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Condições econômicas de corte

A velocidade de corte tem grande influência sobre o desgaste e, consequentemente,


sobre a vida da ferramenta de usinagem. Influência essa mais significativa que o
avanço e a profundidade de usinagens, uma vez que atua fortemente sobre a economia
do processo como um todo. Isso indica que, de maneira geral, para a otimização da
produtividade em um processo de usinagem, deve-se, a princípio, aumentar a
profundidade de usinagem, em seguida, aumentar o avanço e, por último, elevar a
velocidade de corte, mas sempre observando-se a limitação de potência da máquina e
a resistência mecânica da peça e das ferramentas. Como O avanço está relacionado ao
acabamento superficial, seu aumento também será limitado por esse fator.
CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA
PRODUÇÃO (Vmxp)
Um ciclo básico e genérico de usinagem de uma peça, pertencente a um lote de
Z peças, pode ser constituído das seguintes fases:

• Fase a: preparo da máquina-ferramenta para usínagem de um lote de Z peças.


• Fase b: colocação e âxação da peça para usínagem na máquina-ferramenta
(carga).
• Fase c: aproximação ou posicionamento da ferramenta para o início do corte.
• Fase d: corte da peça.
• Fase e: afastamento da ferramenta.
• Fase f: soltura e retirada da peça usínada (descarga).
CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)

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CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)
 o número de peças usinadas (Zt ) deve ser o número inteiro resultante da
divisão do tempo de vida pelo tempo de corte:

Admitindo-se que ao final do lote haverá uma troca, pode-se escrever que:

Substituindo-se a equação (10.2) em (10.3) e re-arranjando, tem-se:

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CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA
PRODUÇÃO (Vmxp)
Substituindo-se agora (4) em (1) e re-arranjando, tem-se;

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EXEMPLO

Esquema de uma operação de torneamento cilíndrico


externo, usado para calcular o tempo de corte.
EXEMPLO

8
EXEMPLO
Substituindo a Equação (8) em (7) e então em (6) tem-se o tempo de corte escrito
como função da velocidade de corte:

Substituindo-se então a Equação (9) em (5):

10
EXEMPLO
Tem-se ainda que o tempo de vida da aresta, T, é também função da velocidade de corte,
segundo a equação de Taylor para vida de ferramentas, já apresentada no Capítulo 8, como
Equação (8.5). Para utilização no presente desenvolvimento será escrita na forma:

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a qual substituída em (10) resulta, após re-arranjo:

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CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)
A equação (12) pode ser dividida em três parcelas distintas de tempo:

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Representação qualitativa das parcelas


de tempo segunda a Equação 12
CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)
 Observa-se que a primeira parcela, t1, terá sempre uma forma
constante independente da velocidade de corte. A segunda
parcela, t2, por sua vez, tem um comportamento inverso com
relação à velocidade de corte, ou seja, diminui com o aumento
da velocidade de corte. Já a terceira parcela, t3, aumenta
exponencialmente com a velocidade de corte. Desta forma, o
comportamento da soma dessas três parcelas conterá um
ponto de mínimo à medida que se aumenta a velocidade de
corte, como já era de se esperar.
CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)  o avanço não é uma variável de usinagem que possa
ser usada para minimizar o tempo de corte, mas deve
ser fixada em um máximo valor aceitável, levando-se
em conta as limitações de resistência da peça,
qualidade superficial e dimensional.

Para encontrar, o ponto de mínimo da Equação (12), com relação a v, usa-se


então a derivada:

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CÁLCULO DA VELOCIDADE DE MÁXIMA PRODUÇÃO
(Vmxp)
 onde vmxp é a velocidade de máxima produção, ou seja, aquela onde
a fabricação do lote de Z peças será em um tempo mínimo.
Reescrevendo-se a Equação (17) da seguinte forma, pode-se
avaliar o tempo de vida da ferramenta neste tempo:

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Cálculo da velocidade econômica de corte (v0)

Para os cálculos da velocidade econômica de corte, necessita-se determinar


primeiramente o custo da operação de usinagem. Custo, em uma empresa, é um
assunto de extrema delicadeza, pois envolve aspectos econômicos, lucratividade,
etc., geralmente tratados com bastante cautela e mantidos em segredo, tanto
quanto possível. Adicionalmente, a sua determinação precisa é muito complexa,
tanto que há extensos estudos a respeito, com contínuos melhoramentos para sua
determinação. Neste texto pretende-se introduzir uma metodologia para
determinação de custo de uma operação de usinagem apenas, a qual pode-se
aplicar a situações reais, certamente mais complexas. Com essa metodologia
chega-se a uma equação de custos, que pode ser tão completa quanto se deseja,
dependendo das parcelas incluídas. Essa equação conterá parcelas relacionadas
às variáveis de usinagem e somente estas serão analisadas, assumindo-se as
demais constantes.
Cálculo da velocidade econômica de corte (v0)

Com esse objetivo em mente, definem-se algumas parcelas de custo como sendo:
Cálculo da velocidade econômica de corte (v0)

Observa-se que a primeira parcela, Cp1, terá sempre uma forma constante independente da
velocidade de corte. A segunda parcela, Cp2, por sua vez, tem um comportamento inverso com
relação à velocidade de corte, ou seja, diminui com o aumento da velocidade de corte. Já a
terceira parcela, Cp3, aumenta exponencialmente com a velocidade de corte. Desta forma, o
comportamento da soma dessas três parcelas conterá um ponto de mínimo à medida que se
aumenta a velocidade de corte, como já era de se esperar. Se a velocidade de corte usada for
muito alta os custos de troca de ferramenta serão dominantes contribuindo para aumentar o custo
total. Se, ao contrário, utiliza-se uma velocidade de corte muito baixa os custos de operação serão
altos contribuindo também para o aumento de custo total.
Cálculo da velocidade econômica de corte (v0)

Para encontrar-se o mínimo custo, usa-se a mesma técnica já descrita


para encontrar-se a velocidade de máxima produção. Da mesma
forma, faz-se a análise de custos em função do avanço, como na
discussão acima para a velocidade de máxima produção. Buscando-
se o mínio custo, tem-se:
Cálculo da velocidade econômica de corte (v0)

Resolvendo-se:
Intervalo de máxima eficiência (Imef)
 Na Figura 10.3 representam-se as curvas de custo de usinagem de uma peça e do
tempo de usinagem, ambas em função da velocidade de corte.

Define-se o intervalo de máxima


eficiência como sendo compreendido
entre a velocidade de mínimo custo e
a de máxima produção.
Dentro do intervalo de máxima
eficiência, aumentando-se a velocidade
desde v0 até vmxp, haverá um aumento
de custos, porém um correspondente
aumento de produção.
Este recurso pode ser utilizado sempre
que a produção deva ser maior, em
número de peças, porém sem ultrapassar
o limite de vmxp a partir do qual a
produção volta a cair, neste caso com a
agravante de aumento de custos.
Ensaios de
Usinabilidade
Usinabilidade

A usinabilidade pode ser definida como uma


grandeza tecnológica que expressa, por meio
de um valor numérico comparativo ( índice de
usinabilidade), um conjunto de propriedades
de usinagem de um material em relação a
outro tomado como padrão. Ou seja, expressa
o grau de dificuldade para usinar um material. -
Pode-se ter usinabilidade boa ou ruim, em
função dos critérios de avaliação adotados.
Usinabilidade

A usinabilidade depende do estado metalúrgico da


peça, da dureza, das propriedades mecânicas do
material, de sua composição química, das operações
anteriores efetuadas sobre o material (a frio ou a
quente) e do eventual encruamento.

-Encruamento = Quando metais são deformados


plasticamente, eles aumentam sua resistência.Este é o
fenômeno do encruamento, que depende da taxa de
deformação e da “habilidade” do material em
encruar
Usinabilidade

condições de usinagem:
 características da ferramenta;
 condições de refrigeração;
 rigidez do sistema máquina-ferramenta-peça-dispositivos de fixação e,
 das operações executadas (tipo da operação, corte contínuo ou intermitente, condições
de entrada e saída da ferramenta,...)
Ensaios de usinabilidade

 Há vários métodos para medir o índice de usinabilidade. O ensaio chamado de longa


duração, é o método mais aceito. O material ensaiado e o material “padrão” são
usinados até o fim da vida da ferramenta (ou valor de desgaste pré-determinado para a
ferramenta), em diversas velocidades de corte. Obtém-se a velocidade de corte para
uma determinada vida da ferramenta. Por exemplo,VC20 ( veloc. corte para uma vida
de 20 minutos).
Ensaios de usinabilidade

 - O índice de usinabilidade I.U. será a relação entre a VC20 do material ensaiado e a


VC20 do material padrão.

 I.U. = VC20 ( do material ensaiado )


VC20 ( material padrão)

 O material padrão mais utilizado (ensaio de aços) é o aço AISI B1112. O I.U. do material
padrão é considerado 100%.
Usinabilidade x Propriedades do
Material

 É comum se pensar que a usinabilidade é apenas uma propriedade ligada à dureza do


material da peça e à sua resistência mecânica. Segundo este raciocínio, um material
mole é de boa usinabilidade, e um material duro é de baixa usinabilidade. Este
raciocínio é falso. Pois, além das propriedades citadas,outras podem ser determinantes
para a usinabilidade. Como : microestrutura, quantidade de inclusões e aditivos
presentes, tendência ao empastamento do cavaco,etc.

 Por exemplo, pode-se ter um aço inoxidável tipo 303 ( que possui sulfetos de manganês
para melhorar a usinabilidade) com dureza idêntica ao aço inoxidável tipo 316. Porém, a
usinabilidade do primeiro é muito maior que a do segundo.
Usinabilidade x Propriedades do
Material
A seguir será descrito como algumas propriedades dos materiais podem influenciar a
usinabilidade.

 Dureza e resistência mecânica = Valores baixos de dureza e resistência mecânica


geralmente favorecem a usinabilidade. Porém, materiais muito dúcteis (que se
deformam muito, plasticamente, antes de sua ruptura) facilitam a formação da
indesejável aresta postiça de corte.

 Ductilidade = Baixos valores de cuctilidade são geralmente benéficos à usinabilidade,pois


facilitam a formação de cavacos curtos. Porém, isto significa alta dureza. Assim, é
necessário o equilíbrio entre dureza e ductilidade.
Usinabilidade x Propriedades do
Material
 Condutividade térmica = Uma alta condutividade significa que o calor
gerado é retirado rapidamente da região de corte (absorvido pela peça).
Isto favorece a usinabilidade. Porém, é necessário uma refrigeração
eficiente. Esta propriedade não pode ser facilmente alterada dentro de
um determinado grupo de materiais.

 Taxa de encruamento = Uma alta taxa de encruamento significa que a


resistência do material é aumentada.Requer mais energia para a
formação do cavaco,então, tem-se baixa usinabilidade.Favorece ainda,
a formação da APC.

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