomenda-se ao órgão oficiante que determine o apensamento
da peça mais recente ao feito em curso. Se a conclusão for pelo arquivamento, a
elaboração e encaminhamento da promoção, ao CSMPT, deverá abranger ambos os
feitos.”
126
ORIENTAÇÃO Nº 8/CCR
Orientação sobre Termo de Ajustamento de Conduta - Multa (143ª
Reunião Ordinária de 14/12/06)
“EXECUÇÃO DE TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA – MULTA – Dispõe
o Órgão Oficiante da faculdade de, a seu critério e com motivação lançada, aceitar
proposta de redução ou até mesmo de isenção da multa, quando essa revisão
revelar-se justificada, oportuna e for reclamada pelo interesse público primário, além
de compatível com a efetividade das metas do Ministério Público do Trabalho.”
ORIENTAÇÃO Nº 9/CCR
Orientação para os Órgãos do Ministério Público do Trabalho em
atuação custos legis em Mandado de Segurança impetrado contra Membro da
mesma Instituição (MPT) que preside Inquérito Civil ou procedimento
investigatório (148ª Reunião Ordinária de 26/06/07) - Voto do Processo PGT-
CCR-Nº 330/2006
“UNIDADE INSTITUCIONAL. VISTO EM MANDADO DE SEGURANÇA
IMPETRADO CONTRA MEMBRO QUE PRESIDE INQUÉRITO CIVIL. Visando a
preservação da unidade institucional, a Câmara de Coordenação e Revisão orienta
os órgãos do Ministério Público do Trabalho que na atuação custos legis em
mandado de segurança impetrado contra Membro do Ministério Público que preside
inquérito civil ou procedimento investigatório proceda-se somente visto nos autos de
mandado de segurança, de forma a preservar eventual afetação direta do curso dos
mesmos, ou de ação ajuizada”.
ORIENTAÇÃO Nº 10/CCR
Orientação sobre o envio de informações das prorrogações dos
prazos de conclusão dos inquéritos civis - art. 9º, Res. 69/07-CSMPT (166ª
Reunião Ordinária de 28/04/09)
“Recomenda-se ao Órgão responsável que ao comunicar a prorrogação
dos prazos dos inquéritos civis, faça-o fundamentadamente encaminhando o número
do IC, o nome das partes investigadas, o objeto/tema, a data da instauração do IC e
a data da(s) prorrogação(ões) havida.”
127
ANEXO 8
RECOMENDAÇÕES DA CCR
128
ANEXO 9
PRECEDENTES DA CCR
129