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INVESTIMENTOS E APLICAÇÕES DA BIOMASSA

Nos últimos dias, o Brasil deu um passo importante para se tornar referência
em energias renováveis ao aprovar o processo de adesão à Irena, a agência
internacional do setor. A decisão foi comunicada pela Comissão Interministerial em
Organismos Internacionais do governo federal, depois da 8ª Assembleia Geral da
Irena, em Abu Dhabi, figura 16. A organização tem, atualmente, 152 países-
membros. Outros 30 estão em processo de adesão, como o Brasil (Correio
Braziliense, 2018).
Figura 16 - Sede da International Renewable Energy Agency - Abu Dhabi

Fonte: IRENA, www.irena.org, 20--

A IRENA (International Renewable Energy Agency na tradução Agência


Internacional de Energia Renovável) é uma organização intergovernamental que
apoia os países em sua transição para um futuro de energia sustentável e serve de
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plataforma principal para a cooperação internacional, um centro de excelência e um


repositório de políticas, tecnologia, recursos e recursos financeiros. O IRENA
promove a adoção generalizada e o uso sustentável de todas as formas de energia
renovável, incluindo a energia bioenergia, geotérmica, hidrelétrica, oceânica, solar e
eólica na busca do desenvolvimento sustentável, acesso à energia, segurança
energética, crescimento econômico e prosperidade com baixa emissão de carbono.
Com o mandato de países de todo o mundo, a IRENA incentiva os governos a
adotar políticas habilitadoras para investimentos em energia renovável, fornece
ferramentas práticas e assessoria política para acelerar a implantação de energia
renovável e facilita o compartilhamento de conhecimento e a transferência de
tecnologia para fornecer energia limpa e sustentável para o crescimento mundial.
De acordo com esses objetivos, a IRENA oferece uma ampla gama de
produtos e serviços, incluindo:
 Avaliações anuais do emprego de energia renovável;
 Estatísticas de capacidade de energia renovável;
 Estudos de custo de energia renovável;
 Avaliações de Preparação de Renováveis, conduzidas em parceria com
governos e organizações regionais, para ajudar a impulsionar o
desenvolvimento de energia renovável país por país;
 O Atlas Global , que mapeia o potencial de recursos por fonte e por
localização;
 Estudos sobre benefícios energéticos renováveis;
 REmap, um roteiro para duplicar o uso de energia renovável em todo o
mundo até 2030;
 Brie de tecnologia de energia renovável;
 Facilitação do planejamento regional de energia renovável;
 Ferramentas de desenvolvimento de projetos de energia renovável, como
o Project Navigator , o Sustainable Energy Marketplace e o IRENA / ADFD
Project Facility .
Com mais de 170 Estados-Membros ativamente envolvidos, a IRENA
promove recursos e tecnologias renováveis como a chave para um futuro
sustentável e ajuda os países a alcançar seu potencial de energia renovável.
(IRENA)
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O Brasil permanece como líder do ranking de fontes renováveis entre os


países em desenvolvimento que compõem os Briscs – Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul. De acordo com o boletim anual “Energia no Bloco dos Briscs”, a matriz
de geração elétrica brasileira em 2016 registrou 80,4% de fontes renováveis, contra
um indicador de 25,3% de renováveis no conjunto do grupo, que por sua vez é um
pouco superior ao indicador mundial, de 23,6% (BIOMASSA ENERGIA, 2018).
Está em planejamento de um fundo de investimentos de R$500-1.000M para
atuar na Geração Elétrica por biomassa. Atuaremos nos mercados de São Paulo,
Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. A indústria será composta por algumas
unidades com potência total entre 300 e 600 MW, envolvendo green-fields e brown-
fields. A estratégia comercial envolverá participação em leilões e geração distribuída.
Nossos investidores são empresas dos setores de combustível e energia. A
biomassa envolverá um mix de eucalipto energético, cana energética e bagaço. A
figura abaixo mostra o mix de material utilizado na produção de energia através da
Biomassa (VENTURE PARTINERS DO BRASIL, 2018).

Figura 00 – Energia da Biomassa


Fonte: Venture Partiners do Brasil, 2018

O francês Antoine Lavoisier ficou famoso por cunhar, ainda no século 18, uma
das leis mais conhecidas da química moderna: “Na natureza, nada se cria e nada se
perde. Tudo se transforma”. Mais de 200 anos depois, seu ensinamento ajuda a
entender o mecanismo da terceira fonte de energia mais usada no Brasil: a
biomassa (EXAME, 2018).
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1.2 Grande Potencial

Há espaço para que a energia de biomassa cresça no Brasil. Segundo o


relatório Energy Outlook, produzido pela Bloomberg, o setor deve receber 26 bilhões
de dólares em investimentos no Brasil até 2040. Junto com a geração eólica e solar,
a biomassa deve ser um dos tipos de energia que mais vai se desenvolver nos
próximos anos.
A boa perspectiva também se deve à descoberta desse tipo de energia por
parte das indústrias. Grandes empresas que produzem sua própria energia estão
substituindo os combustíveis fósseis que moviam suas plantas por fontes
alternativas. Entre os principais benefícios está o de alcançar metas de redução de
emissão de poluentes.
A biomassa começou a se tornar uma fonte mais atrativa graças ao avanço da
tecnologia. Com o aperfeiçoamento dos equipamentos usados na combustão, a
eficiência do processo tem aumentado. Um dos principais desafios da indústria é
conseguir tirar proveito máximo da biomassa, já que as condições de umidade e
conservação dos resíduos impactam diretamente na geração de energia.
Hoje, a biomassa mais utilizada no Brasil é o bagaço de cana-de-açúcar.
Segundo os especialistas, ainda há muito espaço para que se aproveite o potencial
de outro subproduto da planta – a palha. “A taxa de conversão da cana em energia é
de 32% quando utilizamos apenas o bagaço”, afirma Leal, do Laboratório Nacional
de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). “Com a palha, essa conversão seria
da ordem de 37%.”
Outro fator que permite manter uma perspectiva otimista para o futuro da
biomassa no Brasil é a disponibilidade de espaço para produzir os resíduos usados
nas caldeiras. Atualmente, há 6,5 milhões de hectares sendo utilizados para o cultivo
de biomassa de origem florestal. “Ainda existem 200 milhões de hectares de áreas
com baixa ocupação econômica que poderiam ser ocupadas com florestas
plantadas”, diz Mateus Cerqueira, gerente de combustíveis da Bolt Energias,
empresa de geração e comercialização de energia (EXAME, 2017).
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1.3 Maior Usina da América Latina

A Bolt Energias assinou contrato para desenvolvimento da UTE Campo


Grande BioEletricidade, maior usina termelétrica a biomassa da América Latina,
figura 21, localizada em São Desidério (BA). A Leme Engenharia, do Grupo francês
Gdf Suez, prestará serviços de engenharia do proprietário, etapa que contempla a
gestão das obras do projeto, logo após a fase de planejamento.

Figura 21 - Usina movida a biomassa da Bolt

Fonte: TN Petróleo, 2015

O investimento total da Bolt Energias na térmica é de R$ 650 milhões. Para o


presidente da Leme Engenharia, Flavio Campos, o contrato celebrado com a Bolt
Energias para o desenvolvimento da UTE Campo Grande BioEletricidade reforça o
posicionamento estratégico da empresa de ampliar sua participação em novos
setores de atuação. “O nosso objetivo é manter uma taxa de crescimento anual de
5%. Para isso, nós apoiamos em uma série de estratégias, entre elas a ampliação
da nossa participação em novos mercados. Somos reconhecidos por nossa vasta
experiência em hidroenergia, geração térmica, sistemas elétricos e infraestrutura, e
buscamos esse reconhecimento também em outros setores, principalmente no de
energias renováveis. A oportunidade de participarmos de um projeto de geração a
biomassa de tamanha envergadura é um grande estímulo para mantermos o nosso
posicionamento estratégico”, afirma.
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O presidente da Bolt Energias, Ricardo Junqueira, considera que esta nova


parceria agrega ainda mais segurança ao projeto, que segue os mais elevados
padrões internacionais. “A Leme Engenharia amplia a excelência internacional para
construção da UTE Campo Grande, que já conta com a participação da Areva
Renewables, responsável por toda engenharia, compras e construção da usina”,
conclui (TN SUSTENTÁVEL, 2017).
Serão 150 megawatts de capacidade. “A biomassa é uma fonte de energia
que se adapta aos preceitos da economia de baixo carbono. Além disso, o
desenvolvimento desse mercado pode ter um impacto importante na geração de
empregos e no melhor aproveitamento de nossas áreas verdes”, diz Mateus
Cerqueira, gerente de combustíveis da Bolt Energias, (EXAME, 2018).
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REFERÊNCIAS

CORREIO BRAZILIENSE, Brasil atrai investimentos e se torna referência em


energias renováveis. Disponível em:<
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/01/22/internas_econ
omia,654715/brasil-atrai-investimentos-e-e-torna-referencia-em-energias-
renovaveis.shtml>. Acesso em: 12 mar. 2018

ENERGIA INTELIGENTE UFJF, Como funciona: Biomassa. Disponível em:<


http://energiainteligenteufjf.com/como-funciona/como-funciona-biomassa/>. Acesso
em: 12 mar. 2018

CASA DOS VENTOS, Parques Eólicos. Disponível em:<


http://casadosventos.com.br/pt/projetos/parques-eolicos/>. Acesso em: 26 mar. 2018

AUTOSSUSTENTAVEL, Biomassa. Disponível em:<


http://autossustentavel.com/2017/07/biomassa.html/>. Acesso em: 26 mar. 2018

EXAME, Energia da Biomassa tem Espaço para Crescer. Disponível


em:<https://exame.abril.com.br/tecnologia/energia-de-biomassa-tem-espaco-para-
crescer/>. Acesso em: 26 mar. 2018

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