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AMÉRICA LATINA NO

SÉCULO XIX TRAMAS,


TELAS E TEXTOS

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PRADO, M. Ligia Coelho: Tramas, Telas e Textos/ Maria Ligia Coelho Prado. – São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração,
1999.

BIOGRAFIA DA AUTORA

Maria Ligia Coelho Prado


Graduada em História pela Universidade de São Paulo (1971), defendeu Mestrado em
História Social pela Universidade de São Paulo (1974) e seu doutoramento em História
Social pela Universidade de São Paulo (1982). Atualmente é professora Titular em História
da América Independente pela Universidade de São Paulo. É especialista em História da
América Latina, trabalhando na intercessão dos campos da História Política, História da
Cultura e História das Idéias. É coordenadora do Projeto Temático/FAPESP: Cultura e
Política nas Américas: Circulação de Idéias e Configuração de Identidades

INTRODUÇÃO

Tenho como objetivo analisar, comparar e compreender os temas da história da América


Latina, no século XIX, abrangendo um vasto campo da história da cultura e das ideias

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políticas. Um estudo que contribuiu para o entendimento das temáticas centradas na
importância da participação política e democrática de vários grupos, do papel dos
intelectuais e a situação da mulher na construção das identidades nacionais. Podemos percebe
que o movimento de independência teve grande importância capitalista, considerado o
movimento de fundação da pátria, mas transparece a exclusão das mulheres, na Venezuela,
Bolívia, México, Cuba e Brasil; os heróis se destacam entre as figuras masculinas; Maria
Ligia Prado nos mostrar, que não só os homens, que poderia destacar como personagens
principais; pois enumeras obras de autores menos valorizados, encontra-se biografia de
heroínas; tornando possível descobrir muita coisa, sobre a participação das mulheres, na luta
pela independência, surgindo um novo campo de estudo, que aplicou mudanças
extraordinárias na maneira de abordar os temas históricos.

DESENVOLVIMENTO E COMENTÁRIOS

Ficando visível a participação política das mulheres nas lutas pela independência, em
diversas regiões da América Latina sendo algo muito significativo; o qual contradiz os
discursos de vários biógrafos que tinha por objetivo apagar a memória das mulheres
militantes e rebeldes. Maria Ligia, no entanto faz uma abordagem total, para interpretar as
sociedades latino-americanas do século XIX, especialmente no que se refere à produção e
ideias e do imaginário político.
A autora nós propõe sete ensaios da história das ideias políticas e das representações e do
imaginário social, tecendo trama menos visíveis e mais sutis, Ligia revisa alguns
problemas clássicos a historiografia do século XIX, mostrando as emblemáticas
questões sobre a independência, dando ênfase na participação das mulheres no processo
revolucionário, apresentando tal processo pelo reverso da tela e mostrando os
mecanismos de ocultamento da “feminização” desta participação contestatória e rebelde. A
oposição de Ligia realiza uma recuperação e a reconstrução do papel político das mulheres, pois
a imagens das mulheres era escrita por homens, que desvela um imaginário de nação no
qual a família é a metáfora e a mulher corresponde a moral católica de “mãe e esposa” a
ordem privada e não a pública, uma síntese a valores tradicionais, precisamente num
movimento que recusa esta ordem, pois a vocação é pretensamente secularizadora na

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ordem política.
Outro ponto abordado pelo processo de independência é a relação entre a igreja e o
processo de ruptura com o papel do clero revolucionário associados aos movimentos das
classes subalternas. É interessante observar a reflexão aguda de Maria Ligia acerca das
tensões entres os novos e velhos princípios de legitimidade política no interior do clero, em
meio às ideologias diversas, de um contexto sóciopolítico.
Podemos ver a construção do estudo das nações, das identidades, do poder, do papel da
Igreja, da ciência e do positivismo, com um objetivo de criar a instituição universitária,
sendo analisado e compreendido pela autora, que faz um paralelo entre três paises: Brasil,
México e Chile. A autora nos propõe uma abordagem sugestiva e investigadora do ponto
de vista da disciplina e da metodologia. A maior parte de seu trabalho é comparativo e
estratégico o qual lança luz sobre traços comuns das sociedades e da política latino-
americana, dando destaque nas especificidades e singularidades de cada processo.
Maria Ligia contrapõe para defende-se das habituais acusações da elite ideológica, particular,
factual, nacionalista, assim a história política passou por uma reformulação indicando novos
caminhos de investigação. Em sua analise ela evita o risco do “reducionismo lingüístico ou
discursivo” que no limite chegando a delinear a natureza ficcional da narrativa histórica.
Maria Ligia na construção de seu trabalho historiográfico fica atenta aos riscos, quando se
referi aos positivistas e liberais, refletindo na compreensão e na deformação das ideias
motrizes. O caminho trilhado por Ligia é o de traçar á produção ideológica do contexto
sociopolítico, um exercício analítico muito agudo e perspicaz, no qual a autora desenha as
cumplicidades entre natureza, política e história; uma pintura, biografia que destaca as ideias
e os horizontes do pensamento, sem perder de vista a atualidade e algumas
problemáticas; situando as ideias em um tabuleiro do poder, forma a qual conseguiu
diferenciar os comportamentos das ações de uma sociedade essencialista.

CONCLUSÃO

Portanto podemos perceber que o livro América Latina no século XIX, faz uma
representação pictórica, dos discursos políticos, dos projetos de universidade, das
“relatividades vividas”; produto de uma sociedade que são vetores da sua própria transformação

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do mesmo modo que as ações políticas a elas se relacionam. No caso da discussão dos
projetos nacionais, e que mais ou menos aceitos pelos historiadores brasileiros no que se
refere á América Hispânica; Maria Ligia vai mais longe e evidência que os pontos e
contato entre América Hispânica e a história do Brasil são profundos e complexos, nós
proporcionando um vasto campo de pesquisa os quais necessita cada vez mais de
ampliação, assim fica claro que as metodologias comparativista tornaram-se referencial
teórico da nova história.

Obra original disponível em:


http://www.overmundo.com.br/banco/america-latina-no-seculo-xix-tramas-telas-e-textos

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