Professional Documents
Culture Documents
17 à 22 de outubro de 1999
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
GRUPO III
GRUPO DE ESTUDOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO (GLT)
AUMENTO DA CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO DE LINHAS AÉREAS, UTILIZANDO CABO CAA
DE LIGA DE ALUMÍNIO TERMORRESISTÊNTE (TAL)
Carlos Alexandre M. do Nascimento* Edino B. Giudice Miguel A. Mourão José M. C. Brito
Sidnei Ueda
FURUKAWA
Buscando sempre estar presente no desenvolvimento LT Experimental foi readaptada para a execução do
tecnológico de novos materiais e equipamentos para procedimento experimental proposto.
LTs, a CEMIG desenvolveu, em parceria com a
FURUKAWA, a avaliação de cabos CAA com liga de 2.2 Sistema de Energia
alumínio termorresistente (TAL) submetido ao clima
tropical. A temperatura normal de operação desse cabo A corrente na LT Experimental é regulada através dos
pode atinge 150 °C, valor mais elevado que 90°C, o reguladores de tensão que mantém um nível de tensão
qual é utilizado no tradicional cabo CAA de liga de na linha praticamente constante, dessa forma é
alumínio (Al 1350). controlado o valor máximo de corrente na linha
(Imax=680 A). A Figura 2 mostra o transformador e
A LT Experimental da CEMIG foi utilizada para os reguladores de tensão utilizados.
instalação dos cabos CAA de Liga Termoresistente-
TAL e de Liga Tradicional Al 1350, objetivando uma
comparação de funcionalidade entre os mesmos.
2 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para monitorar as informações meteorológicas locais Para comprovar as característica mecânicas dos cabos
na LT Experimental foi utilizado uma estação terrestre fornecidos pela Furukawa, foram desenvolvidas várias
composta de sensores de velocidade e direção do séries de testes de laboratório, os quais foram
vento, temperatura ambiente e radiação solar. desenvolvidos em instalações da CEMIG e UFMG. Os
ensaios foram realizados em três etapas distintas de
acordo com o tempo de utilização dos cabos na LT
Experimental, ensaios antes da instalação, com um
terço (4 meses) e no final da experiência (12 meses).
20
QUÍMICAS NO ALUMÍNIO E AÇO.
15
10
Amostra de Alumínio
5
teor (%) Liga TAL Liga Al 1350
0 Mg 0.003 0.001
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 Si 0.823 0.898
Temperatura do Cabo (ºC) Cu 0.002 0.001
Amostra de Aço
Distribuição dos valores de corrente na LT
Experimental
teor (%) Liga TAL Liga Al 1350
Percentual (%)
C 0.777 0.762
40
S 0.018 0.012
30
20
P 0.013 0.010
10 Mn 0.458 0.387
0 Si 0.267 0.211
520 530 540 550 560 570 580 590 600
Corrente (A) A Tabela 2 mostra o teor de Zircônio (Zr) presente nas
ligas de alumínio em análises, permitindo avaliar a
Distribuição dos valores de velocidade do vento diferença principal na composição química entre as
ligas TAL e Al 1350.
Percentual (%)
30
20 TABELA 2 – RESULTADOS DAS ANÁLISES
QUÍMICAS POR ESPECTROMETRIA.
10
Liga Teor de Zr
0
TAL 169 µg/g
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Velocidade do Vento (m/s)
Al 1350 < 70 µg/g
FIGURA 5 - DADOS OBTIDOS PELO SENSOR A adição de Zircônio(Zr) nas faixas entre 0.1 e 0.3% é
DONUT-10. E ESTAÇÃO METEOROLÓGICA. utilizado para formar uma fina camada entre os
4 - ANÁLISE DOS TESTES NOS CABOS contornos dos grãos da liga de alumínio inibindo o
recozimento e a recristalização do material,
4
150
liga TAL foi 16% menor que na liga tradicional Al
100
1350.
50
0
A Tabela 6 mostra a evolução das perdas de 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
Deformação (cm)
resistência mecânica observadas durante a energização
de um (1) ano da LT Experimental, para o cabo usado, FIGURA 9 – RESULTADO DAS ANÁLISES DE
com mais de 15 anos. Observa-se que a perda de TRAÇÃO NOS FIOS DA LIGA TAL.
resistência mecânica (47%) nesse cabo foi
proporcional em relação a um cabo novo com a mesma Para os fios de aço foi executado o mesmo
liga após um ano de uso(53%). procedimento descrito para os fios de alumínio, e foi
concluído que o aço não alterou suas propriedades
TABELA 5 – PERCENTUAL MÉDIO DE PERDAS mecânicas durante o experimento.
DE RESISTÊNCIA MECÂNICA NA LIGA.
Liga Novo 4 meses 12 meses 3.4 Ensaios de Metalografia
σ rup (kgf) 322.5 127.5 151
Perdas (%) 0 60 53 As metalografias foram realizadas nas amostras dos
Al 1350 fios de alumínio e do aço. A formação dos contornos
Along.(cm) 0.45 1.62 1.15
Along.(%) 2 8 6 dos grãos dos materiais analisados foram observadas e
σ rup (kgf) 323.6 275.4 203.4 as diferenças entre as estruturas das ligas de alumínio
Perdas (%) 0 15 37 termorresistente e liga tradicional Al 1350 foram
TAL registradas. Como o fio de aço possui a mesma
Along.(cm) 0.52 0.50 0.89
Along.(%) 3 2 4 formação química nos cabos instalados na LT
Experimental, observou-se apenas a diferença entre a
TABELA 6 – PERCENTUAL MÉDIO DE PERDAS formação dos grãos em relação ao processo de
DE RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CABO USADO laminação durante a fabricação.
15 anos 15 anos
Cabo 3.5 Outros testes em execução
energizado desenergizado
σ rup (kgf) 164 307
Perdas (%) 47 0 Os ensaios de fadiga forçada acelerada estão
Al 1350
Along.(cm) 0.99 0.44 programados para realização na Ontario Hydro
Along.(%) 5 2 Technologies verificando o comportamento dos cabos
em vão de laboratório, simulando o comportamento de
As Figura 8 e 9 mostram os diagramas tensão x vibração eólica de uma linha em operação. A fadiga
deformação para as ligas de Al 1350 e TAL. mecânica dos fios de alumínio do cabo é determinante
Observou-se que depois dos 4 meses de operação o na sua vida útil de operação. Sendo assim os ensaios
cabo foi submetido a um tratamento térmico, devido a serão realizados para verificar se a alteração da
variação de temperatura na linha. composição química na liga pode afetar em sua vida
útil.
350
Al 1350-Novo
300
Al 1350 - 4 meses
5 - ANÁLISES ELÉTRICAS DOS CABOS
Carga Aplicada (kgf)