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Manual Básico de Mídia 1
2 Manual Básico de Mídia
2015
Índice_
01. Amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
02. Público-alvo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
03. Audiência de TV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
04. GRP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
07. Segmentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
10. Eficácia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Não é necessário comer um pacote inteiro de biscoitos para saber se são bons ou não. Basta
experimentar um. Se for uma lata de biscoitos sortidos, talvez seja melhor experimentar mais de
um para ter certeza de que todos são bons. O pouco experimentado permite formular conclusões
a respeito de todo o resto. É prático, lógico e econômico. E esse é o princípio das pesquisas de
audiência.
Universo
“Universo de uma pesquisa é o conjunto de pessoas sobre as
quais é preciso descobrir algo.”
No Brasil, o universo é de mais de 200 milhões de habitantes (pessoas que residem em domicílios
e possuem televisão). Perguntar diariamente a 200 milhões de brasileiros o que assistiram na TV
no decorrer do dia seria praticamente impossível, além de muito caro e trabalhoso. Por isso as
empresas que fazem pesquisa trabalham com amostras de pessoas. Escolhem, em cada cidade,
um grupo especialmente definido para representar toda a população local que está sendo
estudada. Sabendo o que faz um grupo, descobre-se o que faz todo mundo.
AMOSTRA UNIVERSO
A B
Hoje a maioria dos mercados dispõe de pesquisas de audiência que oferecem informações
detalhadas sobre quem está assistindo a cada programa. Para otimizar o resultado de seu esforço
de comunicação, o anunciante precisa alcançar o maior número possível de consumidores em
potencial. A escolha do público-alvo deve preceder o início de qualquer campanha. A partir
dessa definição, são feitas as escolhas dos meios e veículos de comunicação mais adequados
para transmitir uma mensagem. Assim o anunciante terá condições de programar sua veiculação
de forma a aproveitar melhor seu investimento.
PÚBLICO-ALVO
É uma parcela do público total.
É o público potencialmente
consumidor.
$
Esses três fatores são essenciais para escolher
um programa adequado e atingir o público-alvo.
Audiência domiciliar
É a audiência com base nos domicílios e nas pessoas. Nesse exemplo, vamos calcular a
audiência domiciliar: nosso universo é o total de domicílios (cinco casas). No momento da
pesquisa, as casas 1 e 2 estão ligadas na emissora B. Não importa que a casa 1 tenha três
televisores, dois sintonizados na emissora A e um na B. Importa é que pelo menos um deles
está sintonizado na emissora B naquele momento. Assim, são duas casas de um total de
cinco, ou seja, 40% das casas sintonizadas na emissora B. Portanto, a audiência domiciliar,
isto é, com base nos domicílios, para a emissora B é de 40 pontos.
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3
5 CASAS
As casas 1 e 4 têm televisores sintonizados na emissora A. São dois domicílios em cinco, ou seja,
40 pontos. Embora o número maior de televisores esteja sintonizado na emissora A e, portanto,
registrando uma audiência maior para essa emissora com base em televisores, as emissoras A e
B têm a mesma audiência quando a base são os domicílios, pois elas estão presentes no mesmo
número de domicílios.
A casa 5 é a única que tem aparelhos sintonizados na emissora C. Um domicílio em cinco resulta
em uma audiência de 20 pontos.
Como se considera que cada indivíduo não pode assistir a mais de uma emissora ao mesmo
tempo, a soma das audiências das emissoras A, B e C com o número de desligados totaliza 100%.
O que os profissionais de mídia fazem quando vão escolher os melhores programas para
anunciar é considerar a audiência de cada programa junto ao universo de potenciais
consumidores de seus produtos. Esses consumidores são normalmente descritos de forma
sociodemográfica e são, em geral, chamados de público-alvo ou target.
100%
21% 29% 14% 36%
14 PESSOAS
Por exemplo: um comercial é veiculado durante uma semana, três vezes em uma novela com
60 pontos de audiência e duas vezes em um telejornal com 55 pontos de audiência. Para calcular
a quantidade ou “volume” de GRP dessa programação, basta somar as audiências de todas as
inserções: temos três inserções na novela com 60 pontos de audiência, que representam 180
GRP, mais duas inserções no telejornal com 55 pontos de audiência, que significam 110 GRP. No
total, temos 290 GRP.
Duas programações com o mesmo volume de GRP podem não representar o mesmo resultado
para o anunciante. É possível perceber isso ao analisar um exemplo bastante simples:
Lembre-se: use esse conceito para encontrar alternativas de veiculação que levem em conta a
“quantidade” de comunicação que você está comprando.
Programas de grande audiência, como o Jornal Nacional ou a novela das 21 horas, alcançam muitas pes-
soas de uma só vez. Programas mais dirigidos atingem aquele público mais segmentado. Existem técnicas
que orientam a escolha dos programas e do número de inserções que devem ser feitas em cada um, de
forma que o anunciante consiga alcançar a quantidade de pessoas escolhidas tantas vezes quanto for
necessário. Isso é muito importante, pois só quem viu o comercial um número de vezes suficientes para
entendê-lo tem a chance de se sentir motivado para comprar o produto.
Frequência é o número de vezes que cada pessoa teve a oportunidade de ver o comercial. A frequência
está associada ao público-alvo.
Alcance é o número total de pessoas diferentes atingidas com o conjunto de veiculações do comercial.
É uma característica desse conjunto de inserções, isto é, da programação de mídia.
O número de pessoas alcançadas por diversas exibições de um programa (um patrocínio, por exemplo) é
sempre maior que sua audiência média. Isso porque a cada nova inserção no programa é alcançado um
grupo de pessoas, que já teve a oportunidade de ver a inserção nos programas anteriores, e mais algumas,
que não viram anteriormente as últimas exibições.
Frequência média
1ª 6 pessoas 40 pontos
inserção atingidas de audiência
2ª 1 pessoa 40 pontos
inserção atingida de audiência
3ª 1 pessoa 40 pontos
inserção atingida de audiência
A TV aberta atinge milhares de pessoas ao mesmo tempo. Nesta análise é necessário verificar o
tipo de pessoa que assiste a cada programa. Depois, descobrir quantas se interessam e podem
comprar determinado produto. O próximo passo é verificar quanto custa para anunciar em
cada programa; calcular quanto custa para atingir cada pessoa com o programa escolhido e
escolher comparando todos eles.
Confira o exemplo dos programas A e B. O primeiro atinge 10 mil pessoas e cobra R$ 1.000 por
comercial; o segundo cobra R$ 2.000 por um comercial e atinge 40 mil pessoas.
Programa A
R$ 1.000/10 mil
R$ 1.000/10 lotes
10 lotes = 10 mil pessoas R$ 100 / lote (mil pessoas)
Programa B
R$ 2.000/40 mil
R$ 2.000/40 lotes
40 lotes = 40 mil pessoas R$ 50 / lote (mil pessoas)
É claro que o programa B, apesar de ter um preço maior, não é o mais caro, pois é a melhor
escolha sob o ponto de vista da rentabilidade. O programa A teria que custar a metade do
preço para ter a mesma rentabilidade, e ainda assim estaria atingindo bem menos pessoas de
cada vez.
E como podemos saber quantas pessoas assistem a cada programa? E que tipo de pessoas
são? Quantos consumidores potenciais de um produto assistem a esse ou àquele programa?
É para isso que existem as pesquisas de audiência. E as emissoras de TV, bem como a maioria
das agências de propaganda, compram essas pesquisas para mostrar aos seus clientes a
eficiência dos programas. Nem sempre anunciar no programa de menor preço ou com maior
desconto é a escolha ideal. Comprar só pelo preço pode ser um mau negócio.
Ainda que seja possível saber exatamente quem pode estar interessado em um produto ou
serviço, nem sempre é fácil falar diretamente com cada uma dessas pessoas.
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?
Utilizar programas dirigidos para o público que deve ser atingido garante que a mensagem
chegue ao maior número possível de interessados pelo melhor custo. Não precisa ser o
programa de maior audiência. Basta que seja bom, que tenha afinidade com os consumidores
que precisam ser atingidos.
Eventualmente a solução mais rentável pode não ser a mais dirigida. Às vezes é mais
econômico falar com um grupo maior de pessoas, no qual os interessados estão incluídos,
do que somente com os interessados. É bom lembrar que aquelas pessoas que não
estão interessadas no produto ou serviço hoje, poderão estar interessadas amanhã ou
recomendando a seus amigos. Nada se desperdiça realmente.
Todo anunciante, por maior que seja, tem um limite para a sua capacidade de atendimento.
Se um anunciante tem capacidade para vender cem geladeiras por semana, o ideal é que a
propaganda lhe garanta cem clientes por semana. Aparecendo mil interessados ao mesmo
tempo, o anunciante não terá condições de atender de maneira adequada esse número de
pessoas. Esses interessados provavelmente procurarão outros concorrentes. Isto significa que
esse anunciante desperdiçou verba.
Demanda ideal
=
100 100
GELADEIRAS COMPRADORES
Para que isso não ocorra, o anunciante deve escolher um plano de veiculação compatível
com suas necessidades e capacidades. A palavra de ordem é não desperdiçar, usando
dinheiro de forma a garantir o melhor resultado pelo menor custo. Para o anunciante que
dispõe de um orçamento apertado, é mais interessante estar presente em programas
diurnos com uma frequência maior. Assim, estará garantindo que uma parcela significativa
da audiência, em geral compatível com sua capacidade de atendimento, realmente entenda
a sua mensagem e se interesse pelo seu negócio. A frequência, ou o número médio de
vezes que o consumidor assiste a um comercial, é fundamental para o entendimento, a
memorização e a motivação.
Mesmo os anunciantes maiores, com verbas que permitiriam garantir uma frequência
razoável em programa noturnos, quando orientados pelos especialistas em mídia,
procuram otimizar a verba dirigindo parte dela para a compra de espaços no horário diurno.
Proporcionalmente mais baratos, esses espaços lhes garantem uma frequência de exibição
maior por um custo final mais baixo.
Atacar o mais
importante 2
4 Buscar eficiência
e economia
Exemplificando: Se o anunciante veicula dez vezes o seu comercial, algumas pessoas irão ver
todas as vezes, algumas perderão duas ou três exibições, e outras poucas talvez nem o vejam.
O anunciante precisa procurar garantir que uma quantidade adequada de consumidores seja
exposta ao comercial o mínimo de vezes necessário para motivá-los.
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3
2
Para atingir o
telespectador (público-alvo),
são necessárias diversas
exposições do comercial.
E qual seria esse número de exposições para garantir a eficácia da comunicação? Os especialistas
em mídia de todo o mundo indicam que, de maneira geral, um comercial novo deve ser visto
pelo menos três vezes num espaço curto de tempo (de preferência em uma semana) para ser
devidamente assimilado. Depois disso, é recomendável que os anunciantes mantenham uma
veiculação regular durante todo o ano, para conservar a mensagem na lembrança e estar por
perto, conversando com o consumidor na hora da compra. É claro que a insistência não vai
resolver tudo sozinha. O anunciante precisa ter um bom produto, preço justo e boa distribuição.
E o comercial precisa ser informativo, convincente e motivador. Se tudo mais estiver de acordo, é
só veicular que a frequência fará o seu papel.
Um dos segredos de uma boa colheita é o modo de regar a plantação. Um comercial novo
é como uma muda recém-plantada, que precisa de um pouco mais de água. As promoções
são culturas de colheita rápida. São plantadas, regadas bastante e colhidas de uma só vez. A
programação de inserções de um comercial deve considerar os benefícios da concentração e
distribuição da veiculação.
COMERCIAIS
Alguns comerciais COMERCIAL Assim como uma
REGULARES são como a maioria NOVO planta nova, o
das frutas: precisam comercial novo
ser “regados” com precisa ser “regado”
regularidade. muitas vezes.
Já o negócio do anunciante é como um pomar. Precisa ser bem regado durante todo o ano,
um após o outro, para continuar dando frutos por muito tempo. A mente dos potenciais
consumidores é como um solo que precisamos manter úmido, mas que seca rapidamente ao
sol se nos esquecermos de regá-lo. Ainda fazendo analogias: as plantas precisam ser regadas
constantemente para que cresçam e garantam a produtividade. Mas isso deve ser feito com
cuidado; regar demais, além de desperdiçar água, pode ser prejudicial; pouca irrigação pode
deixar a planta morrer. Algumas plantações precisam de grandes quantidades de água,
concentradas em curtos espaços de tempo. São as culturas de colheita rápida. Outras precisam
ser regadas com regularidade, durante todo o ano.
Definir com exatidão a verba necessária para uma campanha publicitária é um desafio para os
melhores profissionais de marketing e comunicação. O anunciante deve prever o investimento
em propaganda ao compor o custo de seus produtos, já que ela faz parte dele e é levada
em consideração na hora da escolha pelo consumidor. Se perguntarmos como os principais
anunciantes definem suas verbas, vamos nos deparar com respostas diferentes, além de
incontáveis soluções originais.