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em 31/01/2016 na REDUC
24/11/2016
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Superintendência de Refino, Processamento de Gás Natural e Produção de Biocombustíveis
Diretores
José Gutman
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AGRADECIMENTO
DEDICATÓRIA
iii
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CONTEÚDO
CONTEÚDO .............................................................................................................................. IV
iv
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6 RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................... 53
7 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 61
8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 62
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ACRÔNIMOS E ABREVIAÇÕES
BV Boca de Visita
GG Gerente Geral
IE Inspeção de Equipamentos
IN Instrução Normativa
ME Medição de Espessura
OS Ordem de Serviço
PG Prática de Gestão
PH Profissional Habilitado
PT Permissão de Trabalho
vi
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TI Técnico(s) de Inspeção
TO Técnico(s) de Operação
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LISTA DE FIGURAS
Figura 3 – Falha no teto do tanque 7510 que levou à queda do técnico de operação.
Regiões ao redor da falha evidenciando o processo de corrosão por pites [5] de forma
generalizada na chapa de aço....................................................................................... 12
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LISTA DE TABELAS
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1 SUMÁRIO EXECUTIVO
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2008 para utilização de uma tecnologia de aplicação de inibidor de corrosão nos tanques
7509 e 7510, após testes realizados em tanque de armazenamento de gasóleo e concluir
pela eficiência da técnica, pois houve redução das taxas de corrosão nesse
equipamento. Entretanto, ao longo do contrato de cinco anos com a empresa detentora
da patente da tecnologia, houve falhas de cumprimento de prestação de serviço por parte
da terceirizada. O produto inibidor não foi aplicado no tanque 7509 e esse apresentou
menor taxa de corrosão que o tanque 7510 em medições de espessura realizadas em
2013, o que demonstra a ineficiência da tecnologia nesse caso específico. Como optou-
se pela aplicação do inibidor de corrosão, a superfície interna do teto do tanque não foi
protegida com pintura anticorrosiva. Nenhuma atitude corretiva foi realizada pela
Petrobras para conter a evolução da corrosão no tanque, nem sequer o bloqueio de
acesso ao teto foi determinado, evidenciando falhas relacionadas à gestão de mudança.
2 EVENTO DE ACIDENTE
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3 INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE
Até às 18h do dia 01/02 não tinham sido enviadas as informações solicitadas
pela ANP, tendo sido decidida uma fiscalização no local do acidente para o dia seguinte
na refinaria a fim de obter informações mais precisas sobre o que de fato havia ocorrido.
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descrito que o técnico de operação tinha desaparecido por volta das 21h30min do dia
31/01 na área de tanques da unidade 1750, que haviam encontrado o carro que o
empregado utilizava próximo ao tanque 7512 e que sua camisa e crachá haviam sido
encontrados no topo da escada desse equipamento. Segundo informações da equipe da
REDUC, o técnico de operação estaria em execução de tarefa de medição de
temperatura e volume para aferição dos radares dos tanques TQ 7506, 7507 e 7508.
Alguns técnicos de operação da TE/ML do turno procuraram pelo empregado
desaparecido em toda área de tanques da unidade 1750, tendo sido encontrada uma
falha no teto do tanque 7510 por volta das 23h30min, nesse momento, foram iniciados
procedimentos de esgotamento do tanque. Entretanto, a equipe da REDUC informou à
ANP que ainda não havia sido homologada a Comissão de Investigação de Acidente
prevista no padrão PG-1AT-00070 [2], porque não haviam encontrado o empregado, mas
a expectativa era de que o esgotamento do tanque terminasse até o fim do dia (meia
noite).
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Boca de Visita
Em 18 de fevereiro de 2016, a ANP decidiu, com base no art. 5º e seu inciso III
da Lei 9.847/1999, pela interdição cautelar dos tanques TQ-7510 e TQ-7509, que
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ANP, Petrobras
Continuação de
e empresa
entrevistas com
Auxílio
11/02/2016 REDUC testemunhas: técnico de
Assessoria e
operação e diretor da
Serviços
subcontratada.
Técnicos LTDA.
Entrevista com a
Escritório ANP e empresa empresa subcontratada
12/02/2016
central da ANP Auxílio para serviço de inspeção
no tanque.
Verificação do sistema
Sede da ANP e
19/02/2016 ACET de gerenciamento
Petrobras Petrobras
de inspeção.
Escritório ANP e Oitivas de testemunhas
01/03/2016
central da ANP Petrobras da Inspeção da REDUC.
Oitivas de testemunhas
Escritório ANP e
02/03/2016 Técnicos de Operação
central da ANP Petrobras
da TE/ML.
Escritório ANP e empresa Oitivas de testemunhas
04/03/2016
central da ANP Auxílio. da empresa Auxílio.
Reunião sobre
ANP e
Escritório denúncias do acidente
07/03/2016 SINDIPETRO
central da ANP pelo SINDIPETRO
Caxias
Caxias.
Reunião sobre o inibidor
Escritório ANP e de Corrosão ZERUST
08/03/2016
central da ANP Petrobras aplicado no teto do TQ-
7510.
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7506, TQ-7507 e TQ-7508 da unidade 1750 (Parque Sul). Não tendo sucesso na
comunicação, um dos TO iniciou processo de busca para tentar encontrá-lo entre os
tanques dessa unidade [3] [4]. Cerca de 22h30min, o TO encontrou o carro utilizado pelo
técnico desaparecido em uma rua de acesso à unidade (Figura 2), próximo ao tanque
7512, avisando aos colegas pelo rádio. Após realizar buscas pelo teto dos tanques 7506,
7507 e 7508, não passando pelo tanque 7509 por receio, decidiu subir no TQ-7512,
encontrando a camisa e o crachá do TO desaparecido no teto deste tanque, próximo ao
topo da escada de acesso, comunicando ao supervisor de turno pelo rádio que estava
com receio de continuar adiante, pois não sabia o que poderia ter acontecido com o
colega desaparecido. A equipe de vigilância foi acionada para auxiliar nas buscas. Nesse
momento, outros TO também iniciaram tentativa de encontrá-lo no parque de tanques
da unidade 1750. As buscas, dificultadas pela iluminação precária [3] [4], continuaram
nos tanques e pelas bacias de contenção durante cerca de 1 hora. O turno foi trocado
às 23:00h, entrando novo supervisor. Por volta das 23:30h, um dos TO avisou pelo rádio
ao supervisor que iria subir no TQ-7512 e demais tanques interligados. Imediatamente,
após atravessar os tetos dos tanques 7512 e 7511, ao chegar à passarela de interligação
entre os tanques 7511 e 7510, avistou uma falha no teto do TQ-7510 com presença de
marca de óleo por cima (Figura 3), afirmando imediatamente ao supervisor de turno pelo
rádio [3] [4] que o colega teria caído no tanque, pois o óleo em cima da chapa do teto
tinha formato de mãos resultantes de possível tentativa do TO de se salvar. Outros
colegas de turno entraram em contato pelo rádio para saber mais informações. Outros
técnicos de operação também avistaram a falha no tanque. Em sequência, iniciaram-se
procedimentos de esgotamento do tanque 7510 através de gravitação para o tanque
7509 para tentar encontrar o TO vitimado. Todos os trabalhos seguintes objetivaram
aumentar a vazão de esgotamento do tanque. A equipe de enfermagem foi acionada
para monitorar as condições de saúde da equipe de turno da unidade 1750 [4].
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Figura 2 – Vista superior da unidade 1750 mostrando a configuração dos tanques e o local
da queda do Técnico de Operação vitimado no acidente. O tanque 7505 estava em
manutenção, sem teto, impossibilitando a passagem para os demais tanques. Apenas alguns
tanques possuem escadas helicoidais de acesso.
Figura 3 – Falha no teto do tanque 7510 que levou à queda do técnico de operação. Regiões
ao redor da falha evidenciando o processo de corrosão por pites [5] de forma generalizada
na chapa de aço.
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4 ANÁLISE DE CAUSAS-RAIZ
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emissão do engenheiro de inspeção (PH), deve ser criada uma matriz de risco de acordo
com o anexo A do padrão PE-4AD-00113-P [29]. A análise de risco da nota ZR [8]
estimou a consequência de falha do tanque como Pouco Grave (D) e a probabilidade
de falha como Provável (2), classificando o risco como C (médio), que determina um
prazo máximo de 360 dias para execução do serviço de manutenção prevista. Essa
matriz de risco não considera os riscos das atividades executadas por técnicos de
operação da TE/ML nos tanques, servindo meramente para estipular o grau de prioridade
na execução da manutenção prevista na nota ZR. Não houve qualquer evidência de
análise de risco de acesso ao teto do tanque na matriz de risco gerada pela nota
ZR, e consequente recomendação de interdição de acesso.
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Por tais evidências, a empresa descumpriu o requisito 11.2 do SGSO (Figura 6),
que determina que o agente regulado é responsável pela identificação dos riscos de
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Após o ingresso das suas ações para negociação na bolsa de valores de Nova
Iorque, a Petrobras teve que atender as exigências da Lei Sarbanes-Oxley (SOX), que
estabelece regras de controle do ativo da empresa de forma a evitar erros de balanço
patrimonial e/ou fraudes nos relatórios demonstrativos [34]. Foi evidenciado nas oitivas
realizadas na ANP com os TO da área de TE/ML [3], assim como nas gravações de rádio
da noite do acidente (31/01/2016) [4], que o TO vitimado se direcionou à área da unidade
1750 (Parque Sul) da REDUC no intuito de realizar medição de nível e temperatura de
óleo desasfaltado nos tanques TQ-7506, 7507 e 7508. Posteriormente ao esgotamento
completo do TQ-7510, foram encontrados uma trena e dois termômetros, equipamentos
utilizados na execução dessas medições [34], corroborando com relato dos TO nas
oitivas, informação também constante no Relatório Detalhado de Investigação da
Petrobras enviado à ANP [11]. Esses valores de nível e temperatura obtidos de forma
manual são utilizados para cálculo de volume nos tanques e posterior comparação com
valores obtidos com medição automática (radar), procedimento executado em
cumprimento da supracitada lei. Para executar tal trabalho, a designação dos tanques a
serem medidos pelos TO é realizada em processo de acordo informal entre eles. A única
documentação que registra essa divisão é a planilha com os valores medidos. O TO
vitimado pertencia ao Grupo C de turno e, no dia do acidente, ficou encarregando das
medições nos tanques 7506, 7507 e 7508, conforme foi relatado pelos TO presentes nas
oitivas da ANP [3] e comprovado na planilha de controle de aferição dos instrumentos
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Para acessar ao teto dos tanques na unidade 1750 sem escada helicoidal, existe
interligação por passarela entre tanques com e sem escada. Desta forma, os tetos dos
tanques são utilizados como passagem, projetados para suportar uma sobrecarga de
100 kgf/cm2 além do peso próprio das chapas de aço, conforme norma de projeto API-
650 [36] da norma Petrobras N-270 [37].
Um dos TO da TE/ML afirmou em sua oitiva que: Errou várias vezes o tanque
destino do serviço a ser realizado; que isso não é raro entre os técnicos de operação;
que todo operador se engana com o tanque (sic) [3]. Há de se destacar que o serviço
estava sendo executado à noite com iluminação precária,
quando uma desorientação do trabalhador fica ainda mais provável, potencializando
riscos de acidentes. Desta forma, durante o processo de investigação pela ANP, o que
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ficou evidenciado nas oitivas, testemunhado pela ANP também nas entrevistas
realizadas pela comissão de investigação da Petrobras com os técnicos e supervisores
de turno [38], é que não havia qualquer procedimento documentado de acesso aos
tanques, nem sequer uma configuração dos tanques da 1750 disponível na CCL
com indicação daqueles que possuem escada. O padrão referente à medição
manual em tanques de lubrificantes [34] aborda apenas a execução do trabalho,
não se reportando a nenhuma verificação prévia de melhor acesso aos tetos dos
tanques. O PBO de Transferência e Estocagem também não aborda nenhuma
verificação prévia de rotas de acesso à área de tanques que não tenham escada
de acesso de forma a mitigar riscos de acidentes [32].
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Tabela 3 - Resultados da inspeção do teto do tanque TQ-7510 realizada em 2013 [19] [49] [52].
Espessura Espessura Espessura Taxa de Vida útil Vida até
Ponto de
nominal mínima medida corrosão residual a falha
medição
(mm) (mm) (mm) (mm/ano) (anos) (anos)
1 2,0 0,71 -0,7 2,8
2 3,4 0,36 2,5 9,5
3 3,3 0,38 2,1 8,6
4 3,2 0,41 1,7 7,8
5 3,2 0,41 1,7 7,8
6 3,0 0,46 1,1 6,5
7 2,1 0,69 -0,6 3,0
8 2,4 0,61 -0,2 3,9
9 4,8 2,5 2,4 0,61 -0,2 3,9
10 2,6 0,56 0,2 4,6
11 2,6 0,56 0,2 4,6
12 2,6 0,56 0,2 4,6
13 1,9 0,74 -0,8 2,6
14 2,5 0,59 0,0 4,3
15 2,3 0,64 -0,3 3,6
16 3,0 0,46 1,1 6,5
17 2,5 0,59 0,0 4,3
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653 [48], da N-2318 [28] e do indicado nos procedimentos corporativos [10], estima
a vida residual do equipamento até a falha, ou seja, até a espessura de valor nulo,
e não até a espessura mínima de segurança, como indicado nas normas citadas e
programado no sistema ACET [28] [43] [48]. Estes dados estão reproduzidos na última
coluna da Tabela 3. Mesmo assim, o menor valor de vida útil residual obtida foi de 2,6
anos, o que indica um prazo de inspeção muito inferior ao definido (menor que 8 meses,
conforme critério da N-2318 [28]).
(a) Indicações visuais de alerta de baixa (b) Campos desabilitados para exibição no
espessura normativa. relatório.
Figura 11 - Telas do ACET indicando os alertas de baixa espessura e a desabilitação
manual [43].
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Dispositivos Zerust
Dispositivos Zerust
Corrosão
Corrosão
(a) (b)
Figura 13 - Corrosão interna avançada aflorando à superfície externa do teto do TQ-7510.
Conjunto de dispersores de produto anticorrosivo instalados em 2009 com vistas a conter a
evolução da corrosão.
A verdade é que não somente o tanque 7510, mas também o 7509 apresentava
histórico de problemas de corrosão que estava levando a Petrobras/REDUC a trocar os
tetos desses equipamentos a cada 5/7 anos, o que gerava altos custos de manutenção
[14] [15] [21]. Por esta razão, em 2008 a REDUC abriu uma nota de Gestão de Mudanças
com a intenção de instalar um sistema de proteção anticorrosiva no teto desses dois
tanques. Desta maneira, se o sistema fosse eficiente, segundo item 7 do documento de
Gestão de Mudança [14] e item 1 do SEP [15], haveria redução dos custos de
manutenção pela redução das trocas de tetos. A mudança foi classificada como
Permanente [14].
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de gasóleo (TQ-124) para aplicação do inibidor de corrosão e outro tanque similar (TQ-
121) como referência (sem inibidor). Analisando as taxas de corrosão no período de maio
de 2005 a abril de 2006 nos dois tanques, a empresa relatou que o tanque sem inibidor
apresentou uma taxa de 0,70mm/ano e o tanque com aplicação do inibidor uma taxa de
0,12 mm (uma redução de taxa de corrosão acima de 80%). A Petrobras/REDUC
concluiu que o período de troca de tetos de tanques com essa prevenção anticorrosiva
passaria a ser entre 20 e 25 anos. Na concepção da Petrobras/REDUC, os resultados
desse projeto eram suficientes para concluir pela eficiência dessa tecnologia.
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Ademais, a Petrobras relatou que o tanque 7509 apresentou uma taxa média de
corrosão entre 2009 e 2013 de 0,55mm/ano, enquanto o tanque 7510 uma taxa média
de 0,72mm/ano. Destaca-se que não houve aplicação de inibidor de corrosão no 7509,
embora os dispositivos tivessem sido instalados também nesse tanque e houvesse
previsão de aplicação pelo documento de GM [14] [15]. Questionada pela ANP a respeito
do porquê da instalação dos dispositivos no TQ-7509 sem haver aplicação do inibidor,
não foi apresentada justificativa.
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estava crescendo ano a ano [21] e com as falhas de cumprimento de contrato pela
empresa Zerust S.A [16] [17] levaram a Petrobras/REDUC a identificar que haveria
risco de queda no tanque se corrosão estivesse chegando a níveis críticos na
chapa do teto do TQ-7510 devido à falhas de prevenção. Uma revisão constante
dos riscos ao longo do tempo teria determinado o bloqueio de acesso ao teto,
evitando assim a morte do TO. Esses fatos evidenciam descumprimento dos
subitens 6.1.4 e 6.1.10 do padrão de GM da Petrobras [55].
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rapidamente, o acidente não teria acontecido. Associando-se a esse fator causal, houve
o descumprimento dos seguintes requisitos do SGSO (causas-raiz) (Figura 16):
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Foi relatado por dois TO ouvidos nas oitivas da ANP que a iluminação na área
de tanques da TE/ML não era ideal e que, para realizarem serviços noturnos, estavam
utilizando lanternas próprias sem certificação para áreas classificadas. Os TO
informaram que as lanternas da REDUC à prova de explosão estavam defeituosas e fora
de uso [3]. As gravações de rádio dos TO também comprovam a preocupação com a
iluminação deficiente no local do acidente nas buscas pela vítima [4].
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Como foi descrito no subitem 3.1 deste relatório, a ANP recebeu o Comunicado
do Acidente em atendimento à Resolução nº44/2009 por volta das 10:30h do dia
01/02/2016. A descrição do acidente assinada pela gerência de SMS da refinaria é
apresentada na Figura 17 a seguir. Na ausência de informações importantes no texto da
descrição, como a unidade da ocorrência e de trabalho do funcionário, informação
logicamente de conhecimento da Petrobras/REDUC no momento da comunicação, a
ANP acusou recebimento do comunicado e solicitou mais esclarecimentos via correio
eletrônico. Não obtendo resposta imediata, por volta das 14:00h do dia 01/02/2016, foi
realizado contato também telefônico pela equipe de segurança operacional da ANP/SRP
com a área de SMS da REDUC, que respondeu apenas que o funcionário era da área
de transferência e estocagem de lubrificantes, que estava desaparecido e que não
poderia, naquele momento, fornecer mais esclarecimentos. Porém, foi levantada a
hipótese de suicídio do TO nesse contato com a ANP, pois tinham encontrado um buraco
no teto do tanque 7510.
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Figura 118 - Resposta oficial da empresa durante o processo de investigação da ANP [39].
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6 RECOMENDAÇÕES
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Não utilização/atendimentos
CI05: Inobservância R13: Documentar a motivação para
de normas, padrões e boas
de Critério a utilização de técnicas de
práticas de engenharia /
Normativo. engenharia fora de padrão
[12.2.1]
normativo.
CI06: Ineficiência R14: Garantir que a prática de
Falha no gerenciamento de
do Inibidor de gerenciamento de mudanças seja
FC04: Falha de mudanças / [15.2]
Corrosão. efetivamente aplicada nas
prevenção.
instalações e equipamentos, de
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Falha na
conscientização R01: Garantir efetivamente que a força de trabalho esteja
dos funcionários ciente de todas as suas atribuições e responsabilidades com
quanto a suas a segurança operacional.
responsabilidades/
[1.3.3.1]
Não Utilização de EPI
Falha na
conscientização R02: Promover a conscientização dos funcionários quanto
dos funcionários aos perigos existentes nas instalações relacionados aos
quanto aos riscos trabalhos executados.
do trabalho /
[2.2.3]
Falha na
R03: Aprimorar o sistema de comunicação para força de
Comunicação
Comunicação entre Equipes trabalho, de forma a garantir a efetiva comunicação de
entre a força de
situações inseguras nas instalações.
trabalho / [1.4.2.1]
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7 CONCLUSÕES
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8 REFERÊNCIAS
[12] Petrobras - ACET Versão 5.0 – User Guide revisão 02 – Oceanerring (em
inglês).
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[25] Guideline for Investigating Chemical Process Incidentes. CCPS (Center for
Chemical Process Safety) (em inglês).
[27] Root Cause Analysis Handbook – A Guide to Efficient and Effective Incident
Investigation - 3ª Edição – ABS Consulting (em inglês).
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