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Universidade Federal do Paraná

Centro Politécnico
Curso de Engenharia Elétrica

Reverberação

GIORGIO DENICOLÓ

Trabalho da disciplina de
“Processamento Digital de
Sinais”
Professor: Marcelo Rosa

UFPR
19/11/2007

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Índice

1. Introdução..................................................................................3

2. Conceito.....................................................................................4

3. Conseqüências da Reverberação............................................5

4. Equalização................................................................................7

5. Conclusão...................................................................................8

6. Referências Bibliográficas........................................................9

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1. Introdução

Os efeitos especiais hoje estão presentes em quase todos os tipos de


gravações músicas que escutamos e com o avanço da tecnologia cada vez
mais conseguimos recriar o real com simulações digitais muito precisas. Para
reverberação sonora, por exemplo, o efeito geralmente é processado
digitalmente através de processadores digitais de sinais (PDS) que, por meio
de recursos computacionais, conseguem digitalizar e manipular um sinal
qualquer convertendo o resultando final novamente em som.
Devido a complexidade que o processo natural de reverberação
apresenta, não é possível mesmo hoje recriar este efeito de uma forma
completa e abolutamente precisa, no entanto progressos de hardware como de
software conseguem proporcionar uma reverberação artificial com qualidade e
resolução que se aproxima ao efeito natural, o que torna possível a
manipulação profissional deste efeito nas gravações musicais.
Neste trabalho serão abordados os aspectos básicos do efeito de
reverberação sonora, conceituando o efeito e explicitando como ocorre o seu
tratamento e manipulação, mostrando também a sua importância nas diversas
aplicações.

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2. Conceito

Reverberação é um fenômeno de prolongamento de um som após o fim


da emissão deste mesmo por parte de sua própria fonte sonora. Diferente do
eco que ocorre quando o atraso temporal é grande em relação à percepção do
nosso ouvido, para reverberação ocorrer a diferença entre os instantes de
recebimento dos dois sons deve ser inferior a 0,1 s. Desta forma nosso ouvido
reconhece o som recebido como um prolongamento do som original, pois a
taxa de percepção sonora humana é muito lenta quando comparada à um
tempo inferior a 1/17 de segundo. Quando as reflexões de um som ocorrem
dentro de um tempo inferior a essa taxa (Figura 1), percebemos apenas um
som contínuo que vai perdendo "força" à medida que se reflete mais vezes e é
atenuado naturalmente.

Figura 1 – Reflexões sonoras

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3. Conseqüências da Reverberação

O resultado de um efeito de reverberação em excesso seria tornar uma


fala ininteligível, ou comprometer a compreensão do que se fala, como o caso
de uma sala acústica. Já em aplicações musicais, onde efeitos artificiais são
introduzidos, a reverberação é usada com o objetivo de criar ambiência ou
profundidade ao som, produzindo uma sensação mais natural. Em estúdios
mais antigos, para criar efeitos como os de reverberação, muitas vezes
utilizavam-se salas especiais de paredes revestidas com materiais
acusticamente reflexivos e que proporcionavam a ambiência desejada à
gravação.
Para cada tipo de sala construída existe um tempo de reverberação
ótimo que pode ser previsto antes da sala estar pronta. O tempo de
reverberação, este contado desde o encerramento da emissão por parte da
fonte sonora até o termino da percepção do tom, não deve ser excessivo em
auditórios ou salas de aula, pois isso causaria dificuldade para entender o
orador. A duração deste tempo de reverberação varia conforme muitas
variáveis como o local e sua geometria, os materiais que serão afetados pelas
ondas sonoras e também a absorção e reflexão destas. Em locais abertos ou
com pouca reverberação o tempo de reverberação se encontra nulo ou muito
proximo de zero, já em locais como catedrais e salas acusticas com muita
reverberação o tempo pode chegar a mais de 20 segundos mas em geral uma
boa reverberação ambiente dura entre 0,2 e 0,3 segundos.
É possível calcular o tempo de reverberação de uma sala através da
seguinte fórmula:

T = 0,161 * (V/A)

onde T=Tempo de Reverberação, V = volume em m³, A = Absorção em


m², e 0,161 é uma contante que torna o calculo mais preciso.
Na reverberação natural, as ondas que são refletidas elas são
atenuadas gradualmente com o tempo, reduzindo amplitude e atrasando-se em
relação ao tempo. As reflexões mais rápidas são chamadas de "early
reflections" e são as primeiras a serem captadas. Os processadores de efeitos

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que criam a reverberação artificialmente (chamado de “Reverb”) simplesmente
somam ao sinal de áudio original (seco) diversas cópias dele com atrasos e
amplitudes diferentes (Figura 2), e em casos de gravação sonora em salas
preparadas, muitos processadores também ajustam a qualidade ou coloração
da reverberação criada, filtrando freqüências na reverberação. Estes
processadores de reverberação são geralmente classificados em relação ao
tipo de espaço simulado, por exemplo, room, hall, plate e spring.

Figura 2 – da Reverberação

Os processadores de reverberação trabalham o som original de forma a


dar uma nova característica de ambiente ou melhorar a característica já
existente. Para isso estudam-se e modificam-se vários parâmetros, como o
efeito de tamanho desejado determinando o volume cúbico do ambiente a ser
simulado, o tempo de atraso das primeiras reflexões para aparentar um
ambiente maior ou menor, como se darão as reflexões em uma sala ou
ambiente determinando a densidade de reverberação, e também o grau de
atenuação das reflexões controlando a continuidade e regularidade da
reverberação para o ambiente a ser simulado. Partindo destes parâmetros
principais os processadores conseguem caracterizar diversos ambientes
diferentes, aproximando-se bastante dos efeitos naturais.

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4. Equalização

Em gravações musicais é muito comum devido à reverberação


ocorrerem distorções no sinal, dificultando tanto a compreensão quanto no
processamento do áudio. Na captação do sinal sonoro, o sinal original é
convoluído com os sinais refletidos, causando interferências no som original
distorcendo-o (efeito da reverberação). Para corrigir essa distorção causada
pela superposição das amostras recebidas, os processadores digitais
adicionam ao seu receptor um sistema que compensa essa sobreposição.
Esses sistemas são chamados de Equalizadores e operam no sinal de entrada
aplicando uma desconvolução no sinal. Dessa forma tem-se novamente
acesso ao som original sem qualquer réplica defasada, pelo menos uma boa
aproximação do original é obtida. Para chegar a este objetivo, a convolução da
resposta ao impulso de c(n) com a resposta ao impulso do equalizador f(n)
deve resultar em uma resposta impulsiva h(n) definida por um único impulso
§(n-d) num instante d. No domínio da freqüência, sendo S(z) o sinal de
entrada, C(z) modelo de um canal dispersivo de modo a simular a distorção
decorrida pela reverberação quando a resposta ao impulso do ambiente é
convoluída com sinal original, e F(z) cuja função de transferência deve ser a
inversa de C(z), a situação pode ser representada pelo diagrama de blocos
abaixo:

ou pela expressão

Desta forma o sinal recebido na saída não terá distorções, restando


apenas o som original separado de suas reflexões com atraso.
5. Conclusão

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A reverberação é o efeito principal na caracterização de salas virtuais
onde se procura dar uma sensação de profundidade e ambiência. Pode ser
descrito como a reflexão múltipla da mesma frequência. Por ser um processo
acústico complexo a precisão existente nos dias de hoje ainda não consegue
recriar com exatidão o efeito como ao natural.
Funções de processamento de áudio criam o efeito de reverberação
apenas somando, ao original, cópias com pequenos defasamentos no tempo e
diferentes amplitudes, de forma a propiciar a sensação de profundidade que se
procura.
A reverberação quando em excesso pode prejudicar o sinal distorcendo-
o, sendo necessário então o uso de equalizadores que irão desconvoluir o sinal
recebido resgatando o som original sem as interferências de suas reflexões.

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6. Referências Bibliográficas

• ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/acustica.htm
• www.infoescola.com/fisica/reverberacao/
• www.fec.unicamp.br/~conforto/caf2005/home%20page2/teoria.html
• www.music-center.com.br/fx_proc.htm
• www. pt.wikipedia.org/wiki/Reverberação
• http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/acustica/Calculos/Tempo_de_reverb.htm

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