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jkCamila Menegussi Dalvi 8 Período

Filme Conquista Sangrenta

1) A hegemonia cultural se observa por meio da nobreza contra os plebeus. Enquanto a


destruição se aproxima, em meio a violentas, terríveis e sangrentas batalhas, o grupo de Martin,
formado por mercenários e população plebeia em geral, luta contra a rivalidade interna e contra os
soldados do príncipe. A nobreza manipulou o grupo de mercenários, o rei não cumpriu com a palavra
ao não devolver a parte dos saques que cabia ao grupo conforme ele mesmo havia prometido.

2) O filme retrata, em varias cenas, a transição para a Idade Moderna. O ano é 1501, início
da chamada Idade Moderna, e tudo referencia esse período histórico, a começar pelo que dá o
pontapé inicial aos conflitos entre os personagens, o capital. Arnolfini rompe com os
princípios medievais da vassalagem (ele falta com sua honra), os explorando (os mercenários
liderados por Martin) em prol de uma acumulação de capital em benefício próprio apenas. O
conhecimento acadêmico nos diz que a Era Moderna marca a consolidação do domínio do
Capitalismo, onde o acumulo do lucro passa a ser objetivo principal.

Outra curiosa manifestação da Modernidade aparece quando Agnes mostra ao grupo,


habituado a comer com as mãos, como usar talheres. Também a ascensão do Racionalismo(
que e gritante, talvez o ponto mais forte do filme) e da ciência marca a transição. O uso das
novas tecnologias (as armas de guerra desenvolvidas por Steven, filho de Arnolfini, e de
técnicas medicinais (quando um dos médicos diz que “apesar de impuros, os muçulmanos
sabiam mais do corpo humano que qualquer médico cristão”)

Além disso, logo na primeira cena, enquanto um padre abençoa os soldados para a
batalha, uma velha prostituta o interrompe e profere: “o tempo de se preocupar com Deus já
passou, agora todos podem fazer coisas que realmente interessam aos homens, como beber,
mentir, ostentar e sair com nobres moças impuras. O Inferno é aqui e Deus não tem que meter
seu nariz no que nós fazemos”. Um discurso, apesar de radical, bem coerente com o
Humanismo, que vinha para amortizar o controle de Deus na vida das pessoas, até então
vistas como criaturas completamente fracas e submissas à vontade divina (o humanismo não
pregava um total rompimento, apenas uma interpretação mais “humana” das Escrituras). Essa
suposta personificação de São Martin pode ser encarada como uma alusão à descentralização
do poder da Igreja e a proliferação de novas crenças Cristãs.

3) Influencia da igreja sobre nobres e plebeus.

Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensamento religioso, a Igreja esteve


nos mais diferentes extratos da sociedade medieval. A própria organização da sociedade
medieval (dividida em Clero, Nobreza e plebeus) era um reflexo da Santíssima Trindade.
Além disso, a vida terrena era desprezada em relação aos benefícios a serem alcançados pela
vida nos céus. Dessa maneira, muitos dos costumes dessa época estavam influenciados pelo
dilema da vida após a morte.
Além de se destacar pela sua presença no campo das ideias, a Igreja também alcançou grande
poder material. Durante a Idade Média ela passou a controlar grande parte dos territórios
feudais, se transformando em importante chave na manutenção e nas decisões do poder da
nobreza. A própria exigência do celibato foi um importante mecanismo para que a Igreja
conservasse o seu patrimônio. O crescimento do poder material da Igreja chegou a causar
reações dentro da própria instituição.

Aqueles que viam na influência político-econômica da Igreja uma ameaça aos


princípios religiosos começaram a se concentrar em ordens religiosas que se abstinham de
qualquer tipo de regalia ou conforto material. Essa cisão nas práticas da Igreja veio subdividir
o clero em duas vertentes: o clero secular, que administrava os bens da Igreja e a representava
nas questões políticas; e o clero regular, composto pelas ordens religiosas mais voltadas às
praticas espirituais e a pregação de valores cristãos.

Sob outro aspecto, a Igreja também teve grande monopólio sob o mundo letrado
daquele período. Exceto os membros da Igreja, pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas ou
tinham acesso às obras escritas. Mesmo contando com tamanho poder e influência, a Igreja
também sofreu com manifestações dissidentes. Por um lado, as heresias, seitas e ritos pagãos
interpretavam o texto bíblico de forma independente ou não reconheciam o papel sagrado da
Igreja. Apesar da igreja exercer um forte domínio sobre a vida das pessoas, seu poder
começou a decair, permitindo uma maior democratização política e religiosa na Europa.
Todos estes sinais indicavam que a Idade Medieval estava chegando ao fim.

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