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“EDUcAchO ETECNOLOGIA™ evita ons Pohiacres e Cura ini da Bato Ramen ‘Roda ve Comandante Salvador de Nascimento "fae aed ‘cin GUaRIA ‘rons Inte Pllthnio de Garda ‘or ri: og de Reprograte do IPG Depiate Lage PT A0U ‘Repro ota om parcel pra N® VI! Fevereiro de 1990 Scientia lucet omnibus Com a presente -edicdo, "Educacdo e Tecnologia’ entrou no terceiro ano de existencia e, simultaneamente, na década de noventa. Publicagéo que tem acompanhado e reflectido 0 crescimento, progressivo, do Instituto Politéenico da Guarda. esta Revista é Ja hoje a certeza de um desafio ganho em termos editsriais, cientificos, pedagogicos e culturais. Integrada numa das varias vertentes da acco do Instituto Politéenico, "Educacéo e Tecnologia” tem-se afirmado como pélo aglutinador de multiplas participagdes e colaboragdes, algumas orlundas de estabelecimentos de ensino superior inseridos no quadro da cooperagao interuniversitarla europeia. Entendemos que este projecto ¢ bem o simbolo da abertura as realidades hodiernas e "forum" de um dialogo multifacetado sob a trave mestra deste Instituto: "Scientia lucet omnibus’. ‘Allds, as modificagdes resultantes de toda uma dinamica’ao nivel econémico e social, que se vém registando no distrito, tm merecido uma particular tengo ao Instituto Politécnico da Guarda. ‘Como exemplo podemos referir a proposta, ja apresentada oficialmente, de novos cursos — de que a regiao carece — para 0 préximo ano lectivo, cursos que se vem Juntar ao leque dos ja existentes. Por outro lado, ha todo um trabalho de organizacéo e implementacdo de projectos subjacentes 4s duas Escolas Superiores que integram 0 LP.G.. Factor de desenvolvimento regional, 0 Instituto Politécnico da Guarda tem nesta publicagao um alicerce seguro de um vasto trabalho de informagao, divulgagao reflexao. Joto Bento Ralmundo Presidente da do, snawtio Polutenis de Cuarda UM ESTUDO SOBRE "PROMETEU AGRILHOADO" Helder Sequeira * ESQUILO, UM AUTOR ATENIENSE Autor de "Prometeu Agrithoado", Esquilo era atentense, do demo de Eeusis (demo a nordeste de’Atenas), fiho de Eulcrion, fro de Cinegiro, de origem eupatrida. De acordo com alguns estudos, presume-se que o seu nascimento tenha ocorrido em 528 ac. A sue primeira peca parece ter sido apresentada no ano de 500 .C., quando, contava, porlanto, 25 anos, Autores ha que admitem ter sido Esquilo um "intelado’ dos eélebres mistérios de Eleusis, baseando-se nas "Ras" de Arist6fanes, Entretanto, tomna- se mais segura e fundamentada a alirmagao que expressa ter Esquilo combatido em Maratona, com um certo valor e dignidade guerreira. "A sua famosa coragem poderia conta-la o bosque de ‘Maratona eo Meda de longa eabeletra que bem a expertnentou.” Mals tarde abandonou Atenas, por motivos powco conhecidos. Segundo alguns investigadores, fol pressionado pelas Hentes atenienses, contribuindo, iualmente, a vitéria de Sotecies para o seu afastamento, Outros apresentam como causa o Insucesso de Esquilo perante a clegia aos mortos de Maratona, apreseniada por Siménides. Em 470 a.C., vai para a Sicilia, convivendo af com Hero, Urano que fandou Etna, tendo desirutado de uma existencla sem sobressaltos, sivada de provas de deferéncia por parte de Hierdo ¢ dos habitantes da cidade. |____ Trés anos decorrides apés a saida de Atenas, a morte celfa Esquilo, de uma maneira estranha e jgnota como tantos factos da sua exisléncia. Orlentando-nos por algumas fontes {explicagso bastante curlosa) Bsquilo morreu quando uma agula que suleava + Coonlensdor Ello ds Revel “Eucngto ¢ Teel” os ares largou uma Lartaruga, sua prisioneira, contra o solo, para, desse modo, Ihe quebrar a carapaca. Esquilo, provavelmente pouco preoeupado com a movimentagéo desenrolada por cima de Si, ndo se apervebeu ea sua cabera suportou o fatal impacto. Os gelenses prestaram-the magnificas honras funebres. Na sua sepuilura, um epitafio dizia: “A Esquilo, filho de Eufarion, Sionience, aste tamulo de Gela, fertil em trigo, guarda morto. Seti élebre valor, o bosque sagrado de Maratona poderia conté-to.” Debxou setenta e trés obras, segundo refere um catalogo antigo. Contudo, outras fontes permitem concluir ter sido 0 autor de noventa. Da sua pena sobreviveram, entretanto: "Os Persas", “Os Sete contra Teas”, "As Suplicantes", "Prometeu Agrilhoado" ¢ a Trilogia “Oresteta" (Agaménon, Coéforas ¢ Euménides). ADAPTACAO E INOVACAO, ‘Um tom original, uma forma de observacao caracteristica, uma iransmissao distinta nao podem ser negados ao contactarmos a obra de Esquilo. Soube criar e utilizar elementos anteriormente existentes para uma nova edifieagao temperada por um ardente espirito de tragedi6grato. Perspicaz, soube captar os problemas inerentes a0 quotidiano da Ailca, transmitir 0 pensamento grego na sua forma ho original; "(..) @ urai dire (...) la personnalité Bschyle est s{fort et st homogéne, quion le rtrouve fout entler dans chaque partie de son oeuvre”, Refere, na sua obra, problemas que trdo constitulr colorido Identico em ‘tratalhos produzidos por diferentes tragedlografos. 'As Telagdes entre o mundo humano ¢ 0 mundo divino, @s relagées dos homens com os deuses e dos homens com os homens @, fulguram perante os atentos espectadores gregos sentados em redor da orquestra ©, Também a piecade, a"hybris' e a justica (Eschyle comprend que Vessence du drame dott etre cette idee de justice. qui s‘est incorporée a la definition meme de Thomme. Tout acte humaine pose une question de drott. La tragédie trattera donc, des questions de droit *") merecem uma ucentuada anslise ¢ reflexo. ‘O pensamento grego, como escreveu H. Kitto, ocupa-se ®, ou melhor, ocupava-se, caracteristicamente com problemas morais, rellgiosos e socials. Deste modo, torna-se mais clara a chamada de atencdo efectuada pelos dramaturgos gregos, gerada na (0), Romy - La Tg Greeque, PUP. Pts 1973.9. 54 (2). 11 hocks Perera Estedos de stra de Culture Csi -FC. A, 385 £2) Camo cere A ict Cabri. o paca clevademurge apeaa na fpoca Helene. (Gl Manon Hache ol. Ure de Poche" 1062-11 (8) Oe Gregus “Col ens p25. at apresentagao e criagdo das suas pecas. A introdugo do deuteragonista na tragédia, representa, como tudo leva a crer, uma divida para com Esquilo. embora tenha, posteriormente, aproveltado uma importante inovacdo de Séfocles, ou seja o tritagonista (0 tercetro actor). Assim, diversos problemas cénicos eram resolvidos, formulando-se uma nova dimensio do enredo perspectivado para uma nova forga de accao, Se pensarmos na existéncla — na época antecedente — de uni $6 actor, somos levados a compreender a importancia do citado contributo, numa altura propicia e estimulante ao aperfelgoamento do género trégico. Devemos, por outro lado, ter em conta a problematica relacionada com a técnica de encenagao relevada pela produgao, a qual acentuaremos mais adiante. A TRAGEDIA DE PROMETEU “Deste aos mortats honras que transcendem o que é justo" ®, Somos colocados com esta afirmagao perante um sentido de culpa atribuido a Prometeu, o qual nos aparece inicialmente a ser agrilhoado a um rochedo situado nos “confins do mundo" onde reina a ‘desolacio desértica’ \: Caucaso. Helesto, o deus do fogo, executa penosamente a tarefa de que fora incumbido: "eu nao tenho coragem de prender pela forca um deus meu parente (...) Necessdrio & porém, que eu tenha animo para o fazer” Acrescenta depois que “é grave desprecar as ordens de ium pat, ideia reacendida continuamente por Poder e Forca. "Porque hesitas?’ , 1 interroga Poder. Depois de a imperiosa ordem de Zeus ter sido cumprida, Prometeu fica s6, agrilhoado ao "rochedo do fim do munda "por *ter amado em demasia os homens"! Neste quadro frio e tragico, legado por Esquilo A posteridade, \contramos, seguidamente, as Oceanides trazidas por ventos lozes" "9l para consolarem 0 Deus "maltratado” por duros grthoes. A descrigéo do infortinio, através da palavra do Tita, nao se faz esperar. Destronado 0 senil Crono, Zeus ascende ao lugar maximo do Olimpo, auxiliado e conduzido pelo conselho do Deus Previdente que se vai opor aos planos de Zeus; este pretendia "pela destruigdo (6 Exqute -Prometea Agthoudo- CoO Grande Teatro do Mund, Aland Comb, 1974 (ob at p30, ps0 [p20 0 pat 3) dbck pa baeecp ss baee ep oe de toda a raga, gerar uma nova’), Ninguém “se the opunha a néo ser eu - diz o filho de Témis - Eu é que five essa ousadia. Liuret os mortais cle irem para o Hades, despedagados" \8, Mas Prometeu tinha ido mals longe, tinha oferecido aos mortals “cegas esperancas” ¢ 0 "fogo ardente” ", Como refere, ‘cometeu esse acto “por querer”), Reconhece, de certo modo, @ culpa ¢ 0 Justo castigo quando diz: “Por certo eu ndo pensava que extenuado por tats sojrimentos, me caberia em sorte este pico ermo e solitdrio" 18, Oceano, divindade maritima € o mais velho dos tas, surge com a oferta de ajuda, alias pouco sincera e convincente, para com aquele seu semelhanie. “Também tu vens contemplar as minhas penas” "1, Oceano nao se empenha ardorosamente no auxilio a Prometeu, seu cimplice ¢ antigo companheiro. "Mandas-me que faca. 0 que jé. tencionava fazer, que esta ave quadriipede Ja roca as ‘asas no caminho liso do éter, e mutto contente dobrard 6 joelho no seu estdbulo” ®. (© Coro permanece € lamenta a sorte de Prometeu que se refere ainda a sua accdo em proveito dos humanos. ‘Numa sé Jrase, aprende tudo em suma: todas as artes para os mortais vem de Prometeu” @). Este guarda, confiante, a chave do conhecimento do destino de Zeus. "Se comigo a conservar, libertar-me-el destes grihSes indignos e desias desqracas"®™ Jo, {ha de Inaco, vitima do amor do Deus Supremo, abre tercetro episédio onde se desenvolve o didlogo com o Tide fica a conhecer futuros sacrificios ¢ outrossim a sua descendéncia. "Ela dard a luz um filho mais forte do que o pat’ ©. Prometeu continua a dominar majestosamente a cena. “Por quem ser derrubado do poder? 4), interroga mais a frente 0 Servil ¢ imponente Hermes. "Nada saberds do que perguntas” #9, afirma Prometeu, firme ¢ decidido na sua posicao, pronto a enfrentar todas as futuras vielssitudes lancadas pela faria de Zeus. No cenarlo final permanecem Prometeu e as Oceanides. “Quero sofrer com ele 0 que for necessdrio que ele sofra. Aprendi a odiar os traidores: ndo ha doenca que eu mais despreze”t! Zeus desencadela a sua célera. Prometeu conclul: "Oh venerdivel Mae, 6 Eter que a todos das luz, vedes que injusticas eu sofro?' 2), O PROBLEMA DA TRILOGIA .._Diversos problemas se colocam a respeito da peca de Esquilo, que temos vindo a comentar. Por exemplo, ignora-se & data da representagdo. Alguns estudos elucidam-nos sobre a representacao de um Prometeu no ano de 472 a.C., tudo levando a rer ter pertencido essa obra a tetralogia onde se situava “Os Persas" No campo das hipéteses, parece mais fundamentada a ideta de o Prometeu Agrithoado ter sido levado & cena depois de 479 a.C.- Autores como Mette ® localizam a representagao “da trlogia dos Prometeus' em 469 a.C. "Prometeu Agrihoado" apresenta-nos, entretanto, outras davidas, nem sempre observadas pelo prisma do rigor e da verdade. "Todos os juizos sobre este drama sdo necessariamente provisorios e unilaterais, por sermos forcados a considerd-lo isolado da tetralogia aque pertencia’ 29), ‘A existénela de um Prometeu Portador de Fogo, de um Prometeu Agrilhoado ¢ de um Prometeu Libertado, tem sido defendida através de estudos efectuados a volta da obra de Esquilo. A ordem acima apresentada, expressa um sentido ldgico aproximado do senso comum. Prometeu arrebatava 0 fogo, soiria ‘© castigo desse acto, sendo posteriormente perdoado pelo soberano do Olimnpo. No entanto, uma observacdo mals acentuada e 0 contributo dos “comentadores antigos”, imprimem 4 trilogia uma ordem diferente da anterfor: em primeiro estaria 0 Prometeu Agrilhoado, seguido do Prometeu Libertado que antecedia 0 Prometeu Portador de Fogo. Se tivermos em conta a alusto de Esquilo a instituigto do culto de Prometeu em Atenas €, por outro lado, o modo como os. acontecimentos, no Prometeu Agrilhoado, nos sao apresentados (minuciosamente), nao sera dificil o caminho para esta hipétese Prometeu Agrithoado, Prometeu Libertado. © Professor Dodd considerou que Bsquilo escreveu uma dulogia € ndo uma trilogia. Desse ponto de vista a dilogia compreenderia 0 Prometeu Agrilhoado e o Prometeu Libertado. Opinio apontada, sem diivida, a uma formulacao mais clara do problema da evolugdo registada em Esquilo. Devemos, de qualquer modo, ter presente a fuga 4 regra gerada pela dilogia. E mais admissivel, embora os Tecursos documentais falhem, a 22 oot oo {2a Ana Pile Quine. n Esq - Promete Agro Ani, 1975-2 {2a aria Helena Rocha Petes Eon de ioe de Caltrain PEG. 4 ep. 98. 7 eriago de uma trilogia numa altura em que ¢la constituia o ponto alto das produg6es do género, Alias, intimeros estudlosos se Inclinam para a existéncia de uma trilogia. Se alguns fragmentos apresentam incompatibilidades com tudo aquilo que fot ja temperado pela critica histérica, e relevado como produgdo de Esqutlo, no sera de por de parte a ideia de alteragdes e reposicoes ‘movidas por pena alheia. Nessa linha de pensamento haveria um obstaculo a interligacao de fragmentos ¢ de producées elaboradas pelo mesmo espirito, pela mesma personalidade que nos dizeres de J. de Romilly “est si fort et si homogéne, quon te retrouve tout ‘entier dans chaque partte de son oewure. D’ emblée une piéce a! Eschyle, se reconnatssent é leur force et @ leur majesté" ®) PROMETEU E 0 MITO O mito tem sido objecto de anise ¢ perspectivagaio por parie de todos o8 que, no seu campo cultural, sentem um minimo de curiosidade pela “mensagem de Prometev. ‘Ageilhoado, ele foge no tempo, derrubando espacos confrontando 0 pensamento antigo com o sentir ¢ pensar de Epocas diversas: vem até nés com a nitescencia da Grécia Antiga, com a sua carga elvilizactonal, “O mito permanece um trago inolvidavel ao longo da obra. Recordemos a propésito L. Séchan quando escreve que "Le nom de Promethée et sa legende sont-lls de source proprement hellénique ou dott on les faire remonter (...) Jusqun lointain berceau de t Inder, ‘Algo parece, na realidade, ter raizes gregas, embora as origens possam fazer parte de urn patriménio “da raga ariana” 2 Entretanto, podemos dizer ter sido o impulso e 0 pensamento ‘prego o condiutor mais seguro do mito e da sua problematica. Arquivos hititas (povo que desenvolveu um original sentido histérico), textos babilonicos e uma denominada Historia Fenicia, possibilitam a partida, para explicacdes sobre a origem do mito em causa, em direceao as fontes de Hesiodo. L, West considera a versio bablldnica mais {dosa e préxima da grega, sugerindo um contacto na epoca minolca e suportaca pela arte dos rapsodos. "Na versdo de Hesiodo, ha ainda um facto Tutto importante a acentuar. que fot apontada por Lesky: & que 1ndo se trata apenas de uma sucesdo violenta de vérios soberanes dos céus; hd um caminho ascensional para a ordem estabelectda por Zeus, que é 0 triunfo da Jussica’. Escreveu a Prof. Maria Helena Rocha Peretra. (00) a Tragic Grog: PF. - Para 1973,p. 34. (iN ke nthe de Pomehes: PUA farts 1581, p10 (Siarseth tacka Pera brea {faite My Se omar” pT2 8 Bsquilo soube exercer uma preferéneta de tragos na obra de Hesiodo. Bste apresentava Prometeu como sendo filho de Climene enguanto Esquilo 0 reconduzia & fillagao de Témis (personifica- do da Justica). Havia, para os gregos, trés geracoes divinas, na liltima das quais se situava Zeus, sendo as primelras derrubadas por desgastantes convulsées. K. Kerényé eriou uma arrojada explicago que contudo parece ndo contrabalancar a ligacdo entre Prometeu ¢ Hermes, ‘contrarla ao binémio Prometeu - Hera. Acexistencla de dois distintos aspectos no cardcter de Prometeu leva, em certos casos. inseguranga das conclusées. Como refere Louis Séchan 1, esses dois aspectos levaram ja suposigao de ter havido, originariamente, duas figuras de Prometeu: a lénico-Alica e, proveniente da Beécia, uma outra figura. Isto permitiria a observagao de particularidades no culto e no mito de Prometeu, por Esquilo. ‘Com Zeus estabeleceu-se a harmonia, ainda que os seus primeiros tempos fossem caracterizados de arbitrariedade. Sera, allds, esta evolugdo um tema para Esquilo, Evolugao onde a figura de Prometeu ira desempenhar um papel extremamente importante, motivo pelo qual ele assumiu uma imponerte grandeza. “On atiribuera meme parfois ta criation de Thomne, Gpparait au V* siécle comme le bienfaiteur de Chumanité qu'tl aime, en contraste avec une divinité hostile et jalouse qu'il affrontera dans une lutte douloureuse” !),Refere Louis Séchan na sua obra sobre o'Mito de Prometeu". ‘0 milo apresenta divergencias, ¢ alt Esquilo. O primeiro, na sua obra "Teogont: Mundo ¢ dos Deuses. races, de Hesiodo a ‘conta as origens do 9 a ag Ca rt Se i aes Sen de tao on one (eae ce fe et to (emenieeeanen otha Heer Barco He oan Pere Th teed Led Seif hb ce Esses seres vio tomando forma, individualizando-se, € formam geracoes. A primeira é dirigida por Uranos, que sucumbe, sucedendo-lhe Cronos ¢ depois Zeus. “Plongeant dans age legendave des théogonies, du théomachtes, Eschyles semble donc suggére que meme chez les dieux, la justice est le fruit du temps. Et son accusation comporte, dans ses termes mémes, les prémisses d'une réponse". (cbc p19 (Sa) Sec 0 mito de Prometeu, PUR. p. 4

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