You are on page 1of 172

GOVERNADOR

Fernando Damata Pimentel

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


Helvécio Miranda Magalhães Júnior

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO


Presidente
Roberto do Nascimento Rodrigues
Diretoria de Estudos em Cultura, Turismo e Economia Criativa (Dectec)
Bernardo da Mata Machado
Centro de Estatística e Informações
Júnia Santa Rosa
Centro de Estudos de Políticas Públicas Paulo Camilo de Oliveira Penna
Ana Paula Salej Gomes
Centro de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida Arruda
Elisa Maria Pinto da Rocha
Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças
Josiane Vidal Vimieiro
Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho
Letícia Godinho de Souza
Assessoria de Comunicação Social
Olívia Bittencourt

SECRETARIA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL (Sedese)


Secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social
Rosilene Cristina Rocha
Secretária de Estado Adjunta
Karla França
DIAGNÓSTICO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA RURAL

Contrato FJP-PROC-101/2016. Contrato de Prestação de Serviços n. 9074996/2016,


celebrado entre Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedese) e a Fundação
João Pinheiro, para realização de diagnóstico acerca da população rural em situação de
vulnerabilidade social e das políticas, programas, projetos e ações voltados ao combate à
pobreza rural.
F981d Fundação João Pinheiro.
Diagnóstico Multidimensional da Pobreza Rural / Fundação
João Pinheiro. Belo Horizonte, 2017.
172 p. : il.

Inclui bibliografia: 168-172

1. Pobreza rural – Minas Gerais. 2. Demografia – Minas


Gerais. 3. Programa social – Minas Gerais. 4. Políticas públicas –
Minas Gerais. I. Título.

339.12 (815.1)
DIAGNÓSTICO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA RURAL

Belo Horizonte
Junho de 2017
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
Alameda das Acácias, 70
São Luiz
Belo Horizonte – MG
CEP 31275.150
Telefones: (31)3448.9580 e 3448-9561
Email: comunicação@fjp.mg.gov.br
Site: http://www.fjp.mg.gov.br
EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO
Roberto do Nascimento Rodrigues

COLABORAÇÃO
Andréia Ramos Budaruiche (FJP)
Carolina Portugal Gonçalves da Motta (FJP)
Karina Rabelo Leite Marinho (FJP)
Frederico Poley Martins Ferreira (FJP)
Murilo Cássio Xavier Fahel (FJP)
Maria José Nogueira (FJP)

Douglas Sathler
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

ESTAGIÁRIO
Emerson Dutra
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA
Figura 1: Interação dos setores rural e urbano na perspectiva funcionalista ........... 32

GRÁFICOS
Gráfico 1: População total e rural – Brasil –1950/2050 (em milhões de pessoas).... 33
Gráfico 2: Pirâmides etárias da população rural dos territórios de desenvolvimento
do Vale do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – 1980/ 2010 .................................... 42

MAPAS
Mapa 1: Área de estudo e municípios dos territórios de desenvolvimento do Alto
Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Norte, Mucuri e Vale do
Rio Doce, por classes de tamanho – Minas Gerais – 2016 ...................... 26
Mapa 2: Razão de dependência e taxa de envelhecimento dos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais –1980/2010................................................................................... 44
Mapa 3: Taxa de fecundidade total (TFT) e esperança de vida ao nascer dos
municípios com população inferior a 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha Minas Gerais – 2010 .............. 47
Mapa 4: Taxa Líquida de Migração (TLM) dos municípios com menos de 20 mil
habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerai – 2010 ....................................................... 49
Mapa 5: Renda per capita dos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais – 2010 ............ 53
Mapa 6: Renda per capita da população residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 54
Mapa 7: Percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais –
2010 ......................................................................................................... 55
Mapa 8: Percentual de pobres e de extremamente pobres da população
residente fora do perímetro urbano nos médios e grandes municípios
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 56
Mapa 9 Taxa de Atividade, Taxa de Desemprego, Grau de formalização dos
ocupados, Percentual de ocupados com ensino fundamental, percentual
dos ocupados com ensino médio e percentual dos ocupados com até
um salário mínimo nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 .......... 58
Mapa 10: Taxa de atividade e de desemprego grau de formalização dos
ocupados, percentual de ocupados com ensino fundamental e médio e
percentual dos ocupados com até um salário mínimo da população
residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha em 2010 .................................................................. 59
Mapa 11: Gasto per capita com apoio ao trabalho nos municípios pequenos dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 60
Mapa 12: Gasto per capita com apoio ao trabalho nas áreas rurais da população
residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 61
Mapa:13 Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a geração
de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 ......................................................................................... 62
Mapa 14: Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a geração
de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010 ................................................................................ 63
Mapa 15: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social nos
pequenos municípios dos, territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ..................................................... 65
Mapa 16: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social nos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 66
Mapa 17: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais nos municípios
pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 70
Mapa 18: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais residente fora
do perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ........... 71
Mapa 19 Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens adultos de 18 anos
ou mais com o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com
o médio completo nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ........... 72
Mapa 20: Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens e adultos de 18 anos
ou mais com o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com
o médio completo da população residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 73
Mapa 21: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos
fundamental e médio nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 75
Mapa 22: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos
fundamental e médio no campo da população residente fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes com população dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015 .......................................................................................... 76
Mapa 23: Déficit habitacional nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 .......... 82
Mapa 24: Déficit habitacional da população residente fora do perímetro urbano
nos municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ............................................ 83
Mapa 25: Percentual de domicílios atendidos com água encanada, com
esgotamento sanitário e com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha– Minas Gerais – 2010 ............ 84
Mapa 26: Percentual de domicílios situados fora do perímetro urbano atendidos
com água encanada, com esgotamento sanitário e com abastecimento
de água e esgotamento sanitário inadequados nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010 ................................................................................ 85
Mapa 27: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação de serviço
nos municípios pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 86
Mapa 28: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação de serviço
nos municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ............................................ 87
Mapa 29: Percentual de domicílios precários nos municípios com população
inferior a 20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 88
Mapa 30: Percentual de domicílios precários situados fora do perímetro urbano nos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ..................................................... 89
Mapa 31: Localização das cisternas dos pequenos, médios e grandes municípios
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2014 .......................................................................................... 90
Mapa 32: Solicitações de ligações de luz ainda não atendidas em áreas rurais nos
pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em
2014 ......................................................................................................... 91
Mapa 33: Taxa de mortalidade infantil nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 .......... 93
Mapa 34: Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais
consultas de pré-natal nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 .......... 94
Mapa 35: Proporção de internações por doenças devido ao saneamento
ambiental inadequado nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ........... 96
Mapa 36: Proporção de população atendida pelo Programa Saúde da Família
(PSF) nos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 98
Mapa 37: Percentual de domicílios com piso de terra para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 109
Mapa 38: Percentual de domicílios de alvenaria para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 110
Mapa 39: Percentual de domicílios com água encanada para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 111
Mapa 40: Percentual de domicílios com cisterna para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 112
Mapa 41 Percentual de domicílios com poço ou nascente para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 112
Mapa 42: Percentual de domicílios com rede de abastecimento de água para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015 ......................................................................................... 113
Mapa 43: Percentual de domicílios com escoamento sanitário para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 114
Mapa 44: Percentual de domicílios com coleta de lixo para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 115
Mapa 45: Percentual de domicílios com luz elétrica para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 115
Mapa 46: Percentual de domicílios em ruas sem calçamento para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 116
Mapa 47: Percentual de pessoas por faixa de renda médios e grandes (área rural)
e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha, 2015 ................................................................................. 118
Mapa 48: Taxa de analfabetismo (1) e percentual de crianças e adolescentes fora
da escola (2) nos médios e grandes (área rural) e pequenos municípios
dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015 ...................................... 119
Mapa 49: Índice de recursos humanos na assistência social nos grandes e médios
e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce Norte, Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2011 ...................................................... 122
Mapa 50: Conselhos municipais existentes nos municípios pequenos dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 159
Mapa 51: Conselhos municipais existentes nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 160

QUADROS
Quadro 1: Gestão de Equipamento Público de Segurança Alimentar e Nutricional
(EPSAN) Programa de Cooperação Técnica (PCT) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015 ........................ 100
Quadro 2: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015 ........................ 101
Quadro 3: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para acesso à
água para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento
do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce
– 2015 ...................................................................................................... 102
Quadro 4: Programas constantes no PPAG 2016 – 2019 (exercício 2017) que
contemplam o objetivo de reduzir a pobreza rural .................................... 129
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa .................... 130
Quadro 6: Política # 1 Ampliar a oferta de Educação Integral nas escolas estaduais 134
Quadro 7: Política #2 Escola Aberta ......................................................................... 135
Quadro 8: Política #3 Formação de Profissionais da Educação ................................ 136
Quadro 9: Política #4 Aquisição de ônibus para transporte escolar .......................... 137
Quadro 10: Política #5 Reforma e ampliação de unidades escolares ......................... 138
Quadro 11: Política #6 Estruturação de laboratórios escolares de informática............ 138
Quadro 12: Política #7 Confinamento de equipes volantes ......................................... 140
Quadro 13: Política #8 Doação de 34 novos veículos para uso do CRAS ou equipe
volante ..................................................................................................... 141
Quadro 14: Política #9 Qualificação das equipes do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) .......................................................................................... 142
Quadro 15: Política #10 Fortalecimento do Programa Leite pela Vida ........................ 143
Quadro 16: Política #11 Garantia de renda mínima aos agricultores familiares .......... 144
Quadro 17: Política #12 Água para as comunidades tradicionais ............................... 145
Quadro 18: Política #13 Projeto Água Vida ................................................................. 146
Quadro 19: Política #14 Doação de tubulação e reservatórios de água – Plano de
Urgência para Enfrentamento da Seca .................................................... 147
Quadro 20: Política #15 Projeto Caixa D´água ........................................................... 148
Quadro 21: Política #16 Energização dos poços artesianos ....................................... 149
Quadro 22: Política #17 Programa 100% presente – Eletrificação Rural .................... 150
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: População estimada e quantidade de pessoas inscritas no CadÚnico


por território de desenvolvimento de Minas Gerais – 2016 ....................... 35
Tabela 2: Participação dos territórios de desenvolvimento de Minas Gerais no PIB
estadual – 1999/2012............................................................................... 36
Tabela 3: Taxa de fecundidade total segundo regiões de planejamento – Minas
Gerais – 1970/2010.................................................................................. 40
Tabela 4: Distribuição da renda monetária entre a população rural dos territórios
de desenvolvimento do Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha
Mucuri Norte e Vale do Rio Doce segundo microterritórios – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 51
Tabela 5: Taxa de analfabetismo da população de residente em áreas rurais dos
territórios de desenvolvimento do Alto Jequitinhonha Médio e Baixo
Jequitinhonha Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce segundo grupos etários
específicos e microterritórios – Minas Gerais – 2010 ............................... 68
Tabela 6: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura
(internet, energia e água) no total de pequenos municípios das regiões
Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do
Rio Doce – Minas Gerais – 2015.............................................................. 78
Tabela 7: Percentual de escolas indígenas e quilombolas atendidas por
equipamentos de infraestrutura (1) no total de pequenos municípios das
regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e
Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015................................................. 78
Tabela 8: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1)
situadas fora do perímetro urbano no total de municípios médios e
grandes das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha
Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015......................... 79
Tabela 9: Percentual de escolas indígenas e quilombolas atendidas por
equipamentos de infraestrutura (1) em áreas situadas fora do perímetro
urbano no total de municípios médios e grandes das regiões Alto
Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri, Norte e Vale do Rio
Doce – Minas Gerais – 2015 .................................................................... 80
Tabela 10: Indicadores de vulnerabilidade para o agregado de municípios com
população inferior a 20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento
do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010 ................................................ 105
Tabela 11: Indicadores de vulnerabilidade no campo para o agregado de
municípios com população superior a 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010 ...................................... 107
Tabela 12: Pessoas atendidas pelos programas sociais (1) para o agregado de
municípios com população superior a 20 mil habitantes (população
rural) e inferior a 20 mil habitantes nos territórios de desenvolvimento do
Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale
do Rio Doce, 2015 ................................................................................... 121
Tabela 13: Características da população quilombola cadastrada no Cadastro Único
nos grandes e médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 124
Tabela 14: Características da população indígena cadastrada no Cadastro Único
nos grandes e médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio
e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015 ................................... 126
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos
pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 152
Tabela 16: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos
médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 157
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos
municípios do Vale do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ..................... 161
Tabela 18: População total, população urbana e população rural nos médios e
grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio
e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ........ 167
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Acessuas Acesso dos Usuários da Assistência Social


ATER Assistência Técnica e Extensão Rural
BPC Benefício de Prestação Continuada
Caisan Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e
Nutricional
Cepal Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
CEAS/MG Conselho Estadual de Assistência Social de Minas Gerais
Ceasa Centrais Estaduais de Abastecimento
Cemig Companhia Energética de Minas Gerais
Copanor Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e
Nordeste de Minas Gerais S/A
Consea Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Copasa-MG Companhia de Saneamento de Minas Gerais
EPSAN Equipamento Público de Segurança Alimentar e Nutricional
Emater Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado de Minas Gerais
Febem Fundação Estadual do Bem Estar do Menor
FJP Fundação João Pinheiro
Fucam Fundação Educacional Caio Martins
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Idenor Instituto de Desenvolvimento do Nordeste
IMRS Índice Mineiro de Responsabilidade Social
INAP Índice das Necessidades de Atenção Primária
Mapasan Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional
MDSA Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário
Munic Pesquisa de Informações Básicas Municipais
PAA Programa de Aquisição de Alimentos
PBF Programa Bolsa Família
PCT Programa de Cooperação Técnica
PCTS Povos e Comunidades Tradicionais
PIA População em Idade Ativa
PIB Produto Interno Bruto
PMDI Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPAG Plano Plurianual de Ação Governamental
Pronaf Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar
SAEE Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Governador
Valadares
SAN Segurança Alimentar e Nutricional
Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEDA Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário
Sedese Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social
Sedinor Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Integração do Norte e Nordeste
SIG Sistema de Informações Gerenciais
SINE Sistema Nacional de Empregos
SUAS Sistema Único de Assistência Social
TFT Taxa de Fecundidade
TLM Taxa Líquida de Migração
UAI Unidade de Atendimento Integrado
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 23
2 DADOS E MÉTODOS ................................................................................................ 25
3 SÍNTESE ECONÔMICA E PERSPECTIVA DE ABORDAGEM ................................. 29
4 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS SELECIONADAS ................................... 38
4.1 Demografia ........................................................................................................... 38
4.2 Trabalho e renda .................................................................................................. 50
4.3 Educação ............................................................................................................ 67
4.4 Habitação saneamento e acesso à água ............................................................ 81
4.5 Saúde ............ ..................................................................................................... 92
4.6 Segurança alimentar ........................................................................................... 98
4.7 Assistência social................................................................................................ 104
4.7.1 Grupos vulneráveis ............................................................................................. 104
4.7.2 Informações do Cadastro Único ......................................................................... 108
4.7.2.1 Domicílios ......................................................................................................... 108
4.7.2.2 Pessoas ............................................................................................................ 117
4.7.2.3 Programas sociais............................................................................................. 120
4.7.2.4 Comunidades tradicionais ................................................................................. 123
5 MAPEAMENTO DE AÇÕES DE COMBATE À POBREZA ....................................... 128
ANEXOS ...................................................................................................................... 151
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 168
1 INTRODUÇÃO

Indicadores multidimensionais de pobreza transcendem mensurações exclusivas de


insuficiência de renda e permitem análises mais apuradas, com a qualificação de dimensões
diversas, sendo mais úteis para a avaliação de impacto de programas sociais. Seu caráter
escalar, por sua instância, torna possível ordenar situações sociais distintas, uma vez que
um determinado programa de combate à pobreza, por exemplo, pode ter impacto positivo
em determinadas dimensões da vida dos beneficiários e negativo em outras.

Indicadores desse tipo, portanto, permitem a identificação das famílias mais pobres, dos
grupos mais vulneráveis, dos distintos perfis da pobreza, suas disparidades espaciais e
comportamento temporal, além de estabelecer correlações entre diferentes dimensões de
vulnerabilidade. Questões como essas não são de natureza meramente conceitual, pois
permitem políticas públicas mais qualificadas, a partir de definições claras dessas
manifestações concretas tão diversas do fenômeno. Assim, a definição do público-alvo de
programas de assistência social constitui tarefa complexa, pois todas essas manifestações
concretas de vulnerabilidade são, na maior parte das vezes, superpostas.

Esse constitui um dos maiores limitadores para os desenhos de políticas públicas. Ou seja,
o caráter multidimensional do fenômeno leva à intersetorialidade necessária às políticas. Tal
intersetorialidade, por sua instância, limita-se pela diversidade de formatos institucionais das
organizações públicas. Além disso, políticas sociais lidam com objetos complexos, em que
seu público vivencia vulnerabilidades similares, mas, ao mesmo tempo, apresentam
especificidades importantes. Trata-se de um processo de diversificação e heterogeneidade
da “matéria-prima” da ação social.

O conceito de vulnerabilidade se insere nessa perspectiva multidimensional, e inclui


variáveis relativas à fecundidade de uma população, atenção e cuidados com crianças,
adolescentes, jovens e idosos e dependência demográfica. Variáveis relativas à educação
também se inserem aqui. Com base em informações fornecidas pelos dados disponíveis, é
possível construir indicadores relativos ao analfabetismo, à escolaridade formal e à
qualificação profissional. O acesso ao trabalho pode ser mensurado por meio de
informações acerca da disponibilidade de trabalho e da produtividade dos postos de trabalho
disponíveis. O trabalho precoce e a evasão escolar, bem como a mortalidade infantil
constituem indicadores de desenvolvimento infantil. Carências habitacionais podem ser
mensuradas a partir de variáveis como propriedade do imóvel, déficit habitacional,
capacidade de abrigo, acesso adequado à água, ao esgotamento sanitário, à coleta de lixo,
à eletricidade e a bens duráveis. Por fim, para uma mensuração multidimensional de

23
pobreza, a escassez de recursos também deve ser levada em consideração, por meio da
análise da renda familiar per capita das populações.

Este diagnóstico multidimensional se insere nessa perspectiva de abordagem de múltiplas


variáveis, mas sem condensá-las em um único indicador sintético que, supostamente, possa
espelhar ou delimitar a condição de pobreza ou de vulnerabilidade à pobreza. Tal
diagnóstico constitui parte das atividades do projeto denominado “Situação da pobreza rural
nos municípios dos territórios do Norte, Mucuri, Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha e do Vale
do Rio Doce do Estado de Minas Gerais”. O intuito é subsidiar os planos de enfrentamento à
pobreza rural que estão em fase de elaboração pela Secretaria de Estado de Trabalho e
Desenvolvimento Social (Sedese) do Governo de Minas Gerais, em parceria com a
Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).

A construção do presente diagnóstico, assim como as demais etapas do projeto em


andamento, reforça o compromisso social da Fundação João Pinheiro e do Governo de
Estado de Minas Gerais com as populações pobres e mais vulneráveis do Estado. O
diagnóstico preciso e detalhado da pobreza no campo é indispensável para subsidiar e
respaldar políticas públicas assertivas. A segunda seção traz uma descrição das fontes de
dados e métodos, seguida, na seção 3, por uma síntese da situação econômica dos
territórios de desenvolvimento focalizados no estudo. A seção 4 contém análises das
dimensões selecionadas para dimensionar a pobreza rural. Ao final, apresenta-se uma
síntese das principais ações de combate à pobreza rural de Minas Gerais em anos recentes.

24
2 DADOS E MÉTODOS

As análises do diagnóstico multidimensional da pobreza rural focalizam os 229 municípios


que compõem os territórios do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do
Rio Doce. As unidades de análise utilizadas neste estudo foram as áreas rurais dos
municípios acima de 20 mil habitantes (médios e grandes municípios) e o conjunto rural e
urbano dos municípios com menos de 20 mil habitantes (pequenos municípios), de acordo
com as projeções divulgadas pelo IBGE Cidades (IBGE, 2016b). O mapa 1 traz informações
sobre a área de estudo e dos municípios por classe de tamanho, destacando aqueles com
população inferior a 20 000 habitantes (188 municípios) e aqueles com população superior a
esse limiar - 41 municípios - (IBGE, 2016b). Destaca-se, portanto, que os municípios com
população de até 20 mil habitantes foram considerados rurais, independentemente da
divisão administrativa entre urbano e rural definida por cada administração municipal e
adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudos recentes não
consideram urbanos, para efeitos analíticos, os habitantes de pequenos municípios com
menos de 20 mil habitantes (VEIGA, 2002; 2004; SATHLER, 2005). Esse é um parâmetro
frequente em organizações internacionais e foi proposto pelo sociólogo francês Henri
Mendras ,1995 (ABRAMOVAY, 2000). Em consonância com o Termo de Referência
elaborado pela Sedese,

o diagnóstico deverá abranger os 229 municípios dos cinco territórios de


desenvolvimento definidos como prioritários [...], adotando como recorte
básico de rural a dimensão da população, de acordo com o Censo IBGE
2010: os municípios abaixo de 20 mil habitantes deverão ser considerados
integralmente rurais, tendo em vista que a dinâmica socioeconômica dessas
localidades é fortemente influenciada pelas questões do campo, e, para os
municípios acima de 20 mil habitantes, deverão ser consideradas as zonas
rurais de acordo com o critério utilizado pelo IBGE (MINAS GERAIS, 2016,
p. 2).

O percentual de pobres corresponde à proporção dos indivíduos com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais, em reais de agosto de 2010. Já o percentual
de extremamente pobres corresponde à proporção dos indivíduos com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010 (PROGRAMA DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; INSTITUTO DE PESQUISAS
ECONÔMICAS APLICADAS; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013). Portanto, esses
indicadores de níveis de pobreza estão baseados exclusivamente na renda das populações.
Salienta-se que o presente estudo trata a pobreza de maneira multidimensional e não se
restringe apenas à consideração dos níveis de renda da população.

25
Mapa 1: Área de estudo e municípios dos territórios de desenvolvimento do Alto
Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Norte, Mucuri e Vale do Rio
Doce, por classes de tamanho – Minas Gerais – 2016

Elaboração: Fundação João Pinheiro, 2016.

As variáveis utilizadas foram criteriosamente selecionadas de forma a lançar luz sobre as


seguintes dimensões: demografia, trabalho e renda, educação, saúde, habitação,
saneamento e acesso à água, segurança alimentar e assistência social. Neste trabalho, as
fontes de dados consultadas foram: Censo demográfico (IBGE, 2013a); Índice Mineiro de
Responsabilidade Social (IMRS) (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2010-2014); PNUD (2010);
Cadastro Único (CadÚnico) (BRASIL, 2015a); Pesquisa do Déficit Habitacional (FUNDAÇÃO
JOÃO PINHEIRO, 2016); Censo Escolar (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2014); Sistema Estadual de Informações
sobre Saneamento (SEIS) (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013b), da Companhia de
Saneamento de Minas Gerais (COPASA-MG) e Fundação João Pinheiro (FJP, 2013);
Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2015b); Sistema de
Informações Gerenciais Cisternas (SIG Cisternas) (BRASIL, 2014b); Companhia Energética
de Minas Gerais (CEMIG) (2016); Censo Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
(BRASIL, 2015c); Estatísticas Municipais (Munic) (BRASIL, 2010); Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2014).

A dimensão demografia explora as seguintes variáveis: estrutura etária (pirâmides), razão


de dependência, taxa de envelhecimento, Taxa de Fecundidade Total (TFT), esperança de

26
vida ao nascer e Taxa Líquida de Migração (TLM). Na dimensão trabalho e renda, o estudo
explora a renda per capita, o percentual de pobres e de extremamente pobres, taxa de
atividade, taxa de desemprego, grau de formalização dos ocupados, percentual de
ocupados com ensino fundamental, médio e que ganham até um salário mínimo, gasto
municipal per capita com apoio ao trabalho, existência ou não de programas ou ações de
inclusão produtiva para a geração de trabalho e renda, existência ou não de ações,
programas ou projetos de formação, qualificação ou capacitação profissional, existência ou
não de programa de Acesso dos Usuários da Assistência Social ao Trabalho (ACESSUAS-
Trabalho), presença no município de Sistema Nacional de Emprego (SINE) -estadual e
municipal- agência regional da Caixa Econômica Federal (superintendência), Unidade de
Atendimento Integrado (UAI), e agência de Previdência Social.

Na dimensão educação, o estudo apresenta uma análise da taxa de analfabetismo,


percentual de jovens de 15 a 17 anos com o fundamental completo, percentual de jovens de
18 a 20 anos com médio completo, percentual de jovens e adultos de 18 anos ou mais com
fundamental completo, percentual de aprovados nos ensinos fundamental e médio,
percentual de reprovados nos ensinos fundamental e médio, percentual de abandono no
ensino fundamental e médio, e percentual de escolas com equipamentos de infraestrutura
(internet, energia e água) por agregado de municípios.

Na dimensão habitação, saneamento e acesso à água, o estudo explora o déficit


habitacional, o percentual de domicílios atendidos com água encanada e esgotamento
sanitário (rede), o percentual de domicílios com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados, a companhia de abastecimento de água que atua nos municípios e o
percentual de domicílios precários.

Na dimensão segurança alimentar, as informações do MAPASAN (2015) estão disponíveis


apenas para um conjunto de municípios. No entanto, ressalta-se que boa parte dos
equipamentos e ações listados servem de apoio e suporte não apenas para o município
analisado, mas também, para municípios do entorno. Diante disso, o estudo explora a
presença ou não de uma série de ações e equipamentos, a saber: possui Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea); Câmara Interministerial de
Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) municipal; Lei de Segurança Alimentar e
Nutricional (Lei de SAN) e Plano municipal de SAN; município já realizou conferência
municipal de SAN; possui ao menos uma Central Estadual de Abastecimento (Ceasa), um
sacolão público ou quitanda; uma feira livre, oferece suporte às feiras livres para produtos
orgânicos de base agroecológica; possui restaurantes populares, cozinhas comunitárias,
bancos de alimentos, unidades de apoio à distribuição da agricultura familiar; possui em seu

27
território povos ou comunidades tradicionais; município apoia agricultores familiares,
destinação de alimentos da agricultura familiar; inspeção municipal; vigilância sanitária;
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para agricultores familiares; doações de
alimentos ou cestas de alimentos; produção de base agroecológica (ações de SANS);
incentivo à produção de base agroecológica (ações de SANS); legislação que regula o uso
e/ou controle de agrotóxicos; ações de educação alimentar e nutricional; agricultura familiar
para utilização na alimentação escolar; apoia agricultura urbana; apoia tecnologias sociais
de armazenamento/acesso à água e tecnologias de acesso à água com apoio dos
municípios.

Na dimensão saúde o foco do estudo baseia-se na análise de indicadores tais como taxa de
mortalidade infantil, proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais
consultas de pré-natal, proporção de internações por doenças devido ao saneamento
ambiental inadequado e proporção de população atendida pelo Programa de Saúde da
Família.

A dimensão assistência social do estudo traz informações sobre grupos vulneráveis


(crianças e jovens, família e trabalho e renda), além de explorar os seguintes dados para a
população inserida no CadÚnico: percentual de domicílios com piso de terra, alvenaria, água
encanada; forma de abastecimento de água (cisterna, poço ou nascente ou rede);
esgotamento sanitário; coleta de lixo; luz elétrica; sem calçada; estoque populacional rural
(conforme definição adotada neste estudo); percentual de pessoas com renda de até ¼ de
salário mínimo, de ¼ a ½ salário mínimo, de ½ a 1 salário mínimo e superior a 1 salário
mínimo; taxa de analfabetismo, percentual de crianças e adolescentes fora da escola (4 a 5
anos, 6 a 14 anos e 15 a 17 anos); existência de programas sociais - pró-jovem
adolescente, Benefício de Prestação Continuada (BPC) deficiente, BPC idoso e programa
do leite -; índice de recursos humanos na assistência social e síntese das características
das populações tradicionais (quilombolas e indígenas).

Por fim, são apresentadas as principais ações de combate à pobreza rural em Minas Gerais
em anos recentes, assim como os programas e ações que integram o Plano Plurianual de
Ação Governamental (PPAG) para o período 2016 a 2019, com previsão de execução em
2017.

28
3 SÍNTESE ECONÔMICA E PERSPECTIVA DE ABORDAGEM

Há, na verdade, diferentes tipos de pobreza, tanto a nível internacional


quanto dentro de cada país. Por isso, não tem sentido procurar uma
definição matemática ou estatística [...] O assunto exige um tratamento
dinâmico, no qual todo o conjunto de fatores é levado em conta – pois do
contrário haverá ênfase em soluções parciais que são mutuamente
contraditórias. O problema essencial está na estrutura analítica escolhida,
ou seja, na tentativa de uma teorização adequada. (SANTOS, 2013, p. 18-
19)

As políticas de proteção social e de combate à pobreza vivenciam impasses e desafios


reiterados. Embora possam ser de natureza e alcance distintos, essas recorrentes
dificuldades decorrem mais frequentemente de crises, cujos efeitos negativos sobre a renda,
o emprego e as finanças governamentais quase sempre implicam em processos de
ajustamento, resultando não apenas em restrições de financiamento, mas também na
reavaliação dos próprios parâmetros que orientam as políticas públicas.

No início da década de 1980, por exemplo, os sistemas públicos de proteção social e as


políticas de combate à pobreza foram recolocados em discussão, tanto nas economias
industrializadas quanto nas subdesenvolvidas. Nos países centrais, os maciços programas
de proteção social constituídos no período posterior à Segunda Guerra Mundial e que
tinham assegurado um estável pacto na sociedade em torno do crescimento e do pleno
emprego foram colocados em xeque.

Os problemas dinâmicos enfrentados pelo rígido modelo de produção fordista combinados


com a profunda crise fiscal dos Estados levaram os governos a adotarem medidas
corretivas que contemplaram a redução da abrangência e da escala do sistema de proteção
social vigente. Esse redimensionamento, contudo, ocorreu em um contexto abertamente
desfavorável, no qual a inflação e o desemprego crescentes impulsionavam a demanda por
políticas públicas para contrabalançar as desigualdades econômicas e sociais que voltavam
a se manifestar de forma progressiva. A despeito dessas circunstâncias críticas, a visão
então predominante orientou o ajuste, redefinindo os parâmetros das políticas de proteção
social. A concessão dos benefícios passou a se vincular a exigências e contrapartidas por
parte da população assistida e foram adotados critérios de eficiência alocativa no
direcionamento de recursos, de modo que os programas governamentais foram restringidos,
perdendo densidade e alcance.

Nas nações periféricas, a discussão em torno dos sistemas de proteção social teve outro
caráter e foi suscitada, em verdade, pela sua virtual inexistência. Na segunda metade do
século XX, o mundo subdesenvolvido – o chamado “Terceiro Mundo” – encontrou condições
econômicas e políticas favoráveis à adoção de programas de industrialização acelerada.

29
Esses processos de modernização produtiva dirigidos pelo Estado, entretanto, foram
excludentes e resultaram no aprofundamento das desigualdades sociais e da pobreza. No
início dos anos 1980, as turbulências da economia mundial se expressaram na estagflação
e no agravamento das já precárias condições sociais dos países subdesenvolvidos. Assim,
foram revigoradas as críticas ao modelo de desenvolvimento concentrador de renda,
reconduzindo para o centro da agenda das economias periféricas a temática, sempre
negligenciada, da assistência social e do combate à pobreza. Porém, da mesma forma
como ocorreu nas economias centrais, a visão neoliberal predominou e os programas de
assistência social dos países periféricos incorporaram os parâmetros de eficiência alocativa,
condicionalidades e focalização.

Esses impasses e desafios vivenciados pelos sistemas nacionais de proteção social


estimularam uma intensa reflexão teórica e sucessivos debates entre estudiosos e
formuladores de políticas públicas, tanto no âmbito dos governos nacionais quanto em
instituições acadêmicas e multilaterais. Como resultado, veio se constituindo o entendimento
mais abrangente a respeito do fenômeno da pobreza, que deixou de ser compreendido sob
a ótica meramente monetária, associado à renda, incorporando um amplo espectro de
elementos. Nessa perspectiva multidimensional, as orientações e estratégias práticas de
enfrentamento da pobreza passaram a contemplar – e a requerer – ações simultâneas e
articuladas em diversos campos, como os de abastecimento de água potável, saneamento
básico, saúde, segurança alimentar, educação, emprego, dentre outros.

Atualmente, esboça-se um novo cenário de grandes incertezas e apreensões. Em âmbito


internacional, as dificuldades macroeconômicas derivadas da grande crise que eclodiu em
2008/2009 ainda não foram superadas, cobrando ajustes que têm penalizado o mercado de
trabalho e os gastos públicos alocados na área social em escala global. Em âmbito nacional,
além da forte e persistente desaceleração da atividade econômica, a recém-promulgada
Emenda Constitucional n. 95, de 15 de dezembro de 2016, criando restrições às despesas
públicas primárias da União, coloca em xeque as tardias e incipientes políticas de
assistência social do país. Esse contexto reatualiza os impasses e os desafios dos sistemas
nacionais de proteção social e de combate à pobreza.

Mas se os sistemas protetivos vivenciam contínuos embaraços, como assinalado na seção


2, tornando muito complexo o enfrentamento da pobreza, os problemas não são menores e
tornam-se até mais acentuados quando se tem em vista o fenômeno da pobreza rural. Isso
se deve, principalmente, à visão que se estabeleceu como dominante a respeito dos
processos de desenvolvimento econômico, nos quais o setor rural tem sido considerado

30
como mero suporte de apoio à expansão e à modernização das atividades urbano-
industriais. Nessa perspectiva funcionalista, o setor rural exerceria cinco funções básicas:

a) provisão de alimentos;

b) ampliação da disponibilidade de divisas, mediante excedentes exportáveis e substituição


de importações de bens primários;

c) transferência de mão de obra barata para as atividades urbano-industriais (salários pouco


acima do nível de subsistência);

d) transferência líquida de recursos (via preços, confisco cambial, tributação entre outros);

e) demanda por produtos industriais (máquinas, equipamentos, químicos e bens de


consumo duráveis).

Essa abordagem funcionalista dominante tem implicações relevantes para a formulação e


execução de políticas direcionadas ao enfrentamento da pobreza rural, uma vez que suas
proposições convalidam e informam uma determinada organização da produção
agropecuária calcada no latifúndio monocultor e exportador, conforme esquematicamente
ilustrado no diagrama (fig.1).

Sob tal perspectiva, as estratégias e orientações de combate à pobreza rural devem se


contrapor a essa visão hegemônica convencional, que tem considerado o espaço rural como
repositório de recursos naturais e força de trabalho, configurando mero apêndice ou
prolongamento do espaço urbano, em que efetivamente se localizariam as atividades
modernas e dinâmicas. Tal dicotomia deve ser superada a fim de tornar mais visível – e
compreensível – a problemática da pobreza rural e o seu necessário enfrentamento.

31
Figura 1: Interação dos setores rural e urbano na perspectiva funcionalista

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP)

Um ponto de partida apropriado nesse esforço de reavaliar a pobreza no campo passa pelo
reconhecimento da relevância da população rural no Brasil. Embora esteja em queda
secular, tanto em termos absolutos quanto relativos, o contingente populacional do país que
vive no campo deverá se estabilizar em torno de 25 milhões a partir desta década até 2050,
quando, de acordo com as projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (CEPAL, 2015) deverá se situar acima dos 20 milhões de habitantes (gráf. 1).
Ademais, informações disponíveis evidenciam que a pobreza tem uma grande incidência no
meio rural brasileiro: em 2010, considerando uma linha de pobreza de R$ 70/mês por
pessoa, dos 16,2 milhões de pessoas que se encontravam em condição de extrema pobreza
no Brasil, 47% residiam no setor rural, sendo a maior prevalência nas regiões Norte e
Nordeste (ORTEGA, 2013).

As informações disponíveis indicam significativos avanços no enfrentamento das


desigualdades sociais e da pobreza no Brasil em período recente, como atesta extensa
pesquisa divulgada pelo Banco Mundial.

O Brasil conseguiu reduzir significativamente a pobreza na última década. A


pobreza extrema foi quase eliminada, baixando de uma taxa de quase 10%
para 4% entre 2001 e 2013. Contingente próximo a 60% dos brasileiros
ascenderam a um estrato socioeconômico mais alto; ou seja, a um maior
nível de renda entre 1990 e 2009. De forma geral, aproximadamente 25
milhões de brasileiros escaparam de pobreza extrema ou moderada, o que
representou uma em cada duas pessoas que escaparam da pobreza na
América Latina e Caribe durante o período (BÁEZ et al., 2015, p. 77).

32
Gráfico 1: População total e rural – Brasil –1950/2050 (em milhões de pessoas)

Fonte: Dados básicos: CEPAL. Centro Latinoamericano y Caribeño de Demografia


(CELADE). Estimaciones y proyecciones de población total, urbana y
rural, y económicamente activa, Revisión. [Santiago de Chile], 2015.

De acordo com o mesmo estudo, a redução das desigualdades e da pobreza no Brasil


ocorreu de forma ampla, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Ressalta-se que as
assimetrias persistiram e de forma mais acentuada nas áreas urbanas do que nas rurais,
registrando, em 2012, Coeficiente Gini equivalente a 0,52 e 0,49, respectivamente. Diversas
iniciativas explicam o declínio das desigualdades e os avanços alcançados na redução da
pobreza no Brasil, entre as quais podem ser citadas as seguintes:

a) políticas gerais e específicas de mercado de trabalho, proporcionando não apenas a


elevação real do salário mínimo, mas também um processo de formalização do emprego
rural;

b) políticas de proteção social, entre as quais se destacam:

- Programa Bolsa Família (PBF),

- aposentadorias rurais;

c) políticas de fomento produtivo rural, em especial:

- Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf);

- Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar;

- Programa de Merenda Escolar.

33
Antes de apresentar as principais dimensões endereçadas para lidar com o problema da
pobreza rural em Minas Gerais, vale a pena fazer breve referência ao contexto prevalecente
no Estado, sublinhando os seus principais aspectos. Inicialmente, nota-se que Minas Gerais
apresenta elevado grau de urbanização, que se situa em patamar moderadamente superior
à média nacional, com 85,3% de sua população residente localizada em centros urbanos,
ante percentual de 84,3% do país, de acordo com informações censitárias. Contudo, as
mesmas informações censitárias evidenciam que Minas Gerais tem a segunda maior
população rural do Brasil: 2,88 milhões de mineiros residem no campo, o equivalente a 9,7%
do contingente nacional. Esses números, embora sintéticos, reforçam a magnitude do
desafio que o governo estadual tem pela frente no que concerne à atenuação do quadro de
pobreza observado no campo.

Junta-se a esse dado um quadro social de agudas carências, tendo em vista que Minas
Gerais abriga o terceiro maior contingente de pessoas inscritas no Cadastro Único para
Programas Sociais (CadÚnico), de modo que parcela significativa da população residente no
estado vive atualmente em situação de pobreza ou de pobreza extrema. A Tabela 1 mostra
que 7,64 milhões de pessoas se encontravam nessa condição de debilidade
socioeconômica em Minas Gerais, em 2016, correspondendo a mais de 36% da população
mineira estimada para o mesmo ano. O maior contingente populacional relativo em situação
de pobreza e/ou pobreza extrema estava localizado nos territórios de desenvolvimento do
Médio e Baixo Jequitinhonha (66,81%), Alto Jequitinhonha (61,52%), Norte (61,02%), Mucuri
(61,02%) e Vale do Rio Doce (51,81%) – justamente os territórios de desenvolvimento que
são foco deste diagnóstico, que irá subsidiar a elaboração de um plano de ações do governo
direcionadas ao combate à pobreza rural.

Tendo em conta esse grande pano de fundo, os programas e ações constantes no PPAG
2016-2019 (Exercício de 2017) que são endereçados ou contemplam, entre os seus
objetivos, a redução da pobreza rural. Como é possível verificar, são quatro programas e 19
ações, que preveem desembolsos consolidados de R$ 481.424.129 entre 2017 e 2020,
perfazendo investimento de R$ 167 por habitante do setor rural nesse período. As
informações permitem perceber que os atuais programas de enfrentamento da pobreza rural
têm caráter multissetorial e interinstitucional, ao envolverem diferentes Secretarias –
Sedese, Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste
(Sedinor) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) – e perpassarem três
eixos temáticos: “Educação e Cultura”, “Saúde e Proteção Social” e “Desenvolvimento
Produtivo, Científico e Tecnológico”.

34
Desigualdades regionais constituem um traço característico de Minas Gerais e permanecem
como um dos principais desafios a serem vencidos pelas políticas econômicas
desenvolvidas no âmbito estadual, embora o fenômeno envolva, evidentemente, diversas
dimensões abrangendo, além de aspectos econômicos, questões sociais, políticas e
culturais, dentre outras.

Tabela 1: População estimada e quantidade de pessoas inscritas no CadÚnico por


território de desenvolvimento de Minas Gerais – 2016
Território de População estimada Pessoas inscritas no
(B) / (A)
Desenvolvimento (A) CadÚnico (B)
Médio e Baixo Jequitinhonha 492.326 329.900 66,81
Alto Jequitinhonha 311.402 191.567 61,52
Norte 1.678.958 1.024.520 61,02
Mucuri 447.898 251.838 56,23
Vale do Rio Doce 762.165 394.841 51,81
Caparaó 710.117 341.945 48,15
Central 257.748 112.030 43,46
Vale do Aço 830.658 334.213 40,23
Noroeste 676.511 272.168 40,23
Vertentes 770.470 286.313 37,16
Mata 1.664.330 596.774 35,86
Sudoeste 612.456 215.866 35,25
Sul 2.175.158 744.551 34,23
Triângulo do Norte 1.305.452 410.702 31,46
Oeste 1.078.444 321.473 29,81
Triângulo do Sul 768.771 225.859 29,38
Metropolitano 6.454.696 1.586.409 24,58
Total 20.997.560 7.639.969 36,39
Fonte: Dados básicos: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
CadÚnico. Brasília, DF, 2015a
Nota: CadÚnico = Cadastro Único para Programas Sociais

Por isso, o atual Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) tem como diretriz
fundamental a redução das desigualdades regionais, abrangendo todas as suas dimensões:
não apenas a econômica, mas também social, cultural, política, entre outros. O objetivo-
síntese é, efetivamente, criar condições para que as oportunidades sejam mais equitativas
para todos os cidadãos de Minas Gerais, a despeito da sua localidade de residência.

Diferentemente do que ocorreu em âmbito nacional, as disparidades regionais em Minas


Gerais se aprofundaram na última década, o que tem exigido, por parte do atual governo,
medidas incisivas visando um duplo objetivo simultâneo: ao mesmo tempo em que deverá
deter o processo de concentração espacial das atividades econômicas, será necessário

35
encaminhar ações que busquem criar novas centralidades no território, a fim de originar
oportunidades mais dispersas e equânimes para todos os mineiros, independentemente do
território em que resida.

Em 1999, a área primaz de Minas Gerais, o Território de Desenvolvimento Metropolitano,


concentrava 38,24% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Em 2012, essa participação
tinha se ampliado para quase 41% (tab. 2). Considerando os três principais territórios de
desenvolvimento em termos de PIB (Metropolitano, Sul e Triângulo Norte), esse
aprofundamento da concentração econômica regional fica ainda mais nítido: a participação
desse conjunto territorial subiu de 58,25% para 60,02%.

Tabela 2: Participação dos territórios de desenvolvimento de Minas Gerais no PIB estadual –


1999/2012

Território de Percentual do PIB estadual (a preços correntes)


Desenvolvimento 1999 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Noroeste 3,01 2,96 3,02 2,66 2,88 2,84 3,21
Norte 4,00 3,97 3,80 3,86 3,93 3,80 4,01
Médio e Baixo Jequitinhonha 0,77 0,77 0,70 0,71 0,71 0,72 0,74
Mucuri 1,03 1,04 0,93 0,96 0,97 0,95 0,97
Alto Jequitinhonha 0,53 0,55 0,51 0,51 0,55 0,54 0,61
Central 0,97 0,97 1,02 1,10 1,02 0,97 0,89
Vale do Rio Doce 1,95 2,04 1,84 1,87 1,71 1,70 1,72
Vale do Aço 4,22 4,27 4,84 4,48 4,15 3,85 3,38
Metropolitano 38,24 39,41 39,07 40,60 41,85 42,84 40,83
Oeste 4,88 4,91 5,13 5,07 4,93 4,97 5,18
Caparaó 2,09 2,06 1,97 2,02 1,98 1,83 1,98
Mata 6,93 6,50 6,14 6,07 5,77 5,59 5,69
Vertentes 2,75 2,80 3,20 2,88 3,13 3,01 3,05
Sul 11,13 10,60 10,42 10,18 9,38 9,76 10,14
Sudoeste 3,37 2,96 2,90 3,10 2,96 2,83 3,01
Triângulo Norte 8,88 8,73 8,74 8,74 8,66 8,74 9,05
Triângulo Sul 5,25 5,43 5,76 5,17 5,43 5,07 5,55
Fonte: Dados básicos: Fundação João Pinheiro (FJP)
Nota: PIB = Produto Interno Bruto

Em contrapartida, a participação dos cinco territórios de desenvolvimento cujas áreas rurais


são objeto de estudo neste relatório permaneceu praticamente inalterado, girando em torno
de parcos 8% do PIB (8,28% em 1999 e 8,05% em 2012).

36
A estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, que contempla a elaboração deste
diagnóstico se insere nesta perspectiva de redução das desigualdades inter e intraterritoriais
em Minas Gerais, ao eleger como público-alvo a parcela mais carente da população
residente nos territórios de desenvolvimento de menor dinamismo e desenvolvimento
socioeconômico.

37
4 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS SELECIONADAS

O objetivo da análise inserida nesta seção é identificar e descrever as principais


características da população alvo de políticas públicas de combate à pobreza rural da
porção setentrional de Minas Gerais, composta pelos territórios de desenvolvimento do Alto
Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Vale do Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce.
Para tanto, a situação da pobreza desse segmento populacional é retratada de forma
multidimensional, extrapolando as várias facetas desse problema social. A noção simplista
de que a pobreza seria apenas uma questão de nível de renda cede lugar a uma análise
detalhada da realidade, com destaque para a investigação de variáveis demográficas e
socioeconômicas, incluindo indicadores de educação, saúde, habitação, segurança
alimentar, assistência social, entre outros.

4.1 Demografia

A configuração do perfil demográfico do segmento populacional que constitui o objeto de


estudo do Diagnóstico Multidimensional da Pobreza Rural requer a consideração do estágio
em que se encontra essa população no processo de transição demográfica em curso no
Brasil. Esse processo, que começou ainda nos anos 1950, com o início mais consistente de
uma tendência de redução da mortalidade, notadamente da mortalidade infantil, foi seguido,
a partir do final dos anos 1960, por uma tendência de redução da natalidade, mais
especificamente da fecundidade.

O Brasil se encontra no estágio final do processo de transição demográfica, marcado por


níveis baixos tanto da taxa bruta de mortalidade quanto da taxa de natalidade. No entanto,
em função das disparidades regionais que caracterizam o país, esse não é o estágio vigente
em todas as regiões brasileiras, indistintamente. Com efeito, no Norte e Nordeste do Brasil
os níveis de fecundidade ainda são maiores do que a média registrada para o conjunto do
país. Também no cenário intrarregional verifica-se que unidades federativas brasileiras se
encontram em estágios diferentes do processo de transição demográfica. Na região
Sudeste, por exemplo, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo estão em estágio mais
avançado desse processo, quando comparados aos estados do Espírito Santo e Minas
Gerais.

Assim como ocorre com o Brasil, o estado de Minas Gerais é marcado por profundas
desigualdades regionais, o que implica no registro de estágios distintos do processo de
transição demográfica1, quando são consideradas as diversas regiões mineiras, a despeito

1
No caso da fecundidade, uma discussão mais ampliada do processo de transição demográfica em
curso em Minas Gerais e nos seus territórios de desenvolvimento, aqui incluídos os territórios que
constituem o universo amostral objeto deste estudo, foge ao escopo deste relatório. Destaca-se,
nesta seção do relatório, ainda que tangencialmente e de maneira agregada, a velocidade da redução
da fecundidade, elemento chave de explicação das modificações na estrutura etária da população. A
abordagem específica da migração também está inserida nesta seção, ao passo que a mortalidade
será objeto de consideração no item relativo à dimensão saúde.

38
da tendência de convergência para uma situação de taxas de mortalidade e de fecundidade
reduzidas, resultando em baixo crescimento vegetativo da população e em um processo de
envelhecimento populacional, ambos influenciados, também, pelo comportamento da
migração.

Minas Gerais apresentava, em 1970, uma taxa de fecundidade de 6,31 filhos por mulher
durante seu período reprodutivo, nível elevado mesmo em relação à média de 5,02 filhos
por mulher registrada para o conjunto do Brasil. No mesmo ano, dados divulgados pelo
Banco Mundial (WORLD BANK, 2016) revelam um nível de 3,07 filhos por mulher na
Argentina. Dez anos depois, em 1980, o número médio de filhos por mulher em Minas
Gerais reduziu-se para 4,30, bem mais próximo do nível de 4,07 registrado para o Brasil e
de 3,32 para a Argentina. Em 1990 a fecundidade em Minas Gerais (2,70 filhos por mulher)
já era inferior àquela registrada para o Brasil (2,81) e para a Argentina (2,99). Em 2000, a
taxa de fecundidade de Minas Gerais (2,30 filhos por mulher) ainda se situava acima do
nível de reposição2, que é de 2,1 filhos por mulher, mas mantinha-se pouco inferior ao valor
estimado para o Brasil (2,36) e para a Argentina (2,48). Em 2010, a taxa de fecundidade
registrada em Minas Gerais (1,76 filho por mulher) já estava abaixo do nível de reposição,
mesma situação em que se encontrava o índice estimado para o conjunto do Brasil (1,84) e,
em ambos os casos, já inferior ao valor estimado para a Argentina (2,22). Em 2015 a taxa
de fecundidade total era de 1,4 filho por mulher em Minas Gerais e de 1,7 no Brasil.

A velocidade de declínio da fecundidade em Minas Gerais foi acompanhada, como não


poderia deixar de ser, por um processo rápido de tendência à convergência do indicador,
com reduções mais acentuadas nas áreas ou regiões em que o nível registrado era mais
elevado. Assim, em 1991, apenas quatro municípios mineiros (0,5% do total) tinham
fecundidade situada em patamar de até 2,1 filhos por mulher. O número de municípios
mineiros com fecundidade nesse nível elevou-se para 71 em 2000 (44, 8% do total) e para
509 em 2010 (59,7% do total). Em 2010, apenas 12 municípios mineiros apresentavam
fecundidade na faixa de 3,01 a 4,50 filhos por mulher e em nenhum dos 853 municípios o
nível da fecundidade foi superior a 4,5 (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
DESENVOLVIMENTO; INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS;
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO,2013).

Internamente, Minas apresentava um quadro muito díspar em relação à fecundidade, mas


os diferenciais regionais vêm se reduzindo ao longo do tempo. Grosso modo, as quatro
regiões de planejamento (Norte de Minas, Noroeste de Minas, Rio Doce e

2
Para assegurar a reposição da população a taxa de fecundidade não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher.
Os dois filhos substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de
atingir a idade reprodutiva.

39
Jequitinhonha/Mucuri) que hoje correspondem à área delimitada pelos cinco territórios de
desenvolvimento3 focalizados no presente estudo (Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce) são aquelas que apresentaram, entre
1970 e 2010, os maiores níveis de fecundidade do estado (tab. 3).

A taxa de fecundidade mais elevada entre as 10 regiões de planejamento de Minas Gerais


foi registrada no Norte de Minas em 1970 e 1991 (respectivamente, 8,53 e 4,18 filhos por
mulher), posição ocupada pela região Jequitinhonha/Mucuri em 1980 (6,51), 2000 (3,20) e
2010 (2,18). No período considerado, a menor taxa de fecundidade foi estimada para a
região Triângulo, de 1970 a 2000, e para a região Central, em 2010. A diferença entre a
maior e a menor taxa de fecundidade reduziu-se paulatinamente: de 3,50 filhos por mulher
em 1970 para 3,27 em 1980, 1,97 em 1991, para 1,24 em 2000 e 0,54 em 2010. Com o
acelerado processo de redução da fecundidade, em 2010 apenas duas regiões de
planejamento apresentaram nível superior ao de reposição: 2,18 filhos por mulher no
Jequitinhonha/Mucuri e 2,16 no Noroeste de Minas4.

Tabela 3: Taxa de fecundidade total segundo regiões de planejamento – Minas Gerais –


1970/2010
Taxa de fecundidade total
Região de planejamento
1970 1980 1991 2000 2010
Alto Paranaíba 5,73 3,71 2,34 2,28 1,86
Central 5,34 3,79 2,32 2,09 1,64
Centro-Oeste de Minas 6,04 3,77 2,36 2,12 1,79
Rio Doce 7,62 5,12 2,99 2,35 1,92
Jequitinhonha/Mucuri 6,31 6,51 4,12 3,20 2,18
Mata 5,91 3,96 2,67 2,22 1,72
Noroeste de Minas 7,81 6,16 3,24 2,83 2,16
Norte de Minas 8,53 6,21 4,18 2,94 2,00
Sul de Minas 5,92 3,80 2,64 2,36 1,83
Triângulo 5,03 3,24 2,21 1,96 1,68
MINAS GERAIS 6,31 4,30 2,70 2,30 1,76
Fontes: 1970: HORTA, C. J. G.; CARVALHO, J. A. M. Evolução da fecundidade corrente e de
geração em Minas Gerais. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA,10., 2002,
Diamantina. Anais... Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 2002.
1980-2010: HORTA, C. J. G. Nível recente de fecundidade em Minas Gerais e regiões
de planejamento. In: SEMINÁRIO SOBRE ECONOMIA MINEIRA, 16., 2014,
Diamantina. Anais...: Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 2014.

3
Como a divisão de Minas Gerais em territórios de desenvolvimento é relativamente recente, as estimativas de
fecundidade disponíveis ainda são desagregadas em nível das 10 regiões de planejamento.
4
Uma série de fatores podem explicar a evolução dos níveis de fecundidade em Minas Gerais e suas regiões
de planejamento, tais como a melhoria na educação, inserção da mulher em atividades produtivas, aumento da
proporção de pessoas residentes em áreas urbanas e a própria redução da mortalidade, dentre outros, mas essa
análise foge ao escopo deste relatório.

40
Uma das consequências mais evidentes da redução da fecundidade, e relevante para a
análise empreendida neste relatório, é a alteração na estrutura etária da população. Importa
ressaltar aqui, sobretudo, a natureza processual das modificações na composição da
população por idade, à luz dos potenciais e dos desafios que elas ensejam quando o foco
recai sobre as condições de vida da população. Para isso considera-se não apenas o
processo de envelhecimento populacional, mas também as modificações apresentadas no
segmento de população jovem, em idade ativa e reprodutiva, assim como no segmento de
crianças. Para tanto, é importante apresentar a configuração das pirâmides etárias da
população focalizada.

O gráfico 2 apresenta as pirâmides etárias para as áreas rurais5 dos cinco territórios de
desenvolvimento focalizados neste relatório, para os anos de 1980 e 2010, com o objetivo
de ilustrar as modificações ocorridas na composição desse contingente populacional.

No geral, as pirâmides etárias demonstram que as populações desses territórios são jovens
e que o processo de transição demográfica é relativamente recente. A transição
demográfica, impulsionada pela queda da fecundidade, possui diferentes ritmos entre as
diversas regiões do país. Tais diferenças se relacionam ao nível socioeconômico e às
características regionais e locais da dinâmica populacional (WONG; CARVALHO, 2006).
Nos territórios analisados, estudos anteriores reforçam a ideia de que a transição
demográfica e suas consequentes alterações nas estruturas etárias das populações
ocorrem de maneira atrasada em relação a outras regiões do país (PAIVA; WAJNMAN,
2005; SATHLER et al., 2015).

5
Compreende a totalidade da população dos municípios com até 20 mil habitantes e a população residente
fora do perímetro urbano dos municípios com população superior a 20 mil habitantes.

41
Gráfico 2: Pirâmides etárias da população rural dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – 1980/
2010
Vale do Rio Doce, 2010
Vale do Rio Doce, 1980
70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade

Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 11 9 4 1 6

Norte, 1980 Norte, 2010


70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade

Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6

Mucuri, 1980 Mucuri, 2010

70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade

Idade

30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6

Médio e Baixo Jequitinhonha, 1980 Médio e Baixo Jequitinhonha, 2010


70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade

Idade

30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 11 9 4 1 6

Alto Jequitinhonha, 1980 Alto Jequitinhonha, 2010


70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade

Idade

30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6
Mulheres Homens Mulheres Homens
Fontes: IBGE (RJ). Censo demográfico: características dados gerais - migração - instrução - fecundidade -
mortalidade; Minas Gerais 1980. Rio de Janeiro, 1983
IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação. Rio de
Janeiro, 2013a

42
Em todas as pirâmides é possível observar o estreitamento da base nos grupos etários 0 a 4
anos e 5 a 9 anos, indicando uma tendência de redução da proporção de crianças e
aumento gradual da proporção de jovens e adultos nas populações desses territórios. Nas
próximas duas décadas, as populações dos territórios analisados irão experimentar o
chamado bônus demográfico, ou dividendo demográfico, com a ampliação da população
ativa, capaz de produzir riqueza, em detrimento da população dependente, atualmente
composta principalmente por crianças.

O mapa 2 apresenta informações sobre a razão de dependência e a taxa de envelhecimento


para as áreas rurais do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010. A razão de dependência se refere à proporção
da população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população
dependente) em relação à população de 15 a 64 anos – População em Idade Ativa (PIA). Já
a taxa de envelhecimento é a razão entre a população de 65 anos ou mais de idade e a
população jovem (0 a 14 anos).

Os dados demonstram que a razão de dependência é maior numa faixa que parte da porção
Noroeste do Vale do Rio Doce e se estende pelo Oeste do Mucuri até o Leste do Baixo e
Médio Jequitinhonha. Existem altos níveis de Razão de Dependência na porção setentrional
do território Norte. Já a taxa de envelhecimento, de modo geral, é maior nas porções Sul e
Leste da área de estudo. O Território Norte se destaca pelas baixas taxas de
envelhecimento populacional.

No Vale do Rio Doce, os municípios de Paulistas (67,39%), São Sebastião do Maranhão


(65,82%) e Senhora do Porto (65,73%) destacam-se entre os de pequeno porte que
possuem os mais altos valores de razão de dependência em 2010. Por outro lado, no
mesmo ano, os municípios de Goiabeira (48,85%) e Itueta (49,18%) apresentam os
menores valores. Em relação à taxa de envelhecimento, cinco municípios destacam-se por
exibirem os maiores valores não apenas de todo o Vale do Rio Doce, mas também de todos
os municípios pequenos analisados neste estudo: Senhora do Porto (13,10%), São Pedro
do Suaçuí (12,51%), Virgolândia (12,25%) e Paulistas (12,16%). Ademais, São José da
Safira (6,43%) e Nova Belém (6,56%) se destacam pelas menores taxas de envelhecimento.
Dentre os médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Guanhães (53,17%) e
Governador Valadares (52,82%) apresentam os valores mais altos de razão de dependência
para as áreas fora do perímetro urbano, ao passo que Conselheiro Pena e Mantena
possuem baixos níveis de razão de dependência. Também em 2010, as taxas de
envelhecimento de Guanhães (11,18%) e Aimorés (10,34%) figuram entre os maiores
valores da região, e Conselheiro Pena (6,16%) se destaca por exibir o menor valor (IBGE,
2010).

43
Mapa 2: Razão de dependência e taxa de envelhecimento dos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais –1980/2010

Fontes: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO;


INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS; FUNDAÇÃO
JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Belo
Horizonte, 2013.
Elaboração: Fundação João Pinheiro(FJP)

No Território Norte, os municípios de São João das Missões (74,75%), Josenópolis (69,30%)
e Fruta de Leite (69,09%) destacam-se pelos altos valores de razão de dependência dentre
os pequenos municípios, ao passo que Mato Verde (45,28%), São João da Lagoa (46,32%)
e Guaraciama (46,61%) apresentam os menores valores, de acordo com os dados do
Censo Demográfico. As taxas de envelhecimento dos pequenos municípios de Mamonas
(11,85%) e Santa Cruz de Salinas (11,21%) apresentam os maiores valores do Território
Norte. Por outro lado, sete municípios destacam-se por apresentarem taxas de
envelhecimento bastante baixas: Cristália (4,97%), Verdelândia (5,09%), São João das
Missões (5,45%), Olhos d´água (5,56%), São Romão (5,60%), Padre Carvalho (5,86%) e
Matias Cardoso (5,87%). Dentre os municípios médios e grandes, São Francisco (64,16) e
Januária (64,09) apresentam as maiores Razões de Dependência e Porteirinha (44,09%),
Várzea da Palma (45,59%) e Monte Azul (45,88%) se destacam pelos baixos valores de
razão de dependência. Salinas (11,49%) e Monte Azul (11,36%) apresentam as maiores
taxas de envelhecimento dentre os municípios médios e grandes, considerando apenas a

44
população residente fora do perímetro urbano, ao passo que Pirapora (3,87%) e Jaíba
(3,88%) apresentam os menores valores (IBGE, 2010).

Ainda em 2010, no Mucuri, Setubinha (76,19%), Santa Helena de Minas (67,91%) e


Ladainha (66,95%) apresentam os valores mais altos de razão de dependência e Carlos
Chagas (49,72%) se destaca dentre os pequenos municípios com menor razão de
dependência. Em relação às taxas de envelhecimento dos pequenos municípios, Pavão
(11,62%) e Nova Módica (11,48%) apresentam os maiores valores, ao passo que
Angelândia (6,19%) e Setubinha (6,61%) possuem as menores taxas de envelhecimento.
Considerando a população residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e
grandes, Itambacuri (62,71%) e Teófilo Otoni (57,86%) possuem razão de dependência
relativamente alta e Nanuque (45,37%) apresenta um baixo valor desse indicador. Teófilo
Otoni (8,57%) e Nanuque (8,31%) apresentam as maiores taxas de envelhecimento, e
Itambacuri apresenta a menor taxa (7,01%) (IBGE, 2013).

No Médio e Baixo Jequitinhonha, os municípios pequenos que apresentam as maiores


razões de dependência são Monte Formoso (74,64%) e Ponto dos Volantes (69,63%). Já os
municípios pequenos que possuem os maiores valores de razão de dependência são
Francisco Badaró (47,73%) e Divisópolis (49,74%). Em relação às taxas de envelhecimento
dos municípios pequenos, Rubim (12,16%) se destaca por apresentar o maior valor, ao
passo que José Gonçalves de Minas (4,94%) e Divisa Alegre (5,9%) apresentam os valores
mais baixos. Dentre os municípios médios e grandes, Jequitinhonha (76,73%), Pedra Azul
(65,62%) e Novo Cruzeiro (64,95%) se destacam por exibirem os valores mais altos de
razão de dependência para as áreas que estão fora do perímetro urbano e Araçuaí se
destaca por apresentar o valor mais baixo (53,68%). Quatro municípios se destacam pelas
altas taxas de envelhecimento: Almenara (10,11%), Itaobim (10,07%), Jequitinhonha
(9,97%) e Medina (9,21%). Por outro lado, Novo Cruzeiro (5,50%) e Pedra Azul (5,89%)
apresentam as menores taxas de envelhecimento (IBGE, 2013).

No Alto Jequitinhonha, Alvorada de Minas (67,42%), Serra Azul de Minas (66,40%) e Santo
Antônio do Itambé (66,26%) apresentam as maiores razões de dependência dentre os
pequenos municípios, enquanto Gouveia (45,59%) e Veredinha (47,15%) se destacam pelos
baixos valores. Materlândia (11.84%) possui a mais alta taxa de envelhecimento, e, na outra
ponta, Chapada do Norte (6,02%) e São Gonçalo do Rio Preto (6,54%) possuem os
menores valores. Dentre os municípios médios e grandes, Serro apresenta a maior razão de
dependência para a população residente fora do perímetro urbano. No outro extremo, Minas
Novas (55,01%) e Itamarandiba (56,41%) possuem os menores valores, embora ainda bem
acima dos menores valores registrados para os pequenos municípios do Alto Jequitinhonha.

45
A taxa de envelhecimento do Serro (9,08%) é a maior dentre aquelas calculadas para a
população residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes e Minas
Novas (4,03%) e Capelinha (4,96%) apresentam os menores valores (IBGE, 2013).

Ressalta-se que valores muito altos de Razão de Dependência, a exemplo de Setubinha,


Monte Formoso e Jequitinhonha, se devem não apenas ao impacto do crescimento
vegetativo (taxas de fecundidade e mortalidade), mas também à influência do fluxo
migratório que, tradicionalmente, impacta os grupos quinquenais de maneira seletiva.

A análise das pirâmides etárias, assim como da razão de dependência e da taxa de


envelhecimento confirmam que, de forma geral, a população rural dos territórios
investigados irá vivenciar, nos próximos anos, a abertura de uma janela de oportunidade
demográfica, diante do futuro aumento da proporção de pessoas em idade ativa, capazes de
produzir riqueza, com repercussões positivas para a economia da região, caso esse
contingente populacional se insira em atividades produtivas que lhes permitam auferir
remuneração adequada. O estágio do processo de transição demográfica em que se
encontram os territórios de desenvolvimento focalizados abre um leque de oportunidades
econômicas, com a redução da taxa de dependência e o aumento relativo da população em
idade de trabalhar. Nesse contexto, Paiva e Wajnman (2005, p. 317) ressaltam que “a
possibilidade de se tirar proveito do chamado bônus demográfico sugere a necessidade de
se implementar políticas que tomem em consideração o processo de mudança populacional
e suas relações com as diferentes variáveis econômicas.”

O mapa 3 apresenta informações sobre a taxa de fecundidade total (TFT) e esperança de


vida ao nascer (e0) para os municípios com até 20 mil habitantes pertencentes aos cinco
territórios focalizados neste estudo. Os dados estão disponíveis apenas para esse conjunto
de municípios, não havendo esse cálculo para as populações residentes fora do perímetro
urbano dos médios e grandes municípios. A TFT representa o número médio de filhos
nascidos vivos, tidos por mulher ao longo do seu período reprodutivo. Já a esperança de
vida ao nascer corresponde ao número médio de anos que um indivíduo viverá a partir do
nascimento, considerando o nível e estrutura de mortalidade por idade naquela população.

De forma geral, a TFT está acima do nível de reposição (2,1) em boa parte dos pequenos
municípios analisados, ou seja, a atual geração de pais deverá repor em igual ou maior valor
o contingente populacional atual no futuro. A população do município tenderá a aumentar,
caso essa diferença não seja impactada por fluxos migratórios. As TFTs de Minas Gerais
(1,76 em 2010) e do Brasil (1,90 em 2010) estão em níveis bem abaixo do predominante
nos municípios da área de estudo com população de até 20 mil habitantes (IBGE, 2013).

46
Mapa 3: Taxa de fecundidade total (TFT) e esperança de vida ao nascer dos
municípios com população inferior a 20 mil habitantes dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha Minas Gerais –
2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Em relação à esperança de vida ao nascer, os municípios na porção meridional do Norte


apresentam valores relativamente mais altos (72,5 anos ou mais), assim como a maior parte
dos municípios da porção Leste da área de estudo. Os valores mais baixos de esperança de
vida ao nascer estão concentrados no Noroeste do Vale do Rio Doce, Alto Jequitinhonha,
Oeste do Mucuri, Sul do Médio e Baixo Jequitinhonha e porções Leste e Oeste do Território
Norte (IBGE,2013).

A combinação de esperança de vida relativamente elevada, resultante de níveis também


relativamente baixos de mortalidade, com taxas de fecundidade ainda superiores à média
estadual, embora com tendência nitidamente decrescente, corroboram a situação
evidenciada quando consideradas a razão de dependência e taxa de envelhecimento
populacional, de vigência de uma janela de oportunidades que, para se concretizar deve ser
combinada com a geração de oportunidades de trabalho capazes de gerar renda e

47
condições de vida digna para a população. Por outro lado, revela também uma tendência de
rápido envelhecimento populacional, o que significa um horizonte de futura redução do
percentual de população em idade ativa e aumento da demanda por bens e serviços por
parte de um contingente populacional em idade de se retirar do mercado de trabalho. A
velocidade em que esse processo de transição se dará vai depender, em parte, do
comportamento da migração, que, em sua maioria, envolve justamente a parcela da
população em idade ativa.

O mapa 4 apresenta a taxa líquida de migração (TLM) para os pequenos municípios dos
territórios Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha em 2010. Essas taxas não foram calculadas para as populações residentes
fora do perímetro urbano dos médios e grandes municípios, tendo em vista que boa parte
dos fluxos migratórios se dá dentro do próprio município. Neste estudo, a TLM dos
pequenos municípios foi calculada com base nos dados de migração de data-fixa6 (2005-
2010) do Censo 2010. A TLM corresponde à proporção da população observada em 2010
resultante do processo migratório, quando a taxa for positiva, e à proporção em que a
população seria acrescida na ausência de migração, se negativa. Entre os municípios de até
20 mil habitantes dos territórios focalizados, as TLMs são predominantemente negativas
entre 2005 e 2010. No total, 142 municípios apresentaram TLMs negativas, contra apenas
46 municípios que apresentaram TLMs positivas. Os pequenos municípios que
apresentaram TLMs positivas no período analisado se encontram espalhados
principalmente nos territórios do Vale do Rio Doce e Norte. Existe uma clara tendência de
perda populacional nos pequenos municípios do Mucuri e Médio e Baixo Jequitinhonha
(IBGE, 2013).

De forma geral, o Vale do Rio Doce concentra os municípios que possuem as TLMs
positivas mais elevadas dos territórios, com destaque para José Raydan (11,76), Tumiritinga
(7,89), Divino das Laranjeiras (7,34), Cuparaque (5,67), São Geraldo do Manteninha (4,99),
Frei Inocêncio (4,75), Sardoá (4,46), Cantagalo (4,42), Senhora do Porto (4,13), Alpercata
(3,79) e Fernandes Tourinho (3,66). Já os municípios com TLM negativa mais significativa
estão espalhados em toda a área analisada, a exemplo de Ouro Verde de Minas (-13,69) no
Mucuri, Montalvânia (-11,69) e São Sebastião do Maranhão (-11,31) no Vale do Rio Doce,
Serra Azul de Minas (-10,94) no Alto Jequitinhonha, e Santa Maria do Salto (-7,34) no Médio
e Baixo Jequitinhonha (IBGE, 2013).

6 o
Neste caso, a informação básica diz respeito ao local de residência do indivíduo em uma data fixa, 1 de
setembro de 2005, ou seja, cinco anos antes da data de referência do Censo Demográfico de 2010.

48
Mapa 4: Taxa Líquida de Migração (TLM) dos municípios com
menos de 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerai – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da


amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Grosso modo, evidencia-se uma situação de crescimento vegetativo pequeno e com


tendência de redução, acrescido de taxas líquidas de migração negativas, resultando em
acentuação da redução do potencial de crescimento populacional e também em aceleração
do processo de envelhecimento.

De um lado, vislumbra-se, por exemplo, uma situação de redução da entrada de crianças


em idade escolar, diminuindo, em tese, a pressão por capacidade instalada e oferecendo
oportunidade para implantação de um sistema de escola em tempo integral e para
investimento na qualidade do ensino e valorização dos docentes, tanto do ponto de vista de
qualificação quanto no que se refere a melhorias salariais. Por outro lado, descortina-se um
elevado potencial produtivo, em função do crescente contingente de população em idade

49
ativa, ao lado da necessidade de dotar esse contingente populacional com educação básica
e qualificação profissional que lhes permitam inserir em atividades produtivas de maior
renda e, ao mesmo tempo, de políticas capazes de gerar tais oportunidades de trabalho.
Adicionalmente, o processo de envelhecimento populacional, especialmente em meio a uma
população rural, requer atenção a políticas que possibilitem a geração de poupança por
parte da população atualmente jovem, mas também de políticas que garantam um patamar
de renda mínima e proteção social àquele segmento populacional em idade de se
aposentar.

4.2 Trabalho e renda

A renda, embora não responda, sozinha, pela situação de vulnerabilidade que envolve a
consideração multidimensional da pobreza é, sem dúvida, um indicador essencial para
delimitação das condições de vida da população, especialmente no que diz respeito ao
acesso a bens, serviços e aos benefícios potencialmente gerados pelas políticas públicas.
Os dados apresentados na tabela 4 evidenciam, sem deixar margem a dúvidas e sem
requerer comparação com a situação vigente em outros territórios ou regiões do estado de
Minas Gerais, do Brasil ou de outros países, um quadro bastante precário e generalizado na
área rural dos cinco territórios de desenvolvimento focalizados.

Em todos os territórios o percentual de pessoas que, em 2010, recebiam, no máximo, uma


renda monetária7 correspondente a até ¼ do salário mínimo vigente na data de referência
do censo demográfico daquele ano foi sempre superior a 70% do total. A situação menos
precária foi registrada no Território de Desenvolvimento do Vale do Rio Doce, onde “apenas”
71,52% da população auferiam esse rendimento. No outro extremo encontrava-se o
Território de Desenvolvimento do Médio e Baixo Jequitinhonha, em que esse percentual
chegava a 80,17, seguido pelo Norte (79,30) Mucuri (78,48) e Alto Jequitinhonha (72,16).

Quando se considera a parcela da população com renda monetária de até ½ salário mínimo
verifica-se que nos cinco territórios focalizados o percentual da população correspondente é
sempre superior a 90% do total, ou seja, menos de 10% da população rural desses
territórios de desenvolvimento sobrevivia com renda monetária superior a ½ salário mínimo
e em nenhum deles a porcentagem de população com renda maior do que 1 salário mínimo

7
Ressalta-se que uma parcela expressiva da população residente em áreas rurais pode ter como renda
complementar, ou até mesmo como fonte principal de renda, recursos não monetários, provenientes da troca de
mercadorias, ou podem ter como base de sustentação a produção de subsistência, no âmbito do
desenvolvimento da agricultura familiar.

50
atingiu 1% da população (o percentual máximo, de 0,70, foi registrado para o território do
Vale do Rio Doce).

Tabela 4: Distribuição da renda monetária entre a população rural dos territórios de


desenvolvimento do Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e
Vale do Rio Doce segundo microterritórios – Minas Gerais – 2010
(Continua)
Percentual da renda monetária (salário mínimo de 2010)
Território de Desenvolvimento
Até ¼ ¼a½ ½a1 Mais de 1 Total
Alto Jequitinhonha 72,16 19,74 7,58 0,51 100,00
Capelinha 72,61 19,90 6,93 0,56 100,00
Diamantina 71,90 19,65 7,97 0,48 100,00
Médio e Baixo
80,17 13,03 6,40 0,40 100,00
Jequitinhonha
Almenara 82,50 11,78 5,53 0,20 100,00
Araçuaí 78,28 13,89 7,02 0,81 100,00
Felisburgo 79,88 12,91 6,87 0,34 100,00
Itaobim 81,19 13,46 5,10 0,25 100,00
Jacinto 75,66 14,66 9,09 0,60 100,00
Pedra Azul 81,54 11,91 6,34 0,21 100,00
Mucuri 78,48 15,39 5,83 0,30 100,00
Águas Formosas 81,84 11,49 6,33 0,34 100,00
Nanuque 67,83 23,40 8,36 0,40 100,00
Teófilo Otoni 79,82 14,80 5,11 0,27 100,00
Norte 79,30 14,69 5,61 0,40 100,00
Bocaiúva 83,60 11,83 4,27 0,30 100,00
Espinosa 80,25 12,49 6,64 0,63 100,00
Janaúba 80,43 13,49 5,81 0,28 100,00
Januária 78,17 14,26 7,06 0,51 100,00
Manga 80,76 13,40 5,57 0,27 100,00
Montes Claros 78,40 16,83 4,53 0,25 100,00
Salinas 78,20 15,60 5,94 0,27 100,00
São Francisco 82,04 12,32 5,23 0,42 100,00
Pirapora 75,93 15,58 7,39 1,10 100,00
Vale do Rio Doce 71,52 19,77 8,01 0,70 100,00
Governador Valadares 68,07 22,06 8,97 0,89 100,00
Mantena 70,70 19,74 9,03 0,53 100,00
Resplendor 73,75 18,07 7,62 0,57 100,00
Santa Maria do Suaçuí 77,66 16,00 5,91 0,43 100,00
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a

51
A situação delineada para o Território de Desenvolvimento do Médio e Baixo Jequitinhonha
parece particularmente preocupante, uma vez que em quase todos os microterritórios que o
compõem 80% ou mais da população rural recebia, em 2010, renda monetária de até ¼ do
salário mínimo (a única exceção é o microterritório de Araçuaí, no qual esse percentual era
de “apenas” 78). Em situação desvantajosa, no que diz respeito à proporção da população
rural que recebia renda monetária de até ¼ do salário mínimo também se encontravam os
microterritórios de Bocaiuva, São Francisco, Manga, Janaúba e Espinosa, pertencentes ao
Território de Desenvolvimento Norte, e o microterritório de Águas Formosas, no Mucuri.
Ainda com relação a essa faixa de renda monetária, a situação menos precária foi registrada
para a população residente na área rural dos microterritórios de Governador Valadares, no
Rio Doce (68%), e de Nanuque, no Mucuri (também 68%).

O Território de Desenvolvimento Vale do Rio Doce apresentou o maior percentual de


população rural que recebia renda monetária superior a 1 salário mínimo (0,70%). No
extremo oposto situava-se o Mucuri (0,30%). Nessa mesma faixa de renda, em apenas um
microterritório, Pirapora, no Território de Desenvolvimento Norte, foi registrada uma
porcentagem superior a 1%. Em contraste, nos microterritórios Montes Claros, Salinas,
Manga, e Janaúba, pertencentes ao território Norte, o percentual de pessoas nessa faixa de
renda foi inferior a 0,3%, mesma situação registrada para os microterritórios Almenara,
Pedra Azul e Itaobim, no território Médio e Baixo Jequitinhonha, e no microterritório de
Teófilo Otoni, no Mucuri.

Os mapas 5 e 6 apresentam informações sobre a renda per capita8 estimada em 2010 para
os pequenos, médios e grandes municípios dos Territórios de Desenvolvimento Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha. De forma geral, os
pequenos municípios do Vale do Rio Doce se destacam por apresentarem renda per capita
superior às outras regiões em análise. Dez dos quinze municípios com maior valor de renda
per capita estão no Vale do Rio Doce, a saber: Resplendor, Galiléia, Itanhomi, São Geraldo
da Piedade, Sabinópolis, Peçanha, Itueta, Virginópolis, Capitão Andrade e Nacip Raydan.
Importante considerar que o valor da renda per capita não supera R$ 555,36. A renda per
capita dos pequenos municípios é, de forma geral, menor na porção setentrional da área de
estudo, com destaque para um conjunto de municípios do Território Norte, com valores
inferiores a R$ 300,00, a exemplo de São João das Missões, Santo Antônio do Retiro, Pai
Pedro, Cristália, Ninheira, Juvenília, Bonito de Minas e Ibiracatu.

8
Trata-se da razão entre o somatório da renda de todos os indivíduos residentes em domicílios particulares
permanentes e o número total desses indivíduos.

52
Mapa 5: Renda per capita dos pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais


da amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro,
2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP).

A maior parte dos municípios médios e grandes possui população residente fora do
perímetro urbano com renda per capita inferior a R$ 300,00, com destaque para os
municípios localizados no Território Norte. Dentre os municípios desse território com baixos
valores de renda per capita se destacam Januária, Coração de Jesus e São Francisco. Em
toda a área de análise, os maiores valores de renda per capita, considerando-se a área rural
dos municípios com população superior a 20 mil habitantes, foram registrados nos
municípios de Pirapora, Nanuque, Várzea da Palma, Governador Valadares e Jaíba. O
maior valor de renda per capita foi de R$ 434,38, estimado para o município de Pirapora.

Em resumo, as informações sistematizadas indicam que a renda per capita da população


nos territórios de desenvolvimento estudados é baixa, alcançando o patamar máximo de
1,08 salário mínimo (SM), considerando o valor vigente em 2010. Para a população
residente fora do perímetro urbano dos médios e grandes municípios, a renda per capita é
ainda menor, situando-se abaixo de 0,85 SM. Os municípios de menor renda per capita
estão localizados, principalmente, no Território de Desenvolvimento Norte, com valores
inferiores a 0,58 SM.

53
Mapa 6: Renda per capita da população residente fora do
perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da


amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Os mapas 7 e 8 apresentam informações sobre o percentual de pobres e de extremamente


pobres nos pequenos, médios e grandes municípios dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha
em 2010. De modo geral, os percentuais de pobres e de extremamente pobres são menores
nos pequenos municípios do Vale do Rio Doce e porção meridional do Território Norte. A
parte setentrional da área de estudo se destaca pela alta proporção de pobres e de
extremamente pobres na população dos pequenos municípios, sobretudo a porção leste do
Território Médio e Baixo Jequitinhonha, assim como a porção setentrional e ocidental do
Território Norte. Dentre os pequenos municípios, Santo Antônio do Retiro (59,90%) no
Norte, Monte Formoso (56,10%) no Médio e Baixo Jequitinhonha, Bonito de Minas (56,06%)
no Norte, Alvorada de Minas (54,96%) no Alto Jequitinhonha e São João das Missões
(54,81%) na região Norte registraram os maiores valores de proporção de pobres, ao passo
que Alpercata (19,33%), São João do Manteninha (19,66%) e Galiléia (19,94%), localizados
no Vale do Rio Doce, apresentaram os menores níveis de pobreza na região. Em relação à

54
proporção de extremamente pobres, Santo Antônio do Retiro (42,36%), Bonito de Minas
(35,66%) e São João das Missões (35,27%), no Norte, Monte Formoso (32,60%) no Médio e
Baixo Jequitinhonha, Ninheira (31,77%) no Norte e Alvorada de Minas (31,25%) no Alto
Jequitinhonha registraram os maiores valores, ao passo que Campanário (4,63%) no
Mucuri, Joaquim Felício (4,90%), Juramento (6,01%) e Nova Porteirinha (6,16%), no Norte,
Fernandes Tourinho (6,34%) no Vale do Rio Doce, e Olhos D´Água (6,85%) no Norte e
Gouveia (6,90%) no Alto Jequitinhonha possuem os menores valores, conforme os dados do
Censo 2010 (Ver tabelas 15 e 16 em Anexo).

Mapa 7: Percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos


municípios dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –Minas
Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro(FJP).

Nos médios e grandes municípios, o percentual de pobres e de extremamente pobres da


população residente fora do perímetro urbano são bem altos no Médio e Baixo
Jequitinhonha e na porção noroeste do Território Norte. Januária (55,59) e São Francisco
(50,45), no Norte, e Pedra Azul (53,79), Novo Cruzeiro (52,43) e Caraí (51,14%), no Médio e
Baixo Jequitinhonha possuem os maiores níveis de pobreza da área de estudo. Dentre os
municípios com menores níveis de pobreza se destacam Nanuque (10,66%) no Mucuri e
Pirapora (15,78%) no Norte. Dentre os municípios com maior extrema pobreza da população

55
residente fora do perímetro urbano se destacam Januária (38,02%) no Norte e, também,
outros cinco municípios do Médio e Baixo Jequitinhonha, a saber: Pedra Azul (32,97%),
Novo Cruzeiro (30,33), Medina (29,58), Caraí (27,56) e Araçuaí (27,10%). Os municípios de
Nanuque e Pirapora destacam-se por não apresentarem parcela da população na extrema
pobreza.

Mapa 8: Percentual de pobres e de extremamente pobres da população


residente fora do perímetro urbano nos médios e grandes
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Com base nesses levantamentos estatísticos, é possível verificar que a incidência de


pobreza e de extrema pobreza difunde-se de forma ampla e abrangente pelos territórios de
desenvolvimento, sendo, no entanto, mais concentrada entre a população rural residente em
municípios do Baixo e Médio Jequitinhonha e do Norte.

Os mapas 9 e 10 apresentam informações sobre a taxa de atividade, taxa de desemprego,


grau de formalização dos ocupados, percentual de ocupados com ensino fundamental,
ocupados com ensino médio e percentual dos ocupados com até um salário mínimo nos

56
municípios pequenos, médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 20109.

O mapa 9 demonstra que a taxa de atividade é alta nos pequenos municípios localizados na
porção meridional do Território Norte. No entanto, a taxa de desemprego é igualmente alta
nesses municípios que, em sua maioria, também possuem alto percentual de ocupados
ganhando até um salário mínimo. Na porção setentrional do Território Norte, os municípios
apresentam, de forma geral, baixa taxa de atividade, alto desemprego, baixo grau de
formalização dos ocupados, alto percentual de ocupados com ensino fundamental e alto
percentual dos ocupados com até um salário mínimo. O Médio e Baixo Jequitinhonha
destaca-se pelo baixo grau de formalização dos ocupados. O Vale do Rio Doce apresenta,
no geral, o maior número de municípios com menor percentual dos ocupados que recebem
até 1 salário mínimo (abaixo de 65%).

O mapa 10 revela que a taxa de desemprego é significativamente menor nas áreas fora do
perímetro urbano dos municípios médios e grandes, uma vez que boa parte dos municípios
apresentam menos de 5% de população economicamente ativa desempregada. No entanto,
grande parte dos ocupados possuem baixo nível educacional e recebem até um salário
mínimo.

Em resumo, as informações avaliadas evidenciam uma dinâmica problemática do mercado


de trabalho local. De modo geral, constata-se que os Territórios de Desenvolvimento
estudados, além de contar com mercados de trabalho de pequena amplitude, tendo em vista
as elevadas taxas de desemprego e de informalidade que os caracterizam, possuem uma
mão de obra predominantemente mal remunerada e de reduzida formação educacional.

9
A taxa de atividade corresponde à razão entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade que eram
economicamente ativas, ou seja, que estavam ocupadas ou desocupadas na semana de referência do censo, e
o total de pessoas nessa faixa etária, multiplicado por 100. A taxa de desemprego corresponde ao percentual da
população economicamente ativa (PEA) nessa faixa etária que estava desempregada, ou seja, que não estava
ocupada na semana anterior à data do censo, mas havia procurado trabalho ao longo do mês anterior à
pesquisa. Já o grau de formalização dos ocupados corresponde à razão entre o número de pessoas de 18 anos
ou mais formalmente ocupadas e o número total de pessoas ocupadas nessa faixa etária, multiplicado por 100.

57
Mapa 9 Taxa de Atividade, Taxa de Desemprego, Grau de formalização dos ocupados,
Percentual de ocupados com ensino fundamental, percentual dos ocupados com
ensino médio e percentual dos ocupados com até um salário mínimo nos municípios
pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração Fundação João Pinheiro (FJP)

58
Mapa 10: Taxa de atividade e de desemprego grau de formalização dos ocupados, percentual
de ocupados com ensino fundamental e médio e percentual dos ocupados com até
um salário mínimo da população residente fora do perímetro urbano dos municípios
médios e grandes do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

59
Os mapas 11 e 12 demonstram o gasto per capita com apoio ao trabalho nos pequenos,
médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010, conforme dados disponíveis no IMRS (FJP,
2013). Corresponde ao valor dos gastos orçamentários apresentados nas prestações de
contas anuais com proteção e benefício ao trabalhador, relações de trabalho,
empregabilidade e fomento ao trabalho, dividido pelo total da população do município.

A maior parte dos pequenos, médios e grandes municípios não investe recursos em
políticas de apoio ao trabalho. O Vale do Rio Doce apresenta o maior número de pequenos
municípios que investem algum recurso nesse tipo de política. Os territórios Norte, Alto e
Médio e Baixo Jequitinhonha apresentam poucos municípios pequenos que aplicam
recursos em ações de apoio ao trabalho.

Mapa 11: Gasto per capita com apoio ao trabalho nos


municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais


da amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro,
2013a.

60
Mapa 12: Gasto per capita com apoio ao trabalho nas áreas
rurais da população residente fora do perímetro urbano
dos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da


amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Os mapas 13 e 14 apresentam informações sobre a existência de programas ou ações de


inclusão produtiva para a geração de trabalho e renda e de formação, qualificação ou
capacitação profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da Assistência Social
(Acessuas) Trabalho nos pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, com base em
informações disponibilizadas pelo Censo SUAS 2014 (Brasil, 2015c). A maior parte dos
pequenos, médios e grandes municípios possuem ações de inclusão produtiva para a
geração de trabalho e renda. Em todas as regiões analisadas existem pequenos municípios
que não registraram esse tipo de ação.

A maior parte dos pequenos municípios promoveram ações, programas ou projetos de


formação, qualificação ou capacitação profissional. Dentre os médios e grandes municípios,
apenas no Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha existem municípios que não promoveram
ações, programas ou projetos de formação, qualificação ou capacitação profissional.

61
Mapa:13 Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a
geração de trabalho e renda e de formação qualificação ou
capacitação profissional, execução do programa Acesso dos
Usuários da Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria Nacional
de Assistência Social. Censo SUAS 2014: análise dos componentes
sistêmicos da Política Nacional de Assistência Social. Brasília, DF:
2015c.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

62
Mapa 14: Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a
geração de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria Nacional de
Assistência Social. Censo SUAS 2014: análise dos componentes
sistêmicos da Política Nacional de Assistência Social. Brasília, DF: 2015c.
Elaboração Fundação João Pinheiro (FJP)

Os mapas 15 e 16 apresentam informações sobre a existência de SINEs (Estadual e


Municipal), Agência Regional, Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Agência da Caixa
Econômica Federal (CEF) e Agência de Previdência Social nos pequenos, médios e
grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2013, com base em informações do Sebrae. Apenas
três municípios pequenos possuem SINE estadual (Divinópolis, Itacarambi e Resplendor).
Dentre os médios e grandes municípios, existe uma concentração espacial da presença de
SINE estadual nos territórios Alto Jequitinhonha e Norte. Nenhum pequeno, médio ou

63
grande município avaliado possui SINE municipal. Nenhum município pequeno possui
Agência Regional do Trabalho. Dentre os médios e grandes municípios, existe Agência
Regional do Trabalho apenas no Alto Jequitinhonha e na porção meridional do Norte. Além
disso, não existe UAI em nenhum pequeno município das regiões avaliadas. Postos de
atendimento UAI estão presentes apenas em Montes Claros, Governador Valadares, Teófilo
Otoni e Araçuaí. Em sua maioria, as agências da Previdência Social se concentram nos
médios e grandes municípios, existindo poucos pequenos municípios com esse
equipamento. Mesmo que os pequenos municípios não se destaquem pela presença dos
equipamentos mapeados pelos mapas 15 e 16, partes desses equipamentos estão
acessíveis em municípios vizinhos.

A análise das informações a respeito da atuação do setor público no campo do emprego


explicita uma nítida fragilidade, tanto em termos institucionais quanto no que diz respeito à
alocação de recursos em atividades direcionadas a estimular geração de trabalho e renda.
Observa-se que o setor público desenvolve ações e se faz presente por meio de
infraestrutura organizacional e institucional de forma fragmentada, incipiente, restrita e
descontínua nos territórios estudados, embora diferenciada por níveis de governo (União,
Estado e Municípios).

Essa débil atuação do setor público explica, em grande medida, o quadro de precariedades
vivenciado pela população rural dos territórios de desenvolvimento analisados nesse estudo.
As tímidas e incompletas políticas públicas que têm sido recorrentemente implementadas ao
longo do tempo, muitas delas adotadas sem a necessária articulação com as demais,
podem ser arroladas para explicar parte substancial das carências que foram relatadas nos
parágrafos anteriores, entre as quais destacam-se a reduzida renda per capita, o elevado e
persistente desemprego, a expressiva informalidade do mercado de trabalho, a baixa
remuneração e a deficiente formação escolar da mão de obra local. Juntos, esses
elementos constitutivos acabam por reiterar os níveis de pobreza, cuja incidência se espraia
por todos os territórios, ainda que concentradamente em algumas localidades específicas.

64
Mapa 15: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social
nos pequenos municípios dos, territórios de desenvolvimento
do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria Nacional de
Assistência Social. Censo SUAS 2014: análise dos componentes
sistêmicos da Política Nacional de Assistência Social. Brasília, DF:
2015c.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP).
Nota: SINE = Sistema Nacional de Empregos. UAI = Unidade de Atendimento
Integrado. CEF = Caixa Econômica Federal

65
Mapa 16: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social
nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2013

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria
Nacional de Assistência Social. Censo SUAS 2014: análise dos
componentes sistêmicos da Política Nacional de Assistência
Social. Brasília, DF: 2015c.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
Nota: SINE = Sistema Nacional de Empregos. UAI = Unidade de
Atendimento Integrado. CEF = Caixa Econômica Federal

66
4.3 Educação

A dimensão educação é fundamental para o diagnóstico da pobreza. O acesso à educação


de qualidade é um importante fator de proteção para crianças e adolescentes e, portanto,
um ativo relevante na perspectiva de vida ativa para o conjunto da população. A educação,
em suma, é relevante tanto para a geração de maior crescimento econômico quanto para
garantir mais bem-estar às pessoas. Maior nível educacional está diretamente relacionado à
maior probabilidade de participação em atividades produtivas de remuneração mais elevada,
assim como a uma chance menor de desemprego. Além disso, a educação tem também
impacto positivo na saúde, na redução da criminalidade e na consciência de cidadania dos
indivíduos (HANUSHEK; RIVKIN, 2003).

No Brasil, 9,6% da população de 15 anos ou mais eram analfabetos e que, em Minas


Gerais, nessa mesma faixa etária a proporção era de 8,3% (IBGE, 2013). Também em
2010, o percentual correspondente era de 1,9 no Uruguai, 5,9 no Panamá, 6,1 no Paraguai,
6,6 na Colômbia e 6,9 no México, de acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial
(WORLD BANK, 2016). Os dados apresentados na tabela 5, também relativos a 2010, para
a população residente nas áreas rurais dos cinco territórios de desenvolvimento focalizados
neste estudo mostram proporções invariavelmente maiores.

Entre os cinco territórios de desenvolvimento focalizados neste estudo, Mucuri foi o que
apresentou o maior percentual de residentes na área rural, na faixa etária de 6 a 14 anos
que, em 2010, ainda não tinham sido alfabetizados (13,00%) e, no outro extremo despontou
o território do Médio e Baixo Jequitinhonha (9,39%). Nessa faixa etária chama a atenção o
caso da microrregião de Montes Claros, no território Norte, com taxa de analfabetismo rural
de 15,08%. Ainda no território Norte, duas outras microrregiões apresentaram percentuais
superiores a 10%: Manga, com 11,09% e Espinosa, com 10,48%. Taxas acima de 10%
também foram registradas para os três microterritórios do Mucuri (Águas Formosas,
Nanuque e Teófilo Otoni), além de Capelinha, no território Alto Jequitinhonha, Araçuaí e
Itaobim, no Médio e Baixo Jequitinhonha e em três dos quatro microterritórios do Vale do
Rio Doce (Governador Valadares, Mantena e Resplendor).

A despeito da tendência de universalização do acesso à escola registrado para o conjunto


do Brasil, em 2010 o percentual de analfabetos rurais, mesmo na faixa etária de 15 a 17
anos, quando era de se esperar níveis próximos de zero, era superior a 3% em quase todos
os microterritórios do Médio e Baixo Jequitinhonha, com destaque para os valores
registrados para Jacinto (5,70%) e Felisburgo (4,22%).

67
O microterritório de Jacinto também se sobressaiu, negativamente, por apresentar a maior
taxa de analfabetismo entre a população rural com 15 anos ou mais (21,00%). Nessa faixa
de idade, níveis superiores aos 15% também foram registrados nos microterritórios
Almenara (17,35%) no Médio e Baixo Jequitinhonha, assim como Águas Formosas (18,47%)
no Mucuri, Salinas (15,38%) no Norte, e Mantena (15,24%) no Vale do Rio Doce. Os níveis
médios estimados para os territórios Médio e Baixo Jequitinhonha e Mucuri também
superaram o patamar de 15%.

Tabela 5: Taxa de analfabetismo da população de residente em áreas rurais dos territórios de


desenvolvimento do Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri, Norte e
Vale do Rio Doce segundo grupos etários específicos e microterritórios – Minas
Gerais – 2010
Taxa de analfabetismo (%)
Territórios de Desenvolvimento
6 a 14 anos 15 a 17 anos 15 anos ou mais
Alto Jequitinhonha 10,22 1,92 11,88
Capelinha 13,87 1,07 13,61
Diamantina 7,90 2,46 10,88
Médio e Baixo Jequitinhonha 9,39 2,97 15,40
Almenara 9,60 3,35 17,35
Araçuaí 10,21 1,61 10,74
Felisburgo 8,48 4,22 19,14
Itaobim 10,20 3,19 15,05
Jacinto 7,17 5,70 21,00
Pedra Azul 8,85 2,20 14,94
Mucuri 13,00 2,39 15,23
Águas Formosas 11,28 3,52 18,47
Nanuque 14,34 2,80 14,34
Teófilo Otoni 13,22 2,02 14,42
Norte 11,11 2,53 11,00
Bocaiúva 8,28 2,08 8,52
Espinosa 10,48 2,46 13,25
Janaúba 7,37 2,57 12,99
Januária 9,08 2,52 10,68
Manga 11,09 3,02 14,83
Montes Claros 15,08 2,20 8,73
Salinas 9,90 2,34 15,38
São Francisco 11,25 2,80 9,21
Pirapora 8,52 3,55 9,32
Vale do Rio Doce 11,25 2,29 10,98
Governador Valadares 12,63 1,76 9,80
Mantena 10,82 2,58 15,24
Resplendor 10,59 3,01 11,62
Santa Maria do Suaçuí 8,83 2,94 11,30
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a

68
O conjunto desses indicadores de educação evidencia, de forma inequívoca, a necessidade
de atenção para o setor, tendo em vista ser esse atributo um elemento essencial para a
condição de cidadania e, sobretudo, para a possibilidade de inserção em atividades
produtivas. Ressalta-se o fato de que a estrutura etária da população rural dos cinco
territórios de desenvolvimento focalizados denota um grande e crescente contingente do
segmento de jovens adultos, em idade ativa, situação que representa uma janela de
oportunidade para a promoção de um processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável.
O desafio, então, é concretizar esse potencial, qualificando a população para o trabalho e
gerando oportunidades de inserção em atividades produtivas de maior remuneração.

Em que pese a centralidade da educação para propiciar melhor qualidade de vida, tanto no
presente quanto no futuro, sobretudo tendo em vista a estrutura etária da população
delineada anteriormente, os dados ilustrados nos mapas 17 e 18, que mostram as taxas de
analfabetismo da população de 15 anos e mais residentes, respectivamente, em municípios
pequenos e em áreas rurais de municípios de médio e de grande porte dos territórios
focalizados neste relatório, denotam uma situação preocupante. Há um número expressivo
de municípios com menos de 20 mil habitantes, especialmente no Território do Médio e
Baixo Jequitinhonha, com mais de 25% das pessoas com 15 anos ou mais ainda
analfabetas. Ainda chama a atenção que há 13 municípios, seis situados no Território Norte,
outros seis no Território do Mucuri e um no Território do Médio e Baixo Jequitinhonha com
mais de 30% da população de 15 anos ou mais na condição de analfabetos. No caso das
áreas fora do perímetro urbano dos municípios de médio e grande porte, as taxas de
analfabetismo entre a população com 15 anos e mais também são motivo de preocupação,
notadamente nos territórios Norte, Médio e Baixo Jequitinhonha e Mucuri, uma vez que
parte significativa dos municípios apresentam taxas de analfabetismo superiores a 25%.

Ressalta-se que a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais agrega toda a


história passada do sistema educacional, ou seja, todas as deficiências dele nas décadas
anteriores. Assim, avanços educacionais recentes, expressos, sobretudo na quase
universalidade do acesso à escola de crianças a partir dos sete anos, são diluídos pelas
deficiências do passado. De fato, as taxas de analfabetismo são bem menores nas faixas
etárias de pessoas com 15 a 24 anos, ou até mesmo entre a população de 25 a 34 anos
(dados não apresentados), mas ainda assim demandam atenção.

69
Mapa 17: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e
mais nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais


da amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro,
2013a.
Elaboração Fundação João Pinheiro (FJP)

70
Mapa 18: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos
e mais residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados


gerais da amostra por área de ponderação. Rio de
Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

A despeito das melhorias recentes no acesso ao ensino, os dados ilustrados nos mapas 19
e 20, que apresentam, respectivamente, para municípios pequenos e para áreas fora do
perímetro urbano em municípios de médio e grande porte, os percentuais de jovens de 15 a
17 anos com fundamental completo, de jovens de 18 a 20 anos com médio completo e de
jovens e adultos de 18 anos ou mais com fundamental completo também revelam a
necessidade de atenção especial a políticas voltadas para a melhoria do nível educacional
dos territórios de desenvolvimento focalizados neste relatório.

Entre os municípios com até 20 mil habitantes predominam aqueles em que pelo menos a
metade dos jovens de 15 a 17 anos completou o fundamental, mas em todos os territórios
de desenvolvimento considerados há um volume expressivo de municípios em que mais de
40% desses jovens ainda não concluíram esse ciclo do processo de aprendizagem. Em

71
meio aos municípios de pequeno porte são poucos aqueles com 45% ou mais de jovens de
18 a 20 anos com ensino médio completo, sendo mais frequentes os municípios em que
esse ciclo foi concluído por uma proporção que varia entre 25% e 35% desses jovens. Há,
coerentemente, uma predominância de municípios em que a proporção de jovens e adultos
de 18 anos ou mais que concluíram o fundamental completo é igual ou superior a 30%.

Mapa 19 Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens adultos de 18 anos ou


mais com o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com o
médio completo nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Nos municípios de médio e grande porte do Território Médio e Baixo Jequitinhonha há sete
casos em que o percentual de jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo não
ultrapassa os 40%. Mesmo diante da predominância de uma proporção de jovens de 15 a
17 anos com fundamental completo superior a 40% no território Norte, ressalta-se que esses
valores ainda despertam grandes preocupações por parte dos planejadores e gestores de
políticas públicas. Em todos os territórios de desenvolvimento focalizados predominam os
casos em que 25% ou menos dos jovens de 18 a 20 anos concluíram o ensino médio. Da

72
mesma forma, em todos os territórios, na grande maioria dos municípios com mais de 20 mil
habitantes, 25% ou menos dos jovens e adultos com 18 anos ou mais residentes nas áreas
rurais tinham completado o ensino fundamental.

Mapa 20: Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens e adultos de 18 anos ou mais com
o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com o médio completo da
população residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

No que diz respeito ao desempenho dos estudantes, (mapa 21 e 22) ainda que os dados
não permitam avaliar a qualidade do ensino e o real aprendizado, verifica-se que, na quase
totalidade dos municípios pequenos, pelo menos 90% dos alunos foram aprovados no
ensino fundamental. Com relação aos aprovados no ensino médio, a predominância é de
um nível de aprovação de 85% ou menos, também na totalidade dos territórios de
desenvolvimento em análise. Como desejável, o percentual de abandono no ensino

73
fundamental é pequeno, predominantemente na faixa de até 2,5, mas em todos os territórios
há municípios, poucos, é verdade, em que essa proporção é superior a 10%. O mesmo não
ocorre no tocante ao abandono no ensino médio, no qual sobressaem percentuais que
variam entre 5 e 10 ou acima de 10, sendo poucos os municípios em que a evasão situa-se
em patamar de somente até 2,5%.

Os mesmos indicadores, para o caso das áreas rurais dos municípios de médio e grande
porte, denotam uma situação um tanto similar àquela apresentada pelos municípios
pequenos. O percentual de aprovados no ensino fundamental é predominantemente igual ou
superior a 90; o nível de aprovação no ensino médio é, em grande parte das áreas
consideradas, de 85% ou menos; o percentual de abandono no ensino fundamental é
inferior a 2,5; e a taxa de abandono no ensino médio varia, na maior parte dos municípios,
entre 5 e 10% ou acima de 10%.

Os dados apresentados nas tabelas 6 a 9 não estão desagregados para o nível municipal,
mas incorporam informações para os territórios de desenvolvimento focalizados, assim
como para as comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas).

Para o conjunto de municípios de pequeno porte verifica-se que, em 2015, o acesso à


internet nas escolas (tab. 6) atingia 88,46% (menor valor) no Território do Mucuri e atingia a
100% das escolas no Território do Médio e Baixo Jequitinhonha. Já a energia proveniente
de rede pública chegava à totalidade das escolas situadas em quase todos os territórios de
desenvolvimento focalizados, com a única exceção sendo registrada para o Território do
Vale do Rio Doce, em que 2,5% das escolas não tinham energia elétrica. Apenas o Território
do Mucuri contava com escolas com energia alternativa (3,85%). A água filtrada estava
presente em todas as escolas dos territórios Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri e Vale do
Rio Doce, mas ainda havia 8% de escolas sem essa comodidade no Território Norte e
4,76% no Território Alto Jequitinhonha.

74
Mapa 21: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos fundamental e médio
nos pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

75
Mapa 22: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos fundamental e médio
no campo da população residente fora do perímetro urbano nos municípios médios e
grandes com população dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

76
Nos municípios de pequeno porte, as 12 escolas quilombolas estavam conectadas à internet
e tinham energia proveniente de rede pública, mas apenas 10 das 18 escolas indígenas
contavam com serviço de internet e em duas delas não havia energia (tab. 7). Todas as
escolas indígenas e quilombolas possuíam cacimba, cisterna ou poço. Além disso, todas as
escolas quilombolas contavam também com água filtrada, situação em que se encontravam
88,89% das escolas indígenas. A água da rede pública chegava a 44,44% das escolas
indígenas e a 33,33% das quilombolas. Dois terços das escolas indígenas e um terço das
quilombolas possuíam poço artesiano. Os percentuais de escolas com água de rio, igarapé,
riacho ou córrego era de 11,11% entre as escolas indígenas e de 16,67% entre as
quilombolas.

Em relação às escolas situadas em áreas rurais dos municípios de médio e grande porte, os
dados apresentados na Tabela 8 mostram que apenas os territórios de desenvolvimento do
Mucuri e do Norte tinham escolas não conectadas à internet (14,29% e 8,23%,
respectivamente). Todas estavam ligadas à rede pública de energia, nenhuma contava com
energia alternativa e 1,67% das escolas do Território Norte possuíam gerador. Também
somente no Território Norte havia escolas sem acesso à água filtrada (3,23%).

Nas áreas rurais de municípios médios e grandes não havia escola indígena e, das seis
escolas quilombolas, todas estavam conectadas à internet e tinham água filtrada, apenas
16,67% estavam ligadas à rede pública de água e 33,33% contavam com poço artesiano,
mesmo percentual de escolas com água proveniente de rio, igarapé, riacho ou córrego (tab.
9).

Em resumo, o quadro geral da situação da educação na área objeto de estudo revela a


necessidade de ações em várias frentes. Há um longo caminho a percorrer no sentido de
universalizar a educação na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade, assim
como de ampliar a oferta de educação infantil em creches. Há, igualmente, um longo
caminho a percorrer na universalização da formação de jovens e adultos nos ensinos
fundamental e médio. Se cotejados com a estrutura etária da população apresentada
anteriormente, os dados relacionados à educação evidenciam a necessidade, também, de
formação e qualificação profissional, de maneira a dotar a parcela expressiva de jovens de
condições adequadas para inserção em atividades produtivas.

77
Tabela 6: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (internet, energia e água) no total de pequenos municípios
das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Região Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé escolas
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Alto Jequitinhonha 90,48 100,00 0,00 0,00 0,00 95,24 61,90 33,33 0,00 14,29 0,00 42
Médio e Baixo
100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 66,67 14,81 0,00 22,22 3,70 54
Jequitinhonha
Mucuri 88,46 100,00 0,00 3,85 0,00 100,00 73,08 26,92 0,00 26,92 0,00 52
Norte 95,43 100,00 0,00 0,00 0,00 92,00 59,43 39,43 0,00 10,29 0,00 175
Vale do Rio Doce 95,00 97,50 0,00 0,00 2,50 100,00 65,00 35,00 2,50 2,50 2,50 80

Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.

Tabela 7: Percentual de escolas indígenas e quilombolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1) no total de pequenos municípios
das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Escola (Tipo) Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé escolas
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Indígena 55,56 88,89 0,00 0,00 11,11 88,89 44,44 66,67 100,00 11,11 0,00 18
Quilombola 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 33,33 33,33 100,00 16,67 16,67 12
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Tabela 8: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1) situadas fora do perímetro urbano no total de municípios
médios e grandes das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais
– 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água

Região Rio Total


Internet Cacimba Igarapé de
Rede Energia Água Rede Poço
Gerador Inexistente Cisterna Riacho Inexistente escolas
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano
ou Poço ou
Córrego
Alto Jequitinhonha 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 20,00 50,00 0,00 30,00 0,00 10
Médio e Baixo
100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 50,00 33,33 25,00 8,33 0,00 12
Jequitinhonha
Mucuri 85,71 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 14,29 71,43 0,00 0,00 14,29 7
Norte 91,67 100,00 1,67 0,00 0,00 96,67 36,67 58,33 1,67 13,33 3,33 60
Vale do Rio Doce 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 1
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Tabela 9: Percentual de escolas indígenas e quilombolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1) em áreas situadas fora do perímetro
urbano no total de municípios médios e grandes das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri, Norte e Vale do
Rio Doce – Minas Gerais – 2015

Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Escola (Tipo) Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente escolas
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Indígena 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0
Quilombola 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 16,67 33,33 0,00 33,33 16,67 6
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Além de atributos pessoais, o caráter multidimensional da pobreza requer a consideração,
também, de outros atributos contextuais nos níveis domiciliar e da comunidade ou do
município de residência da população focalizada. Alguns desses atributos são endereçados
na seção 4.4.

4.4 Habitação saneamento e acesso à água

Os mapas 23 e 24 apresentam informações sobre o déficit habitacional nos pequenos,


médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010, com base em dados da pesquisa do Déficit
Habitacional (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016)10.

Os dados ilustrados no mapa 23 demonstram que o déficit habitacional é significativo em


quase todos os pequenos municípios, com destaque para o elevado déficit observado no
extremo norte do Território Norte. Miravânia, São Gonçalo do Rio Preto, Águas Vermelhas e
Josenópolis possuem os maiores valores (mais de 20%) de déficit habitacional dentre os
pequenos municípios. A maior parte dos municípios possui déficit entre 5 e 10% na área de
estudo. As informações representadas na no mapa 24 evidenciam que, de forma geral, o
déficit é menor na população residente na zona rural, tendo em vista o número significativo
de municípios com déficit inferior a 5%. Pedra Azul, São João do Paraíso e Diamantina
apresentam os maiores valores de déficit habitacional nas áreas rurais (FUNDAÇÃO JOÃO
PINHEIRO, 2016).

Em suma, verifica-se que as áreas rurais dos municípios dos territórios de desenvolvimento
abordados neste documento defrontam-se, em maior ou menor intensidade, com déficit
habitacional, sendo o problema mais severo nos pequenos municípios, em especial no
Território Norte.

10
Neste diagnóstico, é utilizado o seguinte o conceito de déficit habitacional: “[O déficit habitacional] está ligado
diretamente às deficiências do estoque de moradias. Engloba aquelas sem condições de serem habitadas em
razão da precariedade das construções ou do desgaste da estrutura física e que por isso devem ser repostas.
Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em função da coabitação familiar forçada (famílias que
pretendem constituir um domicílio unifamiliar), dos moradores de baixa renda com dificuldades de pagar aluguel
e dos que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a
moradia em imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, como
déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque.” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016, p.
18)

81
Mapa 23: Déficit habitacional nos pequenos municípios dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha
– Minas Gerais – 2010

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e


Informações. Déficit habitacional no Brasil 2013-2014. Belo
Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2016. Disponível em:
<http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/informativos-
cei-eventuais/634-deficit-habitacional-06-09-2016/file. Acesso
em: 19 out. 2016.

82
Mapa 24: Déficit habitacional da população residente fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e


Informações. Déficit habitacional no Brasil 2013-2014. Belo
Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2016. Disponível em:
<http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/informativos-
cei-eventuais/634-deficit-habitacional-06-09-2016/file. Acesso
em: 19 out. 2016.

Os mapas 25 e 26 apresentam informações sobre o percentual de domicílios atendidos com


água encanada, com esgotamento sanitário e com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados nos pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, em 2010.

83
Mapa 25: Percentual de domicílios atendidos com água encanada, com esgotamento
sanitário e com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados
nos pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha– Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

84
De modo geral, os pequenos municípios dos territórios analisados apresentam elevado
percentual de domicílios atendidos com água encanada. Em relação ao percentual de
domicílios atendidos com esgotamento sanitário, os pequenos municípios do Território Norte
possuem valores bem inferiores àqueles registrados nos demais territórios focalizados. Já
dentre os médios e grandes municípios, o Médio e Baixo Jequitinhonha e a porção Leste e
Oeste do Território Norte se destacam pelos baixos valores percentuais de domicílios
atendidos com água encanada. Os percentuais de domicílios atendidos com esgotamento
sanitário são muito baixos nas áreas rurais nos médios e grandes municípios. Repare que a
escala mudou na representação cartográfica do percentual de domicílios atendidos com
esgotamento sanitário, diante dos valores observados nitidamente bem inferiores em
relação aos pequenos municípios. Os mapas 25 e 26 que são significativos os percentuais
de domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados.

Mapa 26: Percentual de domicílios situados fora do perímetro urbano atendidos com água
encanada, com esgotamento sanitário e com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP).

85
À luz desses indicadores sintéticos, fica evidenciada a ocorrência de problemas
generalizados de saneamento básico. Contudo, são as populações residentes fora do
perímetro urbano dos médios e grandes municípios que vivenciam as precariedades mais
acentuadas em termos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Os mapas 27 e 28 apresentam informações sobre a companhia de água e esgoto


responsável pela prestação de serviço nos pequenos, médios e grandes municípios do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2013. As
duas empresas predominantes, de forma geral, são Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa) e Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de
Minas Gerais S/A (Copanor). São significativos os percentuais de municípios que são
atendidos por empresas municipais, na maior parte das vezes com gestão da própria
prefeitura. A Copasa está presente maciçamente em todos os territórios analisados, com
exceção dos municípios médios e grandes do Vale do Rio Doce. A presença da Copanor é
mais significativa nos municípios pequenos.

Mapa 27: Companhia de água e esgoto responsável pela


prestação de serviço nos municípios pequenos dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e


Informações. Sistema Estadual de Informações sobre
Saneamento (SEIS). Belo Horizonte, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

86
Mapa 28: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação
de serviço nos municípios médios e grandes dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e


Informações. Sistema Estadual de Informações sobre
Saneamento (SEIS). Belo Horizonte, 2013a
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Os mapas 29 e 30 apresentam informações sobre o percentual de domicílios precários11 nos


pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio
e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha. O mapa 29 revela que o Vale do Rio Doce
possui grande parte de seus municípios com baixo percentual de domicílios precários, ao
passo que o Território Norte, o Leste do Médio e Baixo Jequitinhonha e a porção
setentrional do Mucuri apresentam maior percentual de domicílios precários. Nas áreas
externas ao perímetro urbano dos municípios médios e grandes, a proporção de domicílios
precários aumenta significativamente, com destaque para os altos valores observados no
Norte e Médio e Baixo Jequitinhonha.

11
Entende-se como “domicílios precários” aqueles que são improvisados ou rústicos, sem paredes de alvenaria
ou de parede de madeira emparelhada.

87
Mapa 29: Percentual de domicílios precários nos municípios com
população inferior a 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da


amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

88
Mapa 30: Percentual de domicílios precários situados fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da


amostra por área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração Fundação João Pinheiro, 2016.

O mapa 31 apresenta a relação de cisternas cadastradas na base de dados SIG Cisternas


em dezembro de 2016. As cisternas estão localizadas na porção setentrional do Território
Norte, no Médio e Baixo Jequitinhonha e no extremo norte do Alto Jequitinhonha. Ao todo,
existem 37 443 cisternas na área de estudo, o que corresponde à quase totalidade das
cisternas cadastradas no estado de Minas Gerais. A maior concentração de cisternas é
verificada na porção meridional do Médio e Baixo Jequitinhonha e em parte do extremo
norte do Alto Jequitinhonha. Parece evidente que existe uma lógica espacial muito clara na
distribuição das cisternas, priorizando aqueles municípios que apresentam maior
necessidade, dadas as especificidades climáticas do território.

89
Mapa 31: Localização das cisternas dos pequenos, médios e grandes
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2014

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Programa
Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras
Tecnologias Sociais - Programa Cisternas 2013. Brasília, DF,
2014b.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

O mapa 32 apresenta informações sobre solicitações de ligações de luz ainda não atendidas
em áreas rurais nos pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha. Os dados constam no
cadastro da CEMIG 2016 e a representação cartográfica sugere a existência de uma
demanda significativa por ligações elétricas em áreas rurais relevantes em todos os
territórios analisados neste diagnóstico.

90
Mapa 32: Solicitações de ligações de luz ainda não atendidas em
áreas rurais nos pequenos, médios e grandes municípios
do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2014

Fonte: COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Relatório


anual e de sustentabilidade 2015. Belo Horizonte, 2016.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

Em resumo, as informações referentes às condições habitacionais e à oferta de serviços


públicos e infraestruturais à população rural residente nos territórios de desenvolvimento
analisados indicam a existência de problemas generalizados. Embora conformando um
quadro espacialmente heterogêneo, as deficiências são bastante disseminadas. Basta
verificar, por exemplo, que enquanto as populações rurais de médios e grandes municípios
vivenciam precariedades mais acentuadas em termos de saneamento básico, as dos
pequenos municípios tem enfrentado um maior déficit habitacional. Registra-se, ainda, uma
demanda reprimida por diversos serviços públicos e infraestruturais, em especial no que diz
respeito ao fornecimento de energia elétrica.

91
Esses elementos podem ser cotejados como delimitadores de atributos contextuais de
comunidades ou territórios específicos e, em paralelo, podem também compor
condicionantes para atributos pessoais expressos por indicadores como os de saúde, que
constituem o foco de considerações da seção 4.5.

4.5 Saúde

A dimensão saúde12 é, em si, de muita relevância para explicação das condições de vida da
população e, portanto, constitui-se em elemento importante para delimitação da pobreza,
tendo em vista o seu caráter multidimensional. A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, é
um dos indicadores que servem para avaliar a qualidade de vida, uma vez que reflete a
eficácia dos serviços públicos, tais como saneamento básico, sistema de saúde,
disponibilidade e acesso a medicamentos, vacinas e atendimento médico-hospitalar a
crianças e mães, educação materna e condição, dentre outros.

O mapa 33 apresenta taxas de mortalidade infantil (TMI) – resultantes do quociente entre o


número de óbitos de crianças com menos de um ano de vida e o número de nascidos vivos,
multiplicado por mil – para os municípios que compõem a área de estudo, em 2013. Trata-se
de um dos indicadores utilizados para aferição das condições de saúde de determinada
população, uma vez que é fortemente associado aos fatores mencionados.

A fim de se estabelecer parâmetro de comparação é conveniente pontuar que, de acordo


com dados divulgados pelas Nações Unidas para o período 2005/2010, Singapura, Islândia,
Japão, Suécia, Finlândia, Luxemburgo e Noruega apresentaram taxa de mortalidade infantil
inferior a três óbitos infantis por mil nascidos vivos (UNITED NATIONS, 2011). No mesmo
período o nível registrado para o Brasil foi quase oito vezes superior (23,47 óbitos por mil
nascidos vivos). Como na maior parte dos países do mundo, a taxa de mortalidade infantil
tem apresentado tendência decrescente no Brasil: nos quinze anos compreendidos entre
2000 e 2015 a redução foi superior a 50% (passou de 29,02 para 13,82 óbitos por mil
nascidos vivos). Em 2013, a TMI foi de 15,02 mortes de menores de um ano por mil
nascidos vivos no Brasil e 13,8 em Minas Gerais.

12
Os dados presentes nesta análise descritiva foram obtidos, basicamente, a partir dos indicadores que
serviram de base para construção do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) para 2013. Como o nível
único de disponibilidade dessas informações é o município, não é possível a desagregação segundo a condição
de residência urbana e rural. Também foram utilizados dados de Conselhos Municipais de Saúde ativos em
2014.

92
Mapa 33: Taxa de mortalidade infantil nos municípios dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas. Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b.

Em relação à área de abrangência deste estudo, tem-se que, em 2013, ainda havia 10
municípios com taxa de mortalidade infantil acima de 50 por mil nascidos vivos: Campanário
(93,75), Lagoa dos Patos (69,77), Riacho dos Machados (62,99), Joaquim Felício (57,14),
Presidente Kubitschek (55,56), Alvorada de Minas (51,72), Paulistas (51,72), Cachoeira de
Pajeú (51,55), Salto da Divisa (51,28) e Santa Maria do Salto (51,28). Todos esses
municípios possuem menos de 20 mil habitantes, ou seja, são considerados municípios
rurais. O município com maior taxa de mortalidade infantil está localizado no Território de
Desenvolvimento do Mucuri, mas três dos quatro municípios com maior taxa de mortalidade
estão localizados no território Norte. Entre os municípios médios e grandes a maior taxa de
mortalidade infantil foi registrada em Buritizeiros (28,3%o), no território Norte.

Ações ou políticas que visem reduzir a taxa de mortalidade infantil certamente implicarão em
melhoria das condições de vida da população envolvida e, por conseguinte, em redução da
pobreza. Em paralelo, ações ou políticas com o intuito de reduzir a pobreza poderão resultar

93
em melhoria nas condições de saúde da população e, consequentemente, em diminuição da
mortalidade infantil.

Nessa perspectiva, acrescenta-se outro indicador com interface com a condição de vida da
população, notadamente seu acesso a serviços básicos de saúde, que é a proporção de
nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, conforme
preconizado pelo Ministério da Saúde13. Esses dados são apresentados no mapa 34.

Mapa 34: Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais consultas de pré-
natal nos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b.

O acompanhamento médico das gestantes via pré-natal é um fator muito importante para
manutenção da integridade das condições de saúde da mulher e da criança, permitindo
detectar problemas como doenças que possam afetar a criança ou o seu desenvolvimento

13
O recomendável é que essas consultas sejam assim distribuídas: uma no primeiro trimestre, três no segundo
trimestre e três no terceiro trimestre. Os dados disponíveis, no entanto, não permitem apresentar essa
desagregação.

94
no útero. Em Minas Gerais, seguindo a tendência verificada para o conjunto do Brasil, tem
havido aumento considerável na proporção de mulheres que realizam sete ou mais
consultas de pré-natal durante a gravidez: eram 59% em 2006 e 72% em 2013.

No entanto, em 2013, em grande parte dos municípios pequenos esse percentual era
inferior a 60, especialmente entre aqueles localizados no Território de Desenvolvimento do
Vale do Rio Doce. Os menores percentuais foram registrados para os municípios de Água
Boa (30,6), Novo Oriente de Minas (31), Fernandes Tourinho (31,23), Divino das Laranjeiras
(37,3), Sobrália (37,5), Bertópolis (38,9), São Sebastião do Maranhão (39), Santa Maria do
Suaçuí (40,6), Urucuia (40,9), José Gonçalves de Minas (43,9), Mathias Lobato (47,4),
Santa Rita do Itueto (47,8), Alpercata (48,3), Capitão Andrade (48,3) e Malacacheta (49,3).

Já entre os municípios com mais de 20 mil habitantes destacam-se, negativamente,


Januária (38,9%), Itambacuri (49,9%), Caraí (50,7%), Teófilo Otoni (54,5%), Bocaiuva
(56,1%), Araçuaí (56,2%), Jaíba (56,4%), São Francisco (57,6), Coração de Jesus (57,9%) e
Francisco Sá (59,1%). A maior parte desses pertence ao Território de Desenvolvimento
Norte14.

Ainda sob a ótica de cotejar indicadores de saúde sensíveis à situação de pobreza da


população, parece relevante incluir a proporção de internações por doenças decorrentes de
saneamento ambiental inadequado15 (mapa 35), uma vez que a distribuição desigual de
serviços de infraestrutura faz com que essas doenças incidam de forma diferente nos
diversos segmentos populacionais.

Em Minas Gerais menos de 1% das internações são atribuídas a doenças decorrentes de


saneamento ambiental inadequado, proporção que já foi de 3% em 1996 e 1% em 2000.
Essas doenças, no entanto, ainda representam parcela considerável das causas de
internações nos municípios que constituem o universo de investigação deste estudo. Com
efeito, em 20 municípios (11 de pequeno porte e nove com população superior a 20 mil
habitantes) o percentual atingiu patamar superior a 15, com destaque, entre os municípios
pequenos, para Bertópolis (28,1), Carlos Chagas (27,8), Itabirinha (26,4), Padre Paraíso
(25,5), Águas Formosas (22,7), Crisólita (18,2), Pavão (18,2), Peçanha (17,4), Fernandes
Tourinho (16,8) e Divisópolis (16,6). A maior parte desses municípios são localizados nos
territórios do Mucuri e do Vale do Rio Doce. Em meio aos municípios médios e grandes
destacam-se Novo Cruzeiro (49,5%), Capelinha (39,6), Montes Claros (33,6), Mantena

14
Destaca-se que os dados disponíveis não permitem desagregação por situação de residência, mas a situação
é certamente mais crítica na área rural desses municípios.
15
Saneamento ambiental inadequado refere-se a abastecimento deficiente da água, tratamento inadequado de
esgoto sanitário, contaminação por resíduos sólidos ou condições precárias de moradia.

95
(22,6), Várzea da Palma (21,1), Porteirinha (19,3), Taiobeiras (19), Caraí (16,8) e Pirapora
(16,6%).

Mapa 35: Proporção de internações por doenças devido ao saneamento ambiental


inadequado nos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas. Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b.

O que se pode depreender é a necessidade de ações visando melhorar as condições de


infraestrutura, notadamente de saneamento básico, dos municípios focalizados neste
estudo, mas cabe considerar o fato de que as informações analisadas não permitem
desagregação por situação de residência (urbana e rural), dificultando um diagnóstico mais
preciso em relação à área estritamente rural. Ressalta-se, sobretudo, que ações ou políticas
que permitam em aspectos como renda, trabalho, acesso a serviços, educação, e outros de
natureza socioeconômica, produzem efeitos sobre as condições de saúde da população,
uma vez que eles são fatores intervenientes nos indicadores de saúde.

96
Em razão da sua relevância estratégica como um dos elementos centrais do funcionamento
do sistema de saúde, é importante adicionar informações sobre a proporção de população
atendida pelo Programa de Saúde da Família (PSF) nos municípios focalizados neste
estudo. Isso porque o PSF se insere na perspectiva de um modelo assistencial de atenção
baseado na promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde
da população, em linha com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). É,
portanto, um programa que pode auxiliar na qualidade de vida e redução da probabilidade
da ocorrência de problemas de saúde de maior complexidade, especialmente para a
população de menor renda que não tem acesso a planos de saúde privados. Nesse caso,
idealmente, a população deveria ser integralmente coberta. Entretanto, não é o que ocorre.

Os dados apresentados no mapa 36 mostram que oito municípios ainda tinham, em 2013,
menos de 60% de sua população atendida pelo PSF, sendo cinco de pequeno porte (Santa
Maria do Suaçui, 22%, Sobrália, com 39,5%, Bertópolis, com 41,7%, Itueta, com 59,2%, e
Peçanha, com 60%). Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes destacam-se
Januária (48,3%), Governador Valadares (50%) e Araçuaí (59,9%). A maior parte desses
municípios, sobretudo os pequenos, encontra-se no Território de Desenvolvimento do Vale
do Rio Doce.

Ainda assim, impõe-se registrar que na grande maioria dos municípios a cobertura do PSF
atinge 90% ou mais da população. A questão em aberto, impossível de ser referenciada
com base nos dados disponíveis e que foge ao escopo deste relatório, é verificar a
qualidade do atendimento, incluindo sua aderência aos reais problemas de saúde da
população.

97
Mapa 36: Proporção de população atendida pelo Programa Saúde da Família (PSF) nos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas. Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b.

Outra linha de investigação que guarda estreita correlação com as condições de vida e de
saúde da população e, portanto, com a situação de pobreza, diz respeito à segurança
alimentar e nutricional, aspecto contemplado na seção 4.6.

4.6 Segurança alimentar

Embora se possa afirmar que o Brasil tem longa experiência na execução de programas
sociais voltados para a questão alimentar e nutricional (CUSTÓDIO; YUBA ; CYRILLO,
2013), a análise dessa questão revela-se difícil em função da escassez de informações e de
sua disponibilidade em recortes populacionais específicos, como o requerido para o
universo de investigação deste relatório, notadamente no que concerne à desagregação por
situação de residência (urbana e rural). Na verdade, a Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (PNSAN) somente foi instituída no Brasil com a Lei Orgânica de

98
Segurança Alimentar 11 346, de 15 de setembro de 2006, e é a partir de então que as ações
passaram a se articular de forma mais permanente e intersetorial.

No caso específico deste relatório, com base nas informações disponíveis, não é possível ir
além de apresentar uma descrição sucinta de variáveis escassas para alguns dos
municípios que integram o conjunto de territórios de desenvolvimento em análise, na
expectativa de que possam eventualmente orientar ações visando à ampliação,
disseminação ou avaliação. Nesta perspectiva, os quadros 1 a 3 apresentam um conjunto
de informações do Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Mapasan) para os
municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2015.

De acordo com o quadro 1, que apresenta informações sobre gestão, Equipamento Público
de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN) e Programa de Cooperação Técnica (PCT),
o Alto Jequitinhonha (60%), Médio e Baixo Jequitinhonha (62%), Mucuri (50%), Norte (88%)
e Vale do Rio Doce (92%) apresentam alto percentual de municípios que não possuem
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). De todos os municípios
considerados, apenas Jequitinhonha, localizado no Território de Desenvolvimento do Médio
e Baixo Jequitinhonha possui Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
(Caisan). Além disso, nenhum município possuía Plano Municipal de Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) e, consequentemente, até o momento da pesquisa, nenhum município
havia realizado alguma conferência municipal sobre o tema.

É preciso, então, verificar quais ações ou políticas requerem a existência dos organismos
mencionados para serem efetivamente implantadas e, também, em que medida há
pertinência, legal ou operacional, em se estruturar recortes territoriais que envolvam
cooperação intermunicipal. Essa, aliás, é uma questão que merece reflexão também no
caso de outras institucionalidades, especialmente em se tratando de municípios pequenos,
com menos de 20 mil habitantes.

99
Quadro 1: Gestão de Equipamento Público de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN) Programa de Cooperação Técnica (PCT) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce

São Gonçalo

São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina

São José do

Engenheiro

Senhora do
Resplendor

Virgolândia
Montalvâni

Sabinópolis
Presidente

Palmópolis

Botumirim
Pedra Azul

Itacambira
Machacalis

Tarumirim
Serra Azul

São Pedro
Brasília de
Turmalina

Alvarenga
Capelinha
Carbonita

Cachoeira

Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque

Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva

Lassance
Espinosa

Joaquim
Crisólita

Janaúba
Cônego

Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios

Joaíma
Jacinto

Lontra
Padre
Divisa
Santo

Santo
Serro

Novo
Caraí
Sen.
CONSEA x x x x x x x x x x x
Caisan Municipal x
Gestão

Lei de SAN x x x x x x x x x x
Plano Municipal de SAN
Realizou Conferência Municipal
de SAN
CEASA x
Mercado público ou popular x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sacolão público ou quitanda
x x x
pública
Feira livre x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Suporte às feiras livres x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
EPSAN

Feiras livres para produtos


orgânicos ou de base x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
agroecológica
Restaurantes populares x
Cozinhas comunitárias x x
Bancos de alimentos x x x x x x x x x
Unidades de apoio à distribuição
x x x x x x x x x x
da agricultura familiar
PCT

x x x x x x x x x x x x x
Povos e comunidades tradicionais

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.
Nota: Consea = Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Caisan = Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. SAN =
Segurança Alimentar e Nutricional. Ceasa = Centrais Estaduais de Abastecimento.
Quadro 2: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce

São Gonçalo

São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina

São José do

Engenheiro

Senhora do
Resplendor

Virgolândia
Montalvâni

Sabinópolis
Presidente

Palmópolis

Botumirim
Pedra Azul

Itacambira
Machacalis

Tarumirim
Serra Azul

São Pedro
Brasília de
Turmalina

Alvarenga
Capelinha
Carbonita

Cachoeira

Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque

Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva

Lassance
Espinosa

Joaquim
Crisólita

Janaúba
Cônego

Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios

Joaíma
Jacinto

Lontra
Padre
Divisa
Santo

Santo
Serro

Novo
Caraí
Sen.
Apoio agricultores familiares x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Destinação de alimentos da
agricultura familiar
Programa de aquisicao de
alimentos (PAA)
x x x x x x x x x x x x x x x x
Alimentacao escolar (PNAE) x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Rede socioassistencial x x x x x
Banco de alimentos x x x x x x
Restaurantes populares
Cozinhas comunitárias
Cozinhas e refeitórios
hospitalares
x x
Cozinhas em unidades de
x x x x x x
educacao infantil
Feiras livres x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
AÇÕES DE SANS

Mercados públicos x x x x x x x
Sacolões ou quitandas públicas x x
Compras Públicas x x x x
Prefeitura municipal x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Inspeção municipal (SIM) x x x x x x x x x x x x
Vigilância sanitária x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
ATER para agricultores familiares x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Doações de alimentos ou cestas de
alimentos
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Produção de base agroecológica x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Incentivo à produção de base
agroecológica
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Legislação que regule o uso e/ou
contrôle de agrotóxicos
x x
Ações de educação alimentar e
nutricional
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Agricultura familiar para utilização
na alimentacao escolar
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Apoia práticas de agricultura urbana x x x x x x x x x x x

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.

.
Quadro 3: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para acesso à água para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do
Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce

São Gonçalo

São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina

São José do

Engenheiro

Senhora do
Resplendor

Virgolândia
Montalvâni

Sabinópolis
Presidente

Palmópolis

Botumirim
Pedra Azul

Itacambira
Machacalis

Tarumirim
Serra Azul

São Pedro
Brasília de
Turmalina

Alvarenga
Capelinha
Carbonita

Cachoeira

Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque

Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva

Lassance
Espinosa

Joaquim
Crisólita

Janaúba
Cônego

Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios

Joaíma
Jacinto

Lontra
Padre
Divisa
Santo

Santo
Serro

Novo
Caraí
Sen.
Apoia tecnologias sociais de
armazenamento/acesso à água
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Tecnologias de acesso a àgua com o
apoio dos municípios
Cisternas com água para
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
consumo (Primeira Água)
Cisternas com água para
x x x x x x x x x x x
produção (Segunda Água)
AÇÕES DE SANS

Cisternas nas escolas x x x x x x x x x x


Sistemas coletivos de
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
abastecimento de água
Barreiros ou pequenas
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
barragens
Kits de irrigação x x x x x
Barragens subterrâneas x x x x
Poços artesianos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Poços profundos x
Outras tecnologias de acesso a
x x
àgua

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.
Em relação aos Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN),
verifica-se que apenas o município de Governador Valadares possuía Ceasa. Existe uma
proporção significativa de municípios que apresentavam mercado popular no Alto
Jequitinhonha (40%), Médio e Baixo Jequitinhonha (83%), Mucuri (25%), Norte (44%) e Vale
do Rio Doce (17%). Já o equipamento “sacolão público ou quitanda” está presente apenas
em Jacinto, no Médio e Baixo Jequitinhonha, além de Brasília de Minas e Lontra, no Norte.
Parte expressiva dos municípios possuíam feiras livres no Alto Jequitinhonha (70%), Médio
e Baixo Jequitinhonha (100%), Mucuri (50%), Norte (81%) e Vale do Rio Doce (42%). Em
relação às feiras livres de produtos orgânicos ou de base agroecológica, a proporção de
municípios que possui esse equipamento também é significativa no Alto Jequitinhonha
(60%), Médio e Baixo Jequitinhonha (54%), Mucuri (25%), Norte (13%) e Vale do Rio Doce
(33%). Entre os municípios avaliados, apenas Governador Valadares, no Vale do Rio Doce,
possui restaurante popular, e somente Pedra Azul, no Médio e Baixo Jequitinhonha, e
Brasília de Minas, no Norte, possuíam cozinhas comunitárias. Apenas Capelinha possui
banco de alimentos no Alto Jequitinhonha, equipamento ausente nos municípios do Médio e
Baixo Jequitinhonha e do Mucuri. No Norte, a presença de banco de alimentos é mais
significativa, com destaque para os municípios de Bocaiúva, Botumirim, Brasília de Minas,
Itacambira, Janaúba e Japonvar. No Vale do Rio Doce esse equipamento está presente nos
municípios de Alvarenga, Governador Valadares e Virgolândia.

O quadro 2 apresenta informações sobre ações de segurança alimentar e nutricional


coletadas pela pesquisa Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Mapasan) de
2015. Os dados revelam que parte significativa dos municípios focalizados dos territórios do
Médio e Baixo Jequitinhonha (77%) e do Norte (63%) apoiam agricultores familiares. Nos
municípios dos territórios do Vale do Rio Doce e do Alto Jequitinhonha os percentuais são
mais reduzidos (58 e 50, respectivamente). Nenhum município focalizado do Território de
Desenvolvimento do Mucuri apoia agricultores familiares. A pesquisa revela ainda que a
maior parte dos municípios destina os alimentos da agricultura familiar principalmente para a
alimentação escolar, para o programa de aquisição de alimentos e feiras livres. Apenas os
municípios de Presidente Kubitschek, no Alto Jequitinhonha, Joaíma, no Médio e Baixo
Jequitinhonha, Nanuque, no Mucuri, Brasília de Minas, no Norte, Itanhomi e Senhora do
Porto, no Vale do Rio Doce, não possuem vigilância sanitária. A maior parte dos municípios
focalizados possuem ações de educação alimentar e nutricional. Os municípios de Araçuaí,
Padre Paraíso, Palmópolis, Bocaiúva, Brasília de Minas, Janaúba, Japonvar, Lagoa dos
Patos, Lassance, Governador Valadares, Sabinópolis e Senhora do Porto apoiam práticas
de agricultura urbana.

103
Focalizam-se as ações de segurança alimentar e nutricional para acesso à água no quadro
3. Parte significativa dos municípios focalizados apoiam tecnologias sociais de
armazenamento e acesso à água no Norte (94%), Médio e Baixo Jequitinhonha (62%) e Alto
Jequitinhonha (60%). Nos municípios focados, pertencentes aos territórios do Vale do Rio
Doce e do Mucuri, o percentual de apoio às tecnologias sociais de armazenamento e acesso
à água são bem mais reduzidos (25, nos dois casos). Entre as tecnologias utilizadas para
permitir o acesso à água destacam-se as cisternas com água para o consumo (primeira
água), cisternas com água para a produção (segunda água), os sistemas coletivos de
abastecimento de água, os barreiros ou pequenas barragens e os poços artesianos.

Como observado, não há como tecer considerações gerais em relação aos dados
apresentados nos quadros 1 a 3, seja porque não cobrem toda a área de abrangência que
constitui objeto de investigação neste estudo, sobretudo em se tratando de foco no
segmento populacional inserido na área rural, seja porque remetem a condicionantes de
políticas específicas.

Os dados sobre gestão municipal inseridos no Anexo (mapas A1 e A2), embora de


cobertura mais ampla, também estão inseridos na perspectiva de terem análise
condicionada a políticas que requerem os organismos institucionais focalizados.
Informações sobre assistência social são focadas na seção 4.7.

4.7 Assistência social

A presente seção deste diagnóstico diz respeito a indicadores mais diretamente afeitos à
assistência social e, de certa forma, ou em alguma medida, podem apontar público-alvo ou
necessidades específicas de ações visando o bem-estar da população. Seu objetivo é
abordar indicadores de vulnerabilidade, tendo como unidade de análise tanto o indivíduo
quanto as famílias ou a comunidade e, na medida da disponibilidade de informações, inclui
um foco especial nas populações quilombola e indígena.

4.7.1 Grupos vulneráveis

Os indicadores de vulnerabilidade para o agregado de municípios pequenos, com


populações inferiores a 20 mil habitantes mostra ser alto o percentual de crianças, com
idades entre quatro e cinco anos, que estavam fora da escola, em todas os territórios
considerados, sobretudo no Mucuri, o que permite inferir acerca da necessidade de
investimentos em educação nos níveis pré-escolares (tab. 10). No Médio e Baixo

104
Jequitinhonha, 30,30% das crianças de quatro e cinco anos, moradoras de municípios de
pequeno porte, estavam fora da escola. Esse percentual eleva-se para 31,46 no Norte,
34,21 no Vale do Rio Doce, 37,65 no Alto Jequitinhonha, e chega a 47,84 no Mucuri. No
Território do Alto Jequitinhonha, 3,02% das crianças com idades entre seis e 14 anos não
frequentavam instituições de ensino, percentual correspondente a 3,16 no Médio e Baixo
Jequitinhonha, 3,25 no Norte, 2,98 no Vale do Rio Doce e 4,08 no Mucuri. Assim, ainda que
a atenção pública deva se manter sobre a educação nos níveis fundamentais e médio, os
níveis pré-escolares também devem ser levados em consideração para a implementação de
políticas públicas educacionais nesses territórios.

Outro indicador de vulnerabilidade, também levado em consideração na tabela 10, diz


respeito especificamente aos jovens e mostra o percentual de pessoas com idades entre 15
e 24 anos que não estudavam nem trabalhavam, e se encontravam, então, em situação de
vulnerabilidade. No Alto do Jequitinhonha, 20,66% dos jovens moradores de municípios com
populações inferiores a 20 mil habitantes encontravam-se nessa situação, percentual
correspondente a 25,41 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 24,78 no Mucuri, 26,36 no Norte e
21,84 no Vale do Rio Doce.

Tabela 10: Indicadores de vulnerabilidade para o agregado de municípios com população inferior a
20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010
Alto Médio e Baixo Vale do Rio
Mesorregiões Mucuri Norte
Jequitinhonha Jequitinhonha Doce

Crianças e Jovens
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola 37,65 31,30 47,84 31,46 34,21
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 3,02 3,16 4,08 3,25 2,98
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, nem trabalham
e são vulneráveis a pobreza 20,66 25,41 24,78 26,36 21,84
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,16 0,09 0,35 0,41 0,16
% de mulheres de 15 a 17 nos que tiveram filhos, taxa de
atividade – 10 a 14 anos 4,46 5,71 6,17 7,27 6,38

Família
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com
filhos menores de 15 anos 25,11 24,85 24,55 25,18 24,30
% de crianças extremamente pobres 22,37 25,76 24,46 25,36 17,30

Trabalho e renda
% de vulneráveis à pobreza 58,10 63,40 62,05 65,51 54,87
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e
em ocupação informal 19,52 21,42 20,31 20,00 19,19
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação.
Rio de Janeiro, 2013a.

Ainda no que diz respeito à população jovem, 4,46% das mulheres moradoras em
municípios de pequeno porte no Alto Jequitinhonha, e com idades entre 15 e 17 anos, têm
ao menos um filho. Esse é também o caso de 5,71% das jovens, nessa mesma faixa etária,

105
residentes no Médio e Baixo Jequitinhonha, 6,17% das jovens do Mucuri, 7,27% das jovens
do Norte e 6,38% das jovens do Vale do Rio Doce.

Quando famílias – não indivíduos – são levadas em consideração, o percentual de unidades


familiares com filhos menores de 15 anos, chefiadas por mães que não completaram o
ensino fundamental, em municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes, mostra-
se significativo. Assim, 25,11% dos domicílios com crianças, residentes em municípios de
pequeno porte no Alto do Jequitinhonha eram chefiados por mulheres com baixo nível de
escolarização. O percentual correspondente é de 24,85 no Médio e Baixo Jequitinhonha,
24,55 no Mucuri, 25,18 no Norte e 24,30 no Vale do Rio Doce. A presença de famílias com
crianças em situação de extrema pobreza em municípios de pequeno porte corresponde a
percentuais entre 17,30 no Vale do Rio Doce e 25,76 no Médio e Baixo Jequitinhonha.

Mais da metade (58,10%) da população de pequenos municípios no Alto do Jequitinhonha


se encontravam em situação de vulnerabilidade à pobreza, ao passo que 19,52% de
pessoas maiores de 18 anos, sem ensino fundamental completo, desempenhavam
ocupações de trabalho informal. Essa concentração corresponde a 63,40% e a 21,42%,
respectivamente, no Médio e Baixo Jequitinhonha, 62,05% e 20,31% no Mucuri, 65,51% e
20% no Norte e 54,87% e 19,19% no Vale do Rio Doce.

Se em municípios pequenos os indicadores de vulnerabilidade aqui considerados mostram a


necessidade de investimentos públicos em educação (sobretudo pré-escolar), trabalho e
renda entre a população jovem, os segmentos populacionais residentes em áreas rurais dos
municípios com mais de 20 mil habitantes mostram-se ainda mais vulneráveis.

Assim, são ainda maiores, nesses municípios, os percentuais de crianças em idades pré-
escolares, que não frequentam creches (tab. 11). No Alto Jequitinhonha, esse percentual
corresponde a 58,85 das crianças com idades de quatro e cinco anos, 67,54 no Médio e
Baixo Jequitinhonha, 57,77 no Mucuri, 49,82 no Norte e 34,08 no Vale do Rio Doce.
Crianças e adolescentes do campo em idade escolar, mas que não frequentam instituições
de ensino correspondem a 3,83% no Alto Jequitinhonha, 4,90% no Médio e Baixo
Jequitinhonha, 4,35% no Mucuri, 2,31% no Norte e 3,20% no Vale do Rio Doce, percentuais
próximos àqueles encontrados quando da análise dos municípios pequenos. Jovens, com
idades entre 15 e 24 anos, que não trabalhavam nem estudavam, moradores em áreas
rurais, correspondem a percentuais entre 23,41 no Alto Jequitinhonha e 31,33 no Mucuri,
proporções superiores àquelas encontradas no âmbito dos municípios de pequeno porte.

A proporção de mulheres muito jovens com filhos – situação que pode agravar o quadro de
vulnerabilidade já instalado, gerando evasão escolar, por exemplo – é mais acentuada em
áreas rurais dos municípios médios e grandes, do que nos municípios de pequeno porte. O
106
percentual de mulheres com idades entre 15 e 17 anos que são mães corresponde a 5,31
no Alto Jequitinhonha, 9,38 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 14,64 no Mucuri, 6,75 no Norte
e a 7,38 no Vale do Rio Doce.

Tabela 11: Indicadores de vulnerabilidade no campo para o agregado de municípios com população
superior a 20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010
Alto Médio e Baixo Vale do Rio
Mesorregiões Mucuri Norte
Jequitinhonha Jequitinhonha Doce

Crianças e Jovens
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola 58,85 67,54 57,77 49,82 34,08
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 3,83 4,90 4,35 2,31 3,20
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, nem trabalham e são
vulneráveis a pobreza 23,41 28,14 31,33 28,17 23,93
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,56 0,00 0,00 0,07 0,00
% de mulheres de 15 a 17 nos que tiveram filhos, taxa de atividade – 10 a 14
anos 5,31 9,38 14,64 6,75 7,38

Família
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos
menores de 15 anos 38,28 36,65 26,45 24,80 24,60
% de crianças extremamente pobres 26,63 37,16 19,68 29,11 19,27

Trabalho e renda
% de vulneráveis à pobreza 68,31 72,43 67,99 68,42 60,54
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em
ocupação informal 32,01 30,36 19,92 27,02 22,08

Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação.
Rio de Janeiro, 2013a.

Também são superiores as proporções de famílias com crianças, chefiadas por mulheres
com escolaridade correspondente ao ensino fundamental incompleto: 24,60% das famílias
com crianças no Vale do Rio Doce e 38,28% das famílias no Alto Jequitinhonha são
chefiadas por mulheres com baixa escolaridade. Soma-se a esse quadro o percentual de
crianças em situação de extrema pobreza. Em municípios rurais, entre 19,27% das crianças
no Vale do Rio Doce e 37,16% das crianças no Médio e Baixo Jequitinhonha são
extremamente pobres.

Pessoas maiores de 18 anos que ocupam postos de trabalho informal, e que não possuem o
ensino fundamental completo correspondem a um percentual de 32,01 no Alto
Jequitinhonha, 30,36 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 19,92 no Mucuri, 27,02 no Norte e a
22,08 no Vale do Rio Doce, percentuais também superiores àqueles encontrados para os
municípios de pequeno porte. Essa situação agrava ainda mais a situação de
vulnerabilidade à pobreza, e justifica a necessidade de investimentos específicos entre
jovens e adultos no meio rural, sobretudo no que concerne à geração de trabalho e renda e
acesso à educação. Assim, 68,31% é o percentual de vulneráveis à pobreza no Alto
Jequitinhonha, proporção correspondente a 72,43% no Médio e Baixo Jequitinhonha,
67,99% no Mucuri, 68,42% no Norte, e 60,54% no Vale do Rio Doce.

107
O conjunto dessas informações revela um contexto social grave e preocupante nos
territórios de desenvolvimento que são foco deste diagnóstico. Um indicador síntese das
condições precárias a que se faz referência é, com certeza, a fração populacional que se
encontra em situação de vulnerabilidade à pobreza, que varia de 54,87% a 72,43%, de
acordo com a localização espacial do agrupamento no âmbito da área geográfica analisada.

4.7.2 Informações do Cadastro Único

As análises seguintes focalizam um segmento populacional específico, que faz parte dos
registros do Cadastro Único (CadÚnico), instrumento criado pelo Governo Federal para
identificar e caracterizar famílias de baixa renda, público-alvo de seus programas sociais. O
CadÚnico conta com informações relativas a características de residências, identificação de
moradores, situação de trabalho e renda, entre outros dados.

4.7.2.1 Domicílios

O mapa 37 mostra a distribuição espacial dos domicílios com piso de terra, no segmento
rural dos territórios de desenvolvimento em análise. Nas áreas rurais dos municípios médios
e grandes há pequena concentração de domicílios (até 5%) com piso de terra. No entanto,
alguns municípios têm alta concentração de domicílios nesta condição. Assim, por exemplo,
os municípios de Jaíba e do Serro possuem 31,54% e 23,61% de seus domicílios em piso
de terra, respectivamente. A concentração de domicílios com piso de terra é ainda superior
quando pequenos municípios são levados em consideração (municípios com populações
inferiores a 20 mil habitantes). Nessas áreas, diversos municípios apresentam um
percentual superior a 15 de domicílios nessa situação, com destaque para Coronel Murta
(62,56) e Ladainha (58,96).

108
Mapa 37: Percentual de domicílios com piso de terra para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

A concentração de domicílios feitos em alvenaria apresenta uma distribuição similar àquela


encontrada para domicílios com piso de terra. Assim, em áreas rurais de municípios médios
e grandes há uma maior concentração de habitações construídas em alvenaria (grande
parte dos domicílios em análise apresentam uma concentração de 90% ou mais de
domicílios feitos em alvenaria), ao passo que entre os pequenos municípios, com
populações inferiores a 20 mil habitantes, há uma concentração não desprezível (até mais
de 40%) de domicílios construídos de outras maneiras. No caso de municípios de médio e
grande porte destacam-se os municípios de Novo Cruzeiro e Pirapora, com 52,66% e
46,20% de domicílios construídos em alvenaria, respectivamente. Entre os municípios
pequenos destacam-se Felisburgo e Monte Formoso, com, respectivamente, 31,22% e
26,53% de domicílios em alvenaria (mapa 38).

109
Mapa 38: Percentual de domicílios de alvenaria para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

A presença de água entre habitações das áreas em análise também constitui variável
importante para se conhecer as dimensões de qualidade de vida das populações, no que diz
respeito aos seus modos de habitação. De acordo com os dados ilustrados no mapa 39,
municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes, apresentam uma concentração
maior de domicílios que contam com esse recurso, em comparação com as áreas rurais de
municípios médios e grandes. Ainda assim, entre municípios menores, 36,85% dos
domicílios em Nova Belém e 22,26% em Ladainha não contam com água encanada. Entre
os municípios maiores esses percentuais correspondem a 47% em Rio Pardo de Minas, e a
45% em Pirapora.

110
Mapa 39: Percentual de domicílios com água encanada para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Entre os municípios de pequeno porte, são mais frequentes aqueles em que a concentração
de domicílios com cisterna ultrapassa 3%. Ainda assim, independentemente da unidade
abordada (se áreas rurais de médios e grandes municípios ou se pequenos municípios),
apenas uma pequena parte das habitações contam com cisternas (mapa 40). Exceções são
os municípios de São José do Jacuri, Fernandes Tourinho e Curral de Dentro, com 33,67%,
30,67% e 26%, respectivamente, de domicílios com cisterna, entre os pequenos, e Novo
Cruzeiro, com 12% de domicílios com cisterna, entre as áreas rurais dos municípios de
médio e grande porte.

A presença de poço ou nascente em habitações é mais frequente nos pequenos municípios


que chegam, em alguns casos, a terem mais de 30% dos domicílios na dependência de
poço ou nascente, como em Frei Lagonero (74%), Alvorada de Minas (72,59%) e Icaraí de
Minas (72,59%) (mapa 41). De maneira diversa, entre as áreas rurais de municípios médios
e grandes prevalecem percentuais bem menores de habitações que dependem de poço ou
nascente (variando entre 10 e 20), embora nos municípios de Caraí, São João da Ponte e
Minas Novas esses percentuais cheguem a, respectivamente, 57,18, 49,92 e 49,49.

111
Mapa 40: Percentual de domicílios com cisterna para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Mapa 41 Percentual de domicílios com poço ou nascente para os


municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

112
Populações fora do perímetro urbano de municípios com populações superiores a 20 mil
habitantes contam mais frequentemente com rede de abastecimento de água do que
municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes. Entre os municípios pequenos
destacam-se Frei Lagonero, com apenas 18,37% de domicílios com abastecimento de água,
e Ladainha, com 16,70% de domicílios que contam com esse recurso. Considerando-se as
áreas rurais dos municípios médios e grandes, apenas 38,38% dos domicílios em Caraí,
37,68% em São João da Ponte e 29,33% em Novo Cruzeiro contam com rede de
abastecimento de água (mapa 42).

Mapa 42: Percentual de domicílios com rede de abastecimento


de água para os municípios médios e grandes (área
rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Os dados ilustrados na no mapa 43 evidenciam que escoamento sanitário, nos territórios em


análise, é um recurso mais frequente entre habitações de municípios pequenos do que entre
habitações de áreas rurais de municípios com populações superiores a 20 mil habitantes.
Entre municípios pequenos, são mais frequentes aqueles em que entre 40 e 70% das
habitações contam com esse recurso. Esse indicador deve ser cotejado com cautela quando
se trata de áreas rurais, em função da distância entre domicílios ou aglomerados de
domicílios. Apenas 41,60% dos domicílios de Itueta, 41,39% dos de São Pedro do Suaçuí, e
40,81% dos de Jampruca dispõem de esgotamento sanitário, entre os municípios menores.
Já entre os municípios maiores, apenas 55% dos domicílios em áreas rurais em Brasília de
Minas, 52% em Mantena e 43,52% em Jequitinhonha contam com o recurso de
esgotamento sanitário.

113
Mapa 43: Percentual de domicílios com escoamento sanitário
para os municípios médios e grandes (área rural) e
pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e


Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Entre pequenos municípios há a prevalência daqueles em que 40% ou menos das


habitações contam com coleta de lixo (mapa 44). Esse serviço é mais frequente nas áreas
rurais dos municípios médios e grandes. No entanto, também nesse caso trata-se de um
indicador eminentemente urbano, uma vez que a sua implantação em áreas rurais é mais
difícil. Em Setubinha, por exemplo, apenas 15,65% dos domicílios contam com coleta de
lixo, assim como 13,96% dos domicílios em Itacambira, e 6,65% em Ladainha, entre aqueles
menores. Considerando as áreas rurais dos médios e grandes municípios, apenas 24,47%
dos domicílios no Novo Cruzeiro e 16,33% em São João da Ponte dispõem de serviços de
coleta de lixo.

O acesso à luz elétrica também se dá de maneira desigual entre os diferentes municípios


dos territórios de desenvolvimento em análise. Entre aqueles com populações inferiores a
20 mil habitantes prevalecem municípios com 85 a 95% ou mais das habitações com esse
recurso (mapa 45). No entanto, em Ataléia somente 48,27% dos domicílios dispõem de luz
elétrica, assim como 42,33% dos domicílios em Nova Belém. Em meio ao segmento rural
dos municípios com mais de 20 mil habitantes prevalecem aqueles em que entre 75 e 95%
das habitações dispõem de energia elétrica. Ainda assim, há exceções, como em Janaúba e
Pirapora, onde o percentual atinge apenas 57,26 e 46, respectivamente.

114
Mapa 44: Percentual de domicílios com coleta de lixo para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Mapa 45: Percentual de domicílios com luz elétrica para os


municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

115
Entre 50 e 70% ou mais dos domicílios da maior parte dos pequenos municípios estão
localizados em vias sem calçamento (mapa 46). Nas áreas rurais de municípios médios e
grandes há a prevalência de entre 30 e 50% de habitações que não contam com calçamento
nas ruas. Mas alguns municípios rurais apresentam uma disponibilidade menor de ruas com
calçamento, como São José do Divino, Salto da Divisa, e Marilac (13%, 10,06% e 9,60%,
respectivamente). Entre as áreas rurais dos municípios médios e grandes somente 17% dos
domicílios em Jequitinhonha e 11,66% dos domicílios rurais em Governador Valadares se
localizam em ruas com calçamento.

Mapa 46: Percentual de domicílios em ruas sem calçamento para os


municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

Em síntese, é possível verificar que, a despeito de assimetrias territoriais, grande parte da


população rural dos municípios que foram examinados se depara ainda com uma realidade
caracterizada por debilidades persistentes e agudas em termos habitacionais – com
moradias precárias em diversos aspectos construtivos – e de oferta de serviços coletivos,
especificamente os de saneamento básico, coleta de lixo, fornecimento de energia elétrica e
infraestrutura básica, como o calçamento de ruas.

116
4.7.2.2 Pessoas

De acordo com informações provenientes do Cadastro Único (2015) são baixos os


rendimentos das populações habitantes dos territórios em estudo. Nas áreas rurais dos
municípios médios e grandes há uma concentração importante daqueles em que até 65% da
população tem rendimentos familiares per capita correspondentes a até ¼ de salário mínimo
(mapa 47). Cinco desses municípios destacam-se, por terem mais de 85% de sua
população com rendimentos familiares per capita correspondentes a até ¼ de salário
mínimo. São frequentes, também, aqueles municípios em que mais de 20% da população
residente fora do perímetro urbano tem rendimentos entre ¼ e ½ salário mínimo, como em
Jaíba (96%), Coração de Jesus (88%), São João da Ponte (87%), Rio Pardo de Minas
(86%) e Pedra Azul (85%). Apenas três das áreas rurais de municípios médios e grandes
têm mais de 1,5% de sua população residente fora do perímetro urbano com rendimentos
superiores a um salário mínimo. Quando apenas municípios com populações de até 20 mil
habitantes são levados em consideração, o quadro de rendimentos se agrava, uma vez que,
nesse caso, são mais frequentes aqueles em que 85% da população têm rendimentos de
até ¼ de salário mínimo, com destaque para Ubaí (98%), Divinolândia de Minas (97%),
Lassance (94%), Santa Fé de Minas (94%) e Miravânia (94%).

Os dados ilustrados no mapa 48 mostram que a frequência de municípios em que mais de


16% da população rural de 15 anos ou mais é analfabeta é maior em municípios pequenos,
do que nos segmentos rurais de municípios médios e grandes. Mais de 30 municípios, entre
os pequenos, apresentam mais de 16% da população de 15 anos ou mais em situação de
analfabetismo, destacando-se os municípios de Jacinto (26%), Fruta do Leite (26%) e
Ninheira (22,12%). Na mesma faixa etária, entre a população residente em áreas rurais de
municípios médios ou grandes, 21% em Jequitinhonha, 21% também em São João do
Paraíso e 19% em Minas Novas não são alfabetizados.

O mesmo ocorre no que concerne à frequência de crianças com idades entre quatro e cinco
anos fora da escola. Entre os municípios pequenos, são mais frequentes aqueles em que
mais de 80% das crianças nessa faixa de idade não frequenta a pré-escola. A não
frequência a estabelecimentos de ensino diminui na medida em que há um incremento na
faixa etária analisada. Assim, em apenas alguns municípios, independentemente do
tamanho, mais de 16% das crianças e adolescentes entre seis e 14 anos de idade, e mais
de 3,5% das crianças e adolescentes entre 15 e 17 anos de idade não frequentam a escola.

117
Mapa 47: Percentual de pessoas por faixa de renda médios e grandes (área
rural) e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico.


Brasília, DF, 2015a.
(1) Em salário mínimo.

118
Mapa 48: Taxa de analfabetismo (1) e percentual de crianças e adolescentes
fora da escola (2) nos médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico.


Brasília, DF, 2015a.
(1) população de 15 anos ou mais. (2) idades de 4 a 5 anos, de 6 a 14 anos e
de 15 a 17 anos.

119
Com base nas informações analisadas nesta seção, cabe sublinhar três características
básicas que permitem dimensionar a situação socioeconômica degradada dos territórios de
desenvolvimento que são foco deste diagnóstico: a primeira diz respeito ao reduzido valor
do rendimento familiar per capita auferido pela grande maioria da população rural local; a
segunda está relacionada à expressiva incidência de analfabetismo entre jovens e adultos
(indivíduos com 15 anos ou mais) e a terceira se refere à elevada proporção de crianças de
quatro e cinco anos não matriculadas nas atividades pré-escolares.

4.7.2.3 Programas sociais

Com relação à distribuição do acesso da população em análise a algumas das políticas e


ações implementadas pelo poder público em direção ao combate à pobreza e
vulnerabilidades serão descritos os acessos ao Projovem, ao Benefício de Prestação
Continuada ao Deficiente e ao Idoso, e ao Programa do Leite.16

O número de pessoas atendidas pelo Programa Projovem é maior no Território Norte, tanto
quando levados em consideração municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes,
quanto se levadas em consideração as áreas rurais dos municípios médios e grandes (tab.
12). Em municípios pequenos do Território Norte, 1 880 jovens eram atendidos pelo
Programa em 2015, ao passo que outros 1 662 jovens residentes fora do perímetro urbano
dos municípios médios e grandes também eram beneficiados. No Território do Mucuri um
número maior de jovens eram atendidos pelo programa em municípios pequenos (257
jovens), em contraste com um atendimento circunscrito a 56 jovens residentes fora do
perímetro urbano dos municípios de médio e grande porte. De um modo geral, o Projovem
tem um público maior em municípios pequenos (3 626 atendidos) do que em áreas rurais de
municípios rurais médios e grandes (2 909 beneficiários).

Há um certo equilíbrio no número de pessoas atendidas pelo Benefício de Prestação


Continuada Deficiente: 20 906 nos municípios pequenos e 21 785 nas áreas rurais de
municípios médios e grandes. Tanto entre as áreas rurais de municípios de porte médio e
grande, quanto entre os municípios pequenos, o Território Norte é aquele com maior número
de beneficiários desse programa (10 879 e 7 081 beneficiários, respectivamente).

16
O Projovem tem como objetivo estimular a permanência de jovens em cursos que visam complementar seu
processo de escolarização e proporcionar a obtenção de qualificação profissional inicial, dividindo-se em
Projovem Urbano e Projovem Campo. O Projovem fornece bolsas mensais a jovens com idades entre 18 e 29
anos, alfabetizados, mas que não concluíram o ensino fundamental. O Benefício de Prestação Continuada ao
Deficiente e ao Idoso, por sua instância, fornece um salário mínimo mensal ao idoso com idade acima de 65
anos, bem como ao portador de deficiência física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo, cuja renda per
capita familiar seja menor que ¼ do salário mínimo vigente. O Programa do Leite, ou Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) na modalidade leite, tem como objetivo o fornecimento de leite por produtores familiares –
incentivando assim a produção familiar – para o consumo de famílias que se encontram em estado de
insegurança alimentar e nutricional.

120
Tabela 12: Pessoas atendidas pelos programas sociais (1) para o agregado de municípios com
população superior a 20 mil habitantes (população rural) e inferior a 20 mil habitantes
nos territórios de desenvolvimento do Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce, 2015
Programa social
Mesorregião Pró-jovem BPC Programa
BPC Idoso
adolescente Deficiente do Leite
Municípios > 20 mil
Alto Jequitinhonha 518 3 503 1 123 15 478
Médio e Baixo Jequitinhonha 527 3 458 2 545 10 427
Mucuri 56 1 255 1 565 8 545
Norte 1 662 10 879 3 640 47 982
Vale do Rio Doce 146 2 690 2 076 730
Total 2 909 21 785 10 949 83 162
Municípios < 20 mil
Alto Jequitinhonha 531 3 087 564 11 408
Médio e Baixo Jequitinhonha 629 2 736 1 375 12 439
Mucuri 257 2 351 1 274 15 282
Norte 1 880 7 081 2 030 49 211
Vale do Rio Doce 329 5 651 2 469 3 355
Total 3 626 20 906 7 712 91 695
Total 6 535 42 691 18 661 174 857
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.

(1) Pró-jovem, Benefício de Prestação Continuada (BPC) Deficiente, Benefício de Prestação


Continuada (BPC) Idoso e Programa do Leite (2) população rural.

O número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada Idoso é superior em áreas


fora do perímetro urbano de municípios médios e grandes, com populações acima de 20 mil
habitantes (10 949 beneficiários), do que em municípios pequenos (7 712 beneficiários). O
Território Norte concentra o maior número de beneficiários, entre as áreas rurais dos
municípios com populações maiores de 20 mil habitantes, ao passo que o Território do Vale
do Rio Doce concentra o maior número de beneficiários entre os municípios pequenos.

O Programa do Leite é mais frequente em municípios pequenos. Assim, esses municípios


possuem 91 695 beneficiários, ao passo que nas áreas rurais de municípios com
populações superiores a 20 mil habitantes havia 83 162 beneficiários. Tanto nas áreas rurais
dos municípios médios e grandes, quanto entre os municípios pequenos, o Território Norte é
aquele com o maior número de pessoas atendidas pelo Programa do Leite (47 982 e 49 211

121
beneficiários, respectivamente). Esse é o programa social com maior cobertura, ou seja, que
possui o maior número de beneficiários nos territórios em análise, com 174 857 pessoas
atendidas.

O Índice de Recursos Humanos na Assistência Social considera os indicadores utilizados


para o monitoramento dos custos de pessoal na análise da produtividade de recursos
humanos na assistência social. Em 2015, entre as áreas rurais dos municípios médios e
grandes são menos frequentes aquelas com indicadores superiores a 0,5 (mapa 49). A
frequência maior é de indicadores entre 0,4 e 0,5. Entre municípios pequenos também havia
predominância de índices em níveis intermediários (de 0,4 a 0,5), mas a frequência de
índices superiores a 0,5 é maior do que aquela verificada em áreas rurais de municípios de
médio e grande porte.

Mapa 49: Índice de recursos humanos na assistência social nos grandes e médios e
pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2011

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília,


DF, 2015a

122
4.7.2.4 Comunidades tradicionais

As comunidades tradicionais aqui consideradas são populações quilombolas e populações


indígenas. A tabela 13, referente às populações quilombolas habitantes das áreas em
análise, apresenta informações acerca de domicílios, rendimentos e alfabetização.
Considerando-se os municípios médios e grandes, o Território do Mucuri se destaca pela
precariedade habitacional de sua população quilombola. Nesse território, apenas 44,55%
dos domicílios de quilombolas contavam com água canalizada, 11,88% contavam com
cisternas e 82,18% dependiam de poços artesianos. Ainda no Território do Mucuri, apenas
1,98% dos domicílios quilombolas contavam com coleta de lixo e 95,05% se localizavam em
ruas sem calçamento. No Território Norte, 21,70% dos domicílios possuíam piso de terra,
apenas 26,33% eram ligados à rede de abastecimento e apenas 2,89% dispunham de
escoamento sanitário. Nos territórios do Alto e do Médio e Baixo Jequitinhonha menos da
metade (46,84%) dos domicílios eram de alvenaria (Médio e Baixo Jequitinhonha), mas
92,84% dos domicílios quilombolas do Alto Jequitinhonha contavam com energia elétrica.

O rendimento familiar per capita entre os quilombolas era muito baixo em todos os territórios
analisados, sobretudo no Médio e Baixo Jequitinhonha. Nesse caso, 90,37% dos domicílios
contavam com rendimento per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Esses percentuais
correspondem a 89,40% no Território Norte, 81,59% no Alto Jequitinhonha e a 79,21% no
Mucuri. Entre quilombolas residentes em municípios médios e grandes, 27,24% não sabiam
ler, no Médio e Baixo Jequitinhonha, percentual correspondente a 26 no Território Norte,
21,31 no Alto Jequitinhonha e a 20,79 no Mucuri. Ressalta-se que há uma discrepância no
tamanho dessas populações quilombolas, entre os territórios. Nas áreas rurais de
municípios médios e grandes do Território Norte havia 7 295 quilombolas. Esse número
diminui para 1 989 no Alto Jequitinhonha, 301 no Médio e Baixo Jequitinhonha e 101 no
Mucuri.

Entre os municípios pequenos, destaca-se a precariedade das condições de habitação dos


quilombolas no Território do Vale do Rio Doce. Neste caso, apenas 17,43% dos domicílios
quilombolas contavam com água canalizada e 6,16% possuíam rede de abastecimento.
Além disso, somente 3,52% dos domicílios em pequenos municípios no Vale do Rio Doce
contavam com coleta de lixo, e 94,89% se localizavam em ruas sem calçamento. Mas outros
territórios também se destacam no que diz respeito às condições de moradia. No Mucuri,
42,62% dos domicílios quilombolas possuem piso de terra, e, no Norte, apenas 1,75% dos
domicílios quilombolas possuem esgotamento sanitário.

123
Tabela 13: Características da população quilombola cadastrada no Cadastro Único nos grandes e
médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2015
Grandes e Médios municípios (rural)
Variáveis/mesorregiões Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do Alto
Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce Jequitinhon
Total de pessoas 1689 301 101 7295 0 1
% Piso de terra 15,57 25,58 11,88 21,70 0,00 20
% Alvenaria 83,42 46,84 92,08 79,03 0,00 52
% Água canalizada 60,33 66,45 44,55 60,41 0,00 64
% Cisterna 0,47 3,65 11,88 2,55 0,00 3
% Poço artesiano 64,65 41,53 82,18 56,09 0,00 64
% Rede de abastecimento 29,72 36,21 0,00 26,33 0,00 12
% Escoamento sanitário 18,95 19,60 4,95 2,89 0,00 2
% Coleta de Lixo 18,59 32,56 1,98 19,77 0,00 5
% Energia elétrica 92,84 73,42 92,08 84,74 0,00 88
% Sem calçada 89,58 70,10 95,05 80,71 0,00 86
% Renda per capita da família inferior à 1/4 de sm 81,59 90,37 79,21 89,40 0,00 82
% Renda per capita da família entre 1/4 a 1/2 sm 14,62 6,64 11,88 7,96 0,00 12
% Renda per capita da família entre 1/2 a 1 sm 3,73 2,99 8,91 2,56 0,00 4
% Renda per capita da família entre maior que 1 sm 0,06 0,00 0,00 0,07 0,00 0
% Não sabe ler 21,31 27,24 20,79 26,00 0,00 25
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a
Nota: Não há registro de população quilombola nos municípios grandes e médios do Território de
Desenvolvimento do Vale do Rio Doce.

124
No que diz respeito aos rendimentos, também entre os municípios pequenos prevalecem
rendas muito baixas. No Mucuri, 90,53% dos domicílios quilombolas possuíam renda familiar
per capita de até ¼ do salário mínimo, percentual correspondente a 83,94 no Norte, a 82,16
no Alto do Jequitinhonha, a 80,19 no Médio e Baixo Jequitinhonha e a 72,01 no Vale do Rio
Doce. Mais uma vez é importante assinalar as diferenças em tamanho das populações
quilombolas entre territórios: a população quilombola do Alto Jequitinhonha corresponde a
1 676 indivíduos, número que chega a 2 014 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 549 pessoas
no Mucuri, 4 756 no Norte e 568 indivíduos no Território do Vale do Rio Doce.

A tabela 14 apresenta as mesmas informações, mas, agora, relativas às populações


indígenas. Ela mostra que, entre as áreas rurais de municípios médios e grandes,
novamente o Território do Mucuri chama a atenção. Nesse território, 83,67% dos domicílios
indígenas possuíam piso de terra, 42,86% possuíam água canalizada, 42,86% contavam
com rede de abastecimento e 46,94% contavam com coleta de lixo. O rendimento da
população indígena em áreas rurais de municípios médios e grandes é bastante baixo.
Todos os domicílios indígenas no Alto Jequitinhonha contavam com rendimentos familiares
per capita correspondentes a menos de ¼ do salário mínimo, por exemplo. Lembrando,
novamente, as diferenças populacionais entre os territórios. No Alto Jequitinhonha a
população indígena de áreas rurais de municípios médios e grandes corresponde a um
número de 24 indivíduos, no Médio e Baixo Jequitinhonha a 18, no Mucuri a 49, no Norte a
91, e no Vale do Rio Doce a 29 indígenas.

Entre pequenos municípios, 5,27% dos domicílios do Mucuri possuíam água canalizada,
3,61% possuíam rede de abastecimento, e 1,85% possuíam escoamento sanitário. No que
concerne ao rendimento, 97,66% dos domicílios indígenas do Mucuri possuíam renda
familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Além disso, 81,55% dos indígenas do
Território Médio e Baixo Jequitinhonha não sabiam ler. As diferenças no número de
indígenas permanecem: essa população correspondia a apenas 11 indivíduos no Alto
Jequitinhonha, a 103 no Médio e Baixo Jequitinhonha, a 1 025 no Mucuri, a 3 918 no Norte e
a 227 pessoas no Vale do Rio Doce.

125
Tabela 14: Características da população indígena cadastrada no Cadastro Único nos grandes e médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015
Grandes e Médios municípios (rural) Pequenos municípios
Variáveis/mesorregiões Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do
Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce
Total de pessoas 24 18 49 91 29 11 103 1025 3918 227
% Piso de terra 16,67 77,78 83,67 60,44 0,00 100,00 75,73 90,05 42,45 20,70
% Alvenaria 75,00 77,78 67,35 91,21 0,00 18,18 51,46 4,00 55,33 94,71
% Água canalizada 83,33 77,78 42,86 84,62 0,00 27,27 52,43 5,27 70,11 64,32
% Cisterna 0,00 0,00 0,00 4,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,94 3,52
% Poço artesiano 33,33 0,00 40,82 15,38 0,00 72,73 36,89 87,90 75,50 74,89
% Rede de abastecimento 58,33 77,78 42,86 80,22 0,00 27,27 39,81 3,61 10,21 11,89
% Escoamento sanitário 41,67 61,11 36,73 49,45 0,00 0,00 33,98 1,85 0,46 7,49
% Coleta de Lixo 33,33 77,78 46,94 74,73 0,00 0,00 36,89 3,80 6,76 9,69
% Energia elétrica 83,33 77,78 48,98 94,51 0,00 18,18 66,99 64,59 79,10 89,43
% Sem calçada 66,67 0,00 36,73 28,57 0,00 0,00 33,01 88,88 81,60 74,01
% Renda per capita da família inferior à 1/4 de sm 100,00 66,67 93,88 92,31 0,00 81,82 83,50 97,66 89,74 80,18
% Renda per capita da família entre 1/4 a 1/2 sm 0,00 33,33 0,00 7,69 0,00 18,18 11,65 1,56 6,48 18,06
% Renda per capita da família entre 1/2 a 1 sm 0,00 0,00 6,12 0,00 0,00 0,00 4,85 0,78 3,65 1,76
% Renda per capita da família entre maior que 1 sm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00
% Não sabe ler 41,67 11,11 59,18 20,88 0,00 63,64 81,55 43,90 71,11 74,89
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a
Nota: Não há registro de população quilombola nos municípios grandes e médios do Território de Desenvolvimento do Vale do Rio Doce.
Os dados expostos nesta seção proporcionam uma visão panorâmica da situação
socioeconômica de comunidades tradicionais que vivem na área rural dos territórios de
desenvolvimento que foram analisados. Pode-se afirmar que essas comunidades
tradicionais, formadas especificamente pelas populações quilombolas e indígenas,
vivenciam condições que, de maneira geral e em muitos aspectos, reproduzem em
parâmetros mais críticos os problemas enfrentados pelo conjunto populacional local. A
despeito de diferenciações territoriais, observam-se precariedades de toda ordem, tanto em
termos habitacionais quanto de acesso a serviços públicos e infraestruturais coletivos.
Verifica-se, ainda, um padrão de renda muito baixo e taxas de analfabetismo que se
mantém em níveis ainda significativos.

As informações sistematizadas nesta seção a respeito da dimensão da Assistência Social


revelaram uma realidade a um só tempo problemática e desafiadora. Foi possível verificar
que, a despeito do avanço que representou a nova geração de políticas sociais que foram
implementadas em período recente, sobretudo as de cunho federal, ainda persistem
grandes precariedades a serem vencidas, no sentido de alcançar e, de fato, promover a
inclusão de um conjunto extenso das populações que residem no setor rural de Minas
Gerais e, em especial, dos Territórios de Desenvolvimento que estão no foco deste
diagnóstico.

De fato, a fração populacional que se encontra em situação vulnerável à pobreza é elevada,


refletindo, em grande medida, o valor muito reduzido da renda per capita familiar. Esse
quadro expressa, igualmente, as debilidades existentes em termos de condições
habitacionais e de acesso a serviços públicos coletivos e infraestruturais, assim como o
contexto educacional dominante, que se caracteriza, em especial, por problemas na
educação pré-escolar, mas também por insuficiências que alcançam os segmentos de
jovens e adultos. Todos esses impasses reverberam com intensidade ampliada nas
comunidades tradicionais.

127
5 MAPEAMENTO DE AÇÕES DE COMBATE À POBREZA

Na sua concepção original, o objetivo desta seção prevê uma análise das ações
relacionadas à oferta de serviços, programas e políticas públicas voltadas para a situação
de pobreza em áreas rurais de Minas Gerais, assim como a “identificação de eventuais
desenhos de marcos lógicos (metodológicos e conceituais).” (MINAS GERAIS, 2016, p. 4).

No entanto, ao participar da coordenação e elaboração do PMDI 2016-2027 e do PPAG


2016-2019 (Exercício 2017), a FJP constatou a ausência de desenhos de marcos lógicos,
sejam metodológicos ou conceituais, nas ações, programas e políticas públicas visando o
combate à pobreza rural em Minas Gerais. Na verdade, como o PPAG 2016-2019 (Exercício
2017) foi o primeiro elaborado pelo atual Governo, é compreensível que não tenha havido
tempo hábil para a proposição e implantação de ações embasadas em políticas ou
programas concebidos com base em marcos lógicos ou conceituais que, via de regra,
requerem uma análise estrutural, mas também contextual, dos problemas a serem
enfrentados. A estratégia adotada foi garantir que as ações sugeridas contemplassem o
diagnóstico e propostas contidos no Programa de Governo 2015-2018.

A FJP teve oportunidade de, juntamente com a SEPLAG, discutir com cada uma das
secretarias estaduais as propostas a serem inseridas no PMDI 2016-2027, sendo esta a
primeira vez, nas últimas décadas, que foi adotada uma metodologia de concepção
endógena do planejamento governamental, sem contar com consultoria externa para sua
elaboração. Esse trabalho interativo e altamente participativo também foi adotado na
proposição do PPAG 2016-2019 (Exercício 2017). Neste caso, a SEPLAG e a FJP
promoveram pelo menos três rodadas de discussão com cada secretaria até se chegar a um
consenso sobre as ações a serem propostas.

Os quadros 4 e 5 listam os programas e ações constantes no PPAG 2016-2019 (Exercício


de 2017) que são endereçados ou contemplam, entre os seus objetivos, a redução da
pobreza rural em Minas Gerais. Verifica-se que são quatro programas e 19 ações, que
preveem desembolsos consolidados de R$ 481.424.129 entre 2017 e 2020, perfazendo
investimento de R$ 167 por habitante do setor rural nesse período. As informações
permitem perceber que os atuais programas de enfrentamento da pobreza rural têm caráter
multi-setorial e multi-institucional, ao envolverem diferentes Secretarias (Sedese, Sedinor e
SEDA) e perpassarem três eixos temáticos: “Educação e Cultura”, “Saúde e Proteção
Social” e “Desenvolvimento Produtivo, Científico e Tecnológico”.

128
Quadro 4: Programas constantes no PPAG 2016 – 2019 (exercício 2017) que contemplam o objetivo de reduzir a pobreza rural

Unidade Valor previsto


Programa Eixo Objetivo
responsável (2017 – 2020)

019: Promoção social de Promover a inclusão social de adolescentes e jovens em situação de


Educação e
jovens no campo e Fucam vulnerabilidade social, prioritariamente da zona rural, para a participação 4.481.042
Cultura
periferias urbanas. cidadã.

Fortalecer o SUAS em Minas Gerais e consolidar o papel do ente estadual


114: Oferta de proteção Saúde e Proteção Fundo Estadual de na política de assistência social, ampliando e qualificando os serviços
321.524.802
socioassistencial. Social Assistência Social ofertados à população mineira e prevenindo situações de risco e
vulnerabilidade social.

122: Água para todos – Promover a universalização do acesso e uso da água para consumo
universalização do Saúde e Proteção humano e para a produção de alimentos e minimizar os efeitos da baixa
Sedinor 127.874.885
acesso e uso da Social precipitação com alto evapotranspiração adequando as formas de
água. abastecimento existentes ao contexto climático da região.

059: Apoio à produção Promover a segurança alimentar e o desenvolvimento da agricultura


Desenvolvimento
sustentável, familiar, por meio: do apoio à transição agroecológica e às organizações
Produtivo,
agregação de valor SEDA rurais; da agregação de valor; do acesso aos mercados; da promoção da 27.543.400
Científico e
e comercialização - agroindústria e da infraestrutura necessária, garantindo que os produtos da
Tecnológico
do campo à mesa. agricultura familiar cheguem à mesa dos mineiros e mineiras.

Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte,
2016].
Nota: Fucam = Fundação Educacional Caio Martins. Sedinor = Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste. SEDA = Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Agrário
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Continua)
Programas Ações Finalidade
Garantir atendimento a crianças, adolescentes e jovens, com
4031: Atendimento a crianças, adolescentes e atividades em tempo integral, em ambientes adequados,
jovens em situação de vulnerabilidade. realização de melhorias nas instalações físicas e manutenção
019: Promoção social de jovens no campo e das atividades produtivas da fundação.
periferias urbanas. Possibilitar a aproximação da comunidade, buscando um maior
4373: Educação complementar e atividades vínculo familiar e o convívio comunitário, promover oficinas de
de educação integral. arte, cultura e cursos profissionalizantes. Operar como
complementação ao ensino integral de escolas estaduais.
Contribuir para a emancipação produtiva e econômica e
4209: Apoio à inclusão produtiva e autonomia melhoria da qualidade de vida das mulheres do campo,
econômica das mulheres do campo. considerando os problemas históricos relacionados à questão
de gênero.
Apoiar a inclusão produtiva e a garantia de renda mínima a
4233: Garantia de renda mínima aos famílias em situação de extrema pobreza e a famílias
agricultores familiares. vulneráveis à insegurança alimentar e nutricional devido à
perda de produção agrícola por intempéries.
Promover condições para a permanência do jovem no meio
4238: Apoio à permanência do jovem no rural e estimular a participação social desse público, por meio
059: Apoio à produção sustentável, campo e à continuidade da agricultura de atividades relativas à capacitação, geração de renda e
agregação de valor e comercialização - familiar – sucessão rural. difusão de conhecimentos tradicionais e sustentáveis da
do campo à mesa. agricultura familiar.
Promover a participação e o controle social no âmbito das
4248: Controle, gestão e mobilização social
políticas de desenvolvimento agrário, por meio da viabilização
para o desenvolvimento rural.
de atividades dos órgãos colegiados ligados à secretaria.
Apoiar e fomentar o desenvolvimento sustentável dos povos e
comunidades tradicionais (PCTS) com o objetivo de superar a
4257: Acesso à terra e desenvolvimento pobreza no meio rural e urbano desses grupos, contribuindo,
sustentável de povos e comunidades por meio do incentivo à utilização de iniciativas coletivas, para o
tradicionais. acesso à terra, a produção sustentável, a agregação de valor e
comercialização dos produtos dos PCTS e a valorização
identitária e cultural destes povos.
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Continuação)
Programas Ações Finalidade
Fortalecer o SUAS nos municípios por meio da transferência
4311: Piso mineiro de assistência social fixo.
regular e automática do piso mineiro da assistência social.
Ampliar os recursos de cofinanciamento estadual para a política
de assistência social, ampliando e qualificando a oferta de
serviços de proteção social básica e especial, com foco na
4312: Piso mineiro de assistência social
implantação de serviços que busquem reduzir desigualdades
variável.
regionais e promover a inclusão social de populações em
situação de risco social (população rural, populações
tradicionais, pessoas em situação de violação de direitos).
4313: Oferta de serviços socioassistenciais de Garantir e ofertar serviços socioassistenciais para pessoas com
média e alta complexidade não deficiência oriundas da extinta Fundação Estadual para o Bem
114: Oferta de proteção socioassistencial. regionais. Estar do Menor – Febem.
4447: Implantação e manutenção de serviços Expandir e regionalizar a oferta da proteção social especial de
regionais de média e alta complexidade. média e alta complexidade.
Fortalecer e estruturar a rede socioassistencial pública e
privada, com o objetivo de qualificar os serviços ofertados à
4585: Estruturação da rede socioassistencial
população, com foco nas entidades socioassistenciais da rede
privada e pública.
privada e na aquisição de veículos para atendimento de
população rural.
Combater a pobreza e extrema pobreza em Minas Gerais,
contribuindo para a redução de desigualdades regionais, e
4586 Transferência de renda.
promovendo a proteção social das populações em situação de
vulnerabilidade e risco social.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
122: Água para todos – universalização do 1056: Implantação de barraginhas ou pequena residentes em comunidades que não se encontram dispersas
acesso e uso da água. barragem. nas áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para produção.
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Conclusão)
Programas Ações Finalidade
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
residentes em comunidades que se encontram dispersas nas
1057: Implantação de barramentos.
áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para produção.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
residentes em comunidades que se encontram dispersas nas
1059: Implantação de cisterna de consumo.
áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para consumo humano.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
1060: Implantação de sistema simplificado de residentes em comunidades que não se encontram dispersas
abastecimento de água. nas áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para consumo humano.
122: Água para todos – universalização do
acesso e uso da água. Promover a universalização do acesso à água por meio de
ações de intervenções de infraestrutura hídrica, de forma a
ampliar o acesso à água para o consumo humano e produção
de alimentos com a eliminação do desabastecimento dos
1061: Complementação da barragem em Mato
municípios de Mato Verde e Catuti em períodos de estiagem,
Verde.
beneficiando aproximadamente 14 925 habitantes, que
corresponde a aproximadamente 4 389 famílias, com a geração
de 7 728 empregos entre diretos, indiretos e induzidos (efeito
renda).
Adaptar o sistema de abastecimento de água de Montes Claros,
1062: Ampliação do sistema de abastecimento de forma a minimizar os efeitos da baixa precipitação,
de água de Montes Claros. adequando as formas de abastecimento existentes ao contexto
climático no município.
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2016-2019: exercício 2017. [Belo Horizonte,
2016].
Há em andamento 17 estratégias de enfrentamento da pobreza no campo que estão sob a
responsabilidade de diferentes órgãos ou instituições. A Secretaria de Estado de Educação
está responsável pela execução de seis das dezessete ações planejadas pelo Governo de
Estado para combate à pobreza nas áreas rurais, a saber: (1ª) ampliar a oferta da educação
integral nas escolas estaduais; (2ª) escola aberta; (3ª) formação de profissionais de
educação; (4ª) aquisição de ônibus para transporte escolar; (5ª) reforma e ampliação de
unidades escolares; (6ª) estruturação de laboratórios de informática nas escolas.

Não resta dúvidas de que o aprimoramento da educação é de enorme importância


estratégica para o rompimento definitivo da inércia da pobreza rural nos territórios do Alto,
Médio e Baixo Jequitinhonha, Norte, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce. Nesses territórios,
a alta proporção de crianças e jovens nas áreas rurais, resultado das elevadas taxas de
fecundidade, exigem investimentos maciços nos ensinos fundamental e médio. As pirâmides
etárias indicam que essas populações estão bem atrasadas no processo de transição
demográfica, o que lança desafios imensos para os gestores de políticas públicas. No
entanto, investimentos adequados na educação podem causar repercussões muito
positivas, sobretudo diante da possibilidade de um melhor aproveitamento do bônus
demográfico, advindo da esperada ampliação da população em idade ativa nos próximos
anos.

A Política #1 busca a ampliação da oferta de educação integral nas escolas estaduais


(quadro 6). Essa iniciativa é fundamental para o combate à pobreza no campo, tendo em
vista que poderá ter impacto positivo em vários indicadores da educação. A educação
integral é essencial para a redução das altíssimas taxas de evasão e retenção no ensino
médio.

No geral, as famílias rurais nos territórios avaliados apresentam elevados níveis de


vulnerabilidade social, não possuindo os instrumentos educacionais e financeiros
necessários para prover o acompanhamento necessário aos estudantes fora da escola.
Destaca-se que as taxas de analfabetismo são muito altas na população avaliada, sobretudo
nas famílias registradas no Cadastro Único. Assim, é fundamental que os estudantes
vivenciem, na maior parte do dia, um ambiente mais propício ao aprendizado. Nesse
sentido, a educação integral é especialmente estratégica para a melhoria do desempenho
escolar dos estudantes em áreas rurais.

133
Quadro 6: Política # 1 Ampliar a oferta de Educação Integral nas escolas estaduais
Especificação Descrição
Criar e estruturar o conceito de Educação Integral em
Minas Gerais, a partir da perspectiva da Educação
Integral e Integrada, considerando o estudante nas
suas diferentes perspectivas, desejos e atuações. A
partir desse conceito, é objetivo do Programa ampliar
o quantitativo de estudantes atendidos com Ações de
Objetivo
Educação Integral. Ampliar a oferta de alimentação
escolar para os estudantes da Rede Estadual de
Ensino que participam das Ações de Educação
Integral na Rede. Objetiva-se não apenas ampliar o
número de alunos atendidos, mas também a
qualidade da oferta da merenda escolar
Estudantes da Rede Estadual de Ensino
Qual é a grafia oficial da expressão “rede estadual de
ensino?
Público-alvo
É necessário uniformizá-la em todo o texto.
As ocorrências daqui em diante serão assinaladas de
amarelo.
Atendimento a 54 000 estudantes até o final do ano
Entrega
de 2016, em 275 municípios
Abrangência: 17 territórios
Orçamento: R$ 30.000.000,00 em 2016
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação
Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

Além disso, a educação integral amplia a possibilidade de melhoria do estado nutricional dos
estudantes, sobretudo aqueles oriundos de famílias com maior nível de vulnerabilidade
social. Adicionalmente, a proporção do tempo despendido no transporte por estudantes de
escolas rurais – elemento que não pode ser desprezado num contexto rural em que
prevalecem as grandes distâncias entre povoados – em relação ao tempo aproveitado nas
escolas será reduzida, o que pode, em alguma medida, contribuir para estimular a fixação
dos estudantes na escola.

A articulação dessa política com a nova reforma do ensino médio, anunciada recentemente
pelo Governo Federal, é de grande importância. Nos territórios focalizados, a educação
profissional tem caráter estratégico, com grande potencial para a redução das altíssimas
taxas de evasão no ensino médio. A implantação da educação integral e profissionalizante
conectada aos anseios dos jovens e à realidade local, resultado da articulação e apoio dos
três níveis de governo, trará repercussões muito positivas para os indicadores
socioeconômicos e de vulnerabilidade no médio prazo.

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “o programa funciona com recursos do Mais Educação, do Governo

134
Federal, e está presente em 836 escolas no Estado de Minas Gerais. Destas, 343 estão em
municípios dos 5 territórios prioritários e 58 são escolas rurais, em 37 municípios, nos quais
são atendidos 232 alunos”. Entre as atividades desenvolvidas, incluem-se 57 de
acompanhamento pedagógico; 16 de agroecologia; 69 de cultura, artes e educação
patrimonial; 10 de educação em direitos humanos; 60 de esporte e lazer; 18 de memória e
história das comunidades tradicionais; além de duas de iniciação científica.

A Política #2, denominada escola aberta, poderá trazer repercussões positivas para as
comunidades envolvidas (quadro 7). Equipamentos de esporte e lazer geralmente não estão
presentes nas comunidades, o que favorecerá o sucesso dessa iniciativa. A integração e o
envolvimento das comunidades na escola pública são essenciais para reforçar o papel da
escola no âmbito local. Esta política deverá estar integrada com outras ações da estratégia,
diante da importância da disponibilidade do transporte escolar para viabilizar as atividades
nas escolas que atendem populações rurais e, também, da reforma e adequação dos
equipamentos disponíveis nas escolas. Além disso, atividades artísticas e culturais
desenvolvidas no contexto da escola integral podem fazer parte do calendário de eventos da
escola aberta.

Quadro 7: Política #2 Escola Aberta


Especificação Descrição
Abrir a escola aos finais de semana para os
estudantes e a comunidade ao redor,
desenvolvendo atividades culturais e
Objetivo educativas, buscando integrar a comunidade ao
espaço escolar, numa atuação participativa, a
partir do conceito de cidade educadora e
territórios educativos.
Estudantes da Rede Estadual de Ensino,
Público-alvo familiares, agentes culturais e membros da
comunidade ao redor da escola.
Entrega 292 escolas em 186 municípios
Abrangência: 17 territórios
Orçamento: R$ 2.426.000,00 em 2016.
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “o programa é realizado a partir de termo assinado com as escolas e
repasse de recursos para execução das atividades no fim de semana, que variam de
R$8.000,00 a R$10.000,00. Nos territórios, 469 escolas foram atendidas, sendo 37 escolas
rurais, em 24 municípios dos territórios prioritários”.

135
A Política #3 da estratégia de enfrentamento à pobreza no campo prevê a formação de
profissionais da educação (quadro 8). A carência de políticas de qualificação dos
profissionais em áreas de maior vulnerabilidade social também contribui para os altos
índices de retenção e evasão escolar. A melhoria constante do conhecimento técnico dos
profissionais é fundamental para a implementação de projetos educativos. Os cursos devem
estar voltados para o atendimento das necessidades básicas das populações rurais, a
exemplo da superação das altíssimas taxas de analfabetismo. Essa política de formação de
profissionais da educação deve dotar os educadores de ferramentas necessárias para a
formulação de projetos educacionais mais conectados à realidade local nas áreas rurais dos
territórios estudados, sobretudo, nas escolas situadas em comunidades tradicionais.

Quadro 8: Política #3 Formação de Profissionais da Educação


Especificação Descrição
Qualificar os profissionais da educação por meio
de cursos de educação básica, profissional,
extensão, aperfeiçoamento, superior, mestrado
e doutorado, que contribuam para a melhoria da
qualidade da educação. A formação será em
Objetivo temas relacionados aos estudos de gênero e
orientação sexual, educação para as relações
étnico-raciais, educação inclusiva, diversidade
religiosa, direitos humanos, educação integral,
educação ambiental, educação indígena,
educação quilombola e educação do campo.
Profissionais da educação da rede estadual de
Público-alvo
ensino.
Formação de aproximadamente 1 000
Entrega profissionais da educação nas escolas do
campo.
Abrangência: A ser definida.
Será investido no ano de 2016 o total de R$
Orçamento:
3.200.000,00.
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “um dos produtos dessa formação será a elaboração de um Plano
Pedagógico das escolas participantes, de modo que a educação possa ser ofertada na
perspectiva da Educação do Campo. [...] O Semear e Colher será executado com o Centro
de Formação do MST e quatro universidades, sendo elas: Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Federal
de Viçosa (UFV) e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)”.

136
A Política #4, aquisição de ônibus para transporte escolar, é de grande importância para o
meio rural (quadro 9). Conforme apresentado no diagnóstico, boa parte dos municípios da
porção setentrional de Minas Gerais possui grande extensão territorial, o que amplia a
necessidade de reforço na política de transporte escolar. Ressalta-se que os ônibus também
são importantes para viabilizar a política #2, escola aberta, tendo em vista a necessidade de
transporte escolar também nos finais de semana. Transporte adequado é fundamental para
combater a evasão escolar no campo, sobretudo de alunos residentes em domicílios mais
afastados das escolas.

Quadro 9: Política #4 Aquisição de ônibus para transporte escolar


Especificação Descrição
Ampliar a frota de ônibus escolares no intuito de
garantir a educação para os estudantes da
Rede Pública Estadual e Municipal,
Objetivo principalmente daquelas comunidades nas
quais o acesso à escola é mais complexo, como
nas escolas do campo, indígenas e
quilombolas.
Estudantes da rede estadual e municipal de
Público-alvo
ensino.
400 ônibus pequenos, sendo 203 entregues no
Entrega dia 14 de junho. No dia 29 de junho serão
entregues 30 e os demais no dia 30 de junho.
Abrangência: 17 territórios
Está sendo investido nos anos de 2015 e 2016
Orçamento:
o valor total de R$ 58.400.000,00.
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “em 2016, o programa atendeu 183 municípios e quase 80.000
alunos nos territórios prioritários, com repasse de cerca de R$140 milhões”.

A Política #5, reforma e ampliação de unidades escolares, tem especial importância nos
territórios explorados neste diagnóstico (quadro 10). Apesar dos indicadores do Censo
Escolar 2014 demonstrar que boa parte das escolas avaliadas possui infraestrutura básica,
que permite o acesso à luz, água e internet, o funcionamento adequado das escolas
depende do aprimoramento constante da estrutura física, operacional, de segurança, de
bem-estar e acessibilidade. Conforme os dados apresentados na seção 4.7, existe um alto
percentual de domicílios que não possuem piso, alvenaria ou acesso à água e luz, o que
amplia a necessidade da presença dessas características no ambiente escolar já que o
ambiente das residências não favorece o estudo e o aprendizado.

137
Quadro 10: Política #5 Reforma e ampliação de unidades escolares
Especificação Descrição
Garantir e ampliar o funcionamento adequado
das unidades educacionais por meio da
Objetivo melhoria, manutenção e conservação da
infraestrutura física, operacional, de segurança,
de bem-estar social e acessibilidade.
Público-alvo Estudantes da rede estadual de ensino.
Entrega Atender 252 escolas do campo.
Abrangência: 16 territórios
Será investido no ano de 2016 o total de
Orçamento:
R$ 59.528.261,54
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “o programa distribuiu recursos em 2016 para 388 obras em 348
escolas de 140 municípios dos 5 territórios de desenvolvimento, totalizando mais de R$90
milhões em investimentos”. Em agosto de 2016 somente 11 obras tinham sido licitadas, 18
estavam aguardando geração de termo de compromisso e 388 não tinham sido licitadas.

A Política #6, estruturação dos laboratórios escolares de informática, deverá adequar 335
escolas em 2016 aos novos tempos (quadro 11). A inclusão digital e o uso das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs) oferecem uma grande oportunidade de ensino e
aprendizagem, o que não era disponível em décadas anteriores. Investimentos em
informática podem, inclusive, reduzir a necessidade de investimentos em setores antes
tradicionais do ensino (como redimensionamento das bibliotecas escolares, assinaturas de
revistas e jornais, entre outros.).

Quadro 11: Política #6 Estruturação de laboratórios escolares de informática


Especificação Descrição
Promover o uso pedagógico das tecnologias de
informação nas escolas da rede estadual de ensino, a
Objetivo partir da estruturação de ambientes tecnológicos
equipados com recursos digitais adequados ao
desenvolvimento de práticas educativas.
Público-alvo Estudantes da rede estadual de ensino.
335 escolas 2016, em 181 municípios, atendidos com
Entrega
computador, projetor e impressora.
Abrangência: 17 territórios.
Será investido até o ano de 2018 o total de
Orçamento:
R$ 11.797.842,03
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

138
No entanto, é de extrema importância a conexão dessa política com a Política #3 (quadro 8),
já que os professores devem estar preparados para explorar o mundo de possibilidades com
a instalação de laboratórios de informática adequados. A manutenção constante dos
laboratórios é o grande gargalo dessa política. É muito comum em escolas públicas situadas
nos territórios de interesse a presença de laboratórios estruturados e sem utilidade, já que
os computadores exigem manutenção e acompanhamento constante.

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “o programa atendeu 339 escolas nos territórios prioritários com 368
projetos multimídia; 372 impressoras; [e] 1 537 computadores para o setor administrativo;
1 095 computadores para laboratórios de informática em 106 escolas”.

A Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) está responsável


pelo desenvolvimento de três ações: cofinanciamento de equipes volantes, doação de 34
novos veículos para uso do CRAS ou equipe volante, e qualificação das equipes do SUAS.

A Política # 7 atende a um anseio antigo e, até então insatisfeito e visa, de fato, diferenciar
as políticas socioassistenciais direcionadas às populações rurais, tratando de forma desigual
problemas que se configuram diferentes (quadro 12). Isso poderá representar redução no
diferencial entre territórios, e mesmo no interior dos territórios, favorecendo exatamente
aqueles nos quais estão concentrados os contingentes mais expressivos de populações
vulneráveis à pobreza.

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “seriam contemplados 41 municípios, priorizados os que não
possuem cofinanciamento federal para equipes volantes, possuem presença de população
quilombola, apresentaram demandas de implantação de equipes volantes nos Fóruns
Regionais realizados pelo governo estadual ou que já estão contemplados com ações de
combate à pobreza rural desenvolvidas pela Sedese”.

139
Quadro 12: Política #7 Confinamento de equipes volantes
Especificação Descrição
O Piso Mineiro de Assistência Social Variável
consiste no financiamento estadual destinado
ao cofinanciamento de serviços e programas
socioassistenciais conforme prioridades da
Política Estadual de Assistência Social,
pactuadas na Comissão Intergestores Bipartite
(CIB) e deliberadas pelo Conselho Estadual de
Assistência Social (CEAS). Ele tem como
objetivo orientar o financiamento estadual para
Objetivo
atender as especificidades e diversidades dos
territórios mineiros, adotando critério de
equidade para a alocação dos recursos
conforme as necessidades. Um dos
cofinanciamentos que integrará o Piso Variável
é o cofinanciamento para equipes volantes, com
o objetivo de fortalecer os serviços
socioassistenciais com foco no combate à
pobreza rural.
As equipes volantes integram as equipes dos
Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS) e têm o objetivo de prestar serviços de
assistência social a famílias que residem em
locais de difícil acesso (áreas rurais,
comunidades indígenas, quilombolas, calhas de
Entrega
rios, assentamentos, dentre outros). Essa
equipe é responsável por fazer a busca ativa
dessas famílias. Em 2016, serão cofinanciados
41 municípios. Para 2017 e 2018, 41 novos
municípios serão atendidos a cada ano,
totalizando 123 municípios cofinanciados.
Médio e Baixo Jequitinhonha, Alto
Abrangência: Jequitinhonha, Mucuri, Vale do Rio Doce ou
Norte.
2016: R$ 738.000,00
Orçamento: 2017: R$ 2.952.000,00
2018: R$ 5.166.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

A Política #8 complementa e reforça a política anterior, tornando efetivamente viável a sua


implantação e continuidade de funcionamento (quadro 13). É importante, no entanto, não
relevar ações que permitam a contínua manutenção da frota em condições adequadas de
uso.

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, 34 municípios receberam veículos para viabilizar equipes volantes,
ou seja, o programa foi integralmente cumprido.

140
Quadro 13: Política #8 Doação de 34 novos veículos para uso do CRAS ou equipe volante
Especificação Descrição
Estruturar a rede socioassistencial, por meio da
doação de veículos a municípios mineiros,
contribuindo para o fortalecimento da proteção
Objetivo
social básica, especialmente CRAS (Centros de
Referência da Assistência Social) e equipes
volantes.
Indivíduos e famílias em situação de
vulnerabilidade social, especialmente aqueles
que vivem no campo, remanescentes de
Público-alvo comunidades tradicionais (como quilombolas e
indígenas) e comunidades populacionais
específicas (como assentados, acampados e
ribeirinhos).
34 veículos. Os 34 veículos foram adquiridos
com recursos oriundos de emenda ao
Entrega orçamento 2015 da Comissão de Participação
Popular da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais.
33 municípios em 12 territórios de
Abrangência:
desenvolvimento.
Orçamento: R$ 1.000.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

A Política #9 poderá propiciar a necessária sensibilidade das equipes às especificidades das


necessidades da população rural, permitindo maior grau de priorização às suas demandas
(quadro 14).

141
Quadro 14: Política #9 Qualificação das equipes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)

Especificação Descrição
Ações que visem à qualificação das equipes
municipais para o trabalho, considerando as
especificidades do campo e o enfrentamento da
pobreza rural, incluindo ampliação do acesso a
benefícios e serviços socioassistenciais. As
ações usarão duas estratégias diferenciadas,
uma presencial e outra à distância.
Presencialmente serão ofertadas oficinas e
Objetivo
visitas de apoio técnico abordando conteúdos
relacionados à ruralidade e considerando as
dimensões teórico-metodológicas e técnico-
operativas. À distância serão ofertados cursos
telepresenciais com a participação de
especialistas que discutirão temas identificados
como prioritários pelas equipes municipais
durante a atividades de apoio técnico.
210 trabalhadores qualificados, em 70
Entrega
municípios prioritários.
Abrangência: 14 territórios de desenvolvimento.
Orçamento: Estimado em R$ 100.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “em 2016 foram iniciados os cursos do Programa Nacional de
Capacitação do Sistema Único de Assistência Social – CAPACITASUAS. Foram contratadas
três instituições de ensino superior, por meio de processo licitatório realizado em março”.

A política #10, fortalecimento do programa Leite pela Vida, sob a responsabilidade da


Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste (Sedinor), por
intermédio do Instituto de Desenvolvimento do Nordeste (Idene) busca a integração dos
esforços federais com a esfera estadual, o que pode contribuir para a ampliação da
abrangência e para o aprimoramento futuro da política (quadro 15). Garantir a continuidade
do programa, sem prejuízo para os pequenos produtores, é certamente um passo
importante para conquista e/ou manutenção da segurança alimentar e nutricional dos
segmentos populacionais mais carentes.

142
Quadro 15: Política #10 Fortalecimento do Programa Leite pela Vida
(Continua)
Especificação Descrição
Aumentar o aporte de recursos do tesouro estadual
para o programa Leite pela Vida (atualmente em
torno de 20% do valor do convênio) e equiparar o
preço do litro de leite pago pelo Instituto de
Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas
Gerais (Idene) em relação ao preço de mercado.
Atualmente, o Idene paga 0,97 centavos enquanto no
mercado tradicional o preço varia entre R$ 1,15 e
Objetivo R$ 1,30, o que tem inviabilizado o programa em
alguns municípios. O Programa Leite pela Vida tem
como objetivo contribuir para o combate à fome e à
desnutrição de cidadãos que estejam em situação de
vulnerabilidade social e/ou em estado de insegurança
alimentar e nutricional – por meio da distribuição
gratuita de leite. São atendidas, prioritariamente, as
famílias com perfil do Bolsa Família, além dos
agricultores familiares fornecedores do programa.
É uma ação constante que prevê o atendimento de
95 municípios, com a seguinte meta anual: 2016: 70
Entrega
mil litros/dia 2017: 100 mil litros/dia 2018: 165 mil
litros/dia.
Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência:
Jequitinhonha, Mucuri, Central, Noroeste e Rio Doce.
2016: R$ 4 milhões de recursos estaduais e R$ 30
milhões de recursos federais.
Orçamento: 2017 e 2018: R$ 65 milhões de recursos estaduais e
R$ 130 milhões de recursos federais.

Secretaria de Estado de Desenvolvimento e


Órgãos Responsáveis Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Instituto de Desenvolvimento do Nordeste (Idene)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “a execução do programa está comprometida porque o Governo
Federal não está repassando o recurso, de forma que o atendimento está limitado à
capacidade do Estado de pagamento”.

A Política #11, garantia de renda mínima aos agricultores familiares, está sob a
responsabilidade da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) (quadro 16).
A exemplo da política #10, ela integra esforços federais e estaduais, visando estabelecer
condições adequadas ao funcionamento do programa. É recomendável integrar essa ação a
outra que pudesse garantir orientação técnica aos produtores rurais, via capacitação
ofertada por servidores da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Minas Gerais (Emater), por exemplo, de maneira a possibilitar aumento da produtividade.

143
Quadro 16: Política #11 Garantia de renda mínima aos agricultores familiares

Especificação Descrição
Apoiar a inclusão produtiva e a garantia de renda
mínima a famílias em situação de extrema
pobreza e a famílias vulneráveis à insegurança
alimentar e nutricional devido à perda de
produção agrícola por intempéries. A ação
enfatiza o apoio ao programa federal de
Objetivo distribuição de recursos financeiros para famílias
com poucas condições de auferir renda e, por
isso, em vulnerabilidade no que tange à
insegurança alimentar, o Garantia-Safra. Neste
momento, está sendo realizada a mobilização
dos municípios para a assinatura do Termo de
Adesão ao programa Garantia-Safra 2016/2017.
A execução do Garantia Safra envolve
processos semelhantes em cada ano. No
primeiro semestre é feita a fiscalização dos
beneficiários que receberão o seguro, referente à
safra anterior; entre os meses de junho e julho é
feito o pagamento da parcela do estado,
Entrega
referente à safra anterior; no segundo semestre
de cada ano é feita a mobilização e adesão das
prefeituras e agricultores que serão
contemplados no ano seguinte. A previsão para
2016 é beneficiar 43 760 agricultores, totalizando
185 659 atendimentos até 2018.
Noroeste, Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e
Abrangência:
Baixo Jequitinhonha e Mucuri.
O valor do recurso estadual é de
R$ 4.474.820,70 em 2016, totalizando
R$ 17.139.306,45 até 2018. O Fundo total
Orçamento
disponibilizado para Minas Gerais é de
R$ 42.500.000,00 (contribuição da União,
Estado, Municípios e Agricultores).
Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Órgão Responsável
Agrário (SEDA)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, “houve a adesão de 53 921 agricultores. Desses, 43 776 foram
aptos a receber o benefício (a contrapartida do estado é de R$102,00/família)”, incluindo
106 municípios prioritários.

As políticas #12 a 16 podem ser consideradas complementares e se inserem na perspectiva


de resolver um dos problemas mais aflitivos para a população dos territórios focalizados,
que é a escassez de água, tanto para o consumo humano quanto para utilização em
atividades produtivas (quadros 17 a 21). Tratam-se de políticas cruciais para garantir a

144
melhoria efetiva das condições de vida da população, capazes de produzir efeitos tal como,
por exemplo, redução da taxa de mortalidade infantil.

Quadro 17: Política #12 Água para as comunidades tradicionais

Especificação Descrição
Esta ação visa contribuir para o abastecimento
de água com qualidade para as comunidades
Objetivo tradicionais, população Indígena e quilombola,
cujas sedes dos municípios tenham concessão
com a Copasa e Copanor.
2016: Serão elaborados diagnósticos e projetos
para melhorias dos sistemas de abastecimento
de água para as comunidades dos territórios
Mucuri e Vale do Rio Doce (oito territórios
indígenas e 22 territórios quilombolas). 2017:
Serão elaborados diagnósticos e projetos para
melhorias dos sistemas de abastecimento de
água de 174 comunidades (cinco territórios
Entrega indígenas e 169 territórios quilombolas)
integrantes dos territórios Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Norte. Serão iniciadas as
obras/intervenções projetadas para as
comunidades dos territórios Mucuri e Vale do Rio
Doce. 2018: Serão iniciadas as
obras/intervenções projetadas para as
comunidades dos territórios Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Norte.
Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha,
Abrangência:
Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce.
R$ 300.000,00 em 2016. Os demais anos
Orçamento dependerão dos valores previstos para as obras
nos projetos que serão elaborados.
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Órgão Responsável
(Copasa-MG)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, no caso da política de fornecimento de água para as comunidades
tradicionais “os diagnósticos estão sendo iniciados a partir da investigação sobre o
atendimento de água das cidades dos territórios (Copasa, Copanor ou SEE), [mas] os
recursos ainda estão indefinidos devido à aprovação, pelo Conselho de Administração, da
possibilidade de destinação para este fim”.

Já no que se refere à Política #13 (Projeto Água Viva) atendeu os municípios de Arinos e
Formoso, em 25 comunidades (quadro 18).

145
Quadro 18: Política #13 Projeto Água Vida
Especificação Descrição
Busca-se proporcionar acesso à água em
qualidade e quantidade, prioritariamente para
consumo humano, e de promover condições de
saneamento básico adequados ao convívio
familiar em residências rurais. Especificamente o
projeto visa implantar cisternas, pequenas
coberturas para captação de água de chuva,
módulos sanitários e biodigestores em
comunidades/domicílios rurais, a fim de garantir
acesso à água de boa qualidade e esgotamento
Objetivo
sanitário básico. As famílias a serem
beneficiadas com os produtos dessa ação
deverão respeitar alguns pré-requisitos, como
por exemplo, residir em zona rural, estar inscrita
no Cad Único e possuir renda familiar per capita
de até R$ 154,00 (Cento e cinquenta e quatro
reais) mensais, possuir atendimento precário da
fonte hídrica que comprometa a quantidade e a
qualidade necessária, não possuir rede coletora
de esgoto, entre outras formas.
100 kits Água Vida (composto por módulo
sanitário, biodigestor, cisterna e cobertura para
captação de água de chuva) entregues às
famílias residentes em áreas rurais. As etapas
Entrega previstas para o projeto são: seleção e
mobilização das famílias, aquisição das cisternas
e biodigestores, aquisição dos módulos
sanitários e execução das obras de instalação
dos equipamentos.
Pretende-se atender, inicialmente, 100 famílias
sem rede de água potável e/ou esgotamento
Abrangência: sanitário. A viabilidade da ação, contudo,
condiciona-se à captação de recursos
financeiros, em processo de negociação.
R$ 17.000,00 por família beneficiada. R$
1.700.000,00 no total. Será definida a
Orçamento
abrangência territorial em conjunto com a
secretaria de estado responsável.
Órgão Responsável Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

A Política #14 (Doação de tubulação e reservatórios de água – Plano de Urgência para


Enfrentamento da Seca) possibilitou a compra de 940 668 metros de tubos de PVC e de 500
reservatórios de água em polietileno em 474 comunidades, mas ainda não houve
autorização para entrega (quadro 19).

146
Quadro 19: Política #14 Doação de tubulação e reservatórios de água – Plano de Urgência para
Enfrentamento da Seca
Especificação Descrição
Esta ação objetiva a equipagem de poços
tubulares perfurados por meio do Plano de
Urgência para Enfrentamento da Seca. A
doação de 940 668 metros de tubos em PVC e
de 500 reservatórios de água em polietileno vai
Objetivo beneficiar 474 comunidades de 115 municípios
do Norte e Nordeste de Minas Gerais. Público
alvo: população de comunidades rurais
contempladas com a perfuração de poços
tubulares por meio do Plano de Urgência para
Enfrentamento da Seca.
940 668 metros de tubos em PVC e de 500
reservatórios de água em polietileno em 474
Entrega
comunidades já foram adquiridos e estão
aguardando apenas autorização de entrega.
Norte, Mucuri, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência: Jequitinhonha, Vale do Rio Doce, Central e
Noroeste.
Orçamento R$ 3.677.977,62
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgão Responsável
Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

No caso da Política #15 (Projeto Caixa D´água), sempre de acordo com o Grupo de
Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento da Pobreza no Campo, o
projeto foi implantado “em 1.000 comunidades rurais, beneficiando 30.000 famílias que já
receberam ou estão recebendo abastecimento de água por meio do Programa Água para
Todos e do Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca” (quadro 20). No entanto, “o
programa não teve execução em 2016 por indisponibilidade orçamentária e ainda não há
previsão de financiamento para 2017”.

147
Quadro 20: Política #15 Projeto Caixa D´água
(Continua)
Especificação Descrição
Trata-se de da implantação de um modelo de
gestão de uso racional da água nas
comunidades rurais, por meio de uma ação
conjunta do Sistema Sedinor/Idene, Sedese,
Servas e Cemig. O modelo visa a melhoria da
oferta de água nas comunidades rurais das
regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais, além
de diminuir os custos de energia elétrica para as
famílias consumidoras. Um dos efeitos
Objetivo
esperados pela implantação do projeto é o
estímulo ao desenvolvimento de atividades rurais
nas pequenas propriedades, tendo em vista o
público da população rural dos municípios da
área de abrangência do Sistema Sedinor/Idene
atendidos pelo Programa Água para Todos, pelo
Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca
e outras políticas públicas de convivência com a
seca já implementadas.
Implantação do projeto em 1 000 comunidades
rurais, beneficiando 30 000 famílias que já
receberam ou estão recebendo abastecimento
de água por meio do Programa Água pra Todos
Entrega e do Plano de Urgência para Enfrentamento da
Seca, executados pelo Governo de Minas
Gerais. A meta são 333 comunidades em 2016,
333 comunidades em 2017 e 334 comunidades
em 2018.
Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência: Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Central,
Caparaó, Vale do Aço, Metropolitano e Noroeste.
Orçamento R$ 30.000.000,00
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgão Responsável
Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

De acordo com o Grupo de Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento


da Pobreza no Campo, a situação da Política #16 é a seguinte: “a parceria entre a Sedinor e
a Cemig está permitindo o funcionamento de poços que foram perfurados e que não
funcionavam por falta de eletricidade (quadro 21). [No entanto], os problemas de
documentação estão presentes em cerca de 80% das solicitações, envolvendo um
complexo trabalho de negociação com proprietários e municípios”.

148
Quadro 21: Política #16 Energização dos poços artesianos
Especificação Descrição
Esta ação está relacionada às ações do Estado
no âmbito do Programa Água Para Todos. Em
resumo, objetiva realizar a ligação elétrica de
Objetivo poços artesianos. O público atendido por essa
iniciativa são moradores de comunidades rurais
com poços artesianos perfurados e não
energizados.
Energizar cerca de 1 500 poços artesianos que
já foram perfurados ou estão em fase de
perfuração. A parceria entre a Sedinor e a Cemig
está permitindo o funcionamento de poços que
Entrega foram perfurados e que não funcionavam por
falta de eletricidade. Em 2016, serão
energizados 250 poços. Em 2017, serão
energizados 650 poços. Em 2018, serão
energizados 600 poços.
Noroeste, Norte, Médio e Baixo Jequitinhonha,
Abrangência: Mucuri, Vale do Rio Doce, Alto Jequitinhonha e
Central.
2016: R$ 3,5 milhões
Orçamento 2017: R$ 9,1 milhões
2018: R$ 8,4 milhões
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgãos Responsáveis Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Cia Energética de Minas Gerais (Cemig)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

No caso da Política #17, na área compreendida pelos cinco territórios analisados neste
relatório, já foram atendidas 2 746 propriedades em 2016 (quadro 22).

149
Quadro 22: Política #17 Programa 100% presente – Eletrificação Rural

Especificação Descrição
O novo ciclo do Programa de Eletrificação Rural
tem o objetivo de elevar o índice médio de 95%
de propriedades rurais servidas de energia
elétrica, atingido em 2015, para mais de 99% até
Objetivo 2018. São atendidas propriedades rurais típicas,
poços artesianos comunitários, assentamentos
para fins de regularização fundiária de interesse
social, quilombos, tribos indígenas, escolas
rurais e produtores rurais.
Serão ligadas, aproximadamente, 50 000
propriedades em todas as regiões do Estado.
Desse montante, cerca de 30 000 solicitações
foram cadastradas até 2015 e serão atendidas
Entrega
prioritariamente ao longo dos 2 (dois) primeiros
anos. Para tal, serão construídos mais de 15 000
km de redes de distribuição e instalados cerca
de 40 000 transformadores.
Abrangência: 774 municípios em todos os 17 territórios de
desenvolvimento.
Orçamento R$ 800.000.000,00
Órgão Responsável Cia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

Em que pese alguns problemas de execução, o exame dos programas e ações que
integram a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, assim como o PPAG 2016-
2019 permite verificar que eles estão alinhados com os principais problemas que foram
identificados neste diagnóstico. Contudo, evidencia-se também a necessidade de ampliar e
fortalecer esses instrumentos de políticas públicas.

150
ANEXOS

151
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continua)

Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)

CARLOS CHAGAS Mucuri 510,65 25,39738 9,846031


MANGA Norte 456,07 43,91056 21,88967
VARZELÂNDIA Norte 300,02 44,76878 24,00607
PADRE PARAÍSO Médio e Baixo Jequitinhonha 321,88 47,26511 24,87135
MALACACHETA Mucuri 427,46 36,07265 14,69962
ÁGUAS FORMOSAS Mucuri 453,06 32,42059 14,51377
TURMALINA Alto Jequitinhonha 528,16 20,25478 8,5018
ITACARAMBI Norte 381,02 32,43792 12,12754
PEÇANHA Vale do Rio Doce 494,86 25,62572 7,473928
RESPLENDOR Vale do Rio Doce 555,36 23,28398 12,23009
LADAINHA Mucuri 297,29 51,02978 29,29858
MONTALVÂNIA Norte 361,18 39,28887 21,48531
SABINÓPOLIS Vale do Rio Doce 506,7 25,10825 8,157157
POTÉ Mucuri 374,01 32,04187 13,30184
SÃO JOÃO EVANGELISTA Vale do Rio Doce 457,43 29,47341 10,75034
ÁGUA BOA Vale do Rio Doce 398,94 32,25403 12,5436
CHAPADA DO NORTE Alto Jequitinhonha 343,98 34,30114 18,86233
GRÃO MOGOL Norte 365,57 32,76092 15,28222
JOAÍMA Médio e Baixo Jequitinhonha 347,17 40,66662 21,27702
ATALÉIA Mucuri 390,93 33,19958 13,10965
ITINGA Médio e Baixo Jequitinhonha 328,52 40,62608 20,24016
SANTA MARIA DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 476,01 29,74644 11,372
TARUMIRIM Vale do Rio Doce 408,73 26,13167 11,22228
CAPITÃO ENÉAS Norte 346,28 34,48543 11,42475
RIO VERMELHO Alto Jequitinhonha 354,47 45,98021 23,96482
VIRGEM DA LAPA Médio e Baixo Jequitinhonha 374,36 35,20082 19,00286
URUCUIA Norte 318,49 35,90856 13,30491
MIRABELA Norte 392,14 29,65036 11,57031
ÁGUAS VERMELHAS Médio e Baixo Jequitinhonha 366,52 34,68794 12,95394
MATO VERDE Norte 413,19 24,69253 9,831284
BERILO Médio e Baixo Jequitinhonha 359,71 31,02439 15,66667
JACINTO Médio e Baixo Jequitinhonha 401,65 29,63573 13,20257
ITANHOMI Vale do Rio Doce 528,28 24,33367 13,36032
ITAIPÉ Mucuri 319,84 36,574 18,51161
SANTO ANTÔNIO DO JACINTO Médio e Baixo Jequitinhonha 371,67 36,48408 24,54352
SÃO JOÃO DAS MISSÕES Norte 224,77 54,81007 35,27102
GOUVEIA Alto Jequitinhonha 466,47 21,42796 6,900094
UBAÍ Norte 309,71 44,19998 18,28611

152
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)

Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)

PONTO DOS VOLANTES Médio e Baixo Jequitinhonha 323,61 42,46805 26,17012


SETUBINHA Mucuri 307,4 50,41801 27,13826
ICARAÍ DE MINAS Norte 323,2 38,45152 21,09622
ITABIRINHA Vale do Rio Doce 404,73 26,3281 8,118219
SÃO SEBASTIÃO DO MARANHÃO Vale do Rio Doce 384,37 42,88532 20,62553
VIRGINÓPOLIS Vale do Rio Doce 483,54 20,78131 9,950813
NOVO ORIENTE DE MINAS Mucuri 347,62 43,87271 26,8111
JORDÂNIA Médio e Baixo Jequitinhonha 477,21 27,56683 9,608679
PEDRAS DE MARIA DA CRUZ Norte 336,89 34,33834 14,22201
ENGENHEIRO CALDAS Vale do Rio Doce 462,79 23,68677 8,142023
SÃO ROMÃO Norte 392,52 36,18139 14,87933
COROACI Vale do Rio Doce 435,47 30,31159 14,94645
FRANCISCO BADARÓ Médio e Baixo Jequitinhonha 347,74 33,57728 14,69555
MATIAS CARDOSO Norte 410,09 41,01613 17,75729
RUBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 353,37 35,12451 15,15274
NINHEIRA Norte 262,14 48,66021 31,7677
BONITO DE MINAS Norte 278,09 56,06327 35,65595
RIACHO DOS MACHADOS Norte 309,87 37,40385 12,52137
CARBONITA Alto Jequitinhonha 442,91 22,61697 10,90949
CORONEL MURTA Médio e Baixo Jequitinhonha 355,06 37,36975 14,99397
COLUNA Alto Jequitinhonha 373,45 35,08422 13,41977
DIVISÓPOLIS Médio e Baixo Jequitinhonha 351,5 33,6082 10,75329
CACHOEIRA DE PAJEÚ Médio e Baixo Jequitinhonha 325,92 40,71883 20,67195
FREI INOCÊNCIO Vale do Rio Doce 445,84 23,87892 8,609865
PAVÃO Mucuri 411,32 31,27256 15,54314
SERRA DOS AIMORÉS Mucuri 569,09 24,77413 9,522111
LONTRA Norte 405,76 32,29725 15,16018
VERDELÂNDIA Norte 282,86 39,34819 16,35514
COMERCINHO Médio e Baixo Jequitinhonha 323,87 38,78043 21,67992
JAPONVAR Norte 287,72 37,3584 18,61894
JEQUITAÍ Norte 407,89 28,06996 9,469082
ANGELÂNDIA Mucuri 410,01 35,32425 10,77096
MATA VERDE Médio e Baixo Jequitinhonha 353,32 35,19177 10,05842
IBIAÍ Norte 329,36 38,79321 21,35476
CLARO DOS POÇÕES Norte 392,13 21,50482 8,823151
RUBELITA Norte 306,27 41,99691 23,71333
MONTEZUMA Norte 364,28 30,22508 10,61093
NOVA PORTEIRINHA Norte 361,64 24,77697 6,163828

153
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)

Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)

INDAIABIRA Norte 354,88 34,02456 13,99727


PINTÓPOLIS Norte 343,91 42,03301 25,04507
ALPERCATA Vale do Rio Doce 426,05 19,32515 8,588957
ENGENHEIRO NAVARRO Norte 383,05 23,60292 8,747543
JENIPAPO DE MINAS Médio e Baixo Jequitinhonha 379,42 28,38673 12,64755
CÔNEGO MARINHO Norte 308,25 43,12069 27,74257
DIVINOLÂNDIA DE MINAS Vale do Rio Doce 399,78 25,01424 8,513667
MACHACALIS Mucuri 426,07 26,46216 10,62213
SANTO ANTÔNIO DO RETIRO Norte 225,92 59,89935 42,35802
GALILÉIA Vale do Rio Doce 540,64 19,93958 8,473601
PALMÓPOLIS Médio e Baixo Jequitinhonha 304,52 37,0365 16,89511
CURRAL DE DENTRO Norte 325,59 42,91914 21,00391
FELISBURGO Médio e Baixo Jequitinhonha 351,16 38,59241 19,83423
SALTO DA DIVISA Médio e Baixo Jequitinhonha 358,96 36,78379 18,20965
CENTRAL DE MINAS Vale do Rio Doce 455,57 21,88423 11,57708
CATUJI Mucuri 260,33 51,61002 27,62373
SÃO JOSÉ DO JACURI Vale do Rio Doce 362,68 36,24294 13,47474
BOTUMIRIM Norte 299,03 39,97229 20,34785
LASSANCE Norte 437,65 23,10302 7,911783
LUISLÂNDIA Norte 364,97 46,5625 22,42188
MENDES PIMENTEL Vale do Rio Doce 418,83 24,54589 8,35571
MAMONAS Norte 317,1 33,90286 23,6355
TUMIRITINGA Vale do Rio Doce 443,62 23,91546 8,469728
IBIRACATU Norte 280,01 46,1251 28,28595
SANTA HELENA DE MINAS Mucuri 286,34 49,24855 23,98018
CRISÓLITA Mucuri 365,35 36,44783 13,34546
OURO VERDE DE MINAS Mucuri 353,26 39,16223 19,83045
FRUTA DE LEITE Norte 313,84 39,17508 21,22896
PAI PEDRO Norte 248,35 46,12403 25,95214
GONZAGA Vale do Rio Doce 317,01 40,43236 22,24286
DIVISA ALEGRE Médio e Baixo Jequitinhonha 399,9 31,81509 11,70972
FREI GASPAR Mucuri 322,19 31,09372 12,14492
PADRE CARVALHO Norte 373,07 32,20775 7,6277
ITUETA Vale do Rio Doce 494,21 24,08233 9,554031
SOBRÁLIA Vale do Rio Doce 409,83 27,0669 15,12864
FRANCISCÓPOLIS Mucuri 387,6 36,15517 17,74138
CRISTÁLIA Norte 252,21 48,50694 29,40972
JUVENÍLIA Norte 269,78 49,57954 30,57113

154
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)
Renda Extremament
Pobres
Município Mesorregião per e pobres
(%)
capita (%)

SANTA RITA DO ITUETO Vale do Rio Doce 413,71 22,29243 9,215377


VIRGOLÂNDIA Vale do Rio Doce 399,03 32,69707 13,92718
SARDOÁ Vale do Rio Doce 377,2 31,7483 13,22846
PATIS Norte 317,7 38,39398 19,26869
SÃO PEDRO DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 409,4 28,02513 10,28725
VEREDINHA Alto Jequitinhonha 336,99 29,71707 15,10182
SANTA MARIA DO SALTO Médio e Baixo Jequitinhonha 388,66 25,73808 8,667676
OLHOS-D'ÁGUA Norte 397,63 26,8464 6,853997
RIO DO PRADO Médio e Baixo Jequitinhonha 335,16 37,66532 19,32145
DATAS Alto Jequitinhonha 358,16 24,33314 7,215506
SÃO JOÃO DO MANTENINHA Vale do Rio Doce 412,16 19,66076 9,25212
FELÍCIO DOS SANTOS Alto Jequitinhonha 341,91 38,23415 16,62777
GAMELEIRAS Norte 307,53 44,07472 22,6114
CATUTI Norte 308,86 38,80831 23,01058
JAMPRUCA Vale do Rio Doce 420,33 29,62305 12,13736
ITACAMBIRA Norte 336,54 39,47474 22,3737
BANDEIRA Médio e Baixo Jequitinhonha 364,39 33,06597 11,61019
NOVORIZONTE Norte 346,51 28,04755 12,47229
DIVINO DAS LARANJEIRAS Vale do Rio Doce 419,32 21,85538 7,210857
CAPITÃO ANDRADE Vale do Rio Doce 480,99 26,74112 7,979695
PAULISTAS Vale do Rio Doce 417,49 36,62058 15,75844
FRANCISCO DUMONT Norte 403,23 24,53218 10,26116
LEME DO PRADO Alto Jequitinhonha 382,44 23,08493 9,17985
ARICANDUVA Alto Jequitinhonha 310,44 42,05451 22,30608
VARGEM GRANDE DO RIO
PARDO Norte 298,86 36,02366 16,56455
GUARACIAMA Norte 351,18 26,45189 9,601526
FRONTEIRA DOS VALES Mucuri 316,56 35,43845 15,25496
CUPARAQUE Vale do Rio Doce 418,74 23,97436 12,15812
MONTE FORMOSO Médio e Baixo Jequitinhonha 290,88 56,09966 32,60309
SÃO JOÃO DA LAGOA Norte 350,34 33,89175 16,68814
SANTA EFIGÊNIA DE MINAS Vale do Rio Doce 333,25 33,13043 18,58696
MATERLÂNDIA Alto Jequitinhonha 311,05 39,60827 19,43417
SENADOR MODESTINO
GONÇALVES Alto Jequitinhonha 335,79 32,55356 14,27634
JOSENÓPOLIS Norte 290,44 39,00569 20,06132
JOSÉ GONÇALVES DE MINAS Médio e Baixo Jequitinhonha 372,6 22,99583 10,27894
MIRAVÂNIA Norte 302,26 41,96527 22,90613
BERTÓPOLIS Mucuri 357,03 39,52868 18,65273
ALVARENGA Vale do Rio Doce 392,98 33,39334 19,30693

155
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Conclusão)

Extremamente
Renda per Pobres
Município Mesorregião pobres
capita (%)
(%)

SERRANÓPOLIS DE MINAS Norte 444,11 31,36723 16,18079


SANTA CRUZ DE SALINAS Norte 306,67 43,18854 24,63043
SÃO GERALDO DA PIEDADE Vale do Rio Doce 513,02 31,19162 12,64525
JOSÉ RAYDAN Vale do Rio Doce 386,82 30,57587 14,62523
BERIZAL Norte 291,27 32,6087 14,73684
JOAQUIM FELÍCIO Norte 568,9 20,02323 4,901278
LAGOA DOS PATOS Norte 394,16 24,89941 9,372781
SERRA AZUL DE MINAS Alto Jequitinhonha 301,87 53,36493 27,39336
MARILAC Vale do Rio Doce 395,68 23,29936 8,082484
COUTO DE MAGALHÃES DE
MINAS Alto Jequitinhonha 375,77 28,06851 13,89153
CANTAGALO Vale do Rio Doce 392,98 24,02861 8,462455
SANTO ANTÔNIO DO ITAMBÉ Alto Jequitinhonha 280,91 45,94921 21,37848
PESCADOR Mucuri 443,32 31,68605 11,07074
JURAMENTO Norte 414,26 21,51714 6,005349
SÃO JOSÉ DA SAFIRA Vale do Rio Doce 428,1 26,13497 7,97546
SÃO JOÃO DO PACUÍ Norte 391,34 42,9803 23,15271
SANTA FÉ DE MINAS Norte 346,75 33,16532 16,88508
PONTO CHIQUE Norte 316,48 34,24105 18,53253
SÃO JOSÉ DO DIVINO Mucuri 551,7 30,80334 11,24152
NOVA MÓDICA Mucuri 425,56 29,31398 10,7124
NOVA BELÉM Vale do Rio Doce 318,8 41,96141 21,11468
CAMPO AZUL Norte 291,78 38,54506 21,68838
CAMPANÁRIO Mucuri 420,67 22,81145 4,62963
ALVORADA DE MINAS Alto Jequitinhonha 306,48 54,96334 31,24647
SENHORA DO PORTO Vale do Rio Doce 388,25 30,2831 10,63769
SÃO GERALDO DO BAIXIO Vale do Rio Doce 454,08 22,94894 9,925416
SÃO FÉLIX DE MINAS Vale do Rio Doce 363,43 30,98758 11,76818
MATHIAS LOBATO Vale do Rio Doce 355,32 39,46588 20,5638
FREI LAGONEGRO Vale do Rio Doce 238,99 50,766 30,72995
NACIP RAYDAN Vale do Rio Doce 479,48 31,61065 13,63348
SÃO GONÇALO DO RIO PRETO Alto Jequitinhonha 398,38 25,88351 8,736911
GOIABEIRA Vale do Rio Doce 429,05 26,59679 11,49689
FERNANDES TOURINHO Vale do Rio Doce 419,49 22,11221 6,336634
GLAUCILÂNDIA Norte 353,29 29,74342 10,80351
PRESIDENTE KUBITSCHEK Alto Jequitinhonha 314,21 33,7952 16,86381
UMBURATIBA Mucuri 406,14 29,87061 13,30869
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.

156
Tabela 16: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos médios e
grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
Renda per Pobres Extremamente
Município Mesorregião
capita (%) pobres (%)
MONTES CLAROS Norte 354,36 32,84 10,78
GOVERNADOR VALADARES Vale do Rio Doce 402,89 32,76 10,95
TEÓFILO OTONI Mucuri 378,34 37,40 15,81
JANAÚBA Norte 342,44 32,83 8,25
JANUÁRIA Norte 222,49 55,59 38,02
SÃO FRANCISCO Norte 253,98 50,45 22,67
PIRAPORA Norte 434,38 15,77 0,00
BOCAIÚVA Norte 359,25 35,82 14,07
DIAMANTINA Alto Jequitinhonha 302,02 39,80 19,19
NANUQUE Mucuri 426,61 10,66 0,00
SALINAS Norte 296,93 39,66 22,04
ALMENARA Médio e Baixo Jequitinhonha 325,22 39,66 17,79
PORTEIRINHA Norte 278,76 42,70 22,51
ARAÇUAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 249,85 47,54 27,10
VÁRZEA DA PALMA Norte 414,94 28,51 11,57
CAPELINHA Alto Jequitinhonha 304,14 33,41 17,69
JAÍBA Norte 402,56 24,10 9,41
ITAMARANDIBA Alto Jequitinhonha 294,31 46,63 25,07
GUANHÃES Vale do Rio Doce 329,78 31,33 9,09
BRASÍLIA DE MINAS Norte 276,92 48,42 19,20
ESPINOSA Norte 271,22 39,21 20,69
TAIOBEIRAS Norte 293,18 33,31 12,38
MINAS NOVAS Alto Jequitinhonha 258,62 39,14 19,98
NOVO CRUZEIRO Médio e Baixo Jequitinhonha 260,06 52,43 30,33
RIO PARDO DE MINAS Norte 296,40 43,48 23,90
MANTENA Vale do Rio Doce 293,83 41,71 21,99
BURITIZEIRO Norte 364,51 32,29 15,98
CORAÇÃO DE JESUS Norte 248,06 45,10 19,54
SÃO JOÃO DA PONTE Norte 279,69 43,89 22,35
AIMORÉS Vale do Rio Doce 365,38 26,16 13,75
FRANCISCO SÁ Norte 277,65 40,46 16,74
JEQUITINHONHA Médio e Baixo Jequitinhonha 307,41 47,55 19,83
PEDRA AZUL Médio e Baixo Jequitinhonha 280,95 53,79 32,97
ITAMBACURI Mucuri 223,74 46,79 21,24
CARAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 247,70 51,14 27,56
SÃO JOÃO DO PARAÍSO Norte 299,92 37,93 20,03
CONSELHEIRO PENA Vale do Rio Doce 340,81 44,00 19,89
MONTE AZUL Norte 285,50 39,78 24,83
MEDINA Médio e Baixo Jequitinhonha 287,29 45,01 29,58
ITAOBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 346,39 39,43 16,79
SERRO Alto Jequitinhonha 326,67 47,52 16,66
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de

157
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.

158
Mapa 50: Conselhos municipais existentes nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

159
Mapa 51: Conselhos municipais existentes nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010

Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)

160
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continua)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
SENHORA DO PORTO Vale do Rio Doce 3.497 1.286 2.211 63,23
SÃO PEDRO DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 5.570 2.302 3.268 58,67
VIRGOLÂNDIA Vale do Rio Doce 5.658 3.402 2.256 39,87
PAULISTAS Vale do Rio Doce 4.918 2.303 2.615 53,17
RUBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 9.919 7.703 2.216 22,34
TARUMIRIM Vale do Rio Doce 14.293 8.019 6.274 43,90
SOBRÁLIA Vale do Rio Doce 5.830 4.129 1.701 29,18
MAMONAS Norte 6.321 2.812 3.509 55,51
MATERLÂNDIA Alto Jequitinhonha 4.595 2.011 2.584 56,24
FERNANDES TOURINHO Vale do Rio Doce 3.030 2.016 1.014 33,47
DIVINO DAS LARANJEIRAS Vale do Rio Doce 4.937 4.108 829 16,79
CENTRAL DE MINAS Vale do Rio Doce 6.772 5.594 1.178 17,40
PAVÃO Mucuri 8.589 5.204 3.385 39,41
NACIP RAYDAN Vale do Rio Doce 3.154 1.979 1.175 37,25
COROACI Vale do Rio Doce 10.270 5.181 5.089 49,55
NOVA MÓDICA Mucuri 3.790 2.328 1.462 38,58
RESPLENDOR Vale do Rio Doce 17.089 12.832 4.257 24,91
SÃO JOÃO DO MANTENINHA Vale do Rio Doce 5.188 2.905 2.283 44,01
FRONTEIRA DOS VALES Mucuri 4.687 3.038 1.649 35,18
MACHACALIS Mucuri 6.976 5.749 1.227 17,59
SANTA CRUZ DE SALINAS Norte 4.397 1.151 3.246 73,82
JACINTO Médio e Baixo Jequitinhonha 12.134 9.197 2.937 24,20
PESCADOR Mucuri 4.128 3.259 869 21,05
COMERCINHO Médio e Baixo Jequitinhonha 8.298 3.547 4.751 57,25
FELISBURGO Médio e Baixo Jequitinhonha 6.877 5.088 1.789 26,01
ATALÉIA Mucuri 14.455 7.199 7.256 50,20
NOVORIZONTE Norte 4.963 1.717 3.246 65,40
POTÉ Mucuri 15.667 9.337 6.330 40,40
SANTA MARIA DO SALTO Médio e Baixo Jequitinhonha 5.284 3.742 1.542 29,18
ITUETA Vale do Rio Doce 5.830 3.299 2.531 43,41
OURO VERDE DE MINAS Mucuri 6.016 3.629 2.387 39,68
BANDEIRA Médio e Baixo Jequitinhonha 4.987 2.377 2.610 52,34
ITANHOMI Vale do Rio Doce 11.856 8.646 3.210 27,07
PALMÓPOLIS Médio e Baixo Jequitinhonha 6.931 4.488 2.443 35,25
ALVARENGA Vale do Rio Doce 4.444 2.119 2.325 52,32
CARLOS CHAGAS Mucuri 20.069 12.964 7.105 35,40
JOSÉ RAYDAN Vale do Rio Doce 4.376 1.568 2.808 64,17
NOVO ORIENTE DE MINAS Mucuri 10.339 4.421 5.918 57,24

161
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
MENDES PIMENTEL Vale do Rio Doce 6.331 3.455 2.876 45,43
Médio e Baixo
RIO DO PRADO Jequitinhonha 5.217 2.730 2.487 47,67
FELÍCIO DOS SANTOS Alto Jequitinhonha 5.142 2.229 2.913 56,65
Médio e Baixo
SANTO ANTÔNIO DO JACINTO Jequitinhonha 11.775 6.358 5.417 46,00
SABINÓPOLIS Vale do Rio Doce 15.704 10.136 5.568 35,46
SÃO JOÃO EVANGELISTA Vale do Rio Doce 15.553 10.108 5.445 35,01
CAMPO AZUL Norte 3.684 1.551 2.133 57,90
CAPITÃO ANDRADE Vale do Rio Doce 4.925 3.573 1.352 27,45
Médio e Baixo
FRANCISCO BADARÓ Jequitinhonha 10.248 3.191 7.057 68,86
FREI GASPAR Mucuri 5.879 1.916 3.963 67,41
Médio e Baixo
JORDÂNIA Jequitinhonha 10.324 7.221 3.103 30,06
SÃO JOSÉ DO JACURI Vale do Rio Doce 6.553 2.006 4.547 69,39
VIRGINÓPOLIS Vale do Rio Doce 10.572 6.208 4.364 41,28
SERRA DOS AIMORÉS Mucuri 8.412 6.774 1.638 19,47
RUBELITA Norte 7.772 2.516 5.256 67,63
MARILAC Vale do Rio Doce 4.219 3.423 796 18,87
JAMPRUCA Vale do Rio Doce 5.067 3.288 1.779 35,11
SENADOR MODESTINO
GONÇALVES Alto Jequitinhonha 4.574 1.803 2.771 60,58
ALPERCATA Vale do Rio Doce 7.172 5.660 1.512 21,08
Médio e Baixo
CORONEL MURTA Jequitinhonha 9.117 6.693 2.424 26,59
BERTÓPOLIS Mucuri 4.498 2.731 1.767 39,28
Médio e Baixo
ITINGA Jequitinhonha 14.407 6.554 7.853 54,51
ÁGUAS FORMOSAS Mucuri 18.479 14.318 4.161 22,52
SÃO FÉLIX DE MINAS Vale do Rio Doce 3.382 2.089 1.293 38,23
SÃO GERALDO DA PIEDADE Vale do Rio Doce 4.389 1.054 3.335 75,99
GALILÉIA Vale do Rio Doce 6.951 5.692 1.259 18,11
GLAUCILÂNDIA Norte 2.962 1.048 1.914 64,62
Médio e Baixo
PADRE PARAÍSO Jequitinhonha 18.849 11.520 7.329 38,88
CLARO DOS POÇÕES Norte 7.775 5.251 2.524 32,46
Médio e Baixo
JOAÍMA Jequitinhonha 14.941 10.273 4.668 31,24
ITABIRINHA Vale do Rio Doce 10.692 8.370 2.322 21,72

162
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
PONTO DOS VOLANTES Médio e Baixo Jequitinhonha 11.345 4.031 7.314 64,47
VIRGEM DA LAPA Médio e Baixo Jequitinhonha 13.619 6.840 6.779 49,78
SALTO DA DIVISA Médio e Baixo Jequitinhonha 6.859 5.749 1.110 16,18
SÃO SEBASTIÃO DO
MARANHÃO Vale do Rio Doce 10.647 3.250 7.397 69,47
MALACACHETA Mucuri 18.776 11.818 6.958 37,06
UMBURATIBA Mucuri 2.705 1.558 1.147 42,40
PEÇANHA Vale do Rio Doce 17.260 9.097 8.163 47,29
RIO VERMELHO Alto Jequitinhonha 13.645 5.481 8.164 59,83
SANTA MARIA DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 14.395 10.722 3.673 25,52
CRISÓLITA Mucuri 6.047 3.489 2.558 42,30
CACHOEIRA DE PAJEÚ Médio e Baixo Jequitinhonha 8.959 4.461 4.498 50,21
MONTALVÂNIA Norte 15.862 10.239 5.623 35,45
FRANCISCÓPOLIS Mucuri 5.800 2.398 3.402 58,66
TUMIRITINGA Vale do Rio Doce 6.293 4.323 1.970 31,30
CAMPANÁRIO Mucuri 3.564 2.651 913 25,62
GOIABEIRA Vale do Rio Doce 3.053 2.473 580 19,00
CANTAGALO Vale do Rio Doce 4.195 2.479 1.716 40,91
IBIRACATU Norte 6.155 3.123 3.032 49,26
JOAQUIM FELÍCIO Norte 4.305 2.526 1.779 41,32
MATO VERDE Norte 12.684 9.459 3.225 25,43
LONTRA Norte 8.397 5.630 2.767 32,95
COLUNA Alto Jequitinhonha 9.024 3.814 5.210 57,73
FRUTA DE LEITE Norte 5.940 2.036 3.904 65,72
SANTA EFIGÊNIA DE MINAS Vale do Rio Doce 4.600 3.053 1.547 33,63
INDAIABIRA Norte 7.330 2.742 4.588 62,59
SÃO JOSÉ DO DIVINO Mucuri 3.834 2.725 1.109 28,93
COUTO DE MAGALHÃES DE
MINAS Alto Jequitinhonha 4.204 3.835 369 8,78
DIVINOLÂNDIA DE MINAS Vale do Rio Doce 7.024 5.760 1.264 18,00
MIRABELA Norte 13.042 10.028 3.014 23,11
SERRANÓPOLIS DE MINAS Norte 4.425 1.728 2.697 60,95
SANTA RITA DO ITUETO Vale do Rio Doce 5.697 2.310 3.387 59,45
MIRAVÂNIA Norte 4.549 1.079 3.470 76,28
CÔNEGO MARINHO Norte 7.101 1.915 5.186 73,03
ENGENHEIRO CALDAS Vale do Rio Doce 10.280 8.325 1.955 19,02
JEQUITAÍ Norte 8.005 5.504 2.501 31,24
MATA VERDE Médio e Baixo Jequitinhonha 7.874 6.388 1.486 18,87

163
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %

SÃO JOÃO DO PACUÍ Norte 4.060 1.921 2.139 52,68


SANTA HELENA DE MINAS Mucuri 6.055 3.769 2.286 37,75
NINHEIRA Norte 9.815 2.623 7.192 73,28
SÃO GERALDO DO BAIXIO Vale do Rio Doce 3.486 2.440 1.046 30,01
PRESIDENTE KUBITSCHEK Alto Jequitinhonha 2.959 2.017 942 31,84
FREI INOCÊNCIO Vale do Rio Doce 8.920 6.764 2.156 24,17
GOUVEIA Alto Jequitinhonha 11.681 8.229 3.452 29,55
FREI LAGONEGRO Vale do Rio Doce 3.329 618 2.711 81,44
DATAS Alto Jequitinhonha 5.211 3.088 2.123 40,74
CARBONITA Alto Jequitinhonha 9.148 6.738 2.410 26,34
CUPARAQUE Vale do Rio Doce 4.680 3.885 795 16,99
GONZAGA Vale do Rio Doce 5.921 3.237 2.684 45,33
MONTE FORMOSO Médio e Baixo Jequitinhonha 4.656 1.700 2.956 63,49
SARDOÁ Vale do Rio Doce 5.594 1.997 3.597 64,30
PINTÓPOLIS Norte 7.211 2.532 4.679 64,89
JAPONVAR Norte 8.298 3.050 5.248 63,24
SANTO ANTÔNIO DO
ITAMBÉ Alto Jequitinhonha 4.135 1.230 2.905 70,25
JURAMENTO Norte 4.113 2.272 1.841 44,76
DIVISÓPOLIS Médio e Baixo Jequitinhonha 8.974 6.403 2.571 28,65
ITACAMBIRA Norte 4.988 1.006 3.982 79,83
ÁGUA BOA Vale do Rio Doce 15.195 7.035 8.160 53,70
MANGA Norte 19.813 13.848 5.965 30,11
VARZELÂNDIA Norte 19.116 8.904 10.212 53,42
ÁGUAS VERMELHAS Médio e Baixo Jequitinhonha 12.722 8.941 3.781 29,72
BONITO DE MINAS Norte 9.673 2.209 7.464 77,16
PATIS Norte 5.579 2.301 3.278 58,76
SANTA FÉ DE MINAS Norte 3.968 2.291 1.677 42,26
ARICANDUVA Alto Jequitinhonha 4.770 1.695 3.075 64,47
LADAINHA Mucuri 16.994 4.310 12.684 74,64
LAGOA DOS PATOS Norte 4.225 3.079 1.146 27,12
BERIZAL Norte 4.370 2.485 1.885 43,14
CATUTI Norte 5.102 2.978 2.124 41,63
ENGENHEIRO NAVARRO Norte 7.122 4.750 2.372 33,31
FRANCISCO DUMONT Norte 4.863 3.197 1.666 34,26
GUARACIAMA Norte 4.718 3.025 1.693 35,88
LASSANCE Norte 6.484 3.882 2.602 40,13
ALVORADA DE MINAS Alto Jequitinhonha 3.546 1.450 2.096 59,11

164
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %

CATUJI Mucuri 6.708 1.692 5.016 74,78


GAMELEIRAS Norte 5.139 1.413 3.726 72,50
PAI PEDRO Norte 5.934 1.749 4.185 70,53
LUISLÂNDIA Norte 6.400 2.989 3.411 53,30
CURRAL DE DENTRO Norte 6.913 5.837 1.076 15,56
BERILO Médio e Baixo Jequitinhonha 12.300 3.888 8.412 68,39
MONTEZUMA Norte 7.464 3.079 4.385 58,75
SERRA AZUL DE MINAS Alto Jequitinhonha 4.220 1.710 2.510 59,48
VEREDINHA Alto Jequitinhonha 5.549 3.769 1.780 32,08
SÃO JOÃO DA LAGOA Norte 4.656 2.435 2.221 47,70
SANTO ANTÔNIO DO
RETIRO Norte 6.955 1.590 5.365 77,14
MATHIAS LOBATO Vale do Rio Doce 3.370 3.060 310 9,20
PONTO CHIQUE Norte 3.966 2.581 1.385 34,92
UBAÍ Norte 11.681 5.665 6.016 51,50
IBIAÍ Norte 7.839 6.004 1.835 23,41
PEDRAS DE MARIA DA CRUZ Norte 10.315 6.328 3.987 38,65
JUVENÍLIA Norte 5.708 4.392 1.316 23,06
JOSENÓPOLIS Norte 4.566 2.444 2.122 46,47
ITACARAMBI Norte 17.720 13.799 3.921 22,13
VARGEM GRANDE DO RIO
PARDO Norte 4.733 2.421 2.312 48,85
JENIPAPO DE MINAS Médio e Baixo Jequitinhonha 7.116 2.883 4.233 59,49
ITAIPÉ Mucuri 11.798 4.943 6.855 58,10
RIACHO DOS MACHADOS Norte 9.360 4.499 4.861 51,93
TURMALINA Alto Jequitinhonha 18.055 12.926 5.129 28,41
GRÃO MOGOL Norte 15.024 5.391 9.633 64,12
LEME DO PRADO Alto Jequitinhonha 4.804 1.761 3.043 63,34
ICARAÍ DE MINAS Norte 10.746 2.986 7.760 72,21
SETUBINHA Mucuri 10.885 2.802 8.083 74,26
NOVA BELÉM Vale do Rio Doce 3.732 1.348 2.384 63,88
SÃO GONÇALO DO RIO
PRETO Alto Jequitinhonha 3.056 1.954 1.102 36,06
BOTUMIRIM Norte 6.497 3.470 3.027 46,59
SÃO JOSÉ DA SAFIRA Vale do Rio Doce 4.075 2.945 1.130 27,73
CAPITÃO ENÉAS Norte 14.206 11.520 2.686 18,91
NOVA PORTEIRINHA Norte 7.398 4.069 3.329 45,00
URUCUIA Norte 13.604 6.165 7.439 54,68

165
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Conclusão)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %

ANGELÂNDIA Mucuri 8.003 4.036 3.967 49,57


CHAPADA DO NORTE Alto Jequitinhonha 15.189 5.694 9.495 62,51
DIVISA ALEGRE Médio e Baixo Jequitinhonha 5.884 5.693 191 3,25
MATIAS CARDOSO Norte 9.979 5.136 4.843 48,53
PADRE CARVALHO Norte 5.834 3.462 2.372 40,66
SÃO ROMÃO Norte 10.276 6.469 3.807 37,05
OLHOS-D'ÁGUA Norte 5.267 2.866 2.401 45,59
SÃO JOÃO DAS MISSÕES Norte 11.715 2.446 9.269 79,12
VERDELÂNDIA Norte 8.346 4.762 3.584 42,94
CRISTÁLIA Norte 5.760 3.033 2.727 47,34
JOSÉ GONÇALVES DE
MINAS Médio e Baixo Jequitinhonha 4.553 1.138 3.415 75,01
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.

166
Tabela 18: População total, população urbana e população rural nos médios e grandes municípios do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010
População
Município Mesorregião Total Urbana Rural
Abs. %
MONTES CLAROS Norte 361.915 344.427 17.488 4,83
GOVERNADOR VALADARES Vale do Rio Doce 263.689 253.300 10.389 3,94
TEÓFILO OTONI Mucuri 134.745 110.076 24.669 18,31
JANAÚBA Norte 66.803 60.570 6.233 9,33
JANUÁRIA Norte 65.463 41.009 24.454 37,36
SÃO FRANCISCO Norte 53.828 34.204 19.624 36,46
PIRAPORA Norte 53.368 52.385 983 1,84
BOCAIÚVA Norte 46.654 36.600 10.054 21,55
DIAMANTINA Alto Jequitinhonha 45.880 40.064 5.816 12,68
NANUQUE Mucuri 40.834 36.789 4.045 9,91
SALINAS Norte 39.178 30.716 8.462 21,60
ALMENARA Médio e Baixo Jequitinhonha 38.775 31.750 7.025 18,12
PORTEIRINHA Norte 37.627 19.338 18.289 48,61
ARAÇUAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 36.013 23.435 12.578 34,93
VÁRZEA DA PALMA Norte 35.809 31.313 4.496 12,56
CAPELINHA Alto Jequitinhonha 34.803 24.753 10.050 28,88
JAÍBA Norte 33.587 17.635 15.952 47,49
ITAMARANDIBA Alto Jequitinhonha 32.175 21.988 10.187 31,66
GUANHÃES Vale do Rio Doce 31.262 25.421 5.841 18,68
BRASÍLIA DE MINAS Norte 31.213 20.675 10.538 33,76
ESPINOSA Norte 31.113 18.023 13.090 42,07
TAIOBEIRAS Norte 30.917 25.060 5.857 18,94
MINAS NOVAS Alto Jequitinhonha 30.794 12.584 18.210 59,13
NOVO CRUZEIRO Médio e Baixo Jequitinhonha 30.725 10.522 20.203 65,75
RIO PARDO DE MINAS Norte 29.099 11.692 17.407 59,82
MANTENA Vale do Rio Doce 27.111 21.258 5.853 21,59
BURITIZEIRO Norte 26.922 23.630 3.292 12,23
CORAÇÃO DE JESUS Norte 26.033 14.766 11.267 43,28
SÃO JOÃO DA PONTE Norte 25.358 8.656 16.702 65,86
AIMORÉS Vale do Rio Doce 24.959 19.700 5.259 21,07
FRANCISCO SÁ Norte 24.912 14.897 10.015 40,20
JEQUITINHONHA Médio e Baixo Jequitinhonha 24.131 17.061 7.070 29,30
PEDRA AZUL Médio e Baixo Jequitinhonha 23.839 21.006 2.833 11,88
ITAMBACURI Mucuri 22.809 15.119 7.690 33,71
CARAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 22.343 7.191 15.152 67,82
SÃO JOÃO DO PARAÍSO Norte 22.319 10.235 12.084 54,14
CONSELHEIRO PENA Vale do Rio Doce 22.242 17.601 4.641 20,87
MONTE AZUL Norte 21.994 12.418 9.576 43,54
MEDINA Médio e Baixo Jequitinhonha 21.026 15.092 5.934 28,22
ITAOBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 21.001 15.779 5.222 24,87
SERRO Alto Jequitinhonha 20.835 12.895 7.940 38,11
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação. Rio de
Janeiro, 2013a.

167
REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, R. Funções e medidas da ruralidade no desenvolvimento


contemporâneo. Rio de Janeiro: Ipea, 2000. (Texto para discussão, n. 702).

ANDRADE, M. V., et al. Metodologia de alocação equitativa de recursos: uma


proposta para Minas Gerais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Saúde, 2004.

BÁEZ, J. E. et al. Poverty and shared prosperity in Brazil: where to next? In: CORD, L.,
GENONI, M. E.; RODRIGUEZ-CASTELÁN, R. Shared prosperity and poverty
eradication in Latin America and the Caribbean. Washington, DC: International
Bank for Reconstruction and Development / the World Bank, 2015.

BERTOLOZZI, M. R. et al. Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na Saúde


Coletiva. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 43, esp. 2, p.
1326-1330, 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43nspe2/a31v43s2.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2016.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e da
outras providências. Brasília, DF 2016. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm>.

BRASIL. Lei nº 11. 346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de


Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano
à alimentação adequada e dá outras providências. [Brasília, DF, 2006]. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm>. Acesso
em: 10 out. 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil, 2013: uma análise da situação de saúde
e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília, DF, 2014a.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF,


2015a. Disponível em: <http://mds.gov.br/assuntos/cadastro-unico>. Acesso em: 17
out. 2016.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de


Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional.
MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF,
2015b.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de


Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria Nacional de Assistência Social. Censo
SUAS 2014: análise dos componentes sistêmicos da Política Nacional de Assistência
Social. Brasília, DF: 2015c.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria


Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Programa Nacional de Apoio à
Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais - Programa Cisternas
2013. Brasília, DF, 2014b.

COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Relatório anual e de


sustentabilidade 2015. Belo Horizonte, 2016

168
CEPAL. Centro Latinoamericano y Caribeño de Demografia (CELADE). Estimaciones
y proyecciones de población total, urbana y rural, y económicamente activa.., Revisión.
[Santiago de Chile], 2015.

CUSTÓDIO, M. B., YUBA, T. Y., CYRILLO, D. C. Política de segurança alimentar e


nutricional no Brasil: uma análise da alocação de recursos. Revista Panamericana de
Salud Publica, Washington, DC, v. 33, n.2, p. 144-50, 2013.

DEDECCA, C., et al.. Uma abordagem multidimensional da pobreza rural segundo a


perspectiva da política pública. In: BUAINAIN, A. M.; et al. A nova cara da pobreza
rural: desafios para as políticas públicas. Brasília, DF: IICA, 2012. p. 17-53 (Série
desenvolvimento rural sustentável; v.16)

DEL GROSSI, M. Questão agrária, agricultura familiar e pobreza rural no Brasil. In


FÓRUM INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, 5., 2010,
Recife, Estratégias de combate à pobreza rural. [Brasília, DF: IICA, 2010].

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e Informações. Déficit


habitacional no Brasil 2013-2014. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2016.
Disponível em: <http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/informativos-cei-
eventuais/634-deficit-habitacional-06-09-2016/file>. Acesso em: 19 out. 2016.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e Informações. Sistema


Estadual de Informações sobre Saneamento (SEIS). Belo Horizonte, 2013a.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Pesquisas Aplicadas Índice Mineiro de


Responsabilidade Social (IMRS). Belo Horizonte, 2013b. Disponível em:
http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/produtos-e-serviços1/2741-indice-mineiro-de-
responsabilidade-social-imrs-2>. Acesso em: 16 out. 2016

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Impactos na saúde e no Sistema Único de


Saúde decorrentes de agravos relacionados a um saneamento ambiental
inadequado. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/wp-
content/files_mf/estudosPesquisas_ImpactosSaude.pdf>. Acesso em: 21 out. 2016.

GONÇALVES, É.; CRUZ, G. F. Mercado de trabalho em Minas Gerais: estrutura e


tendências. Cadernos BDMG, Belo Horizonte, número especial, p. 45-88, fev. 2013.
Disponível em: <www.bdmg.mg.gov.br/.../CadernoEconomico/ Cadernos%20BDMG%
20>. Acesso em: 15 fev. 2014.

GUIMARÃES, F. A. O Programa de Aquisição de Alimentos e Agricultura Familiar


em Minas Gerais. 2014. 99f.. Monografia (Graduação em Administração Pública) -
Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho ,Fundação João Pinheiro, Belo
Horizonte, 2014.

HANUSHEK, E. A.; RIVKIN, S. G. Does public school competition affect teacher


quality? In: Hoxby, Caroline M. (Ed.). The economics of school choice. Chicago, IL:
University of Chicago, 2003.

HORTA, C. J. Nível de fecundidade da mulher mineira nas últimas décadas no Estado


e em suas Regiões de Planejamento. SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA,
11., 2004, Diamantina. Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2004.

169
HORTA, C. J. G. Nível recente de fecundidade em Minas Gerais e regiões de
planejamento. In: SEMINÁRIO SOBRE ECONOMIA MINEIRA, 16., 2014, Diamantina.
Anais...: Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 2014.

HORTA, C. J. G.; CARVALHO, J. A. M. Evolução da fecundidade corrente e de


geração em Minas Gerais. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA,10., 2002,
Diamantina. Anais... Belo Horizonte:: CEDEPLAR/UFMG, 2002.

IBGE (RJ). Censo demográfico: características dados gerais - migração - instrução -


fecundidade - mortalidade; Minas Gerais 1980. Rio de Janeiro, 1983 (v.1, t.4, n.16).

IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.

IBGE (RJ). Estimativas de população residente no Brasil [...], 2016. Rio de Janeiro,
2016a. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97868.pdf >.
Acesso em: 6 dez. 2016.

IBGE (RJ). IBGE cidades. Rio de Janeiro, 2016b. Disponível em:


<www.cidades.ibge.gov.br/>. Acesso em: 21 out. 2016.

IBGE (RJ). Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil, 2006. Rio de


Janeiro, 2009.

IBGE (RJ). Projeção da população do Brasil e das unidades da federação. Rio de


Janeiro, 2013b

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Censo escolar da educação básica 2013. Brasília, DF, 2014.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação básica 2015. Brasília, DF, 2016.

LIMA, Suzana Maria Valle et al. Juventude rural, agricultura familiar e políticas de
acesso à terra no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2013.

LOPES, H. M.; MACEDO, P. B.; MACHADO, A. análise de pobreza com indicadores


multidimensionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS,14.,
Caxambu, ,2004. ABEP, 2004.

MACHADO, E. M. et al. Atenção básica à saúde em Minas Gerais: desigualdades na


distribuição de recursos financeiros e na prestação de serviços básicos após a
introdução do Piso de Atenção Básica (PAB). Ciência e Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 9, n. 1, p. 99-111, 2004.

MACHADO, E. N. M; et al. Fator de alocação de recursos financeiros para atenção


à saúde. Belo Horizonte, Fundação João Pinheiro, 2003.

MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável. Plano


Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável da Agricultura Familiar. Belo
Horizonte: 2014.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de


Minas Gerais. Perfil da agricultura familiar de Minas Gerais. Belo Horizonte: 2014.

170
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social.
Situação de pobreza rural nos municípios dos territórios do Norte, Mucuri, Alto,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Vale do Rio Doce do Estado de Minas Gerais.
Belo Horizonte, 2016. Termo de Referência.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual


de Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado Planejamento e Gestão. Programa Mineiro de


Desenvolvimento Integrado: 2016-2027. [Belo Horizonte, 2016].

MUÑOZ SÁNCHEZ, A.; BERTOLOZZI, M. Pode o conceito de vulnerabilidade apoiar a


construção do conhecimento em Saúde Coletiva? Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 12, n. 2, p. 319-324, 2007.

NUNES, A. Medindo as desigualdades em saúde no Brasil: uma proposta de


monitoramento. Brasília, DF,: Organização Pan-Americana da Saúde: Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada, 2001.

ORTEGA, A. C. Caso Brasil. In: ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS PARA


LA ALIMENTACIÓN Y LA AGRICULTURA. Pobreza rural y políticas públicas em
América Latina y el Caribe. Santiago, 2013.

PAIVA, P. de T. A.; WAJNMAN, S. Das causas às consequências econômicas da


transição demográfica no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, São
Paulo, v. 22, n. 2, p. 303-322, jul./dez. 2005.

PORTO, R. et al. Metodologia de alocação de recursos financeiros federais do


SUS. Rio de Janeiro: ENSP, FIOCRUZ, 2001. Relatório final do projeto REFORSUS.

PRADO, S. D. et al. A pesquisa sobre segurança alimentar e nutricional no Brasil de


2000 a 2005: tendências e desafios. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15,
n. 1, p. 7-18, 2009.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; INSTITUTO DE


PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do
desenvolvimento humano no Brasil. Belo Horizonte, 2013. Disponível em:
<http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/o_atlas/idhm/>. Acesso em 24 out. 2016.

REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÃO PARA A SAÚDE. Indicadores básicos


para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-
Americana da Saúde, 2008.

RIGOTTI, J. I. R., AMORIM FILHO, O. B. Aspectos demográficos do espaço mineiro.


In: BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS. Minas Gerais do século
XXI. Belo Horizonte: Rona, 2013. V. 2 Reinterpretando o espaço mineiro. p. 92-124

SANTOS, M. Pobreza urbana. São Paulo: EDUSP, 2013.

SANTOS, A. M. A.; JACINTO, P. de A.; TEJADA, C. A. O. Causalidade entre renda e


saúde: uma análise através da abordagem de dados em painel com os estados do
Brasil Estudos Econômicos, São Paulo, v. 42, n. 2, p. 229-261, abr./jun. 2012.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
41612012000200001>. Acesso em: 5 dez. 2016.

171
SATHLER, D. O rural e o urbano no Brasil. Caderno de Geografia, Belo Horizonte, v.
15, n. 25, p. 77-92., 2º sem. 2005.

SATHLER, D. et al. Diagnóstico demográfico, territorial e socioeconômico de


Diamantina. In: SATHLER, D.; AMORIM FILHO, Oswaldo Bueno; VARAJÃO,
Guilherme Fortes D. C. (Org.). Cidades médias: reflexões teóricas e estudos
aplicados à Diamantina. Belo Horizonte: Fino Traço, 2015. p. 109-135

SCHNEIDER, Sergio; FIALHO, Marco Antônio Verardi. Pobreza rural, desequilíbrios


regionais e desenvolvimento agrário no Rio Grande do Sul. Teoria e Evidência
Econômica, Passo Fundo,, v. 8, n. 15, p. 117-149, 2000.

SEBRAE. Identidade dos municípios mineiros 2013. Belo Horizonte, 2014.

TIBÚRCIO, B., MIRANDA, C.. A nova cara da pobreza rural: desafios para políticas
públicas. Série Desenvolvimento Sustentável. Brasília, DF: Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura, 2012.

UNITED NATIONS. Population prospects: 2011 revision. New York, 2011.

VIEIRA, D. J. As relações agricultura-indústria no bojo do processo de


desenvolvimento econômico. Campinas: [s.n.], 2011.

VEIGA, J. E. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula.


Campinas: Autores Associados, 2002.

VEIGA, J. E. Nem tudo é urbano. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 5, n..2,


abr./jun.2004.

WONG, L. CARVALHO, J. A. M. O rápido processo de envelhecimento populacional


do Brasil: sérios desafios para as políticas públicas. Revista Brasileira de Estudos
Populacionais, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 5-26, 2006.

WORLD BANK. World development indicators. [Washington, D. C., 2016].


Disponível em: http://databank.worldbank.org/data/reports.aspx?source=world-
development-indicators. Acesso em: 6 nov., 2016.

YOUNES, M. A; GARCIA, N. M; ALBUQUERQUE, B. Monoparentalidade, pobreza e


resiliência: entre as crenças dos profissionais e as possibilidades da convivência
familiar. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 444-453, 2007.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v20n3/a12v20n3.pdf>. Acesso em: 6 dez.
2016.

172

You might also like