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Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Antropologia

FCH 125: ANTROPOLOGIA II - Semestre 2017.2 - terças e quintas, 8.50-10.40

Professora Marina Guimarães Vieira


marinaguimaraesvieira@gmail.com
link para a pasta virtual de leituras:

https://www.dropbox.com/sh/x4jkx4yumk45uke/AAAfSKRw2bNtunBei6waKzuxa?dl=0

Ementa: Explora as relações elencadas nas teorias e investigações antropológicas entre


Natureza, Cultura e Sociedade, categorias cujos significados estão sempre em debate. A
antropologia questiona a rentabilidade das acepções comuns destas categorias, perguntando-se
sobre as ideias implícitas que as estruturam. O curso apresenta os modos em que a disciplina
tem explorado definições, delimitações, fronteiras e cortes entre social, biológico e cultural nas
suas investigações etnográficas e debates críticos. Onde começa o social ou o cultural e termina
o biológico ou o natural? Onde termina o biológico/natural e começa o social e/ou o cultural?

Avaliação
Participação (entrega por escrito e discussão em sala de aula de questões relativas aos textos): 2
pontos
Prova escrita: 4 pontos
Seminário: 4 pontos

MODULO 1 CULTURA E NATUREZA

Semana 1 As categorias Natureza & Cultura. Raízes novecentistas dos conceitos e


acepções modernos. O Evolucionismo Cultural e o combate ao Racismo Científico.
Leitura Obrigatória (**) CASTRO, Celso. ‘Apresentação’. In Evolucionismo cultural: Textos
de Morgan, Tylor e Frazer (Org. C.Castro). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp.7-39
TYLOR, Edward Burnett. A Ciência da Cultura. In Evolucionismo cultural: Textos de Morgan,
Tylor e Frazer (Org. C.Castro). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp.69-99. [1871]

Semana 2 Raízes novecentistas dos conceitos e acepções modernos. O Evolucionismo


Cultural e o combate ao Racismo Cientifico. (cont.)
Leitura Obrigatória ** SCHWARCZ, Lilia. ‘Uma história de diferenças e desigualdades: as
doutrinas raciais do Século XIX’. In: O Espetáculo das Raças. SP: Cia das Letras, 1993. Pp. 43-
66.
BOAS, Franz. Um ano entre os eskimos. In Stocking. [1887] ERIKSEN & NIELSON, 2007.
História da Antropologia. Petrópolis.
GOULD, Stephen Jay. ‘Introdução’ In A Falsa Medida do Homem. SP: Martins Fontes, 2003. Pp.
3-14.
MORGAN, Lewis Henry. A Sociedade Antiga, ou investigações sobre as linhas do progresso
humano desde a selvageria, através da barbárie, até a civilização. In Evolucionismo
cultural: Textos de Morgan, Tylor e Frazer (Org. C.Castro). RJ: Jorge Zahar, 2005
[1877]

Semana 3 O particularismo histórico de Boas; Relativismo cultural; cultura como


‘tradição’.
** CASTRO, Celso. Apresentação. In. Franz Boas: Antropologia Cultural. RJ: Zahar. 2004.
Pp.7-23.
Boas, F. “As limitações do método comparativo” & “Os métodos da etnologia”. In BOAS, F.
Antropologia cultural. Org. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp. 25-
3941-52 & [1920]
Benedict, R. ‘A costa do Noroeste da América’, In Ruth Benedict. Padrões de Cultura. Pp194-
243. 1935. https://1drv.ms/b/s!AvQQIi1Tw-Nh83lRBxrVzDGv737V

Filme. Série “Strangers abroad”, - 1. “Shackles of tradition: Franz Boas” (52 min)
http://www.youtube.com/watch?v=GOvFDioPrMM (Direção: Andre Singer. Inglaterra, Central
Independent Television)

Semana 4 O culturalismo norte americano; a herança de Boas; o debate Natureza X


‘Nurture’ (criação): Margaret Mead e o estudo antropológico das fases da vida; o que é
‘adolescência’?; Qual a relação entre ‘sexo’ e cultura? Cultura e Personalidade; Desconstrução
dos conceitos-chaves do sexismo e racismo ‘científicos’ novecentistas – contestação do
reducionismo biológico.

** MEAD, Margareth. “Prefácio”, “Agradecimento”, “Introdução”, “Os Tchambuli: habitantes


do lago”, “Implicações desses resultados” e “Conclusão”. In Sexo e Temperamento. São
Paulo: Perspectiva, 2003. Pp. 9-26; 229-303
MEAD, Margaret. Adolescencia y cultura en Samoa. Buenos Aires: Ed. Paidos1. (Coming of
Age in Samoa, 1928)

Filme Série “Strangers abroad”, - 2. “Maioridade: Margaret Mead”:


https://www.youtube.com/watch?v=fLKjTt63yjw&t=1534s

Semana 5 Ruth Benedict e a Escola Cultura e Personalidade; Relativizando: Estilos e


padrões de cultura; a noção de “ethos”.
** BENEDICT, Ruth. 1. A ciência do costume; 2.A diversidade de culturas; & 3.Investigação
de culturas”. In [1935] Padrões de Cultura. Lisboa: Editora Livros do Brasil. 2005.
https://1drv.ms/b/s!AvQQIi1Tw-Nh83lRBxrVzDGv737V

Semana 6 Casos Etnográficos: Dobu, Tchambuli, Costa do Noroeste da América do Norte


e outros. (Seminários)

Semana 7 A noção antropológica de cultura a partir dos anos 60: Geertz.


** GEERTZ, Clifford. ‘Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura’, cap. 1
In C. Geertz. A interpretação das culturas. RJ: Editora Guanabara, 1989.
GEERTZ, Clifford. ‘Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa’ - capítulo 9 -
In C. Geertz. A interpretação das culturas. LTC Editora, 1989.

Semana 8 Revisão e Prova 1

MODULO 2 SOCIEDADE E NATUREZA


Semana 9 Visualizando ‘Sociedade’: A invenção/descoberta de ‘Sociedades de
Parentesco’; consanguinidade e afinidade; a noção de ‘lógica classificatória; identificação de

1
Adolescencia y cultura en Samoa está na biblioteca da FFCH para consulta - 572.996 M479; e no NEIM
155.33 M479
‘sistemas’ de terminologia classificatórias e descritivas; O sistema iroquês; parentes cruzados e
paralelos; a comparação de sistemas a partir da história conjetural. O método genealógico.

** RIVERS, W. H. R. “Método genealógico de pesquisa antropológica” in Roque de Barros


Laraia (org.) Organização Social, Rio de Janeiro, [1910], pp. 26-38.
ALMEIDA, Mauro William Barbosa de. “Lewis Morgan: 140 anos dos Sistemas de
Consanguinidade e Afinidade da Família Humana (1871-2011)”, Cadernos de Campo,
n. 19, 2010, p. 309-322.
KUPER, Adam. Antropólogos e Antropologia, Rio de Janeiro, Francisco Alves,1978.
ERIKSEN & NIELSON. História da Antropologia. Petrópolis. 2007.

Filme: William Rivers: Todo mundo é parente https://www.youtube.com/watch?v=s-VxH-y6qk0

Semana 10 O Estrutural-Funcionalismo e a consolidação do parentesco como tema central;


‘Sociedade’ como organismo; O enfoque sobre ‘Descendência’; a consagração da
oposição entre ‘fatos naturais’ & ‘fatos socais’.:
** RADCLIFFE-BROWN, A.R. ‘Estrutura Social’ In Pierson, Donald. 1970. Estudos de
organização social – Tomo II: leituras de sociologia e antropologia social. São Paulo:
Martins. p. 156-173.
** RADCLIFFE-BROWN, Alfred Reginald. 1973. “Introdução” In Estrutura e Função na
Sociedade Primitiva. Petrópolis: Vozes. (p. 9-26).
KUPER, Adam. 2008. Cap. 8 ‘A Teoria da Descendencia; uma fênix das cinzas’. In A
Reinvenção da Sociedade Primitiva. Transformações de um mito. Recife: Edufpe.
Pp223-243.

Semana 11 Funcionalismo e parentesco. O caso trobriand. Teorias de concepção e


procriação. Fatos naturais e socais; biologia, parentesco e relativismo cultural.

** MALINOWSKI, Bronislaw; A vida sexual dos selvagens, Rio de janeiro, Francisco Alves,
1983, cap.7 ‘A procriação e a gravidez’ pp. 181-219
MALINOWSKI, Bronislaw; A vida sexual dos selvagens, Rio de janeiro, Francisco Alves,
1983, cap.4 ‘Os caminhos para o casamento’ 105-158.
LEACH, Edmund. 1974 ‘Parto virgem’. In. Repensando a Antropologia. São Paulo: Editora
Perspectiva.
MALINOWSKI, Bronislaw. Cap. 9. Teoria Funcionalista’ In DURHAM, Eunice. 1986.
DURHAM, Eunice. 1986.. Introdução. In Malinowski. São Paulo: Atica.

Filme: Série “Strangers abroad”, Direção: Andre Singer. Inglaterra, Central Independent Television, 3. “Off
the verandah: Malinowski” (54 min) https://www.youtube.com/watch?v=Qn_gLroH3bQ

Semana 12 Estruturalismo francês. Teoria de Aliança – Incesto e a regulação da


sexualidade; afinidade; exogamia; reciprocidade.
** LÉVI-STRAUSS, C. As estruturas elementares do parentesco, Petrópolis: Vozes, 1982
[1949, 1967] ‘Natureza e Cultura’ & ‘O problema de incesto’ & ‘O universo das regras’
(capítulos 1 e 2 e 3). Pp.41-81.
AUGÉ, Marc (org.). “Introdução ao vocabulário do parentesco”. In.: _____ . Os Domínios do
Parentesco (Filiação, Aliança Matrimonial e Residência), Lisboa: Edições 70, 1978.
KUPER, Adam. 2008. Cap. 9 ‘Rumo ao intelecto: Teoria da Aliança’. In A Reinvenção da
Sociedade Primitiva. Transformações de um mito. Recife: Edufpe. Pp.223-243.

MODULO 3 SOCIEDADE, CULTURA, NATUREZA


Semana 13 A noção de ‘pessoa’; o conceito de indivíduo; dualismo cartesiano;
racionalismo; desconstruções etnográficas: caso ameríndio Maxakali.
** MAUSS, Marcel. 2003. Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a de “eu”. In:
Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. pp.369-400. (entrega 16/01)
VIEIRA, Marina Guimarães. (2009) Virando inmõxã: uma análise integrada da
cosmologia e do parentesco maxakali a partir dos processos de transformação corporal.
Amazônica n 1, vol 2: p 308-329.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Introdução à obra de Marcel Mauss. In Mauss, M. Sociologia e
antropologia. São Paulo: EDUSP/EPU, 1974

Semana 14 Antropologia Feminista. A construção cultural de ‘fatos naturais’. Discursos


biomédicos como narrativas culturais. A distinção entre sexo e gênero na análise antropológica
das teorias de concepção e reprodução. Casos euro-americanos.

**MARTIN, Emily. O óvulo e o espermatozoide: Como a ciência constrói um romance


baseado nos papeis estereotípicos masculinos e femininos. (tradução em manuscrito do
original em inglês, publicado em Signs, Vol. 16, No. 3 (Spring, 1991), pp. 485-501)
MARTIN, Emily. Metáforas médicas de corpos femininos: menstruação e menopausa’ (cap.3)
In A mulher no corpo: uma análise cultural da Reprodução. 2006 [ 1987]. Pp.67-104.
MAUSS, Marcel. As técnicas corporais. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo:
EDUSP/EPU, 1974
ROHDEN, Fabiola. 2003. ‘A construção da diferença sexual na medicina’. Cad. Saúde Pub. 19
(Sup.2)S201-212.
FAUSTO-STERLING, Anne. ‘Dualismos em Duelo. Cadernos Pagu (17/18) 2001/02: pp.9-79
[2000].

Semana 15 Antropologia Simbólica - A Natureza sai da cena: parentesco como cultura. A


antropologia de Schneider. Abordagens em diálogo com etnografias sobre Melanesia e os
Estados Unidos.

** SCHNEIDER, David. 2016. Parte 2: O parente como uma pessoa, In Parentesco


Americano: Uma Exposição Cultural. SP: Vozes, pp.69-129.
MACHADO, Igor José Renó. 2013. A antropologia de Schneider: pequena introdução
(EdUFSCar).
STRATHERN, Marilyn. 2014. ‘Sem natureza, sem cultura: o caso Hagen. In O Efeito
Etnográfico. Cosac Naify. Pp.23-76

Semana 16 06/02 Seminários

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