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Hiran Zani
ii
Fig. 4.9 Divisão preliminar dos lobos deposicionais do megaleque do Taquari. 41
Fig. 4.10 Divisão preliminar dos lobos plotada sobre o MDE. 42
Fig. 4.11 Divisão experimental para o lobo atual. 44
Fig. 4.12 “Box plot” dos resíduos topográficos dos lobos identificados. 45
Fig. 4.13 Processos de avulsão fluvial no baixo curso do rio Taquari, ápice do lobo 1. 45
Fig. 5.1 Comparação visual entre o MDE SRTM30m com os resíduos, em diferentes escalas. 49
Fig. 5.2 Feições associadas ao Lineamento Transbrasiliano 50
Fig. 5.3 Planície de meandros encaixada na porção distal 51
Fig. 5.4 Auto-similaridade das geometrias lobadas em multiescalas. 52
Fig. 5.5 Avulsão do rio Taquari na fazenda Caronal e nos novos canais distributários formados. 54
Fig. 5.6 Expressão altimétrica de complexos de avulsão e do canal atual 55
Fig. 5.7 Rede de paleocanais identificada na superfície do megaleque 56
Fig. 5.8 Lagoas salinas e não salinas no megaleque do Taquari 57
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 2
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 8
3. MATERIAL E MÉTODOS 20
4. RESULTADOS PARCIAIS 30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 58
RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59
ANEXO I 64
1. INTRODUÇÃO
2
morfogenéticos. Desta maneira, ao contar a história sobre a gênese do relevo atual, a
suposição de tendências futuras para este sistema aluvial torna-se mais precisa.
Fig. 1.1. Modelo digital do Pantanal. Em destaque as Planícies do Chaco e Pantanal (Alto Paraguai) e os
planaltos em seu entorno.
3
atual (Assine, 2005). Segundo Padovani et al. (1998) esta dinâmica sedimentar é
diretamente influenciada pelo suprimento sedimentar disponível na cabeceira de
drenagem do rio. O mesmo pesquisador também constatou um aumento considerável do
volume depositado a partir dos anos 70.
Fig. 1.2. Leques aluviais que compõe o trato deposicional do Pantanal: 1) Paraguai – Corixo
Grande; 2) Cuiabá; 3) São Lourenço; 4) Taquari; 5) Aquidauana e 6) Nabileque.
4
No megaleque do Taquari, assim como nos demais leques do Pantanal, expressões
morfológicas como paleocanais e complexos de avulsão abandonados atestam o caráter
mutante deste sistema. Segundo Assine & Soares (1997) processos alogênicos são
responsáveis pela criação de espaços de acomodação, e o seu preenchimento rege a
dinâmica sedimentar da bacia.
Considera-se que os agentes responsáveis pela atual dinâmica sedimentar do
Pantanal estão ativos desde o Pleistoceno tardio (Ab`Saber, 1988) e a extensa rede de
paleocanais no megaleque representa cenários relictos deste sistema. Reconstruções
paleoidrológicas mostram que a paisagem do Pantanal modifica-se com grande
velocidade e que mudanças continuarão ocorrer, em especial no curso do rio Taquari. A
compreensão destes eventos através do mapeamento de paleoformas e estabelecimento
de uma cronologia dos processos deposicionais torna-se assim, conhecimento
fundamental para antever futuras mudanças no megaleque do Taquari.
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Fig. 1 3. Cronologia dos lobos deposicionais proposta por Assine (2003).
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1.3. Objetivos
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
O termo “leque aluvial” surge na literatura geológica no final do séc. XIX (Blair
& McPherson, 1994a). Diante de observações realizadas na porção superior da Bacia do
rio Indo Drew (1873) identificou depósitos coalescentes de sedimentos clásticos com
pequena extensão (<1km2), alto gradiente topográfico e a predominância de granulação
grossa (Fig. 2.1). Mas a principal semelhança entre estes era sua forma deposicional.
Quando vistos em planta, todos possuíam uma geometria semicônica, semelhante a um
leque.
A sistematização do conceito ocorreu através de trabalhos efetuados no Vale da
Morte na Califórnia (Bull 1963, Denny 1967, Bull 1977). Adjacentes às escarpas da
planície, depósitos em forma de leque constituem as feições geomórficas mais recentes
desta paisagem. Estes estudos procuraram descrever detalhadamente suas fácies
sedimentares, relações entre a área de captação de drenagem com a superfície do leque e
litologia, assim como os processos envolvidos em sua dinâmica sedimentar.
Na busca de uma classificação que abrigasse os diferentes tipos de leques
observados, Galloway & Hobday (1983) propuseram a distinção entre leques de clima
8
árido/semi-árido e leques de clima úmido (Fig. 2.2). Esta proposta alega que em regiões
de baixa pluviosidade a progradação sedimentar é restrita, resultando em leques de
pequena extensão superficial.
Fig. 2.1. Depósitos de leques aluviais nas margens do rio Indo. A figura destaca o alto declive dos
depósitos e a predominância de sedimentos grossos. Índia, província de Ladakh.
Fig. 2.2. Classificação de leques aluviais de acordo com o clima. Fonte: Adaptado de Galloway &
Hobday (1983).
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Leques de clima úmido teriam sua progradação favorecida devido às maiores
taxas de pluviosidade. Embora se reconheça a influência climática sobre a gênese de
leques, esta proposta é utilizada com restrições. O principal argumento para a cautela é
o fato de que leques de grandes dimensões também se desenvolvem em ambientes de
climas árido/semi-árido. Como exemplo tem-se o leque fluvial do Okavango na África e
grandes leques formados nos desertos de Taklimakan e Gobi, China.
A proposta de classificação mais comentada na literatura de leques fluviais foi
elaborada por Stanistreet & McCarthy (1993). Através do estudo da dinâmica
sedimentar do rio Okavango e caracterização de sua geomorfologia, propuseram um
novo modelo que ficou conhecido como leque “losimean” (low sinuosity/meandering).
Este artigo também procurou unificar os demais modelos existentes, em leques
dominados por fluxo de detritos e leques de rio entrelaçados (Fig. 2.3).
Utilizando uma abordagem voltada para a investigação estratigráfica Blair e
McPherson (1994b) discordaram da proposta de Stanistreet & McCarthy (1993).
Recomendaram que a associação de depósitos fluviais com a terminologia de leque
fosse restrita a rampas com declives entre 1.5º a 25º, alegando que depósitos de menor
angulação possuem fácies semelhante aos sistemas fluviais tributários e seriam
irreconhecíveis no registro geológico. Através deste raciocínio os autores retornam o
conceito de leque aluvial a seu significado clássico: sistemas de alta declividade
construídos por fluxos catastróficos de sedimentos clásticos grossos, com extensão areal
que raramente excede 1km2.
Poucos são os trabalhos que compartilharam com as propostas deste modelo.
McCarthy & Candle (1995) julgaram que os dados utilizados por Blair e McPherson
(1994b) eram incompletos e não suportavam tal generalização. Deve-se considerar
também que a geometria da drenagem distributária sempre apresentará um padrão
radial, o que torna possível o reconhecimento de leques no registro geológico através da
análise de paleocorrentes (e.g., Miall 1996). A organização de fácies igualmente fornece
a distinção entre sistemas tributários e distributários (e.g., Nichols, 2007).
Assine (2003) considerou os modelos propostos por Stanistreet & McCarthy
(1993), reagrupando-os em dois grandes grupos: leques dominados por fluxos
gravitacionais e leques dominados por rios. No primeiro estão contidos os sistemas com
declives superiores a 1.5º (Fig. 2.3a), produtos da ação de processos gravitacionais, e
com menor intensidade, fluviais. O segundo grupo caracteriza-se por abrigar sistemas
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de baixo gradiente topográfico, subdividido em leques de rios entrelaçados e leques de
rios meandrantes / baixa sinuosidade (Fig. 2.3b e 2.3c).
Fig. 2.3. Classificação de leques aluviais segundo Stanistreet & McCarthy (1993).
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O debate sobre a aplicação e abrangência do termo leque aluvial continua aberto.
A questão ganhou novas dimensões através da disseminação de técnicas de
sensoriamento remoto e o maior intercâmbio de informações. Dados morfométricos
obtidos através de imagens orbitais e modelos numéricos de terreno destacam-se nas
abordagens recentes (e.g. Milana 2000, Saito & Oguchi 2005, Volker et al. 2007).
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norte da cordilheira andina três grandes sistemas fluviais que dão origem a megaleques:
Pilcomayo, Parapeti e Grande. No deserto de Taklimakan, China, (Li & Yang, 1998)
também foram reconhecidos sistemas modernos de megaleques (Fig. 2.5).
Fig. 2.4. Megaleque do rio Kosi e as mudanças de seu curso nos últimos 300 anos. Fonte:
Adaptado de Schumm (1977).
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Fig. 2.5. Megaleques fluviais do (a) Pylcomayo, (b) Taquari, (c) Okavango e (d) Taklimakan. Mosaicos
NASA GeoCover 1990 – Landsat TM, composição R7G4B2.
Fig. 2.6. Rios analisados por Leier et al. (2005). Nesta figura se observa que a
sazonalidade climática extratropical favorece a formação de megaleques. Fonte: Leier et
al. (2005).
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2.3. Sedimentação em leques aluviais
15
um padrão meandrante na zona proximal. Este mudança de padrão fluvial ocorre em
resposta à alteração do perfil longitudinal do canal. Já o aumento do nível de base
acentuou a declividade do perfil longitudinal do canal resultando em incisões à
montante do leque (Fig. 2.8c).
Fig. 2.7. Modelo de sedimentação de leques aluviais segundo Denny (1967) e Schumm (1977). (a)
Incisão e entrincheiramento da zona proximal e início da deposição na zona distal; (b) preenchimento
sedimentar do canal à montante e progradação sedimenta para jusante; (c) preenchimento do canal e
aumento da rede distributária; (d) abandono do lobo primário com incisão à montante do novo canal e
deposição na zona distal; (e) (f) progradação sedimentar, aumento da rede distributária e formação de um
novo lobo deposicional.
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Fig. 2.8. Relações entre morfologia de leques aluviais com o estado do nível de base.
Fonte: Adaptado de Harvey (2000).
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subsidência os processos sedimentares progradacionais são dominantes e produzem
leques de grande extensão espacial, mas com reduzido pacote sedimentar (Fig. 2.9b).
Fig. 2.9. Morfologia de leques aluviais em ambientes deposicionais com (a) alta taxa e (b)
baixa taxa de subsidência. Fonte: Viséras et al (2003).
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estabelecimento dos megaleques ocorre com a afirmação de uma grande rede
hidrográfica à montante (Fig. 2.10c). Os autores também destacam que a sazonalidade
climática da região foi fundamental para o transporte dos sedimentos e a manutenção
dos processos deposicionais.
Nos megaleques fluviais a dinâmica sedimentar também está relacionada com
mecanismos de criação de espaço de acomodação e disponibilidade de suprimento
sedimentar. No entanto condições ambientais especiais são necessárias para que estes
depósitos atinjam as grandes dimensões espaciais que os caracterizam. Desta maneira
possuem maior dependência de fatores alogênicos (movimentos tectônicos e mudanças
climáticas regionais) para o fornecimento de grande volume sedimentar e criação de
espaço potencial para sua deposição.
Fig. 2.10. Modelo esquemático para a evolução de megaleques e sua rede de drenagem à
montante. Fonte: Horton & DeCelles (2001).
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3. MATERIAL E MÉTODOS
20
Tabela 3.1. Características dos sensores orbitais utilizados.
21
amostras para análise variográfica de seus resíduos. Esta modelagem fornece os pesos
ótimos para a krigagem ordinária e reamostragem espacial dos dados (Fig. 3.1).
Com os dados SRTM corrigidos e com pixel reamostrado para 30m, foram
realizados mais dois processamentos: cálculo de superfície de tendências e
quantificação dos resíduos topográficos. As informações altimétricas obtidas a partir de
ambos os métodos demonstrará a disposição geral das formas do megaleque e fornecerá
a altitude relativa das formas deposicionais, facilitando assim a distinção de eventos
deposicionais de mesma hierarquia.
A superfície de tendência foi obtida através da aplicação de uma equação
polinomial genérica (Draper & Smith, 1981) na variável altimétrica (Z) dos dados
SRTM corrigidos:
k i bxi-j yj
Z =i-0
Σ Σ
j-0 (eq. 1)
22
Fig. 3.2. Exemplos de superfícies de tendências para uma grade de dados altimétricos.
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Desta maneira os resíduos expressam as altitudes relativas, ou seja, variações
altimétricas negativas e/ou positivas em relação à disposição geral da superfície,
calculada pela Equação 1.
Dentro das Geociências, aplicações destes procedimentos são mais facilmente
encontrados em dados geológicos (e.g., Landim, 1973; Sturaro, 1994). A subtração de
cotas de isópacas com superfícies de tendências resulta em resíduos negativos e
positivos e facilita a identificação de áreas tectonicamente positivas e negativas
(Landim, 1998). Em Geomorfologia a posição altimétrica relativa das formas pode
fornecer pistas sobre sua gênese e auxiliar na compreensão de sua evolução (e.g, Soares
& Landim, 1976).
No megaleque, onde predominam processos deposicionais, os resíduos
topográficos podem indicar regiões com maior acúmulo de sedimentos (valores
positivos) e locais deprimidos que foram denudados ou possuem menor aporte
sedimentar que seu entorno (valores negativos).
24
onde: Σ|σ(i)| é a somatória dos desvios padrões das bandas avaliadas; Σ|r(i)| é somatória
dos coeficientes de correlação das bandas avaliadas. Quanto maior o coeficiente de OIF,
maior a variação dos tons de cinza e mais adequada será a composição colorida. Este
método foi aplicado individualmente para cada sensor.
Após os processamentos mencionados, os tripletes RGB foram exportados em
formato GeoTIFF, com nomenclatura indicando sensor, composição e data. Foi
utilizado o datum WGS84 zona21s como sistema de projeção cartográfica.
Fig. 3.3. Localização dos pontos visitados em campo sobrepostos ao mosaico CBERS2 3R4G2B.
25
Tentativas de incursão na porção norte do megaleque foram frustradas pelas
péssimas condições das estradas e, principalmente, pelo modelo de veículo inadequado
(Fig. 3.4).
Fig. 3.4 Péssimas condições das estradas (A e B) inviabilizaram o deslocamento para áreas mais remotas
do megaleque(C).
Fig. 3.5. Dados de campo foram coletados com o auxilio de um aparelho GPS e computador portátil.
26
Estes dados foram coletados para a realização de análises granulométricas, na
tentativa de assegurar maior confiabilidade nas interpretações dos dados orbitais.
Também foram realizados ensaios granulométricos de amostras coletadas em projetos
anteriores. Estes procedimentos estão em curso e seus resultados estarão incorporados
na versão final desta dissertação.
27
Portanto, esta estrutura digital forneceu a associação necessária entre todos os
materiais utilizados e viabilizou o procedimento para a determinação da cronologia dos
lobos deposicionais.
28
Portanto, todos os dados coletados e processados tiveram como propósito a
explicitação das relações morfológicas superficiais para a identificação dos lobos
deposicionais que compões o megaleque do Taquari.
Foram realizadas duas propostas de compartimentação dos lobos deposicionais
no megaleque. A primeira, de caráter preliminar, consistiu na definição dos lobos a
partir da análise visual dos cartogramas de drenagem e paleodrenagem, conforme
propôs Assine (2003). A presente análise se difere deste autor por fazer uso de dados
orbitais mais acurados e atualizados, além de contar com o incremento de um banco de
dados digital na organização espacial dos dados. A segunda proposta consistiu na
compartimentação dos lobos através de experimentos com técnicas de estatística
espacial e processamento digital de imagens, conduzidos no sentido de oferecer novos
meios para a distinção das unidades sedimentares.
29
4. RESULTADOS PARCIAIS
30
Fig. 4.1. Semivariogramas experimentais modelados dos quadros SRTM interpolados.
31
Fig. 4.2. Dispersão dos dados SRTM originais (SRTM90) com os dados interpolados (SRTM30).
32
Fig. 4.3. Comparação visual entre os dados SRTM90m (nativo) com MDE SRTM30m (corrigido).
33
O cálculo das superfícies de tendências dos dados SRTM corrigidos resultou em
modelos simplificados da superfície topográfica do megaleque e forneceu a base digital
para a estimação e quantificação dos resíduos topográficos.
A Equação 1 foi empregada nos dados SRTM30m para a construção de
superfícies de tendência do 1º, 2º, 3º e 4º grau (Fig. 4.4.), sendo que testes paramétricos
realizados (Teste-F) demonstraram que uma superfície cúbica possui a complexidade
espacial mínima para representar a tendência topográfica do megaleque (Tabela 4.1).
Tabela 4.1. Resultado do teste F para os valores de tendência, com 95% de intervalo de confiança.
Grau da Ajustamento Valor F Hipótese Erro de
superfície dos dados observado* aceita** hipótese
1º 0.82 0.904 Ha < 0.001%
2º 0.95 0.936 Ha < 0.001%
3º 0.97 0.987 H0 14.69%
4º 0.97 0.991 H0 32.46%
*
Valor crítico de F: 1.018.
**
H0: os valores de tendência computados são idênticos aos dados originais;
Ha: os valores de tendência computados diferem dos dados originais.
34
Fig. 4.4. Superfícies de tendência topográfica do Taquari. Os histogramas representam apenas as
freqüências altimétricas contidas dentro do megaleque.
35
Fig. 4.5. Resíduos derivados da superfície de tendência do 3º do megaleque (a), com o
histograma de suas alturas (b).
36
4.2. Imagens multiespectrais processadas
37
Fig. 4.6. Arquitetura do banco de dados construído.
38
Conforme expõem as figuras 4.6 e 4.7, os planos de informações interpretados
foram agrupados em layers separados. Isto permitiu a visualização independente de
cada feição e a distinção dos canais segundo suas características geométricas (Fig. 4.8).
39
associação da rede de drenagem mapeada com as técnicas quantitativas apresentadas, no
sentido de identificar maneiras potenciais para o detalhamento mais acurado dos lobos.
40
Fig. 4.9. Divisão preliminar dos lobos deposicionais do megaleque do Taquari.
41
Fig. 4.10. Divisão preliminar dos lobos plotada sobre o MDE.
42
4.6.2. Divisão “experimental” dos lobos deposicionais
43
estão despejando grandes volumes de sedimentos e sugerem o inicio de um novo lobo
deposicional.
Fig. 4.11. (A) Divisão experimental para o lobo atual; (B) rede de paleocanais e (C) vetores de fluxo
44
Fig. 4.12. “Box plot” dos resíduos topográficos dos lobos identificados. Os pontos azuis representam
valores extremos, a cruz vermelha o valor médio, as caixas demarcam 50% da ocorrência dos dados e o
seu traço interno o valor mediano.
Fig. 4.13. Processos de avulsão fluvial no baixo curso do rio Taquari, ápice do lobo 1.
45
Outros procedimentos de análise espacial foram realizados na tentativa de acurar
a discriminação dos lobos deposicionais existentes. No entanto, não se obteve resultados
esclarecedores e estes foram apresentados sob a forma de anexos.
46
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
47
agradável e representativa a visualização das feições posterior ao processamento
geoestatístico.
As superfícies de tendência não consistem em um plano ativo para a
interpretação dos lobos deposicionais. O principal objetivo destes dados é a referência
para a extração dos resíduos. Mas a análise da distribuição dos valores de altitudes
computada pode sugerir algumas interpretações interessantes. Quanto maior o grau do
polinômio utilizado, maior a assimetria do histograma e menor o valor altimétrico da
mediana. A partir do 3º grau os valores mais elevados de altitude aparecem com maior
freqüência na porção norte do megaleque, indicando menor espaço de acomodação para
a deposição de sedimentos nesta região. As tendências também demonstram os
semicírculos concêntricos de hipsometria que definem a forma de leque do Taquari.
Os resíduos topográficos são o resultado da interação entre os dois produtos
comentados anteriormente e é o plano de informação gerado que mais revela sobre as
expressões altimétricas dos lobos deposicionais.
Primeiramente deve-se ter claro que tanto o MDE-SRTM30m como os resíduos
expressam informações altimétricas. No entanto, os dados corrigidos do SRTM
apresentam como cota altimétrica 0m o datum WGS84, ou aproximadamente o nível do
mar; já os resíduos têm como referencial a superfície de tendência cúbica, derivada de
uma equação polinomial. Em grande escala esta transformação pode parecer irrelevante,
pois mantém aspecto semelhante à distribuição das classes hipsométricas normais.
Quando aplicada em escalas regionais, a visualização dos resíduos topográficos pode
demonstrar áreas deprimidas e/ou denudadas, locais de maior aporte sedimentar, e até
mesmo evidências de tectônica recente (Fig. 5.1).
A disposição dos resíduos do megaleque (Fig. 5.1.) demonstra uma grande área
deprimida a sudeste, com médias altimétricas inferiores a -10m em relação à tendência
cúbica calculada. Não coincidentemente, nesta área foi verificada a maior rede de
drenagem tributária do megaleque. Conforme sugere Soares et al. (1998) tais elementos,
mais recentes que a rede distributária relicta, podem indicar movimentações recentes de
massa.
Outras evidências de tectônica também são encontradas nos resíduos. Feições
lineares direcionadas para NE sugerem um controle de falhas geológicas sobre a
morfologia local. Paleocanais e cristas arenosas concordam com tais estruturas. Estas
evidências reforçam a hipótese de uma possível influência do lineamento
Transbrasiliano sobre as formas sedimentares superficiais da região (Assine & Soares,
48
1997) (Fig. 5.2). Já as feições lineares que se encontram na zona nordeste do mapa de
resíduos (Fig. 5.1) não expressam elementos fisiográficos e/ou geológicos. Estas feições
constituem um erro intrínseco da banda C / SRTM, conforme observou Bhang et al.
(2007). Em outras regiões do Pantanal também foi observado tais interferências, com
tamanho e orientação semelhantes. Possivelmente o método geoestatístico aplicado para
a correção dos dados não foi capaz de atenuar este erro devido as grandes dimensões do
mesmo.
Fig. 5.1. Comparação visual entre o MDE SRTM30m com os resíduos, em diferentes escalas.
49
encontra-se confinado em uma estreita planície e que está erodindo uma antiga zona
deposicional. Foram coletadas amostras nestes terraços para futuras datações e o arranjo
de fácies observado em campo sugere de antemão que nesta zona o Taquari está
erodindo uma antiga planície fluvial (Fig. 5.3.).
Em uma análise quantitativa geral dos resíduos pode-se observar no histograma
da figura 4.5 que a distribuição dos valores altimétricos encontra-se próxima da curva
de distribuição normal. Portanto aproximadamente 50% de todos os dados estão
concentrados entre -3.6 e 3.6m. Analises quantitativas específicas para cada lobo serão
comentadas a seguir.
Fig. 5.2. (A) Paleocanais com orientação preferencial para NE; (B) resíduos da mesma área com feições
lineares interpretadas; (C) imagem MODIS da mesma área de (A) e (D) imagem ASTER mostrando em
detalhe feições lineares associadas ao Transbrasiliano. A, B e C estão na mesma escala.
50
Fig. 5.3. Os resíduos topográficos no ápice do megaleque demonstram que o rio Taquari está encaixado e
erodindo seus terraços (A). Em (B) estratificação cruzada acanalada com seixos na base, sugere antigo
depósito fluvial. O local da foto está apontado em (A) por um asterisco.
51
(1977), demonstrado na figura 2.7 Já a divisão “experimental” realizada no lobo 1
exibiu seis compartimentos isolados, os quais não parecem demonstrar a mesma
simplicidade da dinâmica sedimentar visualizada na divisão preliminar. No entanto, se
estes 6 compartimentos forem adicionados em 2 grupos – Grupo1: lobos 1a, 1b e 1c;
Grupo2: lobos 1d, 1e e 1f – obter-se-á uma configuração geométrica semelhante ao
modelo preliminar. Tal fenômeno pode ser explicado pela auto-similaridade das formas
nas diversas escalas de observação, ou seja, as formas irregulares dos lobos
identificados em ambas compartimentações apresentam mesmo grau de irregularidade
(independem da escala de observação). Portanto o paradigma de superfícies
geomórficas fractais (La Barbera & Rosso, 1989; Korvin. G., 1992) parece se aplicar no
megaleque, uma vez que desde a escala micro até a escala macro de observação,
geometrias lobadas são identificadas (Fig. 5.4).
52
As diferenças altimétricas dos resíduos topográficos identificados na
compartimentação “experimental” suportam importantes considerações a respeito das
magnitudes dos processos deposicionais que construíram estas formas. Como foi
demonstrado nos resultados, cada lobo desta compartimentação apresenta uma
expressão altimétrica particular. Em um ambiente de sedimentação recente, como é o
lobo 1, resíduos altimétricos mais elevados que seu entorno sugerem grande volume de
sedimentos depositados, como é o caso do lobo 1c. Já valores que estão abaixo da
tendência local, como o lobo 1e, apontam a disponibilidade de espaço de acomodação e
são áreas potenciais para futuros sítios de sedimentação.
Embora a utilização dos métodos quantitativos para discriminação mais
detalhada dos eventos deposicionais tenha produzido resultados interessantes, eles não
forneceram a delineação precisa dos contatos entre os lobos. Isto se deve pelo modelo
de dados resultantes das análises com dados altimétricos (raster) ter menor acuidade de
limites geográficos em relação ao modelo resultante da análise dos paleocanais
(vetorial) (e.g., Burrought & Mcdonnel 1998). Deste modo é necessário para um bom
resultado a utilização de ambos planos de informação.
Orientando esta discussão para as mudanças ambientais, observa-se que no
ápice do lobo 1 um novo processo de avulsão parece estar em curso (Fig. 5.5). Diferente
do processo de migração lateral, a avulsão fluvial é uma brusca mudança no curso do rio
que em um curto espaço de tempo altera o traço do canal, conforme demonstrou a
figura 4.12. Este processo é associado à agradação sedimentar do canal e dos diques
marginais, tornando o curso fluvial altimetricamente superior ao seu entorno (Fig. 5.6).
O rompimento dos diques marginais durante regimes de alto fluxo inicia a drenagem
das águas para a planície fluvial através das crevasses e, caso o processo de avulsão seja
sucedido, o curso do rio é alterado.
A vasta rede de paleocanais identificada em todos os lobos deposicionais atesta
que tais processos são comuns na evolução do megaleque (Fig. 5.7), e ao contrário do
que algumas “correntes ambientalistas” sugerem, as avulsões não parecem ser induzidas
exclusivamente pela ação humana. Não pretende-se negar a influência do homem neste
sistema natural, mas o alcance humano parece estar restrito a freqüência dos processos.
Outros elementos geomórficos reliquiares identificados no megaleque também
devem ser analisados sob a luz de mudanças ambientais. Um exemplo clássico são as
lagoas alcalinas (também conhecidas como salinas) na porção sul do Taquari –
Nhecolância. Isoladas por cordões arenosos, estas lagoas não tem contato com o
53
escoamento superficial e apresentam um pH extremamente alto. Ilustres pesquisadores
que visitaram o local na década de 80 apontaram que esta fisionomia é herança de um
paleoclima semi-árido (Klammer, 1982; Tricart, 1982). Na presente compartimentação
estas feições também foram interpretadas como relictas; no entanto ainda não há
nenhum estudo conclusivo a respeito de sua origem.
Fig. 5.5. Avulsão do rio Taquari na fazenda Caronal e nos novos canais distributários formados.
54
Fig. 5.6. Antigos complexos de avulsão (A) e o atual canal do rio Taquari (B) encontram-se
altimetricamente superiores em relação à planície circundante. Nota-se na imagem do canal atual que os
novos distributários do Taquari, devido à maior carga de sedimento em suspensão, apresentam maior
reflectância que os paleocanais.
55
Fig. 5.7. Uma vasta rede de paleocanais é identificada em toda extensão do megaleque. (A) Paleocanais
distributários na porção norte – Pantanal de Paiguás – do megaleque; (B) Paleocanal meandrante próximo
ao canal atual do Taquari; (C) Paleocanal do tipo vazante próximo ao cinturão de meandros atual e (D)
Paleocanal do tipo vazante próximo à região de lagoas salinas – Pantanal da Nhecolândia.
56
Fig. 5.8. Paisagem das lagoas salinas (A e B) sofre ação de processos erosivos e possuem a tendência de
interconectar-se em uma rede tributária de escoamento superficial (C e D). As fotos C e D não
correspondem às imagens orbitais em detalhe.
57
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
58
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63
ANEXO I
Após o mapeamento da rede de paleocanais observou-se regiões com diferentes
densidades destas feições e imediatamente atentou-se para a aplicação do conceito de
densidade de drenagem (Horton, 1945), na tentativa de verificar alguma correlação com
os lobos identificados. A equação que demonstra este parâmetro (Dd) é definida por:
64