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O consumo de energia no Brasil começou a mostrar mudanças a partir da 2ª Guerra Mundial,

devido ao acelerado crescimento demográfico e urbanização, pelas implantações industriais e


pelo desenvolvimento da infra-estrutura rodoviária de característica energo-intensiva. Entre
1940 e 1950 a população do Brasil era de aproximadamente 41 milhões de habitantes e o
consumo energético primário era de 15 milhões de toneladas equivalenes de petróleo (tep). Em
2000 a população era maior que 170 milhões de habitantes, e o consumo se elevara para
cerca de 190 milhões de tep. Porém o consumo energético per capita brasileiro sempre foi
muito baixo, e o crescimento distribuído da renda nacional fará com que esse consumo
aumente. O cenário projetado para 2030 prevê um consumo de cerca de 560 milhões de tep
para uma população de mais de 238 milhões de habitantes. Assim a demanda per capita
aumenta de 1,190 para 2,345 tep/hab, mas ainda seria inferior à de muitos países como
Portugal, Grécia, Hong Kong e África do Sul, com faixas entre 2,400 e 2,800tep/hab. O Gráfico
1 apresenta a evolução da população frente a demanda per capita brasileira:

Importante frisar que há uma tendência de diversificação na matriz energética. Em 1970 essa
era predominantemente respondida por petróleo e lenha, cerca de 78%. Já em 2000, esse
valor caiu para 74% de participação, incluindo-se aí a participação da energia hidroelétrica.
Projeta-se para 2030 um cenário em que quatro fontes farão predominância na matriz
energética: além do petróleo e da energia hidroelétrica, aparecerão também a cana-de-açúcar
e o gás natural, com a perda da importância da lenha. Notável também a reversão da
tendência de redução das fontes renováveis na matriz energética brasileira. Durante o período
de maior utilização da lenha, em 1970, esses recursos respondiam por mais de 58%, mas com
o advento de recursos e processos mais eficientes essa participação reduziu a 44,5% em 2005.
Isso pode tender à uma outra reversão a partir de 2010, com a crescente demanda de álcool,
por exemplo. O Gráfico 2 ilustra isso melhor:

O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo


industrializado com 45,3% de sua produção proveniente de fontes como
recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar.
As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75%
da eletricidade do País. Vale lembrar que a matriz energética mundial é
composta por 13% de fontes renováveis no caso de Países
industrializados, caindo para 6% entre as nações em desenvolvimento.

Plano Nacional de Energia - 2030


O modelo energético brasileiro apresenta um forte potencial de
expansão, o que resulta em uma série de oportunidades de investimento
de longo prazo. A estimativa do Ministério de Minas e Energia para o
período 2008-2017 indica aportes públicos e privados da ordem de R$
352 bilhões para a ampliação do parque energético nacional.

Os recursos públicos virão principalmente do Programa de Aceleração do


Crescimento (PAC), iniciativa federal lançada em 2007 para promover a
aceleração da expansão econômica no País.

Para a área hidrelétrica estão previstos cerca de R$ 83 bilhões. Hoje,


apenas um terço do potencial hidráulico nacional é utilizado. Usinas de
grande porte a serem instaladas na região amazônica constituem a nova
fronteira hidrelétrica nacional e irão interferir não apenas na dimensão do
sistema de geração, mas também no perfil de distribuição de energia em
todo o País, abrindo novas possibilidades de desenvolvimento regional e
nacional.

Outros R$ 23 bilhões devem ser aplicados na expansão da produção e


oferta de biocombustíveis como etanol e biodiesel. O cenário
internacional aponta o interesse de vários Países em conhecer e adotar o
uso dos biocombustíveis em suas frotas – e, para atendê-los, o Brasil é
capaz de fornecedor o produto, os serviços e o conhecimento.
A força do etanol brasileiro
O volume total de etanol produzido em 2008 alcançou a marca dos 27
bilhões de litros, com um aumento de 17,9% se comparado ao período
anterior. As estimativas oficiais são de que este número irá crescer para
37 bilhões de litros em 2015.

Conheça algumas iniciativas brasileiras no setor energético:

Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia


Elétrica (Proinfa)
Criado em 2002 pelo Ministério de Minas e Energia, o Programa tem o
objetivo de desenvolver fontes alternativas e renováveis de energia para
a produção de eletricidade, levando em conta características e
potencialidades regionais e locais e investindo na redução de emissões
de gases de efeito estufa.

Em uma primeira fase, foi estabelecida a meta de implantação de 3.300


MW de capacidade instalada de centrais eólicas, de biomassa e de
pequenas centrais hidrelétricas, divididos em partes iguais para as três
fontes.

Atualmente, o Brasil conta com 36 usinas eólicas espalhadas por todo o


País, de Norte a Sul. Juntas, elas somam uma potência total de 602.284
kW de energia limpa. O que ainda se caracteriza por ser mínimo perante
o potencial de 300 Giga Watts que poderão ser explorados nas próximas
décadas.
Até o final de 2010, o Proinfa deverá ser concluído com a oferta de 1,5
GW de energia eólica em todo País, devido a investimentos de R$ 4,6
bilhões para a expansão dessa fonte.

No total o Programa prevê a implantação de 144 usinas, totalizando


3.299,40 MW de capacidade instalada, sendo 1.191,24 MW provenientes
de 63 PCHs, 1.422,92 MW de 54 usinas eólicas, e 685,24 MW de 27
usinas a base de biomassa. De acordo com o Ministério de Minas e
Energia, essa energia tem garantia de contratação por 20 anos pela
Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras).
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel)
Com o slogan “Energia é dinheiro, não desperdice”, o Procel foi criado
em 1985 e tem como principais objetivos diminuir o desperdício de
energia elétrica no País e buscar a eficiência energética no setor elétrico,
para atingir as seguintes metas essenciais: desenvolvimento tecnológico;
segurança energética; eficiência econômica, novos parâmetros
incorporados à cidadania e a redução de impactos ambientais.

De acordo com estudos realizados recentemente, a quantidade de


carbono evitada pelos Programas do Procel será expressiva ao longo
dos anos. A eficiência energética terá, até o ano 2010, contribuído para
evitar a emissão de cerca de 230 milhões de toneladas de carbono na
atmosfera - correspondentes a quase 29% das emissões totais de gases
estufa do setor elétrico brasileiro.

Vale destacar que desde a criação do Programa até 2005, foram


economizados 2.158 GWh de energia, provavelmente devido às
iniciativas para como promoção de iluminação mais eficiente (com a
substituição de lâmpadas na iluminação pública e nos setores comercial
e residencial); o aumento da eficiência de eletrodomésticos
(refrigeradores, freezers e condicionadores de ar) e de motores (por meio
de etiquetagem e concessão do Selo Procel).

Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados


do Petróleo e do Gás Natural
O objetivo do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos
Derivados do Petróleo e do Gás Natural é incentivar o uso eficiente
destas fontes de energia não-renováveis no transporte, nas residências,
no comércio, na indústria e na agropecuária.
Criada em 1991, a iniciativa estabelece convênios de cooperação técnica
e parcerias com órgãos governamentais, não governamentais,
representantes de entidades ligadas ao tema e também organiza e
promove projetos. A racionalização do uso da energia é fundamental
para diminuir impactos ambientais, reduzir custos, aumentar a
produtividade e assegurar o desenvolvimento sustentável do País.
A meta do governo é obter um ganho de eficiência energética de 25% no
uso de derivados de petróleo e do gás natural nos próximos 20 anos,
sem afetar o nível das atividades dos diversos setores da economia
nacional. Os recursos técnicos, administrativos e financeiros do
Programa são fornecidos pela Petrobras.

Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel


Desde 2004 o Brasil conta com o Programa Nacional de Produção e Uso
de Biodiesel, que regulamenta a produção e a distribuição do biodiesel
brasileiro, produzido com oleaginosas. O País é o terceiro maior produtor
dessa fonte energética do mundo, atrás apenas da Alemanha e Estados
Unidos.
Em cinco anos de Programa foram dados importantes passos rumo à
consolidação do biodiesel no Brasil. Inicialmente foi previsto o aumento
gradual da adição do biocombustível ao diesel tradicional até 2013,
quando a mistura deveria chegar a 5%. No entanto, o governo brasileiro
decidiu fortalecer suas iniciativas nessa área e acaba de antecipar em
três anos essa obrigatoriedade. Assim, o B5, como é chamada mistura
dos diesel tradicional e do biodiesel, passou a ser obrigatório a partir de
janeiro de 2010, em todo o território nacional. Essa medida deve elevar a
produção de biodiesel de cerca de 176 milhões anuais para 2,4 bilhões
de litros em 2010, reforçando a posição do Brasil na liderança mundial
em energias renováveis em escala comercial.

Sob o aspecto social, a ampliação do uso do biodiesel vai aumentar a


geração de emprego e renda, impacto no processo de inclusão social
atualmente em curso no Brasil ao promover de forma crescente a
agricultura familiar. Dos 2,4 bilhões de litros que serão demandados com
o B5, 80% será fornecido por unidades produtoras detentoras do Selo
Combustível Social. No viés econômico, haverá uma maior agregação de
valor às matérias-primas oleaginosas de origem nacional.

O Brasil possui 43 usinas com a seguinte distribuição regional de


capacidade:
Norte = 5%, Nordeste=19%, Centro-Oeste =33%, Sudeste =18% e Sul
=25%. Isso representa capacidade instalada suficiente de 3,6 bilhões de
litros/ano

Programa Luz Para Todos


O Governo Federal lançou em novembro de 2003 o desafio de acabar
com a exclusão elétrica no País. É o Programa Luz para Todos que,
originalmente, teve a meta de levar energia elétrica para mais de 10
milhões de pessoas do meio rural até o ano de 2008.

Resultado plenamente alcançado devido a investimentos da ordem de


R$ 9,7 bilhões, dos quais R$ 6,5 bilhões pelo governo federal e o
restante pelos governos estaduais e empresas distribuidoras.
Na prática, o Programa promoveu uma verdadeira revolução nas
localidades mais distantes dos centros urbanos do País, oferecendo
oportunidades de desenvolvimento humano antes impossíveis como o
acesso à informação, melhora da qualidade de vida nas residências,
novos negócios, entre outros.

Em razão do seu sucesso e do aumento da demanda surgida nos últimos


anos, o Programa Luz para Todos foi ampliado para até 2010, com o
objetivo de propiciar cerca de um milhão de novas instalações.
Hidrelétricas
O Brasil possui uma matriz de energia elétrica que conta com a
participação de 77,1% da hidroeletricidade. Energia proveniente de 140
usinas em operação, com perspectiva de aumento do uso dessa fonte.
Ao longo dos últimos 30 anos, o País evitou a emissão de cerca de 800
milhões de toneladas de CO2 equivalente por meio do uso de etanol
como substituto ou aditivo da gasolina.

A previsão do Plano Decenal de Energia é que o País terá 71 novas


usinas até 2017, com potencial de geração de 29.000 MW, sendo 15 na
bacia do Amazonas, 13 na bacia do Tocantins-Araguaia, 18 no rio
Paraná e 8 no rio Uruguai. As 28 usinas hidrelétricas planejadas na
região amazônica têm no seu conjunto, a capacidade instalada de 22.900
MW.

O Brasil usa energia hidrelétrica desde o final do século 19, mas as


décadas de 1960 e 1970 marcaram a fase de maior investimento na
construção de grandes usinas. Devido a essas opções feitas no passado,
o País abriga hoje a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia.
Inaugurada em 1984 depois de um acordo binacional com o Paraguai, a
Usina de Itaipu tem hoje potência instalada de 14 mil MW, com 20
unidades geradoras. Essa capacidade é suficiente para suprir cerca de
80% de toda a energia elétrica consumida no Paraguai e de 20% da
demanda do sistema interligado brasileiro.

Já as usinas de Jirau e Santo Antônio – ainda em fase de construção, no


Rio Madeira –, por exemplo, utilizam a tecnologia de turbinas bulbo,
diminuindo o alagamento necessário e, consequentemente, efeitos
negativos como o deslocamento de populações locais, a desapropriação
de terras e o impacto ambiental. Para monitorar os impactos, o Brasil
investe também no aperfeiçoamento das avaliações realizadas pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) antes da instalação de qualquer usina.
Energia eólica
De acordo com o Atlas Eólico Nacional, divulgado em 2001, o Brasil é o
País da América Latina e Caribe com maior capacidade de produção de
energia eólica, com potencial estimado de 143.000 Mega Watts (MW),
mas a boa notícia promete ser muito melhor.

Segundo estimativas que devem ser concluídas em 2011, no segundo


Atlas Eólico, o potencial brasileiro pode chegar a 300GW, superando o
que pode ser alcançado pelas usinas hidrelétricas planejadas e já
existentes. Isso se deve ao fato de que o novo Atlas está levando em
consideração a captação de ventos com torres de 100 metros de altura e
atualmente as torres possuem 50 metros.

É interessante observar que o Brasil tem um futuro promissor nessa área


e está enxergando as oportunidades de investir em eólica e ampliar
consideravelmente o uso dessa fonte energética. Atualmente, no Brasil,
existem em operação parques eólicos que somam 359 MW instalados,
porém com investimentos de R$ 4,6 bilhões até 2010, por meio do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa), o País terá oferta de 1,427 GW de energia eólica.

As iniciativas na área já estão atraindo investimentos de grupos


nacionais e estrangeiros, o que deve aumentar. A expectativa é que
cerca de 10.660 empregos diretos e indiretos sejam gerados nas
próximas décadas.
Portal Brasil : http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/11/matriz-
energetica

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