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DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXIVEIS (DNER)

O método tem como base o trabalho "Design of Flexible Pavements Considering


Mixed Loads and Traffic Volume", da autoria de W.J. Turnbull, C.R. Foster e R.G.
Ahlvin, do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA e também conclusões
obtidas na Pista Experimental da AASHTO.
Relativamente aos materiais integrantes do pavimento, são adotados
coeficientes de equivalência estrutural tomando por base os resultados obtidos
nas pistas experimentais da AASHTO, com modificações julgadas oportunas.
A capacidade de suporte do subleito e dos materiais constituintes dos
pavimentos é feita pelo CBR. O pavimento é dimensionado em função do número
equivalente (N) de operações de um eixo tomado como padrão, durante o
período de projeto escolhido.
O método apresenta fatores de equivalência de operação entre eixos simples e
em "tandem", com diferentes cargas e o eixo simples padrão com carga de 82
kN. Para a determinação do N de projeto, faz-se ainda consideração acerca de
um fator de eixos e de um fator de carga, cuja função é homogeneizar a
composição do tráfego.
É ainda prevista a consideração de um fator climático regional, que leva em conta
as variações de umidade dos materiais do pavimento ao longo das diversas
estações do ano (o que se traduz em variações da capacidade de suporte dos
materiais).

Coeficiente de equivalência Estrutural

Coeficiente de equivalência estrutural de um material é um índice que indica


uma relação empírica entre o número estrutural (SN) e a espessura da própria
camada, sendo uma media da capacidade relativa do material para atuar como
componente estrutural de dado pavimento, dissipando pressões sobre as
camadas inferiores, Balbo (2007). A AASHTO apresenta diversas formas de se
obter o valor do coeficiente estrutural, em geral por meio de correlações com
outras propriedades mecânicas dos materiais (CBR, módulo de resiliência,
etc.).

Estão apresentados na tabela 03, os coeficientes estruturais dos materiais


normalmente empregados como camada de pavimento.

Tabela 03 – Coeficiente de equivalência estrutural dos


materiais
Coeficiente de Equivalência Estrutural dos Materiais
Tipo de Material Coeficiente Estrutural (K)
Base ou revestimento de concreto asfáltico 2,0
Base ou revestimento pré-misturado a quente de 1,7
graduação densa
Base ou revestimento pré-misturado a frio de graduação 1,4
densa
Base ou revestimento asfáltico por penetração 1,2
Base Granulares 1,0
Sub-base granulares 0,77 (1,00)
Reforço do subleito 0,71 (1,00)
Solo-cimento com resistência aos 7 dias superior a 4,5MPa 1,7
(compressão)
Solo-cimento com resistência aos 7 dias entre 2,8 a 1,4
4,5MPa (compressão)
Solo-cimento com resistência aos 7 dias entre 2,1 a 1,2
4,5MPa (compressão)
Bases de solo-cal 1,2

Os coeficientes estruturais são designados, genericamente por:


Revestimento KR
Base KB
Sub-base KS
Reforço KRef

A espessura da camada de revestimento asfáltico é por sua vez um dos pontos


Espessuras Mínimas de Revestimentos Asfálticos
N (repetições) do ESRD
Tipo de Revestimento Espessura (mm)
de 80 kN
≤ 106 Tratamentos superficiais 15 a 30
10 < N ≤ 5 x 10
6 6 CA, PMQ, PMF 50
5 x10 < N ≤ 10
6 7 Concreto asfáltico 75
107 < N ≤ 5 x 107 Concreto asfáltico 100
N ≥ 5 x 107 Concreto asfáltico 125
ainda em aberto na engenharia rodoviária, quer se trate de proteger a camada
de base dos esforços impostos pelo tráfego, quer se trate de evitar a ruptura do
próprio revestimento por esforços repetidos de tração na flexão. As espessuras
apresentadas na tabela 04 a seguir recomendadas, visam, especialmente, as
bases de comportamento puramente granular e são ditadas pelo que se tem
podido observar.
Tabela 04 – Espessuras de revestimento
No caso da adoção de tratamentos superficiais, as bases granulares devem
possuir coesão, pelo menos aparente, seja devido a capilaridade ou a
entrosamento de partículas.

Determinação das Espessuras das Camadas

O gráfico 03 dá a espessura total do pavimento, em função de N e do CBR; a


espessura fornecida por esse gráfico é em termos de material com K = 1,00,
isto é, em termos de base granular. Entrando-se em abscissas, com o valor de
N, procede-se verticalmente até encontrar a reta representativa da capacidade
de suporte – CBR em causa e, procedendo-se horizontalmente, então,
encontra-se, em ordenadas a espessura total do pavimento.

Gráfico 03 - Ábaco para Dimensionamento de Pavimentos Flexíveis-


DNER (1981).

Supõe-se, sempre, que há uma drenagem superficial adequada e que o lençol


freático foi rebaixado a, pelo menos, 1,50m em relação do greide de
regularização.

É apresentado na figura 01 a simbologia utilizada no dimensionamento do


pavimento, onde:
R Revestimento Asfáltico
H20 Base - CBR ≥ 60%
B
Hn Sub-base - CBR=20%
h20
Hm Reforço do subleito - CBR=n%
hn
Subleito - CBR = m%
Figura 01 – simbologia das camadas

• Hm = espessura total do pavimento necessária para proteger um material


com CBR = m%
CBR = m%Pelo ábaco = Hm
Tráfego = N
• Hn = espessura necessária acima do reforço, ou seja, a espessura da
sub-base + base + revestimento, para materiais com K = 1,00.

Sub-base c/ CBR = 20% Pelo ábaco = H20


Tráfego = N

Mesmo que o CBR da sub-base seja superior a 20%, a espessura de pavimento


necessário para protegê-la é determinada como se este valor fosse 20% e, por
essa razão, usamos sempre, os símbolos H20 e h20 para designar as
espessuras de pavimento sobre a sub-base e da sub-base respectivamente.

Os símbolos B e R, são respectivamente as espessuras da base e do


revestimento.

Uma vez determinadas as espessuras Hm, Hn e H20 pelo gráfico 03 e a


espessura de R pela tabela 04, as espessuras da base (B), sub-base (h20) e
reforço do subleito são obtidas pela resolução sucessiva das seguintes
inequações:

RKR + BKB ≥ H20


RKR + BKB + h20 KS ≥ Hn
RKR + BKB + h20 KS + hn KRef ≥ Hn

Onde: RKR = espessura do revestimento vezes o coeficiente estrutural do


revestimento
BKB = espessura da base vezes o coeficiente estrutural do material da
base
H20 = espessura total da base + revestimento h20*KS = espessura da
sub-base vezes o coeficiente estrutural do material da sub-base
hn KRef = espessura do reforço do subleito vezes o coeficiente
estrutural do material do subleito
Hn = espessura do revestimento + base + sub-
base
Quando o CBR da sub-base for maior ou igual a 40% e para N ≤ 10 6, admite-
se substituir na inequação (1), H20, por 0,8 * H20. Para N > 107, recomenda-se
substituir, na inequação (1), H20 por 1,2 * H20.
CÁLCULO DA ESPESSURA DO PAVIMENTO

REVESTIMENTO
De acordo com o número N determinado a espessura mínima de revestimento
será de 12,5 cm pois seu valor foi superior 5 x 107 .

H20
De acordo com o gráfico da Espessura total do pavimento o valor será 30 cm.

Hn
De acordo com o gráfico da Espessura total do pavimento o valor será 49 cm.

Hm
De acordo com o gráfico da Espessura total do pavimento o valor será 64 cm.

BASE
12,5 . 2 + B.1 30
B  5 Cm
B = 15 Cm
Para espessura da base adota-se 15 Cm.

SUB BASE
R KR + B KB + h20 KS Hn
12,5 . 2 + 15 . 1 + h20. 1 49
h20 9
h20 = 15 Cm
Para espessura da sub base adota-se 15 Cm.

REFORÇO
R KR + B KB + h20 KS + hn KRef  Hm
12,5 . 2 + 15 . 1 + 15. 1 + hn 1  64
hn9
hn = 15 Cm
Para espessura do reforço adota-se 15 Cm.

ESPESSURA TOTAL DO REVESTIMENTO


12,5 + 15 + 15 + 15= 57,5 Cm
SEÇÃO TIPO

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