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eens Py ety ae Vy iC) oe Ce Acontundente reacao das democracias aos governos autoritarios eas organiza¢oes extremistas be Boy vale Citic haat o governo da Libia Piha Rte A tecnologia que matou o temido Bio Se ts atic N O coronel do barulho e seus F 3 Psat CC Balsa hy protecao chinesa 4 Coreia do Norte * Uma incégnita chamada Paquistdo * Os misseis do Ira * Rastro de sanque: ataques covardes que mataram milhares de pessoas no mundo COMHECA 0 PASSKOD EnTEnDR 0 PRESENTE PROosere 0 FUTURO® ~ aN f sn on Seer creel cress a Coe a 013266 R$ 7,90 012016 *R$7,90 | 013942 « R$ 7,90 013942 * RS 7,90 www.edminuano.com.br Editorial A ALIANCA DO MAL A evolugio do mando nunca pats, ¢ vende, mas hi momen: ve 2s mudangis se processam em um gu incom de Bo que observamos agora, na reaio das Democrs clas aos governos antoitiios © as ompaizages extremists ee wiolénia indisciminada para impor suas convicgdes Politico religion se valem da Se'hi der anos os Estados Unidos, principal poréncia mi- litar do planet, amargavam o golpe de sequestradotes suicides conta as Torres Gémeas de Nowa York —e voos que entizavam (08 edus de Washington ¢ do Estado da Pensilvinia-, hoje sfo 9s servigos ansitrrorsas e as forgas da Organizasio para o ‘ratido do Atintico Notte Nao € postive disocar 0 grupo de governos que mantéq Hgagies com terroritas des exemistas que aacam cuando des ‘astalo ¢ dor ent cvs inocemes.Hé pouco mais de nore a0 © nto presidente americano George W. Buh chamou parte dese “spect somo do Mal”. A Ou amp est cojunto de alos a pari pai ‘oligo da capacidadeacminisetva da ciara de Mirna «fi. Assim, no ¢ de cstanhar que os bombameos sobs a Li ‘contegam n0 mesmo momento em que um destsmento alla’ smercano elimina o trois sauditi Osama Bia Laden, Bin Laden e de Gaddaf servem dealt A 40 lideres do teror, mas represenarm, sobretud, ua ad lerrocadas totidedes ds Corea do Norte ~ nagioypobre « solada, mag do Te No ulimo quariodde ‘lo, Teerl vem desempeshando um doplo (cpeigosg) de pesquisador da bomb at6mica «de sponsos™ pat radio. relevant capacidade nucle do extremismo islimieo no O: A pencreanc ola His gel uo ase one agi ect ‘ia? F posse ques ¢ gi aed Inds nem sempresotnes ead Go Coronel Pesos Neri eS sec eae Agmacas Revolcionieas a Se ai olentio Presidente da Col aces antichavisss (Chives nega ingue, Siiae Corea do Norte—de“oEixo at ‘ncia aos governantes que fleram com o eadiealismor as ae A economia venezuelena vai mal, a estatal petolifera do Pais jf quase nfo suporta mais os gastos ordenados pelo Palio Miraflores, em Caracas, mas, Presidente comprometeu cerca de 14 bilhdes de détares {Compras milsres nas antigas Replicas Soviticase na China, ‘em apenas dz anos, 0 Coronel Hugo Chaves parece hipnotzado pelas pecipécias da “Eixo do Mal”, pela nocoricdade que le confere. Mas pode encontrar ‘50 im desse arent no um pore de ouro sim bombas gindas igusirinhas aquelss que os avides da Otan despejaram sobre Tt Poll, Ou uma dupla de hebidpters “Furtvos” (de design conce. ido para passardespercchico ao radar) cle alguma tropa de elite dos Estados Unidos Estee 0 (explosivo)assunto da presente edicio da HISTO. RIA EMCURSO, Jc Audie edacadl@ 2deltora.combr a gt » + Pec ote toto y HISTORIA, Ph recd O Domino do Extremis: POETS eEE Te esis PBMC rot lores to) Peotee eeee eeee Pee) O abe do Terror eto ores) Boerne ease tt Creer eres cbeceny Ob ce Leon Pe Seer t) foFrost eset Keep iran i) ores eee ore _gamanas tacks. EUR Ca ae Ce toatntG) ad peer try rr & Pe ees tend Bee ee ee ie) Greet cere x Pacey Sed Ataques no Paquistio ena Libia golpeiam a rede de extremistas e governantes liga- dos ao terror, no momento em que revoltas populares colocam em xeque as temi- veis ditaduras familiares A principio seria até licito pensar em um “efeito domin6”, onde a desarticulagao do governo Muammar Gaddafi, na Libia, ea morte do lider da Al Qaeda, Osama Bin Laden, no Paquistio, guardassem alguma relagao ente si: uma pega derruba a outra, ¢ isso vai jogando ao chito os articuladores do “Eixo do ‘Mal’ — como os ameticanos gostam de dizer. Mas nao é assim. As coisas no acontecem de forma tio simples — 0 que nao significa dizer que isso seja, necessariamente, ruim pata a paz mundial. Para ditadores san- guinitios ¢ lideres terroristas sim, as tiltimas noticias sio péssimas novidades, O fim do saudita Bin Laden e a desestruturacio da Administracao Gaddafi — apoiadora do atentado a um Jumbo da (extinta) Pan American nos céus da Inglaterra, em dezembro de 1988—sacodem e fragilizam a malha de contatos que, diuturnamente, ameaca a comunidade internacional. final das carreiras de Bin Laden ¢ de Gaddafi sio f tos completamente estan- ques. E eles sinalizam para apenas uma evidéncia: a de que 0 submundo das articulagdes politico-religiosas sofre perdas em frentes tio distantes entre si quanto Tripoli, a capital libia, ¢ Abbo- do Ocs- tabbad, a cidadezinha pac te montanhoso do Paquistao. A 29 de janeiro de 2002, durante 0 seu “Discurso do Estado da Unio”, sidente dos BUA, George Bush, advertin os lideres de Ira, Iraque, © entio Sitia ¢ Coreia do Norte — paises que ele reuniria sob o jan Mal” = para as consequéncias de seus esforcos em obter capacitacio no peri- 10 de “o Bixo do oso campo das armas nucleares, € em estreitar suas ligagdes com 0 terroris- ‘mo internacional. Nio haviam se passado sequer cinco meses desde o ataque de 11 de setembro nos Estados Unidos. Bush deixou claro: seu goxerno no permaneceria passive ERIIERSIIG “Klguns destes regimes tém estado bastante quietos desde o 11 de setembro. Mas sabemos da sua verdadeira natureza”, advertiu Bush em janeiro de 2002 diante das ameacas representadas por uum conjunto de governantes e liderancas Clandestinas que espreitavam objetivos em tetritério americano e representavam ameaga até mesmo para a seguranga de simples turistas em férias: “[O nosso ob- jetivo] € prevenir os regimes que apoiam © terror de ameacarem a América on os nossos amigos e aliados com armas de destruici governo de Washington. “Alguns des- tes regimes tém estado bastante quietos desde 0 11 de setembro. Mas sabemos da sua verdadeira natureza”, advertiu Bush, Para logo prosseguir: “A Coreia de Norte é um regime armado com misseis € armas de destruigo massiva, enquan- cidadaos passam fome. O Ir » massiva”, disse o chefe do 10 08 set eee persegue agressivamente estas armas € exporta terror, enquanto uns poucos [lideres] nao eleitos reprimem a vonta. de dos iranianos pela liberdade, © Ira- que continua a mostrar a sua hostilidade por toda a América e a apoiar o terror. O regime iraquiano planejou fabricar an trax, gis de nervos e bombas nucleares para matar milhares dos seus prdprios cidadios — deixando os corpos de mies amontoados por cima dos seus filhos mottos. Este € um tegime que concot- dou com a existéncia de inspetores in- ternacionais [no seu pais] — € depois deportou-os, Este é um regime que tem algo a esconder do mundo civilizado. Es- tados como estes, ¢ 0s seus aliados terro- ristas, armados para ameagarem a paz no mundo, constituem um eixo do mal. Por buscarem armas de destrui¢o massiva, estes regimes sio um perigo grave e ct cente, Eles podem fornecer estas armas a terroristas, dando-lhes os meios para combinarem os seus planos. Eles podem atacar os nossos aliados ou tentar chan tagear os Estados Unidos, Em qualquer um destes caso! © preco da indiferenga seria catastrofico”, Atentados E 0 que mudou desde janeiro de 2002? Nos iiltimos nove anos surgi- ram, efetivamente, muitas novidades na luta internacional contra o terror, € apesar de us dlUmus resulladus teres sido alentadores, néo se pode dizer que [ATAQUE AO EIXO DO MAL ny ee ee eee ere vi Te a LL a a f “ 1 a i i} $ i fi a atual percepcio das ameacas permite que nos sintamos mais confortiveis. Nesse perfodo ocorreram 20 menos 56 grandes atentados terroristas, em pontos to diversos do planeta quan: to a Ilha de Bali (Indonésia), Madsi, Mumbai (India) e Moscou. Vidas f ram perdidas aos borbotdes. Somente ‘no ataque da Jemaah Islamyia (Con- gregacio Islamica) a centros tutisticos de Bali — meros nove meses depois de Bush ter anunciado seu propésito de combater 0 “Eixo do Mal” — 202 en- “O incidente foi notavel”, escreveu o embaixador [americano Sobel], “pois provocou uma rara ativagao dos procedimentos de fechamento do espago contraram seu fim, entre destrocos de carros-bomba e incéndios criminosos. Entre essas vitimas fatais havia 164 es- trangeiros (inclusive sete americanos, dois brasileiros e um equatoriano) O sangue dos inocentes provocou, con- ‘tudo, uma reagio em nivel internacional. O ‘mesmo governo ameticano que nao conse- guiu detectar previamente as evidéncias da preparagio dos ataques do 11 de setembro — responssiveis pelas mortes de mais de 3 mil pessoas -, montou um Departamento de Seguranga Intetna (Department of Ho- meland Security, ou DHS em inglés), ¢ ainda estreitou seus contatos, no campo do anti- terrorismo, com pafses de populagio pre- dominantemente mugulmana, como Indo- nésia, Paquistio e India. No ano pasado 0 aéreo brasileiro” DHS jf exa o terceiro maior departamento (a0 Brasil equivalente a ministério) do Exe- cutivo estadunidense. Seus 200 mil funcio- nirios tiveram @ disposi¢o uma verba de 427 billie de délares, mas gastaram quase 55 billes. A preocupacio da Administra Go Barack Obama com os riscos & Segu- zanga Interna foram igualmente observados cu adiadus uadicivimis dus Estados Unidos, como a Inglaterra, a Espanha, a Franca ¢ 0 Japa, E motivaram relatrios de funcioné- ‘ios americanos até mesmo em paises onde apercepeio da ameaca é consideravelmente reduzida, como o Brasil Penne Forca de elite Pe) cy u 12 Céus vulneraveis De acordo com o site WikiLeaks que teve acesso a um conjunto gi gantesco de comunicagées trocad: recentemente, pela diplomacia ameri cana —, a segunda senna de sa de 2009, 0 entio embaixador no em Brasilia, Clifford Sob merica ulnerdvel a um eventual atentado terrorista, organizado cm padrdes pré- ximos aos do planejamento que viabi- trofe do 11 de setembro Liieaieciadie rma ia ial eee pent — leia-se 0 emprego de grandes avides de carreira como armas. A cidade estaria & mercé de terro- ristas, porque os procedimentos apro vados pelo Comando da Forga Aérea para 0 “fechamento do espago aéreo” brasileiro teriam sido concebidos le- reas do Norte do pais, € com foco na ago de aeronaves que servem 20 trifico de drogas. N havia sido desenvolvida para enfrentar jatos de transporte civil transformados por terroristas em bombas aéreas. enhuma estratégia Tarde de quinta-feira, 13 de mango de 2009. Na sede da Embaixada dos Estados Unidos da América, a noticia do desaya- recimento de wn monomotor roubdo do acroclube situado na periferia do Distrito Federal crinceta ansicdade. Na memériade todos os fisncionérios da missio diplomati- capassamn as cenas trigicas dos jatos de pas- sagerossequestrades por teorislasdabes Diante da proximidade com a cidadesede do Executive brasilevo, ca filtade qualquer informagio sobre o plano devo da aerona- ve sequestada, o centro de controle doi {go Aéreo noifcou o Comando de Defisa ‘Aérea, que emviou svibes da Base Adve de Anipolis para interceptar, observar e tentar ‘comunicagiio com o piloto do monomotor aquese eradira Mais tarde, 0 Comandante da Forga Aérea, brigadeiro Juiniti Saito, relataria a0 Embaixador americano, Clifford Sobel: apenas quando 0 pequeno avo repen- tinamente aproou. para una drea densa ‘mente povoada ~ ¢, logo, para wn shop- ping center ~, € que os controladores de yoo entenderam. O aparelho se convertera ‘em uma ameaga. Podia ate vir a ser usado ‘como arma, Saito, eno, entrow em conta- tocomoministro da Defesa, Nelson Jobim, ‘ecom o presidente Luiz Indcio Lula da Sil- va para, diante do perigo que corriam os civis em terra, discutir a possibilidade de Cee ces do avidono shopping, ordenar 0 ‘fechamento do espago aéreo” de Brastlia — um fraseado téenico que em- butina hipétese dees vides de combate da FAB abaterem 0 monomotor antes que ele puulesse causa ura trata. Os trés exxmninavam 0 assunto quan- do chegoua informaciio de que 0 aparetho sequestrado se precipitara sobre a érea de «stacionamento do shopping. Flamboyant, dia cidade de Goin. Caira danificando 2 veleulos, mas sem fazer qualquer vit ma em terra. O piloto que brigara com a mulher, embarcara a prépria filha, menor, naguelevoo fatidico, O homem e a.erianga ‘morreram na queda. Em um telegrama para Washington relatando o incdente, Clifford observou a incapacidade de as suboridades brasileiras tomarem vena decisio acerca do veo fora. de controle, antes que o préprio piloto de- disse 0 que desejave fazer: eed 13 4 PG ce CK ep es loa cM aS icy como a China colaborar com as Democracias para reduzir o grau de Paestan CSG ETCEsCRsrarea tists Fd © despacho diplomético narra que apenas 0 roubo de um monomotor mo- delo Tupi, ocorrido aquele ano na cida- de goiana de Luziinia ~ nos arredores do Distrito Federal -, teria despertado as autoridades da capital para o perigo. Segundo o mesmo telegrama, depois de duas horas a aeronave foi jogada, proposi talmente, contra o estacionamento de um shopping da cidade de Goiinia. “O inci- dente foi notivel”, escreveu 0 embaixa- doe, “pai prewecen ima sara ativagSo dos procedimentos de fechamento do espaco aéreo brasileiro”. (Leia quadro na pig. 13) Siria Decorsidos dez anos desde 0 11 de setembro, uma das principais novida- des é que o grupo de nagdes identifi cadas por Washington como um riseo 4 paz mundial vem encolhendo. Sem o Traque, cujo governo agora orbita em torno da Casa Branca — como jé tece no caso da administracio afegi -, © “Bixo do Mal” a iste agora a co vulsio terna na Siria ~ outro pais co- nhecido por suas ligagdes com organi: zagGes extremistas do Oriente Médio. Presidente Bashar al-Assad, her: deiro de uma dinastia politica que se perpetua no Poder desde que seu pai, Hafez, tomou as rédeas do governo, em uum jé distante ano de 1971, ¢ obrigado a usar o Exétcito a Policia para conter a agitagio popular que pretende derrubé- lo. E isso ocorre no momento em que Damasco abriu a Teesi a possibilidade de estacionar parte da frota naval ira- inna no porto cisio de Lattakia otro lance do dominé do Extremism. Na iiltima semana de fevereio sado, dois dos melhores navios de guer- ra da Repiiblica Islimica do Ini — a fra gata “Alvand”, de 1 00 toneladas, ¢ 0 navio de apoio logistico "Kha mil — atracaram em Lattakia, Aparente mente, para ficar. Trata-se, sem duivida, de uma tentativa de projecio de poder do Ini no Mar Meditersineo ~ em ter ‘mos geopoliticos, uma espécie de gran de lago de Agua salgada sob © controle estrito das forcas navais da Otan Eo quea Siri ganha com isso? Acesso 4 tecnologia desenvolvida pelos iranianos (com a ajuda dos norte-coreanos) par fabricagio de mieseis baliticos? A coo. peracio de Teer para a capacitagio. de t€enicos do governo de Damasco na pes- quis nuclear? Seis anos ates, um relat6rio oficioso do governo americano intitulado ‘Contendo a Proliferacio de Misseis: Tec nologia Estratégica, Padres de Si ¢ Cooperacio Internacional em Controle de Armas” (Containing Missile Prolife- ration: Strategic Technology, Security Re. tional Cooperation in Arms Control) revelou que a China trans- feria conhecimento sobre a balistica de misseis para a indiistia militar da Siti Apesar do alarmism: ge Bush, a Siria, com certeza, nfo ¢ gimes, and Inter de Geor- uma poténcia militar, Ocorre que seu patencial de transferir teenologias de destruigao em massa a grupos terroris- tas também nifo pode ser desprezado. Assim, a pergunta é: poderia, agora, tum pafs como a China colaborar com as Democracias para reduzir 0 grau de peticulosidade do governo sirio? Aids... o que pensa a China desse do. min6 global do Extrem Rae yea to Sayer be hie Cs Cy 0 Projeto de Lei n’ 6.764, de 9 de maio le 2002, nsere o crime de terrorismo no ‘Codigo Penal (CP), provendo as necesstirias definigles conceitusis. A alteragao seria feta no Titulo XM do CP, que versa sobre os crimes contra o Estado Democritico de ‘Direita. A redagio ficaria da seguinte forma: “Taroriamo ‘Art. gp. Pratca; por motivo de faeio- ‘mo poltico ou religion, com o fim de i fiend terror at de: 1+ Devastay snquew; explodir bombs cexquccra incendiay depredar ox praticar alertado pessoal ou sabotagem, eased erigoeftivo ou dano a psoas ou bens; ou I - Apoderar-se ou exercer o controle, total ou parcialmente, definitsa ou tempo ‘20 abastecimento cle gua, lz, combustoeis caxcalimentas, ou. stisfgio de necessidades _grnisimpretertis da populagio: Pena recusio, de dois a dex anos. § 1° Na mesma pena incorre quem pra- tica as condutas previstas neste artigo, me- dente scréscima, sxpressio oumodificagio cdedades, oupor qualquer outro meio inter- fore em sistemas de informagio ox progra- ‘mas de nforméticn.” 0 assunto & complex A pripria Or ‘Nad de iter de gor = es depois do atentado as Torres Gémeas, em ‘Nova Yorke—,0 Consetho de Seguranga da. ONU edltou a Resolupio 1373, Ela repu- dion a pritica de atos terroristas, & exor- tow os estados-membros 2. prevenirem e contra. o Terroriomo, acoinada om Barbados m3 dejranho de 2002. Bm seu artigo ela tinal os palses membros da OFA a pre- vent combate, punir eeliminar 0 terrris- ‘ma. A Convene fo colocad em splicacio no sistema jurtdico brasileiro pelo Decreto 1°5.639, de 26 de dezembro de 2005, “RA COREIAE UM ASSUNTO DA CHINA” Na opiniéo do professor de histéria ¢ filosofia André Bueno um dos mais respeitados integrantes da nova geragao de sinélogos brasileiros -, a China Continental teme as san¢des econémicas mais do que qualquer retaliacao politica. Contudo, jamais abriré méo de controlar o que acontece ao seu redor - € esse espaco geografico inclui a enigmética e atrevida Coreia do Norte. “A Coreia é um assunto da China”, sentencia 0 especialista. DaRioacso Cadetes em ey estre em Historia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) ¢ Doutor em Filosofia pela Universidade Gama Filho (RJ), Bueno, que é carioca ~ mas dé aulas na Faculdade de Filosofia, Ciéncias e Le- tras de Uniao da Vitéria (PR) —, admi- te: “Pequim se estorca por ampliar sua area de influéncia fora da Asia, ¢ isso, 4s vezes, implica em transferir poder militar a outras nagées”. Especializado em China Antiga, André Bueno estuda, ha varios anos, 0 papel do gigante chinés no mundo. Em 2002, sua dissertagio de Mestra- do na UFF, teve como tema “Roma, China ¢ o sistema Mundial entre os séculos I - III d.C.”. Nesta entrevis- ta exclusiva para Hist6ria em Curso, ele chama a atengao para a dificulda- de que 0 Ocidente demonstra para compreender os movimentos poli- ticos do gigante chinés, e profetiza: “a China jamais deixard de ser uma A seguir, us principais wre- chos dessa conversa esl we”. Histéria em Curso — No rastro des- sa ofensiva contra lideres terroristas ¢ go- smo, voltam a vernos ligados ao extre sutgir acusagdes de que a China fornece tecnologia militar sofisticada a paises que patrocinam grupos radicais, como o Ira. Isso é novo? André Bueno — Nio, nao €. O que é nova é a percepgio de que a tecnologia exportada pelos chineses pode ser bem mais importante ¢ potencialmente dano- sa do que se pensava ha 20 ou 30 anos. Por exemplo: para que uma ogiva nuclear de fabricagio iraniana faca sentido, é necessirio ter © missil que a uansporte até o alvo, Nesse contexto, uma eventual transferéncia de tecnologia de misseis chinesa para os iranianos adquire outra dimensio, bem mais relevante. HC~O que ganha a China com isso? Bueno — Pequim se esforca por am- pliar sua area de influéncia fora da Asia, e€ isso, As vezes, implica em transferie Poder Militar a outras nacdes. Mas é preciso dizer que os chineses nfo fazem isso somente na 4tea do Oriente préxi- mo, em paises como o Iri ou mesmo na Siria, Um relatério americano de quatro anos atris mostra que, somente 1do de 2003 a 2006, as expor- tagdes de armas chinesas para a Africa cresceu em mais de 15%, Isso faz parte no peri do esforgo da China para consolidar a sua penetragio econémica em territério africano, que € um repositério precio- so de matérias-primas, além de ser um continente bem importante do ponto de vista geoestratégico, A marinha chi- nesa é muito ativa no combate aos pira tas maritimos que se escondem na So- milia, Angola, por exemplo, paga suas compras de armamento chinés com pe- trdleo, e é preciso lembrar que 15% de todo o petréleo importado que a China consome, é comprado em Angola, Os chineses também esto entre os prin- cipais fornecedores de armamentos do governo do Sudio, considerado um pa- ria na comunidade internacional, e nem por isso Pequim sofreu alguma sangio internacional, dos Estados Unidos, da Unio Europeia ou da propria ONU. E dificil mexer com a China, ha muitos in- teresses envolvidos... C — Essa vocacio internacionalista da China no é muito comentads.. 17 18 Mas 6 antiquissima. Ja no sé- cculo 15 0 chineses viajavam exploravam as po lidades de ampliar o seu reacio namento comercial. Comércio ¢ presenga politica sempre estiveram muito juntos na mentalidade dos chineses, sso & historic. HC - Como o senhor analisa a poli- tica chinesa para a Coteia do Norte? Aj estamos falando de uma coisa muito diferente: do tedor da China. De um espaco geogrifico considerado pelos chineses como vital & seguranga do estado. A Coreia é um assunto da China, e sempre seri assim. HC- E isso que justifica a wanste cia de reenologia militar chinesa sofistc Nao exatat terem mente que a capacitagio da Coreia do Norte na fabricacio de mi 4 ajuda de técnicos chineses aconteceu macicamente entre as décadas de 1960 e 1970, qui extremamente fechado. A visita do pre sidente [Richard] Nixon a Pequim acon: teceu em 1972, € verdade, m > a china ainda era um pais abertura dos chineses para a economia de mer cado € os foros multilarerais ndo se dew imediatamente. Ao contririo, Demorou imo, Passaram-se pelo menos 25 anos antes que nés, no ocidente, semos perceber a consolidacio de um processo de modernizag2o no relaciona mento politica-econdmico dos chineses. HC-Osenho: mo em fungio dessa aberrura da Cl acha que até para o mundo, de suas novas responsabi lidades e ps serias, 0 governo de Pequim se sentiré inclinado a moderar 2 ousadia ¢ a China ja fa isso, mas 0 quadro é mais comple xo. Porque se é verdade que o gigante chinés entendeu que precisava se abrir para o mundo, a elite governante norte coreana n o parece ter compreendido a evolugio do mundo da mesma forma, Aparentemente houve af um descom- passo. E as recentes tebelioes populares nos paises arabes devem ter aprofunda- do essa diferenga. HC = Como assim? A série de revoltas populares que observamos no mundo arabe est dit: gida no contra regimes politicos, somente. Mas contra regimes controlados por fami- lias, o que exclui completamente a possibi- lidade de alternincia no poder. Ora, esse é precisamente, 0 caso do governo ditato- al norte-coreano, controlado pela familia Kim, Eu suponho que o desconforto em Pyongyang niio seja pequeno... HC = Esse dado do poder controlado de forma autoritiria por uma familia é absolutamente estranho & politica interna chinesa.. Aparentemente a convive sem grandes problemas com a familia Kim, De qualquer forma, a questo € saber ndo apenas o nivel de controle que a Chi a politica externa norte-coreana, mas China exerce sobre também, e principalmente, se uma Co- réia do Norte mais moderada interessa 4 lideranca da China. HC - A China pode usar a Coreia do Notte como um espantalho? E isso? De novo: nfo sabemos © nivel exato de controle que Pequim 19 20 Seer “Sear erry Sey _ \eeeearseeeg nee exerce sobre os norte-coreano: niio hé diivida de que a China é peca fandamental no jogo de pressdes ca- paz de manter os norte-coreanos sob controle, Isso é um trunfo para os chi nese , sem diivida, HC = O ex presidente Jimmy Carter foi Coreia do Notte no fim de abril, e voltou de li com a pior das impressdcs.. Ele viu hospitais sem agua corrente, e uma clara priosizacio da so- ciedade norte-coreana para a construgio éxcito poderoso, Carter é um po- Iitico de perfil pacifist, ¢ isso nio podia ‘mesmo impressioné-lo bem. Mas 0 que deum, consider mais relevante € que Carter descreveu como muito negativo 0 fni- mo dos ditigentes norte-coreanos, preso 20 passado da propaganda anticomunista americana. Isso, nao ha dvida, é péssimo. HC ~ Mas, na situacio de autoisola- ‘mento em que os norte-coreanos se cO- locam, qual a alternativa de parceria que resta a eles, fora a ligagio com a China? A Réissia? O Ira? A Coreia do Norte jé foi mais importante para a Riissin do que hoje, Durante a Guerra Fria essa ligagio foi bastante relevante, rus isso € passado, € historia, Os russos tém uma dezena de problemas muitissimo mais graves a resol- ‘ver no mbito das repuiblicas que um dia formaram a finada Unio Sovietica. Os ira- ianos sio, com certeza, parccitos impor tantes dos norte-coreanos, mas niio pode- mos considera-los como fornecedores de alimentos, por exemplo, ou de tecnologia no campo da assisténcia médica, Eo go- verno de Pyongyang precisa de parceiros que ajudem a suprir as necessidades basi- cas do povo norte-coreano, que sfio mui- tas, ¢ graves, Quando penso nisso, sempre me lembro do que aconteceu na reunifica fo alema, em 1990, Sabia-se que 0 padi de vida na Alemanha comunista, chamada de “Uemoceitica”, cra baixo, mas a reali- dade mostrou que ess muito mais supunha. cstendiam & propria mentalidade da parcela ceconomicamente ativa da populacdo alena Esa ‘mada a0 amparo do estado. Agora, imagi oie iio de obra estav ne 0 padrio de vida dos norte-coreanos, proibidos de usar intern ulares es no e que mal tém s do que acon- eno mundo exterior. HC = E quanto aos dois BRICS [sig criade ps 12 Goldman Sachs para designar Brasil, Riissia, India 7hina] que sestam? India e Brasil? Como a Coreia do Norte empresa americs m um relacionamento preferencial (0, a aproximacio com os Guarda de Honra em Pyongyang oy indianos fica mais dificil. O Brasil seria uma alternativa, ¢ 0 presidente Lula ace~ sentido, Entre 2009 e 2010 o pareceu caminhar bas- nou ness: essa aproximagi tante bem. Os norte-coreanos vietam 20 Brasil pedir expressamente a ajuda da Petrobras para procurar petréleo em ‘guas profundas, mas a mudanga de go erno 1 pouc Brasil j& pode ter alterado um esse panorama de cooperagio. A fencia agora € que « aproninnayio Ca at. A presidente Dilma dos direitos humanos e que imp! ameaga & paz mundial, como os do Tri e da Coreia do Ne "| Ff : e Helicépteros silenciosos e uma submetralhadora que pode ser manuseada com a facilidade de uma pistola contribuiram para o sucesso da Operagao “Langa de Netuno” DaRioasho Em 1° de maio de 2011, os Estados Unidos anunciaram que haviam lancado uma operacio do Afeganistio para o Paquistio, com o objetivo de capturar o lider da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, O extremista foi morto durante a ago, realizada por membros do Grupo de Execugio de Guerra Naval Especial Naval Special Warfare Development Group, ou DEVGRU -, mais conhecido pela designago “Equipe 6 dos Seals” (Seal Team Six). Os Seals sio uma forca de elite da Marinha americana, especializada em ac6es antiterroristas ¢ de guerta irregular. Em Washington, a CIA garantiu que o ataque fora uma “missao unilateral”, sem o prévio endosso do governo de Islamabad. Informou- se também que o corpo de Bin Laden nio fora preservado para o sepultamento, e sim langado ao mar. Imagens do cadaver permanecem como um segredo bem guardado. sprimeizos relatos reve- Haram: os atacantes foram inseridos e extraidos do es- lconderijo do terrorista, na cidadezinha de Abbottabad, pelos Night Stalkers, pilotos de elite do 160° Regi- mento de Aviagio de Operagées Espe- iais — 160th Special Operations Aviation Regiment (SOAR) — do Exército Ameri- cano, que empregaram helicdpteros de um modelo pouco conhecido: 0 MH-60. Durante a invasio, denominada “Lan. cade Netuno” (Neptune’s Speat), um des- ses aparelhos foi danificado e teve que ser destruido no local. Seus restos foram, pos teriormente, recuperados por militares pa- quistaneses, Fotos dos destrocos sugerem tum novo tipo de aeronave, possivelmente incorporando a tecnologia stealth, furtiva— praticamente invisivel aos radares. Na segunda-feira, 2 de maio de 2011, o mundo recebeu a noticia de que © homem considerado o terrorista mais perigoso da atualidade, havia sido mor- to numa operacio secreta conduzida pelo governo americano, apés cerca de dez anos de perseguicao. A mais impor- tante operagio clandestina das forcas especiais do Pentigono desde o fatidico 11 de setembro de 2001, quando a Al Queda destruiu as ‘Torres Gémeas, no coragio de Nova York, Houve, claro, comemoragio em Dam Neck, estado americano de Virgi- nia, onde esta a sede dos Navy Seals, mas tudo aconteceu a portas fechadas. Os Seals formam um dos mais dos grupos das forcas especiais do Pen: reserv: tigono (prédio-sede do Departamento de Defe: tia entre 28 e 35 anos de idade ~ man: .). Seus integrantes ~ na maio- tém perfil baixo. Vizinhos e familiares desconhecem © que esses servidores piblicos realmente fazem. Suas mi sio tio drduas e arriscadas, que, na mé dia, seu periodo na linha de frente nao ultrapassa mais do que trés anos; poste- tiormente eles sio transferidos para o trabalho de anilise de inteligéncia, e de preparagio da logistica operacional. ‘Também a 2 de maio, o entio dire- tor da CIA, Leon Panetta, admitiu pu- blicamente que seu pessoal usou a po- lémica técnica de afogamento simulado (waterboarding) em pessoas detidas em prisdes secretas, para obter informa- Bes que levassem os Estados Unidos a localizar Bin Laden. Perguntado se nas “técnicas de interrogatério coercitivas” empregadas pelos americanos se inclufa 0. afogamenta simulado, Panetta foi ob. jetivo: “correto”, Os eriticos classificam afogamen- to simulado como tortura. A técnica consiste em amarrar um pedaco de pano ou plistico na boca do prisionei- ro e, em seguida, derramar agua sobre Cove ee Aerie ee cree eee Cee ey 23 24 As equipes de ataque americanas que viajaram ao esconderijo de Bin Laden, cortaram os céus paquistaneses por 40 minutos, sem serem interceptadas seu rosto, © detido comesa a inalar agua rapidamente experimentando, de imediato, a sensagio de afogamento. MH-60 Foi durant a parte final da Guerra do ‘Viet’, na década de 1970, que o Exército dos EUA € CIA se concentraram em de= seavolver um helicéptero “

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