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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PRADO, M. Ligia Coelho: Tramas, Telas e Textos/ Maria Ligia Coelho Prado. – São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração,
1999.
BIOGRAFIA DA AUTORA
INTRODUÇÃO
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políticas. Um estudo que contribuiu para o entendimento das temáticas centradas na
importância da participação política e democrática de vários grupos, do papel dos
intelectuais e a situação da mulher na construção das identidades nacionais. Podemos percebe
que o movimento de independência teve grande importância capitalista, considerado o
movimento de fundação da pátria, mas transparece a exclusão das mulheres, na Venezuela,
Bolívia, México, Cuba e Brasil; os heróis se destacam entre as figuras masculinas; Maria
Ligia Prado nos mostrar, que não só os homens, que poderia destacar como personagens
principais; pois enumeras obras de autores menos valorizados, encontra-se biografia de
heroínas; tornando possível descobrir muita coisa, sobre a participação das mulheres, na luta
pela independência, surgindo um novo campo de estudo, que aplicou mudanças
extraordinárias na maneira de abordar os temas históricos.
DESENVOLVIMENTO E COMENTÁRIOS
Ficando visível a participação política das mulheres nas lutas pela independência, em
diversas regiões da América Latina sendo algo muito significativo; o qual contradiz os
discursos de vários biógrafos que tinha por objetivo apagar a memória das mulheres
militantes e rebeldes. Maria Ligia, no entanto faz uma abordagem total, para interpretar as
sociedades latino-americanas do século XIX, especialmente no que se refere à produção e
ideias e do imaginário político.
A autora nós propõe sete ensaios da história das ideias políticas e das representações e do
imaginário social, tecendo trama menos visíveis e mais sutis, Ligia revisa alguns
problemas clássicos a historiografia do século XIX, mostrando as emblemáticas
questões sobre a independência, dando ênfase na participação das mulheres no processo
revolucionário, apresentando tal processo pelo reverso da tela e mostrando os
mecanismos de ocultamento da “feminização” desta participação contestatória e rebelde. A
oposição de Ligia realiza uma recuperação e a reconstrução do papel político das mulheres, pois
a imagens das mulheres era escrita por homens, que desvela um imaginário de nação no
qual a família é a metáfora e a mulher corresponde a moral católica de “mãe e esposa” a
ordem privada e não a pública, uma síntese a valores tradicionais, precisamente num
movimento que recusa esta ordem, pois a vocação é pretensamente secularizadora na
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ordem política.
Outro ponto abordado pelo processo de independência é a relação entre a igreja e o
processo de ruptura com o papel do clero revolucionário associados aos movimentos das
classes subalternas. É interessante observar a reflexão aguda de Maria Ligia acerca das
tensões entres os novos e velhos princípios de legitimidade política no interior do clero, em
meio às ideologias diversas, de um contexto sóciopolítico.
Podemos ver a construção do estudo das nações, das identidades, do poder, do papel da
Igreja, da ciência e do positivismo, com um objetivo de criar a instituição universitária,
sendo analisado e compreendido pela autora, que faz um paralelo entre três paises: Brasil,
México e Chile. A autora nos propõe uma abordagem sugestiva e investigadora do ponto
de vista da disciplina e da metodologia. A maior parte de seu trabalho é comparativo e
estratégico o qual lança luz sobre traços comuns das sociedades e da política latino-
americana, dando destaque nas especificidades e singularidades de cada processo.
Maria Ligia contrapõe para defende-se das habituais acusações da elite ideológica, particular,
factual, nacionalista, assim a história política passou por uma reformulação indicando novos
caminhos de investigação. Em sua analise ela evita o risco do “reducionismo lingüístico ou
discursivo” que no limite chegando a delinear a natureza ficcional da narrativa histórica.
Maria Ligia na construção de seu trabalho historiográfico fica atenta aos riscos, quando se
referi aos positivistas e liberais, refletindo na compreensão e na deformação das ideias
motrizes. O caminho trilhado por Ligia é o de traçar á produção ideológica do contexto
sociopolítico, um exercício analítico muito agudo e perspicaz, no qual a autora desenha as
cumplicidades entre natureza, política e história; uma pintura, biografia que destaca as ideias
e os horizontes do pensamento, sem perder de vista a atualidade e algumas
problemáticas; situando as ideias em um tabuleiro do poder, forma a qual conseguiu
diferenciar os comportamentos das ações de uma sociedade essencialista.
CONCLUSÃO
Portanto podemos perceber que o livro América Latina no século XIX, faz uma
representação pictórica, dos discursos políticos, dos projetos de universidade, das
“relatividades vividas”; produto de uma sociedade que são vetores da sua própria transformação
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do mesmo modo que as ações políticas a elas se relacionam. No caso da discussão dos
projetos nacionais, e que mais ou menos aceitos pelos historiadores brasileiros no que se
refere á América Hispânica; Maria Ligia vai mais longe e evidência que os pontos e
contato entre América Hispânica e a história do Brasil são profundos e complexos, nós
proporcionando um vasto campo de pesquisa os quais necessita cada vez mais de
ampliação, assim fica claro que as metodologias comparativista tornaram-se referencial
teórico da nova história.