Ellen Meiksins Wood

Una obra innovadora en la que Ellen Meiksins Wood analiza las

ideas de los principales pensadores políticos de la tradición
occidental, no solo en el contexto del lenguaje político sino como
respuestas creativas que estos personajes, apasionadamente
comprometidos, dieron a las relaciones sociales y a los conflictos
que jalonaron la época en la que vivieron.

De ciudadanos a señores feudales ofrece una brillante exposición

de los pensadores y las ideas que, desde la antigua polis griega de
Platón, Aristóteles, Esquilo y Sófocles hasta el mundo medieval
de Averroes, Tomás de Aquino, Marsilio de Padua y Guillermo
de Ockham, pasando por la República romana de Cicerón y el
Imperio del apóstol Pablo y de Agustín de Hipona, han dejado
nna huella indeleble en nuestro mundo.
PAIDÓS Estado y Sociedad

Paidós
Estado y Sociedad
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 E llen M e ik s in s W o o d

D e c iu d a d a n o s a
s e ñ o re s fe u d a le s
H is t o ria s o c ia l d e l p e n s a m ie n t o p o lít ic o
d e la A n t ig ü e d a d a la E d a d M e d ia

Ellen Meiksins Wood (Nueva York, 1942),

reside actualmente en Londres y ha sido
durante muchos años profesora de Ciencia
Política en el Glendon College de la York
University en Toronto.

Entre sus principales obras se cuentan

Democracy Against Capitalism y Empire
of Capital.
ÆIII
P AI D Ó S
Barcelona · Buenos Aires · México
PAIDÓS ESTADO Y SOCIEDAD T ítu lo o rig ina l: C itiz e n s to L o rd s
C olec ció n dirigida po r C arme C astells P u b lic a d o en ing lés p o r Ve rso , s e llo e d it o ria l de N ew L e ft B o oks

T ra duc c ió n de F e rra n M e le r O rtí

Ú ltimo s título s pub licado s:
C u b ie rta d e J u d it G . B a rc ina
N . C h o m s k y , S o b r e d e m o c r a c i a y e d u c a c i ó n , v o l. 1
R . D a h r e n d o r f, E n b u s c a d e u n n u e v o o r d e n . U n a p o lí t i c a d e la l i b e r t a d p a r a e l s i g lo XXI
U . B e c k , L a m i r a d a c o s m o p o li ta o la g u e r r a e s la p a z
H . S c h m id t , L a s g r a n d e s p o t e n c i a s d e l f u t u r o
T . P o g g e , L a p o b r e z a e n e l m u n d o y lo s d e r e c h o s h u m a n o s
A . T o u r a in e , U n n u e v o p a r a d i g m a
M . Y u n u s , E l b a n q u e r o d e lo s p o b r e s
U . B e c k y E . G r a n d e , L a E u r o p a c o s m o p o li ta
P . A r r o jo , E l r e t o é ti c o d e la n u e v a c u lt u r a d e l a g u a
J . G r a y , C o n t r a e l p r o g r e s o y o tr a s i lu s i o n e s
A . N e g r i, M o v i m i e n t o s e n e l I m p e r i o . P a s a je s y p a i s a je s
Z . B a u m a n , V id a lí q u i d a
V. S h iv a , M a n i f i e s t o p a r a u n a D e m o c r a c i a d e la T ie r r a
M . C . N u s s b a u m , L a s f r o n t e r a s d e la ju s t i c i a
Z . B a u m a n , M i e d o lí q u i d o
A . N e g ri, G o o d b y e M r. S o c i a li s m
N . C h o m s k y y G . A c h c a r , E s ta d o s p e li g r o s o s . O r i e n t e M e d i o y la p o lí t i c a e x t e r i o r e s t a ­
d o u n id e n s e
A . T o u r a in e , E l m u n d o d e la s m u je r e s
N . K le in , L a d o c t r i n a d e l s h o c k
J . A t t a li, B r e v e h i s t o r i a d e l f u t u r o
A . G id d e n s , E u r o p a e n la e r a g lo b a l
R . D w o r k in , L a d e m o c r a c i a p o s ib le . P r i n c i p i o s p a r a u n n u e v o d e b a t e p o lí t i c o
U . B e c k , L a s o c ie d a d d e l r i e s g o m u n d i a l
A . N e g ri, L a f á b r i c a d e p o r c e la n a
M . Y u n u s , U n m u n d o s in p o b r e z a 1 . a e d ic ió n , f e b r e r o 2 0 1 1
L . N a p o le o n i, E c o n o m í a c a n a lla
J . G ra y , M is a n e g ra N o se p e rm ite la re p ro d u c c ió n to ta l o p a rc ia l d e es te lib ro , ni su in c o rp o ra c ió n a un sistem a
Z . B r e z in s k i, T re s p r e s i d e n te s in fo rm á tic o , n i su tra ns m isió n e n c u a lq u ie r fo rm a o p o r c ua lq u ie r m e d io , sea é s te e lec tró n ic o ,
A . M a t t e la r t , U n m u n d o v i g i la d o m e c á nic o , p o r fo to c o p ia , p o r g ra b a c ió n u o tro s m éto d o s, sin el p e rm is o p re vio y p o r e s c rito del
U . B e c k , E l d io s p e r s o n a l. L a i n d i v i d u a li z a c i ó n d e la r e li g i ó n y e l « e s p í r i t u » d e l c o s m o ­ e dito r. L a in fra c c ió n de lo s d e re c h o s m e nc io n a do s p u e d e s er c o n s titu tiva de d e lito c o n tra la
p o li t i s m o p ro p ie d a d in te le c tu a l ( Art. 2 7 0 y s ig uientes d e l C ó dig o P e n a l) . D iríja s e a C E D R O ( C en tro
M . C . N u s s b a u m , I n d i a . D e m o c r a c i a y v i o le n c i a r e li g i o s a E s pa ño l de D e re c h o s R e pro g rá fic o s ) si ne c e s ita fo to c o p ia r o e s c a n ea r a lg ún fra g m e nto de esta
D . I n n e r a r it y , E l f u t u r o y s u s e n e m ig o s . U n a d e f e n s a d e la e s p e r a n z a p o lí t i c a o b ra . P u e d e c o n ta c ta r c o n C E D R O a tra vé s de la we b ww w.c o nlic e nc ia .c o m o p o r te lé fo n o
e n e l 9 1 7 0 2 19 7 0 / 93 2 7 2 0 4 4 7 .
P . S in g e r y J . M a s o n , S o m o s lo q u e c o m e m o s . L a i m p o r t a n c i a d e lo s a li m e n t o s q u e d e c i ­
d im o s c o n s u m ir
© E llen M eiksins W o o d , 2 0 0 8 . F irst P u blis h e d b y Ve rs o , 2 0 0 8 .
G . V a t t im o , E c c e c o m u . C ó m o s e lle g a a s e r lo q u e s e e r a
A ll rig hts re s erve d
W . K y m lic k a , L a s o d i s e a s m u lt i c u lt u r a le s . L a s n u e v a s p o lí t i c a s i n t e r n a c i o n a le s d e la d i ­
© 2 0 11 de la tra d u c c ió n , F e rra n M e le r O rtí
v e r s id a d
© 2 0 11 de to d a s las edic io n e s en c a ste lla no
A . T o u r a in e , L a m i r a d a s o c ia l. U n m a r c o d e p e n s a m i e n t o d i s t i n t o p a r a e l s i g lo XXI E spasa L ib ro s , S. L . U .,
N . G a r c ía C a n c lin i, L a g lo b a li z a c i ó n i m a g i n a d a ( e d . e s p a ñ o la ) P a se o de R ec o leto s , 4 . 2 8 0 0 1 M a d rid
Z . B aum an, M u n d o c on su m o P a id ó s es un sello e d ito ria l de E spa sa L ib ro s S. L . U .
H . H e c lo , P e n s a r i n s t i t u c i o n a lm e n t e ww w.pa id o s .c o m
M . W a lz e r , P e n s a r p o lí t i c a m e n t e
J . R ifk in , L a c i v i li z a c i ó n e m p á ti c a . L a c a r r e r a h a c i a u n a c o n c i e n c ia g lo b a l e n u n m u n d o ISB N : 9 7 8 - 8 4 - 4 9 3 - 2 4 8 2 - 6
e n c r i s is D e p ó s ito leg a l: M - 7 9 1- 2 0 11
P . R o s a n v a llo n , L a le g i t i m i d a d d e m o c r á ti c a . I m p a r c i a li d a d , r e f le x i b i d a d y p r o x i m i d a d
L . N a p o le o n i, L a m o r d a z a . L a s v e r d a d e r a s r a z o n e s d e la c r i s is m u n d i a l I m p r e s o e n A r t e s G r á f ic a s H u e r t a s , S .A .
A . M a r g a lit , L a s o c i e d a d d e c e n te C a m in o v ie j o d e G e t a f e , 6 0 — 2 8 9 4 6 F u e n la b r a d a ( M a d r id )
E . M . W o o d , D e c i u d a d a n o s a s e ñ o r e s f e u d a le s
I m p re so en E sp añ a - Printed in Spain
 SUMARIO

E n m e m o ria d e N e a l W o o d

A g r a d e c im ie n t o s ......................................................................................... 11

1. L a h isto ria so c ial de la te o ría p o lít ic a ........................................... 13

2. L a an tigua p o lis g r ie g a ....................................................................... 47
3. D e la p o lis al im p e rio ....................................................................... 133
4. L a E dad M e d ia ................................................................................... 213

C o n c lusió n ................................................................................................... 297

ín d ic e an alític o y de n o m b res ............................................................... 303

AG RAD E CIM IE N T O S
C o m o tan a m e n udo h e h e c h o en o tras o c asio n e s, q uie ro e x p re s ar
m i e s p e c ial agrad e c im ie n to a G e o rge C o m n in e l, q ue le yó to do e l m a­
n usc rito e h izo sus ac o s tum b radas s uge re n c ias, ge n e ro sas y sagac e s. M i
grat it u d tam b ié n p ara P au l C artle d ge , J a n e t C o le m an y G o rdo n S c h o -
c h e t, q ue le ye ro n p arte s de l m an usc rito e h ic ie ro n c o m e n tario s utile s ,
au n q u e , p o r s u p ue sto , n o so n re s p o n sab le s de q ue n o h aya t e n id o en
c ue n ta sus b ue n o s c o n se jo s. P e rry A n de rso n ac e p tó am ab le m e n te m i
p e tic ió n de ú ltim a h o ra de q ue h ic ie ra u n a le c t u ra rá p id a de to do el
te x to y m e p ro p uso algun as suge re n c ias q ue m e re s u ltaro n m uy útile s .
Y m i e s p e c ial agrad e c im ie n to a E d B ro ad b e n t, q ue c o n b rillan t e z se
p uso en el lu g a r d e l p ú b lic o c o n e l q ue to do e s c rito r sue ñ a, el in t e li­
ge n te le c to r ge n e ralis ta. E sto y p ro f un d am e n te en d e u d a c o n é l p o r su
agu d e z a c rít ic a y p o r e l ap o yo y e l alie n to in c o n d ic io n ale s q ue m e h a
p re s tad o .
P e ro m i m ayo r d e ud a es la q ue te n go c o n traíd a c o n N e al W o o d.
H ac e m uc h o s añ o s, d e c idim o s q ue algú n d ía e sc rib iríam o s jun to s un a
h is to ria so c ial de la te o ría p o lític a. P o r algu n a raz ó n , n un c a lo c o n se ­
guim o s. S ie m p re h ub o o tro s p ro ye c to s q ue e m p re n d e r y lle v ar a b ue n
p ue rto . S in e m b argo , c uan do , de sp ué s de su m ue rte , e m p e c é a h ac e rlo
p o r m i c ue n ta, h a c o n tin uad o sien do en c ie rta m an e ra su c o auto r. N eal
f ue e l p rim e ro en in tro d u c irm e en la h is to ria d e l p e n sam ie n to p o lític o
y f ue é l q uie n ac uñ ó la f rase «h is t o r ia s o c ial de la te o ría p o lít ic a ». S in
su ric o c o rp us de o b ras en e ste ám b ito y su e je m p lo de in t e g rid ad in t e ­
le c tu al, sum ada a su c o m pro m iso ap asio n ado , este p ro ye c to h ab ría sido
in c o n c e b ib le .
C ap ítu lo 1
LA H IST O R IA SO C IAL D E L A T E O R ÍA P O L ÍT IC A
¿Q u é e s l a t e o r ía po l ít ic a ?
T o da c iviliz ac ió n c o m p le ja, c o n un e stado y un a c lase d irige n te o r­
gan iz ad a, de b e ge n e rar algún tip o de re f le x ió n so b re las re lac io n e s q ue
se e stab le c e n e n tre lo s d irige n te s y lo s d irigido s , e n tre lo s q ue m an dan y
lo s q ue ac atan , e n tre o rd e n ar y o b ede c e r. T an to si ad o p ta la f o rm a de
un a f ilo so f ía siste m átic a o un a f o rm a p o é tic a c o m o si trata de un a p a r á ­
b o la o de un p ro ve rb io , a e sta re f le x ió n p o dem o s llam arla, tan to en las
trad ic io n e s o rale s c o m o en las c ultu ras e sc ritas, p e n sam ie n to p o lític o .
D e to do s m o do s, el tem a de este lib ro es un a m an e ra b astan te p a rt ic u ­
la r de e n te n de r e l p e n sam ien to p o lític o , p ues h ac e re f e re n c ia a un a f o r­
m a q ue ap are c ió en la G re c ia an tigu a, de n tro de un as c o n dic io n e s h is ­
tó ric as m uy p art ic u la re s , y q ue a lo largo de do s m ile n io s se d e sarro lló
en la re gió n q ue llam am o s E uro p a y en sus re duc to s c o lo n iale s .1
L o s griego s, p ara b ie n o p ara m al, in ven taro n un m o do p ro p io y d is ­
tin tivo de lo q ue sign if ic a te o ría p o lític a: la in te rro gac ió n siste m átic a y
1. E l p e n s a m ie n t o p o lít ic o , e n c u a lq u ie r a d e s u s fo r m a s , s u p o n e la e x is t e n c ia d e
u n a o r g a n iz a c ió n p o lít ic a . A lo s e fe c t o s d e e s t e lib r o , lla m a r é a e s a fo r m a d e o r g a n i­
z a c ió n e l « e s t a d o » y lo d e fin ir é d e u n m o d o q u e s e a lo b a s t a n t e a m p lio c o m o p a r a
a b a r c a r u n a a m p lia v a r ie d a d d e fo r m a s , d e s d e la p o li s g r ie g a y e l a n t ig u o r e in o b u r o ­
c r á t ic o h a s t a e l e s t a d o - n a c ió n m o d e r n o ( a u n q u e a m e n u d o t e n d r e m o s o c a s ió n , a lo
la r g o d e e s t e lib r o , d e t o m a r b u e n a n o t a d e la s d ife r e n c ia s e n t r e lo s d iv e r s o s t ip o s d e
e s t a d o ) . E l e s t a d o e s , p o r t a n t o , « u n c o m p le jo d e in s t it u c io n e s m e d ia n t e la s c u a le s e l
p o d e r d e la s o c ie d a d s e o r g a n iz a s o b r e u n p r in c ip io s u p e r io r a l d e l p a r e n t e s c o » , u n a
o r g a n iz a c ió n d e p o d e r q u e c o n lle v a e l a t r ib u ir s e « u n a im p o r t a n c ia p r im o r d ia l e n la
a p lic a c ió n d e la fu e r z a u n ila t e r a l a lo s p r o b le m a s s o c ia le s » y q u e c o n s is t e e n « i n s t r u ­
m e n t o s fo r m a le s y e s p e c ia liz a d o s d e c o e r c ió n » ( M o r t o n F r ie d , T h e E v o lu t i o n o f P o l i t i ­
c a l S o c i e t y , R a n d o m H o u s e , N u e v a Y o r k , 1 9 6 8 , p á g s . 2 2 9 - 2 3 0 ) . E l e s t a d o a b a r c a in s t i­
t u c io n e s m e n o s in c lu s iv a s — fa m ilia s , c la n e s , g r u p o s d e p a r e n t e s c o , e t c . — y c u m p le
fu n c io n e s s o c ia le s c o m u n e s a t o d o s y q u e e s t e t ip o d e in s t it u c io n e s n o p u e d e n d e s e m ­
p e ñ a r.
14 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
an alític a (lle n a de def in ic io n es lab o rio sam en te c o n struidas) de lo s p rin ­
c ip io s p o lític o s; la ap lic ac ió n de la razó n c rític a a la in te rro gac ió n de sus
f un dam en to s, y la le gitim id ad de las n o rm as m o rales y lo s p rin c ip io s del
d e re c h o p o lític o . S i b ie n en el m un do o c c id e n tal h a h ab id o m uc h as
o tras m an e ras de p e n s ar la p o lít ic a , aq u e llo s a lo s q ue c o n side ram o s
c o m o lo s c lásic o s — an tiguo s y m o d e rn o s— de l p e n sam ie n to p o lític o
o c c id e n tal p e rte n e c e n a la trad ic ió n de te o r ía p o lític a q ue f un daro n lo s
grie go s.
O tras c iviliz ac io n e s an tiguas q ue , en m uc h o s se n tido s, e stab an m ás
de s arro llad as q ue lo s grie go s — c o m en zan do p o r las té c n ic as de c ultivo
y te rm in an do p o r e l c o m erc io , sin o lv idar la n avegac ió n y c ualq u ie r f o r­
m a de arte o arte s an ía m ayo r q ue p o dam o s c o n c e b ir— p ro d uje ro n
ab un d an te lit e ra t u r a so b re c ad a un a de las ac tiv id ad e s h um an as y tam ­
b ié n se p re gun taro n c uále s h ab rían sido lo s o ríge n e s de la v id a y la f o r­
m ac ió n d e l U n iverso ; p e ro , en ge n e ral, n o h ic ie ro n un e stud io c rític o y
siste m átic o so b re e l o rde n p o lític o .
P o de m o s c o n trastar, p o r e je m p lo , la m an e ra en q ue lo s grie go s e n ­
te n d ían lo s p rin c ip io s de l o rde n p o lític o c o n la f ilo so f ía d e l p re c e p to
é tic o , d e l af o rism o , d e l c o n sejo y el e je m p lo q ue p ro dujo la c iviliz ac ió n
c h in a (m uc h o m ás d e s a r ro lla d a y c o m p le ja q ue la g rie g a ) , c uya t r a d i­
c ió n de p e n s am ie n to p o lític o e ra p ro p ia, ric a y v a ria d a. E n ese s e n t i­
do , la f ilo so f ía c o n f uc ian a, p ara re f e rirs e a c uál h a de se r la c o n duc ta
ap ro p iad a, e lige p o r e je m p lo la f o rm a af o rís tic a, aun q u e tam b ié n se e x ­
p re s a, c o n e l f in de c o m un ic ar le c c io n e s p o lític as , c o n p ro v e rb io s y
an é c do tas e je m p lare s . N o lo h ac e , sin e m b argo , m e d ian te la argu m e n ­
tac ió n , sin o a través de alusio n e s s utile s y de c ap as c o m p le jas de s ign i­
f ic ado . O tra de las c iv iliz ac io n e s q ue re sultó ser m ás d e s arro llad a q ue
la grie ga c lás ic a f ue la in d ia, q ue gen e ró un a trad ic ió n de p e n sam ie n to
p o lític o en la q ue n o ap are c e la re f le x ió n te ó ric a y an alít ic a q ue c ara c ­
te riz ó a las o b ras in d ias en o tro s ám b ito s, c o m o so n la ló gic a, la e p is te ­
m o lo gía y la f ilo so f ía m o ral, p e ro e x p re só su c o m p ro m iso c o n las dis p o ­
sic io n es p o lític as e x iste n te s en un a f o rm a m uy d id ác tic a, de sp ro vista de
un a argum e n tac ió n siste m átic a. A sim ism o , tam b ié n p o dem o s c o n tras ­
t a r la f ilo so f ía p o lític a c lás ic a c o n la an te rio r p o e sía h o m é ric a, c e n trad a
en lo s id e ale s , lo s m o de lo s y e je m p lo s h e ro ic o s, o c o n la p o e sía p o lític a
de S o ló n en v ísp e ras de la p o lis c lásic a.
T al c o m o la c o n o c em o s en O c c id e n te , la te o ría p o lític a se rem o n ta
a lo s an tiguo s f iló so f o s grie go s — e s p e c ialm e n te P ro tágo ras , S ó c rate s,
P lató n y A ris tó t e le s — , y h a d ado lu g ar a un a s e rie de p e n s ad o re s q ue
L a h is to ria s o c ia l d e la te o ría p o lít ic a 15
f o rm an p arte d e l «c a n o n » y c uyo s n o m b res h an p asado a se r f am iliare s,
in c luso p ara q uie n e s aún no h an le íd o n in gun a de sus o b ras: A gustín de
H ip o n a, T o m ás de A q uin o , N ic o lás M aq u iav e lo , T h o m as H o b b e s,
J o h n L o c k e , J e an - J ac q u e s R o usse au, G e o rg W ilh e lm F rie d ric h H e ge l
y J o h n S tuart M ili, e n tre o tro s m uc h o s. L o s te x to s de esto s p e n sado re s
so n m uy d if e re n te s e n tre sí, p e ro tie n e n algun o s p un to s en c o m ún . S i
b ie n , en o c asio n e s, an aliz an e l e stado tal c o m o es, su p rin c ip al em p eñ o
c o n siste en h ac e rlo de m an e ra c rít ic a y p re s c rip tiv a, p ue s to do s ello s
c o n c ib e n c ó m o d e b e ría ser la o rde n ac ió n justa y ad e c u ad a de la s o c ie ­
dad y de l go b ie rn o . Y aq u e llo q ue a m en udo se c o n c ib e c o m o «j u s t o »
se b asa en c ie rta c o n c ep c ió n de la ju s t ic ia y de la v id a m o ralm e n te b u e ­
n a, p e ro tam b ién p ue d e p ro c e de r de algun as re f le x io n es p rác tic as so b re
aq u e llo q ue es n e c e sario p ara m an te n e r la p az, la s e gu rid ad y el b ie n e s ­
t a r m ate rial.
A lgun o s te ó ric o s de la p o lític a p e n saro n c ó m o d e b ía ser un e stado
id e alm e n te ju sto ; o tro s, en c am b io , p lan te aro n c uále s de b ían se r las re ­
f o rm as q ue te n ían q ue e m p re n d e r algun o s go b ie rn o s y o f re c ie ro n p ro ­
p ue stas p ara g u iar las p o lític as p ú b lic as . P ara to do s e llo s, las p re gun tas
f un d am e n tale s g u ard ab an re lac ió n c o n q uié n d e b ía go b e rn ar y c ó m o
d e b ía h ac e rlo , o c o n q ué f o rm a de go b ie rn o e ra la m ejo r. P e ro , en g e ­
n e ral, ac e p tab an q ue n o e ra suf ic ie n te c o n h ac e r p re gu n tas (y re s p o n ­
d e rlas) so b re c uál e ra la m ejo r f o rm a de go b ie rn o , sin o q ue p o stu lab an
q ue d e b ían an aliz ars e c rít ic am e n t e lo s m o tivo s p o r lo s c uale s algun o s
j u ic io s te n ían m ás v alid e z q ue o tro s. E n e stas p re gu n tas sie m p re s u b ­
yac e un a c o n c ep c ió n d e te rm in ad a de la n atu rale z a h um an a y un a id e a
so b re q ué c u alid ad e s de b e n ser c u ltiv ad as y c o n tro lad as p o r lo s seres
h um an o s p ara lo grar un o rden so c ial justo y ad e c uad o . L o s te ó ric o s de
la p o lític a esb o zaro n sus id e ale s c o n re sp ec to a lo s se re s h um an o s e in ­
dagaro n q ué gé n e ro de d is p o sic io n e s p o lític as y so c iale s e ran n e c e s a ­
rias p ara q ue e sta f o rm a de c o n c e b ir a la h um an id ad se h ic ie ra re alid ad .
Y , d e sde q ue se f o rm ularo n estas c ue stio n e s só lo h ub o q ue d ar un p aso
p ara p re gu n tars e , p o r e je m p lo , p o r q ué y b ajo q ué c o n dic io n e s d e b ía ­
m o s o b e d e c e r a q uie n e s no s go b e rn ab an , y si sie m p re te n íam o s d e re ­
c ho a de so b e de c e rlo s y re b e larn o s.
P u e d e n p are c e m o s p re gu n tas o b vias, p e ro la id e a m ism a de p la n ­
te arlas , la id e a de q ue lo s p rin c ip io s de un go b ie rn o o la o b ligac ió n de
o b e d e c e r a la au t o rid a d so n te m as ap ro p iad o s p a ra la re f le x ió n s is t e ­
m átic a y la ap lic ac ió n de la razó n c rít ic a, n o es algo q ue p o dam o s d ar
p o r d e sc o n tado . L a te o ría p o lít ic a sup uso un h ito c u lt u ra l tan im p o r-
16 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
tan te c o m o la re f le x ió n f ilo só f ic a siste m átic a o la re f le x ió n c ie n tíf ic a so ­
b re la n a tu rale z a de la m ate ria, la T ie rra y lo s c ue rp o s c e le ste s. L a in ­
ve n c ió n de la te o ría p o lític a re s u lta, en to do c aso , m ás d if íc il de e x p li­
c ar q ue la ap aric ió n de la f ilo so f ía n atu ral y la c ie n c ia.
E n las p ágin as q ue sigue n , e x p lo rare m o s las c o n dic io n e s h istó ric as
en las q ue se in ven tó la te o ría p o lític a y e l m o do en q ue se d e sarro lló en
c o n te x to s h istó ric o s e sp e c íf ic o s, te n ie n do sie m p re p re s e n te q ue la m a­
yo ría de sus o b ras c lás ic as f uero n e sc ritas c o m o re sp ue sta a c irc u n s tan ­
c ias h istó ric as p artic u lare s . L o s p e río do s de m ayo r c re ativ id ad p ara la
te o ría p o lític a tuvie ro n lu g ar en m o m en to s h istó ric o s en lo s q ue el c o n ­
f lic to so c ial y p o lític o e stalló de un m o do p artic u larm e n te ap re m ian te ,
ac arre an d o c o n se c ue n c ias de largo alc an c e. P e ro in c luso en é p o c as m ás
so se gadas, las p re gu n tas q ue se p lan te aro n lo s te ó ric o s de la p o lític a se
p re s e n taro n de m an e ra e sp e c íf ic a.
E sto s ign if ic a v arias c o sas. E n p rim e r lu gar, q ue lo s te ó ric o s de la
p o lít ic a p u e d e n h ab larn o s a travé s de lo s siglo s. C o m o c o m e n taristas
de la c o n dic ió n h um an a, tal vez te n gan algo q ue de c ir en to das las é p o ­
c as. P e ro so n c riatu ras h is tó ric as , c o m o to do s lo s se re s h um an o s, y si
ten em o s algu n a id e a de p o r q ué e x p re saro n c ie rtas c o sas, q uié n e s f u e ­
ro n sus d e s tin atario s , c o n q uié n e s p o le m iz aro n (im p líc ita o e x p líc it a ­
m e n te ), c ó m o o b se rvaro n e l m un do in m e d iato q ue lo s ro d e ab a y q ué
c o sas p e n s ab an q ue d e b ían se r c am b iad as o c o n se rv ad as , p o dre m o s
c o m p re n d e r de un m o do m uc h o m ás ric o y c ab al aq u e llo q ue tie n e n
q ue d e c irn o s, in c lus o la m an e ra en q ue sus p ro p ias id e as p o d rían ilu ­
m in ar n ue stro m o m en to h istó ric o e sp e c íf ic o .
N o se t rat a s e n c illam e n te de un a c ue stió n de d e t alle b io gráf ic o o
in c luso de un «tras f o n d o » h istó ric o . C o m p re n d e r aq ue llo q ue d ic e n lo s
te ó ric o s de la p o lític a e x ige q ue c o n o zc am o s q ué p re gu n tas trataro n de
re sp o n de r, así c o m o aq u e llas o tras p re gu n tas a las q ue se e n f re n taro n ,
n o só lo c o m o ab strac c io n e s f ilo só f ic as, sin o c o m o p ro b le m as e s p e c íf i­
c o s, p lan te ad o s p o r c o n dic io n e s h istó ric as c o n c re tas, en e l c o n te x to de
ac tiv id ad e s p rác tic as e sp e c íf ic as, de re lac io n e s so c iale s, c ue stio n e s im ­
p o s te rgab le s , q ue jas y c o n f lic to s c o n c re to s.
La h ist o r ia d e l a t e o r ía po l ít ic a
L a c o m p re n sió n de la te o ría p o lít ic a c o m o un p ro d u c to h istó ric o
n o sie m p re h a p re d o m in ad o e n tre lo s e s p e c ialis tas en h is to ria d e l pen -
L a h is t o ria s o c ia l d e la te o ría p o lít ic a 17
sam ien to p o lític o . T al vez to davía p re c is e j u s t if ic ars e an te la ac usac ió n ,
e n tre m uc h as o tras, de q ue , al h is t o r iar las gran d e s o b ras de la te o ría
p o lít ic a , se las d e grad a y se las t r iv ia liz a, c o n lo c ual se le s n ie ga c u a l­
q u ie r sign if ic ad o e im p o rtan c ia m ás allá de su p ro p io m o m en to h is tó ­
ric o .
T rataré de e x p lic a r y d e f e n d e r las raz o n e s q ue ju s t if ic an m i m o do
de p ro c e d e r, p e ro p a ra e llo , en p rim e r lu gar, es p re c is o q ue e sb o c e el
m o do en q ue la h is to ria d e l p e n sam ie n to p o lític o h a sido e s tu d iad a en
lo s últim o s tiem p o s.
E n las d é c ad as de 1 9 6 0 y 1 9 7 0 , en un a é p o c a en la q ue h ab ía re n a­
c ido e l e studio de la te o ría p o lític a, lo s e s p e c ialis tas ac adé m ic o s so lían
d e b atir in c an sab le m e n te so b re la n atu rale z a y e l de stin o de e sta m ate ­
ria. P ero en las un iv e rs id ad e s n o rte am e ric an as , so b re to do , en ge n e ral
se e s p e rab a q ue lo s te ó ric o s de la p o lític a ac e p taran q ue lo s e studio s se
b as ab an en dato s «e m p ír ic o s » y «n o rm at iv o s ». D e un lad o , e s tab a la
c ie n c ia p o lític a r e a l, q ue af irm ab a t rat ar c ie n tíf ic am e n te lo s h ec h o s de
la v id a p o lític a tal c o m o so n ; y d e l o tro , la «t e o r ía », c o n f in ada a la to rre
de m arf il de la f ilo so f ía p o lític a y d e d ic ad a a re f le x io n ar n o so b re lo
q ue e s, sin o so b re aq u e llo q ue d e b e ría s e r.
I n d u d ab le m e n te , e sta e s té ril div isió n de la d is c ip lin a d e b ía m uc h o
a la c u ltu ra de la g u e rra f ría, q ue en g e n e ral ale n tab a a q ue lo s ac a d é ­
m ic o s re n u n c iaran a e je rc e r un a c rít ic a s o c ial m o rdaz. L a c ie n c ia p o lí­
tic a p e rd ió , en to do c aso , gran p arte de su c arác t e r in c isivo . E l o b je to
de e stud io p ara e sta sup ue sta «c ie n c ia » n o e ra la ac c ió n c re ativ a h u m a­
n a, sin o m ás b ie n e l «c o m p o rt am ie n t o » p o lític o q ue p o d ía ser c o m ­
p re n d id o — y as í se af irm ab a— p o r m e d io de m éto do s c uan titativ o s
ad e c uad o s a lo s m o vim ie n to s in v o lu n tario s de lo s c ue rp o s m ate riale s ,
áto m o s o p lan tas.
P o r c ie rto , e sta m an e ra de ve r la c ie n c ia p o lític a f ue p ue sta en te la
de ju ic io p o r algun o s te ó ric o s de la p o lít ic a , e sp e c ialm e n te p o r S h el-
do m W o lin , c uya o b ra, P o litic s a n d V is io n , re iv in d ic ab a c o n e lo c u e n c ia
la im p o rtan c ia de un a visió n c re ativ a en e l an ális is p o lític o .2 P e ro , al
m en o s p o r un tie m p o , m uc h o s te ó ric o s de la p o lític a p are c ían e s tar lo
b as tan te c o n ten to s c o m o p ara ac e p tar e l lu g a r q ue le s as ign ab an lo s ul-
trae m p iris tas «c o n d u c t is t a s » q ue p o r e n to n c e s do m in ab an lo s d e p ar t a­
2. L a v e r s ió n m á s r e c ie n t e , a m p lia d a y r e v is a d a , d e P o li t i c s a n d V i s i o n : C o n t i n u i t y
a n d I n n o v a t i o n in W e s te r n P o li t i c a l T h o u g h t, c u ya p r im e r a e d ic ió n a p a r e c ió e n 1 9 6 0 , e s
la d e P r in c e t o n U n iv e r s it y P r e s s p u b lic a d a e n 2 0 0 6 .

18 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m en to s n o rte am e ric an o s de c ie n c ias p o lític as . E sto le s re s u lt ab a e s p e ­
c ialm e n te c o n ve n ie n te a lo s d is c íp u lo s de L e o S trauss, q ue en e sa é p o ­
c a f o rm ab an un a n e f as ta alian z a c o n lo s c o n d uc tis tas , en v irtu d de la
c ual c ad a f ac c ió n e stab a de ac ue rdo en re s p e tar la in v io lab ilid ad de l t e ­
rrito rio de la o tra.3 L o s e m p iris tas ib an a d e jar q ue lo s f iló so f o s d e s a­
rro llaran tran q u ilam e n te sus in t ric a d as re de s c o n c e p tuale s sie m p re y
c uan do lo s te ó ric o s n o rm ativ o s no c e n traran sus c rític as en e l an álisis
p o lític o q ue h ac ían lo s c o le gas de la lín e a e m p íric a. E l at aq u e straus-
sian o c o n tra e l «h is t o ric is m o » se d ir ig ía c o n tra o tro s te ó ric o s, en un a
de f e n sa s e d ic e n te de las v e rd ad e s u n iv e rsale s y ab so lutas en c o n tra de l
relativism o de la m o de rn idad. Y aun q ue después de stac arían c o m o id e ó ­
lo go s in f luye n te s d e l n e o c o n s e rv adurism o y tam b ié n , p o r d e c irlo de a l­
gún m o do , c o m o m en to re s f ilo só f ic o s d e l ré gim e n de G e o rge W . B ush ,
lo s te ó ric o s straussian o s q ue p e rte n e c ían a un a ge n e rac ió n an te rio r se
lim itab an a d ar c o n tin u id ad , en e l p lan o f ilo só f ic o , a su age n d a p o lític a
re ac c io n aria y an tim o d e rn a (c u an d o n o an tid e m o c rátic a), salvo en
aq ue llo s c aso s en lo s q ue se av e n t u rab an c o m p le tam e n te f u e ra de lo s
3. N o e s é s t e e l lu g a r p a r a e n t r a r a d e b a t ir la s o p in io n e s p o lít ic a s d e L e o S t r a u s s ,
p u e s s ó lo s e t r a t a d e e n fo c a r s u e s t u d io d e la t e o r ía p o lít ic a . N a c id o e n A le m a n ia e n
1 8 8 9 , S t r a u s s e m ig ró a E s t a d o s U n id o s e n 1 9 3 7 . D e s p u é s d e h a b e r s id o n o m b r a d o p r o ­
fe s o r d e la y n iv e r s id a c f^ e jC h ic a g o e u. 1 9 4 9 . e je r c ió u n a g r a n in flu e n c ia e n e l e s t u d io
d e la t e o r ía p o lít ic a e n N o r t e a m é r ic a , d a n d o lu g a r a u n a e s c u e la d e in t e r p r e t a c ió n a la
q u e s u s d is c íp u lo s y e s t u d ia n t e s d ie r o n c o n t in u id a d . E l p u n t o d e p a r t id a d e S t r a u s s
p a r a e n fo c a r la t e o r ía p o lít ic a e s la p r e m is a s e g ú n la c u a l lo s filó s o fo s p o lít ic o s , a q u e ­
llo s a lo s q u e le s p r e o c u p a n la v e r d a d y e l c o n o c im ie n t o , y n o s ó lo la m e r a o p in ió n , se
h a n v is t o o b lig a d o s , a lo la r g o d e la h is t o r ia d e l c a n o n , a d is fr a z a r s u s id e a s p a r a q u e n o
lo s p e r s ig u ie r a n p o r s u b v e r s iv o s . H a n a d o p t a d o , s e g ú n lo s s t ra u s s ia n o s , u n m o d o « e s o ­
t é r ic o » d e e s c rib ir, lo q u e o b lig a a q u e lo s in t é r p r e t e s a c a d é m ic o s lo s le a n e n t r e lín e a s .
E s t a c o a c c ió n , p a r e c e n s u g e r ir lo s s t r a u s s ia n o s , n o h a h e c h o m á s q u e a g r a v a r s e t r a s e l
c o m ie n z o d e la m o d e r n id a d y, e n c o n c r e t o , c o n la d e m o c r a c ia d e m a s a s q u e ( a l m a rg e n
d e la s o t r a s v ir t u d e s q u e p u e d a t e n e r o n o ) s e h a lla in e v it a b le m e n t e d o m in a d a p o r la
o p in io n y, s e g ú n p a r e c e , la h o s t ilid a d h a c ia la v e r d a d y e l c o n o c im ie n t o . L o s s t r a u s s ia ­
n o s s e c o n s id e r a n u n a c o fr a d ía p r iv ile g ia d a y e x c lu s iv a e n s u a c c e s o a l s ig n ific a d o v e r ­
d a d e r o d e la filo s o fía p o lít ic a , y s e t o m a n u n a s e n o r m e s lib e r t a d e s d e in t e r p r e t a c ió n , lo
q u e le s lle v a a a le ja r s e d e l t e x t o lit e r a l e n u n p s s e n t id o s q u e m u y p o c o s e s p e c ia lis t a s s e
p e r m it ir ía n . E s t a - m a n e ra d e e n fo c a r la s c o s a s , h u e lg a d e c ir lo , t ie n d e a lim it a r la s p o s i­
b ilid a d e s d e l d e b a t e e n t r e lo s s t r a u s s ia n o s y q u ie n e s s e e n c u e n t r a n fu e r a d e s u h e r ­
m a n d a d , p u e s t o q u e o t r a s in t e r p r e t a c io n e s d e lo s t e x t o s s o n d e s c a r t a d a s a p r i o r i p o r
c o n s id e r a r q u e n o p e r c ib e n lo s s ig n ific a d o s « e s o t é r ic o s » o c u lt o s . P o r m u c h o q u e lo s
s t r a u s s ia n o s h a y a n m e n o s p r e c ia d o la c ie n c ia p o lít ic a « e m p ír ic a » , c o n s u m é t o d o h a n
r e fo r z a d o e l e n c ie r r o d e la t e o r ía p o lít ic a « n o r m a t iv a » e n s u p r o p io c a m p o s o lip s is t a .
L a h is to ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 19
m uro s de la ac ad e m ia y e sc rib ían lo s disc urso s de lo s p o lític o s de la d e ­
re c h a. S us c o le gas «e m p ir is t a s », se gún p are c e , d e b ie ro n de e n te n d e r
q ue lo s straussian o s, c o n sus p reo c up ac io n e s f ilo só f ic as e so té ric as y c asi
c ab alis tas , n o sup o n ían n in gún de saf ío p a ra la s u p e rf ic ialid ad y la v a ­
c u id ad de la c ie n c ia p o lític a «e m p ír ic a ».
S in e m b argo , lo s straussian o s no f uero n lo s ún ic o s en ac e p tar la c la ­
ra lín e a de divisió n e n tre lo e m p íric o y lo n o rm ativ o , o e n tre la te o ría y
la p rác tic a. E x is tía, c o m o m ín im o , la o p in ió n , m uy d if u n d id a, de q ue
e s c arb ar en las re alid ad e s de la p o lític a, aun q ue e stab a b ie n p ara a lg u ­
n o s, n o e ra lo q ue lo s te ó ric o s p o lític o s d e b ían h ac er. E l trab ajo p io n e ­
ro de l p o litó lo go c an ad ie n s e C . B . M ac p h e rso n , q uie n h ab ía d ado un
e n f o q ue d if e re n te al e s tu d io de la te o ría p o lít ic a al s itu ar a lo s p e n s a ­
do res in gle se s de l siglo X VII en e l c o n te x to h istó ric o de lo q ue é l de n o ­
m in ab a un a «s o c ie d a d m e rc an til p o s e s iv a», re sultó se r algo m ás q ue
un a d e sviac ió n re sp e c to de la c o rrie n te d o m in an te de la e s p e c ialid ad
an glo n o rte am e ric an a.4 L o s e s p e c ialis tas q ue e s tu d ia b an e im p artían
c lases so b re el p e n sam ie n to p o lític o , es de c ir, q ue e s tu d iab an y e n s e ñ a­
b an a lo s «c lá s ic o s » d e l «c a n o n » o c c id e n tal, n o sie m p re s u s c rib ían la
v arie d ad s traus s ian a de an tih isto ric ism o , p e ro a m e n udo se m o strab an
en d e s ac u e rd o c o n la h is to ria. M uc h o s de e llo s t ratab an a lo s «g r a n ­
d e s » c o m o si f ue ran m en tes p uras q ue f lo tab an ajen as a la lu c h a p o lít i­
c a, y c u alq u ie r in te n to de situar a esto s p e n sado re s en un suelo h is t ó ri­
c o f irm e , c u a lq u ie r in te n to q ue se h ic ie r a p o r t rat arlo s c o m o se re s
h istó ric o s q ue vivie ro n y re sp iraro n ap asio n ad am e n te , c o m p ro m e tido s
en la p o lít ic a de su p ro p ia é p o c a y lu gar, s e ría d e se c h ad o c o m o un a
p u ra t riv ia lid ad q ue n o h ac ía m ás q ue re b ajar la gran d e z a de eso s h o m ­
b re s, re duc ié n do lo s a m ero s p ub lic is tas , p an f le tario s y p ro p agan d is tas .5
S e gún e sta m an e ra de ve r las c o sas, lo q ue d is t in g u ía a la f ilo so f ía
p o lític a re al de la sim p le «id e o lo g ía » e ra q ue aq u e lla se h allab a p o r e n ­
4. L a o b r a T h e P o li t i c a l T h e o r y o f P o s s e s i v e I n d i v i d u a li s m : H o b b e s to L o c k e fu e p u ­
b lic a d a e n s u p r im e r a e d ic ió n p o r O x fo r d U n iv e r s it y P r e s s e n 1 9 6 2 ( t ra d , c a s t. : C . B .
M a c p h e r s o n , L a t e o r í a p o lí t i c a d e l i n d i v i d u a li s m o p o s e s i v o : D e H o b b e s a L o c k e , F o n -
t a n e lla , B a r c e lo n a , 1 9 7 9 ) ; p e r o , e n la d é c a d a d e 1 9 5 0 , M a c p h e r s o n y a h a b ía p u b lic a ­
d o u n o s a rt íc u lo s e n lo s q u e a p lic a b a s u e n fo q u e c o n t e x t u a l. S i b ie n n o e s t o y d e a c u e r d o
c o n é l y c o n s id e r o q u e s u t ip o id e a l d e « s o c ie d a d m e r c a n t il p o s e s iv a » e s u n a a b s t r a c ­
c ió n m á s b ie n a h is t ó r ic a , lo c ie r t o e s q u e e s t a o b r a a b r ió u n n u e v o e im p o r t a n t e c a m p o
d e e s t u d io .
5. V é a s e , a m o d o d e e je m p lo , D a n t e G e r m in o , B e y o n d I d e o lo g y : T h e R e v i v a l o f P o ­
litic a l T h e o r y , H a r p e r a n d R o w , N u e va Y o rk , 19 6 7 .
20 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c im a de la lu c h a p o lític a y de lo s p artid ism o s. S e p lan te ab a p ro b le m as
u n iv e rsale s e im p e re c e d e ro s , b u s c ab a lo s p rin c ip io s d e l o rde n s o c ial y
d e l d e s arro llo h um an o q ue f u e ran v álid o s p a ra to do s lo s seres h u m a­
n o s, en to das las é p o c as y lu gare s . L as p re gu n tas p lan te ad as p o r lo s
v e rd ad e ro s f iló so f o s p o lític o s e ran — así se so ste n ía— in trín se c am e n te
tran s h is tó ric as : ¿q u é sign if ic a, p o r e je m p lo , ser re alm e n te un h o m b re ?
¿Q u é tip o de s o c ie d ad p e rm ite el p le n o d e s arro llo de la h u m an id ad ?
¿C uále s so n lo s p rin c ip io s un iv e rsale s de un o rden justo p ara lo s in d i­
viduo s y las s o c ie d ad e s?
P o r lo visto , a lo s de f en so re s de e sta m an e ra de c o n s id e rar las c o sas
n o se les o c u rrió q ue in c lus o las p re gu n tas «u n iv e r s a le s » p o d ían p la n ­
te arse y ser re sp o n d id as de tal m an e ra q ue s irvie ran a de te rm in ad o s in ­
te re se s p o lític o s in m e d iato s y n o a o tro s, o q ue e stas p re gu n tas y re s ­
p u e s tas p o d ían c o n s id e rars e , tam b ié n , c o m o ap as io n ad as to m as de
p artid o . P o r e je m p lo , e l id e al h um an o p ro p u gn ad o y d e f e n dido p o r lo s
filó so f o s no s d ic e m uc h o so b re c uále s e ran sus c o m p ro m iso s so c iale s y
p o lític o s y q ué p o sic ió n d e f e n d ían en lo s c o n f lic to s q ue m arc aro n su
é p o c a. E l h e c h o de q ue esto n o se re c o n o c ie ra y ac e p tara sign if ic a q ue
lo s e s p e c ialis tas c o n sid e raro n q ue e l in te n to de c o m p re n d e r las o b ras
c lás ic as, situán d o las en la é p o c a y en el m arc o ge o gráf ic o en q ue v iv ie ­
ro n sus auto re s, ib a a re p o rtar po c o s b e n e f ic io s . C o n te x tu aliz ar el p e n ­
sam ien to p o lític o o la «s o c io lo gía de l c o n o c im ie n to » tal vez p o d ía s e r­
v ir p a ra c o n o c e r algo so b re las id e as y las m o tiv ac io n e s de lo s sim p les
m o rtale s e ide ó lo go s, p e ro n o agre garía n ad a valio so so b re un gran f i­
ló so f o , so b re un ge n io c o m o , p o r e je m p lo , P lató n .
E ste h isto ric ism o c asi in ge n uo p r o d u c iría un a re ac c ió n : un a e s c u e ­
la m uy dif e re n te q ue , d e sde e n to n c e s, h a d e jad o atrás a sus rivale s.
A q ue llo q ue ac ab ó p o r c o n o c e rse c o m o la E sc ue la de C am b rid ge a p r i­
m e ra v ista p are c e s itu ars e , c o n su h is to riz ac ió n ra d ic al de las o b ras
(gran d e s y p e q ue ñ as) de la te o ría p o lít ic a y la n e gac ió n de c u a lq u ie r
s ign if ic ad o m ás allá d e l m o m e n to lo c a l de su c re ac ió n , en el lad o
o p ue sto . E l e x p o n e n te m ás e f ec tivo de e ste m o dus o p e ran d i, Q ue n tin
S k in n e r, en la in tro d u c c ió n a su o b ra ya c lás ic a, T h e F o u n d a tio n s o f
M o d e rn P o litic a l T h o u g h t, p re s e n t a un a e x p o sic ió n de su m éto do q ue
p a re c e se r d ire c t a m e n t e an t it é t ic a c o n re s p e c to a las d ic o to m ías en
q ue se b asab a el en f o q ue ah istó ric o , c o n trario a la distin c ió n tajan te en tre
f ilo so f ía p o lític a e id e o lo gía y a la o p o sic ió n sim p lis ta e n tre lo «e m p ír i­
c o » y lo «n o rm at iv o ». D e h e c h o , a ju ic io de S k in n e r, p o de m o s e n t e n ­
d e r m e jo r la h is to r ia de la te o ría p o lít ic a si, en lo e s e n c ial, p e n sam o s
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 21
q ue se t rata de la h is to ria de las id e o lo gías , lo c ual re q u ie re un a c o n -
te x tu aliz ac ió n d e tallad a. «P o rq u e c o n side ro q ue la m ism a v id a p o lític a
m arc a lo s p rin c ip ale s p ro b le m as p a ra el te ó ric o p o lític o — af irm a S k in ­
n e r— h ac ie n d o q ue un d e te rm in ad o ám b ito de c ue stio n e s p are z c an
p ro b le m átic as y un ám b ito c o rre s p o n die n te de p re gun tas se c o n viertan
en lo s tem as p rin c ip ale s de l d e b a t e ».6
E l p r in c ip al b e n e f ic io q ue re p o rta e ste e n f o q ue, e sc rib e S k in n e r, es
q ue no s do ta «d e un a m an e ra de in t u ir lo q ue el auto r q uie re d e c ir c o n
m uc h a m ás s agac id ad de lo q ue se n c illam e n te c ab ría e s p e rar d e l h ec h o
de le e r e l te x to “un a y o tra v e z ” , tal c o m o lo s e x p o n e n te s d e l e n f o q ue
“t e x t u a lis t a ” h an p ro p u e sto de m an e ra c a ra c t e r ís t ic a ».7 P e ro ade m ás
e x iste o tra ve n taja:
A ho ra salta a la vista la razó n po r la que quiero so stener que, si la
histo ria de la teo ría po lític a en lo esenc ial fuera esc rita como una h isto ­
ria de las ideo lo gías po lític as, una de sus c o nsec uenc ias tal vez sería una
co m prensió n más diáfan a de lo s lazo s que unen la teo ría po lític a y la
prác tic a. P ues, en efecto, a prim era vista todo in dic a que, cuando se re ­
c uperan los térm ino s del léxic o no rm ativo que un agente c ualquiera tie ­
ne a su dispo sició n para desc rib ir su m anera po lític a de c om po rtarse, al
mismo tiem po estamos indic ando una de las lim itac io nes que pesan so ­
b re este pro pio c o m po rtam iento. E sto sugiere que, para ex plic ar la ra­
zón po r la que un agente ac túa del modo en que lo hace, estamos o b li­
gados a h ac er c ierta referenc ia a este léxic o , puesto que a to das luc es
figura como uno de los determ inantes de su acción. E sto, a su vez, sugie­
re que, si tuviéram o s que c entrar nuestras histo rias en el estudio de es­
tos voc ab ulario s, estaríamos en condiciones de ilustrar los modos exactos
en que la ex plic ac ió n del c om po rtam iento po lític o depende del estudio
del pensam iento po lítico .
E n to n c e s, e x p lo r a n d o e l lé x ic o q ue lo s p e n s ad o re s y lo s age n te s
p o lít ic o s t e n ía n a su alc a n c e , as í c o m o lo s c o n j un to s e s p e c íf ic o s de
p re g u n t as q ue la h is t o r ia h a b ía p u e s to en su age n d a, S k in n e r p r o c e ­
dió a re c o n s t ru ir u n a h is to ria d e l p e n s am ie n to p o lít ic o o c c id e n t al en
e l R e n ac im ie n to y en la é p o c a de la R e f o rm a y, en e s p e c ial, a m e d id a
q ue f ue a d q u ir ie n d o su s ign if ic ad o m o de rn o la n o c ió n de e s ta d o . T an-
6. Q u e n t in S k in n e r , T h e F o u n d a t i o n s o f M o d e m P o li t i c a l T h o u g h t, v o l. 1: T h e R e ­
n a is s a n c e , C a m b r id g e U n iv e r s it y P r e s s , 1 9 7 8 , C a m b r id g e , p á g . x i.
7. I b id . , p á g . x iii.

22 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
to en e s ta o b ra c o m o en o tras , la p r in c ip a l e s t ra t e g ia q ue s igu ió f ue
am p liar el rad io de su in v e s tigac ió n m uc h o m ás de lo q ue lo h ab ían
h e c h o lo s h is to riad o re s d e l p e n s am ie n to p o lític o , p as an d o a te n e r en
c ue n ta n o só lo a lo s p r in c ip ale s te ó ric o s , sin o , t a l c o m o é l m ism o lo
e x p re s ó , «la m atriz so c ial e in t e le c t u a l m ás g e n é ric a a p a r t ir de la q ue
su rgie ro n sus o b r a s ».8 N o só lo c o n sid e ró la o b ra de lo s g ran d e s , sin o
t am b ié n las «a p o r t a c io n e s c o n te m p o rán e as al p e n s am ie n to s o c ial y
p o lític o m ás e f ím e ras » c o m o un m e dio p a ra ac c e d e r a lo s lé x ic o s d is ­
p o n ib le s , a las c o n je tu ras y a lo s sup ue sto s p re d o m in an t e s so b re la s o ­
c ie d ad p o lít ic a q ue h a b ía n m o d e lad o e l d e b ate en é p o c as y lu g are s
c o n c re to s.
E l e n f o q ue de S k in n e r tie n e c ie rtas v irtu d e s m uy c laras . O tro s
m ie m b ro s de la E sc ue la de C am b rid ge tam b ié n ap lic aro n esto s p r in c i­
p io s, a m e n udo de un a m an e ra m uy e f e c tiv a, al an álisis de p e n sado re s
c o n c re to s o de «t rad ic io n e s de d is c u rs o », so b re to do a q uie n e s h ab ían
vivido en lo s alb o re s de la I n g lat e rra m o de rn a. E l h e c h o de q ue las
c ue stio n e s p o lític as q ue ab o rdaro n lo s te ó ric o s, e n tre ello s lo s gran de s
p e n sado re s, so n las p lan te ad as p o r la v id a p o lític a re al y p o r las c o n d i­
c io n es h is tó ric as en las q ue s u rge n p are c e se r un a c ue stió n , n i m ás n i
m e n o s , de se n tido c o m ún .
P ero eso , en gran m e d id a, e stá c o n dic io n ado p o r lo q ue la E sc ue la
de C am b rid ge c o n side ra un c o n te x to re le v an te . E n se guid a se h ac e e v i­
d e n te q ue e l té rm in o c o n te x tu a liz a c ió n n o se re f ie re a lo q ue S k in n e r
llam ab a la «m at r iz so c ial e in t e le c t u a l». L a m atriz «s o c ia l» t ie n e p o c o
q ue ve r c o n la «s o c ie d a d », la e c o n o m ía o , in c lus o , c o n e l go b ie rn o . E l
c o n te x to so c ial se h a v ue lto in t e le c t u a l y al m en o s lo «s o c ia l», ah o ra,
p are c e e star de f in ido só lo d e sde un p un to de v ista lin gü ís tic o . L a «v id a
p o lít ic a », q ue e s tab le c e la age n d a de la «t e o r ía p o lít ic a », es, f u n d a­
m e n talm e n te , un jue go de le n guaje . A l f in y al c ab o , c o n te x tu aliz ar un
te x to s ign if ic a s itu arlo e n tre o tro s te x to s, e n tre u n a s e rie de té rm in o s,
d isc urso s y p arad igm as ide o ló gic o s c uyo s n ive le s de f o rm alid ad , de sde
lo s c lásic o s de l p e n sam ie n to p o lític o h as ta lo s te x to s e x te n so s y lo s e f í­
m ero s disc urso s p o lític o s, so n dif e re n te s. D el at aq ue c o n tra la h isto ria
p u ram e n te in t e le c t u a l o la h is to ria ab s t ra c t a de las id e as , s u rge aún
o tro t ip o de h is to ria t e x tu al, o tro tip o de h is to ria de las id e as , sin lu gar
a d u d as m ás s o f is tic ad a y e x h au s tiv a q ue an te s, p e ro lim it a d a , c asi, a
te x to s q ue h an p e rd id o su re alid a d m ate rial.
8. I b id . , p á g . X .
L a h is t o r ia s o c ia l d e la t e o r ía p o lít ic a 23
U n lis tad o de lo q ue , en la e x h aus tiv a h isto ria de las ide as p o lític as ,
f alta e n tre lo s añ o s 1 3 0 0 y 1 6 0 0 p o n e de m an if ie sto , de un m o do b a s ­
tan te riguro so , lo s lím ite s de lo q ue S k in n e r d e n o m in a sus «c o n t e x to s ».
É l se re f ie re a un p e río d o m arc ado p o r ac o n te c im ie n to s so c iale s y e c o ­
n ó m ic o s de e n o rm e m agn itu d , q ue do m in aro n y o c up aro n un lu g a r
m uy im p o rtan te en la te o ría y en la p rác tic a de lo s p e n sado re s y ac to res
p o lític o s e uro p e o s. S in e m b argo , en el lib ro de S k in n e r no h ay n in gun a
p o n d e rac ió n sus tan c ial de la ag ric u lt u ra, la aris t o c rac ia y e l c am p e s in a­
do , de la d is trib u c ió n y te n e n c ia de tie rras , de la div isió n s o c ial de l t r a ­
b ajo , la p ro te s ta y e l c o n f lic to so c ial, de la p o b lac ió n , d e l p ro c e so de
ase n tam ie n to en c iu d ad e s , e l c o m e rc io , la m an u f ac tu ra y la c las e q ue
vive en lo s n uevo s b u rgo s .9
C ie rto es q ue J . G . A . P o c o c k , la o tra f igu ra im p o rtan te en la f u n ­
dac ió n de la E sc ue la de C am b rid ge , p are c e , a p rim e ra v ista, m ás in t e ­
re sado en lo s avan c es e c o n ó m ic o s y en lo q ue , a sim p le vista, so n f ac to ­
res m ate riale s , c o m o e l «d e s c u b rim ie n t o » — en p alab ras de P o c o c k —
d e l c ap it al y e l surgim ie n to de u n a «s o c ie d a d c o m e rc ial» en la G ran
B re tañ a d e l siglo X VIII. L a e x p lic ac ió n q ue él o f rec e de este «d e s c u b r i­
m ie n to re p e n tin o y t r a u m á t ic o » se h a lla , sin e m b argo , m uc h o m ás
ap art ad a de lo s p ro c eso s h istó ric o s, a d if e re n c ia d e l p lan te am ie n to q ue
h ac e S k in n e r c o n re sp ec to al e s ta d o . 10 P ara P o c o c k , e l m o m en to c rític o
es la f un d ac ió n de l B an c o de I n g lat e rra. S e gún é l, p ro d u jo un a t r a n s ­
f o rm ac ió n c o m p le ta de l se n tido de la p ro p ie d ad , la m etam o rf o sis de su
e s tru c tu ra y m o ralid ad , c o n un a «p re c ip it a c ió n e s p e c t ac u lar a m e d ia ­
do s de la d é c ad a de 1 6 9 0 , ac o m p añ ad a p o r c am b io s re p e n tin o s en la
p s ic o lo gía de la p o lít ic a ». P e ro , se gún argum e n tó , e l B an c o de I n g lat e ­
rra — en re alid a d , la so c ie d ad c o m e rc ial— no p are c e te n e r h is to ria, ya
q ue surge de re p e n te , p le n am e n t e d e s arro llad o , c o m o si las tran s f o r­
m ac io n e s, en lo s siglo s X VI y X VII, d e l se n tido de la p ro p ie d ad y de las
re lac io n e s s o c iale s, as í c o m o la f o rm ac ió n d e l c ap italis m o agrario in ­
glé s, o e l siste m a b an c ario c arac t e rís tic am e n te in glé s aso c iado al d e s a­
rro llo de la p ro p ie d ad c ap italis ta q ue p re c e d ió a la f un d ac ió n d e l b a n ­
c o n ac io n al, n o t u v ie ran in c id e n c ia algu n a en la c o n so lid ac ió n de l
9 . V é a s e N e a l W o o d , J o h n L o c k e a n d A g r a r i a n C a p i t a li s m , U n iv e r s it y o f C a lifo r n ia
P r e s s , B e r k e le y y L o s A n g e le s , 1 9 8 4 , p á g . 1 1 .
1 0 . V é a s e J o h n G r e v ille A g a r d P o c o c k , V ir tu e , C o m m e r c e , a n d H i s t o r y , C a m b r id ­
g e U n iv e r s it y P r e s s , C a m b r id g e , 1 9 8 5 , p á g . 1 0 8 . P a r a e n t r a r e n d e t a lle s e n e s t a d is c u ­
s ió n a c e r c a d e P o c o c k y la « s o c ie d a d c o m e r c ia l» h a b r á q u e e s p e r a r a o t r o v o lu m e n d e ­
d ic a d o a l p e r ío d o r e le v a n t e .
 L a h is to ria s o c ia l d e la te o ría p o lít ic a 25
24 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

c ap italism o c o m e rc ial d e l siglo X VIII. U n a e x p lic ac ió n tan so rp re n d e n ­ L o c k e . L o s c o n te x to s, en am b o s c aso s, so n te x to s. E n n in gun o de lo s

te m e n te ah istó ric a só lo es p o sib le p o rq ue , p ara P o c o c k, q uizás aún m ás e x tre m o s de l e sp e c tro h istó ric o de la E s c ue la de C am b rid ge , d e sde el

q ue p ara S kin n e r, la h is to ria p o c o tie n e q ue ve r c o n lo s p ro c eso s s o c ia­ e p is o d io m ás lo c al h asta la la rg a trad ic ió n de l d is c urs o , ap re c iam o s

le s, y las tran sf o rm ac io n e s h istó ric as só lo se m an if ie stan c o m o c am b io s n in gún sign o de m o vim ie n to h istó ric o , n in gún se n tido de la c o n e x ió n

v isib le s en lo s le n gu aje s de la p o lític a. Y lo s c am b io s en e l dis c urs o q ue d in ám ic a e n tre un m o m en to h istó ric o y o tro , o e n tre e l e p is o dio p o lít i­
re p re s e n t an la c ulm in ac ió n y la c o n s o lid ac ió n de un a tran sf o rm ac ió n c o y lo s p ro c eso s so c iale s q ue sub yac e n en é l. L o s largo s p ro c eso s h is ­
s o c ial so n p re s e n tado s c o m o su o rigen y su c ausa. D e e ste m o do , la h is ­ tó ric o s , en e f e c to , se c o n v ie rte n en e p is o d io s p o lític o s m o m e n tán e o s.

to r ia d e l p e n sam ie n to p o lític o , tan to p ara P o c o c k c o m o p a ra S kin n e r, E n su c o n c ep c ió n de la h is to ria, la E sc ue la de C am b rid ge tie n e en

es c urio s am e n te a h is tó ric a , n o só lo p o r su in c ap ac id ad p ara ab o rd ar lo c o m ún algo e s e n c ial c o n las te n d e n c ias «p o s m o d e rn a s » m ás en b o ga.

q ue e ran , c o n f o rm e a c u alq u ie r ap re c iac ió n , ac o n tec im ie n to s h istó ric o s P ara un o s y p ara o tro s, el dis c urs o es la p rác tic a c o n stitutiv a y, en r e a ­

de c isivo s en lo s p e río do s re le van te s, sin o p o r la au se n c ia m ism a de p r o ­ lid a d , la ún ic a, de la v id a so c ial; la h is to ria, en c am b io , se dis ue lv e en la

c e so . D e m an e ra c arac t e rís tic a, la h is to ria, p a ra la E sc ue la de C am b rid ­ c o n tin ge n c ia. A n te las «gran d e s n arrac io n e s », tan to la E sc ue la de C am ­

ge, c o n siste en u n a s e rie de e p iso dio s in c o n e x o s, m uy lo c ale s y p a rt ic u ­ b rid g e c o m o lo s p e n sado re s p o sm o dern o s n o p ro p o n e n e l e x am e n c r í­

lare s, c o m o p o r ejem p lo las c o n tro versias p o lític as c o n c re tas de algun as tic o de sus vic io s y v irtu d e s , sin o q ue d e sc artan , de p lan o , la re le v an c ia

é p o c as y lu gare s e sp e c íf ic o s, c uya re lac ió n c o n lo s ac o n te c im ie n to s so ­ d e l p ro c eso h istó ric o .

c iale s m ás in c lus iv o s , o c o n c u a lq u ie r p ro c e so h is tó ric o , gran d e o p e ­
q ue ñ o , es n u la .11
E ste h in c ap ié en lo lo c al y en lo p artic u lar, sin e m b argo , n o e x c lu ­ La h ist o r ia s o c ia l d e l a t e o r ía po l ít ic a

ye la c o n side rac ió n de p e río do s de tiem p o y e sp ac io s m ás am p lio s. L as

«t r a d ic io n e s de d is c u rs o », q ue so n lo p ro p io de la E s c ue la de C am ­ L a «h is t o ria so c ial de la te o ría p o lít ic a », q ue c o n stituye e l te m a de

b rid ge , ab arc an un tro zo im p o rtan te de la h is to ria, a vec es siglo s e n t e ­ e ste lib ro , p arte de la p re m is a de q ue lo s gran de s p e n sado re s p o lític o s

ro s e in c luso m ás. U n a trad ic ió n p u e d e c ru z ar las f ro n te ras n ac io n ale s de l p asado e stuvie ro n c o m p ro m e tido s c o n p asió n en las c ue stio n e s de l

y t am b ié n lle g a r a o tro s c o n tin e n te s. P ue d e se r un gé n e ro lit e rario b a s ­ lu g ar y de la é p o c a en q ue v iv ie ro n .12 A sí f ue, in c lus o , c uan do ab o rd a­

t an te lim it ad o en su e s p ac io te m p o ral y m arc o ge o gráf ic o , c o m o p o r ro n lo s tem as de sde u n a e le v ad a at alaya f ilo só f ic a, en diálo go c o n o tro s

e je m p lo la lit e ra t u r a de lo s e sp e jo s de p rín c ip e s (s p e c u la p r in c ip u m ) , f iló so f o s de o tras é p o c as y lu g are s , y tam b ié n , o en e s p e c ial, c uan do

q ue S k in n e r e x p lo ra de un a m an e ra m uy e f e c tiv a al an aliz ar la o b ra de trataro n de trad u c ir, en p rin c ip io s un iv e rsale s y ate m p o rale s, sus re f le ­

M aq u iav e lo . E n e l c aso de J o h n P o c o c k , p u e d e se r e l dis c u rs o de la x io n e s p art ic u la re s . S us c o m p ro m iso s to m aro n a m e n udo la f o rm a de

«s o c ie d a d c o m e rc ial» q ue c arac t e riz ó al siglo X VIII, o la trad ic ió n de l un a adh esió n p a rt id is t a a un a c ausa p o lític a c o n c re ta e id e n tif ic ab le , o

«h um an is m o c ív ic o », c uyo alc an c e f ue m uc h o m ás am p lio y su v id a, la f o rm a, in c lus o , de e x p re sio n e s m ás o m en o s tran s p are n te s de in t e r e ­

m ás d u rad e ra. I n d e p e n d ie n te m e n te de c uál se a su d u rac ió n o su m ar­ ses p a rt ic u la re s : lo s in te re s e s de un p artid o o de un a c las e p artic u lar.

c o e s p ac ial, en e l an ális is de la te o ría p o lític a la trad ic ió n de l dis c urs o P e ro sus c o m p ro m iso s ide o ló gic o s p o d rían e x p re s ars e , tam b ié n , en

de se m p e ñ ó un p ap e l ap e n as d if e re n te al q ue tu v ie ro n lo s e p is o dio s un a m an e ra m ás am p lia de e n te n d e r lo q ue p ara e llo s e ra un a so c ie d ad

b u e n a y el id e al h um an o .
p a rtic u lare s (q ue en sí m ism o s so n un a in te rac c ió n de d is c urs o s), c o m o
la E n g a g e m e n t C o n tro v e r s y en la q ue S k in n e r sitúa a H o b b e s, o la C r i­ C o n to do , n o p o de m o s h ac e r de lo s gran d e s p e n sad o re s p o lític o s
p ro p agan d is tas o e sc rito re s a sue ldo . L a te o ría p o lít ic a sin d u d a es un
sis de la E x c lusio n a la q ue h an re c u r rid o o tro s al an aliz ar la o b ra de

11. P a r a u n e x a m e n c r ít ic o d e l t r a t a m ie n t o « a t o m iz a d o » o « e p is ó d ic o » q u e S k in ­
12 . P a r a u n e x a m e n d e la e x p r e s ió n « h is t o r ia s o c ia l d e la t e o r ía p o lít ic a » , vé a s e
n e r h a c e d e la h is t o r ia , v é a s e C a r y N e d e r m a n , « Q u e n t in S k in n e r ’s S t a t e : H is t o r ic a l
N e a l W o o d , « T h e S o c ia l H is t o r y o f P o lit ic a l T h e o r y » , P o li t i c a l T h e o r y , v o l. 6 , n ° 3
M e t h o d a n d T r a d it io n s o f D is c o u r s e » , C a n a d i a n j o u r n a l o f P o l i t i c a l S c i e n c e , v o l. 18 ,
( a g o s to d e 19 7 8 ) , p á g s. 3 4 5 - 3 6 7 .
n ° 2 ( ju n io d e 1 9 8 5 ) , p á g s . 3 3 9 - 3 5 2 .
26 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e je rc ic io de p e rs uasió n , p e ro sus h e rram ie n tas so n la argum e n tac ió n y
e l d is c urs o raz o n ado , en u n a b ú s q u e d a le g ít im a de c ie rto tip o de v e r ­
dad . S in e m b argo , si b ie n lo s «g r a n d e s » se de sm arc an de lo s p e n s ad o ­
res y ac to re s p o lític o s de m e n o r im p o rtan c ia, n o de jan de ser p o r ello
m en o s h um an o s o de e s tar m en o s in m e rso s en la h is to ria. C uan d o en
L a R e p ú b lic a P lató n e x p lo ra e l c o n c ep to de j u s t ic ia, o c uan do sub raya
lo s dif e re n te s n iveles de c o n o c im ie n to , es e v ide n te q ue e stá p lan te an do
gran d e s c ue stio n e s f ilo só f ic as y b u s c an d o v e rd ad e s tras c e n d e n tale s y
un iv e rs ale s . P e ro las p re gu n tas q ue se p lan t e a, n o m en o s q ue las r e s ­
p ue stas q ue o f rec e , e stán f o rm uladas (c o m o te n d ré o p o rtu n id ad de a r ­
gum e n tar en un c ap ítu lo p o ste rio r) a p a r t ir de su c o m p ro m iso c rític o
c o n la d e m o c rac ia aten ien se .
R e c o n o c e r la h u m an id ad y e l c o m p ro m iso q ue lo s gran d e s p e n s a­
do res p o lític o s c o n traje ro n c o n la h is to ria n o sign if ic a re b ajarlo s o n e ­
gar su gran d e z a. E n c u a lq u ie r c aso , si n o se h ac e un e x am e n h istó ric o ,
c rític o , de las id e as , es im p o s ib le v alo rar la u n iv e r s alid ad o la v e rd ad
tras c e n d e n te q ue se atrib uye n . L a in te n c ió n , aq uí, es e x p lo rar las ide as
de lo s p e n sado re s p o lític o s m ás im p o rtan te s ; p e ro sie m p re tratare m o s
a esto s p e n s ad o re s c o m o seres h um an o s vivo s y c o m p ro m e tido s , in ­
m erso s en la ric a h e re n c ia in te le c tu al, en las ide as q ue sus p re de c e so re s
f ilo só f ic o s les le garo n , e in m e rso s, tam b ié n , en e l c o n te x to lin güís tic o
en el q ue sus p ro p ias ide as se p ro duje ro n . L o s tratare m o s, asim ism o , en
e l c o n te x to de lo s p ro c eso s so c iale s y p o lític o s q ue m o de laro n e l m un ­
do in m e d iato en el q ue v ivie ro n .
E sta h is to ria so c ial de la t e o ría p o lít ic a , en el se n tid o de q ue h ac e
h in c ap ié en lo s c o n te x to s h is tó ric o s , p a rt e de c ie rtas p re m is as f u n d a ­
m e n tale s q ue c o rre sp o n de n a la trad ic ió n de l «m ate rialis m o h is tó ric o ».
P o r e je m p lo , la p re m is a de q ue lo s seres h um an o s e n tab lan re lac io n e s
e n tre ello s y c o n la n atu rale z a c o n e l f in de garan tiz ar su p ro p ia s u p e r­
v ive n c ia y re p ro d uc c ió n so c ial. P ara c o m p re n d e r las p rác tic as so c iale s
y lo s p ro duc to s c u ltu rale s de c u alq u ie r é p o c a y lugar, es p re c is o c o n o ­
c e r algo de aq u e llas c o n d ic io n e s de su p e rv iv e n c ia y re p ro d u c c ió n so ­
c ial. E sto es, algo de las m an e ras c o n c re tas en q ue la ge n te c o n se guía
ac c e d e r a las c o n d ic io n e s m ate riale s de e x is te n c ia, so b re e l m o do en
q ue algun o s lo gran h ac e rs e c o n el trab ajo de o tro s, so b re las re lac io n e s
e n tre lo s q ue p ro d uc e n y lo s q ue se ad ue ñ an de lo p ro d u c id o , so b re las
f o rm as de p ro p ie d ad q ue surge n de e stas re lac io n e s so c iale s y de c ó m o
dic h as re lac io n e s se e x p re s an en la do m in ac ió n p o lític a, así c o m o en la
re s is te n c ia y la lu c h a.
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 27
E sto , sin d u d a, no e q u iv ale a d e c ir q ue las ide as de un te ó ric o p u e ­
dan p re d e c irs e o «m e d ir s e » a p a rt ir de su p o sic ió n o c las e so c ial. L a
c ue stió n c o n siste sim p le m e n te en q ue las p re gu n tas a las q ue se e n ­
f re n ta c u a lq u ie r p e n s ad o r p o lític o , p o r e te rn as y un iv e rs ale s q ue p a ­
re z c an , sie m p re se le p lan te an b ajo u n a f o rm a h is tó ric a e sp e c íf ic a. L a
E s c ue la de C am b rid ge c o n vie n e en q ue , p ara lle g a r a c o m p re n d e r las
re sp ue stas q ue o f rec en q uie n e s te o riz an so b re p o lític a, deb em o s sab e r
algo de las p re gun tas q ue in te n tan re sp o n de r, así c o m o tam b ié n lo s d i­
f e re n te s m arc o s h istó ric o s q ue, en c o n jun to , p lan te an p re gun tas d is t in ­
tas. E n lo q ue re sp e c ta a la h isto ria so c ial de la te o ría p o lític a, n o o b s ­
tan te , e stas p re gu n tas n o só lo se p lan te an m e d ian te c o n tro ve rsias
p o lític as e x p líc itas o en el p lan o de la f ilo so f ía o de la alta p o lític a, sin o
tam b ié n a travé s de las p resio n e s y te n sio n e s so c iale s q ue , f ue ra de l ám ­
b ito p o lític o y m ás allá d e l m un do de lo s te x to s , f o rjan y m o de lan las
in te rac c io n e s h um an as.
E sta m an e ra de e n f o c ar las c o sas d if ie re d e l m éto do de la E sc ue la
de C am b rid ge , tan to en el ám b ito de lo q ue se c o n side ra un «c o n t e x t o »
c o m o en e l esf uerzo p o r p e rc ib ir lo s p ro c e s o s h istó ric o s. E p iso dio s id e o ­
ló gic o s c o m o la c o n tro ve rsia s u s c itad a p o r el c o m p ro m iso de le alt ad a
la C o m m o n we alth de C ro m w e ll o la C risis de la E x c lusió n p ue d e n d e ­
c irn o s algo so b re pe n sado re s c o m o T h o m as H o b b es o J o h n L o c ke. P ero
só lo si e x p lo ram o s la p o sic ió n ad o p tad a p o r esto s p e n sado re s an te lo s
p ro c eso s h istó ric o s, m ás am p lio s, q ue e stab an dan do f o rm a al m un do
en e l q ue v iv ían , p o dre m o s d is t in g u ir e n tre lo s gran d e s te ó ric o s y lo s
q ue só lo f ue ro n p u b lic is tas p asaje ro s.
L o s avan c es en las re lac io n e s so c iale s, en lo s tip o s de p ro p ie d a d y
en la f o rm ac ió n d e l e stado irru m p e n e p is ó d ic am e n te en c o n tro ve rsias
p o lític o - id e o ló gic as c o n c re tas , lo c u a l c e rtif ic a q ue la te o ría p o lít ic a
tie n d e a f lo re c e r en m o m en to s así, c uan d o la h is to ria in v ad e e s p e c t a­
c ularm e n te el diálo go e n tre lo s te x to s o las trad ic io n e s de disc urso . U n
p e n s ad o r de p r im e r o rde n c o m o J o h n L o c k e , p o r e je m p lo , al tie m p o
q ue re sp o n d ía a c o n tro ve rsias p o lític as c o n c re tas de l m o m en to , f o rm u ­
la b a p re gu n tas f un d am e n tale s , m ás am p lias , so b re las re lac io n e s s o c ia­
le s, la p ro p ie d ad y el estado , p re gu n tas ge n e radas p o r tran sf o rm ac io n es
so c iale s y te n sio n e s e s t ru c tu rale s m ás am p lias y, en p artic u lar, p o r
ac o n te c im ie n to s y avan c es q ue , p o r n u e s tra p arte , aso c iam o s c o n el
«as c e n s o de l c ap italis m o ». L o c k e n o s ab ía, h u e lga d e c irlo , q ue e stab a
o b servan do el d e sarro llo de aq ue llo q ue n o so tro s llam am o s «c a p it a lis ­
m o », p e ro se e n f re n tab a a p ro b le m as q ue e s tab an p lan te ad o s p o r las
28 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
tran sf o rm ac io n e s c arac t e rís tic as re f e rid as al se n tido de la p ro p ie d ad , a
las re lac io n e s de c lase y al estado . S e p ararlo de este c o n te x to so c ial m ás
am p lio e q u iv ale a e m p o b re c e r su o b ra y su c ap a c id ad p a ra ilu s t r a r el
m o m en to h istó ric o en e l q ue é l vivió , e ilu m in ar asp e c to s re lac io n ado s
c o n la «c o n d ic ió n h u m an a» en ge n e ral.
S i e x p e rie n c ias h is tó ric as d is tin t as dan lu g a r a c o n jun to s de p r o ­
b le m as d if e re n te s, de e llo se de sp re n d e q ue e stas dif e re n c ias asim ism o
se rán o b se rvab le s en div e rsas «t rad ic io n e s de d is c u rs o ». N o b asta, p o r
e je m p lo , c o n h ab lar d e un a e x p e rie n c ia h is tó ric a o c c id e n tal o e uro p e a,
d e f in id a p o r un le gad o c u lt u r a l o f ilo só f ic o c o m ún . D eb em o s b u s c ar
tam b ié n las d if e re n c ias e n tre lo s div e rso s m o de lo s de re lac io n e s de
p ro p ie d ad y lo s d if e re n te s p ro c e so s de f o rm ac ió n d e l e stado q ue d is ­
tin guie ro n a un a so c ie d ad e uro p e a de o tra, y die ro n lu g a r a dif e re n te s
m o de lo s de in te rro gac ió n te ó ric a, a c o n jun to s dif e re n te s de p re gun tas
q ue lo s p e n sado re s p o lític o s se e n c argaro n de ab o rdar.
L a d iv e rs id ad de «d is c u r s o s » n o p o n e sim p le m e n te de m an if ie sto
idio sin c ras ias p e rso n ales o n ac io n ale s en el estilo in te le c tu al e n tre lo s f i­
ló so fo s p o lític o s, q ue sue le n d ialo gar un o s c o n o tro s m ás allá de f ro n te ­
ras ge o gráf ic as y te m p o rale s. E n sus e stilo s n o só lo se p o n en de m an i­
f ie sto sus p artic u larid ad e s o sus p ro p ias m an e ras de ve r el m un do , sin o
tam b ié n un a e n o rm e v arie d ad de disc urso s. E n la m e d id a en q ue lo s f i­
ló so fo s p o lític o s re f le x io n an , e f ec tiv am e n te , no só lo so b re las tr a d ic io ­
n es f ilo só f ic as, sin o so b re lo s p ro b le m as q ue la v id a p o lític a p lan te a, sus
«d is c u rs o s » so n distin to s p o rq ue , en gran m e d id a, lo s p ro b le m as p o lít i­
c o s a lo s q ue se e n f re n tan so n dif e re n te s. E l te m a de l e stado , p o r e je m ­
p lo , h istó ric am e n te se h a p re se n tado b ajo ap arie n c ias d if e re n te s, in c lu ­
so en e l c aso de p ue b lo s vec in o s c o m o e l in glé s y e l f ran c é s .13
I n c luso las «p re g u n t a s p e re n n e s » se h an p re s e n t ad o b ajo f o rm as
dive rsas. A q ue llo q ue no s p are c e un a c ue stió n d e stac ad a v ariará según
la n atu rale z a de lo s p rin c ip ale s c o n te n d ie n te s, se gún las f ue rz as so c ia­
le s o p ue stas y se gún lo s in te re s e s irre c o n c iliab le s en jue go . L a c o n f igu­
rac ió n de p ro b le m as q ue s u rgie ro n de un a lu c h a c o m o la q ue , en la
te m p ran a I n glat e rra m o de rn a, e n f re n tó a lo s te rrate n ie n te s d e c id id o s a
«m e j o r a r» sus tie rras (im p r o vin g la n d lo rd s ) y a lo s c o m un es, q ue vivían
en b u rgo s, de p e n d ie n te s de la p re s e rv ac ió n de las t ie rras c o m un ale s y
T u ve o p o r t u n id a d d e e x a m in a r y d e b a t ir e s t a s d ife r e n c ia s c o n c ie r t o d e t a lle e n
E . M . W o o d , T h e P r i s t i n e Q u i tu r e o f C a p i t a li s m : A H i s t o r i c a l E s s a y o n O ld R e g i m e s a n d
M o d e r n S ta te s , V e rs o , L o n d re s , 19 9 2 .
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lític a 29
b ald ías , f uero n distin to s de lo s p ro b le m as p lan te ad o s en F ran c ia e n tre
lo s c am p e sin o s, lo s s e ig n e u rs y un e stado ávido de trib uto s . A un de n tro
de un a m ism a c o n f igurac ió n n ac io n al o h is tó ric a, lo q ue p a ra lo s c o ­
m un es, q ue vivían en m un ic ip io s, o p ara e l c am p esin o e ra un p ro b lem a,
n o lo e ra, n e c e sariam e n te , p ara el te rrate n ie n te lib re , p ara e l s e ig n e u r o
p a ra q uie n d e s e m p e ñ ab a un c argo en la c o ro n a. N o de b e m o s re d u c ir
lo s gran de s p e n sado re s p o lític o s a «lu c h a d o re s p r o f e s io n ale s » q ue d e ­
f ie n de n este o aq u e l in te ré s s o c ial c o n el o b je to de re c o n o c e r la im p o r­
tan c ia de id e n tif ic ar la p a rt ic u la r c o n ste lac ió n de p ro b le m as q ue la h is ­
to ria les h a p re s e n tad o , o c o n el f in de re c o n o c e r q ue e l «d iá lo g o » q ue
lo s o c up a n o es só lo un d e b ate ate m p o ral c o n f iló so f o s d e sarraigad o s ,
sin o un e n f re n tam ie n to c o n ac to res h istó ric o s vivo s, tan to c o n lo s q ue
do m in an c o m o c o n lo s q ue re siste n .
S in e m b argo , esto n o q uie re d e c ir q ue lo s te ó ric o s de la p o lític a de
o tras é p o c as y lu gare s n o te n gan n ad a q ue ap o rtar a n u e s tra é p o c a. N o
h ay u n a re lac ió n in v e rsa e n tre c o n te x tu aliz ac ió n h is tó ric a y «r e le v a n ­
c ia », sin o to do lo c o n trario : la c o n te x tu aliz ac ió n h is tó ric a es un a c o n ­
dic ió n e se n c ial p ara ap re n d e r de lo s «c lá s ic o s », no só lo p o rq ue p e rm i­
te un a m ejo r c o m p re n sió n de la in te n c ió n y de l se n tido de un p e n sado r,
sin o tam b ié n p o rq ue es en e l c o n te x to de la h is to ria do n de la te o ría
surge d e l re in o de la p u ra ab s trac c ió n , p e ro e n tra en e l m un do de la
p rác tic a h um an a y la in te rac c ió n so c ial.
E x iste n , p o r sup ue sto , ám b ito s c o m un es de e x p e rie n c ia q ue c o m ­
p artim o s c o n n ue stro s p re d e c e so re s, s e n c illam e n te p o rq ue so m o s seres
h um an o s. E x iste n in c o n tab le s p rác tic as q ue la h u m an id ad h a a p re n d i­
do a lo largo de lo s siglo s y a las q ue se guim o s d e dic án do n o s t al y c o m o
lo h ic ie ro n n u e stro s an te p asado s. E stas e x p e rie n c ias c o m un es s ign if i­
c an q ue b ue n a p arte de aq ue llo q ue lo s gran de s p e n sado re s d e l p asado
tie n e n q ue d e c ir no s re sulta re alm e n te c e rc an o . P e ro , p ara q ue lo s c lá ­
sic o s de la te o ría p o lític a no s den le c c io n e s f e c un das, n o b asta c o n re ­
c o n o c e r esto s ám b ito s c o m un es de la e x p e rie n c ia h um an a e h is tó ric a o
c o n e x p lo rar a lo s c lás ic o s en b u s c a de d e te rm in ad o s p rin c ip io s u n i­
ve rsale s ab strac to s. H is to riar es h um an izar, y en este se n tido se p arar las
ide as de su p ro p io m arc o m ate rial y p rác tic o e q u iv ale a p e rd e r n ue stro s
p un to s de c o n tac to h um an o c o n e llas.
E x iste un m o do , e x c e siv am e n te c o rrie n te , de e s tu d iar la h is to ria de
la te o ría p o lític a sin te n e r en c ue n ta las ap re m ian te s c ue stio n e s h u m a­
n as q ue ab o rd ab a. P e n s ar la p o lític a en la t e o ría p o lític a es, c o m o m ín i­
m o , c o n sid e rar y ju z gar q ué s ign if ic aría tr ad u c ir lo s p rin c ip io s p a rt ic u ­
30 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
lare s en re lac io n e s so c iale s re ale s y o rde n ac io n e s p o lític as e f ec tivas. S i
un a de las f un c io n es de la te o ría p o lític a es aguz ar n ue stras p e rc e p c io ­
n es y af in ar n ue stro s in strum e n to s c o n c e p tuale s p ara p e n s ar la p o lític a
en n u e s tra p ro p ia é p o c a y lugar, ese p ro p ó s ito se ve f ru s trad o c uan do
vac iam o s a las te o rías p o lític as h istó ric as de su p ro p io sign if ic ad o p o lí­
tic o .
H ac e algun o s añ o s, p o r e je m p lo , e n c o n tré un argum e n to so b re la
te o ría aris t o t é lic a de la e s c lav itu d n a t u ra l q ue p a re c ía ilu s t ra r lo s d e ­
f ec to s de lo s q ue ad o le c e un e n f o q ue ah is tó ric o .14 N o d e b e ríam o s, s e ­
gún e ste argum e n to , t r a t a r la te o ría de la e s c lav itu d n a t u ra l c o m o un
14 . A r le n e W . S a x o n h o u s e , e n u n a re s e ñ a d e l lib r o d e M o s e s I . F in le y , A n c i e n t S la ­
v e r y a n d M o d e r n I d e o lo g y , V ik in g P r e s s , 1 9 8 0 ( t r a d , c a s t . : E s c la v i t u d a n t i g u a e i d e o lo ­
g í a m o d e r n a , C r ít ic a , B a r c e lo n a , 19 8 2 ) , d e s c r ib ía d e s p e c t iv a m e n t e e l e n fo q u e q u e e l a u ­
t o r h a b ía a d o p t a d o c o m o e l d e u n « h is t o r ia d o r s o c ia l» q u e , p o r lo q u e p a r e c e , p u e d e
d e c ir n o s u n a s p o c a s c o s a s a p e n a s s o r p r e n d e n t e s s o b r e c u á le s s o n la s p r e d is p o s ic io n e s
d e q u ie n e s e s c r ib e n s o b r e la e s c la v it u d , a u n q u e n o ilu m in a n e l s ig n ific a d o m á s p r o ­
fu n d o d e la s r e fle x io n e s filo s ó fic a s c o m o la s d e u n A r is t ó t e le s . « L a s r e fle x io n e s d e
A r is t ó t e le s a c e r c a d e la n a t u r a le z a d e la e s c la v it u d — e s c r ib e S a x o n h o u s e — n o s t r a s la ­
d a n m á s a llá d e u n e s c la v o p a r t ic u la r y u n a m o p a r t ic u la r . E n c a m b io , la s u b o r d in a c ió n
d e l e s c la v o a s u a m o r e fle ja n u e s t r a p r o p ia s u b o r d in a c ió n a la n a t u r a le z a . L a e s c la v it u d
n o e s s ó lo la p o s ic ió n d e g r a d a d a d e a lg u ie n q u e n o t ie n e e l c o n t r o l s o b r e s u t r a b a jo ; e s
la c o n d ic ió n d e t o d o s lo s s e re s h u m a n o s c o n r e s p e c t o a la n a t u r a le z a . E l a m o y e l e s ­
c la v o n o e s u n a r e la c ió n q u e q u e d e lim it a d a a la s s o c ie d a d e s e s c la vis t a s d e l m u n d o a n ­
t ig u o y m o d e r n o a la s q u e F in le y s e r e fie r e . E l a m o y e l e s c la v o s o n e s t a d o s p e r e n n e s
q u e A r is t ó t e le s e x h o r t a a c o m p r e n d e r a fin d e q u e p o d a m o s e n t e n d e r c u á l e s n u e s t r o
p r o p io lu g a r e n la s o c ie d a d y e n la n a t u r a le z a . F in le y, e l h is t o r ia d o r s o c ia l, d ir ig e n u e s ­
t r a a t e n c ió n h a c ia lo q u e e s p r o p io y c a r a c t e r ís t ic o d e u n a é p o c a y u n lu g a r, y p o r e s o ,
a u n q u e s e ñ a le la im p o r t a n c ia q u e e l e s t u d io d e la e s c la v it u d a m e r ic a n a t ie n e p a r a la s o ­
c ie d a d n o r t e a m e r ic a n a a c t u a l, n o e x p lic a la r e le v a n c ia d e la e s c la v it u d a n t ig u a . P o r e s o
d e b e m o s d ir ig ir n u e s t r a a t e n c ió n h a c ia e l filó s o fo a n t ig u o » ( P o l i t i c a l T h e o r y , v o l. 9 ,
n ° 4 , n o v ie m b r e d e 1 9 8 1 , p á g . 5 7 9 ) . E s in n e g a b le q u e A r is t ó t e le s s it ú a la e s c la v it u d
d e n t r o d e s u s r e fle x io n e s filo s ó fic a s s o b r e la n a t u r a le z a e n la s q u e lo a b a r c a t o d o , p e r o
p a r e c e u n a p e r v e r s ió n n e g a r q u e , a l h a c e r lo , r e fle x io n a s o b r e la c o n d ic ió n e s p e c ífic a d e
la e s c la v it u d t a l c o m o la c o n o c ía e n e l m u n d o g rie g o . Q u iz á s e p o d r ía n e g a r q u e A r i s ­
t ó t e le s p r e t e n d e j u s t i f i c a r la e s c la v it u d t r a t á n d o la c o m o u n a m a n ife s t a c ió n d e la s u ­
b o r d in a c ió n g e n e r a l d e la h u m a n id a d a la n a t u r a le z a ( a u n q u e p o d r ía m o s , a l c o n t r a r io ,
in c lin a r n o s a p e n s a r q u e e s t a n a t u r a liz a c ió n d e la e s c la v it u d s ir va p r e c is a m e n t e d e ju s ­
t ific a c ió n ) . N o o b s t a n t e , d e t o d o s m o d o s h a y a lg o m á s b ie n p r e o c u p a n t e e n la o p in ió n
d e q u e u n a in t e r p r e t a c ió n « filo s ó fic a » d e A r is t ó t e le s , q u e s e p a r a s u e x a m e n d e la e s ­
c la v it u d d e la s r e a lid a d e s c o n c r e t a s d e la r e la c ió n a m o - e s c la v o e n u n a é p o c a y u n e s p a ­
c io h is t ó r ic o s , n o s d ic e m á s c o s a s s o b r e la « im p o r t a n c ia d e la e s c la v it u d a n t ig u a » ( o ,
c o n m á s r a z ó n , la s o p in io n e s d e A r is t ó t e le s s o b r e e llo ) q u e la m e r a « h is t o r ia s o c ia l» ,
L a h is t o r ia s o c ia l d e la t e o r ía p o lít ic a 31
c o m en tario so b re un a c o n dic ió n s o c ial h istó ric am e n te e f e c tiv a, la r e la ­
c ió n e n tre am o s y e sc lavo s c o m o e x is t ía en e l m un do an tiguo , p o rq ue
h ac e rlo es p riv a rla de c u a lq u ie r s ign if ic ac ió n m ás allá de las c irc u n s ­
tan c ias so c io ec o n ó m ic as de su p ro p io tie m p o y e sp ac io . M ás b ie n , d e ­
b e ríam o s id e n tif ic arla c o m o un a m e táf o ra f ilo só f ic a de la c o n dic ió n h u ­
m an a un iv e rs al en ab strac to . C o n to do , n e gar q ue A ristó te le s d e f e n día
un a p rác tic a so c ial re al, la e s c lav itu d de se re s h um an o s re ale s , o s u ge ­
rir q ue te n em o s q ue ap re n d e r m ás so b re la c o n dic ió n h um an a si re c h a­
zam o s ab o rd ar su te o ría de la e s c lav itu d en su s ign if ic ad o h istó ric o
c o n c re to , p are c e un a m an e ra p e c u liar de s e n sib iliz arn o s an te las r e a li­
dade s de la v id a s o c ial y la p o lític a, in c lus o de la c o n dic ió n h um an a, en
n u e s tra p ro p ia é p o c a o en c u alq u ie r o tra.
E x iste tam b ié n o tra f o rm a en la q ue e l an álisis c o n te x tu al de la te o ­
ría p o lític a p u e d e arro j ar luz y c larif ic ar n ue stro p ro p io m o m en to h is ­
tó ric o : ab s trae r u n a te o ría p o lít ic a de su c o n te x to p a ra as im ila rla al
n ue stro . C o m p re n d e r h is tó ric am e n te un a te o ría p e rm ite q ue c o n te m ­
p lem o s n ue s tra p ro p ia c o n dic ió n h is tó ric a d e sde un a d is tan c ia c rít ic a,
d e sd e e l p un to de v ista ve n tajo so q ue o f re c e n o tras é p o c as y o tras
id e as . A sim ism o , no s p e rm ite o b se rvar de q ué m o do c ie rtas sup o s ic io ­
n e s, q ue ah o ra ac e p tam o s de m an e ra ac rític a, lle garo n a c o b rar v id a y
c ó m o f ue ro n im p u gn ad as m ie n tras e stuv ie ro n en f o rm ac ió n . P ue d e
q ue , al le e r la te o ría p o lític a de e sta m an e ra, n o no s sin tam o s tan t e n t a­
do s de ac e p tar in d is c u tib le m e n te las id e as y lo s sup ue sto s do m in an te s
en n ue stro p ro p io tie m p o y lugar.
L o s en f o q ues c o n te x túale s, do n de lo s e p iso dio s in c o n e x o s y las t r a ­
dic io n e s d e l dis c urs o re e m p laz an a lo s p ro c eso s h istó ric o s, p ue d e q ue
n o d is p o n gan c o n tan ta f ac ilid a d de e sta ve n taja. L a c o n te x tu aliz ac ió n
p ro p u e s ta p o r la E sc ue la de C am b rid ge n o s lle v a a c re e r q ue lo s a n t i­
guo s p e n sado re s p o lític o s po c o tie n e n q ue de c irn o s so b re n ue stro p ro ­
p io tie m p o y lugar. N o s in v ita a p e n s ar q ue n o h ay n ad a q ue ap re n d e r
de e llo s, p ue s sus e x p e rie n c ias h istó ric as n o gu ard an n in gu n a re lac ió n
c o n las n u e s tras . P ara d e s c u b rir q ué de b e m o s ap re n d e r de la h is to ria
de la te o ría p o lít ic a es p re c is o q ue n o s situe m o s en e l c o n tin uo de la
h is to ria, do n de e stam o s un ido s a n ue stro s p re d e c e so re s n o só lo p o r las
c o n tin u id ad e s q ue c o m p artim o s, sin o p o r lo s p ro c eso s de c am b io q ue
q u e t r a t a la s r e fle x io n e s d e l filó s o fo c o m o r e fle x io n e s , p r e c is a m e n t e , s o b r e la e s c la v i­
t u d a n t ig u a , n o c o m o u n a m e t á fo r a , s in o c o m o u n a r e a lid a d h is t ó r ic a d e m a s ia d o c o n ­
c re t a .
32 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
surgen y se in te rp o n e n e n tre e llo s y n o so tro s y no s lle v an d e sde allí h as ­
ta aq uí.
A sí, este e studio tie n e el p ro p ó sito n o só lo de ilu m in ar algun o s t e x ­
to s c lásic o s y las c o n dic io n e s en las q ue f uero n c re ado s, sin o tam b ién de
e x p lic ar, c o n e je m p lo s, un e n f o q ue distin tivo de la in te rp re tac ió n c o n ­
te x tual. E l tem a c e n tral n o só lo serán lo s tex to s o lo s p aradigm as d is c u r­
sivo s, sin o las re lac io n e s so c iales q ue lo s h ic ie ro n p o sib les y les p lan te a­
ro n las p re gun tas p artic ulare s q ue lo s teó ric o s p o lític o s ab o rdaro n . E ste
gén e ro de le c tu ra c o n te x tual no s e x ige h ac e r algo m ás q ue se guir la ge ­
n e alo gía q ue lle v a de un p e n sado r p o lític o al siguie n te . N o s in vita a e x ­
p lo rar c ó m o de te rm in adas re lac io n e s so c iales f un dam e n tales e stab le c e n
lo s p arám e tro s de la c re ativ id ad h um an a, n o só lo en la te o ría p o lític a,
sin o en o tro s m o do s de disc urso q ue f o rm an p arte de l m arc o h istó ric o y
de l c lim a c u ltu ral y en c uyo sen o surgie ro n las te o rías p o lític as , c o m o
p o r ejem p lo la trage d ia grie ga, e l de re c h o ro m an o o la te o lo gía c ristian a.
M ie n tras trato de e n c o n trar un justo e q u ilib rio e n tre e l an álisis
c o n te x tu al y la in te rp re tac ió n de lo s p rin c ip ale s te x to s , p u e d e q ue a l­
gun o s le c to re s p ie n se n q ue e sta m an e ra de p ro c e d e r h ac e un h in c ap ié
e x c e siv o en lo s gran d e s tem as e s tru c tu rale s en de trim e n to de un a le c ­
tu ra t e x t u al m ás e x h au stiv a. P e ro es m e jo r q ue e l e n f o q ue q ue se p ro ­
p o n e en e ste lib ro n o se e n tie n d a c o m o un a e x c lus ió n o un m e n o sp re ­
c io de am b o s m o do s de h ac e r un an álisis te x tu al d e tallad o , sin o to do lo
c o n trario : q ue se e n tie n d a c o m o un m edio p ara c larif ic ar lo s te x to s q ue
m ás tard e p u e d an p o n e rse en c ue stió n m e d ian te un a le c t u ra m ás d e t a­
llad a , m in uc io sa.
El o r ig e n d e l a t e o r ía po l ít ic a
L o s e s p e c ialis tas h an o f re c ido div e rsas e x p lic ac io n e s so b re e l s u r ­
gim ie n to de la te o ría p o lític a en la an tigu a G re c ia. S o b re e llo se ab u n ­
d ará en lo s c ap ítulo s d e d ic ad o s a las c o n dic io n e s h istó ric as e sp e c íf ic as
q ue , so b re to do en A te n as, p ro d uje ro n e l gé n e ro de c o n f ian z a en la ac ­
c ió n h um an a q ue es c o n dic ió n n e c e s aria p ara la te o ría p o lític a. E n este
c ap ítu lo no s lim itare m o s a las c o n dic io n e s ge n e rale s q ue dis tin guie ro n
a lo s grie go s de o tras c iv iliz ac io n e s an tiguas y e s tab le c ie ro n la age n d a
de la te o ría p o lític a.
E l fa c t o r m á s d e c is iv o fu e , s in d u d a , e l d e s a r r o l l o , q u iz á s a fin e s d e l
s ig lo VIII a . C . , d e u n e s t a d o g r ie g o s u i g é n e r is , la p o l i s , q u e a v e c e s e v o ­
L a h is to ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 33
lu c io n ó en e l se n tid o de un a d e m o c rac ia q ue se g o b ie rn a a sí m ism a,
c o m o el c aso de A te n as de sde p rin c ip io s d e l s iglo V a. C . h asta f in es de l
siglo IV a. C . E ste tip o de e stado d if e ría c laram e n te de lo s gran de s e s t a­
do s im p e riale s q ue c arac te riz ab an a o tras «g r a n d e s » c iviliz ac io n e s, y de
lo s q ue p re c e d ie ro n a la p o lis en G re c ia, lo s re in o s m in o ic o s o m ic én i-
c o s. E n lu g a r de te n e r un c o m p lic ad o ap arato b u ro c rátic o , la p o lis se
c arac t e riz ab a p o r un a ad m in istrac ió n d e l e stado b as tan te sim p le (si es
q ue p o dem o s llam arla «e s t a d o ») y un a c o m un id ad c ívic a q ue se g o b e r­
n ab a a sí m ism a, c uyas p rin c ip ale s re lac io n e s p o lític as n o eran e n tre g o ­
b e rn an te s y sú b d ito s , sin o e n tre c iu d a d a n o s , tan to si e l c ue rp o de c iu ­
dad an o s e ra m ás in c lus iv o , c o m o s u c e d ía en e l c aso de la d e m o c rac ia
ate n ie n se , o m en o s, c o m o en el c aso de E s p arta o de las c iu d ad e s - e s ta­
do de C re ta. L a p o lític a, en el se n tido en q ue h em o s lle gad o a e n te n d e r
el té rm in o c o m o im p ugn ac ió n y d e b ate e n tre diverso s in te re s e s , s u s t i­
tuyó al do m in io o a la adm in is trac ió n c o m o e l p r in c ip al p ro p ó sito d e l
disc urso p o lític o . E sto s f ac to res eran c ie rtam e n te m ás so b re salie n te s en
las d e m o c rac ias , y p artic u la rm e n te en A te n as , q ue en las p o lis o lig á r­
q uic as.
A sim ism o , es sign if ic ativ o se ñ alar q ue a f in es d e l siglo V G re c ia se
h ab ía c o n v e rtido en un a c u ltu ra le t r a d a sin p re c e d e n t e s . A un q ue n o
deb em o s so b re stim ar su alc an c e , un a sue rte de alf ab e tiz ac ió n p o p ular,
so b re to do en la de m o c rac ia, sustituyó a lo q ue algun o s e studio so s h an
d ado en llam ar la «alf ab e tiz ac ió n de lo s arte s an o s », en la q ue la le c tu ra
y la e s c ritu ra e ran h a b ilid ad e s e s p e c ializ ad as q ue p rac t ic ab a n ú n ic a ­
m e n te , o en un a am p lia m e d id a, lo s p ro f e sio n ale s o e s c rib as . L o q ue
o c urrió en G re c ia, y en A te n as en c o n c re to , se h a d e sc rito c o m o la d e ­
m o c ratiz ac ió n de la e sc ritura.
C uan d o la d o m in ac ió n de l p u e b lo , q ue re q u e ría d e un a am p lia y
p e rs p ic az d is c usió n de las c ue stio n e s so c iale s y p o lític as q ue e ran ap re ­
m ian te s , y q ue p ro p o rc io n ab a n ue vas o p o rtu n id ad e s p ara e l e je rc ic io
de la in f lue n c ia y e l lid e raz go p o lític o s, se c o m b in ó c o n la p r o s p e rid ad
e c o n ó m ic a, dio lu g a r a un a de m an d a c re c ie n te de e d uc ac ió n y f o rm a­
c ió n . U n a c u ltu ra d e m o c rátic a q ue re b o sab a de v it a lid a d en lo e c o n ó ­
m ic o y e ra re lativ am e n te lib re , c o n un o s m edio s de e x p re sió n e s c rita y
de argum e n tac ió n c ab al y un p ú b lic o b as tan te ate n to al dis c urs o d e ­
m o c rátic o , c reó un a atm ó sf era f av o rab le p ara e l n ac im ie n to de la te o ría
p o lític a y su te m p ran o f lo re c im ie n to , un m o do a la vez p o dero so e in ­
ge n io so de in tro s p e c c ió n c rít ic a y re f le x ió n q ue aún p e rv iv e en n u e s ­
tro s días.
 L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 35
34 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

P e ro p a ra c o m p re n d e r p o r q ué e ste n ue vo m o do de p e n sam ie n to E l e stado «b u r o c rá t ic o » an tigu o , p o r tan to , c o n stituía un a c lase d i­

p o lític o ado p tó la f o rm a q ue ado p tó y p o r q ué p lan te ó de te rm in ad o s rige n te q ue se su p e rp o n ía a y se ap ro p iab a d e las c o m un idade s s o m e ti­

tip o s de p re gun tas q ue n o se h ab ían f o rm ulado an tes y q ue , en lo s u c e ­ das de p ro duc to re s dire c to s, so b re to do c am p esin o s. S i b ie n e sta f o rm a

sivo , e s tab le c e rían las p autas p ara la d ilat a d a trad ic ió n de la te o ría p o ­ de e stad o h ab ía e x is tid o en G re c ia, tan to en e ste p aís c o m o en R o m a

lít ic a o c c id e n tal, es p re c is o e x am in ar c o n m ayo r de te n im ie n to la p o lis . s urgió un a n ue v a f o rm a de o rgan iz ac ió n p o lít ic a q ue c o m b in ab a la

E n e l s iguie n te c ap ítu lo n o s c e n trare m o s m ás en la so c ie d ad y en la p o ­ e x is te n c ia de te rrate n ie n te s y de c am p e sin o s en un a so la c o m un idad c í­

lít ic a ate n ie n se s, c o m o e l c o n te x to e sp e c íf ic o en e l q ue f ue ro n e sc rito s vic a y m ilitar. S i b ie n h ub o o tro s p ue b lo s, so b re to do lo s f e n ic io s y lo s

lo s c lásic o s grie go s. P e ro aq u í, p ara lo s p ro p ó sito s q ue ah o ra no s o c u ­ c artagin e s e s , q ue v iv ie ro n en c iu d ad e s - e s tad o en c ie rto m o do c o m p a­

p an , es p re c is o re s altar un o s p o c o s p un to s ge n e rale s ac e rc a de las c o n ­ rab le s a la p o lis grie ga o la R e p ú b lic a ro m an a, la id e a m ism a de u n a c o ­

dic io n e s en las q ue se o rigin ó la te o ría p o lític a. m u n id ad c ív ic a y de c iu d ad a n ía , a d if e re n c ia de lo s p rin c ip io s de go ­

L a p o lis re p re s e n tab a no só lo un a f o rm a p o lític a c arac te rís tic a sin o b ie rn o a travé s de un ap arato e s t at al su p e rp ue s to , p ro v ie n e de lo s

un a o rgan iz ac ió n ún ic a de las re lac io n e s so c iales. E n o tras c ivilizac io n e s grie go s y lo s ro m an o s.

s u p e rio re s , e l e stad o e n c arn ab a, de m an e ra típ ic a, u n a re lac ió n e n tre P o r o tro lad o , la id e a de un c iu d ad a n o -c am p e s in o f ue e lim in ad a de

go b e rn an te s y súb dito s, q ue e ra, al m ism o tiem p o , un a re lac ió n e n tre lo s la e x p e rie n c ia de o tro s e stado s an tiguo s. S i b ie n en lo s s iguie n te s c a p í­

p ro d u c to re s y q uie n e s se ap ro p iab an de lo q ue aq ué llo s p ro d uc ían . E l tulo s h ab lare m o s d e l p ap e l q ue la e sc lav itud tuvo en G re c ia y en R o m a,

f iló so f o c h in o M e n c io (siglo III a. C .) en c ie rt a o c asió n e s c rib ió q ue p o r e l m o m en to es im p o rtan te re c o n o c e r el p ap e l p o lític o p e c u liar q ue

«q u ie n e s so n go b e rn ado s p ro d u c e n alim e n to s y q uie n e s go b ie rn an so n d e se m p e ñ ab an las c lases p ro d uc to ras , lo s c am p e sin o s y lo s arte san o s, y

alim e n tado s . Q ue esto es justo es algo ac e p tad o un iv e rsalm e n te en to ­ la re lac ió n sui gé n e ris q ue m an te n ían c o n e l e stado . E n la p o lis grie ga

das p arte s b ajo el c ie lo ». E ste p rin c ip io re sum e b astan te b ie n la e se n c ia y en la R e p ú b lic a ro m an a, lo s p ro d u c to re s y lo s q ue se ap ro p iab an de

de la re lac ió n e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s q ue c arac t e r iz ab a a la su p ro d uc c ió n se e n f re n tab an un o s a o tro s d ire c tam e n te en el sen o de l

m ás av an z ada de las c iv iliz ac io n e s an tiguas. c ue rp o de c iu d ad an o s c o m o in d iv id u o s y c o m o c las e s , c o m o t e r r a t e ­

E n e sto s e stado s an tiguo s e x is t ía u n a tajan te d e lim it ac ió n e n tre n ie n te s y c o m o c am p e sin o s, y n o c o m o go b e rn an te s y c o m o súb dito s.

p ro d uc c ió n y p o lític a, en e l se n tido de q ue lo s p ro d uc to re s dire c to s no L a p ro p ie d a d p r iv ad a se d e s arro lló de un a m an e ra m ás autó n o m a y

de se m p e ñ ab an n in gún p ap e l p o lític o c o m o go b e rn an te s; n i s iq u ie ra lo c o m p leta, se p arán do se m uc h o m ás de l estado . U n a din ám ic a n ueva y c a­

h ac ían c o m o c iu d ad an o s. E l e stado e stab a o rgan iz ado p ara c o n tro lar el rac t e rís tic a de la p ro p ie d ad y las re lac io n e s de c lase se dif e re n c ió de las

trab ajo de lo s súb dito s, y e ra a través de é l c o m o algun o s se ap ro p iab an re lac io n e s trad ic io n ale s e n tre e l e stado (ap ro p iad o r) y lo s s úb dito s
(p ro duc to re s).
d e l trab ajo de o tro s o de sus p ro d uc to s . U n c argo e s t at al f ue , p r o b a ­
b le m e n te , e l m edio p rim o rd ial p ara ad q u ir ir f o rtun a. A un en aq ue llo s L as c arac te rís tic as e sp e c iale s de esto s e stado s se re f le jan en lo s c lá ­

lu gare s en lo s q ue la p ro p ie d ad p riv ad a de la tie rra e ra b astan te c o m ún , sic o s d e l p e n sam ie n to p o lític o an tiguo . C uan d o P lató n , p o r e je m p lo ,

o s te n tar un c argo de e ste tip o d e b ió de ser, q uiz ás, e l o rige n de la t e ­ c ritic ó la p o lis d e m o c rátic a de A te n as , lo h izo c o n trap o n ié n d o le un a
f o rm a de e stado q ue se ap art ab a rad ic alm e n te de aq ue llo s rasgo s, q ue
n e n c ia de un a gran p ro p ie d a d , en tan to q ue , en g e n e ral, la p e q ue ñ a
e ran , p re c is am e n te , lo s m ás e x c lusivo s y e sp e c íf ic o s de la p o lis grie ga, y
p ro p ie d ad lle v ab a c o n sigo u n a se rie de o b ligac io n e s h ac ia e l e stado en
g u ard ab a, en p rin c ip io , un p are c id o s o rp re n d e n te c o n c ie rto s e stado s
f o rm a de im p ue sto s , trib u to s o se rvic io s, c o m o trab ajo . E sto siguió
n o grie go s. E n L a R e p ú b lic a , P lató n p ro p o n e un a c o m un id ad de g o ­
sie n do así, p o r e je m p lo , en C h in a. A llí, a lo largo de to d a su d ilat a d a
b e rn an te s q ue se h a lla s up e rp ue sta a un a c o m un idad d o m in ada de p ro ­
h isto ria im p e rial, la gran p ro p ie d ad y las gran d e s riq ue z as sie m p re e s ­
d uc to re s, so b re to do c am p e sin o s, un e stado en e l q ue lo s p ro d uc to re s,
tuvie ro n as o c iadas c o n e l h e c h o de d e se m p e ñ ar un c argo en e l e stado .
al se r «lib r e s » a título in d iv id u al y dueñ o s de p ro p ie d ad , n o d e p e n de n
Y e l e stado im p e rial h izo to do lo p o sib le — aun q ue n o sie m p re tuv ie ra
de p ro p ie tario s p riv ado s m ás ric o s; p e ro au n q u e lo s go b e rn an te s, en la
é x ito al h ac e rlo — p a ra m an te n e r e sa re lac ió n e im p e d ir e l d e sarro llo
re p ú b lic a p lató n ic a, n o so n due ñ o s de p ro p ie d a d p riv a d a algu n a, lo s
autó n o m o de p o de ro sas c lase s h ac e n d ad as.
36 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ro d u c to re s se h allan c o le c tiv am e n te a m e rc e d de la c o m un id ad q ue
go b ie rn a y e stán o b ligad o s a tran s f e rir e l trab ajo e x c e d e n te a q uie n e s
lo s m an d an , q ue n o so n p ro d u c to re s . L as f un c io n e s p o lít ic a y m ilit ar
p e rte n e c e n , de m an e ra e x c lus iv a, a la c lase go b e rn an te , de ac ue rdo c o n
la t r ad ic io n al se p arac ió n de las c lase s m ilit a r y c am p e sin a q ue tan to
P lató n c o m o A ristó te le s ad m irab an . E n o tras p alab ras , lo s go b e rn ado s
p ro d u c e n e l alim e n to y lo s q ue go b ie rn an so n alim e n tad o s . P lató n se
in sp iró sin d u d a en lo s e stado s grie go s q ue se guían m ás f ie lm e n te esto s
p rin c ip io s , y en e s p e c ial en E s p arta y las c iu d ad e s - e s tad o de C re ta;
aun q u e es p o s ib le q ue el m o de lo m ás c o n c re to q ue tu v ie ra p re s e n te
f ue ra el de E gip to , o al m en o s el E gip to tal y c o m o lo s grie go s, a vec es
de un a m an e ra in e x ac ta, lo e n te n dían .
O tro s e sc rito re s c lásic o s d e f e n die ro n la p re e m in e n c ia de las c lases
d o m in an te s de un a m an e ra m en o s ra d ic a l y m ás e s p e c íf ic am e n te g r e ­
c o rro m an a. E n p artic u lar, la d o c trin a de la «c o n s t it u c ió n m ix t a », q ue
ap are c e en L a s L e ye s de P lató n y q ue o c up a un lu g ar p ro m in e n te en lo s
e s c rito s de A ris tó t e le s , P o lib io y C ic e ró n , re f le j a u n a r e a lid a d grie ga
y ro m an a su i gé n e ris y lo s p ro b le m as e s p e c iale s a lo s q ue se e n f re n t a ­
b a un a c lase d irige n te f o rm ada p o r p ro p ie tario s p riv ado s en un e stado
q ue in c o rp o rab a a ric o s y p o b re s, ap ro p iad o re s y p ro d uc to re s, p ro p ie ­
tario s de tie rras y c am p e sin o s, en un a so la c o m un id ad c ív ic a y m ilitar.
L a id e a d e un a c o n stituc ió n m ix ta p ro c e d ía de la c lasif ic ac ió n gre c o rro ­
m an a de las c o n stituc io n e s. E n p artic u lar, la dis tin c ió n e n tre el go b ie r­
n o de un a m ayo ría, el de un a m in o ría y e l de un o so lo : la de m o c rac ia, la
o lig arq u ía y la m o n arq uía. U n a c o n stituc ió n p o d ría se r «m ix t a » en el
s e n tido de q ue ad o p tara algun o s e le m e n to s de c ad a un a de e stas f o r­
m as de go b ie rn o . M ás en p artic u lar, ric o s y p o b re s p o d ían e star re p re ­
s e n tado s p o r e le m e n to s «o lig á r q u ic o s » y «d e m o c r á t ic o s » re s p e c tiv a­
m e n te ; y la p rim ac ía de lo s ric o s p o d ía lo grars e no e s tab le c ie n d o un a
divisió n c lara e in f le x ib le e n tre un ap arato q ue go b ie rn a y lo s p ro d u c ­
to res so m e tido s, o e n tre las c lase s m ilit ar y c am p e sin a, sin o d e c an tan ­
do el e q u ilib rio c o n stitu c io n al h ac ia lo s e le m e n to s o ligárq uic o s.
A sí, tan to en la te o ría c o m o en la p rác tic a, un a d in ám ic a e sp e c íf ic a
de re lac io n e s de p r o p ie d a d y de c las e , d if e re n te de las re lac io n e s e n tre
go b e rn an te s y s úb d ito s, se in t e r c a la b a d ire c tam e n te en lo s f un d am e n ­
to s de la p o lític a grie ga y ro m an a. E stas re lac io n e s ge n e raro n un a gam a
c arac t e rís tic a de p ro b le m as p o lític o s y- c uestio n es te ó ric as , so b re to do
en las c iud ad e s - e s tad o de m o c rátic as . S e tratab a, p o r sup ue sto , de p ro ­
b le m as c arac te rís tic o s d e l o rde n so c ial de un a so c ie d ad , c o m o A ten as,
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lít ic a 37
c uyo e s trato de go b ie rn o n o e ra c laram e n te d o m in an te , y c uyo p o d e r
e c o n ó m ic o y s u p e rio rid ad p o lític a e ran e x ten sivo s e in s e p arab le s ; un a
so c ie d ad en la q ue las je rarq u ías e c o n ó m ic as y p o lític as n o c o in c idían y
las re lac io n e s p o lític as se d ab an m ás e n tre c iu d ad an o s q ue e n tre go ­
b e rn an te s y s ú b d ito s. E stas re lac io n e s p o lític as se lle v ab an a c ab o en
asam b le as y t rib u n ale s , en un de b ate c o n stan te , q ue re q u e ría de n uevas
h a b ilid ad e s re tó ric as y n ue vas m o d alid ad e s de argum e n tac ió n . N ada
p o d ía d ars e p o r se n tado y, c o m o es ló gic o , e ra un a s o c ie d ad m uy lit i­
gan te , c uyo dis c urs o p o lític o , in c luid o s sus m éto do s y c o n te n ido s, p ro ­
v e n ía, en gran p arte , de la argum e n tac ió n j u ríd ic a, q ue e x alt a b a la c o n ­
tro v e rsia m in uc io s a, lle n a de sutile z as.
L o s te ó ric o s grie go s de la p o lít ic a f ue ro n c o n sc ie n te s d e l c arác t e r
ún ic o de su f o rm a e sp e c íf ic a de e stado . D e h e c h o , e x p lo raro n la n a t u ­
rale z a de la p o lis y de aq ue llo q ue la d is tin gu ía de las dem ás. F o rm u la­
ro n p re gun tas so b re el o rigen y el p ro p ó sito d e l estado . Y tras h ab e r in ­
v e n tado , e f e c tiv am e n te , un a n ue va id e n t id ad , la id e n t id ad c ívic a de la
c iu d ad an ía, p lan te aro n p re gu n tas so b re su sign if ic ado , so b re q uié n d e ­
b ía d is f ru t ar de lo s d e re c h o s p o lític o s y si e x is t ía, ad e m ás, algu n a d i­
visió n n atu ral e n tre go b e rn an te s y go b e rn ado s. S e e n f re n taro n a la t e n ­
sió n e n tre la id e n t id a d n iv e lad o ra de la c iu d ad a n ía y lo s p rin c ip io s
je rárq u ic o s de la n o b le z a de c un a o la riq ue z a. L as p re gu n tas so b re la
le y y e l p rin c ip io d e l de re c h o , so b re la d if e re n c ia e n tre la o rgan iz ac ió n
p o lít ic a b as ad a en la v io le n c ia o la c o e rc ió n y un a c o m un id ad c ívic a
s u s te n tad a en la d e lib e rac ió n o la p e rs uas ió n , so b re la n a tu rale z a h u ­
m an a y su id o n e id ad (o no ) p ara la v id a p o lític a, e ran to das e llas c ue s ­
tio n e s q ue ve n ían p lan te ad as p o r las re alid ad e s c o tid ian as de la v id a en
la p o lis.
A f alta de un a c las e go b e rn an te c uyo s c rit e rio s y p rin c ip io s é tic o s
f ue ran ac e p tado s, p o r to d a la c o m un id ad , c o m o lo s p rin c ip io s p o r lo s
q ue se re gía, ya n o e ra p o sib le sup o n e r la e te rn id ad y la in v io lab ilid ad
de las n o rm as trad ic io n ale s. I n e vitab le m e n te , se h allab an sujetas al e x a ­
m en te ó ric o y la im p u gn ac ió n . L o s de f e n so re s de las j e ra rq u ías t r a d i­
c io n ale s e stab an o b ligad o s a re s p o n d e r n o só lo re p itie n d o vie jo s p ro ­
ve rb io s o re c itan d o c an c io n es é p ic as de lo s re ye s- h é ro e s aristo c rátic o s,
sin o c o n struye n do argum en to s te ó ric o s q ue p u d ie ran h ac e r f re n te a lo s
de saf ío s te ó ric o s . S u rgie ro n p re g u n t as so b re e l o rige n de lo s p r in c i­
p io s m o rale s y p o lític o s , y a q ué d e b ían su c o n d ic ió n de v in c u lan te s .
D e las m ism as re alid ad e s p o lític as n ac ió e l p rin c ip io h um an ista de q ue
e l «h o m b re es la m e d id a de to das las c o s as », c o n to das las n ue vas pre-
38 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
gun tas q ue este p rin c ip io c o n lle vab a. A sí, p o r e je m p lo , lo s so f istas (lo s
f iló so f o s y m ae stro s grie go s so b re lo s q ue tratare m o s en e l s igu ie n te c a ­
p ítulo ) se p lan te aro n la p re gun ta de si lo s p rin c ip io s m o rale s y p o lític o s
e x iste n p o r n atu rale z a o si só lo lo h ac e n p o r c o stum b re , un a p re gu n ta
q ue p o d ría re s p o n d e rs e de d if e re n te s m an e ras , algu n as de e llas c o m ­
p atib le s c o n la d e m o c rac ia, o tras en de f e n sa de la o ligarq u ía. C uan do
h izo e x p líc it a su o p o sic ió n a la d e m o c rac ia, P lató n n o re c u rrió a lo s
dio se s o a la c o stum b re q ue el p aso de l tie m p o h ab ía c o n sagrado , sin o
q ue se vio o b ligado a de f e n d e r su p o stura c o n lo s m edio s de la razó n f i­
lo só f ic a. N o tuvo m ás re m e dio q ue c o n s tru ir un a d e f in ic ió n de la j u s t i­
c ia y de la v id a b ue n a q ue , ap are n te m e n te , e x c lu ye ra la de m o c rac ia.
La t e o r ía po l ít ic a EN LA HISTORIA: u n a v isió n GENERAL
E sta n ue v a m o d alid ad de p e n sam ie n to p o lític o , n ac id a en la p o lis ,
so b re vivió a la c iu d ad - e s tad o grie ga y sigu ió d e te rm in an d o la age n d a
t e ó ric a en siglo s p o s te rio re s , c uan do p re v ale c ie ro n d if e re n te s f o rm as
de e stado . E sta lo n ge v id ad n o se h a d e b id o , sim p le m e n te , a le gad o s in ­
t e le c t uale s p e rs iste n te s. L a trad ic ió n o c c id e n tal de la te o ría p o lític a se
h a d e s arro llad o so b re lo s f un d am e n to s q ue f ue ro n e s tab le c id o s en la
G re c ia an tigu a p o rq ue d e te rm in adas c ue stio n e s h an se guido o c up an do
e l c en tro de la v id a p o lític a e uro p e a. D e f o rm as div e rsas, la auto n o m ía
de la p ro p ie d ad p riv ad a, su re lativ a in d e p e n d e n c ia d e l e stado y la t e n ­
sió n e n tre e sto s f o c o s de p o d e r s o c ial c o n tin uaro n dan do f o rm a a la
age n d a p o lític a. P o r un lad o , las c las e s ap ro p iad o ras n e c e s itab an de l
e stado p ara m an te n e r e l o rde n , las c o n dic io n e s p ara la ap ro p iac ió n y el
c o n tro l so b re las c lase s p ro d u c to ras . P o r o tro , en e l e stad o h allab an
un a o n ero sa m o le stia y un c o n trin c an te p ara la ap ro p iac ió n d e l trab ajo
e x c e de n te .
C o n un a m irad a p re o c u p ad a y re c e lo sa p ue sta en e l e stado , las c la ­
ses do m in an te s ap ro p iad o ras sie m p re h ab ían c e n trad o su ate n c ió n en
las re lac io n e s c o n las c lases p ro d uc tiv as sub o rd in ad as . E n re alid a d , la
n e c e s id ad q ue t e n ían d e l e stado estuvo d e te rm in ad a, en b ue n a m e dida,
p o r aq u e llas re lac io n e s tan d if íc ile s . E n p art ic u la r, a lo largo de c asi
to d a la h isto ria o c c id e n tal, lo s c am p e sin o s alim e n taro n , vistie ro n y a lo ­
jaro n a la m in o ría se ñ o rial m e d ian te e l trab ajo e x c e d e n te q ue se e x traía
d e l p ago de re n tas, c uo tas y trib u to s . S in e m b argo , aun q u e e l e stado
aris t o c rátic o d e p e n d ía de lo s c am p e sin o s, y si b ie n lo s se ñ o res f uero n
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o r ía p o lít ic a 39
sie m p re c o n sc ie n te s de la am e n az a q ue s up o n ía la re s is te n c ia de e sta
c lase , las c lases q ue e stab an p riv ad as de vo z p o lític a de se m p e ñ aro n un
p ap e l e x igu o en las o b ras c lásic as de la te o ría p o lític a. S u p re s e n c ia s i­
le n c io s a tie n d e a h ac e rs e v is ib le só lo en lo s gran de s e sf uerzo s te ó ric o s
d e d ic ad o s a j u s t if ic ar las je rarq u ías so c iale s y p o lític as.
L a re lac ió n e n tre c lases ap ro p iad o ras y p ro d u c to ras ib a a c am b iar
de m an e ra f u n d am e n tal c o n e l ad v e n im ie n to d e l c ap italis m o , p e ro la
h is to ria de la te o ría p o lític a o c c id e n tal c o n tin uó sie n do , en gran m e d i­
da, la h isto ria de las te n sio n e s e n tre el e stado y la p ro p ie d ad , e n tre lo s
ap ro p iad o re s y lo s p ro d u c to re s. E n ge n e ral, la trad ic ió n o c c id e n tal de
la te o ría p o lític a h a sido un a «h is t o ria e s c rita d e sde a r r ib a », un a r e f le ­
x ió n q ue , f un dam e n talm e n te , se re f ie re al e stado e x is te n te y a la n e c e ­
s id ad de su p re s e rv ac ió n o c am b io , y es v ista d e sde el p un to de v ista de
un m ie m b ro o de un c lie n te de las c lases go b e rn an te s. S in e m b argo , d e ­
b ie ra re s u lt ar e v id e n te q ue e sta «h is t o r ia d e sde a r r ib a » n o p u e d e e n ­
te n d e rs e sin re la c io n a rla c o n lo q ue p u e d e ap re n d e rs e de la «h is t o r ia
e sc rita de sde ab ajo ». L a c o m p le ja re lac ió n q ue se da e n tre el e stado , las
c lase s p ro p ie tarias y lo s p ro d u c to re s es lo q ue , t a l vez m ás q ue c u a l­
q u ie r o tra c o sa, d is tin gue la trad ic ió n p o lític a o c c id e n tal de las dem ás
tradic io n e s .
S i b ie n la e x is te n c ia de so c ie dade s en las q ue grup o s do m in an te s se
ad ue ñ an de lo q ue o tro s p ro d u c e n n o es algo e x c lus iv o de O c c ide n te ,
sí lo so n , en c am b io , lo s m o do s en q ue las te n sio n e s e n tre esto s grup o s
c o n f o rm aro n la v id a y la te o ría p o lít ic a en O c c id e n te . P u e d e q ue sea
p re c is am e n t e p o rq ue las re lac io n e s e n tre ap ro p iad o re s y p ro d u c to re s
n o h an sido n u n c a, d e sd e la A n t igü e d ad c lás ic a, sin ó n im as de la r e la ­
c ió n e n tre go b e rn an te s y súb dito s. E l c iud ad an o - c am p e s in o , sin d ud a,
n o ib a a so b re v iv ir al I m p e rio ro m an o e ib an a t r a n s c u rrir m uc h o s s i­
glo s an tes de q ue v o lv ie ra a s u rgir en E uro p a algo c o m p arab le a la an ­
t igu a id e a ate n ie n se de un a c iu d ad an ía d e m o c rátic a. L a E uro p a f e ud al
y m o d e rn a te m p ran a se ib an a ap ro x im ar, c ad a u n a a su m an e ra, a la
an tigu a div isió n e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s , d ado q ue las c lases
de lo s la b o ra to r e s se h allab an p riv ad as de de re c h o s p o lític o s , m ie n tras
q ue e l p o d e r de ap ro p iars e se h a lla b a as o c iado de m an e ra t íp ic a a la
p o se sió n de p o d e r «e x t ra e c o n ó m ic o », ya f u e ra p o d e r p o lític o , j u d ic ial
o m ilitar. P e ro la re lac ió n e n tre go b e rn an te s y p ro d uc to re s, in c luso e n ­
to n c e s, n un c a f ue in e q uívo c a, p o rq ue las c lases ap ro p iad o ras se e n f re n ­
tab an a sus c o m p atrio tas trab ajad o re s en p rim e ra in s tan c ia no c o m o un
p o d e r c o le c tivo o rgan iz ad o en e l e stad o , sin o en un a re lac ió n m ás d i­
40 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
re c tam e n te p e rs o n al, c o m o p ro p ie tario s in d iv id uale s , en riv alid ad c o n
o tro s p ro p ie tario s e in c lus o c o n el e stado .
L a auto n o m ía de la p ro p ie d ad y las re lac io n e s c o n trad ic to rias e n tre
la c lase go b e rn an te y el e stado sign if ic ó q ue las c lases ap ro p iad o ras de
O c c ide n te siem p re tuvie ran q ue lu c h ar en do s f ren tes. S i b ie n h ub ie se n
susc rito sin m ayo re s p ro b le m as e l p rin c ip io de M e n c io so b re lo s q ue
go b ie rn an y aq ue llo s q ue lo s alim e n tan , n un c a p o d rían h ab e r dado p o r
h e c h a un a div isió n tan c lara e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s , p o rq ue
e x is t ía u n a div isió n e n tre p ro p ie d a d y e stad o m uc h o m ás c lara de la
q ue e x is tía en o tras p arte s.
S i b ie n lo s f un dam e n to s de la te o ría p o lític a e stab le c id o s en la G re ­
c ia an tigu a re sultaro n ser n o tab le m e n te f ue rte s y re siste n te s, h a h ab id o
m uc h o s c am b io s y se h an añ ad id o m uc h o s c o m p le m e n to s a su age n da
te ó ric a m ie n tras p ro c u rab a m an te n e rs e a la a lt u ra de las c o n dic io n e s
h istó ric as c am b ian te s, tal c o m o e x p lo rare m o s en lo s siguie n te s c a p ít u ­
lo s. L o s ro m an o s, q ue d e b id o q uiz ás a su re p ú b lic a aris t o c rátic a n o se
e n f re n taro n a de saf ío s c o m o lo s q ue tuvo q ue e n f re n tar la de m o c rac ia
ate n ie n se , n o p ro d uje ro n un a trad ic ió n de te o ría p o lític a tan f ruc tíf e ra
c o m o lo s grie go s. S in e m b argo , in tro d uj e ro n o tras in n o vac io n e s s o c ia­
les y p o lític as, en e sp e c ial el derec h o ro m an o , c uyas re p e rc usio n es se rían
im p o rtan te s p a ra e l d e s arro llo de la te o ría p o lític a. E l im p e rio m arc ó
asim ism o e l asc en so d e l c ris tian ism o , q ue ac ab ó sien do la re ligió n im ­
p e rial, c o n to das las c o n se c ue n c ias c ultu rale s q ue eso im p lic ó .
R e s u lta p a rt ic u la rm e n t e s ign if ic ativ o q ue lo s ro m an o s e m p e z aran
a d e lin e a r u n a n ít id a d is tin c ió n e n tre lo p ú b lic o y lo p riv ad o o in c lu ­
so , q uiz ás, e n tre e stad o y so c ie d ad . E n su d is tin c ió n e n tre i m p e riu m y
d o m m iu m , e n tre e l p o d e r c o n c e b ido c o m o e l de re c h o de o rd e n ar y el
p o d e r en la f o rm a de p ro p ie d ad , ello s re c o n o c ie ro n f o rm alm e n te , p o r
p rim e ra vez, la o p o sic ió n e n tre p ro p ie d ad y e stado c o m o do s fo c o s d is ­
tin to s de p o der, un te m a q ue atrave só p rác tic am e n te to d a la h isto ria de
la te o ría p o lític a o c c id e n tal. E sto no d e sc arta la c o n c ep c ió n — e x p re s a­
da ya p o r C ic e ró n en D e O ffic iis ( D e lo s d e b e re s )— según la c ual el p ro ­
p ó sito d e l e stado e ra p ro te ge r la p ro p ie d ad p riv ad a, o la c o n vic c ió n de
q ue é sa e ra su razó n de ser. A l c o n trario , la aso c iac ió n d e l e stad o y la
p ro p ie d ad p riv ad a, q ue ib a a c o n tin uar s ie n do un te m a c e n tral d e la t e ­
o ría p o lític a o c c id e n tal, p re s up o n e la s e p arac ió n , y las te n sio n e s, e n tre
e llo s.
L a t e n s ió n e n t r e e s t a s d o s fo r m a s d e p o d e r , q u e s e v i o in t e n s ific a ­
d a , e n la t e o r ía y la p r á c t ic a , a m e d id a q u e la r e p ú b lic a fu e d e ja n d o
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lític a 41
p aso al im p e rio , ib a a de se m p e ñ ar, c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de
ver, un p ap e l im p o rtan te en la c aíd a de l I m p e rio ro m an o . C o n e l a s ­
c en so de l f e ud alis m o , e sa te n sió n se re so lvió en f avo r d e l d o m in iu m ,
m ie n tras el e stado e ra v irtualm e n te disue lto en la p ro p ie d ad in d iv id ual.
A l c o n trario de la an tigu a divisió n e n tre go b e rn an te s y p ro d uc to re s, en
la q ue e l e stado e ra e l in strum e n to do m in an te de la ap ro p iac ió n , el e s ­
tado f e ud al ap en as te n ía un a e x is te n c ia autó n o m a, ap art e de la c ade n a
j e rá rq u ic a de p ro p ie d ad , au n q ue c o n d ic io n ad a, in d iv id u a l y de se ñ o ría
p e rso n al. E n lu g ar de un a auto rid ad p ú b lic a c e n traliz ad a, el estado f e u ­
d al e ra un a re d de «s o b e ran ías p a r c e la d a s », go b e rn ad as p o r un a c o m ­
p le ja je ra rq u ía de re lac io n e s so c iale s y j u ris d ic c io n e s rivale s, en m an o s
n o só lo de se ñ o res y re ye s, sin o tam b ié n de diversas c o rp o rac io n e s a u ­
tó n o m as, p o r n o h a b la r de lo s e m p e rad o re s y p ap as d e l S ac ro I m p erio
ro m an o .15 L as re lac io n e s f e ud ale s — e n tre el re y y lo s se ñ o res, e n tre lo s
se ñ o res y lo s v asallo s, e n tre lo s se ñ o re s y lo s c am p e sin o s— e ran , a la
vez, un a re lac ió n p o lític o - m ilitar y un a f o rm a de p ro p ie d ad . L a c o n d i­
c ió n de se ñ o r f e u d a l s ign if ic ab a, jun to c o n e l c o n tro l de la m an o de
o b ra le galm e n te d e p e n d ie n te , e l do m in io de la p ro p ie d ad . A l m ism o
tie m p o , e ra un a p ie z a de l e stado , un f ragm e n to d e l im p e riu m p o lític o y
m ilitar.
L a re so luc ió n f e u d al de la te n sió n e n tre p ro p ie d ad y e stado n o p o ­
d ía d u rar sie m p re . E n sus re lac io n e s c o n e l c am p e s in ad o , lo s se ñ o res
re c urrie ro n al e stado en b u s c a de ap o yo , y la so b e ran ía p a rc e lad a, a su
vez, dio paso de n uevo a la c e n traliz ac ió n e statal. L a n ue va f o rm a de e s­
tado q ue surgió en la b aja E dad M e d ia, y q ue se d e s arro llaría a p r in c i­
p io s de la é p o c a m o d e rn a, estuvo sie m p re m arc ad a p o r e l c o n f lic to
s ub yac e n te e n tre m o n arq u ía y se ñ o ría, h as ta q ue e l c ap italis m o t r a n s ­
fo rm ó p o r c o m p le to la re lac ió n e n tre p o lític a y p ro p ie d ad .
E n c ad a e stad io de e sta h is to ria de la p rác t ic a p o lít ic a h ub o c am ­
b io s c o rre s p o n die n te s en la te o ría y v ariac io n e s en lo s viejo s tem as c o n
15 . S o b r e e l c o n c e p t o d e « s o b e r a n ía p a r c e la d a » , v é a s e P e r r y A n d e r s o n , P a s s a g e s
f r o m A n t i q u i t y to F e u d a li s m , V e r s o , L o n d r e s , 1 9 7 4 , p á g s . 1 4 8 y s ig s . E l fe u d a lis m o in ­
g lé s , c o m o ve r e m o s , r e p r e s e n t ó u n a e x c e p c ió n p a r c ia l. T o d a la p r o p ie d a d e s t a b a le g a l­
m e n t e d e fin id a c o m o « fe u d a l» , y e r a , p o r t a n t o , c o n d ic io n a l, p e r o e l e s t a d o a n g lo s a jó n
ya e s t a b a r e la t iv a m e n t e u n ific a d o , y e s a u n id a d s e r ía c o n s o lid a d a p o r lo s n o r m a n d o s
d e m o d o q u e e n I n g la t e r r a ja m á s e x is t ió , c o n la a m p lit u d c o n q u e e x is t ió e n e l c o n t i­
n e n t e , « la s o b e r a n ía p a r c e la d a » . E l p e c u lia r d e s a r r o llo d e l c a p it a lis m o in g lé s n o d e jó
d e g u a r d a r c ie r t a r e la c ió n c o n e s t e p a r t ic u la r « fe u d a lis m o » . D e s p u é s p r o fu n d iz a r e m o s
m á s e n t o d o e s to .
42 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e l p ro p ó sito de c o n te n e r las n ue vas te n sio n e s so c iale s y las n ue vas c o n ­
f igurac io n e s p o lític as . L as re lac io n e s c o n trad ic to rias e n tre p ro p ie d ad y
e stado ad q u irie ro n n ue vas c o m p le jid ad e s , dan do lu g a r a n ue vas ide as
so b re las re lac io n e s e n tre m o n arc as y señ o res, so b re lo s o rígen e s y e l a l­
c an c e d e l p o d e r m o n árq uic o , lo s lím ite s c o n stituc io n ale s d e l p o d e r de l
e stado , lo s p o de re s autó n o m o s de div e rsas e n tid ad e s c o rp o rativas, so ­
b re las c o n c e p c io n e s de la so b e ran ía, la n atu rale z a de la o b ligac ió n y el
de re c h o a o p o n e r re siste n c ia. L o s avan c es d e l c ris tian ism o y e l asc en so
de la I gle s ia c o m o p o d e r in d e p e n d ie n te in tro d uj e ro n aún m ás d if ic u l­
tade s, p lan te an d o n ue vas p re gu n tas ac e rc a de las re lac io n e s e n tre e l d e ­
rec h o c ivil y el div in o , y de l de saf ío q ue la I gle s ia sup o n ía p ara la au t o ­
rid ad se c ular. P o r últim o , e l adv e n im ie n to d e l c ap italism o p ro dujo sus
p ro p ias tran sf o rm ac io n e s c o n c e p tuale s , n ue vas id e as so b re la p r o p ie ­
d ad y e l e s tad o , ade m ás de n ue vas c o n c e p c io n e s de lo «p ú b lic o » y lo
«p r iv a d o », lo p o lític o y lo e c o n ó m ic o , e l e stado y la «s o c ie d a d », y un a
re s u rre c c ió n de la «d e m o c r a c ia », n o en su an tigu a f o rm a grie ga , sin o
en un n ue vo se n tido , c arac t e rís tic am e n te c ap italis ta, q ue n o re p re s e n ­
t ab a ya un de saf ío f u n d am e n tal p ara las c lase s do m in an te s.
A lo largo de to d a e sta h is to ria «o c c id e n t a l» h ub o tam b ié n , c o m o
ve re m o s, v ariac io n e s te ó ric as s ign if ic ativ as e n tre lo s div e rso s estado s
e uro p e o s, n o só lo d e b id as a sus d if e re n c ias c u ltu rale s y lin g ü ís t ic as ,
sin o tam b ié n a las tran sf o rm ac io n e s de las re lac io n e s so c iale s y p o lít i­
c as: n o só lo h ub o vario s f e udalism o s e uro p e o s, sin o q ue la d is o luc ió n
de l f e udalism o dio lu g a r a varias tran sf o rm ac io n e s d if e re n te s, q ue p ro ­
du je ro n , a su vez, f o rm as tan d is tin tas c o m o las c iu d ad e s - e s tad o en el
n o rte de I t alia , lo s p rin c ip ad o s en A le m an ia, e l e stado ab s o lu tis ta en
F ran c ia y las re p ú b lic as de m e rc ad e re s en lo s P aíse s B ajo s, m ie n tras
q ue la llam ad a «tr a n s ic ió n d e l f e ud alis m o al c a p it alis m o » tuvo lu g a r
só lo en I n glate rra. P ese a to do s lo s asp e c to s c o m un es de la c u ltu ra e u ­
ro p e a y to das las c ue stio n e s so c iale s c o m p artid as q ue c o n tin uaro n h a ­
c ie n do de la trad ic ió n o c c id e n tal de la te o ría p o lític a un le gad o c o m ún
f ruc tíf e ro , c ada un a de estas tran sf o rm ac io n es p ro dujo sus p ro p ias «t r a ­
dic io n e s de d is c u rs o » c arac te rís tic as .
V ale la p e n a añ ad ir u n a o b se rvac ió n m ás. L a re lac ió n am b igua e n ­
tre la c lase go b e rn an te y el e stado c o n f irió a la te o ría p o lític a o c c id e n ­
t a l c ie rtas c arac t e rís tic as ún ic as . A un q ue las c lases p ro p ie tarias no p u ­
d ie ro n ig n o rar n un c a la am e n az a q ue p ro v e n ía de ab ajo , y au n q ue
d e p e n d ían d e l e stado p a ra sus te n tar su p ro p ie d ad y p o d e r e c o n ó m ic o ,
las te n sio n e s en sus re lac io n e s c o n e l e stado c o n f irie ro n un v alo r espe-
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lític a 43
c ial a sus p ro p io s p o d e re s autó n o m o s, sus d e re c h o s f re n te al e stado y,
asim ism o , en las c o n c e p c io n e s de la lib e rt a d , q ue a m e n udo e ran in d is ­
t in gu ib le s de las n o c io n e s de un f uero o p riv ile gio aris to c rátic o q ue se
af irm ab a c o n tra e l e stado . D e e sta m an e ra, lo s de saf ío s a la au to rid ad
p o d ían p r o c e d e r de do s d ire c c io n e s: de la re s is te n c ia q ue o p o n ían las
c lases s u b o rd in ad as a la o p resió n q ue e je rc ían lo s señ o res f e udale s, y de
lo s p ro p io s se ñ o re s f e ud ale s, c uan do se e n f re n tab an a las in tro m isio n es
d e l e s tad o . E sto c o n trib u yó a m an te n e r vivo e l h áb ito de p o n e r en
d u d a lo s p rin c ip io s m ás b ásic o s de la au to rid ad , la le gitim id ad y la o b li­
gac ió n de o b e d e c e r, in c lus o en m o m en to s en q ue las j e rarq u ías so c iale s
y p o lític a s e ran las m ás rígid as.
El c an o n
E s p re c is o d e c ir un as p a lab ras in t ro d u c t o rias so b re e l m o tivo p o r
e l c u a l n o s p re o c u p am o s y o c up am o s de lo s c lás ic o s de la te o ría p o lí­
t ic a o c c id e n t a l. ¿P o r q ué razó n s e le c c io n ar u n as p o c as o b ras «c lá s i­
c a s » o g ran d e s lib ro s , e sc rito s p o r «h o m b re s d e raz a b lan c a ya f a lle c i­
d o s » (q u ie n e s , en gran m e d id a, so n o rigin ario s de E uro p a o c c id e n tal)
y a sus v ás tago s c u lt u rale s ? S alvo m uy p o c as e x c e p c io n e s , ¿n o es c ie rto
q ue e l «c a n o n » d e s c u id a la e x p e r ie n c ia v it a l d e la m ayo ría de la p o ­
b la c ió n d e l m u n d o , la d o m in ac ió n m as c u lin a s o b re las m uj e re s , la
o p re s ió n d e la s m in o rías n ac io n ale s y ra c iale s , la v io le n c ia e n d é m ic a
en las re la c io n e s so c iale s, e l c o n jun to de la h is t o ria d e l c o lo n ialis m o y
e l im p e ria lis m o , c uan d o n o ap o ya ac tiv am e n te e ste tip o de d o m in a­
c ió n y o p re s ió n ?
E n c uan to a eso , ¿tie n e s iq u ie ra se n tido h a b la r in c lus o de trad ic ió n
«o c c id e n t a l»? H a c e ya m uc h o tie m p o q ue d e s ap are c ie ro n lo s d ías en
q ue lo s c urso s so b re la «C iv iliz ac ió n O c c id e n t al» se c o n sid e rab an un a
in tro d u c c ió n n e c e s a ria a la e d uc ac ió n sup e rio r, so b re to do en las u n i­
v e rs id ad e s n o rte am e ric an as . H o y, la div isió n , in c lu s o e n tre O c c ide n te
y O rie n t e , se c o n s id e ra p ro b le m átic a. ¿Q u é s ign if ic a, p o r e je m p lo ,
id e n t if ic a r la an t ig u a c u ltu ra grie ga c o m o p e rt e n e c ie n t e a la t rad ic ió n
«o c c id e n t a l»? L a c o n trap o sic ió n e n tre «O r ie n t e » y «O c c id e n t e » es un
c o n struc to h is t ó ric o a r t if ic ial, e in c lus o e l c o n c e p to m ism o de «E u r o ­
p a » s u rgió en u n a é p o c a b astan te t ard ía. R e su lta aún m ás artif ic io so se ­
p a r a r la an t ig u a G re c ia de, p o n gam o s p o r c aso , E gip to o P e rs ia, c o m o
si lo s grie go s h u b ie ran sido sie m p re e uro p e o s q ue vivie ro n un a h isto ria
44 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
s e p arad a y n o un a p arte de un m un do m e d ite rrán e o y o rie n tal. A d e ­
m ás, «O r ie n t e » es aún m ás h e te ro gé n e o q ue E uro p a u «O c c id e n t e », de
m o do q ue n ad a ju s t if ic a q ue sea tratad o c o m o un a sue rte de c ate go ría
re s id u al q ue a b arc a to do lo q ue n o es «o c c id e n t a l» o «e u r o p e o ». Y aun
en e l c aso de q ue ac e p te m o s «O c c id e n t e » c o m o un a m an e ra ab re v iad a
de d e s ign ar algo sin e n glo b ar al re sto de l m un do en la p o sic ió n de un
o tro in d if e re n c iad o , ¿d e q ué trad ic ió n estam o s h ab lan d o ? ¿A c aso no
h ay, p o r e je m p lo , trad ic io n e s de c lase t rab a j ad o ra al ig u al q ue id e o lo ­
gías de c lase do m in an te ?
P e rm ítan m e o f re c e r p o r lo m en o s un a re sp ue sta p a rc ial a e stas im ­
p o rtan te s dudas. E n p rim e r lugar, en lo q ue a lo s p ro p ó sito s de este e s ­
tu d io se re f ie re , la p rin c ip al ju s tif ic ac ió n p a ra u t iliz ar la te o ría p o lític a
re d u c id a a la de «O c c id e n t e » t ie n e q ue ve r c o n las p e c u liar id a d e s de la
v id a p o lític a, d e sde la A n tigü e d ad c lás ic a y de n tro de l m arc o g e o gráf i­
c o de lo q ue , en la ac tu alid ad , llam am o s E uro p a. P ese a to d a su d iv e r­
s id ad in te rn a — q ue se h ará e v id e n te a lo largo de este lib ro — , e l m un ­
do «o c c id e n t a l» h a sido m arc ad o p o r d e te rm in ad as p a r t ic u la rid a d e s
so c iale s y p o lític as q ue h em o s de stac ad o b re ve m e n te en e ste c ap ítu lo y
q ue h an p ro d u c id o de te rm in ad o s m o de lo s p e c u liare s de p e n sam ie n to
p o lític o . L a ju s t if ic ac ió n p a ra t r a t a r la an tigu a G re c ia y R o m a c o m o
p arte de e sta «t r a d ic ió n » es, s e n c illam e n te , q ue p o dem o s h ac e r re m o n ­
ta r la d iv e rge n c ia p o lít ic a de «O c c id e n t e » h as ta la A n tigü e d ad g re c o ­
rro m an a, y c o n e lla e l d e sarro llo de la te o ría p o lít ic a .16
L o s te x to s c lásic o s de te o ría p o lít ic a c o n sid e rad o s en e ste lib ro se
c e n tran , p ue s, en e l e stad o o c c id e n tal. C o n c e b ido s p o r p e rs o n as m uy
in te lige n te s , y a m e n udo e sc rito s p o r e s tilis t as lite rario s de p rim e ra lí­
n e a, no s o f rec en la p o s ib ilid ad sin p aran gó n de ac c e d e r a la h isto ria p o ­
lít ic a de O c c id e n te ; y no s guste o n o , e stas o b ras h an d e jad o su in d e le ­
b le se llo en n ue s tra c u ltu ra m o de rn a y en el m un do ac tu al. E n ge n e ral,
h an sido las id e as do m in an te s de las c lases d irige n te s ; y esto , sin d ud a,
tam b ié n s ign if ic a q ue las p o te n c ias im p e riale s q ue h an e x te n d id o sus
te n tác u lo s p o r la ge o graf ía d e l m un do lle v aro n c o n sigo e stas ide as . L a
dif usió n de las id e as do m in an te s de O c c id e n te , o b ligad o es re c o n o c e r­
lo , h a te n id o sus b e n e f ic io s , p e ro tam b ié n h an sido in vo c adas p a ra jus-
16 . V é a s e P a u l C a r t le d g e , T h e G r e e k s , 2 a e d . , O x fo r d U n iv e r s it y P r e s s , O x fo r d ,
2 0 0 2 , p a r a u n a m a g is t r a l ilu s t r a c ió n d e c ó m o n u e s t r a p r o p ia c o m p r e n s ió n p o lít ic a y
c u lt u r a l p u e d e b e n e fic ia r s e d e l r e c o n o c im ie n t o t a n t o d e la e s p e c ific id a d h is t ó r ic a d e
lo s g rie g o s c o m o d e la s c o n t in u id a d e s e n t r e e llo s y n o s o t r o s , t a n t o d e s u « o t r e d a d »
c o m o d e a q u e llo q u e le s d e b e m o s .
L a h is t o ria s o c ia l d e la t e o ría p o lític a 45
t if ic ar la o p re sió n c o lo n ial. P ara b ie n o p ara m al, h an go b e rn ad o , de
m an e ras dif e re n te s, el m un do .
A sim ism o es c ie rto q ue , de sde la A n tigü e d ad c lás ic a, e l e stado o c ­
c id e n tal se h a c arac t e riz ad o p o r un a d e s ig u ald a d sis té m ic a y p o r un a
m ayo ría q ue es d o m in ada p o r un a m in o ría. E sta re alid a d t am b ié n tie n e
su re f le jo en e l c an o n , dado q ue las vo c es q ue e sc uc h am o s tie n d e n a ser
las de las c lases do m in an te s, las vo c es de h o m b res h ac e n d ad o s (q ue no
d e jan de ser h o m b res) y de aq u e llo s q ue h ab lan p o r e llo s. A un q ue de
vez en c uan do o igam o s e x p re s ars e e l d e s ac u e rd o de lo s q ue se h allan
ab ajo , lo s lab rie go s q ue , a lo largo de la m ayo r p arte de la h is to ria, c o n ­
f o rm ab an la m ayo ría de la p o b lac ió n , p e rm an e c ie ro n re lativ am e n te c a ­
llad o s . S u sile n c io , sin e m b argo , no es un a razó n p ara n o p re s tar at e n ­
c ió n a las vo c es de lo s am o s. A l c o n trario , a m e n udo c o n stituye n la
m e jo r m an e ra q ue te n em o s de ac c e d e r a la m ayo ría sin vo z, a sus q u e ­
jas y a lo s desaf ío s q ue p lan te aro n a q uie n e s lo s do m in ab an y e x p lo t a­
b an . P o de m o s, p o r sup ue sto , ap re n d e r m uc h o m ás c uan do p re stam o s
dire c tam e n te ate n c ió n a las p alab ras de q uie n e s se o p usie ro n y r e s is t ie ­
ro n ; p e ro aun c uan d o n o disp o n gam o s de e stas p alab ras , un a le c t u ra
c uid ad o s a y c o n te x tu al de lo s te x to s c an ó n ic o s no s d irá m uc h o ac e rc a
de lo q ue las c lase s do m in an te s e s p e rab an de sus s u b o rd in ad o s , así
c o m o de lo q ue te m ían de ello s.
E ste e studio p arte de la p re m is a de q ue es un e rro r t rat ar el c an o n
de m an e ra a c rít ic a y d ar p o r sup ue sto su p re d o m in io . A sim ism o es
tam b ié n un e rro r p o n e r p o r e sc rito c o n to do d e t alle las id e n t id ad e s y
c ultu ras de la h is to ria q ue n o e stán re p re s e n tad as en lo s te x to s d e l c a ­
n o n . P e ro lo es t am b ié n p r e t e n d e r q ue n o e x is t e n a d a p a re c id o a un
c an o n o q ue e l p re d o m in io de las id e as do m in an te s n o es un h e c h o de
p rim e r o rden de la h isto ria. L o im p o rtan te es re c o n o c e r q ue e ste h ec h o
tie n e en re alid a d un a h is to ria, y esto s ign if ic a, e n tre o tras c o sas, t ratar
de c o m p re n de r las c o n dic io n e s en las q ue e sta trad ic ió n c an ó n ic a s u r­
gió y se de s arro lló , las re lac io n e s so c iale s y luc h as q ue le die ro n fo rm a.
S in este tip o de c o m p re n sió n h is tó ric a n o p o dem o s sac ar p artid o de las
le c c io n e s u n iv e rs ale s q ue lo s c lás ic o s aún p u e d e n re se rv arn o s, p e ro
tam p o c o estam o s en c o n d ic io n e s de d e s c artarlo s p o rq u e n o te n gan
n ad a q ue e n se ñ arn o s.

C ap ítulo 2
LA AN T IG U A P O L IS G R IE G A
L a in v e n c ió n d e la p o l is
E n L as s u p lic a n te s e l p o e ta E u ríp id e s e n tre c o rta la ac c ió n c o n un
b re v e d e b ate p o lític o e n tre un m e n saje ro de la t irán ic a T eb as y e l le ­
ge n d ario h é ro e ate n ie n se , T eseo . L o s te b an o s se e n o rgu lle c ían de q ue
su e s p lé n d id a c iu d ad f ue ra go b e rn ad a p o r un so lo h o m b re y n o p o r
un a m ultitu d v o lub le , la m asa de p o b re s y p le b e yo s q ue so n in c ap ac e s
de h ac e r ju ic io s p o lític o s c ab ale s p o rq ue n o p u e d e n ap art ar de sus
m en tes e l trab ajo . E n su re sp ue sta, T eseo c an ta las alab an z as de la d e ­
m o c rac ia e in sis te en q ue , en un a c iu d ad re alm e n te lib re , las le ye s so n
c o m un es a to do s, q ue ric o s y p o b re s, p o r igu al, tie n e n ac c eso a un a j u s ­
t ic ia e q u itativ a, q ue aq u e l q ue tie n e algo ú t il p a ra d e c ir c ue n ta c o n e l
de re c h o de h a b la r en p ú b lic o , y q ue lo s e sf uerzo s de un c iu d ad an o li­
b re n o se m algas tan «m e ram e n te agran d an d o la f o rtu n a d e l tiran o c o n
e l p ro p io trab a jo ».
E ste b re ve e im p re s io n an te in te rlu d io m ás b ie n c o n trib u ye p o c o a
q ue la ac c ió n de la o b ra av an c e , p e ro re sum e c ab alm e n te las c u e s t io ­
n es q ue se h a lla b an en jue go en la te o ría p o lít ic a ate n ie n se . N o s d ic e ,
asim ism o , m uc h as c o sas so b re la p o lis y las c o n dic io n es so c iales q ue d ie ­
ro n o rige n a la te o ría p o lític a. L a c o n c e p c ió n de la lib e r t a d q ue T eseo
e x alt a c o n tie n e c ie rto s p rin c ip io s b ásic o s q ue lo s ate n ie n se s, c o m o así
tam b ié n o tro s grie go s, c o n sid e rab an e x c lus iv am e n te suyo s, p ue sto q ue
d e f in ían la e s e n c ia de su p e c u lia r f o rm a de e stado . E l té rm in o grie go
p a ra d e s ign ar la lib e rt a d , e le u th e r ia , y, en re alid a d , in c lus o e l té rm in o
latin o m ás lim itad o y e lit is ta de lib e rta s — en re f e re n c ia tan to a in d iv i­
duo s c o m o a e stado s— n o tie n e n e q u iv ale n te s p re c iso s en n in gun a le n ­
gu a an tigu a de O rie n te M e d io o de A sia, c o m o p o r e je m p lo la le n gu a
de B ab ilo n ia o la de la C h in a c lás ic a, n i es p o sib le tam p o c o t rad u c ir las
n o c io n e s g rie ga y ro m an a de «h o m b re lib r e » a aq u e llas le n gu as . E n
grie go , e sto s c o n c e p to s ap are c e n un a y o tra vez en c u a lq u ie r tip o de
48 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
te x to s, d e sde lo s te x to s h istó ric o s h as ta las o b ras de te atro , c o m o un a
de las c arac te rís tic as q ue de f in e n a A te n as .1
A sí, p o r e je m p lo , c uan do e l h is to riad o r H e ró do to o f rec e su e x p li­
c ac ió n de la d e rro ta de P e rs ia p o r lo s ate n ie n se s, at rib uye su f ue rz a al
h e c h o de q ue se h ab ían q uitad o de e n c im a el yugo de la t iran ía. M ie n ­
tras vivie ro n b ajo la o p re sió n de é sta, «d e j a b a n q ue lo s v e n c ie ran p o r­
q ue t rab ajab an p ara un s e ñ o r .. ,2 A h o ra, q ue e ran lib re s , se h ab ían c o n ­
v e rtid o en «lo s p rim e ro s de to d o s ». D e m an e ra sim ilar, un auto r de
trage d ias c o m o E sq uilo , en L o s p e rs a s , n o s d ic e q ue , a d if e re n c ia de lo s
súb dito s d e l re y p e rs a J e r j e s , se r un c iu d ad an o ate n ie n s e es n o te n e r
am o , n o se r siervo de n in gún h o m b re m o rtal.
C ab ría, p o r sup ue sto , a t rib u ir la c lara d e lim itac ió n q ue lo s grie go s
h ac e n de l té rm in o «lib e r t a d » al p re d o m in io de la e s c lav itu d c o n c e b id a
c o m o la p ro p ie d ad de un b ie n m ue b le , q ue c o n lle v ab a un a d is tin c ió n
j u ríd ic a y c o n c e p tual b ie n d e f in id a e n tre lib e rt a d y e sc lav itu d . E l d e s a­
rro llo de la e s c lav itu d h izo q ue e sta d is tin c ió n se c lar if ic a ra e h ic ie ra
m ás d e f in id a. P ero la c arac t e rís tic a c o n c ep c ió n grie ga de la auto n o m ía
y la auto suf ic ie n c ia d e b e su o rige n a algo m ás, y la d e f in ic ió n tajan te de
la s e rv id um b re es m ás un a c o n s e c ue n c ia de e sa c o n c e p c ió n q ue su
c ausa.
E l d is tin gu id o h is to riad o r m e d ie v al R o dn e y H ilto n en c ie rta o c a­
sió n re s altó q ue «e l c o n c e p to de h o m b re lib re , q ue n o te n ía n in gu n a
o b ligac ió n , n i s iq u ie ra d e f e re n c ia, h ac ia un se ñ o r f e ud al, es un o de lo s
le gad o s m ás im p o rtan te s , au n q u e in tan gib le s , q ue lo s c am p e sin o s m e ­
die vale s h ic ie ro n al m un do m o d e rn o ».3 S i b ie n M ilto n e stab a en lo c ie r­
to al h ac e r re m o n tar e l o rige n de e ste c o n c e p to al c am p e s in ad o , se
e q u iv o c ab a, sin lu g a r a d u d as , c uan do n o re c o n o c ía q ue e l m é rito h a ­
b ía sido de lo s an tiguo s grie go s. L a lib e rac ió n de lo s c am p e sin o s de
c u a lq u ie r f o rm a de s e rv id um b re o t rib u to al se ñ o r o al e stad o , a d if e ­
re n c ia de sus h o m ó lo go s en o tro s lu g are s , f ue lo q ue dio lu g a r a un a
n ue va c o n c ep c ió n de la lib e rt a d y de l h o m b re lib re . E sta c o n c ep c ió n se
f ue aso c ian do c ad a vez m ás c o n la de m o c rac ia, h asta tal p un to q ue un
1. V é a s e M . I . F in le y , T h e A n c i e n t E c o n o m y , U n iv e r s it y o f C a lifo r n ia P r e s s , B e r k e ­
le y y L o s Á n g e le s , 1 9 7 3 , p á g . 2 8 .
2. H e r ó d o t o , T h e P e r s i a n W a r s , t r a d , d e G e o r g e R a w lin s o n , M o d e r n L ib r a r y , N u e ­
v a Y o r k , R a n d o m H o u s e , 1 9 4 7 , V. 7 8 ( t r a d . c a s t . : H e r ó d o t o , H i s t o r i a s , lib r o s I - I X ,
2 v o ls . , A k a l, M a d r id , 1 9 9 4 , v o l. 2 , lib r o V , 7 8 ) .
3. R o d n e y M ilt o n , B o n d M e n M a d e F r e e : M e d i e v a l P e a s a n t M o v e m e n t s a n d t h e E n ­
g li s h R i s i n g o f 1 3 8 1 , T e m p le S m it h , L o n d r e s , 1 9 7 3 , p á g . 2 3 5 .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
an tide m ó c rata c o m o P lato n (q ue, c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de ver,
p e n s ab a q ue c u a lq u ie ra q ue se d e d ic ara al trab ajo n e c e sariam e n te d e ­
b e ría ser d e p e n d ie n te le g al o p o lític am e n te ) trató de su b v e rt ir el c o n ­
c ep to de e le u th e r ia , h ac ie n do q ue f ue ra sin ó n im o de lib e rtin aje . A l m is­
m o tie m p o , la lib e rac ió n d e l c am p e sin ado e lim in ó to do un e sp e c tro de
d e p e n d e n c ia y de jó atrás la taj an te d ic o to m ía e n tre lib e rt a d y e s c lav i­
tu d , en la q ue la p rim e ra e ra un atrib uto de lo s c iud ad an o s y la s e gu n ­
d a, un a c o n dic ió n a la q ue n in gún c iu d ad an o p o d ía se r re d uc id o .
S i b ie n un a v id a o c io sa e ra, p o r sup ue sto , un id e al c ultu ral, la c o n ­
c e p c ió n grie ga de la e le u th e r ia lle v ab a en su sen o la n o c ió n de un a l i ­
b e rac ió n de la n e c e s id ad de t r ab a j ar p ara o tro , n o un a lib e rt a d re s p e c ­
to d e l trab ajo , sin o un a lib e rt a d d e l trab ajo . E sto n o só lo se a p lic a al
in d iv id uo q ue no tie n e due ñ o , sin o tam b ié n a la p o lis , q ue , go b e rn ad a
p o r un c ue rp o de c iud ad an o s , ya n o d e b e re n d ir trib u to algun o a n in ­
gún o tro e stado . E n e l h in c ap ié q ue h ac e en e l trab ajo autó n o m o y la
au to s u f ic ie n c ia, e ste c o n c ep to de lib e r t a d re f le ja la re a lid a d ú n ic a de
un e stado en q ue lo s p ro d uc to re s e ran c iu d ad an o s, un e stado e n e l q ue
un a c o m un idad c ívic a, q ue en su sen o c o b ijab a a las c lase s p ro duc to ras
y a las ap ro p iad o ras , e x c luyó las re lac io n e s de d e p e n d e n c ia y d e d o m i­
n ac ió n e n tre e llas, ya f u e ra c o m o am o s y esc lavo s o c o m o go b e rn an te s
y s úb d ito s. A q u e lla c o m un id ad c ív ic a, q ue alc an z ó su d e s arro llo m ás
e le vado en la A te n as d e m o c rátic a, f ue la c o n dic ió n de c is iv a p a ra q ue
s u rgie ra la te o ría p o lític a grie ga.
E n e l c ap ítu lo an te rio r, sub rayáb am o s algun o s de lo s se n tido s en
lo s q ue la p o lis y, en c o n c re to , la d e m o c rac ia ge n e raro n un n uevo m o do
de p e n sam ie n to , un a ap lic ac ió n sis te m átic a de la razó n c rít ic a a la in t e ­
rro gac ió n de lo s f un dam e n to s m ism o s de l de re c h o p o lític o . E ste m o do
de p e n s ar te n ía sus raíc e s , así lo suge rim o s, en un a n ue va c lase de p r á c ­
t ic a q ue te n ía m en o s q ue ve r c o n las re lac io n e s e n tre go b e rn an te s y
s úb d ito s q ue c o n las tran s ac c io n e s y lo s c o n f lic to s e n tre c iu d ad an o s ,
un id o s en su id e n t id a d c ív ic a au n q u e aún d iv id id o s p o r las c lase s. L a
c o m un id ad c ív ic a q ue se go b ie rn a a sí m ism a, la p rác tic a de la p o lític a
— la ac c ió n en la e sf e ra p ú b lic a de la p o lis , un a c o m un id ad de c iu d a d a ­
n o s— alc an zó su ap o ge o en la A ten as d e m o c rátic a, q ue asim ism o f ue el
lu g a r de la trad ic ió n c lás ic a de la te o ría p o lític a grie ga.
49 50 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
El a u g e d e l a d e m o c r a c ia
L o s o ríge n e s de la e vo luc ió n de la d e m o c rac ia se re m o n tan al d e s a­
rro llo d e l p rin c ip io p o lític o o c ívic o , a la n o c ió n de c iu d a d a n ía y a la
g rad u al e le v ac ió n de la p o lis , e l d e re c h o c ívic o y la id e n t id a d c ív ic a a
e x p e n sas de lo s p rin c ip io s trad ic io n ale s de p are n te sc o , c asa, as c e n d e n ­
c ia y san gre . O dic h o de o tro m o do : lo s p ro c eso s de p o litiz ac ió n y d e ­
m o c ratiz ac ió n f uero n de la m an o . L a p o lis m ás d e m o c rátic a e ra a q u e lla
en la q ue e l p rin c ip io p o lític o se h ab ía d e s arro llad o de m an e ra m ás
c o m p le ta. E n esto s té rm in o s c ab e e n te n d e r to do s lo s ac o n te c im ie n to s
h istó ric o s q ue se id e n tif ic an c o m ún m e n te c o m o lo s h ito s d e l d e sarro llo
p o lític o de A te n as. E n c ad a c aso , el f o rtale c im ie n to de l p rin c ip io p o lí­
tic o re p re s e n t ab a, al m ism o tie m p o , un av an c e en el p o d e r p o p u lar y
un a re c o n f igurac ió n de las re lac io n e s e n tre las c lases.
L a arq u e o lo gía y e l de s c if ram ie n to d e l L in e a l B , la e s c rit u r a q ue
m arc ó e l c o m ien zo d e l alf ab e to grie go , h an p e rm itid o d ar m uc h as c o ­
sas a c o n o c e r so b re lo s e stado s q ue e x is tían en G re c ia an tes de la ap a­
ric ió n de la p o lis . E ran an álo go s a o tro s e stado s an tiguo s , t a l c o m o ya
se h a suge rid o , aun q u e a un a e s c ala m en o r, en q ue un p o d e r b u ro c rát i­
c o en e l c en tro c o n tro lab a las tie rras y e l trab ajo , y se ap ro p iab a de lo s
im p ue sto s o trib uto s de las c o m un idade s c am p e sin as sub o rd in ad as . S e
sab e p o c o so b re e l m o do en q ue e sta f o rm a de e stado d e s ap are c ió o
q ué m e d ió e n tre su d e s ap aric ió n y e l au ge d e la p o lis . G ran p a rt e de
lo q ue sab em o s de la so c ie d ad grie ga an tes de la f o rm ac ió n de la p o lis
se b as a en la é p ic a h o m é ric a, q ue n o d e s c rib e la c iv iliz ac ió n m ic é n ic a
q ue , s up ue stam e n te , es e l te m a en e l c ual se c e n tra. L a é p ic a h o m é ric a,
c uan do in vo c a lo s m ito s y las le ye n d as de un a é p o c a an terio r, en r e a li­
dad d e sc rib e un a e stru c tura so c ial y lo s valo re s so c iale s de un a so c ie dad
p o sterio r. P ue d e q ue lo s p o em as h o m é ric o s n o de s c rib an e x ac tam e n te
un a so c ie d ad q ue h u b ie ra e x is tid o en algú n m o m en to en G re c ia, p e ro ,
en lín e as ge n e rale s , sigue n sie n do la m e jo r f ue n te de in f o rm ac ió n de
q ue disp o n e m o s so b re la so c ie d ad aris t o c rátic a q ue p re c e d ió a la p o lis ,
un a so c ie d ad q ue ya h ab ía lle gad o a su f in al c uan do e l(lo s) p o e ta(s) la
in m o rtaliz aro n . L a é p ic a al m en o s n o s p e rm ite ac c e d e r a las d is p o s i­
c io n es so c iale s y p o lític as q ue die ro n p aso a la p o lis .
L a p rin c ip al u n id ad so c ial y e c o n ó m ic a de la so c ie d ad «h o m é ric a »
es e l o ik o s , la c asa, y e n e s p e c ial la c asa aris t o c rátic a, do m in ad a p o r un
se ñ o r ro d e ad o de sus p arie n te s y c riad o s, al tie m p o q ue es suste n tado
grac ias al trab ajo de q uie n e s d e p e n d e n de é l. E n e l o ik o s ap e n as h ay
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
un a e sf e ra «p ú b lic a »: lo s de b e re s y de re c h o s so n p rim o rd ialm e n te lo s
de la c asa, lo s p arie n te s y lo s am igo s. L as div e rsas f un c io n e s so c iale s,
c o m o la d is p o sic ió n de la p ro p ie d ad y e l c astigo p o r t ran s gre d ir la ley,
so n d ic tad as p o r las re glas c o n s u e tu d in arias d e l p are n te s c o , en tan to
q ue la j u r is d ic c ió n , c o m o tal, p e rte n e c e e x c lu s iv am e n te a lo s se ñ o res.
N o o b stan te , c uan do se e sc rib ie ro n lo s p o em as é p ic o s, la f am ilia y
lo s laz o s de p are n te s c o ya e stab an sie n do d e sp laz ad o s p o r p rin c ip io s
d if e re n te s. H a b ía v ín c ulo s de t e rr it o r ia lid a d en to rn o a un c e n tro u r ­
b an o , en tan to q ue lo s vín c ulo s y lo s c o n f lic to s de c las e se h allab an ya
en jue go e n tre el se ñ o r y el siervo , o e n tre el se ñ o r y e l c am p e sin o , y en
las alian z as de c lase de la n o b le za. L o s señ o res «h o m é ric o s » se h ab ían
c o n ve rtido en un a aris t o c rac ia de la p ro p ie d ad , un ido s un o s c o n o tro s
p o r in te re s e s c o m un es c o m o ap ro p iad o re s, au n q u e in m e rso s, a m e n u ­
do , en un a c rue l riv alid ad e n tre un o s y o tro s, y c ad a vez m ás aislado s de
sus p aisan o s p ro d uc to re s.
L a aris t o c rac ia u tiliz ó p o de re s q ue n o e ran e c o n ó m ic o s, so b re to do
sus f un c io n es j u d ic iale s , p ara ap ro p iarse de l trab ajo de lo s p ro duc to re s
sub o rdin ado s. E n e ste se n tido , aún te n ía algo en c o m ún c o n e l an tiguo
e stado b u ro c rátic o , en e l q ue el e stado y el c argo e s tat al e ran lo s p r in ­
c ip ale s m edio s de ap ro p iac ió n . E l lu g a r de lo s se ñ o res p u e d e q ue in ­
c luso f u e ra un re m an e n te de l an tiguo e stado b u ro c rátic o y su siste m a
de ap ro p iac ió n c o n tro lad a p o r e l e stado . P e ro la d if e re n c ia c rít ic a es
q ue , en la G re c ia p o sm ic é n ic a, n o h ab ía, e f e c tiv am e n te , e stado algun o ,
n in gún ap arato p o de ro so de go b ie rn o q ue su s te n tara e l p o d e r de lo s
ap ro p iad o re s so b re lo s p ro d u c to re s . L a p r o p ie d a d e ra d e te n tad a p o r
in d iv id uo s y f am ilias, y la aris t o c rac ia de la p ro p ie d ad te n ía q ue h ac e r
f re n te a sus sub o rd in ad o s n o c o m o un a f ue rz a d irig e n t e , b ie n o r g a n i­
z ada, sin o c o m o u n a c o le c c ió n , b as tan te d e s h ilv an ad a, de e ste tip o de
in d iv id uo s y f am ilias , in m e rso s, a m e n udo , en un e n c o n ado c o n f lic to
e n tre e llo s. L o q ue lo s d if e re n c iab a de sus p aisan o s q ue n o p e rte n e c ían
a la aris to c rac ia n o e ra d e te n tar un p o d e r sup e rio r, sin o e l h ec h o de p o ­
se e r un a p ro p ie d a d s u p e rio r y d e s c e n d e r de la n o b le z a. L a c re c ie n te
c o n f ian za en el c am p e sin ado c o m o un a f ue rz a m ilitar n o h izo m ás q ue
c o m p lic ar m uc h o m ás las re lac io n e s de lo s se ñ o res c o n lo s p ro duc to re s
c am p esin o s.
C uan do lle gam o s a las ref o rm as de S o ló n , el p rim e r m o m en to de la
e vo luc ió n de la d e m o c rac ia ate n ie n se , q ue e stá re lativ am e n te b ie n d o ­
c um e n tado , e l c o n f lic to e n tre se ñ o res y c am p e sin o s p asa a o c u p ar d e ­
c isivam en te e l p rim e r p lan o . S i b ie n A ristó te le s, al e x p lic ar las re f o rm as
5 1 52 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
so lo n ian as, e x age ra b as tan te c uan do af irm a q ue , en a q u e lla é p o c a, t o ­
do s lo s p o b re s e ran siervo s de la m in o ría o p ule n ta, ap e n as c ab e d u d a
de q ue la d e p e n d e n c ia, ya f u e ra de un tip o o de o tro , e ra m uy c o m ún .
E x is tía un m ale s tar ge n e raliz ad o q ue la aris t o c rac ia n o e stab a en c o n ­
dic io n e s de so f o c ar m e d ian te la p u ra f uerz a. Y , sin e m b argo , se in ten tó
d irim ir el c o n f lic to e n tre c am p e sin o s y n o b le s p o r m edio de un n uevo
e ik o n o m o s , un a n ue va ad m in istrac ió n p o lític a.
T uvie ra las m o tiv ac io n e s q ue tu v ie ra, la c ue stió n q ue a q u í no s im ­
p o rta es sab e r c ó m o S o ló n trató de a p ac ig u a r al c am p e s in ad o in s u m i­
so . P ara e llo e lim in ó v arias f o rm as de d e p e n d e n c ia q ue p e rm itían q ue
lo s c am p e sin o s d e l A tic a f u e ran e x p lo t ad o s p o r sus p ais an o s ar is t ó ­
c ratas. A b o lió la e s c lav itu d de la d e u d a y p ro h ib ió lo s p ré s tam o s q ue
te n ían p o r g ar a n t ía la p e rs o n a y q ue , en c aso de in c u m p lim ie n to , p o ­
d ían te rm in ar en e s c lav itu d ; y, al in s t it u ir su c é le b re s e is a c h te ia , aq u e l
«s a c u d irs e de e n c im a las c a rg a s », ab o lió e l e status de lo s h e k te m o r o i,
lo s c am p esin o s c uya tie rra y p arte de su trab ajo e stab an so m etido s a lo s
p ro p ie tario s de las t ie r r a s .4 D ic h o c o n o tras p alab ras : S o ló n e lim in ó
diversas f o rm as de ap ro p iac ió n «e x t ra e c o n ó m ic a » q ue re c u rrían al p o ­
d e r p o lític o o a la d e p e n d e n c ia p e rs o n al.
L o s e f ec to s de e stas re f o rm as q ue lib e ra r o n al c am p e s in ad o de la
d e p e n d e n c ia y la e x p lo t ac ió n e x trae c o n ó m ic a se vie ro n re alz ad o s p o r
e l f o rtale c im ie n to de la c o m un id ad c ívic a, la e x te n sió n de lo s de re c h o s
p o lític o s y la e le v ac ió n d e l c iu d ad a n o in d iv id u a l a e x p e n s as de lo s
p rin c ip io s t r ad ic io n ale s d e l p are n te s c o , la as c e n d e n c ia y la san gre . S i
b ie n lo s c iu d ad an o s s igu ie ro n sie n do c las if ic ad o s aún d e n tro de c at e ­
go rías e s tratif ic ad as , las vie jas div isio n e s e n tre arte san o s, c am p e sin o s y
la ar is t o c r ac ia f o rm ada p o r lo s c lan e s n o b le s de jó de se r p o lít ic a m e n ­
te s ign if ic ativ a y f ue s u s t it u id a p o r lo s c rit e rio s m ás c uan titativ o s de la
riq u e z a, b asad o s en un s is te m a ya e x is t e n t e de c las if ic ac ió n m ilitar.
M ie n tras q ue e l an tiguo c o n se jo de go b ie rn o , e l A re ó p ago , s e gu ía l i ­
m itad o a las do s c lase s m ás ric as , se c o n c e dió ac c eso al n ue vo C o n sejo
de lo s C uatro c ie n to s a la te rc e r a c las e , a f in de q ue ac t u ara de c o n tra­
p eso . L a c ate go ría m ilit a r m ás p o b re , la de lo s th e te s , e n to n c e s f ue a d ­
m it id a, al p a r e c e r p o r p rim e ra ve z, en a q u e lla as am b le a, q ue f ue c o ­
4. L a h e k t e m o r í a , la v in c u la c ió n d e a g r ic u lt o r e s s in t ie r r a a u n n o b le , s o lía e n t e n ­
d e r s e c o m o u n a c o n s e c u e n c ia d e l in c u m p lim ie n t o d e u n a h ip o t e c a o p r é s t a m o , p e r o e n
la a c t u a lid a d e s m á s h a b it u a l c o n s id e r a r la u n a c o n d ic ió n d e d e p e n d e n c ia r e c o n o c id a
d e s d e h a c ía m u c h o t ie m p o e n la q u e , t a n t o s i s e t r a t a b a d e s ie r vo s c o m o d e c lie n t e s , lo s
c a m p e s in o s e s t a b a n v in c u la d o s a u n n o b le .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
b ran d o m ayo r im p o rtan c ia a m e d id a q ue e l p o d e r d e l c o n se jo ar is t o ­
c rát ic o d e c lin ab a.
S o ló n ref o rm ó tam b ié n el siste m a j u d ic ial c o n la c re ac ió n de un t r i­
b u n al al q ue to do s lo s c iud ad an o s te n ían ac c eso . C u alq u ie r c iud ad an o
p o d ía h ac e r q ue su c aso f u e ra tran s f e rid o a e ste t rib u n a l, p o n ié n do lo
as í f ue ra de l alc an c e d e l ju ic io aris to c rátic o y d e b ilitan d o el m o n o p o lio
de la jurisd ic c ió n aristo c rátic a. T radic io n alm e n te , lo s grup o s c o n v ín c u ­
lo s de p are n te sc o sie m p re to m ab an la in ic iat iv a a la h o ra de v e n gar lo s
c rím e n e s q ue h ab ían sido c o m etido s c o n tra lo s m ie m b ro s de su f am ilia,
se gún las c o stum b re s an c e strale s de la v e n gan z a de san gre . C o n S o ló n ,
c u a lq u ie r c iu d ad an o p o d ía p re s e n t ar c argo s c o n tra c u a lq u ie r o tro en
n o m b re de c u a lq u ie r m ie m b ro de la c o m un id ad . E l c rim e n se d e f in ía
c o m o un dañ o o c o m o un atro p e llo c o m etido c o n tra un m ie m b ro de la
c o m un id ad c ív ic a sin q ue é ste f u e ra, n e c e s ariam e n t e , un p arie n te . E l
in d iv id uo ate n ie n se , c o m o c iud ad an o , te n ía la in ic iativ a, en tan to q ue la
c o m u n id ad c ív ic a, en la f o rm a de lo s trib u n a le s de c iu d ad an o s , te n ía
la au to rid ad y la juris d ic c ió n .
E n vario s se n tido s, S o ló n d e b ilitó de div e rsas m an e ras e l p ap e l p o ­
lític o de la e s tirp e n o b le y la san gre , d e l p are n te sc o y e l c lan , al tiem p o
q ue f o rtale c ió la c o m un id ad de c iu d ad an o s . S e ría e x c e siv o d e c ir q ue
sus ref o rm as f ue ro n de m o c rátic as , p e ro tuvie ro n el e f ec to de d e b ilita r
a la aris t o c rac ia, q ue de m an e ra p a u la t in a f ue in c o rp o rán d o s e a la c o ­
m un id ad c ív ic a y q ue d ó suje ta a la ju ris d ic c ió n de la p o lis . L o s p r in c i­
p io s im p e rs o n ale s de la le y y la c iu d ad a n ía f uero n c o b ran do p rio rid ad
so b re e l go b ie rn o p e rs o n al de re yes o n o b le s. L a n ue va re lac ió n c ívic a
e n tre la aris t o c rac ia y lo s c am p e sin o s, jun to c o n o tro s c iud ad an o s q ue
t rab ajab an , s ign if ic ab a q ue lo s ate n ie n se s h ab ían d e jad o d e c isivam e n te
atrás la an tigua div isió n e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s. E l e stado , en
la f o rm a de un a p o lis , se h ab ía c o n ve rtido en un m e dio p ara p ro te ge r a
lo s c iud ad an o s p ro d uc to re s de las c lases ap ro p iad o ras y n o en un m e ­
dio p rim o rd ial p ara ap ro p iars e de lo s p ro d uc to re s direc to s.
L a p o lis , asim ism o , c reó un n uevo ám b ito p ara las riv alid ad e s a r is ­
to c rátic as . D esde lue go , las ref o rm as de S o ló n n o p u s ie ro n f in a la in ­
f lu e n c ia de las f am ilias n o b le s n i tam p o c o dis m in uye ro n la f ie re z a de
las riv alid ad e s in te rn as q ue e n f re n tab an a lo s m ie m b ro s de la n o b le za.
D uran te m uc h o tie m p o , A te n as siguió sien do as o lad a p o r las luc h as in ­
t e s tin as de la aris t o c rac ia , q ue rayab an en u n a au té n tic a g u e rr a c iv il
c uan d o E s p arta, a ve c e s, f av o re c ía a un o o a o tro de lo s c o n te n die n te s.
P e ro a lo s p ro p ie tario s de las tie rras le s re s u lt ab a c ad a vez m ás d if íc il li­
53 54 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m itar a ello s m ism o s e sa d is p u ta d e l po der. E n to n c es tuvie ro n q ue c a ­
n a liz a r su riv a lid a d en e l sen o de la c o m u n id ad de c iu d ad an o s , y esto
s ign if ic ab a q ue p o d ían p ro m o ve r y p o te n c iar sus p o sic io n es si se g a n a ­
b an el ap o yo de la ge n te c o rrie n te , d e l d e m o s . E l ef ec to p arad ó jic o f ue
q ue la riv alid ad e n tre lo s aristó c ratas f o rtale c ió aún m ás la c o m un idad
c ív ic a y e l p rin c ip io p o lític o . A un q ue se h a d e b atid o m uc h o so b re lo s
«t ir a n o s » q ue suc e die ro n a S o ló n , q uié n e s f ue ro n y q ué re p re s e n taro n ,
la e x p lic ac ió n m ás p ro b ab le es q ue f ue ro n , p re c is am e n te , un p ro duc to
de e ste tip o de riv alid ad e n tre lo s aristó c ratas ate n ie n se s;5 y la t e n d e n ­
c ia ge n e ral de su ré gim e n f ue, un a vez m ás, f o rtale c e r la p o lis c o n tra lo s
p rin c ip io s t rad ic io n ale s (p o r e je m p lo , b as ars e en le altad e s q ue p o d ría ­
m o s llam ar «n a c io n a le s » en c o n trap o sic ió n a las le altad e s lo c ale s, a t r a ­
vés de m edio s c o m o la ac uñ ac ió n de un a m o n e da n ac io n al, las f ie stas y
lo s c ulto s, e n tre ello s el c ulto a la dio sa A te n e a, la d iv in id ad p ro te c to ra
de la p o lis ) .
D esp ué s de q ue E s p arta e x p u ls a ra al últim o de lo s tiran o s , siguió
un p e río d o , e n tre e l 5 1 0 y e l 5 0 8 a. C ., de lu c h a p artic u la rm e n te v io ­
le n ta, en la q ue lo s p rin c ip ale s c o n te n die n te s f uero n I ságo ras y C lís t e ­
n es, am b o s re p re s e n tan te s de f am ilias n o b le s. C uan do C líste n e s se im ­
p uso , al m en o s p ro v is io n alm e n te , in stituyó re f o rm as q ue c o n el tiem p o
se rían c o n s id e rad as e l v e rd ad e ro f un d am e n to de la d e m o c rac ia. E n
c ie rto se n tido , n o h izo m ás q ue s e gu ir la ló gic a e s tab le c id a p o r S o ló n y
lo s tiran o s. C o n sus re f o rm as, en e l añ o 5 0 8 a. C . C líste n e s d e b ilitó aún
m ás la au to rid ad t rad ic io n al de la aris to c rac ia, el p o d e r q ue te n ía so b re
sus p ro p io s ve c in o s y so b re lo s c am p e sin o s m ás p e q ue ñ o s de la re gió n .
A l igu al q ue aq ue llo s q ue lo h ab ían p re c e d id o , C líste n e s c o n siguió h a ­
c erlo e le van do a la p o lis y a la to t alid ad de la c o m un id ad de lo s c iu d a ­
dan o s p o r e n c im a de las an tiguas f o rm as de au t o rid a d y de las vie jas
le alt ad e s , y so m e tie n do el p o d e r lo c al y re gio n al a la au to rid ad o m n í­
m o da de la p o lis .
P e ro aq ue llo q ue re s ulta m ás c arac te rís tic o y d if e re n c iad o r de este
m o m en to de la h is to ria de A te n as es q ue e l d e m o s se h ab ía c o n ve rtido
en un f ac to r v e rd ad e ram e n te c e n tral en la luc h a p o lític a. A h o ra, el p u e ­
b lo e ra un a f ue rz a p o lít ic a c o n sc ie n te y d o tad a de vo z. C líste n e s no
c reó e sta f ue rz a, p e ro tuvo el b ue n tin o de m o v iliz arla en su favo r. T an-
5. E l t é r m in o g rie g o t y r a n n o s n o s e r e fe r ía , n e c e s a r ia m e n t e , a u n m a l g o b e r n a n t e o
a u n a u t ó c r a t a o a u n d ic t a d o r , s in o s im p le m e n t e a u n d ir ig e n t e y ú n ic o g o b e r n a n t e q u e
n o h a b ía s id o e s t a b le c id o , c o n fo r m e a la le y, c o m o ta l.
 L a a n tig u a p o li s g rie g a 55
to si f ue un v e rd ad e ro d e m ó c rata o sim p le m e n te o tro vástago de un
c lan de la n o b le z a q ue trató de e n alte c e r la p o sic ió n de su p ro p ia f am i­
lia aris t o c rátic a, ap e ló al p u e b lo d ire c ta e in e q uívo c am e n te . H e ró do to
e s c rib ió q ue , c uan do C líste n e s se e n c o n tró en un a p o sic ió n m ás d é b il
q ue I ságo ras, h izo de l d e m o s su h e ta ir o i , un té rm in o d if íc il de trad uc ir,
au n q ue su gie re la id e a de c am arad e ría e n tre c o m p añ e ro s o so c io s. A s i­
m ism o sugie re las aso c iac io n es, lo s grup o s o c írc ulo s de am igo s, las e ta-
r r illa s ( h e ta ire ia i) q ue f o rm ab an la b ase de p o d e r aristo c rátic o en A t e ­
n a s .6 E l d e m o s , en o tras p alab ras , h a b ía s u s titu id o a lo s am igo s y lo s
de sc e n die n te s de aristó c ratas c o m o f ue n te de l p o d e r p o lític o . C uan do
e l e n e m igo de C líste n e s , I ságo ras, lo e x p ulsó c o n la ayu d a de E s p arta y
su líd e r C le ó m en es, e l d e m o s se sub levó e irrum p ió en e l ám b ito de lo
p o lític o de un m o do in au d ito , c o m o un a f ue rz a p o lític a c o n sc ie n te de
q ue ac tu ab a p o r de re c h o p ro p io y en de f en sa de sus in te re se s.
F u e ran c uale s f ue ran las in te n c io n e s de C lís te n e s , e l re s u lt ad o de
sus re f o rm as f ue e l e stab le c im ie n to de un m arc o in s tit u c io n al q ue d e s ­
de e n to n c e s y c o n só lo un as p o c as m o dif ic ac io n e s ib a a re gir la de m o ­
c rac ia aten ien se . C am b ió to da la o rgan iz ac ió n de la p o lis e lim in an do las
f un c io n es p o lític as de las c uatro trib u s , do m in adas p o r la aris to c rac ia,
q ue h ab ían sido la b ase t rad ic io n al de la o rgan iz ac ió n p o lít ic a — p o r
e je m p lo , c uan do se t ratab a de c e le b rar e le c c io n e s— , y las sustituyó p o r
diez n ue vas trib u s b asadas en un o s c rite rio s geo gráf ic o s c o m ple jo s y a r ­
tif ic iale s . M ás sign if ic ativ a f ue la div isió n de las trib u s en d e m e s , b a s a ­
do s en ge n e ral (au n q u e q uiz á n o sie m p re ) en las ald e as e x is te n te s , e
h izo de ello s e l f un dam e n to de la de m o c rac ia, su u n id a d c o n stituye n te
f un d am e n tal y e l lu g a r n atu ral de la c iu d ad an ía. L as n ue vas divisio n e s
p as ab an p o r e n c im a de lo s v ín c ulo s trib ale s y lo s v ín c ulo s de c las e , y
e le varo n e l lu g a r p o r e n c im a d e l p are n te s c o , e s tab le c ie n d o y f o rtale -
6. P a u l C a r t le d g e , q u e p r e fie r e t r a d u c ir e s t e p a s a je d e H e r ó d o t o le y e n d o q u e C lís ­
t e n e s « h e ta i r i z ó e l d e m o s » , h a s o s t e n id o q u e s e t r a t a d e u n a fo r m u la c ió n t e n d e n c io s a p o r
p a r t e d e l h is t o r ia d o r g r ie g o ( vé a s e « D e m o c r a c y , O r ig in s o f: C o n t r ib u t io n s t o a D e b a ­
t e » , e n K a r t R a a fla u b e t a l. , O r i g i n s o f D e m o c r a c y i n A n c i e n t G r e e c e , U n iv e r s it y o f C a ­
lifo r n ia P re s s , B e r k e le y y L o s Á n g e le s , 2 0 0 7 , p á g s . 1 5 5 - 1 6 9 ) . C lís t e n e s n o p u d o , p o r s u ­
p u e s t o , h a b e r in c lu id o lit e r a lm e n t e e l d e m o s c o le c t iv a m e n t e e n s u h e t a i r í a ( si e s q u e e n
r e a lid a d c o n t a b a c o n a lg u n o d e e s t o s c ír c u lo s n o b le s ) . E l e fe c t o d e la fo r m u la c ió n q u e
H e r ó d o t o h a c e d e l d e m o s e s p o c o m á s q u e u n p e ó n e n m a n o s d e l d ir ig e n t e a r is t o c r á t i­
c o , p u e s n ie g a s u fu e r z a r e v o lu c io n a r ia ; y e l p a s a je , c o m o s u g ie r e C a r t le d g e , r e p r e s e n ­
t a e l u s o p o r p a r t e d e l h is t o r ia d o r ( o s u fu e n t e a r is t o c r á t ic a ) d e l le n g u a je a r is t o c r á t ic o
t r a d ic io n a l ( y p o r e n d e a n t id e m o c r á t ic o ) p a r a d e s c r ib ir , y t r a d u c ir , u n a t r a n s fo r m a c ió n
r e v o lu c io n a r ia d e la c o n c ie n c ia q u e c o n d u jo a u n a r e v o lu c ió n p o lít ic a e n la p r á c t ic a .
56 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c ie n do n ue vo s v ín c u lo s, n ue vas le alt ad e s e sp e c íf ic as de la p o lis , de
aq u e lla c o m un id ad de c iud ad an o s.
C líste n e s e f e c tuó o tras im p o rtan te s re f o rm as al in tro d u c ir, p o r
eje m p lo , m e d id as d e s tin ad as a e je rc e r c ie rto tip o de c o n trap e so de las
in s tit uc io n e s q ue aún do m in ab an la ar is t o c rac ia, c o m o e l A re ó p ago ,
q ue s e guía te n ie n d o en m o n o p o lio la ju ris d ic c ió n en el c aso de c rím e ­
n es c o n tra e l e stad o y en e l c o n tro l de lo s m agis trad o s . E n p artic u lar,
C líste n e s dio a la A sam b le a un n uevo p ap e l le gis lativ o , p e ro q uiz á m ás
q ue c u alq u ie r o tra re f o rm a in s tit uc io n al f ue la in stituc ió n de lo s d e m e s
lo q ue c o n f irió p o d e r al d e m o s . E n el d e m e n ac ió re alm e n te e l c am p esi-
n o - c iud ad an o . L a p o lít ic a d e m o c rátic a e m p ezó en e l d e m e , do n de lo s
c iu d ad an o s c o m un es y c o rrie n te s tratab an lo s asun to s in m e diato s y lo ­
c ale s q ue m ás d ire c tam e n te af e c tab an a sus vidas c o tid ian as , y la p o lis
d e m o c rátic a en el c e n tro f ue c o n struid a so b re e ste f un dam e n to . E n el
d e m e , la b arre ra trad ic io n al e n tre la ald e a c am p e sin a p ro d u c to ra y e l e s ­
tad o c e n tral ap ro p iad o r se de sv an e c ía p o r c o m p le to , y f ue en e l d e m e
do n de la n ue va re lac ió n e n tre las c lases p ro d u c to ras y el e stado se e x ­
te n d ió tam b ié n a lo s de m ás c iud ad an o s q ue trab ajab an .
N ada s im b o liz a c o n m ayo r n itid e z el e f ec to de las ref o rm as de C lís ­
ten es q ue e l h e c h o de q ue lo s c iu d ad an o s ate n ie n se s se id e n tif ic aro n , a
p a rt ir de e n to n c e s, p o r su d e m o tik o n , el n o m b re de l d e m e en e l q ue se
arraigab a su c iu d ad an ía (un a ide n tif ic ac ió n a la q ue se o p uso , c o m o e ra
de e sp e rar, un a aris t o c rac ia q ue se guía af e rrad a a la v ie ja id e n t id ad de
la san gre y la e stirp e ), y n o a través de su n o m b re p atro n ím ic o o de c lan .
L a aris t o c rac ia , n o o b stan te , sigu ió o s te n tan do p o sic io n e s de p o d e r e
in f lu e n c ia, al m arge n de q ue C líste n e s h u b ie s e in te n tad o o no e s t ab le ­
c e r un a v e rd ad e ra so b e ran ía p o p ular. P e ro sus re f o rm as h ic ie ro n p ro ­
gre s ar e l p o d e r d e l p ue b lo . A l p are c e r, f ue e l p ro p io C lís te n e s q uie n
d e sc rib ió e l n uevo o rden p o lític o c o m o is o n o m ia (lite ralm e n te : la ig u a l­
d ad an te la le y), q ue n o só lo g u a rd ab a re lac ió n c o n te n e r de re c h o s
igu ale s de c iu d ad an ía, sin o c o n un e q u ilib ro aún m ás ig u alit ario e n tre
lo s diverso s ó rgan o s de go b ie rn o , dado q ue o to rgab a a la A sam b le a de l
p ue b lo un p ap e l le gis lativ o m ás ac tivo de l q ue n un c a an tes h ab ía t e n i­
do . S i b ie n e l d e m o s , q ue e le gía a lo s m agis trad o s , n o ib a a c o n se guir el
c o n tro l so b e ran o p le n o m ie n tras e l A re ó p ago c o n se rv ara su f un c ió n
do m in an te d e e je c u to r de las de c isio n e s d e l e stado y ó rgan o an te e l q ue
lo s m agistrad o s re n d ían c ue n tas, el n uevo p ap e l le gis lativ o q ue C lís t e ­
n es o to rgó a la A sam b le a sup uso un in c re m e n to d e l p o d e r p o p u lar de
p rim e r o rden .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
H ub o o tro s e f ec to s in tan gib le s de las re f o rm as de C líste n e s . M ás
ad e la n t e p ro f un d iz are m o s en lo s avan c e s h e c h o s en lo s c o n c ep to s de
ley, ju s t ic ia e ig u a ld a d , p e ro v ale la p e n a s e ñ alar aq u í q ue a C líste n e s
se le h a re c o n o c ido h ab e r re aliz ad o un c am b io im p o rtan te en e l v o c a­
b ulario p o lític o grie go , p ues in tro dujo el uso d e l té rm in o n o m o s (en lu ­
gar d e l trad ic io n al th e s m o s ) p ara d e s ign ar el c ue rp o de le ye s e s c ritas .7
L o q ue re sulta sign if ic ativo en este c am b io es q ue , m ie n tras e l trad ic io ­
n al th e s m o s im p lic a la im p o sic ió n de la le y de sde arrib a y tie n e un re s a­
b io distin tivam e n te re ligio so , el n o m o s , té rm in o q ue sugie re algo q ue se
tie n e en c o m ún , ya sean c am p o s, p asto s o c o stum b re s, im p lic a un a le y
an te la q ue e x iste un m utuo ac ue rdo , un a n o rm a q ue las p e rso n as a e lla
suje tas c o n side ran vin c ulan te . L a ap lic ac ió n de l n o m o s al e statuto le gal
p asó a ser de uso c o m ún en A te n as, q ue ya h ab ía ado p tado «la p a lab ra
m ás d e m o c rátic a en c u a lq u ie r le n g u a p ara d e s ign ar “la le y ”» . 8
¿L a d e m o c r a c ia e r a d e m o c r á t ic a ?
D esp ué s de C líste n e s , el p o d e r d e l p ue b lo siguió e vo luc io n an do , al
tie m p o q ue e l A re ó p ago p e rd ía su ju ris d ic c ió n e x c lu s iv a en lo s c aso s
p o lític o s , lo s j u rad o s p o p u lare s de se m p e ñ ab an un p ap e l c ad a vez m a ­
yo r (e l p ago p o r la as is te n c ia se in tro d u jo en é p o c a de P e ric le s ; es d e ­
c ir, en la d é c ad a d e l 4 5 0 a. C .) y la A sam b le a f ue gan an d o f ue rz a (au n ­
q ue e l p ago p o r asiste n c ia se in tro dujo a f in es de la dé c ad a de 3 9 0 a. C .).
P ue sto q ue en A te n as un a gran p a rt e de lo q ue p o dríam o s c o n sid e rar
asun to s p o lític o s e ran tratado s p o r m edio de p ro c e dim ie n to s ju d ic iale s ,
el p o d e r de lo s trib u n ale s p o p u lare s e ra n o tab le m e n te im p o rtan te , y
A ristó te le s — o e l auto r q ue e sc rib ió la C o n s titu c ió n d e A te n a s , la c ual
sue le at rib u írs e le — lo de s c rib ió m ás tard e c o m o un o de lo s tres rasgo s
m ás de m o c rátic o s de la p o lis ate n ie n s e . L a v ic to ria de A te n as so b re
P e r s ia en la b a t a lla de M arató n en e l 4 9 0 a. C . o , m ás en c o n c re to , la
v ic to ria n aval en S alam in a d e l añ o 4 8 0 a. C . ab rie ro n p aso a la e d ad de
o ro de la d e m o c rac ia, un a n ue v a e ra de auto c o n f ian z a de m o c rátic a.
C uan d o e l h is to riad o r T uc íd id e s, un as p o c as dé c ad as de sp ué s, d e s c ri­
b ió a P e r ic le s , e l m ás c é le b re de lo s líd e r e s d e m o c rátic o s , sup o p o n e r
7. M a r t in O s t w a ld , N o m o s a n d t h e B e g i n n i n g s o f A t h e n i a n D e m o c r a c y , C la r e n d o n
P r e s s , O x fo r d , 1 9 6 9 , p á g . 5 5 .
8. I b id . , p á g . 1 6 0 .
57 58 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
en lab io s d e l e s trate ga ate n ie n s e un a b r illa n t e e x p o sic ió n de la d e m o ­
c rac ia en su c o n o c ido D isc urso F ún e b re . P e s e a su d e s ac e rb ad o o p t i­
m ism o , e ste disc urso no s d ic e m uc h o so b re las re alid ad e s y so b re las as ­
p irac io n e s de la v id a p o lític a ate n ie n se .
P e ric le s , un aris t ó c rata de n ac im ie n to , no s d ic e q ue A te n as re c ib e
el n o m b re de d e m o c rac ia p o rq ue
.. .no se go b ierna en interés de unos pocos sino en el de la m ayo ría...
E n lo que c o nc ierne a lo s asunto s privado s, la igualdad, conforme a
nuestras leyes, alcanza a todo el m undo, m ientras que en la elecc ió n de
los cargo s púb lic o s no antepo nemo s las razones de c lase al m érito per­
so nal, conforme al prestigio de que goza c ada c iudadano en su ac tivi­
dad; y tampo co nadie, en razón de su po breza, enc uentra ob stác ulos de­
b ido a la o sc uridad de su c o ndició n so cial si está en c o ndicio nes de
prestar servicio a la c iudad... L as mismas personas pueden dedic ar a la
vez su atenc ió n a sus asuntos partic ulares y a los púb lic o s, y gentes que
se dedic an a diferentes ac tividades tienen sufic iente c riterio respec to a
los asunto s público s. Somos, en efecto, los único s que a quien no toma
parte en estos asunto s no lo c o nsideram o s un despreo c upado sino un
inútil; y nosotros en perso na, c uando menos, damos nuestro juic io sobre
los asuntos o los estudiam o s puntualm ente, po rque, en nuestra opinió n,
no son las palab ras lo que supo ne un perjuic io para la ac ció n, sino el no
info rm ar a través de la palab ra antes de pro c eder a lo nec esario m edian­
te la ac c ió n ...9
Y , e f e c tivam en te, la A sam b le a a la q ue to do s tien e n de re c h o de as is­
tir d e lib e rab a y d e c id ía so b re c u alq u ie r c ue stió n p ú b lic a, en tan to q ue
lo s c aso s le gale s e ran c o m ún m e n te tratad o s en lo s trib u n a le s p o p u la ­
res. E l c o n sejo q ue e s tab le c ía la age n d a de la A sam b le a p asó en to n c e s,
c ad a añ o , a se r e le gid o al az ar e n tre to do s lo s c iu d ad an o s . S i b ie n la
e le c c ió n se c o n s id e rab a un a p rác tic a o ligárq u ic a, se u tiliz ab a p ara as ig­
n ar algun o s c argo s, t íp ic am e n te m ilitare s y f in an c ie ro s, q ue re q ue rían
de un a h a b ilid ad e s p e c ializ ad a. P e ro lo s c argo s p úb lic o s, q ue te n d ían a
se r a d h o c , en ge n e ral n o e ran c o n side rado s e m p le o s p ro f e sio n ale s, e s ­
p e c ializ ad o s , y m uc h o s de lo s c argo s e ran e le gid o s p o r so rteo . E n p r in ­
c ip io , p o r tan to , y en un a gran m e d id a en la p rác tic a, to do s lo s c iu d a ­
dan o s p o d ían in te rv e n ir en to das las f un c io n es de go b ie rn o , ya f ue ra la
e je c u tiv a, la le g is lat iv a o la j u d ic ia l. A ris tó c ratas c o m o P e r ic le s , p o r
9 . T u c íd id e s , L a g u e r r a d e lP e lo p o n e s o , L ib r o I I , X X X V I I . 1 y L ib r o I I , L X . 2 - 3 .
 L a a n t ig u a ρ ο / w g rie g a
c ie rto , q ue alc an zó su p o sic ió n in f luye n te en la d e m o c rac ia c o m o e s tra ­
te g o s o líd e r m ilitar e sc o gido p o r e l p ue b lo , to davía dis f rutab an de gran
in f lu e n c ia, en tan to q ue lo s c iu d ad an o s ric o s y de as c e n d e n c ia n o b le
p ro b ab le m e n te se guían te n ie n do un p eso de sp ro p o rc io n ado en la asam ­
b le a. S in e m b argo — tal c o m o algun o s an tide m ó c ratas c o m o P lató n d e ­
jaro n b ie n c laro — , n o de b e m o s s u b e s tim ar e l p ap e l c o tid ian o q ue el
p o d e r p o p u lar de se m p e ñ ab a en lo s t rib u n ale s y las as am b le as , n i tam ­
p o c o la im p o rtan c ia q ue te n ían las p rác tic as d e m o c rátic as c o m o , p o r
e je m p lo , e l s o r titio n (la se le c c ió n p o r so rteo ) p ara o c u p ar diverso s c a r ­
go s p o lític o s.
S in e m b argo , in c lus o te n ie n d o en c ue n ta e l p o d e r h istó ric am e n te
sin p re c e d e n te s y, en m uc h o s se n tido s, to d av ía sin p aran gó n , de l p u e ­
b lo ate n ie n s e , de b e m o s h ac e r un alto en n u e s tra e x p o sic ió n p ara p r e ­
gun tarn o s si es ap ro p iad o (o en q ué se n tido lo es) d e c ir q ue la p o lis a t e ­
n ie n se e ra un a de m o c rac ia. A l fin y al c ab o , se t ratab a de un a so c ie dad
en la q ue la e s c lav itu d de se m p e ñ ab a un p ap e l de p rim e r o rden y en la
q ue las m ujeres n o t e n ían de re c h o s p o lític o s. D e h e c h o , la e vo luc ió n de
la d e m o c rac ia ac re c e n tó el p ap e l de la e s c lav itu d y en algun o s se n tido s
re b ajó la c o n dic ió n so c ial de las m ujeres, so b re to do en c uan to a d is p o ­
n e r de la p ro p ie d ad . E s d if íc il n e gar q ue lo s im p e rativo s de p re s e rv ar la
p ro p ie d ad tu v ie ran m uc h ísim o q ue v e r c o n las re stric c io n e s im p ue stas
a la lib e rt a d de las m uje re s , y re s u lt a f ác il c o n c lu ir q ue la p o sic ió n de
lo s p e q ue ñ o s p ro p ie t a rio s , lo s c am p e s in o s - c iud ad an o s de A te n as , g e ­
n e ró p re s io n e s p artic u larm e n te f ue rte s en f avo r de la c o n se rvac ió n de
la p ro p ie d a d f am iliar. R e s u lta aún m ás e v id e n te q ue la lib e rac ió n de l
c am p e sin ad o y su f alt a de d is p o n ib ilid a d c o m o m an o de o b ra d e p e n ­
d ie n te gen e raro n n uevo s in c en tivo s p ara la e sc lavizac ió n de p o b lac io n es
q ue n o e ran grie gas . A sí, m ie n tras la e s c lav itu d c are c ió re lativ am e n te
de im p o rtan c ia en lo s días de S o ló n , en la e d ad de o ro de la d e m o c ra­
c ia, se gún c ie rtas e stim ac io n e s, el n úm e ro de e sc lavo s d e b ía de ro n d ar
la c if ra de 1 1 0 .0 0 0 en un a p o b lac ió n to tal, en el Á tic a, de 3 1 0 .0 0 0 h a ­
b itan te s , de lo s c uale s 1 7 2 .0 0 0 e ran c iud ad an o s lib re s y sus f am ilias (el
n úm e ro de c iu d ad an o s c o n de re c h o s p o lític o s p le n o s e n to n c e s d e b ía
de situ arse en to rn o a lo s 3 0 .0 0 0 ), c o n o tro s 2 8 .5 0 0 m ete c o s o re s id e n ­
te s f o rán e o s en la p o lis de A te n as, lib re s aun q ue p riv ado s de de re c h o s
p o lít ic o s .10
10 . H e m o s e x t r a íd o e s t a s c ifr a s e s t im a t iv a s d e la v o z « P o p u la t io n ( G r e e k ) » d e l
O x f o r d C la s i c a l D i c t i o n a r y ( 1 9 7 0 ) , e s c r it a p o r A . W . G o m m e y R . J . H o p p e r . N o e s m i
59 60 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
A te n as e ra un a de m o c rac ia en e l se n tido , y ún ic am e n te en e l s e n ti­
do , en q ue lo s grie go s e n te n d ían e l té rm in o q ue ello s m ism o s h ab ían in ­
ve n tado . T en ía q ue ve r c o n el p o d e r de l d e m o s , n o só lo c o m o un a c at e ­
go ría p o lític a, sin o c o m o un a c ate go ría so c ial: la gen te c o m ún y p o b re .
A ristó te le s de f in ió la d e m o c rac ia c o m o u n a c o n stituc ió n en la q ue «lo s
n ac id o s lib re s y lo s p o b re s c o n tro lan e l go b ie rn o , sie n do , al m ism o
tie m p o , un a m ayo ría», y la d is tin guió de la o ligarq u ía, en la q ue «lo s r i­
c o s y lo s m e jo r n ac id o s c o n tro lan el go b ie rn o , sie n do , al m ism o t ie m ­
po , un a m in o ría». L o s c rite rio s so c iale s — la p o b re z a en un c aso , la r i­
q ue z a y e l lin aj e n o b le en e l o tro — de se m p e ñ an un p ap e l f u n d am e n tal
en e stas d e f in ic io n e s, y al f in al ad q u ie re n un p eso m uc h o m ayo r q ue el
sim p le c rite rio n um é ric o . E sta n o c ió n de d e m o c rac ia c o m o un a f o rm a
de go b ie rn o de c lase — go b ie rn o de lo s p o b re s— sin d ud a e ra un r e f le ­
jo de las c o n c ep c io n e s de q uie n e s se o p o n ían a e lla y q ue tal vez in v e n ­
taran in c lus o la p a lab ra y la u tiliz aran c o n e l v alo r de un in sulto ; p ero
lo s p a rt id ario s de la d e m o c rac ia, f iguras m o d e rad as c o m o P e ric le s ,
c o n s id e rab an la p o sic ió n p o lít ic a de lo s p o b re s c o m o e s e n c ial p ara la
d e f in ic ió n de de m o c rac ia.
L o s e n e m igo s de la d e m o c rac ia la o d iab an so b re to do p o rq ue c o n ­
f e ría p o d e r p o lític o a lo s trab ajad o re s y a lo s p o b re s. S e p u e d e d e c ir
q ue la p rin c ip al c ue stió n q ue s e p arab a a lo s de m ó c ratas de lo s a n t id e ­
m ó c ratas — al ig u al q ue s e p arab a a T eseo y al m e n saje ro de T eb as en
L a s s u p lic a n te s de E u ríp id e s — e ra si la m u ltitu d trab ajad o ra, las c lases
b a n á u s ic a s o las c las e s m ás h u m ild e s d e b ían te n e r de re c h o s p o lític o s ,
es de c ir, si e ste tip o de ge n te p o d ía te n e r j u ic io s p o lític o s . S e t rat a de
un te m a re c u rre n te no só lo en la G re c ia an tigua, do n de af lo ra c o n to da
c la r id a d en la f ilo so f ía de P lató n , sin o en lo s d e b ate s ac e rc a de la d e ­
m o c rac ia a lo largo de la m ayo r p arte de la h is to ria de O c c ide n te .
in t e n c ió n p r e s e n t a r e n a b s o lu t o e s t a c ifr a e s t im a t iv a c o m o s i fu e r a d e c is iva . H a y o t r a s
c ifr a s e s t im a t iv a s d ife r e n t e s y a lg u n a s d e e lla s s u g ie r e n u n c o n t in g e n t e m u c h o m e n o r
d e p o b la c ió n e s c la viz a d a . L a c u e s t ió n , p a r a lo q u e a q u í n o s o c u p a , e s q u e e l a r g u m e n ­
t o s o b r e la d e m o c r a c ia a t e n ie n s e r e s u lt a c o n v in c e n t e s ó lo s i in c lu s o p u e d e h a c e r fr e n ­
t e a la p r e s e n c ia d e g r a n d e s c o n t in g e n t e s d e e s c la vo s . E l p a p e l d e é s t o s e n la e c o n o m ía
a t e n ie n s e n o r e s u lt a m e n o s c o n t r o v e r t id o . A u n q u e é s t e n o e s e l lu g a r m á s in d ic a d o
p a r a a b o r d a r e s t a c u e s t ió n , q u e p o r lo d e m á s h e m o s a n a liz a d o c o n c ie r t o d e t a lle e n
E lle n M e ik s in s W o o d , P e a s a n t - C i t i z e n a n d S la v e : T h e F o u n d a t i o n s o f A t h e n i a n D e m o ­
c r a c y , V e r s o , L o n d r e s , 1 9 8 8 , s o b r e t o d o e n e l c a p ít u lo 2 y e n e l a p é n d ic e 1. L a c u e s t ió n
e s e n c ia l e s q u e la e s c la v it u d n o lib e r ó a lo s a t e n ie n s e s d e l t r a b a jo y q u e la m a y o r ía d e l
c u e r p o d e c iu d a d a n o s t r a b a ja b a p a r a g a n a rs e e l s u s t e n t o d ia rio .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
L a c ue stió n q ue lo s c rític o s de la d e m o c rac i/ p lan te an n o es só lo si
la ge n te q ue te n ía q ue t rab aj ar p ara gan arse la v id a d is p o n ía de tiem p o
p ara d e d ic ars e a la re f le x ió n p o lític a, sin o si aq ue llo s q ue e stab an o b li­
gado s p o r la n e c e s id ad de tr a b a j a r p a ra so b re v iv ir p o d ían ser lo b a s ­
tan te lib re s de e s p íritu y m e n talid ad p a ra h ac e r juic io s p o lític o s. E n el
c aso de lo s de m ó c ratas ate n ie n se s, la re s p u e s ta, sin lu g a r a d u d as , es
af irm ativa. P ara e llo s, un o de lo s p rin c ip io s f un dam e n tale s de la de m o ­
c rac ia, c o m o p o dem o s ap re c iar en e l d is c urs o de T eseo , e ra la c a p a c i­
dad y e l de re c h o de e ste tip o de ge n te de h ac e r juic io s p o lític o s y h ab lar
so b re e llo s en las asam b le as p ú b lic as . L o s ate n ie n se s in c lus o se se rvían
de un té rm in o c o n c re to p ara d e sign arlo , la is e g o ria , q ue n o só lo s ign if i­
c a lib e rt a d de e x p re sió n en el se n tido en q ue e n te n de m o s e ste de re c h o
en las de m o c rac ias m o d e rn as, sin o ig u a ld a d en e l h a b la r en p ú b lic o .
P ue d e q ue é sta, de h e c h o , sea la id e a m ás c arac t e rís tic a q ue h aya salido
de la de m o c rac ia ate n ie n se y c uyo p arale lo en n ue stro v o c ab ulario p o ­
lít ic o n o e x iste . L a lib e rt a d de e x p re sió n , tal c o m o la e n te n de m o s, t ie ­
n e q ue ve r c o n la ause n c ia de in te rf e re n c ia en n ue stro de re c h o a h ab lar.
L a ig u ald a d de e x p re s ió n , tal c o m o lo s ate n ie n se s la e n te n d ían , te n ía
q ue v e r c o n e l id e a l de la p a rt ic ip ac ió n p o lít ic a ac tiv a de lo s p o b re s y
lo s trab ajad o re s.
S ó lo p o dem o s e stim ar la im p o rtan c ia de la de f in ic ió n ate n ie n se si la
c o m p aram o s c o n la d e m o c rac ia tal c o m o la e n te n de m o s ac tualm e n te .
S i b ie n deb em o s re c o n o c e r las severas lim itac io n e s q ue p e sab an so b re
la d e m o c rac ia ate n ie n s e , h ub o algun o s se n tid o s, asim ism o , q ue t a m ­
b ié n sup e rab an , de le jo s, a n u e s tra d e m o c rac ia ac tual. E sto es c ie rto en
e l c aso de p ro c e dim ie n to s c o m o e l so rteo o la d e m o c rac ia d ire c ta, en la
q ue lo s c iu d ad an o s o rd in ario s , y n o só lo lo s re p re s e n t an te s , to m ab an
las d e c isio n e s en as am b le as y ju rad o s . P e ro es aún m ás im p o rtan te el
ef ec to de la d e m o c rac ia en las re lac io n e s e n tre c lases. C ie rto es q ue la
de m o c rac ia m o de rn a, al ig u al q ue la an tigua, es un siste m a en e l q ue lo s
in d iv id uo s so n c iud ad an o s c o n in d e p e n d e n c ia de c uál sea su c o n dic ió n
o c lase so c ial. P e ro si la c lase n o sup o n e n in gun a d if e re n c ia (le gal) p ara
e l e je rc ic io de la c iu d ad a n ía en un c aso o en e l o tro , en la d e m o c rac ia
m o d e rn a lo in verso es, asim ism o , c ie rto : la c iu d ad an ía af e c ta m uy po c o
a la c las e . E n c am b io , n o e ra as í en la G re c ia an tigu a n i p o d ía se rlo ,
p ue s lo s de re c h o s p o lític o s te n ían ef ec to s de gran c alad o en las r e la c io ­
n es e n tre ric o s y p o b re s.
Y a h em o s p re s e n tado al c am p e sin o - c iud ad an o , c uyo s de re c h o s p o ­
lític o s tuvie ro n c o n se c ue n c ias m ás am p lias. L o s c am p e sin o s h an sido , a
61 62 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
lo largo de la h is to ria, las c lases p ro d u c tiv as p re d o m in an te s, y un rasgo
e s e n c ial de su c o n dic ió n h a sido la o b ligac ió n de e n tre gar p arte de su
trab ajo a algu ie n q ue e sgrim ía un a f ue rz a sup e rio r. L o s c am p e sin o s e s ­
tab an en p o se sió n de la t ie rra, ya f u e ran c o m o p ro p ie tario s ú tile s o
c o m o arre n d at ario s de las tie rras , p e ro te n ían q ue t ran s f e rir el trab ajo
e x c e d e n te a lo s p ro p ie tario s dire c to s y a lo s estado s en f o rm a de s e rv i­
dum b re s de trab ajo , re n tas o trib uto s . L as c lase s ap ro p iad o ras q ue le s
im p usie ro n estas e x ige n c ias p ud ie ro n h ac e rlo p o rq ue n o só lo te n ían la
p o sesió n d ire c ta de la t ie rra, sin o un ac c eso p riv ile giad o al p o d e r c o e r­
c itivo m ilitar, p o lític o y ju d ic ia l. E stab an en p o se sió n de lo q ue se h a
dado en llam ar la «p ro p ie d a d p o lític am e n te c o n s t it u id a ».11 L o s p o d e ­
res p o lític o y m ilit a r de la se ñ o ría f e u d a l en la E uro p a m e d ie v al, p o r
e je m p lo , te n ían , al m ism o tie m p o , e l p o d e r de e x t rae r e x c e d e n te s de
lo s c am p e sin o s. S i lo s se ñ o res f e ud ale s y lo s siervo s de la gle b a h u b ie ­
sen sido igu ale s en té rm in o s p o lític o s y j u ríd ic o s , n o h u b ie ran sido , p o r
de f in ic ió n , señ o res y siervo s de la gle b a, y n o h ab ría h ab ido f e udalism o .
E ste tip o de re lac ió n e in c lus o de c lie n te lis m o (c o m o e l q ue , p o r
e je m p lo , lle g a r ía a e x is t ir en R o m a) n o la e n c o n tram o s en la d e m o c rá­
tic a A te n as. S u ause n c ia, sin d u d a, tuvo e l e f ec to de ale n tar la e s c lav i­
zac ió n de lo s q ue n o e ran grie go s. P e ro , un a vez m ás, es im p o rtan te t e ­
n e r p re s e n t e q ue la m ayo ría de lo s c iu d ad an o s ate n ie n se s t rab ajab an
p ara vivir, so b re to do , c o m o c am p e sin o s y arte san o s, y q ue la c iu d a d a ­
n ía, en A te n as, im p e d ía to d a un a gam a de c o n dic io n e s de d e p e n d e n c ia
le g a l y p o lít ic a q ue , a lo largo de to d a la h is to ria, h an o b ligad o a lo s
p ro d u c to re s d ire c to s a d e jar el trab ajo e x c e d e n te a d is p o sic ió n de sus
se ñ o res y go b e rn an te s. S in e m b argo , d e c ir esto n o e q u iv ale a so ste n er
q ue lo s ric o s, en A te n as, n o tuv ie ran v e n tajas so b re lo s p o b re s, aun q ue
la se p arac ió n e n tre un o s y o tro s e ra m uc h o m ás lim itad a en A te n as q ue
en la an tigua R o m a. L a c ue stió n es, m ás b ie n , q ue la p o sesió n de d e re ­
c h o s p o lític o s sup uso un a en o rm e d if e re n c ia, ya q ue af e c tó al m o do en
q ue lo s ric o s p o d ían e x p lo t ar a lo s p o b re s e, in c lus o , si t a l e x p lo tac ió n
e ra p o sib le .
A q u í r a d ic a la gran d if e re n c ia e n tre la de m o c rac ia an tigu a y la m o ­
de rn a. E n la ac tu alid ad , h ay un siste m a de ap ro p iac ió n q ue n o dep en -
11. L a fr a s e « fo r m a s p o lít ic a m e n t e c o n s t it u id a s d e p r o p ie d a d » la p r o p u s o o r ig i­
n a lm e n t e R o b e r t B re n n e r , q u e la u t iliz ó p o r p r im e r a v e z ( p r o b a b le m e n t e ) e n e l e p ílo ­
g o d e s u lib r o , M e r c h a n t s a n d R e v o l u t i o n : C o m e r c i a l C h a n g e , P o l i t i c a l C o n f l i c t a n d
L o n d o n ’s O v e r s e a s T r a d e r s , 1 5 5 0 - 1 6 5 3 , P r in c e t o n U n iv e r s it y P r e s s , P r in c e t o n , 1 9 9 3 ,
pág . 65 2 .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a 63
de de las d e s igu ald ad e s ju ríd ic as o de la d e s igu ald ad de c tèrec ho s p o lí­
tic o s. S e t rata d e l siste m a q ue de n o m in am o s c ap italism o , un siste m a en
el q ue las c lases ap ro p iad o ras y p ro d uc to ras so n lib re s e igu ale s an te la
ley, en e l q ue la re lac ió n e n tre e llas es, se sup o n e, un ac ue rdo c o n trac ­
t u a l e n tre in d iv id uo s lib re s e igu ale s , y en e l q ue in c lu s o es p o s ib le el
su f ragio u n iv e rs al sin q ue af e c te , de m an e ra f u n d am e n tal, a lo s p o d e ­
res e c o n ó m ic o s d e l c ap ital. E l p o d e r de e x p lo t ac ió n en e l c ap italis m o
c o e x iste c o n la d e m o c rac ia lib e ral, algo q ue h u b ie ra sido im p o sib le en
c u alq u ie r siste m a en e l q ue la e x p lo tac ió n d e p e n d ie ra de un m o n o p o ­
lio de lo s de re c h o s p o lític o s. L a razó n de q ue sea p o sib le es q ue e l c a­
p italism o h a c re ado n ue vas c o n stric c io n e s p uram e n te e c on óm ic as· , la c a ­
re n c ia de p ro p ie d ad * de lo s trab ajad o re s — o , m ás en c o n c re to , su f alta
de p ro p ie d a d de lo s m e dio s de p ro d u c c ió n , lo s m e dio s de trab aj o —
q ue lo s o b liga a v e n d e r su f ue rz a de trab ajo a c am b io de un s alario sim ­
p le m e n te p ara ac c e d e r a lo s m edio s lab o rale s y o b te n e r lo s m e dio s de
s u b s is te n c ia, y, asim ism o , las e x ige n c ias d e l m e rc ad o , q ue re gu lan la
e c o n o m ía y h ac e n c um p lir c ie rto s im p e rativo s de c o m p e te n c ia y m ax i-
m iz ac ió n de lo s b e n e f ic io s.
A sí, tan to e l c a p it a l c o m o e l t rab aj o tie n e n d e re c h o s d e m o c rátic o s
en la e s f e ra de lo p o lít ic o , sin q ue e llo su p o n ga u n a tran s f o rm ac ió n
c o m p le ta de la re lac ió n q ue e x is te e n tre e llo s en un a e sf e ra e c o n ó m i­
c a s e p arad a. D e h e c h o , ú n ic am e n te en e l c ap italis m o e x is te un a e sf e ra
e c o n ó m ic a s e p arad a, c o n sus p ro p io s im p e rativ o s y, p o r tan to , só lo en
e l c ap italis m o la d e m o c rac ia p u e d e se r c o n f in ad a a u n a e sf e ra p o lít ic a
s e p arad a. A sim ism o , só lo en e l c ap italis m o se h a p u e sto gran p a rt e de
la v id a h u m an a f u e ra d e l alc an c e de la re s p o n s a b ilid a d d e m o c rátic a,
re g u la d a en c am b io p o r lo s im p e rativ o s d e l m e rc ad o y las e x ige n c ias
de l b e n e f ic io , la re if ic ac ió n q ue af e c ta a to do s lo s as p e c to s de la v id a,
n o só lo en e l p u e s to de t r ab a j o , sin o en to d as p arte s . L a c iu d a d a n ía
ac t u al, en las c o n d ic io n e s d e l c ap italis m o , p u e d e q ue se a m ás in c lu s i­
va, p e ro sin d u d a n o alc an z a a s ign if ic ar tan to p ara lo s c iu d ad an o s c o ­
m un e s y c o rrie n te s de n ue stro s días — aun en las f o rm as m ás b e n ign as
de c ap italis m o q ue h an m o d e rad o lo s e f e c to s de lo s im p e rativ o s d e l
m e rc ad o — c o m o lle g ó a s ign if ic ar p a ra lo s arte san o s y lo s c am p e sin o s
ate n ie n s e s . L a d e m o c rac ia ate n ie n s e t e n ía m uc h o s de f e c to s y gran d e s
* L a e x p r e s ió n « c a r e n c ia d e p r o p ie d a d » re c o g e e n c a s t e lla n o e l c o n c e p t o d e E i g e n ­
t u m s lo s i g k e i t [ P r o p e r t y le s s n e s s ] a c u ñ a d o p o r M a r x e n lo s M a n u s c r i t o s e c o n ó m ic o s y f i ­
lo s ó f i c o s d e 1 8 4 4 , T e r c e r M a n u s c r i to , I I P r o p i e d a d p r i v a d a y c o m u n i s m o . ( N . d e l t. )
64 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
im p e rf e c c io n e s ; p e ro , en e s te se n tid o , f u e m uc h o m ás le jo s q ue la
n ue s tra.
E n o tro asp e c to , la d e m o c rac ia ate n ie n se n o f ue m en o s im p e rf e c ta
q ue la d e m o c rac ia m ás p o d e ro sa de n ue stro s días. E l c o m p ro m iso c o n
la lib e rt a d c ívic a y la ig u ala d e n tre lo s c iud ad an o s en e l sen o de un e s ­
tado n o se e x te n d ió a la re lac ió n c o n o tro s e stado s. A te n as e x p lo tó
c ad a vez m ás su c re c ie n te p o d e r p ara im p o n e r su h e ge m o n ía en las c iu ­
dad e s - e s tad o aliad as , en gran m e d id a c o n e l p ro p ó s ito de e x t rae r t r i­
b uto s de e llas. E l im p e rio ate n ie n se , sin lu g a r a d u d as, estuvo lim itad o
y f ue m o de lado p o r la d e m o c rac ia de la p o lis . L a e x p an s ió n im p e rial no
estuvo im p u ls ad a p o r lo s in te re s e s de la aris t o c rac ia te rrate n ie n te , y lo s
ate n ie n se s, a m e n udo , d e sp laz aro n a las o ligarq u ías lo c ale s en las c iu-
dad e s - e s tad o d e p e n d ie n te s , e s tab le c ie n d o de e ste m o do d e m o c rac ias
am igas de A ten as. Y si b ie n h ab ía in te re se s c o m e rc iale s en ju e go , e l im ­
p e rio ate n ie n se tam p o c o f ue un p ro ye c to m e rc an til. L a m isió n im p e rial
e ra, en p rim e ra in s tan c ia, la de c o m p e n sar las de f ic ie n c ias agríc o las in ­
te rn as c o n el f in de g aran tiz ar el ab aste c im ie n to de alim e n to s, c o n tro ­
lan d o , p ara e llo , las rutas m arítim as de im p o rtac ió n de c e re ale s. S e t r a ­
tó de un p ro ye c to o n ero so q ue re q u irió re n tas p ú b lic as c ad a vez
m ayo re s, p ro c e de n te s de lo s trib u to s , p ara m an te n e r la f lo ta de gue rra
de A ten as. P ero las re lac io n e s so c iales de p ro p ie d ad , q ue e ran la b ase de
la de m o c rac ia, garan tiz ab an q ue A te n as n un c a e s tab le c ie ra un im p e rio
te rr it o r ia l, c o m o m ás ta rd e h a r ía R o m a. M ie n tras lo s c am p e sin o s s o l­
dado s de R o m a, c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de m o strar, e stuvie ro n
suje to s a añ o s de se rvic io m ilitar, ale j ad o s de sus c asas, y d e jaro n sus
p ro p ie d ad e s in de f e n sas an te la e x p ro p iac ió n p o r p arte de la ar is t o c ra­
c ia te rrate n ie n te , las e m p re sas m ilitare s ate n ie n se s, en c am b io , e s tu v ie ­
ro n e stric tam e n te lim itad as p o r lo s c ic lo s agríc o las y las n e c e s id ad e s de
lo s c am p e sin o s s o ldado s, q ue e ran lib re s de re gre s ar a sus c asas p ara
t r ab aj ar sus c am po s. P o r lim itad o s q ue f ue se n sus o b je tivo s im p e riale s ,
lo s ate n ie n se s p o d ían ser, en c am b io , e s p e c tac ularm e n te b rut ale s en la
p ro se c uc ió n de sus m etas y o b je tivo s, y n ad a, en su c u lt u ra d e m o c ráti­
c a, im p e d ía el e je rc ic io de e sa b r u t alid ad .
L as do s c aras de la d e m o c rac ia ate n ie n se f uero n c ap tad as de m an e ­
ra e lo c ue n te p o r e l h is to riad o r T uc ídide s, en do s de lo s p asaje s m ás c é ­
le b re s de su H is to r ia d e la g u e rra d e l P e lo p o n e s o . E n e l D isc urso F ú n e ­
b re de P e ric le s , e l h is t o riad o r p o n e en b o c a de l gran e s trate ga
d e m o c rátic o un dis c urs o en e l q ue e n alte c e , e n tre o tras c o sas, las v irt u ­
des de la ig u ald a d c ívic a. E n A te n as, sugie re P e ric le s , las d e siguald ad e s
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
e n tre ric o s y p o b re s, e n tre lo s f ue rte s y lo s d é b ile s , e stán ate m p e radas
p o r la le y y la c iu d ad an ía d e m o c rátic a. E n el «D iálo go M e lian o », lo s ate ­
n ie n se s, en su d is p u ta c o n un a c iu d ad - e s tad o d e s af ian te q ue se n e gab a
a ac e p tar la n ue v a c o n d ic ió n de alia d a p e ro suje ta al p ago de t rib u to ,
e x p re s an c o n un a c ru e ld ad d e s c arn ad a e l p rin c ip io im p e rial se gún el
c ual, «e n las c ue stio n e s h um an as, las razo n e s de d e re c h o in te rv ie n e n
c uan d o se p arte de u n a ig u ald a d de f ue rz as, m ie n tras q ue , en c aso c o n ­
trario , lo s m ás f ue rte s d e te rm in an lo p o s ib le y lo s d é b ile s lo ac e p tan ».
La e v o l u c ió n d e l a t e o r ía po l ít ic a
L a te o ría p o lític a se h a d e f in ido aq u í c o m o la ap lic ac ió n s is te m áti­
c a de la razó n c rít ic a a la in te rro gac ió n de lo s p rin c ip io s p o lític o s ,
c o m o e l p lan te am ie n to de p re gun tas n o só lo so b re las f o rm as b ue n as y
m alas de go b ie rn o , sin o tam b ié n so b re lo s f un dam e n to s en q ue no s b a ­
sam o s p ara h ac e r tale s ju ic io s. P lan te a las p re gu n tas m ás f u n d am e n ta­
le s so b re el o rige n y la ju s t if ic ac ió n de las n o rm as m o rale s y p o lític as .
¿L as n o rm as y c rite rio s de la j u s t ic ia, p o r e je m p lo , e x is te n p o r n a t u ra ­
le z a o so n só lo c o n ve n c io n e s h u m an as ? E n to do c aso , ¿q u é h ac e q ue
sean v in c u lan te s ? ¿L as d if e re n c ias e n tre go b e rn an te s y súb dito s, e n tre
am o s y e sc lavo s, se b asan en d e s igu ald ad e s n atu rale s , o lo s seres h u m a­
n o s, q ue p o r n atu rale z a so n igu ale s , se h an vue lto d e s iguale s c o m o re ­
su ltad o de las c o stum b re s y las p r ác t ic as h u m an as? E stas c ue stio n e s
m o rale s y p o lític as h an p lan te ad o te m as aún m ás f u n d am e n tale s . D e
h e c h o , en gran m e d id a, la trad ic ió n de la f ilo so f ía o c c id e n tal surgió en
la an tigu a G re c ia en m edio de un o s d e b ate s q ue , an te to do , e ran p o lí­
tic o s. E n A te n as, e l d e b ate p o lític o ge n e ró to d a un a gam a de p re gun tas
f ilo só f ic as q ue a p a rt ir de e n to n c e s h an sido p lan te ad as y ab o rd ad as
p o r lo s f iló so fo s o c c ide n tale s : n o só lo las c ue stio n e s é tic as ac e rc a de lo s
c rite rio s y las n o rm as de lo b ue n o y lo m alo , sin o las p re gu n tas ac e rc a
de la n atu rale z a y lo s f un dam e n to s d e l c o n o c im ie n to , so b re la re lac ió n
e n tre e l c o n o c im ie n to y la m o ralid ad , so b re la n atu rale z a h um an a, y la
re lac ió n e n tre lo s se re s h um an o s y e l o rde n n atu ral o divin o .
R e s u lta se n c illo d ar p o r s e n tad as e stas f o rm as de p e n sam ie n to ,
c o m o si surgie ran m ás o m en o s n atu ralm e n te de la c o n dic ió n h um an a
y de lo s p ro b le m as e tern o s q ue la h u m an id ad arro s tra en sus esf uerzo s
p o r e n f re n tarse a su un iverso so c ial y n atu ral. M u y p o c as vec es no s d e ­
ten em o s a c o n s id e rar las p re c o n d ic io n e s h istó ric as e sp e c íf ic as, in t e le c ­
65 66 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
tuale s y so c iale s q ue h ic ie ro n p o sib le p e n s ar en esto s té rm in o s c rític o s.
P e ro v ale la p e n a p r e gu n tars e q ué tip o de c o n j e turas in te le c tu ale s es
p re c is o h ac e r p ara p lan te arn o s sis te m átic am e n te in te rro gan te s so b re
lo s f un dam e n to s d e l b ue n go b ie rn o , lo s c rite rio s y las n o rm as de la j u s ­
tic ia o la o b ligac ió n de o b e d e c e r a la au to rid ad ; y asim ism o v ale la p e n a
p re gu n tars e p o r las c o n dic io n e s so c iale s q ue h an dado lu g a r a ese tip o
de c o n jeturas.
P ara p o n e r en d ud a las d isp o sic io n e s y c o m p o n e n das e x iste n te s, es
p re c is o , c o m o m ín im o , te n e r c ie rta fe en la c ap ac id ad de la h um an id ad
p ara c o n tro lar sus p ro p ias c irc un s tan c ias , c ie rta p e rc e p c ió n de la s e p a­
rac ió n de lo s seres h um an o s c o n re sp ec to a un o rden n atu ral in m utab le
y a la f o rm a so c ial d e l re in o n atu ral. T ien e q ue h ab e r, p o r d e c irlo c o n
o tras p alab ras , un a c o n c ep c ió n de la h is to ria h u m a n a , y n o un a sim p le
h isto ria n a t u ral o de l m ito s o b re n atu ral, un a id e a de q ue la h is to ria im ­
p lic a un e sf uerzo h um an o c o n sc ie n te de re so lve r p ro b le m as h um an o s;
la id e a de q ue e x iste la p o s ib ilid ad de un c am b io d e lib e rad o de a c u e r­
do c o n m etas h um an as c o n sc ie n te s y q ue la razó n h um an a es un p r in ­
c ip io f o rm ativo , c re ativo , c ap az , en c ie rto m o do , de tras c e n d e r el c ic lo
p re d e te rm in ad o e in e x o rab le de la n e c e s id ad n atu ral o d e l de stin o d i­
vin am e n te o rde n ado . U n a m an e ra c o m o é sta de e n te n d e r e l lu g a r de la
h u m an id ad en el m un do tie n d e a e star as o c iad a c o n c ie rta e x p e rie n c ia
d ire c ta d e l c am b io y la m o v ilid ad so c ial, c o n un c ie rto dis tan c iam ie n to
p rác tic o c o n re sp e c to a lo s c ic lo s in e x o rab le s de la n atu rale z a, q ue a
m e n udo sue le ac o m p añ ar a la c iv iliz ac ió n u rb an a, un ám b ito b ie n d e ­
s arro llad o de e x p e rie n c ia h um an a f ue ra de lo s c ic lo s y las n e c e sid ad e s
de la n atu rale z a.
E stas c o n dic io n e s e stuvie ro n p re s e n te s en to das las «g r a n d e s » c iv i­
liz ac io n e s d e l m un do an tiguo y d ie ro n lu g a r a le gad o s c u ltu rale s ric o s
y diverso s. P e ro en n in gún o tro lu g ar c o m o en G re c ia e l h in c ap ié en la
m e d iac ió n h um an a lle gó a o c u p ar e l c e n tro de la v id a in te le c tu al. L o s
do s p ro d uc to s m ás c arac t e rís tic o s de e se le gad o p e c u lia r y dis tin tiv o
so n la h isto ria t a l c o m o lo s h isto riad o re s grie go s la p rac tic aro n , en c o n ­
c re to H e ró do to y T uc ídide s, y la te o ría p o lít ic a en el se n tido q ue aq u í
p ro p o n em o s. A q ue llo q ue dis tin guió a G re c ia, y en e sp e c ial a la A ten as
d e m o c rátic a, de o tras c iv iliz ac io n e s c o m p le jas f ue e l grad o en q ue el
o rde n v ige n te , en e s p e c ial las je ra rq u ía s t r a d ic io n a le s , f ue ro n , en la
p r á c t ic a , p u e s tas en t e la de j u ic io ; y e l c o n f lic to o e l d e b ate so b re las
o rd e n ac io n e s y c o m p o n e n das so c iale s e ra u n a p a rt e , in s t it u c io n a liz a ­
d a in c lus o , de la v id a c o tid ian a. E n e ste c o n te x to , lo s ate n ie n se s se en-
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
f re n taro n , b ajo asp e c to s n uevo s y de un a m an e ra sin p re c e d e n te s, c o n
la re s p o n s ab ilid ad p o lít ic a y m o ral p o r h ab e r f o rjado sus p ro p ias c ir ­
c un stan c ias. E l d e b ate e ra el p rin c ip io o p erativo de l estado aten ien se , y
la m ayo ría de lo s c iud ad an o s te n ía un in te ré s m uy arraigad o en p r e s e r ­
varlo . A sí e ra p o rq ue — y en la m e d id a en q ue — la p o lític a en A te n as
n o c o n sistía en so ste n e r el go b ie rn o de un p o d e r do m in an te , sin o , p r e ­
c isam e n te , en ge s t io n ar la re lac ió n e n tre la «m a s a » y la «e lit e » c o n las
in stituc io n e s p ú b lic as de l e stado , q ue ac tuab an m en o s c o m o un in s t ru ­
m en to de do m in ac ió n en m an o s de la e lit e ric a y h ac e n d ad a q ue c o m o
un c o n trap e so c o n tra ese do m in io , al tie m p o q ue e l p u e b lo llan o d e ­
se m p e ñ ab a e l p ap e l de ac to r p o lític o , y no sim p le m e n te el de o b jeto del
do m in io . L a re f le x ió n so b re el e stado estuvo , d e sde un p rin c ip io , m o ­
d e lad a p o r esa re lac ió n y p o r las te n sio n e s q ue , de m an e ra in e v itab le ,
d ic h a re lac ió n ge n e rab a.
P ara h ac e rs e un a id e a de c ó m o la te o ría p o lític a grie ga se h izo r e a ­
lid a d , re s ulta ú t il, un a vez m ás, c o n s id e rarla en re lac ió n c o n el c o n te x ­
to de la é p ic a h o m é ric a, la ú ltim a e x p re s ió n im p o rtan te d e l do m in io
aris t o c rátic o , in d is c u t id o o s te n sib le m e n te , en el m ism o m o m en to en
q ue m o ría. C uan d o lo s p o em as é p ic o s f ue ro n e sc rito s (p o r e l p ro p io
H o m e ro o p o r algu ie n q ue tam b ié n dejó c o n stan c ia de un a t rad ic ió n
o ral), lo s m o do s de tran sm isió n d e l c o n o c im ie n to y lo s valo re s c u lt u r a ­
les t rad ic io n ale s ya n o e ran ac e p tab le s ; h ab ían e m p e z ado a af lo rar las
c o n dic io n e s q ue re q u e rían o tras f o rm as de d is c urs o y q ue p lan te ab an
n ue vas e x ige n c ias p ara la e s c ritura. E n ese asp e c to , H o m e ro f ue un a f i­
gura de t ran sic ió n , tan to en lo re lativo a la e vo luc ió n de la c ap ac id ad de
le c t u ra y e s c ritura e n tre lo s grie go s c o m o en su c o n dic ió n de p o e ta v e r ­
sado , in c luso de m an e ra o s te n sib le , en la trad ic ió n o ral p e ro c uya o b ra
q ue dó f ij ad a p o r e sc rito ; y é l, H o m e ro , f ue el p o e ta de un a aris to c rac ia
ago n iz an te , q ue n o se se n tía a salvo ya en su do m in io , q ue n o e ra c ap az
de d ar p o r s e gu ra la o b e d ie n c ia y q ue e stab a c ad a vez m ás ac o sado p o r
un a re c usac ió n q ue ve n ía de ab ajo . T al vez e l p ro p io ac to de e s c rib ir lo s
p o em as ép ic o s da te stim o n io d e l fin d e l o rde n so c ial q ue d e sc rib e n (o
d e l de c e so de un o rde n so c ial s im ilar al q ue h ab ían id e ad o ) y la n e c e s i­
d ad de p re s e rv ar sus p rin c ip io s en un a f o rm a m en o s e f ím e ra q ue el re ­
lato o ral. P ero en la s ustan c ia de la é p ic a, en la q ue las c lase s in f e rio re s
re s u ltan ap en as v isib le s , n o h ay p rue b as , en c am b io , de q ue lo s valo res
aris t o c rátic o s re q u irie r a n e n to n c e s, en aq u e l m o m e n to , u n a de f e n sa
m ás re c ia y s is te m átic a q ue lo s p o em as q ue c an tab an las alab an z as de
lo s h é ro es- n o b le s.
67 68 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
U n a ilustrac ió n m uy re v e lado ra es lo q ue suc e de c o n e l c o n c ep to de
d ik e , la p a lab ra grie ga q ue d e s ign a a la j u s t ic ia. E n H o m e ro , n o e x iste
n in gun a c o n c ep c ió n re al de la j u s t ic ia c o m o un a n o rm a é tic a. L a p a la ­
b ra d ik e ap are c e v arias vec es en la O d is e a , p e ro d e sde un p un to de v is ­
ta m o ral es, en gran m e d id a, un té rm in o n e utro q ue d e s c rib e un c o m ­
p o rtam ie n to o un a disp o sic ió n c arac t e rís tic as , algo re lac io n ad o c o n «e l
m o do de se r de las c o s as ». A sí, p o r e je m p lo , la d ik e de lo s c ue rp o s en
la m ue rte es q ue la c arn e y el h ue so de je n de e s tar un ido s, o la d ik e de
un p e rro es q ue h aga z alam e rías a su am o , o un e sc lavo lo h ac e m ejo r
c uan do su d ik e es te m e r a su seño r. E x iste n un o o do s uso s d e l té rm in o
c uya c o n n o tac ió n es algo m ás n o rm ativ a. A su re gre so a la is la de I tac a,
de sp ué s de la g u e rra de T ro ya, un U lise s q ue aún no h a sido re c o n o c i­
do c o m o tal se e n c u e n tra c asualm e n te c o n su p ad re , L ae rte s , q ue e stá
c avan do e n tre las v iñ as c o m o un c am p e sin o o un esc lavo . U lise s le dic e
q ue p are c e m ás un h o m b re de san gre re al, de aq ue llo s c uya d ik e es d o r­
m ir en un a c am a b lan d a d e sp u é s de h ab e rs e d ad o un b añ o y c en ado .
E sto p o d ría h ac e r re f e re n c ia sim p le m e n te a la m an e ra t íp ic a de v id a
n o b le , p e ro d ik e , aq u í, p u e d e tam b ié n te n e r e l se n tido de un de re c h o
ac e p tad o . T al vez e l lu g a r do n de H o m e ro m ás se ac e rc a a c o n c e b ir la
j u s t ic ia c o m o un a n o rm a m o ral es en un p asaje en q ue s u gie re q ue a lo s
dio se s n o le s gusta e l jue go suc io , sin o q ue re sp e tan la d ik e y lo s ac to s
justo s, la m an e ra ju s ta de ac tuar. L a d ik e , aun aq uí, n o se re f ie re tan to a
un c rite rio é tic o de: j u s t ic ia c o m o a un c o m p o rtam ie n to c o rre c to y a d e ­
c uad o , so b re to do e l c o m p o rtam ie n to ge n u in o de lo s n o b le s , en c o n ­
tras te c o n la im p e rtin e n te ru d e z a de lo s p re te n d ie n te s d e P e n é lo p e ,
q uie n es, en su c o n vic c ió n de q ue U lises, su espo so , n un c a re gre sará p ara
c astigarlo s, q ue b ran tan to das las re glas de la d e c e n c ia.
E l uso h o m éric o , p o r tan to , id e aliz a un a s o c ie dad en la q ue e l m o do
de se r de las c o sas n o h a sido p u e sto s e riam e n te en t e la de j u ic io . L a
d ik e n o ap are c e c o m o un c rite rio de ju s t ic ia c o n re sp ec to al q ue e l o r­
den vige n te p u e d a y de b a se r juz gado . S in e m b argo , en la o b ra de H e-
s jo d o , c asi un c o n te m p o rán e o , au n q u e n o e x ac tam e n te c o e tán e o , de
H o m e ro , ya ap are c e un sign if ic ad o dif e re n te de la d ik e . Y en e ste c aso
re s u lt a sign if ic ativ o q ue e l p o e ta h ab le n o d irigié n d o s e a lo s n o b le s,
sin o a lo s c am p e sin o s. C am p e sin o de B o e c ia de un a c o n dic ió n m e d ia­
n am e n te h o lgad a, H e sío d o n o es un r a d ic a l, y aun así, su p o e m a L o s
tra b a jo s y lo s d ía s no es só lo un c o m p e n dio de in f o rm ac ió n agríc o la y
c o n sejo s m o rale s, sin o tam b ié n un a la rg a y p o é tic a q ue ja so b re la s u e r­
te de lo s d ilige n te s c am p e sin o s y las in ju s tic ias q ue lo s c o dic io so s s e ñ o ­
 L a a n t ig u a polis g rie g a
res p e rp e tran c o n tra e llo s. E n e ste c o n te x to , d ik e ap are c e c o m o la f i­
g ura de un a dio sa q ue se sie n ta a la d e re c h a de Z eus. H e sío do no s d ic e
q ue la dio sa o b serva y juzga a lo s se ñ o res «d e v o rad o re s de r e galo s » q ue
se sirve n de sus p re rro gativ as ju d ic iale s p ara e x p lo t ar a lo s c am p e sin o s
p o r m edio de se n te n c ias «t o r c id a s ». D ike , ad v ie rte H e sío do , se as e gu ­
ra rá de q ue lo s n o b le s q ue q u e b ran t an lo q ue es justo re c ib an lo q ue
m e re c e n . E l p o e ta, c ie rtam e n te , n o h ac e u n a llam ad a a la re v u e lta de
lo s c am p e sin o s, p e ro e stá h ac ie n d o , en c am b io , algo q ue p o se e un a
gran im p o rtan c ia c o n c e p tual. P ro p o n e un c o n c ep to de ju s t ic ia q ue d e s­
tac a p o r e n c im a de la j u ris d ic c ió n de lo s n o b le s, un c rit e rio re sp e c to al
c u a l e llo s y sus j u ic io s p u e d e n y d e b e n se r j uz gad o s . D if íc ilm e n te p o ­
d ría ser m ás dis tin to de aq u e l in d is c u tid o y c o n ve n c io n al m o do aris t o ­
c rátic o de h ac e r las c o sas q ue e x alt a b a H o m ero .
L a d if e re n c ia e n tre H o m e ro y H e sío d o es s o c ial y c o n c e p tual. E l
p rim e ro id e aliz a un a c las e d o m in an te in d is c u t id a , c uyo s v alo re s y j u i­
c io s p asan p o r s e r n o rm as un iv e rsale s. E l se gun do h ab la en n o m b re de
un a c o m u n id ad d iv id id a , en la q ue las n o rm as s o c iale s y la au t o rid a d
de las c las e s do m in an te s so n o b je to s re c o n o c id o s d e c o n f lic to . L as
c ue stio n e s q ue a q u í p lan t e ab a la p o e sía ib an a c o n v e rtirs e en e l te m a
de d e b ate s ab strac to s y c o m p le jo s, en lo s q ue la e s c ritu r a se c o n v e rti­
ría, de m an e ra p au latin a, en el m edio f avo rito , y q ue alc an z aría su c o n ­
sum ac ió n en e l d is c urs o f ilo só f ic o de lo s siglo s V y IV a. C ., so b re to do
en la A te n as d e m o c rátic a. E l tip o de in v e s tigac ió n s is te m átic a q ue lo s
grie go s ya h ab ían ap lic ad o al o rde n n a t u r a l se e x t e n d e ría a las re glas
m o rale s y a las d is p o sic io n e s p o lític as . L a d ik e p a s aría de la p o e sía de
H o m e ro y H e s ío d o a las in t rin c a d as e s p e c u lac io n e s de P lató n , en el
d iálo go de L a R e p ú b lic a , so b re la j u s t ic ia o la d ik a io s y n e , m ie n tras lo s
adv e rsario s de la d e m o c rac ia (un o de c uyo s e je m p lo s m ás n o tab le s e ra
P lató n ), al n o p o d e r c o n f iar m ás en la t rad ic ió n , se ve ían o b ligad o s a
b as ar su de f en sa de la je ra rq u ía s o c ial en un o s f un dam e n to s c o m p le ta­
m en te n uevo s.
La c u l t u r a d e l a d e mo c r a c ia
P ara h ac e rn o s un a id e a de lo m uc h o q ue las c ue stio n e s de la te o ría
p o lític a c alaro n en el c o n jun to de la c u ltu ra ate n ie n se , v ale la p e n a c o n ­
s id e rar c ó m o surgie ro n las p re gun tas m o rale s y p o lític as en la f ilo so f ía
f o rm al, p e ro tam b ié n en o tras f o rm as c ultu rale s m ás p o p ulare s y, n o t a­
69 70 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
b le m e n te , en las o b ras d e l te atro grie go . L as o b ras de E sq uilo , S ó f o c le s
y E u ríp id e s no s dic e n m uc h as c o sas so b re la atm ó sf era en la q ue surgió
la f ilo so f ía p o lític a. Y a h em o s t e n id o o p o rtu n id ad de v e r c ó m o e l d e ­
b ate p o lític o in v ad ió L a s s u p lic a n te s de E u ríp id e s . E n E s q uilo , e l p r i­
m ero de lo s gran de s auto re s de t rage d ias , las p re gun tas de la te o ría p o ­
lít ic a se p re s e n tan c o n m ayo r s u tile z a, au n q u e so n , asim ism o , m ás
e s e n c iale s a la ac c ió n d ram átic a. E sq uilo se h a lla b a p a rtic u larm e n te
b ie n situado p ara ju z gar la im p o rtan c ia de lo s c am b io s q ue A te n as h a ­
b ía suf rido . C re c ió en un a é p o c a de t iran ía y gue rra. D esp ué s de lu c h ar
en M arató n , f ue te stigo de c ó m o la d e m o c rac ia alc an z ab a el triun f o m e ­
re c ido . C o n la e x p e rie n c ia d e l p asado , y e m p ap ad o en sus trad ic io n e s ,
fo rm ó p arte , sin e m b argo , de un n uevo c lim a, en el q ue lo s c iudadan o s
se ve ían o b ligado s a h ac e r f re n te a n ue vas c ue stio n e s so b re la re s p o n ­
s a b ilid ad m o ral y p o lític a de lo s h o m b res c o m un es y c o rrie n te s, q ue ya
n o se c o n sid e rab an a sí m ism o s sim p le s ju gue te s en m an o s de lo s d io ­
ses o súb dito s o b e die n te s de n o b le s y reyes.
L a trilo gía c lás ic a de E sq uilo , L a O re s tia d a , ap are c ió en el añ o 4 5 8
a. C ., n o m uc h o tie m p o de sp ué s d e l as e sin ato de l líd e r de m o c rátic o
E f ialtes de T esalia, q ue h ab ía p rivado al A re ó p ago de ÿ is f un c io n es t r a ­
d ic io n ale s , ap arte de su f un c ió n c o m o trib u n al en el q ue se ve ían lo s c a­
so s de h o m ic idio . E s p ro b ab le q ue E sq uilo , e n tre o tras c o sas, tran s m i­
t ie r a e l m e n saje de q ue e sta an tigu a in s tit u c ió n ar is t o c rátic a, si b ie n
se guía te n ie n do un p ap e l q ue de se m p e ñ ar en la de m o c rac ia, h ab ía sido
justam e n te d e s p laz ad a p o r in stituc io n e s m ás de m o c rátic as . L a t rilo gía
de E sq uilo tie n e p o r te m a c e n tral un a c o n f ro n tac ió n e n tre do s c o n c e p ­
c io n es o p ue stas de la ju s t ic ia, en la f o rm a de un a c o n tie n da e n tre el c i­
c lo sin f in de la ve n gan z a trad ic io n al de san gre y lo s n ue vo s p rin c ip io s
d e l j u ic io , s iguie n do un p ro c e d im ie n to ju d ic ial. E l p rim e ro re p re s e n ta
e l de stin o , la f uria d e l sin o in c o n tro lab le ; e l o tro , la re s p o n s ab ilid ad h u ­
m an a, un a o p o sic ió n q ue p u e d e re p re s e n tar, asim ism o , la an títe s is de
lo s viejo s p rin c ip io s aristo c rátic o s d e l p are n te sc o y la riv alid ad de san ­
gre c o m o c o n trario s a lo s p ro c eso s ju d ic iale s de un o rden c ívic o de m o ­
c rátic o .
E l ase sin ato de A gam e n ó n , re y d e A rgo s, p o r su e sp o sa, C litem n e s-
tra, p o n e en m arc h a lo q ue p o d ría ser un c ic lo sin f in de san gre , c u an ­
do O re ste s o b e d e c e un a le y en ap arie n c ia n a t u ral y ve n ga la m ue rte de
su p ad re m atan do a C lite m n e s tra y a su am an te , E gisto . L as le ye s in e ­
x o rab le s de la ve n gan z a sign if ic an q ue O re ste s, ac o sado p o r las F urias,
se c o n ve rtirá tam b ié n en v íc tim a de un a v e n gan z a de san gre , y de este
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
m o do e l c ic lo c o n tin u ará sin d e te n e rse . E n la c o n f ro n tac ió n e n tre las
F urias y e l dio s A p o lo se p e rc ib e tam b ié n el c h o q ue e n tre lo s an tiguo s
p rin c ip io s de l p are n te sc o — re p re s e n tad o s p o r las F u rias — y el c o m ­
p ro m iso de A po lo c o n el de re c h o aris t o c rátic o - p atriarc al, se gún el c ual
el asesin ato de un re y es un c rim en n o c o m p arab le al m atric id io . L a r e ­
so luc ió n lle g a en la ú ltim a de las tre s o b ras c o n e l e stab le c im ie n to , s i­
guie n d o las in struc c io n e s dadas p o r A te n e a, de un t rib u n a l q ue o iga el
c aso de O restes y p o n ga f in , de un a vez p o r to das, a la c ue stió n . E l j u ­
rado e s tará f o rm ado no p o r lo s dio se s o lo s n o b le s, sin o p o r c iu d a d a ­
n o s. E sq uilo aún c o n f ie re a lo s dio se s c ie rto p ap e l, y e l te m o r d e s e m ­
p e ñ ará to d av ía su f un c ió n en e l c um p lim ie n to de la ley, c uan do las
F urias p ase n a ser las dio sas b e n é vo las de la ve n gan z a en L a s e u m é n i-
d e s. P o r su p arte , el e sc rito r de trage d ias tam p o c o re p u d ia las c o stum ­
b re s y las trad ic io n e s de la an tigua A te n as, p ero se m ue stra in e q uívo c o
en c uan to a la im p o rtan c ia q ue tie n e re e m p laz ar la f ue rz a y la vio le n c ia
d e l o rd e n an tiguo p o r lo s n uevo s p rin c ip io s de la raz ó n , e l p rin c ip io
de l de re c h o y la «S a g ra d a P e rs u as ió n », el tip o de o rden e stab le c ido p o r
la p o lis y sus p rin c ip io s c ívic o s, y, en p artic u lar, la p o lis d e m o c rátic a,
go b e rn ad a p o r sus c iud ad an o s y no p o r re yes o n o b le s.
L a au to ría de E sq uilo de o tra o b ra, P r o m e te o e n c a d e n a d o , h a sido
p ue sta en d uda, aun q ue , en ge n e ral, f ue ac e p tad a en la A n tigüe d ad . N o
o b stan te , tan to si p u e d e le e rs e c o m o e x p re sió n de sus p un to s de v ista
c o m o si n o , la o b ra n o s c ue n ta m uc h as c o sas de la c u ltu ra de la d e m o ­
c rac ia ate n ie n se si c o m p aram o s su n arrac ió n de l m ito de P ro m e teo c o n
o tras ve rsio n e s de e sa m ism a h isto ria. E l m ito , en lo q ue p ro b ab le m e n ­
te es su f o rm a m ás c o n ve n c io n al, ap are c e en H e sío do . P ro m e te o ro b a
e l f ue go de Z eus y se lo e n tre ga c o m o un o b se q u io a la h u m an id ad .
M o vido p o r su e n o jo , Z eus am e n az a c o n h ac e r q ue la h u m an id ad p a ­
gue p o r h ab e r re c ib id o o aq u e l re galo . A c o n tin uac ió n s igue la h isto ria
de la «c a j a » de P an d o ra, un a vasij a de alm ac e n aje q ue c o n tie n e e l am e ­
n az an te «o b s e q u io » de Z eus. C o n trariam e n te al c o n sejo q ue le da P ro ­
m ete o , P an d o ra, su c uñ ad a, ab re la v asija y de ja lib re s to do s lo s m ale s,
p o n ie n do f in a la e d ad de o ro en la q ue se d is f rutab a sin esf uerzo de lo s
f ruto s de la tie rra y la h u m an id ad vivía lib re de l trab ajo , la e n f e rm e dad
y la af lic c ió n ; la e sp e ran z a, en c am b io , q ue d a at rap ad a de n tro de la v a ­
sija. H e sío do c o m b in a este re lato c o n o tra h isto ria so b re las e tap as de
d e c ad e n c ia de la h u m an id ad , q ue en o tra é p o c a h a b ía sido ig u al a lo s
dio se s p e ro q ue c o n e l tiem p o se c o n vie rte en un a raz a q ue trab aja y se
af lige sin c esar. P ara H e sío d o , en ge n e ral, se t r at a de un re lato de lo s
71 72 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
suf rim ien to s de la v id a c o tid ian a y de l trab ajo . E n la n arrac ió n q ue E s­
q uilo h ac e de l m ito de P ro m e te o , al ig u al q ue s uc e d e en o tras v arian te s
so b re lo s m ism o s tem as de S ó f o c le s, así c o m o d e l so f ista P ro tágo ras , se
c o n vie rte en un h im n o q ue c an ta las alab an z as de las arte s h um an as y
de q uie n e s las c ultiv an y e je rc en .
E u e sta p rim e ra o b ra (la ú n ic a q ue so b re vive de un a t r ilo g ía ) , el
P ro m e te o (p ro b ab le m e n te ) de E sq uilo es p re s e n t ad o c o m o un b e n e ­
f ac to r de la h u m an id ad q ue es c as tigad o d e s p iad ad am e n te p o r Z eus
c o m o c o n se c ue n c ia de su o rgullo . P ro m e teo h a d ado a lo s h o m b res lis
div e rsas h a b ilid ad e s m e n tale s y m an uale s q ue h an h e c h o la v id a p o s i­
b le y b u e n a, p o n ie n do f in a la c o n dic ió n de zo zo b ra y c o n f usió n en q ue
f uero n o rigin alm e n te c re ado s. A l e x p re s ar su d e sp re c io p o r la au to c ra­
c ia de Z eus y la se rv il h u m ild ad d e l m e n saje ro d e l dio s, H e rm e s, P r o ­
m eto re p re s e n t a asim ism o e l am o r a la lib e rt a d y a la ju s t ic ia. A l igu al
q ue en L a O re s tia d a , el auto r t rágic o no re p u d ia aq u í a lo s dio ses o a la
t rad ic ió n , y p u e d e q ue am b as p arte s e sté n en lo c ie rto . P e ro eso no
d e b e c o n f un dirn o s so b re la im p o rtan c ia q ue tie n e el m o do en q ue el
au to r de la t r age d ia n a rra la h is to ria p ro m e te ic a. E n la v e rsió n de E s­
q uilo , las arte s, las h ab ilid ad e s y lo s o f ic io s artesan o s dç lo s seres h um a­
no s n o d e n o tan la c aíd a de la h u m an id ad , sin o , al c o n trario , su t a le n ­
to e x c e p c io n al. L a im p o rtan c ia p o lít ic a de to do esto re s u lt a e v id e n te
n o só lo c uan d o a e s ta m an e ra d e v e r las arte s E s q uilo c o n trap o n e las
p rác tic as de E sp arta, do n de e l ún ic o arte p e rm itid o a sus c iudadan o s es
la gue rra, sin o tam b ié n , c o m o te n dre m o s o p o rtun id ad de ver, c uan do la
c o m p aram o s c o n la ve rsió n ad a p t a d a q ue P lató n h ac e de l m ito , en el
q ue v ue lv e a p re s e n t ar e l trab ajo c o m o un sím b o lo de d e c ad e n c ia, en
e l c o n te x to de un argum e n to d irig id o a e x c lu ir d e l «o f ic io » e s p e c ia li­
zado de la p o lít ic a a c uan to s e je rc e n e stas arte s h um an as, es de c ir, las
c lases lab o rio sas.
E n la A n tig o n a de S ó f o c les, al igu al q ue suc e d e en las o b ras de E s­
q uilo , e x iste n tam b ié n do s p rin c ip io s m o rale s o p ue sto s, en c o n f ro n ta-
c lo n trágic a, y am b as p arte s tie n e n , de n uevo , algo de razó n . E teo c les y
P o lin ic e s , h ijo s de l dif un to so b e ran o E dip o y h e rm an o s de A n tigo n a,
se h an d ado m ue rte e l un o al o tro en la b atalla. E l n uevo re y de T eb as,
C reo n te, h a de c retado q ue E teo c les, q ue luc h ó de l lado de su c iudad, sea
e n te rrad o c o n to do s lo s h o n o re s m ilitare s , m ie n tras q ue P o lin ic e s , q ue
lo h izo c o n tra lo s te b an o s, sea d e jado sin in h um ar. A n tigo n a in sis te en
q ue in h u m ará a su tr aid o r h e rm an o , d e saf ian do e l de c re to d e l s o b e ra­
n o y o b e d e c ie n d o las in m o rtale s le ye s n o e sc ritas.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
L a o b ra, a ve c e s, es p re s e n tad a c o m o e l c h o q ue e n tre la c o n c ie n c ia
in d iv id u al y e l e stado , p e ro es m ás e x ac to d e s c rib irla c o m o un a o p o s i­
c ió n e n tre do s c o n c e p c io n e s d e l n o m o s , en la q ue A n tigo n a re p re s e n ta
las in d e le b le s le ye s n o e sc ritas, en f o rm a de o b ligac io n e s trad ic io n ale s
d e l p are n te sc o , ac o rd e s c o n las c o stum b re s y la re ligió n , y C re o n te es
e l p o rtav o z de las le ye s q ue rige n e l n ue vo o rde n p o lític o . S e trat a,
asim ism o , de u n a c o n f ro n t a c ió n e n t re do s le a lt a d e s o p u e s t a s o p h i-
li a — un a p a la b ra c uyo se n tido t rad u c e m al n u e s tra n o c ió n de «a m is ­
t a d »— un a c o n f ro n tac ió n e n tre , p o r un lad o , lo s v ín c ulo s de san gre y
la am istad p e rs o n al y, p o r o tro , las e x ige n c ias p ú b lic as de la c o m un idad
c ívic a, la p o lis , c uyas le ye s, se sup o n e, e stán e n c am in ad as a p ro c urar el
b ie n c o m ún .
N o p u e d e d e c irs e q ue S ó f o c les c rit iq u e de c isiv am e n te un b an do u
o tro . E s c ie rto q ue A n tigo n a d e s p ie rta en n o so tro s un a gran sim p atía y
q ue e l re c alc it ran t e C re o n te c ad a vez d e s p ie rta m en o s s im p atías; sin
e m b argo , am b o s an tago n is tas , A n tigo n a y C re o n te , h ac e n g ala de un
o rgullo e x c e sivo e in tran s ige n te , p o r c uya c ausa am b o s suf rirán . E l a u ­
to r trágic o aq u í tam b ié n re s p e ta c laram e n te las «le ye s n o e s c r it a s »,
p e ro asim ism o h ac e h in c ap ié en la im p o rtan c ia de la le y h um an a y de l
o rde n c ívic o . S in e m b argo , p e se a to d a la e c u an im id ad de S ó f o c les, r e ­
s u lt a e v id e n te q ue e l p rin c ip al c rim e n de C re o n te n o es q ue in sis ta en
la s up re m ac ía de la le y c ivil, sin o m ás b ie n q ue q ue b ran te lo s p rin c ip io s
m ism o s d e l o rden c iv il y o to rgue a sus de c re to s auto c rátic o s e l v alo r de
le yes.
E n un diálo go q ue m an tie n e c o n su h ijo H e m ó n , u n a vez o rde n ado
e l c astigo de A n tigo n a, C re o n te so stie n e q ue e l ac to de de s o b e d ie n c ia
es m alo en sí m ism o . H em ó n c re e q ue es m alo só lo si e l ac to m ism o es
tam b ié n de sh o n e sto y, af irm a, e l p u e b lo te b an o n o lo c o n s id e ra así.
«¿D e s d e c uán do — o b je ta C re o n te de un m o do q ue re c u e rd a al J e rj e s
de L o s p e rs a s de E s q uilo — re c ib o ó rd e n e s de l p u e b lo de T eb as? S o y
re y y só lo re sp o n do an te m í». «¿ U n e stado de un so lo h o m b re ? — p r e ­
gun ta H e m ó n — . ¿Q ué c lase de e stad o es é s e ?». «¿ P o r q ué n o va a p e r ­
te n e c e r c ada e stado a su s o b e ran o ?», af irm a e l rey, a lo q ue su h ijo r e ­
p lic a: «S e r ía s un e x c e le n te r e y... de un a is la d e s ie rt a ».
E n un a o da q ue in te r ru m p e la ac c ió n , e l c o ro c an ta las alab an z as
de las arte s h um an as y e l p rin c ip io d e l de re c h o , q ue es la c o n dic ió n in ­
d is p e n s ab le p a ra su f e c un do e je rc ic io . D e e ste in t e r lu d io p o dem o s d e ­
d u c ir q ue S ó f o c le s c o n s id e ra e l o rd e n c ívic o y sus le ye s un gran b e n e ­
f ic io p a ra la h u m an id ad , la f ue n te d e su p ro gre s o y f o rtale z a. A p e s ar
73 74 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de e llo , es m uy c o n sc ie n te de lo s p e ligro s q ue e n trañ a p e rm it ir q ue la
p o lis sea el c rite rio últim o y ab so luto , le jo s de to d a trad ic ió n . E n tre lo s
p rin c ip ale s b e n e f ic io s d e l o rde n c ívic o se c ue n ta la p o s ib ilid ad de go ­
b e rn ar las in te rac c io n e s h um an as a travé s de la p e rs uasió n y e l e j e rc i­
c io de la m o d e rac ió n . Q uiz á la p o lis se a, id e alm e n t e h ab lan d o , el lu ­
gar en »el q ue d if e re n te s é tic as p u e d e n re c o n c iliars e . P e ro algo re s u lt a
e v id e n te : la p o s ib ilid a d de alc an z ar un a re s o lu c ió n a travé s de la d is ­
c usió n y e l e j e rc ic io de la p e rs u as ió n , y n o e m p le an d o la c o e rc ió n , es
m ayo r e n un a d e m o c rac ia, do n de el ju ic io de un h o m b re n o p u e d e im ­
p o n e rs e s im p le m e n te p o r el h e c h o de q ue re p re s e n t e un p o d e r s u p e ­
rio r.
E n la o da h ay o tra se ñ al de l c o m p ro m iso de S ó f o c le s c o n la de m o ­
c rac ia ate n ie n se . D e to das las m arav illas d e l m un do , e s c rib e , n in gu n a
es tan p ro d igio s a c o m o e l gé n e ro h um an o . A q ue llo q ue d is tin gu e a la
h um an id ad so n las diversas arte s h um an as, d e sde la ag ric u lt u ra y la n a­
ve gac ió n h asta e l h ab la y el arte de go b ern ar. E n e ste in te rlu d io p o étic o ,
al ig u al q ue su c e d e en el P r o m e te o de E s q uilo , la so c ie d ad h um an a se
f un dam e n ta en las arte s p rác tic as ; y es aq u í do n de S ó f o c le s re sum e lo s
valo re s f un dam e n tale s de la d e m o c rac ia: n o só lo e l c arác te r f u n d am e n ­
ta l de la ac c ió n y la re s p o n s ab ilid ad h um an as, sin o tam b ié n la im p o r­
tan c ia de un o rde n c ívic o le g a l y e l v alo r de las arte s, d e sd e las in v e n ­
c io n es lite rarias m ás e le vadas h asta el trab ajo m an ual m ás e sf o rzado . E n
e l e n tre laz am ie n to de esto s tem as — la c e n tralid ad de la ac c ió n h u m a­
n a, la im p o rtan c ia de l p rin c ip io c ívic o y e l v alo r de las arte s— p o dem o s
d e s c u b rir la e se n c ia de la te o ría p o lític a grie ga, e l te rre n o en e l q ue se
lib ra la lu c h a e n tre lo s de m ó c ratas y q uie n e s tratan de de saf iarlo s d e s ­
b an c an d o lo s p rin c ip io s de m o c rátic o s.
De mo c r a c ia y f il o so f ía : l o s so f ist a s
L as o b ras de E sq uilo y d e S ó f o c le s p o n en de m an if ie sto , en c o n tra­
p o sic ió n a lo s p rin c ip io s trad ic io n ale s de la o rgan iz ac ió n so c ial, e l auge
de la c o m un id ad c ív ic a, de la c iu d ad a n ía y de l p rin c ip io d e l de re c h o .
E n sus o b ras se re f le ja la e vo luc ió n de la d e m o c rac ia c o n sus n ue vas
c o n c e p c io n e s de la ley, la ig u ald a d y la ju s t ic ia, un a n ue va c o n f ian z a en
las f ac u ltad e s y en las arte s h um an as, in c lu id o e l arte de la p o lític a.
P e ro en sus trage d ias se m an if ie stan , asim ism o , las te n sio n e s de la p o lis
d e m o c rátic a, las p re gu n tas q ue , in e v itab le m e n te , p lan t e a so b re la n a ­
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
tu rale z a y el o rige n de las n o rm as p o lític as , lo s v alo re s m o rale s y las
c o n c e p c io n e s de l b ie n y de l m al.
L o s dram aturgo s h ab lan a un a so c ie d ad q ue n o h a re c h az ado c ie r­
tam e n te la n o c ió n de le ye s n o e s c ritas y e te rn as , de p rin c ip io s u n iv e r­
sale s de c o m p o rtam ie n to u o b ligac io n e s h ac ia la f am ilia, lo s am igo s y
lo s dio se s. P e ro , asim ism o , se t rat a de un a s o c ie d ad en la q ue la id e a
m ism a de valo re s un iv e rsale s y e tern o s q u e d a ab ie rta a d e b ate sin q ue
n ad a se dé p o r sup ue sto o se n tado . L a e x p e rie n c ia de la d e m o c rac ia
h ac e q ue algun as p re gu n tas sean in e luc tab le s : ¿c u ál es la re lac ió n e n tre
le ye s e te rn as y h um an as, e n tre le y n atu ral y le y p o sitiv a? E stá m uy b ie n
un ir las do s re c u rrie n d o a un le g is lad o r div in am e n te in s p irad o (c o m o
h ic ie ro n lo s e sp artan o s a dif e re n c ia de lo s ate n ie n se s), p e ro ¿c ó m o d a ­
m o s c ue n ta de las dif e re n c ias e n tre las div e rsas c o m un id ad e s q ue t ie ­
n e n c ad a un a de e llas sus p ro p ias le ye s c o n c re tas ? ¿Q u é les suc e de e n ­
to n c e s a las le ye s un iv e rs ale s y e te rn as o a las c o n c e p c io n e s de la
ju s t ic ia? ¿S e trata só lo de c o n ven c io n es artif ic iale s o b radas p o r e l h o m ­
b re , b asadas sim p le m e n te en la alac rid ad , en la c o n v e n ie n c ia h um an a,
en el ac u e rd o e n tre m o rtale s c o m un es y c o rrie n te s y en las arte s de la
p e rs uasió n ? Y de se r así, ¿p o r q ué n o p o dem o s c am b iarlas a v o lun tad
o de so b e d e c e rlas ?
A p a rt ir de m e diado s d e l siglo V a. C ., e stas p re gun tas p asaro n a ser
p lan te ad as de un a f o rm a c ada vez m ás s iste m átic a, p rim e ro p o r lo s lla ­
m ado s so f istas y lue go p o r aq ue llo s q ue se auto de n o m in ab an f iló so f o s.
E x istía ya un a trad ic ió n de f ilo so f ía n atu ral, de re f le x ió n siste m átic a so ­
b re la n aturale z a y e l m un do m ate rial; y, e n tre lo s f iló so f o s n aturale s , a l­
gun o s h ab ían e m p e z ado a e x te n d e r sus re f le x io n e s h ac ia la h um an id ad
y la so c ie d ad , c o m o , p o r e je m p lo , e l gran ato m ista D em ó c rito , q ue d e ­
dic ó su v id a tan to a la c ie n c ia c o m o a la re f le x ió n m o ral. P e ro lo s so f is­
tas p o d ían re c lam ar p ara sí e l h o n o r de h ab e r h e c h o de la n atu rale z a
h um an a, de la so c ie d ad y las dis p o sic io n e s p o lític as lo s te m as p rim o r­
d iale s de su in v e s tigac ió n f ilo só f ic a.
L o s so f istas e ran m aestro s y e sc rito re s re trib u id o s , q ue v iajab an de
un a p o lis a o tra e n se ñ an do a lo s jó ven es de las f am ilias ric as. F lo re c ie ­
ro n en A te n as grac ias a un p ro f un do y c re c ie n te in te ré s p o r la e d u c a ­
c ió n , so b re to do p o r las h a b ilid ad e s re q u e rid as en lo s trib u n ale s y las
as am b le as de la d e m o c rac ia, las arte s de la re tó ric a y la o rato ria. A t e ­
n as, c o n su v it alid ad c u ltu ral y p o lític a, atrajo a m ae stro s d is tin gu id o s
de o tro s lugare s de G re c ia: P ró d ic o de C eo s, un e studio s o d e l le n g u a ­
je ; H ip ias de E lis, c uyo s in te re se s e ran e n c ic lo p é d ic o s ; el b rillan t e re to r
75 76 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
G o rgias de L e o n tin i, q ue lle gó a A te n as n o c o m o un m ae stro p ro f e sio ­
n al, sin o c o m o dip lo m átic o , y p o r e n c im a d e to do s e llo s, e l p rim e ro y el
m ás gran d e de lo s so f istas, P ro tágo ras de A b d e ra, am igo y c o n se je ro de
P e ric le s , so b re q uie n p ro f un diz are m o s en las p ágin as siguie n te s. E n tre
el resto de lo s so f istas de stac ab an T rasím ac o , d e l q ue h ab lare m o s c u an ­
do c o n siderem o s L a R e p ú b lic a de P lató n ; y lo s so f istas de s e gun d a g e ­
n e rac ió n c o m o L ic o f ró n , a q uie n se le at rib u ye h a b e r f o rm ulad o un a
id e a d e l c o n trato so c ial; C rid as , el tío de P lató n , q ue asim ism o ap are c e
en lo s diálo go s q ue c o m p uso su so b rin o ; C alic le s , p o sib le m e n te un a f i­
g u ra de f ic c ió n , q ue P lató n u tiliz ó p a ra re p re s e n t ar la id e a r a d ic al so ­
f is ta de q ue la j u s t ic ia es el de re c h o d e l m ás f ue rte ; e l llam ad o «A n ó n i­
m o de J á m b lic o », q ue se e n f re n tó a lo s so f istas ra d ic ale s so ste n ie n do
q ue e l o rige n del* po der se h alla en e l c o n sen so de la c o m un id ad ; A n ti-
fó n (o A n tif o n te ), q uiz ás e l p rim e r p e n s ad o r q ue argum e n tó en f avo r
de la ig u a ld a d n a t u ra l de to do s lo s h o m b re s, f u e ran é sto s grie go s o
«b á r b a r o s », y, m uc h o tie m p o de sp ué s, A lc id am as , q ue in sis tió en la li­
b e rt a d n atu ral de la h u m an id ad .
L o s re trato s p o c o h alagüe ñ o s q ue A ristó f an e s y P lató n h ic ie ro n de
e sto s in t e le c t u a le s (p ara am b o s re p re s e n t ab an la d e q ad e n c ia y la c o ­
rrup c ió n de A te n as) n o d e b e n , sin e m b argo , c o n f un dirn o s. R e sulta im ­
p o sib le ju z gar el re trato de lo s so f istas q ue e stas c rític as h an h e c h o sin
te n e r en c ue n ta el m o m e n to h istó ric o en q ue f ue ro n e s c ritas . D uran te
e sta f ase de la d e m o c rac ia, in c lus o lo s m ie m b ro s de la aris t o c rac ia q ue,
c o m o P e ric le s , e ran d e m ó c ratas , f uero n de sp laz ado s p o r h o m b res n u e ­
vo s, c o m o e l ric o p e ro «v u lg a r » C le ó n . E n lo s c írc u lo s aris t o c rátic o s
de P lató n , h a b ía , c o m o es ló gic o , un am b ie n te de d e s af e c c ió n y n o s ­
t a lg ia de lo s b ue n o s vie jo s tie m p o s . P o r d e s gr ac ia , a p a r t ir d e e n t o n ­
c es, las q ue j as aris t o c rát ic a s de u n a p e q u e ñ a m in o ría h a b ía n id o s e s ­
gan do las o p in io n e s so b re la d e m o c rac ia at e n ie n s e y h ab ían c re ad o el
m ito de un a A te n as en d e c ad e n c ia q ue h a sido m uy d if íc il de c am b iar.
L a d e s af e c c ió n a r is t o c r á t ic a tuvo c o n s e c u e n c ias m ás grav e s , q ue
d e jaro n u n a p ro f u n d a h u e lla en la d e m o c rac ia. H u b o do s re v o lu c io ­
n e s de la o lig arq u ía : un b re v e p e río d o en e l 4 1 1 y un go lp e de e stado
en e l 4 0 4 q u e , c o n la a yu d a d e E s p arta, e s t ab le c ió e l s a n gu in ar io g o ­
b ie rn o de lo s T re in ta T iran o s. C o n e l ap o yo de u n a gu a rn ic ió n f o rm a­
d a p o r se te c ie n to s e s p artan o s q ue o c up aro n la A c ró p o lis , lo s T re in ta
m ataro n y e x p u ls a ro n de la c iu d a d a un gran n úm e ro de ate n ie n s e s .
M ile s de e llo s ab an d o n aro n la c iu d ad y só lo t re s m il — q uiz ás un 1 0 %
de lo s c iu d ad an o s — c o n se rv aro n to do s lo s de re c h o s de la c iu d ad a n ía .
 L a a n tig u a p o li s g rie g a
S in e m b argo , c uan d o al añ o s igu ie n te la d e m o c rac ia f ue re s t a b le c id a,
m o stró un n o tab le c o m e d im ie n to en su m an e ra de t r a t a r a la o p o s i­
c ió n o lig á r q u ic a , in s t it u ye n d o , a p e tic ió n de E s p arta, un a am n is tía
q ue e x c lu ye ro n la p e rs e c u c ió n p o lít ic a de lo s o lig arc as y de q uie n e s
le s d ie ran su ap o yo . P e s e a las c atás tro f e s q ue d ie ro n p o r c o n c lu id a la
e d ad de o ro , e l siglo IV s e ría e l p e río d o m ás e s t ab le de d e m o c rac ia,
p ue s se d is f rutó de un am p lio ap o yo , tan to e n tre lo s p o b re s c o m o e n ­
tre lo s ric o s. A sim ism o , aq u e l p e río d o e stuvo c au t e riz a d o p o r e l f lo ­
re c im ie n to de la c u lt u r a de A te n as y p o r e l h e c h o de q ue e sta c u lt u ra
re alm e n te se c o n v irtió en aq u e llo q ue ya h ab ía e x igid o P e ric le s : «U n a
e d uc ac ió n p a ra G re c ia». N o h ub o o tra am e n az a in te rn a se ria c o n tra el
ré gim e n de m o c rátic o , q ue te rm in ó c uan do A te n as, en e l últim o c uarto
de aq u e l s iglo , p e rd ió c o m p le tam e n te su in d e p e n d e n c ia f re n te a lo s
m ac e do n io s .
L a n o c ió n de q ue e l p e río d o f in al de la d e m o c rac ia f ue un a é p o c a
de d e c ad e n c ia m o ral re sultó , en gran m e d id a, un p ro d uc to d e l p r e j u i­
c io de c lase. E s c ie rto q ue h ub o grave s p ro b le m as, en c o n c re to p ro b le ­
m as e c o n ó m ic o s: lo s ate n ie n se s p agaro n un e le vado p re c io en la g ue rra
d e l P e lo p o n e s o y p ad e c ie ro n e l f lage lo de la p e ste . P e ro e l m ito de la
d e c ad e n c ia e c o n ó m ic a tie n e q ue v e r m ás c o n lo s c am b io s so c iale s q ue
m arc aro n e l de c liv e de la v ie ja aris t o c rac ia (ac o m p añ ado s, a su vez, p o r
c am b io s p o lític o s) tan to en e l lid e raz go c o m o en e l e stilo : al in ic iars e la
d e m o c rac ia, c uan do C líste n e s h izo m ad u rar su e s trate gia y c o n virtió al
p u e b lo en su h e ta ir o i, un n ue vo tip o d e p o lít ic a p o p u lar se h ab ía im ­
p ue sto . L o s c rític o s d e s c rib ie ro n e sto s c am b io s c o m o e l triun f o de la
v u lg arid ad , d e l m ate rialis m o , d e l ego ísm o am o ral y de la argu c ia «d e ­
m ag ó gic a », d e s tin ad a a p e rv e rt ir al ign o ran t e d e m o s . E n lo s ataq ue s
c o n tra un líd e r c o m o C le ó n — p o r p arte de f iguras tan dif e re n te s c o m o
T uc íd id e s, A ristó f an e s y A ris tó t e le s — , lo m ás s o rp re n d e n te es q ue
p lan te an , in v ariab le m e n te , o b je c io n e s q ue n o so n de e stilo sin o m ás
b ie n de fo n do . A ristó te le s, p o r e je m p lo , n o p u e d e p e n s ar en n ad a p e o r
q ue lam e n tar las m an e ras v u lgare s de C le ó n , el m o do en q ue g ritab a y
h ab la b a en la A sam b le a sin h ab e rs e f ajado la tú n ic a, m ie n tras q ue lo s
de m ás se c o m p o rtab an c o n e l p e rtin e n te p udo r.
P ara c rític o s c o m o A ristó f an e s y P lató n , lo s so f istas se c o n virtie ro n
en la e x p re s ió n in t e le c t u a l de e sta p re s u n ta d e c a d e n c ia m o ral y e ran
p re s e n tado s c o m o re p re s e n tan te s d e l ab an do n o de lo s valo res tr a d ic io ­
n ale s . S e lo s d e s c rib ía c o m o re p re s e n tan te s de u n a p o lis en la q ue in ­
c luso lo s jó ven es aristó c ratas h ab ían re n un c iad o a la e le v ad a e sc ala de
77 78 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
valo re s m o rale s de sus an te p asado s, un a p o lis en la q ue to do s lo s c rit e ­
rio s de lo q ue e stá b ie n y e stá m al h ab ían sido de jado s de lad o . E ra p ro ­
b ab le q ue in c lus o aq u e llo s q ue c o n o c ían la d if e re n c ia e ligie ran lo q ue
e stab a m al. L as e s trate gias re tó ric as q ue lo s so f istas h ab ían p e rf e c c io ­
n ado , e l p rin c ip io de c o n f ro n tac ió n ado p tado p o r lo s ab o gado s según
el c ual en c u a lq u ie r c ue stió n sie m p re h ab ía do s b an d o s, f ue ro n in t e r ­
p re tad as p o r lo s c rític o s c o m o un m o do de «h a c e r q ue la p e o r de las
c ausas p are c ie ra la m e jo r». S i b ie n algun o s so f istas f uero n o p o rtun istas
sin p rin c ip io s , e n tre e llo s h ub o p e n sad o re s q ue , en c am b io , h ic ie ro n
c o n trib uc io n e s su stan c iale s e in n o vado ras a la c u ltu ra grie ga y a las t r a ­
dic io n e s q ue de e lla e m an aro n . A un q ue sus id e as h an lle gad o h asta n o ­
so tro s só lo en f o rm a de f ragm e n to s o en e x p o sic io n e s de s e gun d a
m an o , so b re to do en lo s diálo go s de P lató n , q uie n en ge n e ral se m ue s­
tra h o stil h ac ia e llo s, se c o n se rva, no o b stan te , lo suf ic ie n te p ara j u s t i­
f ic ar la p re te n s ió n de q ue lo s so f istas, y en p a rt ic u la r P ro tágo ras , f u e ­
ro n lo s in v e n to re s de la te o ría p o lít ic a y e s tab le c ie ro n lo s tem as
ge n e rale s de la f ilo so f ía o c c ide n tal.
E n sus id e as f ilo só f ic as, lo s so f istas v ariab an ig u al q ue en su p o lít i­
c a. A q ue llo q ue , en ge n e ral, c o m p artían , e ra un a p re o c up ac ió n p o r la
d is tin c ió n e n tre f u s ts (n atu rale z a) y n o m o s (ley, c o stum b re o c o n ve n ­
c ió n ). E n un c lim a en e l q ue las le ye s , las c o stum b re s, lo s p rin c ip io s é t i­
c o s y las d isp o sic io n e s so c iale s y las o rde n ac io n e s p o lític as ya n o se d a ­
b an p o r se n tado s, c o m o p a rt e de un o rde n n a t u ral in a lt e r a b le , y la
re lac ió n e n tre la le y e s c rita y la n o e sc rita e ra un a c ue stió n p rác tic a m uy
v iv a, la an títe s is e n tre n o m o s y f u s is se c o n virtió en el p ro b le m a in t e ­
le c t u al c e n tral. L a f uerza p o lític a in m e d iata de e sta c ue stió n q ue d a ilu s ­
trad a de m an e ra e s p e c t ac u lar p o r e l h e c h o de q ue , tras la re staurac ió n
de la d e m o c rac ia, lo s m agistrado s tuvie ran p ro h ib id o in vo c ar «la le y no
e s c rit a », un a id e a q ue p o r e n to n c e s c o n lle v ab a p o dero sas c o n n o tac io ­
n es an tid e m o c rátic as.
L o s so f istas, en g e n e ra l, e s tab an de ac u e rd o en q ue h ay un a d if e ­
re n c ia e se n c ial e n tre las c o sas q ue e x iste n p o r n atu rale z a y las c o sas q ue
e x iste n según la c o stum b re , la c o n ve n c ió n o la ley. P ero e l disen so re s i­
d ía en av e rigu ar c uál de lo s do s m o do s e ra e l m ejo r: si e l de la n a t u ra ­
le z a o el de l n o m o s . E n re alid a d , tam b ié n q u e rían sab e r q ué es el m o do
de la n atu rale z a. T an to en un c aso c o m o en e l o tro , p o d ían p o n e r en
jue go sus argum en to s p ara d e f e n d e r la d e m o c rac ia o p ara atac arla. A l­
gun o s, q ue re s p ald ab an a la o ligarq u ía, p o d ían argü ir q ue h ab ía un a d i­
visió n n atu ral e n tre go b e rn an te s y go b e rn ado s, y q ue la j e ra rq u ía n a t u ­
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
ral d e b e ría re f le jars e en las d is p o sic io n e s p o lític as . O tro s, de f e n so re s
de la d e m o c rac ia, p o d ían argu m e n tar q ue no h ab ía tal d iv isió n n ít id a
según la n atu rale z a, q ue lo s h o m b res so n, p o r n atu rale z a, igu ale s, y q ue
n o es c o n ve n ie n te c re ar un a je ra rq u ía artif ic ial, un a je ra rq u ía se gún el
n o m o s y en c o n tra de la fu s is . P e ro tam b ié n e ran p o sib le s o tras p e rm u ­
tac io n e s: un de m ó c rata p o d ía argu m e n tar q ue la ig u ald a d p o lític a c re a­
da p o r el n o m o s te n ía la ve n taja de m o d e rar las d e s igu ald ad e s n aturale s
y h ac e r p o s ib le q ue lo s h o m b res v iv ie ran en arm o n ía. O p o d ía a r g u ­
m e n tar q ue , p o r m uy sim ilare s q ue lo s h o m b res f ue ran p o r n atu rale z a,
la v id a en so c ie d ad re q u e ría dif e re n c iac ió n , un a div isió n d e l trab ajo y,
p o r tan to , c ie rto tip o de d e s igu ald ad según el n o m o s .
A p e s ar de q ue lo s so f istas tan to p o d ían p e rte n e c e r a la o lig arq u ía
c o m o se r d e m ó c ratas , la p ro p ia d e m o c rac ia, sin e m b argo , es la q ue h a ­
b ía p ue sto to das e stas c ue stio n e s de re lie v e . E n e l c o n te x to de la ig u a l­
dad c ívic a, la o b se rvac ió n ap are n te m e n te o b via de q ue , tal c o m o T uc í-
dide s la e x p re só en e l «D iálo go M e lian o », «lo s m ás f ue rte s de te rm in an
lo p o sib le y lo s d é b ile s lo ac e p tan », ya n o p o d ía darse p o r se n tada y fue
suje ta a d is c u sió n de un m o do sin p re c e d e n te s . E n re alid a d , e n to n c e s
h ab ía do s b an do s (p o r lo m en o s) en e sta c ue stió n . L a ju s tif ic ac ió n , en
la p rác t ic a, de la ig u ald a d c ív ic a y la d e s ig u ald a d «n a t u r a l», la d e s i­
g u a ld ad de la f o rtale z a y de la d e b ilid ad , p ro dujo te n sio n e s q ue f uero n
p artic u larm e n te f ru c tíf e ras en la te o ría y q ue h allaro n e x p re sió n tan to
en la h is to ria de T uc ídide s c o m o en la f ilo so f ía.
D istin guir e n tre las ac tiv id ad e s in te le c tu ale s de lo s so f istas y la v e r­
d ad e ra «f ilo s o f ía », o e l am o r a la s a b id u ría, tal c o m o la p rac tic aro n el
p ro p io P lató n y el h o m b re al q ue m ás le h a sido at rib u id a su in ven c ió n ,
S ó c rate s, n o re s u lt a tan se n c illo c o m o a P lató n le h u b ie ra gustad o q ue
c re yé ram o s. E s c ie rto q ue S ó c rate s no e ra un m ae stro re trib u id o , au n ­
q ue sie m p re p o d ía c o n f iar en la lib e r a lid a d de sus am igo s y ac ó lito s ,
h ab itu alm e n t e ge n te ric a y de as c e n d e n c ia n o b le , c o m o su d is c íp u lo
m ás im p o rtan te , e l aris tó c rata P lató n . P e ro tan to S ó c rate s c o m o P lató n
lle v aro n sus e m p re sas f ilo só f ic as al m ism o te rre n o q ue lo s so f istas. L o s
«f iló s o f o s » n o só lo e stab an p re o c u p ad o s p rin c ip alm e n te p o r la n a t u ra ­
le z a h um an a, la so c ie dad, el c o n o c im ie n to y la m o ralid ad , sin o q ue p ro ­
c e dían de ac ue rdo a sus p ro p io s c am in o s, según la d is tin c ió n e n tre n o ­
m o s y f u s is , e n tre las c o sas q ue so n se gún la le y o la c o n ve n c ió n y
aq u e llas q ue so n p o r n atu rale z a. S in d u d a tran sf o rm aro n , c o m o n o lo
h ic ie ro n lo s so f istas, e sta d is tin c ió n en un a e x p lo rac ió n f ilo só f ic a de l
v e rd ad e ro c o n o c im ie n to . A d if e re n c ia de lo s so f istas, q ue te n d ían h ac ia
79
80 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e l re lativism o o e l p luralism o m o ral y n un c a se av e n turab an m ás allá de
la r e alid a d e m p íric a, S ó c rate s y P lató n e s tab an p re o c u p ad o s p o r un
tip o d if e re n te de «n a t u r a le z a », un a re alid a d m ás p ro f u n d a o s u p e rio r
q ue e ra e l o b je to d e l v e rd ad e ro c o n o c im ie n to . P ara e llo s, y m ás c o n ­
c re tam e n te p a ra P lató n , e l m un do e m p íric o e ra un m un do de m éras
ap arie n c ias , e l o b jeto d e l sab e r c o n ve n c io n al im p e rf e c to , en el m ejo r de
lo s c aso s, u n a o p in ió n (m ás o m en o s) r e c ta , p e ro n o un c o n o c im ie n to
re al. L o s f iló so f o s e stab le c ie ro n un a d is tin c ió n e n tre ap re n d iz aje y p e r ­
suasió n , sugirie n d o q ue lo s so f istas, c o m o lo s ab o gado s, en re alid a d no
e stab an in te re s ado s en c o n o c e r la ve rd ad , sin o en d e f e n d e r un a c ausa y
p e rs u ad ir a o tro s de e llo . I n c luso c uan do la c o n c e p c ió n p lató n ic a, p o r
e je m p lo , e n tre go b e rn an te s y go b e rn ad o s, se f un dam e n ta en e sta j e r a r ­
q u ía de c o n o c im ie n to y n o en un a sim p le p ru e b a de f ue rz a b ru t a o de
n o b le za, to davía se p e rc ib e n , no o b stan te, las in te rre lac io n e s e n tre e l f i­
ló so f o y aq u e llo s so f istas q ue se o p us ie ro n a la d e m o c rac ia ale gan d o
q ue f o rjab a un a ig u a ld a d ar t if ic ia l c o n traria a la je ra rq u ía n at u ral. Y
m ás en p artic u lar, p o dem o s ve r c ó m o lo s so f istas, so b re to do lo s d e ­
m ó c ratas y, en e sp e c ial, P ro tágo ras , p lan te aro n las p re gun tas q ue a lo s
f iló so f o s n o les q ue dó m ás q ue resp o n der.
Só c r a t es y Pr o t ágo r as
S ó c rate s, e l ate n ie n se de la A n tigü e d ad m ás ve n e rado en lo s siglo s
p o s te rio re s , es tam b ié n , en m uc h o s se n tid o s, e l m ás e n igm átic o . N o
dejó e s c rita n in gu n a de sus id e as y te n em o s q ue c o n f iar en sus d is c íp u ­
lo s — en e s p e c ial P lató n , au n q u e tam b ié n J e n ó f an e s — p ara e n c o n trar
sus o p in io n e s. A un q ue a m e n udo se h an e x age rad o en de m asía las d i­
f e re n c ias e n tre e l S ó c rate s de P lató n y el de J e n ó f an e s , n o h ay d u d a de
q ue c ad a un o de esto s do s te stigo s, a su vez tan dif e re n te s, el f iló so f o y
e l ge n e ral c o n sus p ie s b ie n f irm e s en el sue lo y po c o dado a la f ilo so f ía,
añ ad e n algo de su p ro p io talan te al re trato q ue h ac e n de l q ue f ue ra su
m ae stro . H a h ab id o un ac alo rad o d e b ate so b re e l S ó c rate s «r e a l» y el
«h is t ó r ic o », so b re la m e d id a en q ue la f ilo so f ía de P lató n re p re s e n tab a
u n a p ro lo n gac ió n de las e n se ñ an z as so c rátic as o un a c lara de sv iac ió n
re sp e c to de e llas. Y , lo q ue no es m en o s im p o rtan te , so b re la ac titud de
S ó c rate s h ac ia la de m o c rac ia.
E l p r o c e s o y la m u e r t e d e S ó c r a t e s h a n p la n t e a d o , p o r s í m is m o s ,
e n o r m e s p r o b le m a s . S i b ie n d a la im p r e s ió n d e q u e lo s c o m e n t a r is t a s ,
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
en ge n e ral, e stán de ac ue rdo en q ue la se n te n c ia de m ue rte f ue un a g r a ­
ve in ju s t ic ia, d if ie re n , en c am b io , so b re lo q ue e lla n o s d ic e de la d e ­
m o c rac ia. P o r un lad o , e stán lo s q ue só lo ven un a in j u s tic ia p e rp e trad a
p o r un a d e m o c rac ia re p re s iv a c o n tra un h o m b re q ue h ab lab a a c o n ­
c ie n c ia, e l m o de lo d e l v alie n te in t e le c t u al q ue sigue a su razó n ado n de
é sta v aya, de saf ian do to d a o p o sic ió n y h ac ie n do f re n te a to das las am e ­
n azas. P o r o tro lad o , algun o s c o m e n taristas n o só lo ven un a in ju s tic ia,
sin o tam b ié n un a de m o c rac ia ac o sada q ue ac ab ab a de p as ar p o r un p e ­
río d o de t e rro r a m an o s de la o lig arq u ía y ase sin ato s en m asa de sp ué s
d e l go lp e de e stad o c o n tra e l ré gim e n de m o c rátic o . E n S ó c rate s, a d e ­
m ás, n o só lo ven a un v alie n te f iló so f o c o n p rin c ip io s , sin o tam b ié n a
un h o m b re c uyo s am igo s, aliado s y d is c íp ulo s se e n c o n trab an e n tre lo s
p rin c ip ale s o ligarc as , esto es, un h o m b re q ue , c uan d o lo s de m ó c ratas
h uye ro n de la c iu d ad , se q ue dó a salvo en A te n as e n tre sus am igo s o li­
garc as , dan do a e n te n d e r q ue e llo s c o n f iab an en te n e r su ap o yo .
E stas p ágin as n o so n e l lu g ar in d ic ad o p ara re p e tir to do s esto s d e ­
b a t e s .12 P o dem o s lim itarn o s a un o s po c o s h ec h o s m en o s c o n tro ve rtido s
so b re la v id a y la o b ra de S ó c rate s, p ara lue go p as ar a un an ális is de
aq u e llas id e as c uyas c o n se c ue n c ias p ara el d e sarro llo de la te o ría p o lí­
tic a f ue ro n im p o rtan te s . T o do c uan to p o dem o s d e c ir so b re su v id a es
q ue f ue un c iu d ad an o ate n ie n se d e l d e m e de A lo p e k e ; q ue n ac ió h ac ia
e l añ o 4 7 0 a. C ., h ijo de S o f ro n isc o y F ae n are te ; q ue p artic ip ó en a lg u ­
n as c am p añ as m ilitare s , p ro b ab le m e n te c o m o h o p lita (lo q ue re q u e ría
te n e r suf ic ie n te riq u e z a p ara suf ragarse las arm as y p agarle a un c riado )
d u ran te la g u e rra d e l P e lo p o n e s o ; q ue p artic ip ó c o m o m ie m b ro de l
C o n sejo en el ju ic io a lo s ge n e rale s d e l 4 0 6 a. C ., y q ue f ue ju z gad o y
c o n de n ado a m ue rte en el añ o 3 9 9 a. C . E x iste n p o c as p rue b as q ue av a­
le n la trad ic ió n q ue h ac e de l p ad re de S ó c rate s un e sc ulto r o un m ae s­
tro c an te ro (p ue de q ue tuv ie ra esc lavo s y q ue lo s e m p le ara c o m o ar t e ­
san o s, tal c o m o h ic ie ro n lo s p ad re s de I só c rate s y C le ó n ) y de su m adre
un a c o m adro n a, y so n m en o s aún las p ru e b as q ue e x is te n de q ue S ó ­
c rate s s igu ie ra las h ue llas de su p ad re . H ay algun as p rue b as de q ue f ue
un h o m b re de p o sic ió n d e sah o gad a, auq u e n o se c o n tab a e n tre lo s m ás
ric o s. S us am igo s y aliad o s, sin e m b argo , f uero n c asi sie m p re ric o s y de
12 . P a r a u n e x a m e n d e t a lla d o d e e s t o s d e s a c u e r d o s , vé a s e E lle n M e ik s in s W o o d y
N e a l W o o d , C la s s I d e o lo g y a n d A n c i e n t P o li t i c a l T h e o r y : S o c r a te s , P la t o a n d A r i s t o t l e in
S o c i a l C o n t e x t , U n iv e r s it y o f C a lifo r n ia P r e s s , L o s Á n g e le s y B e rk e le y , 1 9 7 8 , c a p ít u lo 3 ;
y W o o d y W o o d , « S o c r a t e s a n d D e m o c r a c y : A R e p ly t o G r e g o r y V la s t o s » , P o li t i c a l
T h e o r y , v o l. 1 4 , n ° 1 ( fe b r e r o d e 1 9 8 6 ) , p á g s . 5 5 - 8 2 .
81 82 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
as c e n d e n c ia n o b le : la im age n de S ó c rate s c o n ve rsan do so b re f ilo so f ía
c o n arte san o s en las c alle s y m e rc ado s de A te n as só lo es c ie rta, en ese
se n tido , a m e dias.
D uran te e l go lp e de e stado o ligárq u ic o y el ré gim e n de lo s T rein ta
en A te n as, S ó c rate s p e rm an e c ió a salvo en la c iu d ad , c o m o un o m ás de
aq ue llo s tres m il p riv ile giad o s c iu d ad an o s . C uan d o , tran s c u rrid o c ie r ­
to tie m p o , la d e m o c rac ia f ue re s t a b le c id a, se p re s e n tó u n a ac usac ió n
c o n tra é l p o r no re c o n o c e r d e b id am e n te a lo s dio se s de A te n as, p o r in ­
tro d u c ir n ue vas d iv in id ad e s y c o rro m p e r a la juv e n tud . P are c e p r o b a­
b le q ue e stas ac u sac io n e s, al m en o s en p arte , re e m p laz aran o tras m ás
c laram e n te p o lític as , q ue la am n istía p ro m ulgad a h ac ía im p o sib le p r e ­
sen tar. D e to do s m o do s, n o h ay d u d a de q ue lo s ate n ie n se s m irab an a
S ó c rate s c o n re c e lo , d e b id o a su aso c iac ió n c o n lo s en e m igo s de la d e ­
m o c rac ia. E n n a d a e sto d e s m e re c e su v a le n t ía y d ig n id ad . L a p r in c i­
p a l razó n q ue adujo p ara n e garse a e s c ap ar c o n la ayud a de sus am igo s
— a sab er: q ue d e b ía c um p lir las leyes de su p o lis — ate stigua e l c o m p ro ­
m iso , b as ad o en f irm e s p rin c ip io s , c o n e l e stad o de de re c h o . E n este
se n tid o , S ó c rate s f ue m uy d is tin to de sus m uc h o s am igo s de la c lase
ac o m o dada. P ero n i su v ale n tía n i su d ign id ad n i la le alt ad al p rin c ip io
d e l p rim ado de la le y h ic ie ro n de él un p a rtid ario d e c id id o de la de m o ­
c rac ia.
L a c uestió n , e n to n c es, es sab e r si lo q ue h o y c o n o c em o s de sus ide as
av ala las so sp e c h as q ue le v an taro n sus re lac io n e s o lig árq u ic as . A q uí,
un a vez m ás, te n em o s p o c o m ate rial en e l c ual b asarn o s. S ab e m o s, c o n
c ie rto grad o de c e rte z a, q ue ado p tó un m éto do p a r t ic u la r de p e n s a­
m ie n to : e s tab le c ía un diálo go c o n un o o m ás in te rlo c uto re s , e m p e z ab a
c o n un a p re gu n ta m uy ge n e ral so b re la n atu rale z a d e l c o n o c im ie n to o
el sign if ic ad o de un c o n c ep to c o m o el de v irtu d o de ju s t ic ia, y p asab a
p o r un a m e tic ulo sa se rie de p re gun tas y re sp ue stas a fin de e n u m e rar la
m u lt ip lic id a d de e je m p lo s p artic u lare s de ac c io n es «v irt u o s a s » o «j u s ­
t a s ». C o n su c arac t e rís tic a iro n ía, p o n ía en e v id e n c ia las in c o h e re n c ias
y c o n tradic c io n e s en las de f in ic io n e s q ue p ro p o n ían sus in te rlo c uto re s.
S i b ie n , de m an e ra c arac t e rís tic a, p ro f e sab a la ign o ran c ia y la in c a p a c i­
dad p ara en señ ar, re s u lta e v id e n te q ue , al b u s c ar las c u alid ad e s c o m u­
n es de to do s lo s c aso s e sp e c íf ic o s de ac c io n e s «v ir t u o s a s » o «j u s t a s »,
in t e n t ab a e n c o n trar un a d e f in ic ió n «r e a l» de v irtu d o de j u s t ic ia , no
un a c arac te riz ac ió n ge n e ral y p rác tic a de ac to s c o n c re to s en e l m un do
e m p íric o , sin o un a d e f in ic ió n q ue e x p re s ara un p rin c ip io sub yac e n te ,
un iv e rs al y ab so luto de la v irtu d o la ju s t ic ia . E l p ro p ó sito de l e je rc ic io
 L a a n tig u a p o li s g rie g a
f ilo só f ic o e ra e le v ar e l alm a o la p s yc h e , e l e le m e n to div in o e in m o rtal
p re s e n t e en la n a tu rale z a h um an a al q ue d e b e s u p e d itars e e l c ue rp o .
A p lic ad o a la f ilo so f ía, e l f in de é sta e ra c o n sum ar e l p ro p ó s ito m o ral
s up e rio r de la p o lis .
E n sí m ism o , e l m éto do so c rátic o y la c o n c ep c ió n d e l c o n o c im ie n ­
to ab so luto re lac io n ad a c o n é l tie n e n c o n se c ue n c ias p o lític as n e c e s a­
rias. P e ro la p arad o ja m ás c é le b re de S ó c rate s, aq u e lla según la c ual la
v irtu d es c o n o c im ie n to , es m uc h o m ás p ro b le m átic a. A p rim e ra v ista,
e ste p rin c ip io im p lic a, s e n c illam e n te , q ue la ge n te ac túa de m an e ra in ­
m o ral p o r ign o ran c ia y n un c a p o r vo lun tad. P en sem o s lo q ue pen sem o s
so b re esto c o m o d e s c rip c ió n de la re alid a d , en su in te n c ió n p are c e ,
c o m o m ín im o , b e n é v o lo , y m ue stra u n a to le ran c ia y u n a h u m an id ad
h ac ia aq ue llo s q ue o b ran m al q ue p are c e d e s c artar e l d e sq uite . T am p o ­
c o h ay n ad a de p o lític o en e l ad m irab le p rim e r p rin c ip io de la e n s e ­
ñ an z a m o ral de S ó c rate s. A sab e r: es m e jo r s uf rir e l m al q ue in f ligirlo .
P e ro m ás allá de la id e n tif ic ac ió n de la v irtu d c o n e l c o n o c im ie n to h ay
algo q ue , en c am b io , tie n e c o n se c ue n c ias de gran alc an c e y se c ue las p o ­
lít ic as y an tid e m o c rátic as no m en o s im p o rtan te s . E l e f ec to c o m b in ado
de e sta id e n tif ic ac ió n y e l p ro p ó sito m o ral q ue S ó c rate s at rib u ye al e s ­
tado c o n siste , a to do s lo s ef ec to s p rác tic o s , en d e s c artar la de m o c rac ia
e, in c lus o , h ac e r d e l «c o n o c im ie n to d e m o c rátic o » un o x ím o ro n .
L as c o n se c ue n c ias de la f o rm ulac ió n p lan te ad a p o r S ó c rate s se h a ­
c en m ás v isib le s en la c o n f ro n tac ió n c o n el so f ista P ro tágo ras , q ue P la ­
tó n de s c rib e en e l diálo go P ro tá g o ra s . S i p o dem o s c o n f iar en la re c o n s­
truc c ió n q ue h ac e d e l argu m e n to d e l so f ista, p are c e q ue P ro tágo ras
d e lin e a un a de f e n sa s is te m átic a de la d e m o c rac ia. S e b as a en c o n c e p ­
c io n es de l c o n o c im ie n to , de la v irt u d y d e l p ro p ó s ito de la p o lis , tres
c o n c e p c io n e s q ue so n c o n trarias a las p lan te ad as p o r S ó c rate s. L o q ue
h o y sab e m o s a p a r t ir d e l re trato o f re c id o p o r P lató n y de lo s p o c o s
f ragm e n to s e sc rito s p o r P ro t ágo ras , es q ue e ra un h o m b re agn ó stic o :
as e gu rab a q ue n o p u e d e c o n o c e rse la re alid a d si se p ie n sa q ue lo s d io ­
ses e x is te n ; q ue el se r h um an o só lo p u e d e c o n f iar en su p ro p io ju ic io , y
q ue , d ad o q ue , m ás allá d e l ju ic io h um an o , no h ay un árb it ro sin c e ro
p ara la v e rd ad , es im p o s ib le q ue e x is tan c rite rio s ab so luto s so b re lo
q ue es v e rd ad y lo q ue es f also , lo q ue e stá b ie n y lo q ue e stá m al. L o s
se re s h um an o s, en re alid a d c ad a in d iv id uo , de b e ser e l jue z últim o , un a
id e a q ue re sum ió n o tab le m e n te en e l m ás c o n o c ido de sus af o rism o s:
«E l h o m b re es la m e d id a de to das las c o sas, de las c o sas q ue so n lo q ue
so n y de las c o sas q ue n o so n lo q ue n o so n ».
83
84 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
E ste tipo de ide as eran b astan te sign if ic ativas. P ero en e l P ro tá g o ra s
de P lató n , e x iste un de b ate e n tre S ó c rates y P ro tágo ras q ue e stab le c e el
p ro gram a de lo q ue se rá to da la o b ra f ilo só f ic a de m adure z de P lató n y
la trad ic ió n in te le c tual q ue surge de e lla. S i b ie n este diálo go ya n o s u e ­
le ser c o n side rado c o m o un a de las p rim e ras o b ras de P lató n , h a sido
de sc rito c o m o e l últim o de sus diálo go s «s o c rátic o s », y desp ué s de éste
p re s e n tará sus p ro p ias ide as, q ue de sarro llará de un a m an e ra m ás e lab o ­
rad a e in d e p e n d ie n te de su m aestro . E l P ro tá g o ra s p lan te a, p o r tan to , las
p re gun tas a las q ue el filó so f o d e d ic ará el resto de su vida y q ue , a través
de é l, darán f o rm a a la f ilo so f ía o c c id e n tal en su c o n jun to .
L o q ue re sulta m uc h o m ás so rp re n d e n te d e l diálo go es q ue la c u e s ­
tió n c ard in al se a de o rde n p o lític o . S ó c rate s p ro p o n e a P ro tágo ras un
ac e rtijo : al ig ü al q ue o tro s c o m o é l, e l so f ista p re te n d e e n s e ñ ar e l arte
de la p o lític a, p ro m e tie n d o h ac e r de lo s h o m b re s b ue n o s c iudadan o s.
E sto se guram e n te im p lic a, so stie n e S ó c rate s, q ue la v irtu d , las c u a lid a ­
des de un b ue n c iu d ad an o , p u e d e ser e n se ñ ada. S in e m b argo , la p r á c ­
tic a p o lític a en A te n as su gie re q ue las c o sas so n de o tro m o do . C uan do
lo s ate n ie n se s se re ún e n en la A sam b le a p a ra d e c id ir so b re c ue stio n e s
c o m o lo s p ro ye c to s e d ilic io s y de c o n struc c ió n n aval, re q uie re n a r q u i­
te c to s o in ge n ie ro s n av ale s, e x p e rto s en arte s an ías o en o f ic io s e s p e c ia­
liz ad o s , y d e sc artan las o p in io n e s y m an e ras de ve r las c o sas de lo s q ue
no so n e s p e c ialis tas , p o r ric o s y n o b le s q ue sean . E sta es la m an e ra en
q ue la ge n te se c o m p o rta n o rm alm e n te en asun to s c o n sid e rad o s t é c n i­
c o s, q ue im p lic an e l tip o de arte s an ía o h a b ilid ad q ue p u e d e y de b e ser
e n se ñ ad a p o r un e x p e rto . P e ro c uan do la A sam b le a t rat a de algo r e la ­
c io n ado c o n e l go b ie rn o de la p o lis , lo s ate n ie n se s se c o m p o rtan de un a
m an e ra m uy d if e re n te :
Si e n c a m b io se tra t a d e lo s in te re s e s g e n e ra le s d e la c iu d a d , ve m o s
q u e se le va n ta n in d is tin ta m e n t e p a ra to m a r la p a la b ra a rq u ite c to s , h e ­
rr e ro s , z a p a te ro s , c u rt id o re s , c o m e rc ia n te s y m a rin o s , ric o s y p o b re s ,
n o b le s y g e n te s d e l vu lg o , y n a d ie le s e c h a e n c a ra , c o m o e n e l c a so a n ­
te rio r, q u e se p re s e n t e n a llí sin e s tu d io s p re vio s , sin n u n c a h a b e r te n id o
m a e s tro s , a d a r a lg ú n c o n s e jo : p ru e b a e vid e n te d e q u e n a d ie c o n s id e ra
q u e é s ta sea m a te ria d e e n s e ñ a n z a . 13
L a re s p ue s ta de P ro t ágo ras es s u til y f as c in an te , in ic ia d a p o r un a
ve rsió n n ue va de l re lato de P ro m e teo . E m p ieza p o r de m o strar q ue lo s
13 . P r o t á g o r a s 3 1 9 c -d .
 L a a n t ig u a polis g rie g a
ate n ie n se s «n o ye rran al e sc uc h ar, en c uan to a p o lít ic a , lo s c o n sejo s y
o p in io n e s de un h e rre ro o de un z a p a t e ro ».14 N o h ay n in gu n a in c o n s is ­
te n c ia, dic e , e n tre af irm ar q ue la virtud p ue d e e n se ñ arse y la sup o sic ió n
de q ue la v irtud c ívic a o la c ap ac id ad de e m itir un ju ic io so b re p o lític a
es un a c u a lid ad u n iv e rs al de to do s lo s c iu d ad an o s adulto s m ás allá de
su c o n dic ió n o riq u e z a. E l argum e n to de P ro tágo ras re s u lt a, así, un a
de f en sa de la p rác tic a de m o c rátic a ate n ie n se , en la q ue in sis te en la c a ­
p a c id ad de lo s c iu d ad an o s v u lgare s y trab aj ad o re s p a ra h ac e r ju ic io s
p o lític o s , m ás q ue un a de f e n sa de sus af irm ac io n e s c o m o m ae stro de
arte p o lític a.
S i b ie n e n c o n tram o s un a b re ve de f e n sa de la d e m o c rac ia en H e ro ­
do to (I I I .8 0 ), e l d is c urs o de P ro tágo ras es e l ún ic o argum e n to s u s tan ­
c ial y siste m átic o en de f en sa de la d e m o c rac ia de la an tigu a G re c ia q ue
h a so b re vivido . E s c ie rto q ue te n e m o s q ue c o n f iar en P lató n a la h o ra
de d ar e x p re sió n a las o p in io n e s d e l so f ista, y q ue no ten em o s f o rm a de
sab e r c uán to de to do e llo f ue lo q ue P ro tágo ras dijo en re alid ad . P ero ,
a d if e re n c ia de lo s ataq ue s q ue P lató n lan z a c o n tra o tro s so f istas, P ro ­
tágo ras ap are c e c o m o un a f igu ra b as tan te sim p átic a y p ro f un d am e n te
in te lige n te , y S ó c rate s lo es algo m en o s de lo q ue ac o s tum b ra a se r en
lo s diálo go s de P lató n . D e to do s m o do s, sean é stas o n o las id e as a u ­
té n tic as de P ro tágo ras , sin lu g a r a d u d as e x p re san un a visió n de m o c rá­
tic a c o h e re n te . P lató n p as ará el resto de su c arre ra tratan d o de re b a t ir ­
la. G ran p arte de su f ilo so f ía p o ste rio r, in c lu id a su e p is te m o lo gía, trata
de de m o s trar q ue la v irtu d es un a c u a lid ad rara y n o b le , y q ue e l arte
p o lític o es un o f ic io arte s an al e sp e c ializ ad o q ue só lo p u e d e ser p r a c t i­
c ado p o r un a m in o ría m uy s e le c ta, p o rq ue re q u ie re un tip o e s p e c ial y
e le vado de c o n o c im ie n to f ilo só f ic o .
N o sie m p re re s u lt a e v ide n te q ue P lató n c o n side re q ue las d e s ig u a l­
dade s n a tu rale s e n tre lo s se re s h um an o s so n lo b as tan te gran d e s en sí
m ism as c o m o p a ra j u s t if ic ar la d iv isió n e n tre go b e rn an te s y go b e rn a­
do s. S in e m b argo , en su c re e n c ia en la e x is te n c ia de u n a j e ra rq u ía a b ­
so luta y u n iv e rsal de l c o n o c im ie n to , q ue d e b e re f le jars e en la o rgan iz a­
c ió n de la p o lis , n o h ay am b igü e d ad algun a. M ás allá de las c u alid ad e s
in n atas de lo s se re s h um an o s y de sus c ap ac id ad e s n a t u rale s p a ra a d ­
q u irir c o n o c im ie n to , a la m ayo ría le re s u lt a im p o s ib le , en e l m un do
re al, alc an z ar e l tip o de c o n o c im ie n to f ilo só f ic o q ue es p re c is o p ara h a ­
c er juic io s p o lític o s sen sato s. E n p artic u lar, q uie n e s p rac tic an y e je rc e n
14 . Protágoras 3 2 4 d.
85 86 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
lo s o f ic io s o rd in ario s y n e c e sario s — lo s c u rtid o re s , lo s z ap ate ro s y lo s
h e rre ro s de lo s q ue h ab la P ro tágo ras — se h allan p o lític am e n te in c a p a­
c itado s n o só lo p o r su f alta de tiem p o y o c io p ara a d q u irir c o n o c im ie n ­
to f ilo só f ic o , sin o p o r su e sc lav itu d c o n re sp ec to al trab ajo y a las n e c e ­
sidade s m ate riale s , a la v id a «e n t r e la m u lt ip lic id a d de las c o sas». P ara
lle g a r al c o n o c im ie n to v e rd ad e ro es n e c e sario lib e rar s e de l m un do de
la ap arie n c ia y la n e c e sid ad .
E l argum e n to de P ro tágo ras p ro c e d e , p rim e ro , a la m an e ra de un a
ale go ría. L o s se re s h um an o s, c ue n ta el so f ista, al p rin c ip io n o te n ían
m edio s c o m o te n ían o tro s an im ale s p ara su ste n tarse a sí m ism o s. P ro ­
m ete o lo s h alló «d e s n u d o s , de sc alz o s, sin ab rigo y sin a r m a s ».15 Y f ue
e n to n c e s c uan do le s h izo e l re galo de l f uego y la h a b ilid ad en las artes.
P ero si b ie n en to n c e s tuvie ro n lo s re c urso s p ara m an te n e rs e vivo s, aún
e ran in c ap ac e s de b e n e f ic iars e de las arte s q ue h ab ían ad q u irid o , pues
c are c ían de s ab id u ría p o lític a. T en ían el le n gu aje y lo s m edio s p ara h a ­
c er c asas, v e stid o s, c alz ad o , le c h o s en lo s q ue do rm ir, y p a ra o b te n e r
alim en to s de la tie rra. P e ro e ran in c ap ac e s de vivir jun to s y c o o p e rar en
su b e n e f ic io m utuo ; se d e s p e rd igaro n y f uero n de vo rado s p o r las f ie ras
salvaje s. Z eus dio ó rde n e s a su m en saje ro , H e rm e s, p ara q ue d ie ra a la
h u m an id ad las c u alid ad e s de l re sp e to h ac ia lo s o tro s ( a id o s ) y un s e n ti­
do de la j u s t ic ia { d ik e ) , a f in de q ue se c re ara un v ín c ulo de am is tad y
un ió n e n tre e llo s, de m o do q ue p u d ie ran v iv ir jun to s en c o m un idade s
c iv iliz ad as . H e rm e s p re gu n tó a Z eus si e stas c u alid ad e s d e b ían r e p a r ­
tirse so lam e n te a un o s p o c o s, en razó n de q ue un so lo e s p e c ialis ta, b ien
p re p arad o , e ra s uf ic ie n te p ara m uc h o s le go s — al igu al q ue un m édic o
es suf ic ie n te p ara c u id ar de m uc h as p e rso n as in e x p e rt as — , o si d e b e ría
re p artirlas e n tre to do s p o r igu al. Z eus le re sp o n dió q ue to do s d e b e rían
te n e r su p arte , p o rq ue n un c a p o d ría h ab e r c iud ad e s o v id a c iv iliz ad a si
só lo algun o s te n ían e stas virtude s .
D esde el p rin c ip io , la ale go ría de P ro tágo ras c o m p o rta un a c o n ­
c e p c ió n d e l p ro p ó s ito d e l e stad o q ue es b as tan te d if e re n te de la q ue
S ó c rate s te n ía. L a p o lis n o e x is te p ara lo grar algún p ro p ó sito m o ral s u­
p e rio r, sin o p ara s e rv ir lo s in te re s e s h um an o s o rd in ario s y f ac ilit a r las
c o n dic io n e s en las q ue lo s se re s h um an o s p u e d e n lle v ar v id as raz o n a­
b le m e n te p ac íf ic as y c ó m o das. L a ale go ría e stá d e s tin ad a a de m o strar
q ue la so c ie d ad p o lític a, sin la c ual la h u m an id ad n o p u e d e b e n e f ic iar­
se de las arte s y h ab ilid ad e s , q ue so n sus ún ic as do tes dis tin tiv as , n o es
15 . Protágoras 3 2 1 d.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
p o s ib le q ue so b re viva a m en o s q ue la v irtu d c ív ic a q ue c ap ac ita a la
ge n te p ara la c iu d ad an ía sea un a c u alid ad un iv e rs al (¿m as c u lin a?). E n ­
to n c e s P ro tágo ras p asa a m o strar c ó m o la v irtu d p u e d e se r un a c u a li­
dad un iv e rsal q ue , sin e m b argo , d e b e y p ue d e ser e n se ñ ad a, y lle gad o s
a e ste p un to el argum e n to se tras lad a de la ale go ría a lo q ue p o d ría lla ­
m arse la an tro p o lo gía.
L as c u alid ad e s n e c e sarias no so n , so stie n e P ro tágo ras , lo s tip o s de
c arac t e rís tic as o to rgad as p o r n a tu rale z a o al azar. R e q u ie re n in s t ru c ­
c ió n y ap re n d iz aje . L a in struc c ió n n e c e s aria, no o b stan te , es as e q u ib le
a to do s. A q ue llo s q ue viven en un a c o m un id ad c iv iliz ad a, en c o n c re to
en un a p o lis , d e sde q ue n ac e n se h allan e x p ue sto s al p ro c eso de a p r e n ­
d iz aje q ue la v irtu d c ív ic a da a c o n o c e r en c asa, en la e s c u e la, a travé s
de la p re ve n c ió n y el c astigo , y so b re to do a travé s de las le ye s y las c o s­
tum b re s de la c iu d ad , sus n o m o i. E n un e x t rao rd in ario p as aje , P r o t á ­
go ras ilu s t ra lo q ue de f in e al in s is tir en q ue n in gún h o m b re rac io n al in ­
f ligiría c astigo p o r un c rim e n c o n e l ú n ic o p ro p ó s ito de v e n gar un a
o f en sa q ue, de to do s m o do s, ya n o p u e d e ser re p arad a. D ado q ue c re e ­
m o s q ue la v irtu d c ívic a p u e d e e n se ñ arse , e l c astigo n o m ira al p asado
sin o al f uturo , ya sea p ara e v itar q ue la m ism a p e rs o n a re p ita el c rim en
o p ara e n se ñ ar c o n el e je m p lo a lo s dem ás.
N in gún h o m b re , so stie n e P ro tágo ras , p ue d e se r un le go en lo r e la ­
tivo a la v irtu d c ívic a si el e stado h a de e x is t ir p ara to do . C u alq u ie r c o ­
m un id ad c iv iliz ad a t ie n e lo s m e dio s p a ra g aran tiz ar q ue to do s sus
m ie m b ro s lo gre n p ro c u rars e la n e c e s aria v irtu d . L a v id a en un a c o m u­
n id ad c iv iliz ad a y h um an a, q ue tie n e sus trib u n ale s de ju s t ic ia y a t ie n ­
de al p rin c ip io d e l de re c h o , así c o m o tam b ié n c ue n ta c o n e duc ac ió n , es
la e sc ue la de la v irtu d c ívic a. L as c o stum b re s y le ye s de la c o m un idad
so n lo s m aestro s m ás ef ec tivo s. L a v irtu d c ívic a es a la vez ap re n d id a y
un iv e rsal en e l m ism o se n tido en q ue lo es la le n gua m ate rn a, q ue es e n ­
se ñ ada y ap re n d id a en las tran sac c io n e s n o rm ale s de la v id a c o tidian a.
E l so f ista q ue , c o m o el p ro p io P ro tágo ras , af irm a q ue e n se ñ a v irtu d
só lo p u e d e p e rf e c c io n ar este p ro c eso c o n tin uo y u n iv e rs al; y un h o m ­
b re p ue d e p o se e r las c u alid ad e s de la b ue n a c iu d ad an ía sin el b e n e f ic io
de la e x p e rta in stru c c ió n d e l so f ista. U n a vez m ás, e l o b je to , aq uí, n o es
de f e n d e r las af irm ac io n e s de lo s m ae stro s e x p e rto s, sin o , an te to do , r e ­
c o n o c e r e l c ré d ito de la v irtu d y la v id a c iv iliz ad a a lo s n o m o i g e n e ra ­
do s e s p e c ialm e n te p o r un a c o m un id ad de m o c rátic a.
E l h in c ap ié q ue P ro tágo ras h ac e en la u n iv e rs alid ad de la v irtu d es,
p o r sup ue sto , de c isivo p ara su de f en sa de la de m o c rac ia. P e ro igu al de
87 88 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
im p o rtan te es su c o n c ep c ió n d e l p ro c eso a travé s d e l c ual se tran sm ite
el c o n o c im ie n to p o lític o y m o ral. L a v irtu d , sin d ud a, se en señ a, p ero el
m o de lo d e l ap re n d iz aje d e l c o n o c im ie n to n o es tan to la e ru d ic ió n
c o m o e l ap re n d iz aje arte san al. E l ap re n d iz aje arte san al, en las llam ad as
so c ie dade s trad ic io n ale s , es algo m ás q ue un m e dio p ara ap re n d e r h a ­
b ilid ad e s té c n ic as. E s, tam b ié n , e l m edio a través d e l c ual lo s valo res de
la c o m un idad pasan de un a gen erac ió n a o tra. N o h ay m ejo r m o do de c a ­
rac t e riz ar e l p ro c eso de ap re n d iz aje , q ue P ro tágo ras d e s c rib e c o m o e se
m ec an ism o a travé s de l c ual la c o m un id ad de c iud ad an o s tran sm ite su
s ab id u ría c o le c tiva, sus usan z as, sus v alo re s y e x p e c tativ as.
N o es tan f ác il in t e r p re t a r e l argum e n to de S ó c rate s. E m p ie z a la
dis c usió n sugirie n d o , se gún p are c e , q ue la v irtu d no p u e d e se r e n s e ñ a­
da y al f in al d e l diálo go c o n c luye c o n p ic a rd ía q ue él y P ro tágo ras p a ­
re c e n h ab e r c am b iado de b an do so b re la c ue stió n . P e ro n o e stá sien do
sin c e ro . A l f in y al c ab o , n o es S ó c rate s q uie n e m p ie z a c o n la o p in ió n
de q ue la v irtu d n o es e n se ñ ab le y q ue , e f e c tiv am e n te , es un a c ualid ad
u n iv e rsal. S ó c rate s e stá su girie n d o , c o n un c o n s id e rab le grad o de ir o ­
n ía, q ue lo s p ro p io s ate n ie n se s se c o m p o rtan c o m o si eso f u e ra así. L a
e s e n c ia de su argum e n to n o es q ue la v irtu d n o p u e d a ap re n d e rs e , o
q ue n o re q uie ra e n se ñ an za, sin o q ue el argum en to de q ue la v irtu d p u e ­
de e n se ñ arse c o m o un a c u a lid ad un iv e rs al n o tie n e c o n siste n c ia.
L a c ue stió n , p o r sup ue sto , es q ue las c o n c ep c io n e s q ue am b o s t ie ­
n e n so b re e l c o n o c im ie n to so n m uy d is tin t as . S ó c rate s, si b ie n n o e x ­
p o n e aq u í un argum en to siste m átic o , p ro c ura id e n tif ic ar la v irtu d — la
c o n dic ió n p ara d is f ru tar de de re c h o s p o lític o s — c o n la s a b id u ría f ilo ­
s ó f ic a, e l c o n o c im ie n to de un b ie n q ue es ab so luto y un iv e rs al. P ro t á­
go ras, c o m o vim o s, h ab la de un tip o de c o n o c im ie n to d if e re n te , m ás
m un dan o , c o m o la c o n dic ió n de un a sue rte de v irtu d p o lític a q ue sirve
a lo s p ro p ó sito s m un dan o s de la p o lis . S u p o sic ió n so b re la v irtu d y so ­
b re e l m o do en q ue se a d q u ie re , n un c a c am b ia a lo largo d e l diálo go .
A q ue llo q ue S ó c rate s p re s e n ta c o n p ic a rd ía c o m o un a c o n tradic c ió n en
el argum e n to de P ro t ágo ras es s e n c illam e n te su n e gativ a a ac e p tar la
id e n tif ic ac ió n de la v irtu d c o n la s ab id u ría f ilo só f ic a. S ó c rate s, ade m ás,
se m an tie n e c o h e re n te . S i b ie n n un c a lle g a a re sp o n d e r d e l to do la p r e ­
gun ta so b re la v irtu d p o lít ic a , e n saya un a re s p ue s ta q ue P lató n d e s a­
rro llará, en la q ue , e f e c tiv am e n te , re p u d ia la p rác tic a d e m o c rátic a at e ­
n ie n se : la v irtu d p u e d e y d e b e ser e n se ñ ad a (aun q ue P lató n de ja c laro
q ue la p e rc e p c ió n f in al de l B ien , desp ués de la esm e rada tute la de l m ae s­
tro , n o es algo q ue se e n se ñ e d ire c tam e n te , sin o q ue es algo q ue o c urre
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
c as i c o m o un a ilu m in ac ió n m ístic a). P e ro si la v irtu d se ap re n d e y e n ­
se ñ a, lo es c o m o un c o n o c im ie n to raro y m uy e s p e c ializ ad o , un c o n o c i­
m ie n to q ue só lo un o s p o c o s p ue de n ad q uirir. E l diálo go c o n c luye c o n
la te n tad o ra s u ge re n c ia de q ue la dis c usió n so b re la v irtu d de b e d e j a r­
se p ara o tra o c asió n . D e h e c h o , P lató n d e d ic ará gran p arte de su v id a a
e lla.
E l p rin c ip io q ue S ó c rate s in vo c a c o n tra P ro tágo ras — en e ste e s t a­
dio , en un a f o rm a aún te n tativ a y p o c o siste m átic a— es e l p rin c ip io s e ­
gún el c ual la v irtu d es c o n o c im ie n to ; esto es, c o n o c im ie n to f ilo só f ic o ,
e l c o n o c im ie n to de un so lo b ie n q ue s ub yac e a las ap arie n c ias de m u ­
c h o s b ie n e s p artic u lare s . E ste es el tip o de c o n o c im ie n to q ue p e rm ite a
q uie n lo p rac t ic a n o só lo m o strar e sta o a q u e lla v irt u d o r d in a ria c o n ­
c re ta, sin o c ap t a r e l p rin c ip io f u n d am e n tal o m n ím o do de la v irtu d
c o m o un a so la e n tid ad q ue sub yac e a to das las c u alid ad e s q ue as o c ia­
m o s a las diversas y m últip le s v irtud e s . E l p rin c ip io de q ue la v irtu d es
c o n o c im ie n to se c o n v e rtiría en la b as e d e l at aq u e q ue P lató n d irigió
c o n tra la d e m o c rac ia, de m an e ra e s p e c ial en E l p o lític o y L a R e p ú b lic a .
E n m an o s de P lató n , re p re s e n ta la sustituc ió n d e l ap re n d iz aje m o ral y
p o lític o de lo s v alo re s y n o rm as de la c o m un id ad de l q ue h ab la P ro t á­
go ras p o r un a c o n c e p c ió n m ás e x alt a d a de la v irtu d c o m o c o n o c im ie n ­
to f ilo só f ic o . N o la as im ilac ió n c o n ve n c io n al de las c o stum b re s y v a lo ­
res de la c o m un idad, sin o un ac c eso p riv ile giad o a v e rd ad e s un iv e rsale s
y ab so lutas sup e rio re s q ue no e stán al alc an c e de la m ayo ría, q ue sigue
at ad a al m un do de las ap arie n c ias y de la n e c e s id ad m ate rial.
D e este m o do , la p re gu n ta q ue S ó c rate s p lan te ab a in au gu ra un a s e ­
rie de m uc h as o tras p e gun tas, m ás am p lias , ac e rc a de la n atu rale z a de l
c o n o c im ie n to y de la m o ralid ad . E l re lativism o e p iste m o ló gic o y m o ral,
tal y c o m o P ro tágo ras lo f o rm ula, tie n e y p re te n d e te n e r c o n se c ue n c ias
d e m o c rátic as . P lató n re sp o n d e a e ste de saf ío p o lític o o p o n ié n do se al
re lativ ism o de P ro t ágo ras c o n un n ue vo tip o de un iv e rs alis m o . E n la
d e m o c rac ia, en e l c lim a de la d e lib e rac ió n y el d e b ate p ú b lic o s, n o p u e ­
de h ab e r id e as im p e ran te s , n in gún grup o so c ial o in d iv id u o c uyo d o ­
m in io in d is c u tid o le p e rm ita re c lam ar p ara sus p ro p io s v alo re s la u n i­
v e rs alid ad e im p o n e rlo s a lo s dem ás. E l ún ic o m o do e f ec tivo de p o n e r
en te la de ju ic io e l sab e r c o n ve n c io n al de lo s z ap ate ro s y h e rre ro s, y su
c ap ac id ad p ara p a rt ic ip a r en el dis c urs o y la d e lib e rac ió n p úb lic o s, e ra
d e rro tar el sab e r c o n ve n c io n al en su c o n jun to c o n algu n a f o rm a s u p e ­
rio r d e c o n o c im ie n to , un c o n o c im ie n to de v e rd ad e s ab s o lutas y u n i­
ve rsale s, no de re alid ad e s e m p íric as m un dan as.
89 90 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
E l un iv e rs alis m o p lató n ic o es un tip o de un iv e rsalism o m uy e s p e ­
c ial, y tal vez las ide as de P ro tágo ras só lo p u e d an ser tild ad as de r e la t i­
v istas m o rale s c o n re sp e c to a e ste un iv e rsalism o f ilo só f ic o . E l so f ista,
c ie rtam e n te , re c h az a q ue e x is tan v e rd ad e s m o rale s de o rde n sup e rio r
q ue só lo so n ac c e s ib le s al c o n o c im ie n to f ilo só f ic o , p e ro en su lu g ar
p o n e lo q ue p o dríam o s llam ar un un iv e rsalism o p rác tic o , e n raiz ad o en
un a c o n c ep c ió n de la n atu rale z a h um an a y las c o n dic io n e s de l b ie n e s ­
t a r h um an o . S u argum e n to p re s up o n e n o só lo la c o n vic c ió n de q ue lo s
h o m b re s, en ge n e ral, so n c ap ac e s de e m itir ju ic io s p o lític o s y q ue su
b ie n e s tar de p e n de de la p artic ip ac ió n en un o rde n c ívic o , sin o tam b ié n
el h e c h o de q ue tie n e n d e re c h o a lo s b e n e f ic io s q ue p ro c ura la v id a c í­
vic a. E s c ie rto q ue , según e sta m an e ra de ve r las c o sas, lo s re q uisito s e s ­
p e c íf ic o s d e l b ie n e s t ar v ariarán se gún la d iv e rs id ad in f in ita de la c o n ­
d ic ió n h um an a en dif e re n te s é p o c as y lugare s . L o s valo re s so c iale s, p o r
sup ue sto , v ariarían en c o n so n an c ia. P e ro el sustrato h um an o q ue sub -
yac e sigue sien do el m ism o . E l b ie n e s t ar de la h um an id ad p ro p o rc io n a
un a sue rte de c rite rio m o ral un iv e rs al c o n e l c ual j u z gar las d is p o s ic io ­
n es so c iale s y p o lític as o e v alu ar el v alo r re lativo de las o p in io n e s c o n ­
t rap u e stas , n o so b re la b ase de q ue algun as sean m ás c ie rta s q ue o tras,
sin o de q ue sean m e jo re s , tal c o m o se le h ac e f o rm ular a P ro tágo ras en
e l diálo go T e e te to s de P lató n .
E n esto s asp e c to s, P ro tágo ras y P lató n so n po lo s o p ue sto s, tan to en
lo p o lític o c o m o en lo f ilo só f ic o , y las dif e re n c ias e n tre e llo s tie n e n su
o rige n en las ac titu d e s — tan d is tin t as las de un o y las de o tro — c o n
re sp ec to a la de m o c rac ia. S in e m b argo , h ay un asp e c to en el q ue am b o s
p arte n de un m ism o p un to en c o m ún , e n raiz ad o en la de m o c rac ia. P la ­
tó n t am b ié n se b asa en la e x p e rie n c ia d e la A te n as de m o c rátic a c uan do
ap e la a la e x p e rie n c ia f am iliar y a lo s valo re s de lo s c iud ad an o s q ue t r a ­
b ajan in vo c an do la é tic a de lo s arte san o s, la é tic a de la te c h n é , y trata de
h ac e r f re n te al argum e n to d e m o c rátic o en su p ro p io te rre n o c o n s t ru ­
ye n do su d e f in ic ió n de la v irtu d p o lític a y de la j u s t ic ia so b re la an alo ­
gía c o n las artes p rác tic as . S ó lo q ue , en e sta o c asió n , e l h in c ap ié no r e ­
c ae en la u n iv e r s alid ad o la tran sm is ió n o rgán ic a de l c o n o c im ie n to
c o n ve n c io n al de un a ge n e rac ió n a o tra, sin o en la e s p e c ializ ac ió n , lo s
c o n o c im ie n to s y la e x c lus iv id ad . A l ig u al q ue e l m ejo r c alz ado es el q ue
h ac e e l zap ate ro e x p e rto y p re p arad o , así el arte de la p o lític a só lo d e ­
b e rían e je rc e rlo q uie n e s se e sp e c ializ an en é l. E n la A sam b le a no h a de
h ab e r ya z ap ate ro s n i h e rre ro s. L a e se n c ia de la ju s t ic ia en e l e stado es
e l p rin c ip io se gún e l c u al e l z ap ate ro d e b e ría d e d ic ars e a sus zap ato s.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a 91
S ó lo la m in o ría q ue n o e stá o b ligad a a t rab a j ar p ara vivir, ya sea c u lt i­
van do lo s c am p o s, e j e rc ie n d o sus o f ic io s o d e d ic án d o s e al c o m erc io ,
p u e d e te n e r las c u alid ad e s re q ue rid as p ara go b ern ar.
T anto P ro tágo ras c o m o P lató n , p o r tan to , sitúan lo s valo re s c u lt u ­
rale s de la te c h n é , las arte s p rác tic as de lo s c iu d ad an o s q ue trab ajan , en
e l c en tro de su argum e n tac ió n p o lític a, aun q ue c o n p ro p ó sito s an t it é t i­
c o s. G ran p arte de lo q ue s e gu iría en el c o n jun to de la trad ic ió n de la
f ilo so f ía o c c id e n tal tie n e aq u í su p un to de p artid a. N o só lo la f ilo so f ía
p o lític a o c c id e n tal d e b e sus o ríge n e s a e ste c o n f lic to so b re e l p ap e l p o ­
lít ic o de lo s c urtid o re s , z ap ate ro s y h e rre ro s. P ara P lató n , la div isió n
e n tre aq u e llo s q ue go b ie rn an y aq u e llo s q ue trab a jan , e n tre aq ue llo s
q ue trab ajan c o n su m en te y lo s q ue trab ajan f ís ic am e n te , e n tre lo s q ue
go b ie rn an y so n alim e n tad o s y aq u e llo s q ue p ro d uc e n lo s alim e n to s y
so n go b e rn ado s, no es so lam e n te el p rin c ip io b ásic o de la p o lític a. L a
div isió n d e l trab ajo e n tre go b e rn an te s y p ro d uc to re s, q ue es la e se n c ia
de la j u s t ic ia en L a R e p ú b lic a , es tam b ié n la e se n c ia de la te o ría d e l c o ­
n o c im ie n to de P lató n . L a o p o sic ió n ra d ic al y j e rá rq u ic a e n tre el m un ­
do se n sib le y el m un do in te ligib le , y e n tre sus f o rm as c o rre s p o n die n te s
de c o gn ic ió n , se f un dam e n ta, se gún P lató n , en un a an alo gía c o n la d i­
visió n so c ial d e l trab ajo q ue e x c luye al p ro d uc to r de la p o lít ic a .16
16 . S e h a s u g e r id o q u e e s t a o p o s ic ió n e s e l r a s g o m á s c a r a c t e r ís t ic o d e l p e n s a ­
m ie n t o g rie g o q u e , d e s d e e n t o n c e s , h a c o n fo r m a d o lo s t e m a s q u e h a t r a t a d o la filo s o ­
fía o c c id e n t a l. V é a s e , p o r e je m p lo , J a c q u e s G e r n e t , « H is t o ir e s o c ia le e t é v o lu t io n d e s
id é e s e n C h in e e t e n G r è c e d u VIa s iè c le a v a n t n o t r e è r e » , e n J e a n - P ie r r e V e r n a n t , M y t h e
e t s o c i é t é e n G r è c e a n c i e n n e , F r a n ç o is M a s p e r o , P a r is , 1 9 7 4 ( t r a d , c a s t . : « H is t o r ia s o ­
c ia l y e v o lu c ió n d e la s id e a s e n C h in a y e n G r e c ia d e l s ig lo VI a l s ig lo il. a . C . » , e n M i t o
y s o c i e d a d e n la G r e c i a a n t i g u a , S ig lo X X I , M a d r id , 1 9 8 2 , p á g s . 6 9 - 8 6 ) . S i b ie n la in s i­
n u a c ió n d e q u e la o p o s ic ió n e n t r e lo s m u n d o s s e n s ib le e in t e lig ib le e s ú n ic a m e n t e o c ­
c id e n t a l p u e d e r e s u lt a r e n g a ñ o s a . E n la t r a d ic ió n filo s ó fic a o c c id e n t a l d e s d e P la t o n ,
e x is t e u n a c o n c e p c ió n e x c e p c io n a lm e n t e a n t a g ó n ic a d e la r e la c ió n e n t r e lo s e n s ib le y
lo s u p r a s e n s ib le q u e d e b e m u c h o a la s c o n vic c io n e s a n t id e m o c r á t ic a s e n la s q u e s e b a s a
e l a r g u m e n t o d e P la t ó n . L a r e la c ió n q u e é s t e e s t a b le c e e n t r e e s t a d iv is ió n e p is t e m o ló ­
g ic a y la d iv is ió n e n t r e g o b e r n a n t e s y p r o d u c t o r e s e s , a q u í, c r ít ic a ; y u n filó s o fo q u e p u ­
d ie r a d a r p o r s e n t a d o la d iv is ió n e n t r e g o b e r n a n t e s y p r o d u c t o r e s ( c o m o h iz o , p o r
e je m p lo , M e n c io ) p u e d e q u e n o s in t ie r a la m is m a u r g e n c ia a la h o r a d e p o n e r e l a c e n ­
t o e n la a n t ít e s is e n t r e e s t o s d o s m u n d o s , c o n s u s fo r m a s d e c o g n ic ió n c o r r e s p o n ­
d ie n t e s .
92 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P la t ó n : La Re pú b l ic a
D esp ué s de l P ro tá g o ra s , P lató n n un c a vo lvió a e n f re n tarse d ir e c t a ­
m en te a un argum e n to de m o c rátic o . C o n tin uó , p o r sup ue sto , su d is c u ­
sió n c o n lo s so f istas, y c u a lq u ie r ataq ue c o n tra ello s e ra, en c ie rto s e n ­
tid o , un at aq u e c o n tra la d e m o c rac ia, p ue sto q ue , aun q u e f uesen
an tid e m o c rátic o s , a m e n udo lo s t ratab a c o m o p ro duc to s o e x p re sio n e s
de la d e m o c rac ia (algo q ue , d e sde lu e go , sí e ran ) ale gan d o q ue re f le ja­
b an y ale n tab an la d e c ad e n c ia m o ral de u n a p o lis en la q ue la o p in ió n
de un h o m b re e ra tan b ue n a c o m o la de c u a lq u ie r o tro . E n el G o r g ia s ,
p o r e je m p lo , se n o s da a e n te n d e r q ue un am o ral y sin p rin c ip io s c o m o
C alíc le s, c o n su p re te n s ió n de q ue la ju s t ic ia es e l de re c h o d e l m ás f u e r­
te, es e l re s u ltad o ló gic o de la ac titud de m o c rátic a, au n q u e se in vo q ue
la id e a de q ue el p o d e r h ac e al de re c h o p ara ap o yar a la o ligarq u ía. C o n
to do , si b ie n P lató n de f e n dió su c aso c o n tra la de m o c rac ia sin c o m p ro ­
m e te r n un c a d ire c tam e n te un argum en to en su favo r, P ro tágo ras siguió
sien do su adv e rsario b ásic o , aun q u e in n o m in ado .
P ro tágo ras , c o m o h em o s visto , p re s e n t ab a las arte s p rác tic as c o m o
lo s f un dam e n to s de la so c ie dad. E l «argu m e n to de las art e s », q ue se h a ­
lla en e l c en tro de la te o ría p o lític a de P lató n , p re te n d e vo lve r e l p r in ­
c ip io de P ro tágo ras c o n tra sí m ism o . P ara argum e n tar c o n tra la de m o ­
c rac ia se sirve de la é tic a d e l trab ajo arte san al, q ue e ra, en gran m e dida,
tam b ié n un a p arte de la c u ltu ra d e m o c rátic a de A te n as. E n ten derem o s
to d a la s ign if ic ac ió n q ue este argum e n to tie n e p ara P lató n só lo si c o n ­
side ram o s la re lac ió n q ue g u a rd a c o n la c u lt u ra de la aris t o c rac ia a t e ­
n ie n se y su d is p o sic ió n an te aq u e l m o m en to h istó ric o .
P lató n n ac ió en e l añ o 4 2 7 a. C ., en e l seno de un a f am ilia q ue , p o r
p arte tan to de p ad re c o m o de m adre , p e rte n e c ía a las m ás d is tin guidas
de A te n as, tal vez no a las m ás ric as — aun q ue su riq ue z a no e ra n ada
d e sp re c iab le — , p e ro c ie rtam e n te se c o n tab an e n tre las f am ilias de la n o ­
b leza. N o h ay d uda de l s e n tir an tide m o c rátic o de sus aliado s en gen e ral.
S us p arie n te s m ás alle gado s se c o n tab an e n tre lo s d irige n te s d e l go lp e
o ligárq uic o q ue e stab le c ió el ré gim en de lo s T rein ta T iran o s. E l p ro p io
P lató n , si h em o s de h ac e r c aso a lo q ue se dic e en la C a rta V I I , tuvo am ­
b ic io n e s p o lític as en su juve n tud y alb e rgó gran des e sp eran zas de q ue a
través de la revo luc ió n o ligárq uic a se lo grara la re gen e rac ió n de A te n ás.17
17 . L a a u t e n t ic id a d d e la s C a r t a s e s c o n t r o v e r t id a , a u n q u e s u e le a c e p t a r s e e n g e ­
n e r a l q u e la C a r t a V I I fu e e s c r it a p o r e l p r o p io P la t ó n .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
A su favo r, sin e m b argo , e stá el h e c h o de q ue n o f ue c ap az de ac e p tar
lo s e x c e so s d e l ré gim e n q ue h ab ían in s tau rad o sus am igo s y c o n o c ido s,
y a d if e re n c ia de lo q ue se e sp e rab a de é l, se n egó a u n írse le s. C uan do
lo s T rein ta f uero n de rro c ado s, P lató n vio re n o varse sus am b ic io n e s p o ­
lít ic as só lo p ara vo lve r a d e c lin ar c o n la re staurac ió n de la de m o c rac ia.
E lo gió la m o de rac ió n de lo s d e m ó c ratas q ue h ab ían re gre s ad o a la c iu ­
d ad y q ue , en ge n e ral, trataro n a sus en em igo s c o n gran c o m edim ien to ,
so b re to do c o m p arado s c o n lo s san grie n to s e x c e so s q ue h ab ían c o m e ­
tido lo s o ligarc as. P e se al juic io y m ue rte de S ó c rate s, P lató n n o c am b ió
de p are c e r. L a d e m o c rac ia re s t a u rad a le p a re c ía, n o o b s tan te , un s ig ­
n o de la c o rrup c ió n m o ral de A te n as , q ue «ya n o e ra go b e rn ad a según
las m an e ras y las in s tit uc io n e s de n ue stro s p re d e c e s o re s », y en la q ue
«t o d o e l m an te n im ie n to de la le y y la c o stum b re e s tab a ye n do de m al
en peo r, a un ritm o a la r m a n t e ».18
D esp ué s de la m ue rte de S ó c rate s, P lató n e m p re n d ió un e x te n so
viaje , n o só lo p ara am p liar su p ro p ia f o rm ac ió n , sin o p ara o f rec e r su s a­
b e r a la c o rte d e l re y de S irac us a, en S ic ilia. V isitó la c iu d ad d u ran te el
re in ad o de D io n isio I y d u ran te e l de su suc eso r, D io n isio I I , c o n q uie n
e l f iló so f o c ayó en d e s grac ia. H a c ia e l añ o 3 8 5 a. C ., P lató n f un dó la
A c ad e m ia, c as i a un p a r de k iló m e t ro s e x tram u ro s de la c iu d a d , c o n
la in te n c ió n de e n s e ñ ar m ate rias c o m o m ate m átic as , astro n o m ía, arm o ­
n ía y f ilo so f ía, tan to n atu ral c o m o p o lític a. E n c uan to a sus p ro p ias am ­
b ic io n e s p o lític as , é stas n un c a vo lvie ro n a re n ac e r y, a la v ista de c uále s
e ran sus c o m p añ ías y aliad o s, te n ían , en to do c aso , p o q uís im as p o s ib i­
lid ad e s de alc an z ar e l é x ito . P ero lo s p ro p ó sito s p o lític o s de la A c ad e ­
m ia e ran in c o n f u n d ib le s . S us d is c íp ulo s — lo s h ijo s de las f am ilias ric as
ate n ie n se s y e x tran je ras — e ran f o rm ado s en la p o lític a p lató n ic a y e n ­
viado s c o m o c o n se je ro s a lo s so b eran o s y las c iud ad e s de to do el M e d i­
te rrán e o .
E n la p ro p ia A te n as , lo s aristó c ratas d e saf e c tado s ab an d o n ab an la
p o lític a. E n este c lim a de de saf e c c ió n y re p lie gu e , P lató n d e sarro lló su
e m p re sa f ilo só f ic a. A f in e s de l siglo III a. C ., to d av ía h a b ía algun o s l í ­
de re s aris to c rátic o s , c o m o L ic u rgo , p e ro la p o lític a h a b ía d e jado de ser
la c arre ra p r iv ile g ia d a q ue h a b ía sido an tiguam e n te . P ara P lató n , el
m o m e n to h is tó ric o de la p o lít ic a p o p u lar y d e l e x trañ am ie n to ar is t o ­
c rát ic o , c uan do lo s h o m b re s n o b le s y e d uc ad o s d ie ro n la e s p ald a a la
p o lis , se p lan te ó c o m o un p ro b le m a f ilo só f ic o : la s e p arac ió n de l p e n s á­
is . C a r ta V i l, 325 d-e.
93 94 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m ie n to y la ac c ió n . É l se p ro p uso la ta re a de vo lve r a un irlo s . L a s a b i­
d u ría, tal y c o m o la c o n c ib e P lató n , se h alla, en su m ism a e se n c ia, r e la ­
c io n ad a c o n la p rác t ic a y, en c o n c re to , c o n la p o lític a. N o p o dem o s
ab rigar la e sp e ran z a de lle g a r a e n te n d e r la tare a f ilo só f ic a de P lató n si
la ab strae m o s de l p ro b le m a p o lític o tal y c o m o e l f iló so f o lo p e rc ib ía.
S u p ro ye c to f ilo só f ic o n un c a se se p aró de las re alid a d e s p o lític as a t e ­
n ie n se s , y su b ú s q u e d a de v e rd ad e s u n iv e rs ale s y ab s o lutas n un c a se
de sv in c uló de la m isió n de re ge n e rar A te n as . N o se p u e d e p re s c in d ir
de P lató n d ic ie n d o q ue e ra e l id e ó lo go de u n a f ac c ió n aris t o c rátic o -
o lig árq u ic a de la p o lít ic a ate n ie n se , n i tam p o c o p u e d e re d u c irs e a lo s
valo re s de la c u ltu ra aris t o c rátic a la c o n c e p c ió n de P lató n c o n re s p e c ­
to a la v irtu d f ilo só f ic a. P e ro n o h ay dudas de q ue su f ilo so f ía re ve la sus
e sp e ran z as de re ge n e rac ió n m o ral y p o lític a, q ue e x igían la re c o n c ilia­
c ió n de la aris t o c rac ia c o n la p o lític a. P e ro tam p o c o se t rat a de un a
sim p le c ue stió n de s u s titu ir un a f o rm a p o lític a p o r o tra. L a se p arac ió n
de l p e n sam ie n to y la ac c ió n tie n e c o n dic io n e s so c iale s m uy e sp e c íf ic as,
y vo lve rlo s a u n ir re q u ie re un a tran sf o rm ac ió n so c ial.
L a d e m o c rac ia, t a l c o m o ve m o s, h a b ía e v o lu c io n ad o en p a rale lo
c o n e l p rin c ip io c ívic o . E l d is tan c iam ie n to de la a r is t o c r ac ia c o n re s ­
p e c to a la p o lít ic a e ra la c u lm in ac ió n de ese p ro c e so h is tó ric o . E l e s ­
t a b le c im ie n t o de la p o lis at e n ie n s e c o m o e l p r in c ip io d o m in an te de
aso c iac ió n , la c o m un id ad c ívic a c o n sus le ye s y la n ue va id e n tid ad de la
c iu d a d a n ía f ue , al m ism o tie m p o , u n a c o n s o lid ac ió n d e l p o d e r p o p u ­
la r an te la d o m in ac ió n a r is t o c r át ic a . L a id e n t id a d c ív ic a, la j u r is d ic ­
c ió n de la p o lis y el go b ie rn o de l n o m o s en A te n as te n d ían h ac ia un tip o
de ig u a ld a d c o n t raria a lo s p rin c ip io s aris t o c r át ic o s d e l do m in io y la
j e r a rq u ía . L a ta re a de P lató n f ue re c lam ar la p o lis p a ra la aris t o c rac ia.
E llo re q u e ría ro m p e r e l vín c ulo e n tre la p o lít ic a y la d e m o c rac ia, y h a ­
c e r de la j e r a r q u ía (n o de la ig u a ld a d ) la e s e n c ia de la p o lis . L a p o lis ,
d ic h o de o tro m o do , t e n ía q ue s u s t it u ir al o ik o s je rá rq u ic o , la f am ilia
s e ñ o rial de la é p ic a h o m é ric a, c o m o e l t e rr it o r io n a t u r a l de la a r is t o ­
c rac ia. P lató n , así, d e b ía id e a r un a c o n c e p c ió n de la p o lis en la q ue la
re lac ió n p o lít ic a e s e n c ial ya n o f u e ra la in te rac c ió n e n tre lo s c iu d a d a ­
n o s sin o , de n ue vo , la d iv is ió n e n tre g o b e rn an te s y s ú b d ito s , e n tre
q u ie n e s go b ie rn an y q u ie n e s p ro d u c e n . A sim ism o , n e c e s it ab a e la b o ­
ra r u n a c o n c e p c ió n de la j u s t ic ia q ue in v ir t ie r a la re la c ió n , c ad a vez
m ás ín tim a, q ue e n tre e l c o n c e p to de d ik e y la n o c ió n de is o n o m ia se
d ab a e n de m o c rac ia. E n L a R e p ú b lic a , P lató n e lab o ró u n a c o n c e p c ió n
de la d ik a io s u n e q ue la id e n t if ic ab a c o n la d e s ig u ald a d y la div isió n so-
 L a a n tig u a p o li s g rie g a
c ial d e l trab ajo e n tre aq u e llo s q ue g o b e rn ab an y aq u e llo s q ue p r o d u ­
c ían .
E l diálo go c o m ie n za c o n un c ruc e de p alab ras e n tre S ó c rate s y sus
in te rlo c uto re s en re lac ió n c o n tres c o n c e p c io n e s c o n ve n c io n ale s de la
j u s t ic ia: en p rim e r lugar, la sim p le m o ralid ad de l c o m e rc ian te h o n esto ,
c uyas re glas de re c ta c o n duc ta b ásic as so n q ue un o de b e de c ir sie m p re
la v e rd ad , n o e n gañ ar n un c a a n ad ie y p agar las de udas c o n traídas. S e ­
gun do , la m áx im a t rad ic io n al de ayu d ar a lo s p ro p io s am igo s y p e r j u ­
d ic ar a lo s e n e m igo s. P o r últim o , la o b se rvac ió n de q ue a la ju s t ic ia la
d e f in e e l in te ré s d e l m ás f ue rte . P lató n , a travé s de la p e rs o n a de S ó ­
c rates, e n se guida de sc arta la p rim e ra c o n el argum en to de q ue ac c io n es
e sp e c íf ic as, c o m o , p o r e je m p lo , la de de vo lver algo q ue h a sido p re s t a­
do , p u e d e n ser b u e n as y justas en algun as c irc u n s tan c ias , p e ro n o en
o tras. P o le m arc o t rat a de ab o rd ar esto p ro p o n ie n d o , en p rim e r lugar,
q ue la ju s t ic ia es d ar a c ada h o m b re lo q ue m e re c e . P e ro e sa p ro p ue sta,
c laro e stá, p lan te a n ue vas p re gun tas so b re q uié n m e re c e q ué , y en este
p un to P lató n ya in tro d u c e la an alo gía c o n las arte s q ue se c o n ve rtirá en
el c en tro de to do su argum en to : ju z gar lo q ue m e re c e algu ie n es sim ilar
al ju ic io e x p e rto , h e c h o p o r aq u e l q ue p rac t ic a un arte e s p e c ializ ad o ,
un a te c h n é , so b re q ué es un a b ue n a p rác tic a en c u alq u ie r c irc un s tan c ia
p artic u lar. E sto re q u ie re c o n o c e r el p ro p ó sito d e l arte en c ue stió n y lo s
f in es q ue p re te n d e alc an zar. A l ig u al q ue lo s m édic o s, lo s arq uite c to s y
lo s c u rtid o re s o lo s z ap ate ro s de b e n te n e r un c o n o c im ie n to c o n c re to
de lo s f in es y lo s m e dio s ap ro p iado s p ara el e je rc ic io de sus arte s. A sí,
un h o m b re p u e d e v iv ir un a vid a ju s t a y b ue n a só lo si c o n o c e c uál es su
v e rd ad e ro p ro p ó sito y sab e c ó m o alc an z arlo . P o le m arc o p asa en to n c es
a af irm ar q ue la j u s t ic ia s ign if ic a h ac e r el b ie n a lo s am igo s y p e r j u d i­
c ar a lo s e n e m igo s. E sta p ro p u e s ta tam b ié n es d e f ic ie n te , p ue s n o se
p u e d e d e c ir q ue se a ju sto , p o n gam o s p o r c aso , p e r j u d ic a r a e n e m igo s
q ue de p o r sí so n b ue n o s. P o le m arc o se ve o b ligad o a c o n c e de r q ue lo
q ue q uie re de c ir es q ue de b e ríam o s h ac e r el b ie n a lo s am igo s q ue so n
b ue n o s y p e rj u d ic a r a lo s e n e m igo s q ue so n m alo s. P e ro esto s e n c illa ­
m en te lo e x p o n e a la o b je c ió n de q ue n o p u e d e ser justo h ac e r dañ o a
o tro s, so b re to do p o rq ue e l ún ic o dañ o re al q ue p o dem o s c ausarle s es
h ac e r q ue sean p e o r de lo q ue so n. ¿C ó m o p ue d e ser justo h ac e r q ue a l­
guie n sea m en o s b ue n o ? E n to n c es ten em o s q ue b u s c ar aún el p rin c ip io
sub yac e n te de la ju s t ic ia q ue se d is tin gu e de c u alq u ie r e je m p lo e s p e c í­
f ic o y q ue n o s p e rm ite ju z gar c u a lq u ie r ac c ió n p a rt ic u la r m e d ian te un
c rite rio u n iv e rsal q ue se ap lic a a to do s lo s c aso s.
95 96 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
L a d is c usió n c o n T rasim ac o y su d e f in ic ió n de la j u s t ic ia c o m o el
in te ré s d e l m ás f ue rte es la m ás re v e lad o ra y sign if ic ativ a. E m p ieza c o n
la o b se rvac ió n de s c rip tiv a de q ue , en un a situ ac ió n d ad a, e l in te ré s de l
m ás f u e rte o lo s e le m e n to s q ue m an dan se rá lo q ue se ac ab e c o n s id e ­
ran do c o m o lo justo . D e e n trad a, n o p re te n d e se r un ju ic io m o ral. A e s ­
tas altu ras de l diálo go , T rasim ac o e x p re s a e l tip o de ap re c iac ió n an tro ­
p o ló gic a q ue c ab ría e s p e rar de un so f ista c ab al, c o n e l q ue P ro tágo ras
m ism o p o d ría e star de ac ue rd o . S e trata de un a p ro p o s ic ió n sim p le so ­
b re lo s f u n dam e n to s c o n ve n c io n ale s de la m o ralid ad , c o n la o b s e rv a­
c ió n añ ad id a de q ue las id e as de lo s grup o s q ue de te n tan el po der, p ara
b ie n o p ara m al, h an te n d id o a ser las id e as do m in an te s de sus s o c ie d a­
des. P e ro P lató n tie n d e un a c e lad a al so f ista, q ue le p e rm ite al filó so f o
m o v iliz ar y e lab o rar la an alo gía c o n las arte s , ade m ás de tran sf o rm ar
un a se n sata ap re c iac ió n so f ístic a en un a am o ralid ad in ac e p tab le .
S ó c rate s re sp o n de a la o b se rvac ió n h e c h a p o r e l c alc e d o n io T rasi­
m ac o — o b je tab a q ue lo s go b e rn an te s p u e d e n e q uivo c arse so b re sus in ­
te re s e s — y c o n duc e al so f ista a c o n c lu ir q ue e l go b e rn an te es só lo un
go b e rn an te en la m e d id a en q ue no c o m ete e rro re s, un a c o n c lusió n q ue
f ác ilm e n te lle v a a la p ro p o s ic ió n de q ue e l go b ie rn o es un arte e s p e c ia­
liz ado . T rasim ac o c am b ia e n to n c e s de p o sic ió n y, de jan do atrás aq u e lla
o b servac ió n p u ram e n te e m p íric a, se atre ve a p ro p o n e r el p rin c ip io m o ­
r a l de q ue «lo justo es lo q ue c o n vie n e al p o d e r ». C o m o sue le se r c a ­
rac t e rís tic o en lo s diálo go s de P lató n , e l in te rlo c u to r de S ó c rate s se h a
visto c o n ve n ie n te m e n te e m p ujado a un a c o n c lusió n q ue n e c e s ariam e n ­
te n o se sigue de su p rim e ra p re m isa. N o h ay n in gu n a razó n ló gic a p ara
q ue la ap re c iac ió n an tro p o ló gic a de T rasim ac o se a m ás c o n siste n te c o n
e l ju ic io m o ral (e l p o d e r e stab le c e lo q ue es justo ) q ue c o n e l p rin c ip io
de P ro tágo ras de q ue la ju s t ic ia es algo p are c id o al m ayo r b ie n p ara el
m ayo r n úm e ro . P e ro la e s t ra t e gia de P lató n , c o m o un p r e lu d io de lo
q ue se rá su p ro p ia e x p lo rac ió n de la ju s t ic ia, no c o n siste en e n f re n tar­
se a las ap re c iac io n e s ú tile s de lo s so f istas, sin o , m ás b ie n , en so c avar
lo s argum e n to s raz o n ado s de P ro tágo ras m e d ian te un a sue rte de c ulp a
p o r as o c iac ió n , m ie n tras se e s tab le c e , tam b ié n , e l p rin c ip io de q ue el
go b ie rn o es un arte e s p e c ializ ad o . L ue go s u gie re q ue la j u s t ic ia es la
v irtu d e sp e c íf ic a d e l alm a q ue le p e rm ite re aliz ar su f un c ió n e sp e c ial de
la m an e ra m ás e f e c tiv a. E sa f un c ió n es v iv ir b ie n . A q uí, P lató n e s t ab le ­
c e un p rin c ip io q ue re s u lt ará de c isivo p a ra su argum e n tac ió n : e n tre las
f un c io n es b ásic as d e l alm a, e se n c iale s p a ra un a v id a p ro p iam e n te b u e ­
n a, f un c io n e s q ue só lo el alm a p u e d e c um p lir, se c ue n tan las ac c io n es
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a 97
c o m o «d e lib e r a r o h ac e rs e c argo y e je rc e r e l c o n tro l». E m p ezam o s a
c o m p re n de r, e n to n c e s, q ue la ju s t ic ia tie n e algo q ue v e r c o n un e q u ili­
b rio ad e c uad o e n tre v arias f un c io n es so b re las c uale s la razó n e je rc e el
c o n tro l.
R e sulta so rp re n d e n te q ue , al b u s c ar un a d e f in ic ió n de ju s t ic ia, P la ­
tó n n u n c a e m p le e un a c o n c e p c ió n q ue e x p re s e el p rin c ip io de la d e ­
m o c rac ia. N un c a se e n f re n ta d ire c tam e n te , p o r e je m p lo , a un a r g u ­
m en to q ue af irm a q ue la jus tic ia tie n e algo q ue ver c o n la igu alad , q ue la
d ik a io s y n e tie n e algo q ue ve r c o n la is o n o m ia . S i algo h ac e , ap art e de
la p rim e ra d e f in ic ió n q ue se e x am in a en h a R e p ú b lic a , y q ue p asa p o r
e n c im a lige ram e n te , es d e b atir lo s p rin c ip io s c o n ve n c io n ale s q ue , p ara
la an tigua é tic a aris t o c rátic a, e ran f un dam e n tale s . A q uí, la divisió n e n ­
tre am igo s y e n em igo s, así c o m o la q ue se da e n tre lo s q ue m an dan y lo s
súb dito s, te n ía un sign if ic ado e sp e c ial, c uya p ro c e d e n c ia e ra un a s o c ie ­
dad en la q ue el p o de r aristo c rátic o e stab a e n raiz ado en un a re d de g r u ­
p o s de am is tad, las h e ta ire ia i, y en la q ue lo s valo re s de la c lase go b e r­
n an te e ran c o n sid e rad o s c rite rio s un iv e rs ale s . C o n la c o n vic c ió n de
q ue , en la de m o c rac ia, lo s p rin c ip io s aristo c rátic o s c o n ve n c io n ale s so n
m uc h o m ás v u ln e rab le s , P lató n p o n e en te la de ju ic io esto s p rin c ip io s ,
p e ro n o lo h ac e en n o m b re de lo s v alo re s de m o c rátic o s . E n la A te n as
d e m o c rátic a, e l p r in c ip al e sp ac io p o lític o n o es la h e ta ir e ia sin o la p o ­
lis . E l d e m o s , p o r lo tan to , el p u e b lo , y n o la aris t o c rac ia, p u e d e ser
c o n sid e rad o c o m o e l e le m e n to m ás f u e rte , e l e le m e n to q ue e je rc e el
m an do . L o q ue se n e c e s ita, p ie n sa P lató n , es un a n ue va é tic a aris t o c rá­
t ic a, m en o s d e p e n d ie n te de la c o n ve n c ió n y de la trad ic ió n y m uc h o
m ás u n iv e rs alis ta y ab so luta, e n raiz ad a, in c luso así, en la p o lis .
P lató n , e n to n c e s, se disp o n e a s u s titu ir la p ru d e n c ia c o n ve n c io n al
de la o ligarq u ía p o r un a de f en sa f ilo s ó f ic a de la d e s igu ald ad . U n e s p e ­
c ialis t a en e l m un do c lásic o in c luso h a lle gad o a s u ge rir q ue la d o c trin a
de las I de as de P lató n «d e s c e n d ía d ir e c t a m e n t e » de la an tig u a é tic a
aris t o c rátic a de lo s m o de lo s h e ro ic o s, c o m o lo s q ue h allam o s en la é p i­
c a de H o m ero . P e ro en este c aso , el e je m p lo a im itar, e l p a ra d e ig m a , tan
f u n d am e n tal p a ra e l an tiguo c ó digo aris t o c rátic o , se t r ad u c e en «m o ­
de lo s f un dado s en lo q ue e s », q ue es c o m o el p ro p io P lató n de f in e las
I d e as .19 E l argum e n to q ue u tiliz a d e p e n d e d e l h e c h o de s itu ar la justi-
19 . W e r n e r J e a g e r , P a i d e i a : T h e I d e a ls o f G r e e k C u lt u r e , 2 a e d . , t r a d , in g le s a , O x ­
fo r d U n iv e r s it y P r e s s , N u e v a Y o r k , 1 9 4 5 , lib r o 1, p á g . 3 4 ( t ra d , c a s t . : P a i d e i a : L o s i d e a ­
le s d e la c u lt u r a g r i e g a , F o n d o d e C u lt u r a E c o n ó m ic a , e d ic ió n e n u n s o lo v o lu m e n d e
98 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c ia en e l re in o de las I de as ab so lutas, la re alid a d últim a a la q ue só lo la
razó n f ilo só f ic a tie n e ac c eso , m ás allá de la e sf e ra de la v id a c o tid ian a,
d e l m un do de las ap arie n c ias y de «la m u lt ip lic id a d de las c o sas»'.
E l o b je tivo e x p re so d e l diálo go c o n siste en e n c o n trar un a d e f in i­
c ió n de la ju s t ic ia q ue n o sea m e ram e n te c o n ve n c io n al, q ue n o se p re o ­
c up e m e ram e n te de las ap arie n c ias , de las re c o m p e n sas y lo s c astigo s.
S e trata de d e s c u b rir un a id e a ab so luta y un iv e rs al de la ju s t ic ia c o m o
algo q ue es el b ie n en sí m ism o . S ó c rate s sugie re q ue , aun q ue c o n f ía en
id e n tif ic ar las c u alid ad e s d e l h o m b re justo , es m uc h o m ás s e n c illo e m ­
p re n d e r la b ú s q u e d a de la ju s t ic ia en el m o de lo m ás am p lio d e l estado .
A lgun o s c o m e n taristas h an c o n sid e rad o q ue e llo s ign if ic a q ue L a R e ­
p ú b lic a n o es e se n c ialm e n te un a o b ra p o lític a, y q ue el e stado id e al de
P lató n sim p le m e n te ap are c e , en este diálo go , c o m o un m e dio p ara d e ­
f in ir la ju s t ic ia en an alo gía c o n el alm a. P e ro , a m e d id a q ue e l diálo go
avan za y el argum e n to se e x p o n e , va h ac ié n d o se c ad a vez m ás e vide n te
q ue e l f iló so f o e stá se n tan do algun o s p rin c ip io s e se n c iale s de la p o lít i­
c a q ue , en n in gún c aso , tie n e n m en o s im p o rtan c ia q ue la an alo gía de l
alm a, sirvié n do se sie m p re de esa c o m p arac ió n .
S ó c rate s p ro p o n e e n to n c e s se guir, p o r m edio de la im agin ac ió n ,
c ó m o ese estado lle ga a h ac e rse re alid ad y a d e sarro llarse a p artir de un a
f o rm a sim p le h asta c o n ve rtirse en un a so c ie dad de lujo , de las m ás p ró s­
p e ras, de m o do q ue p o dam o s o b se rvar el m o m en to y el lu g ar en lo s q ue
la ju s t ic ia e n tra en esc en a. E l p rim e ro de lo s p rin c ip io s e se n c iale s en ser
e s tab le c id o en e sta re c o n struc c ió n im ag in aria es q ue e l e stado se b asa
en un a divisió n de l trab ajo . E sto sign if ic a q ue e l e stado n o es s e n c illa­
m en te un a c re ac ió n c o n ve n c io n al, sin o q ue se suste n ta en el p rin c ip io
n atu ral de la in te rd e p e n d e n c ia h um an a, en la im p o s ib ilid ad de q ue un
se r h um an o in d iv id u a l p u e d a c um p lir to das las f un c io n e s n e c e sarias
p ara la s u p e rv iv e n c ia, y la v a rie d ad de h a b ilid ad e s in n atas q ue h ac e n
ade c uadas a las dif e re n te s p e rso n as p ara e je rc e r dif e re n te s o c up ac io n es.
A m e d id a q ue S ó c rate s c o n struye su e stado im agin ario , e m p ie z a a h a ­
c e rse e v id e n te q ue la ju s t ic ia t e n d rá algo q ue v e r c o n e sta div isió n de l
trab ajo , el e q u ilib rio ad e c uad o e n tre lo s e le m e n to s c o n stitutivo s.
L le gad o s a e ste p un to de b e ríam o s to m ar n o ta de l h e c h o de q ue , en
la d iv isió n s o c ial d e l trab ajo , n o h ay n ad a q ue la h aga se r in t rín s e c a ­
m e n te j e rá rq u ic a. P lató n , sin e m b argo , e x ige un a d iv isió n de l trab ajo
lo s c u a t r o lib r o s c o n t r a d u c c ió n d e J . X ir a u y W . R o c e s , M é x ic o , D . F ., 1 9 5 7 , p á g . 4 7 ) .
L a d e fin ic ió n d e la s I d e a s a p a r e c e e n e l d iá lo g o T e e te to s o d e la c ie n c ia , 1 7 6 e.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
de e ste tip o , c o n algun o s ele m e n to s q ue c o n tro le n o m an de n so b re lo s
o tro s, y e l e s tab le c im ie n to de e ste p rin c ip io je rá rq u ic o p u e d e se r el
p aso m ás im p o rtan te en su argum e n tac ió n . E n e ste p u n to es do n de
ap re c iam o s la f un c ió n q ue tie n e la an alo gía e n tre el alm a in d iv id u al y el
estado .
D e lo s c iud ad an o s ate n ie n se s p o d ía e sp e rarse q ue re b atie ran la n o ­
c ió n de q ue e x is te un a d iv isió n n a t u ral e n tre q uie n e s m an dan y e n tre
aq ue llo s q ue de b e n ser m an dado s. P lató n , en to do c aso , n o q ue ría q ue
se c re ye ra q ue él e stab a de ac ue rdo c o n e sta n o c ió n o q ue se in c lu ye ra
a to do s lo s ate n ie n se s. E n c am b io , p o d ía ac e p tar c o n m uc h a m ayo r f a ­
c ilid ad e l p rin c ip io de q ue e l alm a san a, la m ás p ro p ic ia p ara un a v id a
m o ralm e n te b ue n a, es aq u e lla en la q ue la razó n m an d a so b re lo s ap e ­
tito s «in f e r io r e s ». N o es p re c is o s u p o n e r q ue la n o c ió n m an iq u e a d e l
alm a f ue ra un a o p in ió n c o m ún en A te n as, p e ro c o m o m ín im o un p r in ­
c ip io as í n o in f r in g iría lo s v alo re s f un d am e n tale s de la c u lt u ra d e m o ­
c rátic a, y a lo s c iud ad an o s tal vez les re s u lt aría m en o s d if íc il ap re c iar la
d is tin c ió n e n tre la razó n y lo s ap e tito s. A h o ra b ie n , la an alo gía p ue d e
se r un p e rs uasiv o in stru m e n to de argum e n tac ió n só lo si n o se da un
ac ue rdo b ásic o so b re un o de sus té rm in o s, q ue lue go p u e d e e x t e n d e r­
se — p o r an alo gía— a f in de ap o yar un a p ro p o s ic ió n m uc h o m ás c o n ­
te n c io sa. P ara un p ú b lic o f o rm ado p o r ate n ie n se s, el p rin c ip io p o lític o
p re s e n te en el argum e n to de P lató n es in d ud ab le m e n te c o n tro ve rtido ,
y a su e n te n d e r se ría in ú t il in vo c arlo p ara ap o yar algu n a o tra p ro p o s i­
c ió n sup ue stam e n te an álo ga. A p e s ar de lo q ue e l f iló so f o no s d ic e , su
in te n c ió n p rim o rd ial es de f e n d e r un p rin c ip io p o lític o p ro f un dam e n te
c o n tro v e rtid o , b asán d o se en la n o c ió n m en o s p o lé m ic a d e l alm a. D e
to do s m o do s, a p e s ar de lo q ue S ó c rate s no s d ic e so b re la argu m e n ta­
c ió n , an tes de e m p re n d e r la re c o n struc c ió n d e l e stado ya h a in t ro d u c i­
do la n o c ió n de un e q u ilib rio e n tre e l e le m e n to c o n tro lad o r y rac io n al
de l alm a, y lo s ap e tito s in f e rio re s. Y a m e d id a q ue avan za, h ac e uso , l i ­
b re m e n te , de la an alo gía e n tre el alm a y e l estado .
A de m ás, vale la p e n a s e ñ alar q ue , a f in de lle v ar a c ab o este giro d e ­
c isivo en su argum e n tac ió n , e stab le c ie n d o la divisió n n atu ral e n tre go ­
b e rn an te s y go b e rn ad o s , P lató n re c u rre só lo a do s p arte s d e l alm a, la
«m e j o r » y la «p e o r », o la razó n y lo s ap e tito s, aun q ue lle g a r á a p ro p o ­
n e r un alm a t r ip a rt it a. S i b ie n e l alm a t r ip a r t it a , q ue ap are c e só lo de
m an e ra e s p o rád ic a en la o b ra de P lató n , tie n e su p ro p ia f in alid ad p o lí­
tic a, m ás e sp e c íf ic a en la id e ac ió n de un tip o de e stado t rip artit o , o m e ­
jo r dic h o , un e stado b ip artito c o n un a c lase go b e rn an te q ue e je rc e do s
99 10 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
f un c io n es d is tin tas, la divisió n f un d am e n tal e n tre go b e rn an te s y go b e r­
n ado s, e n tre lo s q ue m an dan y lo s q ue so n m an dado s, se so stie n e g r a ­
c ias a un alm a b ip artita. E n su o tra o b ra p o lític a p rin c ip al (L as L e ye s )
v ue lv e a r e q u e r ir só lo u n a div isió n e n tre la raz ó n , la «s o b e ran a n a t u ­
r a l», y las p asio n e s, lo s ap e tito s o f un c io n es in f e rio re s de l alm a. I n c lu ­
so en L a R e p ú b lic a , la divisió n e se n c ial es la q ue se da e n tre la razó n so ­
b e ran a y lo s e le m e n to s m ás b ajo s , de ig u al m o do q ue la divisió n
p rim o rd ial en e l e stad o es e n tre aq u e llo s q ue m an dan y aq u e llo s q ue
p ro duc e n . E l alm a t rip a rt it a, en la q ue un e le m e n to «e s p ir it u a l» au x ilia
id e alm e n te a la razó n d e lib e rativ a, le p e rm ite b o s q ue jar las do s f u n c io ­
nes d is tin tas de la c lase go b e rn an te , la d e lib e rativ a y la m ilitar, en c o n ­
trap o s ic ió n a las f un c io n es «in f e r io r e s » de las c lase s agríc o las y de lo s
q ue e je rc e n o tras arte s p rác tic as. E n c ad a un o de lo s p aso s de l diálo go ,
en c ad a asp e c to de la an alo gía e n tre e l alm a y e l e stad o , re s u lt a d if íc il
c o n f un dirse so b re e l c ariz q ue c o b ra la argum e n tac ió n , esto es, q ue la
do c trin a d e l alm a sirve a la te o ría de l estado .
A l tie m p o q ue P lató n d e t alla las c ualid ad e s d e l alm a b u e n a, e x p o ­
n e tam b ié n c uále s so n las c u alid ad e s ap ro p iad as y c o n ve n ie n te s de la
c lase go b e rn an te y aq ue llas c arac te rístic as q ue de b e n re le gar a lo s h o m ­
b re s al so m e tim ie n to p o lític o . A q ue llo q ue re s u lt a e sp e c ialm e n te s o r­
p re n d e n te en e sta d e sc rip c ió n de la «n a t u ra le z a f ilo s ó f ic a» de las c u a li­
dad e s d e l alm a, q ue so n , a su vez, las ap ro p iad as p ara go b e rn ar, es la
m e d id a en q ue las v irtu d e s f ilo só f ic as se c o rre s p o n d e n c o n lo s rasgo s
aristo c rátic o s m ás c o n ve n c io n ale s. E n la do c trin a de P lató n , re su lta im ­
p o sib le se p arar las c u alid ad e s m o rale s de la c o n dic ió n so c ial (c o m o el
c o n c ep to in glé s de «n o b le z a », q ue im p lic a un atrib uto m o ral y un a p o ­
sic ió n so c ial), dado q ue e l f iló so f o c o n c e de , al ig u al q ue o tro s c rític o s
aristo c rátic o s de la de m o c rac ia, un a gran im p o rtan c ia al e stilo y al c o m ­
p o rtam ie n to c o m o ref lejo s de un a v irtu d m o ral m ás p ro f un da. M ás en
c o n c re to , la re aliz ac ió n de la n atu rale z a f ilo só f ic a de p e n d e de las c o n ­
dic io n e s de v id a de un a aris t o c rac ia o c io sa, c ap az de ad ue ñ ars e de l t r a ­
b ajo de lo s o tro s y de se r lib r e de la n e c e s id ad de to m ar p a rt e en el
trab ajo p ro duc tivo .
E l argum e n to de P lató n aq u í es s ign if ic ativ o p o r div e rsas razo n es.
S ign if ic a q ue , en la d e te rm in ac ió n de las c ualid ad e s d e l alm a q ue d iv i­
den a lo s seres h um an o s en go b e rn an te s y go b e rn ado s, so n m ás d e c is i­
vas las c o n d ic io n e s so c iale s q ue las d if e re n c ias in n atas. L o s h o m b res
n ac e n , de sde lue go , c o n c ap ac id ad e s div e rsas, algo q ue e s, un a vez m ás,
la razó n p o r la q ue la div isió n d e l trab ajo es un p r in c ip io n atu ral. L as
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
d if e re n c ias e n tre e llo s, sin e m b argo , n o so n suf ic ie n te s p ara ju s t if ic ar la
in m e n sa y p e rm an e n te divisio n e n tre go b e rn ado s y go b e rn an te s. I n c lu ­
so las d if e re n c ias e n tre alm as «á u r e a s » y alm as de «p la t a », p o r un lad o ,
y e n tre alm as de «h ie r r o » o de «c o b r e », p o r o tro , e stán , en lo e se n c ial,
d e te rm in ad as so c ialm e n te . E l ab ism o in s alv ab le e n tre la m in o ría q ue
e stá p o r n atu rale z a c u alif ic ad a p ara go b e rn ar y aq ue llo s q ue de b e n ser
go b e rn ado s se f un dam e n ta en d if e re n c ias m ás p ro f un das , en las c o n d i­
c io n es de v id a q ue se p aran a las c las e s p riv ile giad as de lo s p o b re s, de
lo s arte san o s, m e rc ad e re s y lab rie go s , atado s al m un do de la n e c e sid ad
m ate rial. C ad a c o n d ic ió n de v id a tie n e su p ro p ia v irt u d e sp e c íf ic a,
aq u e llas c ualid ad e s q ue so n las m ás in d ic ad as p ara c u m p lir c o n e l c o ­
m e tido q ue le es p ro p io . P e ro la m ayo ría q ue se d e d ic a a o c up ac io n e s
in n o b le s y de ín f im a im p o rtan c ia n u n c a p u e d e alz ars e p o r e n c im a de
las v irtud e s re lativ as a su c o n dic ió n so c ial, y e n s e gu id a se h ac e e v id e n ­
te q ue la m ás alta v irtu d de estas c lase s es la sum isió n v o lu n taria a sus
sup e rio re s. L a v e rd ad e ra v irtud e x ige la lib e rac ió n de la «m u lt ip lic id a d
de c o s as ». L as c o n d ic io n e s p ara la re aliz ac ió n de la v e rd a d e r a v irtu d ,
sin e m b argo , no so n sim p le m e n te las c irc un s tan c ias so c iale s de l in d iv i­
duo . U n a p o lis go b e rn ad a p o r lo s ap e tito s m ás b ajo s, esto es, un a p o lis
d o m in ad a p o r sus c las e s b a n á u s ic a s , in e v itab le m e n te c o rro m p e rá al
alm a m ás ad m irab le . S ó lo se p u e d e alc an z ar la v id a de l alm a v irtuo s a
en un a p o lis q ue de ja q ue f lo re z c an las c o n dic io n e s so c iale s n e c e sarias
y q ue se h alla d irig id a p o r go b e rn an te s q ue e n c arn an lo s e le m e n to s s u ­
p e rio re s d e l alm a. R e q u ie re , c o m o m ín im o , de un re y f iló so f o q ue e n ­
c arn e las v irtu d e s n e c e s arias y go b ie rn e la p o lis de ac u e rd o ab s o lu t a­
m e n te c o n su s ap ie n c ia f ilo só f ic a, lib re de las re s tric c io n e s im p ue stas
p o r la ley.
C uan do P lató n p asa a ras tre ar lo s e stadio s q ue jalo n an el de c liv e de
la p o lis , c o n f irm a la d e p e n d e n c ia de la v irtu d c o n re sp e c to a las c o n d i­
c io n es so c iale s. E n e l de c liv e , e l m o m en to de c isivo es la c aíd a de la s e ­
gun d a m ejo r f o rm a de go b ie rn o , la tim o c rac ia, re p re s e n t ad a p o r un e s ­
tado gue rre ro c o m o E s p arta, un a c aíd a d e b id a al af án de h o n o r, y su
sustituc ió n p o r la o ligarq u ía, q ue se m ue ve gu iad a p o r el af án de d in e ­
ro . L a o ligarq u ía es e l go b ie rn o n o só lo de lo s ric o s, sin o en c o n c re to de
q u ie n e s e stán en p o se s ió n de un a p ro p ie d a d in a lie n a b le , es de c ir, no
de un a aris t o c rac ia te rrate n ie n te , sin o de h o m b res o p ule n to s. L a t r a n ­
sic ió n de la tim o c rac ia a la o ligarq u ía m arc a e l c o m ien zo d e l go b ie rn o
de las p arte s in f e rio re s d e l alm a, a m e d id a q ue el e le m e n to «e s p ir it u a l»
c e de an te lo s ap e tito s m ás ab ye c to s. R e sulta m ás q ue e v id e n te la e s tre ­
10 1 10 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c h a re lac ió n q ue en la d o c trin a m o ral de P lató n e x is te e n tre las c u a li­
d ad e s d e l alm a y las c o n d ic io n e s so c iale s. L a f o rm a p re d o m in an t e de
p ro p ie d ad in c lus o es de c is iv a en e l p ro c e so de d ar f o rm a a la d is p o s i­
c ió n m o ral de la p o lis . E l c am b io q ue sup o n e p as ar de la p ro p ie d ad
aris t o c rátic a y h e re d it a ria a la riq ue z a p e c u n iaria f ran q ue a la c rít ic a lí­
n e a d iv iso ria e n tre , de un lad o , un a so c ie d ad en la q ue la c lase q ue go ­
b ie rn a — en un a tim o c rac ia, la c lase q ue lu c h a— «s e ab ste n d rá de c u a l­
q u ie r f o rm a de n e go c io , ac tiv id ad agríc o la u o f ic io s m an u ale s », y de l
o tro , un a so c ie d ad en la q ue lo s e le m e n to s q ue la d irige n so n h o m b res
q ue h an am asado un a f o rtun a gan án d o se la vida.
E l h e c h o de q ue en la p o lis id e al de L a R e p ú b lic a la c las e go b e rn an ­
te c are z c a de p ro p ie d ad e s , en tan to q ue las c lase s s u b o rd in ad as a p a ­
re n te m e n te sí las te n gan , n o d e b e ría c o n f un dirn o s so b re lo s valo re s
aris t o c rátic o s q ue im p re gn an e l diálo go . L as re f e re n c ias al «c o m u n is ­
m o » de P lató n — en re lac ió n c o n la p ro p ie d ad c o m un al y la c o m un idad
de esp o sas e h ijo s a e lla v in c u lad a— re s u lt an p art ic u la rm e n t e deso -
rie n tad o ras . E n la c o n c ep c ió n q ue P lató n tie n e de la p ro p ie d ad , lo im ­
p o rtan te es q ue lo s go b e rn an te s p e rte n e z c an a un grup o q ue vive de l
trab ajo de o tro s y q ue es ajen o a las n e c e s id ad e s m ate riale s , q ue so n la
f uen te m ás f un dam e n tal de distrac c ió n p ara la in te le c c ió n . E n el m un do
re al, la ap ro x im ac ió n q ue m ás se ac e rc a a su id e a l — u n a c las e g o b e r­
n an te q ue p u e d e «a b s t e n e rs e de c u a lq u ie r f o rm a de n e go c io , de c u lt i­
v ar la tie r ra o de c u a lq u ie r o tro o f ic io »— es la de un a c las e t e r r a t e ­
n ie n te q ue e s tá s e gu ra en su p ro p ie d a d , in m ó vil e in alie n ab le , q ue
o rd e n a e l trab ajo de o tro s y q ue n un c a se re b a ja a lo s só rd id o s trato s
c o m erc iale s. E n L as L e ye s , P lató n e x p lic itará e sta re lac ió n e n tre el id e al
y la «s e g u n d a m e jo r» p o lis .
A sim ism o , es s ign if ic ativ o q ue , c uan do P lató n re s p o n s ab iliz a a un a
«m a la f o rm ac ió n » de la c o rrup c ió n de lo s in d iv id uo s b r illan t e s q ue
p ro m e tían , n o e stá p e n s an d o en e l e f e c to n o c ivo de u n a m ala v id a f a ­
m iliar o en un a m ala e d u c ac ió n , sin o m ás b ie n , y an te to do , en la in ­
f lu e n c ia c o rrup to ra de la m u ltitu d . E n e ste p un to , P lató n vue lve a p o ­
n e r lo s argum e n to s de P ro t á g o ra s en c o n tra de l so f ista. A d o p ta la
o p in ió n d e l so f ista de q ue la c o m un id ad , y n o algún in s tru c to r in d iv i­
d u al, es e l m ae stro m ás e f ic ie n te , e l m ás c ap az de t ran s m it ir sus valo res
y p ro m o ve r lo s rasgo s de c arác t e r q ue m ás e stim a. P e ro m ie n tras P ro ­
tágo ras c o n sid e rab a q ue la p o lis de m o c rátic a, jun to c o n sus c o stum b re s
y le ye s , e ra la f ue n te m ás s e gura de la v irtu d , p ara P lató n , en c am b io , es
el te rren o de c ultivo de l vic io . E l d e m o s , el p ue b lo , só lo es c ap az de un a
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
v irtu d re lativa, e sp e c íf ic a a su b aja c o n dic ió n so c ial, p e ro su c o rrup c ió n
es m ás ab s o lu ta. E l v ic io de la m u lt it u d b a n á u s ic a n o es só lo su a t r i­
b uto e sp e c íf ic o de c las e , sin o la f u e n te de la c o rrup c ió n q ue tam b ié n
in f e c ta a o tras c lases, tal c o m o in f ec tó , no s dic e P lató n e n e l G o rg ia s , in ­
c luso a P e ric le s , al q ue f ue ra su d irige n te m ás de stac ado .
L a p o sesió n de la v e rd ad e ra v irtu d y de la «n a t u r a le z a f ilo s ó f ic a»
de p e n d e , en am b o s c aso s, de la p o sic ió n so c ial de l in d iv id uo y de la c a ­
lid ad de la p o lis c o m o un to do , en p a rt ic u la r de l c arác te r so c ial de q u ie ­
n es la do m in an . L a im p o rtan c ia q ue P lató n o to rga a las c o n dic io n e s so ­
c iale s de la v irtu d tie n e q ue af ec tar, in e vitab le m e n te , n ue stra m an e ra de
e n te n d e r su te o ría de l c o n o c im ie n to y e l e je rc ic io de la f ilo so f ía. R e s u l­
ta e v id e n te q ue , p a ra P lató n , el c o n o c im ie n to v e rd ad e ro q ue S ó c rate s
h a id e n tif ic ad o c o n la v irtu d no só lo e x ige la lib e rac ió n e p is te m o ló gic a
c o n re sp e c to al m un do m ate rial de las ap arie n c ias , sin o tam b ié n la l i ­
b e rac ió n so c ial de la n e c e s id ad m ate rial en la v id a c o tid ian a. Y a s a b ía ­
m o s q ue la lib e rt a d c o n re sp ec to a la n e c e s id ad m ate rial es un a c o n d i­
c ió n p ara q uie n e s p r ac tic an e l «A r t e R e g io » de la p o lít ic a o el arte de
go b e rn ar. Y , a m e d id a q ue P lató n e x p lic a el p ro c eso de ad q u is ic ió n de l
v e rd ad e ro c o n o c im ie n to , ac lara q ue e l re q uis it o e s e n c ial p ara aq u e l
A rte R egio es e l c o n o c im ie n to d e l «b ie n h u m an o », el v e rd ad e ro p r o ­
p ó sito o te lo s de la h u m an id ad , q ue n o es n i e l m ero p lac e r, n i el p o de r
n i la riq u e z a m ate rial, sin o la c o n sum ac ió n de la e s e n c ia de l h o m b re
c o m o se r rac io n al. L a c o n dic ió n so c ial q ue P lató n re q u ie re de su c lase
go b e rn an te , en o tras p alab ras , es tam b ié n la c o n dic ió n m ín im a d e l v e r­
d ad e ro c o n o c im ie n to .
C uan do P lató n d e lin e a e l p ro gram a de la e d uc ac ió n f ilo só f ic a, la li­
b e rtad c o n re sp e c to a la n e c e s id ad m ate rial e m p ie z a a ap are c e r n o só lo
c o m o un a c o n dic ió n n e c e s aria, sin o c o m o un p aso in te gral en el p ro c e ­
so de ad q u is ic ió n de l c o n o c im ie n to d e l B ien . E l o b je tiv o de la e d u c a ­
c ió n q ue p ro p o n e P lató n c o n siste en c o n d u c ir al e s tu d ian te al c o n o c i­
m ie n to de la b o n d ad en s í m ism a, la I d e a ú ltim a o F o rm a d e l B ien
c o m o un a e s e n c ia ú n ic a e in alt e rab le q ue se h a lla m ás allá de lo s c aso s
e sp e c íf ic o s de la b o n d ad . E sto , en su o p in ió n , e x ige un a c o m p re n sió n
de un o rde n c ó sm ic o m uc h o m ás gran d e , la e x p re s ió n de un a R azó n
sup e rio r. P lató n n u n c a no s o f re c e un a d e f in ic ió n d e l B ie n , p o rq ue su
ap re h e n sió n es un tip o de re v e lac ió n , e in c lus o un a e x p e rie n c ia m ís t i­
c a. P e ro e l p ro c e so q ue c o n duc e al d is c íp u lo h asta e l p un to de la re v e ­
lac ió n se e x p o n e c o n to do d e talle c o n f o rm e P lató n e n um e ra, jun to c o n
sus o b je to s ad e c uad o s , las div e rsas f o rm as de c o gn ic ió n en o rde n a s ­
10 3 10 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c e n d e n te . L a lín e a d iv is o ria e s e n c ial es la q ue s e p ara e l m un do de l^s
ap arie n c ias y e l m un do in t e lig ib le , y c ad a un o de ello s se sub d iv id e en
f o rm as in f e rio re s y sup e rio re s : la f o rm a de c o gn ic ió n m ás v in c u lad a a
las ap arie n c ias es la im agin ac ió n , c uyo o b je to so n las im áge n e s , y p o r
e n c im a de e lla se h a lla la c re e n c ia o la o p in ió n , q ue atañ e a las c o sas v i­
sib le s. C ruzam o s la lín e a y, al p e n s a r lo s o b jeto s m ate m átic o s, n o s ad e n ­
tram o s en e l m un do in te ligib le . A p a rt ir de allí, asc e n de m o s a la in t e li­
ge n c ia o al c o n o c im ie n to de las F o rm as. E sto , f in alm e n te , no s lle v a al
um b ral d e l B ien .
E l p ro c e so de e d uc ac ió n es un a p ro gre s ió n grad u al en e l d e s p re n ­
dim ie n to de l alm a de «la m u lt ip lic id a d de las c o s as » y de las m eras ap a­
rie n c ias . L a lib e rac ió n d e l c ue rp o y e l alm a c o n re sp e c to a la n e c e s id ad
m ate rial f o rm a p arte de e sa p ro gre s ió n , n o m en o s q ue la je ra rq u ía de la
c o gn ic ió n . L a lib e rac ió n p r ác tic a re sp e c to de la n e c e s id ad m ate rial c o ­
t id ian a es e l p rim e r m o m e n to , e l m o m e n to e s e n c ial de la lib e rac ió n
e p is te m o ló gic a de l alm a re sp e c to d e l m un do de las ap arie n c ias .
El po l ít ic o y La s L e ye s
V o lvam o s a la te o ría d e l c o n o c im ie n to de P lató n tal c o m o es d e li­
n e ad a en L a R e p ú b lic a p a ra e s tim ar de q ué m o do n u e stro ju ic io de
to do su siste m a f ilo só f ic o — n o só lo la f ilo so f ía p o lític a de P lató n , sin o
tam b ié n su e p is te m o lo gía— se ve af e c tad o , in c lus o , p o r sus p re s u p o s i­
c io n es m ate riale s y c o n se c ue n c ias id e o ló gic as . P o r lo p ro n to , un a b r e ­
ve c o n side rac ió n de sus o tras do s o b ras p o lític as im p o rtan te s , E l p o lí ­
tic o y L a s L e ye s , n o s ayu d ará a c lar if ic a r lo s sup ue sto s q ue im p re gn an
su p ro ye c to f ilo só f ic o .
P u e d e re s u lt ar e n gañ o so c o n s id e rar la p ro gre s ió n d e sd e L a R e p ú ­
b lic a h as ta E l p o lític o y L a s L e y e s c o m o un de sc e n so d e sd e lo id e a l en
do s e tap as. P o r sup ue sto : es c ie rto q ue en L a s L e ye s se p re s e n t a lo q ue
se rá u n a alte rn ativ a a la p o lis id e al, la s e gu n d a m e jo r p o lis , y es c ie rto ,
asim ism o , q ue E l p o lític o f a c ilit a u n a tran s ic ió n c o n c e p tu al a la o b ra
p o ste rio r. P e ro re s u lt a im p o rtan te re c o n o c e r q ue lo s tre s diálo go s e x ­
p re s an , to do s e llo s, lo s m ism o s p rin c ip io s f u n d am e n tale s q ue P lató n
e lab o ra d e sd e d if e re n te s p e rs p e c tiv as . L a R e p ú b lic a , sin lu g a r a dudas,
m ue stra un a m ayo r le a lt a d h ac ia lo s p rin c ip io s f ilo só f ic o s q ue h ac ia la
p o lít ic a aris t o c rátic a, y re f le ja, c ie rtam e n te , e l d e se n c an to q ue e l in t e n ­
to de c o n s t it u ir u n a o lig a rq u ía at e n ie n s e c au s a en e l f iló so f o . E n L as
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
L e ye s , P lato n d e s c rib irá c o n sum o d e talle un a c o n stitu c ió n q ue n o d e ­
p e n d e tan to de q ue go b ie rn e la s a b id u ría d e l f iló so f o c o m o de las in s ­
tituc io n e s y las le ye s c uid ad o s am e n te e lab o rad as y d e s tin ad as a im itar,
en lo p o s ib le , lo s ef ec to s d e l go b ie rn o f ilo só f ic o . S i b ie n e sta p o lis a lo
sum o es un a im itac ió n de la p o lis id e al, ad a p t a d a a las d uras re alid ad e s
de la v id a m ate rial y so c ial, en c ie rto se n tido aún es m ás re v o lu c io n aria
q ue L a R e p ú b lic a . S i L a R e p ú b lic a re p re s e n t a un a su e rte de e x p e r i­
m en to im agin ario , q ue n o p re te n d e ser un m o de lo de la p o lis id e a l sin o
m ás b ie n un e n u n c iad o , en un e stilo p o é tic o o m e taf ó ric o , de c ie rto s
p rin c ip io s q ue so n f u n d am e n tale s , L a s L e ye s , p o r u tó p ic o q ue e llo
p u e d a p are c e m o s , c o n vie rte aq ue llo s p rin c ip io s en un p ro gram a in s t i­
t u c io n al. E s de c ir, p ro p o n e un a c o m p le ta tran s f o rm ac ió n de las r e la ­
c io n es p o lític as y so c iale s tal c o m o se dan en la A te n as de la é p o c a de
P lató n , un c am b io ra d ic a l re sp e c to de to do c uan to es e s e n c ial en la
p rác t ic a p o lít ic a ate n ie n se y lo s p u n tale s so c iale s q ue la so stie n e n , h a s ­
ta in c lu ir las c o n d ic io n e s b ás ic as de p r o p ie d a d y t rab aj o . L a p o lis de
L as L e ye s de ja aún m ás c laro q ue es en e l e stado id e a l de L a R e p ú b lic a
d o n de ap are c e n lo s c o m p ro m iso s p o lític o s de P lató n . E l p o lític o , si
b ie n n o p re s e n t a p ro gram a algun o p a ra un a c o n stituc ió n id e a l o in c lu ­
so de u n a c o n s titu c ió n alte rn ativ a ó p tim a, e lab o ra, en c am b io , lo s
p rin c ip io s p o lític o s q ue h an sido p re s e n tad o s en L a R e p ú b lic a y lo s d e ­
s arro lla c o n e l o b je to de s e n tar lo s c im ie n to s de la re v o lu c ió n q ue se
p ro p o n e en L as L e ye s .
E l p o lític o es, an te to do , un a e x p o s ic ió n m uy d e t a lla d a d e l a r g u ­
m en to de las arte s, un argum e n to q ue ya h ab ía de se m p e ñ ado un p ap e l
de p rim e r o rden en L a R e p ú b lic a . A de m ás, E l p o lític o re d e f in e e l p r in ­
c ip io de l de re c h o q ue en L a s L e ye s ac ab ará p o r re c ib ir un a f o rm a c o n ­
c re ta. E n ef ec to , tie n d e un p ue n te e n tre e l go b ie rn o de la f ilo so f ía y el
go b ie rn o f ilo só f ic o de la ley. L a p rim e ra p re m is a, un a vez m ás, c o n sis­
te en q ue la p o lític a es un arte e sp e c ializ ad o , q ue e x ige un o s c o n o c i­
m ien to s y un a e x p e rie n c ia re f in ado s, au n q ue aq uí, m ás q ue en L a R e p ú ­
b lic a, P lató n h ac e h in c ap ié en las dif e re n c ias e n tre e l arte de go b e rn ar
y las artes m ás c o n ve n c io n ale s, a f in de re s altar la in c o m p atib ilid ad e n ­
tre e l arte de la p o lític a y las o c up ac io n e s c o m un es y c o rrie n te s. E l é n ­
f asis, c o m o sie m p re , se p o n e en la p e ric ia y la e x c lu s iv id ad de las arte s
e sp e c ializ ad as, y q uiz á la c ue stió n m ás de c isiva sea q ue el v e rd ad e ro e x ­
p e rto de b e te n e r c arta b lan c a en e l e je rc ic io de su arte . E ste p rin c ip io ,
q ue ab sue lv e al p o lític o de o b e d e c e r la ley, c re ará e l m arc o p ara la r e ­
d e f in ic ió n d e l p rin c ip io de la p rim ac ía d e l de re c h o .
10 5 10 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P e ro en p rim e r lugar, P lató n b u s c a la m e jo r an alo gía p ara e l arte de
go b e rn ar. C o m ie n za sugirie n d o q ue el arte de la p o lític a, en lo e se n c ial,
e stá to talm e n te u n id o al arte de la e c o n o m ía do m é stic a. H u e lga re c o r­
d ar lo im p o rtan te q ue d e b e ría h ab e r sido en la A te n as de P lató n tratar
la p o lis c o m o un o ik o s m agn if ic ad o , c o n to do lo q ue c o n lle v a de e s ­
t r u c t u ra j e rá rq u ic a . P lató n , ade m ás, se m ue s tra e s p e c ialm e n te p ro v o ­
c ativo al id e n t if ic ar al p o lític o c o n e l se ñ o r de la c asa, o in c lus o c o n el
am o de lo s e sc lavo s, e l d e s p o s te s . E sto , sin e m b argo , n o b as ta p ara c a ­
rac te riz ar e l arte de la p o lític a, de m o do q ue P lató n se av e n tura a ir m ás
lejo s e in tro d u c e , e n to n c e s, el m ito d e l c ic lo c ó sm ic o , q ue ya e n c o n tra­
m o s al e x am in ar la h isto ria de P ro m e teo . L o s seres h um an o s, en la é p o ­
c a de l f iló so f o , viven en la E ra de Z eus, la e ra in f e rio r d e l c ic lo c ó sm i­
c o , c o n to das sus p e n as y trab ajo s , de sp o j ad o s de to d a g u ía o ayud a
div in a, en un m arc ad o c o n traste c o n la E ra de C ro n o s, c uan do e l re b a ­
ñ o de la h u m an id ad e ra go b e rn ad o y alim e n tad o f ís ic am e n te p o r el
p asto r divin o . E sto sugie re la p o sib le an alo gía e n tre e l p o lític o y el p a s ­
to r; p e ro , si b ie n P lató n re c o n o c e c ie rtas af in id ad e s , n o p u e d e ac e p tar
e sta an alo gía de m an e ra in e q uívo c a. C ue n ta, sin d uda, c o n la v e n taja de
h ac e r h in c ap ié en q ue e l arte de la p o lític a t rata d e l go b ie rn o y n o de la
c iu d ad an ía, p e ro p o r razo n es q ue n o t ard ar án en h ac e rs e e vide n te s, se
m ue stra re n ue n te a ac e p tar q ue el arte p o lític o , c o m o e l arte de c uid ar
de las o vejas, c o m p o rta la n utric ió n f ís ic a de sus súb dito s.
E l arte q ue m ás se asem e ja al arte de go b e rn ar es, a ju ic io de P lató n ,
e l arte de te jer. E l arte de t e je r se le c c io n a lo s m ate riale s ap ro p iad o s y
re c h az a lo s de m ás, y un e un a m u lt ip lic id a d de h e b ras dif e re n te s en un
te jid o v ario p in to p e ro u n if ic ad o . E l arte de la p o lític a se ase m e ja al de
t e je r p o rq u e su o b je tivo es c re ar un t e jid o so c ial a p a r t ir de tip o s h u ­
m an o s diverso s. E l p o lític o sup e rv is a la s e le c c ió n y e l re c h az o de lo s
m ate riale s y c re a la te la de l e stado a p a r t ir de la u rd im b re y la tram a de
la h u m an id ad . D e b e t e j e r j u n t as las h e b ras q ue re alm e n te p e rte n e c e n
a la te la d e l e stado , al tie m p o q ue «e n v u e lv e » en e lla o tro s e le m e n to s,
aq u e llas p arte s n o in te grale s de l e stado p e ro q ue so n n e c e sarias p ara su
m an te n im ie n to . P lató n d is tin gu e e n tre e l arte de te j e r y o tras arte s
a u x ilia re s : las q ue se h a lla n «s u b o r d in a d a s » al t e j e r p e ro aun as í so n
p arte s d e l p ro c e so , c o m o e l c ard ad o y e l h ilad o , y las q ue so n m e ra­
m e n te «c o n t rib u t iv a s », en e l se n tido de q ue n o p e rte n e c e n al p ro c eso
de te je r, sin o q ue sim p le m e n te p ro d u c e n las h e rram ie n tas n e c e s arias
c o m o las la n z ad e ra s . D e m an e ra an álo ga, e x is te n arte s s u b o rd in ad as
y c o n trib u tiv as en el re in o de la p o lít ic a . E n p art ic u la r, aq u e llo s q ue
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
e je rc e n las arte s c o n trib utiv as n o p a rt ic ip an d e l arte re gio de la p o lít i­
c a, y e stas arte s, p o lític am e n te e x c lu id as , re s u lt a q ue ab arc an to do
aq ue llo q ue es p ro d u c id o p o r lo s re q uisito s f ísic o s de la c o m un idad: su
alim e n tac ió n , las h e rram ie n tas , la ro p a y e l c o b ijo , lo s m e dio s de tran s ­
p o rte y o tro s m ate riale s q ue se u tiliz an p ara m an te n e r la e x is te n c ia y la
salud , p ro p o rc io n ar diversió n y d ar p ro te c c ió n . A ristó te le s, q ue se un ió
a la A c ad e m ia en e l 3 6 7 a. C ., es d e c ir m ás o m en o s en la é p o c a en q ue
E l p o lític o de P lató n e s tab a c o b ran do f o rm a, a c ab aría m ás ta rd e h a ­
c ie n do un a d is tin c ió n e n tre las «p a r t e s » y las «c o n d ic io n e s » de la p o lis
c uyo e f ec to p o lític o s e ría sim ilar: aq ue llo s q ue tie n e n p artic ip ac ió n en
la p o lític a y aq ue llo s q ue sim p le m e n te c re an las c o n dic io n e s q ue la h a ­
c en p o sib le .
U n a vez e s tab le c id a la n atu rale z a y el p ro p ó sito d e l arte re gio , P la ­
tó n e stá en c o n dic io n e s de re d e f in ir c o m o c o rre sp o n de el p rin c ip io de l
p rim ado de la ley. L a p rim e ra p re m is a q ue p re s e n ta es q ue la ley, al m e ­
no s t a l c o m o se la e n tie n d e c o m ún m e n te en la A te n as d e m o c rátic a, es
in c o m p atib le c o n e l arte . N o m o s y te c h n é so n an tité tic o s , p o rq ue e l d o ­
m in io de la le y re strin ge e l lib re jue go d e l arte d e l arte san o y p o rq ue lo s
n o e x p e rto s m an dan de h e c h o a lo s e x p e rto s. Q uie n e s so n ign o ran te s
de las arte s m é dic as no p ue d e n , p o r e je m p lo , de c ir a lo s m édic o s q ué es
p re c iso h ac er. T ien en q ue ser lib re s p ara re sp o n de r de m an e ra c re ativa
a c ada situac ió n , tal c o m o su c o n o c im ien to y tale n to m ejo r les dic te n h a ­
c erlo . E l go b ie rn o de la ley, tal c o m o lo e n tie n de n lo s aten ien se s, in f rin ­
ge ese p rin c ip io d e l arte y ata las m an o s de q uie n es lo s go b ie rn an . E l n o ­
m o s ac túa c o m o un c o n tro l so b re lo s q ue d irige n y m an dan n o en m en o r
m e d id a q ue so b re aq u e llo s q ue so n d irigid o s y m an d ad o s; y (tal c o m o
vim o s an tes al e x am in ar la o p o sic ió n e n tre n o m o s y th e s m o s , c o m o do s
c o n c ep c io n es m uy distin tas de la le y) es un a e x p re sió n de l c o m etido de l
p ue b lo — el c o m e tido de lo s n o e x p e rto s — en la d e te rm in ac ió n de su
v id a en c o m ún .
P lató n h alla, n o o b stan te , un m o do p ara re ad e c uar la le y a travé s de
la re d e f in ic ió n de su f un c ió n . E l go b ie rn o de la ley, en la n ue va d e f in i­
c ió n q ue P lató n d a, de b e im itar, no c o artar, e l arte p o lític o . S u o b je tivo
d e b e se r e l de c re ar y m an te n e r un c ie rto tip o de t e jid o so c ial, n o in ­
tr o d u c ir un e le m e n to de ig u a ld a d c iv il en la p o lis , sin o , al c o n trario ,
p e rs o n if ic ar la d e s ig u ald a d y, en p artic u lar, f ijar en su sitio la re lac ió n
j e rá rq u ic a e n tre aq ue llo s q ue p rac tic an e l arte p o lític o y aq u e llo s q ue ,
al s e rv ir a las n e c e s id ad e s de la p o lis , sim p le m e n te «c o n t r ib u ye n ». D e
la m ism a m an e ra q ue e l go b ie rn o de un so lo h o m b re p u e d e ser un a m o ­
10 7 10 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
n arq u ía c o n f o rm e a la le y o un a tiran ía sin ley, e l go b ie rn o de un o s p o ­
c o s p u e d e ad o p tar la f o rm a de u n a aris t o c rac ia o de u n a o ligarq u ía. L a
d is tin c ió n e n tre am b as n o e stá d ad a p o r e l h e c h o de q ue un a s ign if ic a
e l go b ie rn o de lo s «m e j o r e s » y la o tra, s im p le m e n te , go b ie rn o de lo s r i­
c o s, sin o m ás b ie n p o rq ue un a f o rm a de go b ie rn o de lo s ric o s se ajusta
y c um p le la le y y la o tra, en c am b io , n o . E n e ste p un to , P lató n h ac e a
re gañ ad ie n te s un a c o n c e sió n a la d e m o c rac ia al s u ge rir q ue , e n tre las
m alas c o n stituc io n e s, la f o rm a de d e m o c rac ia en la q ue n o rige la le y es
la m ás f ác il de so b re lle var, n o p o rq ue sea m ás v irtuo sa q ue o tras, sin o
p o rq u e es m ás d é b il y, s e n c illam e n te , h ará m en o s dañ o . L a c ue stió n
m ás re le v an te , sin e m b argo , es su s u ge re n c ia de q ue , e n tre las c o n s titu­
c io n es q ue c um p le n la ley, la de m o c rac ia es la peo r, la f o rm a m ás a le j a­
da de l arte de la p o lític a y de sus o b jetivo s.
P lató n p uso e sto s p rin c ip io s en p r á c t ic a en L a s L e y e s , o b ra en la
q ue e x p uso , c o n gran d e talle , un a p o lis go b e rn ad a p o r un siste m a de le ­
yes id e ad as p ara e m u lar e l arte de la p o lític a. T al c o m o E l p o lític o no s
h a lle v ad o a sup o n er, e l go b ie rn o de la le y se c o n c ib e aq u í c o m o un
m o do de e s t ru c tu rar riguro sam e n te e l c o m p o rtam ie n to so c ial a travé s
de un a s e p arac ió n le galm e n te e s t ab le c id a de lo s tip o s h um an o s, c uyo
p rin c ip al o b je tivo es d iv id ir de m an e ra p e rm an e n te a lo s h ab itan te s de
la p o lis en p o sic io n e s o c lase s so c iale s p re d e te rm in ad as , in c lus o en c as ­
tas, p ara p ro h ib ir c u a lq u ie r c o n f usió n e n tre e llas. E n e s p e c ial, p ara s e ­
p a rar a aq ue llo s q ue so n ad e c uad o s p ara la c iu d ad an ía de aq ue llo s q ue
se d e d ic an a o c up ac io n e s q ue c o rro m p e n e l alm a e in h ab ilit an a q u ie ­
n es las e je rc e n p ara la p artic ip ac ió n p o lític a. E sta divisió n se lo grará e s­
tab le c ie n d o un a tajan te dis tin c ió n , le galm e n te d e f in id a, e n tre lo s t e r r a ­
te n ie n te s , lib e rad o s d e l trab ajo n e c e s ario , y lo s trab aj ad o re s q ue no
p o seen tie rras , q ue re aliz an to do el trab ajo n e c e sario . L a t ie rra se rá c u i­
d ado sam e n te as ign ad a a lo s p o te n c iale s c iud ad an o s y c o n s id e rad a a b ­
s o lutam e n te in alie n ab le . L a c las e h ac e n d ad a q ue lo gra m an te n e rs e a
travé s de e sto s m e dio s t e n d rá ac c eso al trab aj o de lo s o tro s y, de e ste
m o do , e stará c u alif ic ad a p a ra e je rc e r la c iu d ad an ía. S i b ie n e n tre la c la ­
se de lo s c iu d ad an o s h ay q uie n e s p o see n m edio s m o desto s (p ro p ie d a­
des m ue b le s ), así c o m o p e rso n as c uya riq u e z a es m ás s u s tan c ial, P lató n
re s taura, de h e c h o , e l go b ie rn o de un a aris t o c rac ia ag ra ria h e re d itaria,
c o n la s alv e d ad de q ue , ah o ra, su p r in c ip a l p lataf o rm a n o es el o ik o s ,
sin o la p o lis . E l re sto de lo s h ab itan te s sin tie r ra, y q ue in c lu ye a lo s e s ­
c lavo s y a lo s lab rie go s , lo s arte san o s y lo s c o m e rc ian te s, n o te n drán d e ­
rec h o s p o lític o s. E n re alid ad , c u alq u ie ra q ue lle v e a c ab o un trab ajo ne-
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
c e sario se d is tin gu irá de lo s esc lavo s só lo p o r su re lac ió n de d e p e n d e n ­
c ia y de servilism o .
E n se guida se h ac e e v ide n te q ue P lató n se h a lan z ad o a s u b v e rtir la
c o n stituc ió n ate n ie n se , sustituye n d o , de m an e ra d e lib e rad a, sus p r in c i­
p io s d e m o c rátic o s p o r c rite rio s aris t o c rátic o s q ue le re s u lt an a n t it é t i­
c o s. I n c luso lle g a a s e ñ alar su p ro p ó s ito al ado p tar, o s te n sib le m e n te ,
c ie rtas in s tit uc io n e s ate n ie n se s — c o m o la d iv isió n de S o ló n en c lases
se gún la riq ue z a y la div isió n de la p o b lac ió n en trib u s in tro d u c id a p o r
C líste n e s— y ad ap tarlas a sus p ro p ó sito s an tid e m o c rátic o s . L as c lases
de S o ló n , p o r e je m p lo , le jo s de c o n v e rtirse en un m edio p ara c o n f e rir
un a id e n t id ad p o lít ic a in c lus o a las c lase s m ás p o b re s, p asan a se r un
in stru m e n to de re f ue rz o de su e x c lus ió n . L a n ue va c las if ic ac ió n s im ­
p le m e n te d iv id e en c uatro p arte s a la c las e go b e rn an te se gún la c a n t i­
dad de su riq ue z a m ue b le . E l resto de la p o b lac ió n , en c am b io , e stá d e ­
f in id a p o r su c o m p le ta o m isió n .
E sta e s t ru c t u ra de c las e le galm e n te f ij ad a e stá d e s tin ad a a h ac e r
q ue la p o lis d e p e n d a m en o s de l ju ic io de lo s sab io s go b e rn an te s. A l se ­
p a ra r lo b ue n o de lo m alo , se d e jará al az ar lo m en o s p o s ib le a f in de
e v itar q ue la v irtu d se ve a c o n tam in ad a p o r u n a c o n f usió n e n tre lo n o ­
b le y lo b an áu s ic o . S in e m b argo , si b ie n lo h ará, p o r ad e lan tad o , un r í­
gido siste m a j u ríd ic o , la f ilo so f ía s e gu irá de se m p e ñ an d o un p ap e l de
p rim e r o rden en la v id a d iaria de la p o lis . E n n in gún o tro lugar, de h e ­
c h o , se p o n en tan to de m an if ie sto las in te n c io n e s p o lític as de la f ilo so ­
f ía p lató n ic a c o m o en la d e sc rip c ió n d e l C o n sejo N o c turn o , e n c argado
de s u p e rv is ar las le ye s . S o rp re n d e n t e m e n te se m e jan te a la A c ad e m ia
p lató n ic a, aq u e l c o n se jo , q ue se d e d ic a a lo s e s tu d io s f ilo só f ic o s p o ­
n ie n d o e s p e c ial h in c ap ié en las m ate m átic as , la as tro n o m ía y la te o lo ­
gía, es, no o b s tan te , un a in s tit u c ió n m an if ie stam e n te p o lít ic a , c o n un
p ap e l c e n tral en la g o b e rn ab ilid ad de la p o lis , c o m o e l A re ó p ago n o r e ­
f o rm ado de A te n as. E l C o n sejo N o c turn o ac tu ará c o m o e l trib u n al s u ­
p rem o en lo q ue a la in te rp re tac ió n de las le ye s se re f ie re , un a as am b le a
c o n stituc io n al c o n tin ua q ue las re visará c uan do e llo sea p re c iso , un a e s ­
c ue la p ara lo s f un c io n ario s p úb lic o s y un c en so r m o ral. C o m o guard ián
de la ley, su p r in c ip al f un c ió n se rá p ro te ge r el rígid o siste m a de c lases
q ue , p ara P lató n , es la e se n c ia de la le g alid ad . E n L as L e ye s re s u lt a aún
m ás d if íc il q ue en L a R e p ú b lic a e v itar las c o n se c ue n c ias p o lític as de l
siste m a f ilo só f ic o de P lató n .
10 9 110 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
F il o s o f í a e id e o l o g ía
V o lvam o s, e n to n c e s , a L a R e p ú b lic a y a la p r e g u n t a a c e rc a de
c ó m o d e b e ría m o s j u z g a r la f ilo s o f ía d e P la t ó n si ac e p tam o s q ue el
c o n o c im ie n to y la v ir t u d , t a l c o m o é l lo s c o n c ib e , tie n e n un s ig n if i­
c ad o id e o ló g ic o c laro y c o n t u n d e n t e . E l h e c h o de c o n s id e r a r e s ta
c u e s tió n en re la c ió n c o n P la t ó n , en e s te m o m e n to f u n d am e n t al en el
d e s arro llo d e la f ilo s o f ía o c c id e n t a l, as im is m o p u e d e a r r o j a r lu z s o ­
b re e l c o n jun to de n u e s t ra e m p re s a h is t ó r ic a y las c o n s e c u e n c ias q ue
u n a «h is t o r ia s o c ia l» t ie n e p a r a n u e s t r a ap re c ia c ió n de la t e o ría p o lí­
tic a.
A un en el c aso de q ue an te to do in te rp re te m o s L a R e p ú b lic a c o m o
un diálo go d e l alm a in d iv id u al c o n sigo m ism a, un diálo go so b re la c o n ­
sec uc ió n de l c o n o c im ie n to m ás q ue c o m o un a o b ra p o lític a e se n c ial, no
h ay m o do de e s c ap ar a las c o n dic io n e s so c iale s de l v e rd ad e ro c o n o c i­
m ie n to tal c o m o P lató n lo c o n c ib e . A un si la p o lis ap are c e só lo en f u n ­
c ió n de un a an alo gía, sigue sien do s ign if ic ativ o e l h e c h o de q ue de f in a
el c o n o c im ie n to en esto s té rm in o s. E l ide alism o f ilo só f ic o de P lató n re ­
su lt a se r n o tab le m e n te m ate rialis ta: e l v e rd ad e ro c o n o c im ie n to , e l c o ­
n o c im ie n to de las I de as o de las F o rm as, tie n e c o n dic io n e s m ate riale s
m uy c o n c re tas. U n a vez m ás, la lib e rt a d m at e rial de la p e rs o n a es un a
c o n dic ió n irre d u c t ib le d e l c o n o c im ie n to v e rd ad e ro , n o só lo en el s e n ­
tid o de q ue e l largo y arduo p ro c eso de e d uc ac ió n q ue c o n duc e al c o ­
n o c im ie n to de l B ien últim o e x ige tie m p o lib re , sin o , p artic u larm e n te ,
p o rq u e u n a v id a de trab ajo n e c e sario dañ a e l alm a y h ac e q ue se a in a ­
d e c u ad a p ara la f ilo so f ía. L a f ilo so f ía q u e d a in e v itab le m e n te d e s h o n ra­
da c uan do es e je rc id a ile gítim am e n te p o r aq ue llo s a lo s q ue «u n a vida
de trab ajo m o n ó to n o h a de f o rm ado y lis iad o su alm a n o m en o s q ue sus
o f ic io s se de n tario s h an d e s f igu rad o sus c u e rp o s ».20
¿Q u é s ign if ic a to do e sto p a ra n u e s tra ap re c iac ió n c rít ic a d e l p ro ­
yec to f ilo só f ic o de P lató n ? ¿S i adm itim o s el s ign if ic ado so c ial y p o lít i­
c o q ue tie n e , o aun süs m o tiv ac io n e s id e o ló gic as , estam o s o b ligad o s a
d e n igrar su f ilo so f ía? ¿E s p o sib le aún , p o r e je m p lo , q ue saq ue m o s p ro ­
f un das in tu ic io n e s e p is te m o ló gic as o m o rale s de L a R e p ú b lic a sin p o r
e llo d e jar de re c o n o c e r su p ro p ó s ito an tid e m o c rátic o ? S e t rata d e l tip o
de p re gu n tas a las q ue in e v itab le m e n te n o s e n f re n tam o s en el c aso de
to do gran p e n s ad o r q ue e stá tam b ié n p o lític am e n te c o m p ro m e tido ,
20. L a R e p ú b li c a 4 9 5 d - e .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a 111
112 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

c o m o , de un m o do u o tro , lo e stuvie ro n to do s lo s te ó ric o s de la p o lít i­

tivo e ra la in v e s tigac ió n f ilo só f ic a. A sí, e l p ro b le m a de la razó n y la v e r­
c a q ue f o rm an p arte de l c an o n o c c ide n tal.
dad e ra, p ara é l, e s e n c ialm e n te p o lític o .
U n a re s p ue s ta s e n c illa es q ue n in gún m arge n de d e s ac u e rd o c o n
L a n atu rale z a de la v e rd ad y el ac c eso d e l ser h um an o a e lla te n ía un
sus in c lin ac io n e s p o lític as no s o b liga n i p e rm ite d e se stim ar lo s m érito s
sign if ic ado p artic u lar en la c ultu ra de m o c rátic a, q ue o to rgab a a la razó n
te ó ric o s de sus id e as o s u s p e n d e r n ue stro ju ic io in t e le c t u al. L a h is t o ­
h um an a un p ap e l sin p re c e d e n te s en la d e te rm in ac ió n d e l de stin o de la
ric id a d de un a id e a, o in c lus o su p a r t ic u la r to m a de p a rt id o , n o im p i­
h um an id ad , en ju z gar y, de h e c h o , en c re ar la auto rid ad . L a m isió n f ilo ­
de q ue te n ga sign if ic ac ió n y f e rt ilid a d m ás allá de la é p o c a y el lu g a r en
só f ic a de P lató n e stab a o rie n tad a n o só lo p o r su c o m p ro m iso c o n p e n ­
q ue vivió su c re ado r, o al m arge n de la p o lític a q ue é ste s igu ie ra. U n a
sado re s c o m o P itágo ras o P arm é n ide s, sin o p o r un e n f re n tam ie n to c o n
le c tu ra c o n te x tual en el se n tido q ue p ro p o n em o s aq u í no tie n e p o r o b ­
la p o lític a de la d e m o c rac ia, p o r su c o n c ep c ió n de la au to rid ad y p o r su
je tiv o d e s ac re d it a r o v a lid a r las id e as se gún sus o ríge n e s o p ro p ó s ito s
aten c ió n , en ap arie n c ia in d is c rim in ad a, a to do tip o de o p in io n e s, f ue ra
ide o ló gic o s , sin o , m ás b ie n , c o m p re n d e rlo s m e jo r al id e n t if ic a r las
c ual f ue ra su f uen te. L a so luc ió n q ue P lató n ap o rtó , si b ie n ib a d irigid a
c ue stio n e s m ás d e s tac ad as a las q ue el te ó ric o se e n f re n tó y lo s t é rm i­
c o n tra la c o n c ep c ió n de m o c rátic a de la razó n y la v e rd ad , se gu ía sien do
n o s en q ue esas c ue stio n e s f ue ro n o b je tad as . E ste tip o de le c tu ra tie n e
c arac te rístic am e n te grie ga. N o n egó e l p o d e r de la razó n . E n to do c aso ,
la v e n taja añ ad id a de p e rm itir un d is tan c iam ie n to c rític o c o n re sp e c to
en su c o n dic ió n de gu ía q ue c o n duc e a las v e rd ad e s un iv e rs ale s s u p e ­
a n ue stro s p ro p io s sup ue sto s no e x am in ado s. L a v alo rac ió n q ue h a g a ­
rio re s, la razó n c o b ró m ayo r im p o rtan c ia. P e ro , en c am b io , P lató n re-
m o s de las id e as n o p ue d e c o n c luir en el re c o n o c im ie n to de su h is t o ri­
de f in ió e l o b je tivo q ue le e ra ap ro p iad o , y al h ac e rlo , situó la v e rd ad e ra
c id ad , sin o q ue ése es un lu g a r ú t il d e sde e l c ual p artir. P ara v alo rar las
rac io n alid ad , a to do s lo s ef ec to s p rác tic o s, f ue ra de l alc an c e de la gen te
re s p ue s tas q ue lo s f iló so f o s o f re c e n , es p re c is o q ue p rim e ro se c o m ­
c o m ún y c o rrie n te . S in e m b argo , h ab id a c ue n ta d e to das sus m o tiv ac io ­
p re n d an las p re gu n tas p lan te ad as , un as p re gun tas q ue e stán c o n s t itu i­
n es an tid e m o c rátic as, ¿q u ié n n e gará q ue la p u gn a de P lató n c o n la c u l­
das h is tó ric am e n te , p o r m uc h o q ue e l te ó ric o b u s q u e un a re s p u e s ta
tu ra de la d e m o c rac ia f ue e x c e p c io n alm e n te f e c u n d a, o q ue e l d e b ate
un iv e rsal.
so b re la n atu rale z a d e l c o n o c im ie n to se vio e n o rm e m e n te f o m e n tado
E n sí m ism a, la id e a de u n iv e rs alid ad lle v a c o n sigo un a h is to ria de
p o r su in te n to de e n c o n trar un a v e rd ad q ue e stuv ie ra m ás allá de la
s ign if ic ad o s c am b ian te s , e n raiz ad o s en c o n d ic io n e s s o c iale s e s p e c íf i­
tran s ito rie d ad y de la m u tab ilid ad de la re alid a d e m p íric a?
c as, im p re gn ad o s de ide o lo gía. L a id e a de v e rd ad e s un iv e rsale s de P la ­
N o e rrare m o s m uc h o si e m p ezam o s p o r ad m it ir q ue e l c o m p ro m i­
tó n , p o r e je m p lo , es algo m uy d is tin to de l u n iv e rsalism o de la I lu s t r a ­
so ap asio n ado , si b ie n a m e n udo ab rum a las f ac ultad e s c rít ic as , as im is ­
c ió n . L as d if e re n c ias , en c uan to a la s u s tan c ia f ilo só f ic a, n o e stán
m o p u e d e se r la f ue n te m ás se gura de c re at iv id ad h um an a. D e h e c h o ,
b as ad as só lo en sus dif e re n c ias h is tó ric as , sin o tam b ié n en m o tiv ac io ­
re s u lt a d if íc il p e n sar en algu n a c o n trib uc ió n d u rad e ra a la c u ltu ra de la
n es so c iale s y en p o lític as d iv e rge n te s. L a id e n tif ic ac ió n c arac t e rís tic a
h u m an id ad , de sde las arte s h asta las c ie n c ias y la f ilo so f ía, q ue no h aya
grie ga de la v e rd ad u n iv e rs al c o n la razó n f ilo só f ic a surgió de un a e x ­
sido im p u ls ad a p o r algún tip o de p asió n . E n e l c aso de la te o ría p o lít i­
p e rie n c ia s o c ial y p o lític a. A un c uan do P lató n ab o rd ab a p re gu n tas q ue
c a, p are c e raz o n ab le sup o n e r q ue e l c o m p ro m iso re le v an te es p o lític o .
ya se h ab ían p lan te ad o o tro s p e n sad o re s, p re gun tas so b re la e x is te n c ia
Q uiz ás un a p asió n p o r la j u s t ic ia so c ial, n o im p o rta el m o do en q ue la
de un iv e rsale s y si, o de q ué m o do , es p o sib le c o n o c erlo s, estas p re g u n ­
de f in am o s, o in c lus o algo m en o s su b lim e , c o m o e l m ie d o a p e rd e r el
tas se las p lan te ab a n o só lo c o m o un p ro b le m a f ilo só f ic o sin o tam b ié n
p o d e r o e l im p uls o a p ro te ge r lo s in te re s e s de la c lase a la q ue se p e rt e ­
c o m o un p ro b le m a p rác tic o , p o lític o . H u e lga in s is tir en q ue la m o tiv a­
n e c e. D if íc ilm e n te h arem o s ju s t ic ia a lo s f iló so f o s si sim p le m e n te se ñ a­
c ió n de P lató n e ra ún ic am e n te p o lític a. P re te n d ía m e n c io n ar las m an e ­
lam o s lo s c o m p ro m iso s p o lític o s o c ulto s en sus id e as aun m ás o s te n s i­
ras en q ue la c o n c ep c ió n de la razó n y la v e rd ad u n iv e rsal ab an do n aro n
b le m e n te ab s trac t as , d e s in te re s ad as y u n iv e rs alis tas . P e ro tam p o c o
el c o m p ro m iso c o n la p o lític a de la de m o c rac ia. P lató n f ue c laro so b re
re c o n o c e re m o s sus m érito s si e ludim o s la c ue stió n de p lan o , su p o n ie n ­
las in te n c io n e s p rác tic as de su f ilo so f ía y so b re e l p ap e l c e n tral q ue la
do q ue c u alq u ie r id e a q ue p re te n d a ser d e sin te re s ad a o u n iv e rsalista no
p o lític a de se m p e ñ ab a en la c o n se c uc ió n de un a v id a b u e n a, c uyo o b je-
p u e d e s e rv ir tam b ié n a in te re s e s p artid is tas .
 L a a n tig u a p o li s g rie g a
A l m ism o tie m p o , deb em o s ad m it ir tam b ié n lo c o m p le jo de la r e la ­
c ió n e n tre las id e as y sus c o n te x to s. A un q ue no s in c lin áram o s a juz gar
la f ilo so f ía de P lató n se gún c rite rio s p rin c ip alm e n te p o lític o s, d e b e ría ­
m o s ac e p tar su re lac ió n in e x tric ab le c o n la de m o c rac ia ate n ie n se . A u n ­
q ue su e lab o rac ió n d e l rac io n alis m o grie go y su p a rt ic u la r m an e ra de
un iv e rsalism o se h allaran en d e lib e rad a o p o sic ió n c o n la c u ltu ra de m o ­
c rát ic a p re v ale c ie n te , e l e n f o q ue f ilo só f ic o de P lató n e stuvo d e t e rm i­
n ado tan to p o r la d e m o c rac ia c o m o p o r sus p ro p ias in c lin ac io n e s a r is ­
to c rátic as .
A r ist ót el es
S e h a dic h o — en re alid a d lo h a dic h o S am u e l T aylo r C o le rid ge —
q ue «s e n ac e sien do p lató n ic o o aris to té lic o ». S i b ie n se trata de un a o b ­
servac ió n q ue p u e d e te n e r q ue ver m ás c o n el te m p e ram e n to q ue c o n la
f ilo so f ía, e x is te n dif e re n c ias in c lus o en e l e stilo f ilo só f ic o . E n algun o s
asp e c to s, en re a lid a d , lo s do s f iló so f o s p are c e n re p re s e n t ar p o lo s
o p ue sto s. E l id e alism o ab strac to de P lató n c o n tra e l m ate rialism o de
A ris tó te le s , o al m en o s su p e rm an e n te in te ré s p o r e l m un do m ate rial.
E l m éto do «m a yé u t ic o » so c rátic o en lo s diálo go s de P lató n f re n te a la
m e to d o lo gía té c n ic a de A ris tó te le s . L a m irad a de P lató n , c e n trad a en
las in c o rp ó re as F o rm as p uras y c e le ste s, f re n te a la in c lin ac ió n de A ris ­
tó te le s a b as ars e en e l m un do f ís ic o de lo s c ue rp o s an im ado s e in a n i­
m ado s, e l m un do de la f ís ic a y de la b io lo gía. L a in s is te n c ia de P lató n
en e l p rim ado de las v e rd ad e s u n iv e rsale s, e te rn as y ab so lutas, f re n te a
la p re o c up ac ió n de A ristó te le s p o r e l m o vim ie n to y e l c am b io , su sim ­
p a t ía p o r la o p in ió n c o n v e n c io n al y su p ragm atis m o ; la im p o rtan c ia
q ue P lató n le da a la v irtu d c o m o c o n o c im ie n to , f re n te a la m en o s e x i­
ge n te ac e p tac ió n p o r A ris tó te le s de las v irtu d e s c o m un e s, n o f ilo s ó f i­
c as, e l c o m p o rtam ie n to m agn án im o y e l justo m e dio . V isto d e sd e un
án gulo lige ram e n te dif e re n te , un A ristó te le s m ás p rác tic o y re alis t a da
la im p re s ió n de se r un in t e le c t u al m ás d e s in te re s ad o , un ló gic o f río y
un h o m b re de te m p e ram e n to c ie n tíf ic o , f re n te a P lató n , c uyo e stilo li­
te rario sugie re la d is p o sic ió n p ro p ia de un artis ta, en tan to q ue sus p a ­
sio n es p o lític as se h allan p re se n te s al m ism o n ivel de la f ilo so f ía, e m p e ­
z an do p o r la e p iste m o lo gía.
E sto s do s f iló so f o s, al m arge n de la o p in ió n q ue no s m ere z c an , p r e ­
sen tan un a m u ltitu d de c o n traste s so rp re n de n te s. E n las p ágin as q ue s i­
113
114 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
gue n , to m arem o s en c o n side rac ió n algun o s de esto s c o n traste s, aun q ue
só lo se a de m an e ra b re v e , p e ro de e n t ra d a p u e d e se r n e c e s ario q ue
ac e p te m o s e l de saf ío q ue p are c e n p lan te ar a la h isto ria so c ial de la t e o ­
r ía p o lít ic a q ue en e ste lib ro se p ro p u gn a. A rgum e n tare m o s q ue , al
m arge n de o tras c o sas q ue p u e d an se p arar a esto s do s gigan te s f ilo só f i­
c o s, sus v alo re s so c iale s y c o m p ro m iso s p o lític o s e ran , a to do s lo s e f e c ­
to s, lo s m ism o s. A m b o s se o p us ie ro n a la d e m o c rac ia ate n ie n s e de sde
e l p un to de v ista de lo s v alo re s aris to c rátic o s . ¿N o s e ría p o s ib le , p o r
tan to , o b je tar q ue , si la re lac ió n e n tre p o lític a y f ilo so f ía es tan ín tim a
c o m o af irm am o s en e l c aso de esto s gran d e s p e n sad o re s p o lític o s , lo s
m ism o s c o m p ro m iso s p o lític o s e id e o lo gías so c iale s d e b e rían p ro d u c ir
e s e n c ialm e n te las m ism as f ilo so f ías ? O , c uan d o m en o s, ¿n o ten em o s
de re c h o a p o n e r en te la de ju ic io la u t ilid a d de e ste e n f o q ue so c io h is-
tó ric o si la re lac ió n e n tre la p o lític a o las ac titud e s so c iale s y la f ilo so f ía
es tan v a ria b le , tan d e s p ro v is ta de aq u e llo q ue se p o d ría llam ar v alo r
p re d ic tiv o ?
N ada de lo so ste n ido h as ta ah o ra j u s t if ic a r ía un a in te rp re tac ió n
sim p lis ta de lo q ue un an álisis c o n te x tu al de la te o ría p o lític a c o n lle va
o p ro m e te , in c lus o en e l c aso de q ue e l an ális is c o n c e da gran im p o r­
ta n c ia a las d is p o sic io n e s p o lític as y so c iale s d e l te ó ric o . P e ro tal vez
v alga la p e n a in c id ir en un as p o c as c ue stio n e s. S i b ie n d e b ie ra re s u ltar
b as tan te e v id e n te q ue c u a lq u ie r id e o lo gía p u e d e so ste n e rse m e d ian te
u n a am p lia v arie d ad de e strate gias te ó ric as , é sta n o es la c ue stió n e s e n ­
c ial. L a c ue stió n es m ás b ie n q ue , en e l c aso de lo s te ó ric o s re alm e n te
gran de s y c re ativo s, lo s c o n te x to s h istó ric o s y lo s c o m p ro m iso s p o lít i­
c o s n o se p re s e n tan c o m o re sp ue stas p re p arad as de an te m an o , sin o
c o m o p re gu n tas c o m p le jas. U n a in te rp re tac ió n h is tó ric a y p o lít ic a de
lo s c lásic o s n un c a p u e d e p re d e c ir las so luc io n e s te ó ric as q ue ap o rta el
p e n s ad o r; só lo p u e d e ilu m in arlas , ac la ra rla s a p o s te rio ri — y e sto , sin
d ud a, n o es un a ve n taja m en o r— d ilu c id an d o las p re gu n tas a las q ue el
te ó ric o b usc ó re sp ue sta, p re gu n tas q ue f ue ro n p lan te ad as e im p u g n a­
das de f o rm as h istó ric am e n te e sp e c íf ic as.
A l m ism o tie m p o , tam b ié n d e b e ría se r e v id e n te q ue n o h ay do s
c o n te x to s igu ale s , p o r c erc an o s q ue e sté n en el tie m p o y en el e sp ac io ,
m ás allá de las dif e re n c ias de te m p e ram e n to y de las e x p e rie n c ias p e r ­
so n ales, lo s an te c e d e n te s , e l en to rn o f am iliar y la f o rm ac ió n . P lató n e ra
un c iud ad an o ate n ie n se ; A ristó te le s, un m ete c o q ue vivía en A te n as, un
e x tran je ro n a t u ral de E s tagira (M ac e d o n ia) q ue re s id ía en la p o lis a t e ­
n ie n se . E n re alid ad , la f ilo so f ía de P lató n p e rte n e c ía ya al c o n te x to his-
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a 115
116 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

tó ric o en e l q ue A ris tó te le s c o n c ib ió sus id e as . E x iste , asim ism o , un a

aris t o c rátic o - o ligárq u ic as lo c ale s , y vivió b ajo la p ro te c c ió n de su ín t i­
d if e re n c ia c rít ic a e n tre el m o m en to p o lític o en el q ue P lató n e s c rib ió ,
m o am igo y p atro c in ad o r, A n tip at ro , e l v irre y au tó c rata de A le jan d ro
de sp u é s de la e d ad de o ro de la d e m o c rac ia de P e ric le s , un m o m en to
en G re c ia. E l f iló so f o e n se ñ aría y v iv iría en A te n as d u ran te o tro s do c e
de de c liv e de la aris to c rac ia, y, en c am b io , el p e río d o de la h e ge m o n ía
añ o s y, aun q u e el c é le b re L ic e o f ue f u n d ad o té c n ic am e n te p o r su am i­
m ac e d o n ia so b re G re c ia, q ue f ue e l c o n te x to de A ristó te le s y q ue e s tu ­
go y d is c íp u lo , T eo f rasto , en lo e se n c ial f ue un a c re ac ió n in t e le c t u al de
vo m uy p re s e n te en su m an e ra de p e n s ar la p o lis . L a c o n q uis ta m ac e ­
A ristó te le s, c o m o la A c ad e m ia lo f ue de P lató n . A la m ue rte de A le j an ­
d o n ia de G re c ia m arc ó , e f e c tiv am e n te , el f in al de la p o lis c o m o f o rm a
dro , A ristó te le s se vio o b ligado de n uevo a ab an d o n ar A ten as. C uan do ,
p o lític a in d e p e n d ie n te , p e ro A ristó te le s vio n ue vas p o s ib ilid ad e s p ara
al añ o siguie n te , m urió en C alc is, e ra un h o m b re ric o , c o n u n a h ac ie n da
la p o lis en e l sen o d e l n uevo m arc o im p e rial. M ie n tras e l auto ritarism o
m uc h o m ayo r q ue la de P lató n . A n tip atro f ue e l alb ac e a de su te s t a­
aristo c rátic o de P lató n re s u lt ab a b as tan te de se sp e rad o y n o stálgic o , en
m en to y de sus últim as vo lun tade s. A l c ab o de un o s po c o s añ o s, D em e ­
un a é p o c a en la q ue un a d e m o c rac ia ram p an te p are c ía h ab e r triun f ado ,
trio de F ale ró n — un ate n ie n s e de la f ac c ió n aris t o c rátic o - o lig árq u ic a
al c ab o de tan só lo un o s p o c o s añ o s A ris tó te le s im ag in aría un a ad m i­
p artid ario de lo s m ac edo n io s, d is c íp ulo de T eo f rasto y p o sib le m e n te de
n istrac ió n p o lític a m ás af ab le y lle v ad e ra q ue la d e m o c rac ia ate n ie n se ,
A ristó te le s, y algo p are c id o a un re y f iló so f o q ue , se gún p are c e , a su vez
v igilad a p o r un a gu arn ic ió n m ac e d o n ia e n c argad a de v e la r p o r su o b ­
im p artió do c e n c ia en el L ic e o — vo lvió a go b e rn ar en A te n as, do n de in ­
se rvan c ia.
tro dujo un as re f o rm as p o lític as q ue se gu ían el e s p íritu de A ristó te le s y
A ristó te le s n ac ió en el añ o 3 8 4 a. C ., en el sen o de un a d is tin gu id a
de lo s f iló so f o s q ue le p re c e d ie ro n .
f am ilia. S u p ad re e ra m é dic o de A m in tas I I I , re y de M ac e do n ia. E l f iló ­
A ristó te le s, p o r tan to , p ro b ab le m e n te estuvo c o m p ro m e tido de un
so f o , p ro b ab le m e n te , se c rió en la c asa re al, y m an tuvo un a am istad, q ue
m o do m ás d ire c to en la p o lític a de su é p o c a de lo q ue lo h a b ía estado
d u raría to da la vida, c o n e l h ijo de l m o n arc a, do s añ o s m ás jo ven , q ue se
P lató n . S i b ie n n o p artic ip ó d ire c tam e n te en el d ía a d ía de la p o lític a,
c o n v e rtiría en F ilip o I I , e l c o n q u is tad o r de G re c ia. E l e n to rn o p o lít i­
sin d u d a estuvo m uc h o m ás c e rc a d e l p o der. P e ro este c o m p ro m iso , en
c o en e l q ue c re c ió A ris tó te le s — tan to la o lig arq u ía de E s tagira c o m o
la f ilo so f ía d e l e s tagirita, tuvo un as f o rm as de e x p re s ió n m ás b ie n d if e ­
e l re in o t r ib a l de M ac e d o n ia— e ra m uy d if e re n te d e l q ue se e n c o n tró
re n te s. H em o s visto c ó m o P lató n atac ó lo s f un dam e n to s m ism o s de la
en la de m o c rátic a A te n as, y, ade m ás, el p rim e r c o n tac to de A ristó te le s
c ultu ra d e m o c rátic a; c ó m o , m e dian te su e p iste m o lo gía y el p rin c ip io de
c o n la d e m o c rac ia ate n ie n se tuvo lu g ar a travé s d e l e n to rn o an tid e m o ­
q ue la v irt u d es c o n o c im ie n to , se d e d ic ó a e rra d ic a r las c o n c e p c io n e s
c rátic o de la A c ad e m ia de P lató n , a la q ue ac u d ió a e s t u d ia r en e l añ o
d e l c o n o c im ie n to y de la v irtu d q ue j u s t if ic ab an la de m o c rac ia. E l p ro ­
3 6 7 a. C ., h uyen do de la s an grie n ta luc h a din ástic a q ue siguió a la m ue r­
p ó sito p r in c ip al de la re a lid a d s u p e rio r de un as f o rm as u n iv e rs ale s y
te d e l re y A m in tas. Y to do in d ic a q ue se q ue d ó en la A c ad e m ia c o m o
ab so lutas, a las q ue só lo es p o sib le ac c e d e r a travé s de la s a b id u ría f ilo ­
m ae stro h as ta e l añ o 3 4 8 a. C ., e l añ o an te rio r a la m ue rte de P lató n ,
só f ic a, e ra d e sp laz ar el m un do d e l c am b io y e l f luir, q ue e ra el o b je to de
c uan d o se vio o b ligad o a h uir, q u iz á p o r e l c re c ie n te s e n tir an tim ac e -
la o p in ió n c o n ve n c io n al, un m un do en e l q ue n o h ab ía n in gún b ie n s u­
do n io q ue se h ab ía adue ñ ad o de A te n as. S e gún la trad ic ió n , aun q u e las
p e rio r m ás allá de las v irtu d e s c o m un es y c o rrie n te s de lo s c iudadan o s
p rue b as so n m ás b ie n e x igu as , sirvió e n tre el 3 4 3 o e l 3 4 2 y 3 4 0 a. C .
de A ten as. A ristó te le s p uso en te la de juic io la c o n c e p c ió n p lató n ic a de
c o m o p re c e p to r d e l h ijo de F ilip o , el f uturo A le jan d ro M agn o . E s p ro ­
la v e rd ad y el p ro c eso de c o n o c im ie n to , y re c h az ó la n o c ió n de las F o r­
b ab le q ue lle v ara tam b ié n a c ab o o tras m isio n e s p o r e n c argo de F ilip o ,
m as c o m o un a r e alid a d s e p arad a, al tie m p o q ue c o n c e dió un e le vado
c o m o las n e go c iac io n e s c o n div e rsas p o le is an tes de la c o n q u is ta f in al
v alo r a la m o ralid ad c o n ve n c io n al y al sab e r p rác tic o , q ue e ran ac c e s i­
de G re c ia en e l 3 3 8 a. C .
b le s sin n e c e s id ad de un a visió n f ilo só f ic a e sp e c ial. E n esto , su p o sic ió n
E l f iló so f o re gre só a A te n as en e l añ o 3 3 5 a. C ., de sp ué s d e l as e s i­
se ac e rc ab a m ás a la de P ro tágo ras . S in d u d a, estuvo de ac u e rd o c o n
n ato de F ilip o y un a vez q ue A le jan d ro so f o c ara div e rsas re vue ltas, e n ­
P lató n en re c h az ar e l re lativ is m o m o ral y e p is te m o ló gic o q ue p r o p o ­
tre e llas un a en A te n as. E n e sta o c asió n , A ristó te le s lle gó c o m o m ie m ­
n ían lo s so f istas, p e ro f ue m uy c rític o c o n la in c o n s e c ue n c ia de P lató n
b ro d e l ré gim e n m ac e do n io , c o n tan do c o n e l ap o yo d e las f ac c io n e s
al n o e n f re n tarse a un m un do de c am b io y m o vim ie n to , y c o n side ró la
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
te o ría p lató n ic a de las F o rm as c o m o p a rtic u larm e n te in ú t il. S i b ie n el
re p o so e ra, p ara A ristó te le s, el e stado n atu ral de las c o sas, y to do t e n ­
d ía h ac ia un e stado sin m o vim ie n to n i c am b io , e l m un do se h a lla b a en
c o n stan te m o vim ie n to . E n su m an e ra de ve r las c o sas, h ab ía un a n e c e ­
s id ad c rít ic a de un a fo rm a de c o n o c im ie n to c ap az de o c up arse d e l p ro ­
b le m a d e l m o vim ie n to y e l c am b io ; y a e ste c o n o c im ie n to p o c o p o d ía
c o n trib uir la te o ría p lató n ic a de las f o rm as in m utab le s, q ue p are c ían t e ­
n e r un a e x is t e n c ia in d e p e n d ie n te f u e ra de l m un do c am b ian te de lo
p a rt ic u la r y de la e x p e rie n c ia se n sib le .
P ara A ristó te le s, c ada sustan c ia e ra un c o m p uesto de m ate ria y f o r­
m a, q ue si b ie n e ran d is tin gu ib le s c o n c e p tualm e n te , sie m p re e x iste n y
de b e n se r e s tu d ia d as un id as. E s tab a de ac u e rd o c o n P lató n en q ue la
f o rm a, q ue p e rs is te en e l c am b io , es el o b je to p ro p io d e l c o n o c im ie n to ,
y q ue p o dem o s d is t in g u ir las f o rm as u n iv e rs ale s de lo s p a rt ic u la re s
c o n c re to s; p e ro p a r a A ris tó te le s esto s ign if ic ab a q ue e l o b je tivo p r i­
m o rd ial d e l c o n o c im ie n to no e ra ab an d o n ar e l m un do n a t u ral p o r un a
re a lid a d s u p e rio r e in m u tab le , sin o m ás b ie n d e s c u b rir el o rd e n de la
n atu rale z a, aq u e l o rde n q ue es p e rm an e n te e in alt e r ab le en un m un do
suje to al c am b io . E n lu gar de h u ir d e l m un do de lo p a rt ic u la r p ara c o n ­
t e m p lar las F o rm as u n iv e rs ale s , e l c o n o c im ie n to lo ad q u irim o s av an ­
zan do de lo p a rt ic u la r a lo ge n e ral, in v e s tigan d o la ge n e ra lid ad a travé s
de l e stud io de lo s p a rt ic u la re s , e s tu d ian d o e l m un do c am b ian te en el
q ue vivim o s, q ue es e l q ue m ejo r c o n o c em o s. L a c o n c e p c ió n a ris t o t é li­
c a d e l c o n o c im ie n to c o n c e de im p o rtan c ia n o só lo a lo s h e c h o s o b s e r­
vado s, sin o tam b ié n a las o p in io n e s c o m ún m e n te so ste n id as, y en este
se n tido no p o d ría ser m ás dif e re n te de la c o n trap o sic ió n q ue P lató n h a ­
c ía e n tre , de un lad o , e l h ec h o e m p íric o y la o p in ió n , y de l o tro , e l c o ­
n o c im ie n to y la v e rd ad . P ue sto q ue e sa c o n trap o sic ió n se h a lla en el
c en tro m ism o de la f ilo so f ía m o ral y p o lític a de P lató n , en p a rt ic u la r de
su im p u gn ac ió n de la d e m o c rac ia, s e ría de e s p e rar q ue p u d ié ram o s
p e rc ib ir un a d if e re n c ia c o rre s p o n d ie n te en la é tic a y la te o ría p o lític a.
A ristó te le s, c o m o P lató n , n ie ga q ue lo s c rite rio s de lo q ue e stá b ie n
y lo q ue e stá m al sean m eras c o n ve n c io n es, p e ro , so stie n e , n o h ay m a­
n e ra de d e s c u b rir re glas riguro sas ab so lutas. N o h ay un a F o rm a ú n ic a
de l B ien , n o h ay un a ún ic a d e f in ic ió n q ue sea v álid a p a ra to do s lo s c a ­
so s; e in c lus o si la h u b ie s e , el tip o de c o n o c im ie n to q ue p o d ría a p r e ­
h e n d e rla se ría de p o c a u t ilid a d en la c o m p re n sió n de lo s b ie n e s p a r t i­
c ulare s tal c o m o se n o s p re se n tan en n ue stras vidas c o tidian as. E se tip o
de c o n o c im ie n to n o p o d ría h ac e r q ue algu ie n f u e ra m e jo r arte san o o
117 118 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m e jo r m é dic o . T am p o c o p o d ría g ara n t iz a r u n a v id a m o ral b ue n a. L a
m o ralid ad es m ás un a c ue stió n de h áb ito q ue de ap re n d iz aje f ilo só f ic o .
A ristó te le s, d e sde lue go , d is tin gu e e n tre v irtud e s in te le c tu ale s y é tic as,
o v irtu d e s de l c arác ter. A l h ab e r d is tin gu id o e n tre do s v irtu d e s in t e le c ­
tu ale s , e l sab e r te ó ric o y e l sab e r p rác tic o , id e n tif ic a la c o n te m p lac ió n
o th e o r ia c o m o la v irtu d m ás e le v ada. P e ro la é tic a, al ig u al q ue la m e ­
d ic in a, es un a d is c ip lin a p rác tic a y n o te ó ric a, c uya m e ta es la ac c ió n ,
n o só lo el e n te n dim ie n to . E n la d e te rm in ac ió n de l b ie n , só lo p o dem o s
p ro c e d e r p artie n d o de lo q ue es dado en la e x p e rie n c ia, c o n to das sus
c o n f usio n e s e in c e rtid u m b re s , y t rat ar de alc an z ar algú n tip o de juic io
u n iv e rs al raz o n ado . E sto s ign if ic a q ue de b e m o s c o n s id e rar la o p in ió n
c o n ve n c io n al y ado p tar, en lo p o sib le , la m o ralid ad p o p ular. S in d uda,
la in t e lig e n c ia p r á c t ic a q ue n o s gu ía h a c ia la v id a b u e n a es u n a c u a li­
d ad in t e le c t u a l y p rác t ic a, y la v id a m e jo r y m ás p le n a, e l c u m p lim ie n ­
to de la v e rd a d e r a n a t u rale z a de la h u m an id ad , in c lu ye n o só lo b ie n e s
c o rp o rale s , sin o b ie n e s d e l alm a, la v id a c o n te m p lativ a, la v id a de la
razó n . P e ro la v irt u d m o ral n o es c o n o c im ie n to en e l se n tid o p la t ó n i­
c o . S e t r a t a de algo q ue se ac e rc a m ás a lo q ue P lató n lla m a r ía «o p i­
n ió n re c t a ».
E l rasgo m ás g e n e ral y un iv e rs al q ue de f in e las v irtu d e s se gún A ris ­
tó te le s es e l ap e go al té rm in o m e dio en to d a c u a lid ad . T o da p rác tic a,
to do te m p e ram e n to , tie n e su e x c e so c o m o tam b ié n tie n e su in s u f ic ie n ­
c ia. L a p e rs o n a m o ralm e n te b ue n a es aq u e lla q ue m ue stra, de m an e ra
c o n siste n te , un a d is p o sic ió n h a c ia e l justo té rm in o m e dio (o , c o m o lo
d e f in iría — aun q u e aq u í h ay c ie rta c irc u la rid a d en el argum e n to aris t o ­
té lic o — , e l h o m b re d o tado de in t e lig e n c ia p rác t ic a). S us p rin c ip io s
m o rale s se p are c e n m ás a re glas p rác tic as un iv e rsale s q ue a ab so luto s
ab strac to s. S in e m b argo , no s d ic e lo suf ic ie n te ac e rc a de las c ualid ad e s
de l h o m b re virtuo so c o m o p ara d e jar c laro lo e stre c h am e n te vin c uladas
q ue las v irtud e s están c o n la aristo c rac ia. L as c uatro virtud e s é tic as m ás
im p o rtan te s — g e n e ro s id ad ; m agn if ic e n c ia; e l te rm in o m e dio e n tre la
am b ic ió n y su au s e n c ia, y «la c im a de las v ir t u d e s », la gran d e z a de l
alm a o m agn an im id ad { m e g a lo p s y c k ia )— so n c u a lid ad e s as e q u ib le s
só lo a lo s aristó c ratas y a lo s ric o s. E l h o m b re m agn án im o en p a rt ic u la r
es, p o r d e f in ic ió n , un aris tó c rata, e n tre c uyas c u alid ad e s se in c luye n un
(jus tif ic ado ) se n tim ien to de s u p e rio rid ad , o rgullo , c o n f ian za en sí m is ­
m o e in c lus o altan e ría. P u e d e p re o c u p ars e de lo s «a s u n t o s gran d e s y
s u b lim e s » p o rq ue (c o m o la n atu rale z a f ilo só f ic a de la q ue h ab lab a P la ­
tó n ) se h a lla lib re de p re o c up ac io n e s m e z q uin as y v ulgare s q ue ac o m ­
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
p añ an al te n e r q ue tr ab a jar p ara gan arse el susten to . «E l m agn án im o »,
e sc rib e e l filó so f o en un p asaje q ue p o d ría h ab e r sido sac ado de un m a­
n u al de c o n duc ta aris to c rátic a,
...de sp re c ia con justic ia, pues su o pinió n es verdadera, pero el vulgo ,
desprec ia al azar [ . . . ] . E s tam b ién pro pio del m agnánim o [ ...] ser alti­
vo con los de elevada po sic ió n y con lo s afo rtunado s, pero m esurado
con los de nivel mediano , po rque es difíc il y respetab le ser superio r a los
prim ero s, pero es fác il con los últim o s, y darse im po rtan c ia con aq ué­
llos no in dic a vil nacim iento , pero sería gro sero hac erlo con los h um il­
des, de la m ism a m anera que hac er uso de la fuerza física c ontra los dé­
b iles. Asimismo es pro pio del m agnánim o evitar ir hac ia cosas que se
estim an o a do nde o tros o c upan los prim ero s puesto s [ . . . ] . T ampoco
puede vivir de c ara a otros, a no ser al amigo, po rque esto es de esclavos,
y, po r eso, todo s los adulado res son serviles y la gente de b aja c ondició n
es adulado ra [ . . . ] . Y pref erirá po seer cosas herm o sas e im pro ductivas
antes que cosas útiles y pro duc tivas, pues es una no ta de sufic ienc ia po ­
seer las prim eras en lugar de las últim as.21
E l f iló so f o p as a lu e go a e n u m e rar lo s e le m e n to s de e stilo (an dare s
so segado s, vo z grav e y un a m an e ra p o n d e rativ a de h ab lar, au se n c ia de
p ris a y e x c itac ió n q ue so n las m arc as de un h o m b re m agn án im o ). L o s
le c to re s tal vez re c o rd arán q ue en L a C o n s titu c ió n d e A te n a s , A ris tó t e ­
les (si f ue é l en re alid a d su auto r) sin gulariz ó en la f alta de un e stilo n o ­
b le de e ste te n o r e l p rin c ip al de f ec to de C le ó n , e l d irige n te d e m o c ráti­
c o de la p o lis aten ien se . L a v u lgarid ad , según to do s lo s in dic io s , e ra un a
grav e alte rac ió n de la m o ralid ad .
L a Po l ít ic a d e A r i s t ó t e l e s
L as c o n ve n c io n es m o rale s q ue A ris tó te le s re s p e ta c laram e n te in ­
c um b e n m ás a lo s c ó digo s aristo c rátic o s q ue a la m o ralid ad p o p ular. Y ,
sin e m b argo , e l h e c h o sigue sien do q ue , en m ayo r m e d id a q ue P lató n ,
e stá dis p ue s to a c o n s id e rar la o p in ió n c o n ve n c io n al, n o só lo en e l c aso
de la aris to c rac ia, sin o in c lus o en e l de las c lases «c o r rie n t e s ». E sto , en
su p o lític a, n o se re f le ja en el se n tido de q ue su ac titu d c o n re sp e c to a
la d e m o c rac ia y sus p re f e re n c ias p o r la o lig arq u ía ar is t o c r átic a sean
2 1. É tic a a N ic ó m a c o , 1 1 2 4 b 5 - 1 1 2 5 a ló .
119 12 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
algo m en o s p ro n un c iad as q ue las de P lató n , sin o m ás b ie n en e l s e n ti­
do d e q ue p lan t e a p re gu n tas q ue P lató n n u n c a se p re o c u p ó de p la n ­
te ar y ab o rd ar (q uiz á p o rq u e , al m en o s en p arte , e l f iló so f o m ás jo ven
te n ía m ayo re s e sp e ran z as de ve r sus p rin c ip io s lle v ado s a la p rác tic a).
A l igu al q ue en su e n f o q ue de las c ie n c ias y la m e taf ísic a, A ristó te le s, en
lu g ar de d ir ig ir su m irad a de in m e d iato al m un do q ue se h alla m ás allá
de la re alid a d m un d an a, se e n f re n ta c o n e l m un do m ate rial d e l c am b io
y el m o vim ien to : en su te o ría p o lític a no só lo b usc a el e stado id e al, sin o
las f ue n te s de l m o vim ie n to y la in q u ie t u d en la p o lis t a l c o m o es, c o n
vistas a c o rre girlas .
A ris tó t e le s e n u m e ra v arias f o rm as de p o lis b as ad as en la c an tid ad
de p e rso n as q ue la go b ie rn an : f o rm as de go b ie rn o c o m o la m o n arq uía,
la aris t o c rac ia y la re p ú b lic a, y sus p e rve rs io n e s, la t iran ía, la o ligarq u ía
y la de m o c rac ia. E sta c las if ic ac ió n se ac o m p añ a de o tra c uyo p ap e l, en
su p ro p ia te o ría p o lít ic a , es algo m en o r, p e ro q ue , c o m o te n dre m o s
o p o rtun id ad de ve r en lo s siguie n te s c ap ítulo s, o c up ará un lu g ar d e p r i­
m er o rden en la f ilo so f ía m e die val: la dis tin c ió n e n tre las dif e re n te s f o r­
m as — de sp ó tic a, e c o n ó m ic a, re al y p o lític a— de au to rid ad . P ero en lo s
in ten to s q ue h ac e p o r id e n t if ic ar las c ausas p rin c ip ale s de la d is c o rd ia
c iv il, A ris tó te le s se p re o c u p a, so b re to do , de lo s do s p rin c ip ale s tip o s
de e stado grie go , la de m o c rac ia y la o lig arq u ía , n o só lo p a ra juz garlo s
c o n re sp e c to a c ie rto id e a l ab s trac to , sin o p a ra in v e s tigar lo s tip o s de
i de f en sas q ue so n p re c is o s p ara p re s e rv ar c ad a un a de las f o rm as de h e ­
c h o e x iste n te s: re d uc ie n d o las te n sio n e s q ue e n ge n dran e l c o n f lic to y el
de so rde n c iv il, o s tas is .
P ara e n te n d e r la p e rs p e c tiv a d e sde la q ue A ristó te le s c o n struye su
te o ría de la p o lític a, p o dem o s c o n sid e rarla de ac ue rdo a lo q ue se h a d i­
c h o en las p ágin as de e ste c ap ítu lo , y t am b ié n en e l p rim e ro , so b re el
d e sarro llo d is tin tiv o de la p o lis , y en c o n c re to en A te n as, y lo s p ro b le ­
m as tan p a rt ic u la re s q ue p lan t e a p ara el m an te n im ie n to d e l o rde n so ­
c ial en ge n e ral y, p artic u larm e n te , p ara la p o sic ió n de las c lase s h ac e n ­
d ad as. S e t r a t a de u n a ilu s t ra c ió n , p e c u liar m e n te so rp re n d e n te , de la
m an e ra en q ue c ue stio n e s h is tó ric as ¿c o n c retas, p lan te ad a s p o r c o n d i­
c io n es so c iale s c o n c re tas , h an d e te rm in ad o e l p ro gram a de la f ilo so f ía
y h an c o n f o rm ado e l m o de lo so b re el q ue se h a c o n struido un sistem a
de ide as .
E n la p o lis s o b re sale n do s rasgo s e s e n c iale s y re lac io n ad o s : la a u ­
se n c ia de un c laro de s lin d am ie n to e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s , en
un a c o m un id ad c iv il q ue am algam a, jun to a o tras c lases p ro d u c to ras , a
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
p ro p ie tario s de tie rras y c am p e sin o s. E s de c ir: la f alta de un ap arato de
e stado p o dero so q ue ac túe en n o m b re de las c lases h ac e n d ad as m an te ­
n ie n do el o rde n y su do m in io so b re lo s p ro duc to re s. E n o tras s o c ie d a­
des p re c ap italis t as , lo s ap ro p iad o re s se o rgan iz aro n d ire c tam e n te en el
e stado , c o m o en lo s an tiguo s rein o s b u ro c rátic o s , o f ue ro n c ap ac e s de
b asarse en e l p o d e r d e l e stado p ara m an te n e r sus p o sic io n e s de d o m i­
n ac ió n y so f o c ar el m ale star e n tre lo s p ro duc to re s sub o rdin ado s. H ub o
algun o s c aso s, so b re to do en el O c c id e n t e f e ud al, en e l q ue las c lases
do m in an te s c o n s igu ie ro n , d u ran te un c ie rto e sp ac io de tie m p o , a r r e ­
glárs e las sin un e stado f ue rte c e n tral; p e ro n i s iq u ie ra un a c lase d o m i­
n an te f ue rte m e n te m ilitariz ad a p udo c o n jurar la am e n aza de de so rden .
L o s se ñ o res f e ud ale s se h allab an so m etido s a un a p re s ió n e x t rao rd in a­
ria: d e b ían c re ar un p o d e r un if ic ad o q ue lo s d e f e n d ie ra, un p o d e r c o n
e l q ue p u d ie ran e n f re n tarse a las f ue rz as c e n tríf u gas, ge n e rad as p o r lo s
c o n f lic to s in te rn o s de c lase. L a «s o b e ran ía p a r c e la d a » d e l f e udalism o ,
de e ste m o do , dio lu g a r a un p ro c e so de c e n traliz ac ió n d e l e stado . S i
b ie n e l e stado e uro p e o m o de rn o e stab a m arc ado p o r las te n sio n e s e n ­
tre m o n arc as y c lase s h ac e n d ad as, e ra la in stituc ió n q ue m e jo r p ro te gía
la p ro p ie d ad y la do m in ac ió n de las c lases de las c uale s disp o n ía. Y así
f ue ac e p tad o , c o n d if e re n te s grad o s de re n u e n c ia, p o r las c lase s d ir i­
gen tes de E uro p a.
E n la an tig u a G re c ia, tal c o m o h e m o s visto , u n a c las e h a c e n d ad a,
d é b ilm e n te o rgan iz ad a, n u n c a tuvo a su d is p o s ic ió n un e stad o así. L a
p o lis c o n s t itu ye un c aso e x trañ o , c as i ú n ic o , en la h is t o r ia p re c ap it a-
lis t a , en e l q ue u n a c las e h a c e n d a d a, p o r raz o n e s h is tó r ic as d iv e rs as ,
n o t e n ía n i la p r e p o n d e ran c ia m ilit a r n i la h e ge m o n ía p o lít ic a q ue se
re q u e r ía n p a ra m an te n e r sus p r o p ie d a d e s y p o d e re s de ap ro p iac ió n .
L o s h ac e n d ad o s d e la é p o c a p o s h o m é ric a se v ie ro n o b ligad o s a c o n ­
f ia r en d iv e rso s ac u e rd o s y c o m p o n e n d as p o lít ic a s p a r a m an te n e r e l
o rde n so c ial y as í p r o te ge r su p r o p ie d a d . L as re f o rm as de S o ló n y de
C lís te n e s ilu s t ra n e l m o do en q ue se g e s t io n ab an las p e c u lia r e s r e la ­
c io n e s de c las e en la Á t ic a an t ig u a : en au s e n c ia de un c laro do m in io
d e c las e , esto es, en un o rde n c ívic o en e l q ue ap ro p iad o re s y p r o d u c ­
to re s se e n f re n ta b an d ire c t a m e n t e c o m o in d iv id u o s y c o m o c las e ,
c o m o te r r a t e n ie n t e s y c am p e s in o s , au n q u e n o p r in c ip a lm e n t e c o m o
g o b e rn an te s y s ú b d ito s . S in s u p o n e r q u e e sto s re f o rm ad o re s se m o ­
v ie ran p o r s im p atías d e m o c rátic as , p o de m o s re c o n o c e r de q ué m o do
la c o n f igurac ió n de l p o d e r so c ial en la p o lis an tigua lo s o b ligó a alc a n ­
z ar ac o m o do s c o n e l d e m o s a f in de m an te n e r e l o rde n c ívic o y, en rea-
12 1 12 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
lid a d , p a r a q ue lo s ric o s y lo s aris t ó c rat a s v ie ran p r o t e gid as sus p r o ­
p ias p o sic io n e s .
L a te o ría p o lít ic a de A ris tó te le s se s itú a en e sta d ila t a d a trad ic ió n
p o lít ic a . A l ig u a l q ue la p rim e ra te o ría p o lít ic a m o d e rn a en E uro p a
q u e d a r ía m o d e lad a p o r la re lac ió n t r ip a r t it a e n tre se ñ o re s f e u d ale s ,
c am p e sin o s y e s tad o s m o n árq u ic o s . L a t e o ría de A ris tó t e le s , as í, r e s ­
p o n d ía a las c ue stio n e s e s p e c íf ic as q ue p la n t e a b a la p o lis p o r su p ro ­
p ia d is p o s ic ió n , b a s t an t e p a rt ic u la r, de p o d e r so c ial. A ris tó t e le s , al
ig u a l q ue P lató n , d e ja m uy c laro q ue h u b ie r a p re f e rid o u n a d iv isió n
c la r a e n tre go b e rn an te s y p ro d u c to re s . P e ro en e l o rd e n s o c ial re al,
c o n su c ara c t e rís t ic a c o n f igurac ió n de c las e s , A ristó te le s se s in tió o b li­
gad o , al ig u a l q ue le s h a b ía s u c e d id o a lo s le g e n d a rio s re f o rm ad o re s
de A te n as , a c o n s id e rar q ué gé n e ro de ac u e rd o c ívic o p o d ría lib r a r a
la p o lis de lo s c o n f lic to s s o c iale s q ue am e n az ab an c o n d e s t ru irla . T al
vez lo e n te n d e re m o s m e j o r si te n e m o s en c u e n ta q ue su c o n c e p c ió n
d e l o rd e n p o lític o , t a l c o m o es p o s ib le en e l m un do re a l, se f u n d a ­
m e n ta en su c o n vic c ió n de q ue es m ás c o n v e n ie n te m an te n e r s e p a ra ­
do s go b ie rn o y p ro d u c c ió n . E n lo s e stado s c o n lo s q ue A ris tó t e le s se
m ue s tra de ac ue rd o y a lo s q ue p riv ile g ia (E gip to , p o r e je m p lo , o C r e ­
ta) se da algo q ue g u a rd a se m e j an z a c o n e s ta d iv is ió n : la s e p arac ió n
e n tre las c las e s a g ra ria s y lo s m ilit are s . E n su esb o zo de la p o lis id e al
(so b re e l q ue v o lve re m o s m ás ad e lan te ) p ro p o n e , p r e c is am e n t e , un a
div isió n as í.22 P e ro c uan d o se t rat a de re alid a d e s en las q ue e l id e a l r e ­
s u lt a im p o s ib le , h ac e c o n c e s io n e s c o n re sp e c to a e ste p r in c ip io , a u n ­
q ue jam ás lo p ie rd e de vista.
E l argum e n to de A ris tó te le s es q ue la c ausa ge n e ral de la s ta s is en
do s f o rm as p rin c ip ale s de p o lis , so b re to do en tiem p o s re c ie n te s, es la
d e s ig u ald a d , e s p e c íf ic am e n te e l c o n f lic to e n tre , p o r un lad o , lo s ric o s
y lo s aris t ó c r at a s , y, p o r e l o tro , e l v ulgo . E sto s c o n f lic to s s o c iale s se
e x p re san , en las dif e re n te s c o n c e p c io n e s de la j u s t ic ia, en té rm in o s p o ­
lític o s : un a c o n c e p c ió n d e m o c rátic a q ue e x ige la ig u a ld a d y o tra, o li­
gárq u ic a, q ue in sis te en la d e s igu ald ad . D ic h o de o tro m o do : do s c o n ­
c e p c io n e s c o n trap u e s tas de la ig u aj d a d . U n a «n u m é r ic a » y la o tra
«p ro p o r c io n a l», o un a ig u ald a d aritm é tic a y un a ig u ald a d ge o m é tric a.
E s v e rd ad , argum e n ta e l f iló so f o , q ue d e b e ría h ab e r un a ig u ald a d p o lí­
tic a e n tre lo s h o m b res q ue so n igu ale s ; asim ism o , q ue h o m b res q ue no
so n ig u ale s d e b e rían te n e r de re c h o s p o lític o s d e s igu ale s . P e ro am b as
22. Política, 13 2 8 a - b.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
c o n c e p c io n e s de la ju s t ic ia, la o ligárq u ic a y la d e m o c rátic a, so n in c o m ­
p le tas , p ue s ign o ran lo s c rite rio s ad e c uad o s de la ig u a ld a d y la d e s i­
g u a ld a d , las c u a lid ad e s q ue d ic tan ad e c u ad am e n te q ué c o rre s p o n de ,
en e s tric t a j u s t ic ia, a c ad a h o m b re . E l d e m ó c rata sup o n e , de h e c h o ,
q ue to do s lo s h o m b res q ue h an n ac id o lib re s so n igu ale s , en tan to q ue
el o ligarc a p ie n sa q ue la riq ue z a es la m e d id a de la d e s igu ald ad . P e ro la
v e rd a d e ra j u s t ic ia re q u ie re q ue lo s de re c h o s y c argo s p o lític o s v aríe n
se gún la c o n trib uc ió n q ue lo s h o m b res h ac e n al c um p lim ie n to d e l p ro ­
p ó sito e s e n c ial d e l e stado . E ste p ro p ó s ito n o es la m e ra v id a, la p r o s ­
p e rid ad m ate rial. N i siq uie ra la s e gu rid ad y la def en sa. A un q ue el e s ta­
do sirve a to do s esto s f in es, su p ro p ó sito e se n c ial es la v id a p ro p iam en te
b ue n a. P o r tan to , lo s h o n o res y lo s c argo s d e b e rían , en ju s t ic ia, d is t ri­
b u irs e se gún un p rin c ip io de e x c e le n c ia c ívic a d is tin to de la riq ue z a o
d e l h e c h o de h a b e r n ac id o lib re . S in e m b argo , si las do s n o c io n e s, la
o lig árq u ic a y la d e m o c rátic a, so n im p e rf e c tas , el c o m p ro m iso o lig á r­
q uic o c o n la ig u ald a d p ro p o rc io n al es la m ejo r de las c o n c ep c io n e s in ­
c o m p le tas de la j u s t ic ia, la ú n ic a q ue se ap ro x im a m ás a la f o rm a p e r ­
f e c ta, en tan to q ue la id e a d e m o c rátic a de ju s t ic ia c o m o ig u ald a d
n um é ric a es sin d u d a la peo r.
N o o b stan te, p ue sto q ue sie m p re h ab rá ric o s y p o b re s, siem p re h a ­
b rá c o n c e p c io n e s c o n trap ue stas de la ju s t ic ia, tan to en la d e m o c rac ia
c o m o en la o ligarq u ía; y es p re c iso d e s c u b rir m edio s q ue p e rm itan c o n ­
te n e r lo s c o n f lic to s ge n e rado s p o r e sta in e luc tab le re alid ad . E n las o li­
garq u ías tam b ié n e x iste n lo s p ro b le m as q ue p lan te an lo s c o n f lic to s in ­
te rn o s a la p ro p ia c las e o lig árq u ic a do m in an te . A l m ism o tie m p o , lo s
ric o s y lo s q ue h an n ac id o lib re s e stán , c o m o sab e m o s, e x c e p c io n al­
m en te do tado s p ara lle v ar un a vid a b ue n a, de un a m an e ra q ue , en c am ­
b io , a aq ue llo s q ue e stán ab o c ado s en c ue rp o y m en te a lo s m en esteres
de l trab ajo le s e stá n e gad a. E sto s ign if ic a q ue , en am b o s c aso s, p ara
A ristó te le s es un o b je tivo e se n c ial p re se rvar, o in c lus o pro m o ver, a la
m in o ría de aristó c ratas y ric o s, c o n su s u p e rio rid ad n a t u ral y su p ap e l
de c isivo , en c u alq u ie r tip o de estado . L as m edidas de stin adas a e lim in ar
la s ta s is n un c a de b e n ir m ás allá de lo m ín im o n e c e sario p ara e v itar la
in e s t ab ilid a d . L a p re s c rip c ió n ge n e ral d e l e s t ag irit a es un a p ru d e n te
c o m b in ac ió n de p rin c ip io s o ligárq uic o s y de m o c rátic o s, de p e n d ie n d o ,
en div e rsas f o rm as, de las c irc u n s tan c ias . P e ro si b ie n e v itar la s ta s is
p ue d e re q ue rir q ue se h agan c o n c esio n es a la de m o c rac ia, la p re sun c ió n
es c laram e n te f avo rab le a la o ligarq uía, p o rq ue e n tre lo s aristó c ratas o li­
garc as p o r lo m en o s se h a lla rá a un p uñ ad o de h o m b res virtuo so s.
12 3
12 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
L a p o lis «m ás f ac t ib le », la p o lite ia * (q ue A ristó te le s u tiliz a aq u í en
un se n tido m ás re s trin gid o q ue e l té rm in o ge n e ral, trad u c id o a m e n u ­
do p o r «c o n s t it u c ió n ») , se ría un a c o m b in ac ió n de e ste tip o , en la q ue
es c laram e n te v is ib le , p e se a la p re s e n c ia de algun o s e le m e n to s de m o ­
c rátic o s, la h e ge m o n ía de lo s p rin c ip io s o ligárq u ic o s. L a p ro p ie d ad se ­
ría un a c o n d ic ió n p a ra un a c iu d ad a n ía ac tiv a, in c lus o p ara p a rt ic ip a r
c o m o m ie m b ro en la A sam b le a ( E c c le s ia ); y si b ie n lo s c am p e sin o s in ­
d e p e n d ie n te s c o n m edio s m o de rado s se rían in c luid o s y p o d rían p e r t e ­
n e c er, c o m o h o p litas , al e le m e n to c o m b ativo q ue es la c o lum n a v e rt e ­
b r a l de la p o lite ia , en c am b io , lo s te n d e ro s , lo s arte san o s y lo s q ue
trab ajan p o r c ue n ta aje n a n o te n d rían de re c h o a h ac e rlo . C uan do A ris ­
tó te le s d e s c rib e las m ejo re s f o rm as de d e m o c rac ia y o lig arq u ía , re s u l­
tan se r m uy sim ilare s a la p o lite ia-, e in c lus o en la d e m o c rac ia e l p ap e l
d e l re c io c iu d ad an o de re c urso s m o d e rad o s, e l c am p e sin o in d e p e n ­
d ie n te c o rrie n te , e s taría lim it ad o , p o rq ue e ste tip o de h o m b re s, tal y
c o m o s e ñ ala A ris tó t e le s , «a l n o te n e r un a gran c an tid ad de p r o p ie d a ­
de s, e stán m uy o c up ado s; y n o tie n e n , p o r tan to , tie m p o p a ra as is tir a
la as am b le a»,23 lo c ual se rá p ara b ie n , p ue s el go b ie rn o e s tará, a to do s
lo s ef ec to s p rác tic o s, c o n c e n trado en m an o s de lo s ric o s y aristó c ratas.
L o s valo re s p o lític o s d e l f iló so f o se h allan m ás c laram e n te e x p u e s ­
to s en e l esb o zo in c o m p le to de la p o lis id e a l q ue se o f re c e en lo q ue
c o n v e n c io n alm e n te se h a n u m e rad o c o m o lo s lib ro s V I I y V I I I de su
P o lític a . N o f altan las sim ilitud e s s ign if ic ativ as e n tre e sta p o lis id e al y la
p o lite ia , y en re a lid a d c o n las m ejo re s f o rm as de la o lig arq u ía y la d e ­
m o c rac ia. P ero lo s p rin c ip io s f un dam e n tale s se e n un c ian de un a m an e ­
ra m ás e x p líc ita. E n p artic u lar, la p ro p u e s ta se b asa en un a ú n ic a p r e ­
m isa f un dam e n tal:
D e los elem ento s indispensab les para la existenc ia del estado , así
como en los demás c om puestos que c rea la naturaleza [aq uí hay una di­
ferenc ia que trazar entre «c o n dic io n es» y «p arte s»], no hay identidad
entre to do s los elem ento s del c uerpo entero , aunque sean esenc iales
para su existenc ia; de igual m anera, evidentem ente, se puede no co ntar
. * E l t é r m in o g r ie g o p o l i t e i a , q u e a q u í r e s u m e la c o n c e p c ió n id e a l d e la p o li s e n
A r is t ó t e le s , e n t r e lo s r o m a n o s c o b r ó e l s e n t id o d e c i v i t a s s e u r e p u b li c a e s t a t u s e t a d m i ­
n i s t r a t i o . S u t r a d u c c ió n in g le s a p o r p o l i t y fo r z a r ía e n c a s t e lla n o a t r a d u c ir la p o r go­
b ie r n o o ‘ r é g im e n ’ , a u n q u e a l n o h a b e r u n a e q u iv a le n c ia e x a c t a h e m o s p r e fe r id o d e ja r
a q u í e l t é r m in o g rie g o . (N . d e l t. )
23. P o lí t i c a , 1 2 1 8 b .
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
entre los m iemb ro s del estado a todo s los elemento s de los que, no o b s­
tante, tiene una indispensab le nec esidad; princ ipio que es igualm ente
aplic ab le a c ualquier o tra asoc iac ió n que sólo deb a fo rmarse de elem en ­
tos de una so la y misma espec ie.24
E n c o n tram o s un p rin c ip io s im ilar en E l p o lític o de P lató n , en la
dis tin c ió n q ue h ac e en este diálo go e n tre el arte de l p o lític o y las dem ás
arte s au x iliare s — «s u b o rd in a d a s » y «c o n t r ib u t iv a s »— , q ue e x c lu ía de
la c iu d ad an ía a to do s aq ue llo s q ue trab ajab an p ara su b v e n ir a las n e c e ­
sidade s d iarias de la p o lis . L a p o lis id e al de A ristó te le s re le ga, tam b ié n ,
a las gen tes de este tip o a la esf e ra de las «c o n d ic io n e s » n e c e sarias y no
al de «p a r t e s » in te grale s de la p o lis . «E l e stado — d e c lara el e s tagirita—
n o es m ás q ue u n a aso c iac ió n de se re s igu ale s , y só lo de igu ale s , q ue a s ­
p iran a c o n se guir un a e x is te n c ia dic h o sa y f á c il», au n q u e ah o ra de ja
c laro q ue el c rite rio re le van te de ig u ald a d es, a f in de c ue n tas, un c rit e ­
rio so c ial. N i s iq u ie ra en e l e stado id e a l, p are c e su ge rirn o s , deb em o s
s up o n e r q ue aq u e llo s q ue re aliz an el trab ajo q ue es n e c e s ario p u e d e n
c o n tr ib u ir al p ro p ó s ito e s e n c ial y m ás e le vado de la p o lis . L a p r e s u n ­
c ió n sie m p re de b e re c ae r en aq u e llo s c uyas c o n d ic io n e s m ate riale s y
p o sic ió n so c ial le s h ac e ser idó n e o s p a ra la v id a b u e n a, c o n in d e p e n ­
d e n c ia de q ue re alm e n te la lo gre n o c o n trib u yan a e lla. E llo s so n las
p arte s f un dam e n tale s de la p olis· .
D e estos princ ipio s se desprende c laram ente que el estado con una
c onstitució n ideal que buscam os — un estado que tiene como m iembros
a ho mbres que son ab so lutam ente justos, y no a ho mbres que son justos
en relació n con un c riterio dado — no puede tener c iudadano s que lle ­
ven una vida dedic ada a un oficio m ec ánic o o m erc antil, oficios envile­
c ido s y c o ntrario s a la virtud. T ampoco se dedic arán a la agric ultura,
pues el ocio es una nec esidad, tanto para el aum ento de la virtud como
para o c uparse de las ac tividades po lític as.25
E x iste n , p o r sup ue sto , f un c io n e s n e c e s arias q ue n o se h allan s u je ­
tas a e sta e x c lus ió n p o lític a: las f un c io n es de la go b e rn ab ilid ad m ism a,
la m ilitar y la d e lib e rativ a. S e trata de f un c io n es q ue , en algun o s as p e c ­
to s, e stán se p arad as , aun q u e só lo sea p o rq ue lo s jó ven es tie n e n la e n e r­
gía p a ra d e d ic ars e a la g u e rra y, en c am b io , p re f ie re n re s e rv ar la d e li­
24. P o lí t i c a , 1 3 2 8 a.
25. P o lí t i c a , 1 3 2 8 b - 1 3 2 9 a.
12 5 12 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
b e rac ió n p a ra lo s c iu d ad an o s de m ás e d ad y m ayo r e x p e rie n c ia. A m ­
b as, n o o b stan te , c o n stituye n el e je rc ic io de l go b ie rn o , y de b e n se r re a ­
liz ad as p o r h o m b res q ue d is p o n gan de p ro p ie d ad e s , n un c a lo s q ue se
d e d ic an a o tras arte s y o f ic io s n e c e sario s. A lo s c am p e sin o s, lo s arte s a­
no s y lo s lab rie go s tam p o c o les e stá p e rm itid o e je rc e r c o m o sac e rdo tes.
E l e stado de b e div id irse en c lases y, en p artic u lar, de b e h ab e r u n a d iv i­
sió n e n tre la c lase agríc o la y la c lase g ue rre ra. D e h e c h o , to d a ac tiv id ad
agríc o la de b e ser re aliz ad a p o r e sc lavo s o p o r siervo s, p re f e re n te m e n te
q ue n o sean grie go s.
A un q ue A ristó teles c ritic a, en diverso s sen tido s, la te o ría p o lític a de
P lató n , las sim ilitud e s e n tre el e stado id e al de A ristó te le s y la se gun da
m ejo r p o lis de P lató n de b ie ran re s u ltar ya eviden tes. E ste p are c ido tam ­
po c o es ac c id e n tal. L as af in id ad e s e n tre am b o s se h allan in d ic ad as en
las re p ue stas c o n c re tas, c o m o la suge re n c ia q ue A ristó te le s h ac e de q ue
c ad a c iu d ad an o d e b e ría te n e r do s p arc e las de tie rra, un a p ró x im a al
c en tro de la c iu d ad y un a en el lin d e , su ge re n c ia q ue , al ig u al q ue o tras
m e didas, to m a p re s tad a dire c tam e n te de L as L e ye s de P lató n . E l h ec h o
de q ue e sta p o lis es, p ara A ristó te le s, un id e a l q uizás irre aliz ab le y p ara
P lató n so lam e n te la s e gun d a o p c ió n m e jo r no s d ic e m uy p o c o so b re
c u alq u ie r d if e re n c ia e n tre ello s c o n re sp ec to a su o p o sic ió n a la de m o ­
c rac ia o a su c o m p ro m iso c o n lo s p rin c ip io s aristo c rátic o s. E n c am b io ,
no s d ic e b astan te so b re las dif e re n c ias en las tare as q ue c ad a h o m b re se
p ro p o n e y el m o m en to h istó ric o , c o n c reto , en el q ue re f le x io n ó so b re la
p o lis . I n c luso las c rític as q ue A ristó teles h ac e de sus p re de c e so re s están ,
a m en udo , m o tivadas p o r lo s valo res q ue c o m p arten , c o m o c uan do a le ­
ga q ue algun as de las p ro p ue stas de P lató n , p o r e je m p lo , la m an e ra en
q ue e n tie n d e y c o n side ra la p ro p ie d ad o la c o m un idad de e sp o sas e h i­
jo s en L a R e p ú b lic a , le jo s de c o n trib u ir al av an c e de su p e n sam ie n to ,
h an p ue sto en p e ligro , q uiz á, las m etas q ue am b o s f iló so f o s q ue rían a l­
c an zar. E ste tip o de p ro p u e s tas n o só lo so n im p rac tic ab le s , sin o q ue
tie n d e n a d ilu ir la .dif e re n c iac ió n de lo s h o m b res y la auto s uf ic ie n c ia
q ue , según c o n vien en am b o s f iló so f o s, es e se n c ial a la p o lis .
L a Po l ít ic a y l a n a t u r a le z a
A sim ism o , de b e m o s c o n s id e rar de q ué m o do lo s se n tim ie n to s an t i­
de m o c rátic o s de A ristó te le s, au n q u e m o de rado s en f un c ió n de l m un do
re al, im p re gn an sus id e as m ás f un d am e n tale s e in c lus o su «c ie n c ia »
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
m ás an alític a o d e sc rip tiv a. A l c o m ien zo de la P o lític a , p lan te a sus d e ­
f in ic io n e s b ásic as y ap lic a su m éto do «a n alít ic o - g e n é t ic o » a la p o lític a,
al ig u al q ue lo h ac e en o tras o b ras, c o n o tro s f en ó m en o s n atu rale s .
A q u í ya so n v isib le s c uále s so n sus p re f e re n c ias p o lític as , y c uan do p a ­
sam o s de la P o lític a a las o b ras n o p o lític as en las q ue se d e s arro lla su
m éto do f ilo só f ic o y c ie n tíf ic o , re s u lt a d if íc il p as ar p o r alto las s u p o s i­
c io n es p o lític as q ue las c o lm an .
A ris tó te le s c o m ie n z a la P o lític a de f in ie n d o las f o rm as b ás ic as de
aso c iac ió n h um an a, de las q ue la p o lis es la f o rm a sup e rio r. C ad a un a
tie n e su p ro p io f in e sp e c íf ic o o te lo s , q ue g u ard a c o rre s p o n d e n c ia c o n
diverso s asp e c to s de la n a tu rale z a h um an a. L a f o rm a m ás b ás ic a es el
o ik o s , la c asa, q ue se o c up a de la n e c e s id ad b io ló gic a, las n e c e s id ad e s
re c urre n te s c o tidian as de la vida. L ue go sigue e l p ue b lo , un a aso c iac ió n
de c asas, q ue c o n trib uye a la satisf ac c ió n de las n e c e s id ad e s m ate riale s
p e ro q ue tam b ié n se o c up a de algo m ás q ue de las n e c e s id ad e s d iarias
re c u rre n te s y es, en c ie rto s e n tido , un p ue n te de t ran s ic ió n a la f o rm a
sup e rio r, la p o lis . L a p o lis , aun q ue in c o rp o ra y ac re c ie n ta las f un c io n es
de las o tras do s, t ie n e c o m o p ro p ó sito c arac te rístic o la re aliz ac ió n de la
n atu rale z a e se n c ial de la h um an id ad . E s n a t u ral en el se n tido de q ue se
d e s arro lla a p a rt ir de o tras aso c iac io n e s n atu rale s , p e ro , m ás en p a r t i­
c ular, es n atu ral en e l se n tido de q ue es la p e rf e c ta c o n sum ac ió n d e l d e ­
s arro llo h um an o . «E l h o m b re es p o r n a tu rale z a un an im al p o lít ic o »,
un a c riatu ra d e s tin ad a a v iv ir en un a p o lis , p o rq ue só lo en la p o lis p u e ­
de c o n sum ar su p ro p io te lo s c o m o se r rac io n al y m o ral.
L a n atu rale z a de la p o lis se de f in e en re lac ió n , y tam b ié n p o r c o n ­
traste , c o n e l o ik o s . L a c asa se c arac t e riz a p o r tres c o n jun to s p r in c ip a ­
le s de re lac io n e s: la de am o y e sc lavo , la de esp o so y e sp o sa, la de p a ­
dre s e h ijo s. E n su m ism a e s e n c ia, es un a in s tit u c ió n p a t ria rc a l y
je rárq u ic a c arac t e riz ad a p o r d e sigu ald ad e s f un dam e n tale s . A l em p ezar,
e l f iló so f o e x p o n e ya su te o ría de la d e s ig u ald a d n a t u ra l so b re la p r e ­
m isa de q ue e x iste un p rin c ip io de go b ie rn o y s u b o rd in ac ió n q ue ac túa
en to d a la n atu rale z a, la p re m is a de q ue el alm a go b ie rn a el c ue rp o . E n
c uan to a esto , A ristó te le s e stá de ac ue rdo c o n el dualism o f un d am e n tal
de la te o ría p lató n ic a d e l c o n o c im ie n to y de l c o sm o s. A ris tó te le s p asa
lu e go a so ste n e r q ue , aun q u e lo s e sc lavo s, las m uje re s y lo s n iñ o s p o ­
seen las dif e re n te s p arte s d e l alm a, las p o see n de m an e ras d is tin tas. L as
m uje re s p o see n la f ac u ltad de d e lib e rac ió n , p e ro de un a f o rm a in c o m ­
p le ta. Y en lo s n iñ o s, en c am b io , e sta p arte aún es in m ad ura. P o r esto
e stán , n atu ralm e n te , sub o rd in ad o s al h o m b re de la c asa. P e ro h ay a l­
12 7 12 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
gun o s h o m b re s c uyas f ac u lt a d e s so n b ás ic am e n te las d e l c ue rp o , en
tan to q ue su e n te n d im ie n to só lo es c ap az de s e gu ir las ó rd e n e s de la
razó n de o tro . D e e llo se d e s p re n d e q ue algu n o s h o m b re s sirv e n p o r
n aturale z a p ara m an dar y o tro s, p ara ser m an dado s; algun o s so n p o r n a­
tu rale z a lib re s y o tro s, esc lavo s. D ado q ue e l am o es e l se r rac io n al, la
c o n d ic ió n s u b o rd in ad a d e l e sc lavo es a la vez ju s t a y b e n e f ic io s a p ara
to do s.
A ristó te le s va m ás allá q ue la m ayo ría de lo s grie go s y, m ás aún , q ue
lo s ro m an o s, al j u s t if ic ar la e s c lav itu d so b re la b ase de la d e s ig u ald a d
n atural. S i b ie n lo s an tiguo s e stab an disp ue sto s a j u s t if ic ar la e sc lav itud
p o r o tras razo n e s, a m e n udo sim p le m e n te p ragm átic as , la id e a de la e s­
c lav itu d n atu ral, b as ad a en las d if e re n c ias in n atas e n tre lo s in dividuo s
o las raz as, p are c e q ue n un c a lle gó a te n e r un a am p lia ac e p tac ió n . E l
c arác t e r p e c u lia r de la j u s t if ic ac ió n p re s e n t ad a p o r e l f iló so f o es, sin
d u d a, im p o rtan te , p e ro tam b ié n lo es se ñ alar q ue la divisió n n atu ral e n ­
tre go b e rn an te s y go b e rn ado s o p e ra, se gún A ristó te le s, en au s e n c ia de
e ste tip o de d e s igu ald ad e s in n atas. E l p rin c ip io de j e ra rq u ía s igue s ie n ­
do n atu ral, aun q ue no re sp o n da a n in gu n a d e las d e s igu ald ad e s in n atas
e n tre lo s se re s h um an o s. M ás aún , la te o ría p o lít ic a de A ris tó t e le s r e ­
q uie re un p rin c ip io de j e ra rq u ía n atu ral e n tre go b e rn an te s y go b e rn a­
do s q ue sirva n o só lo p ara la re lac ió n e n tre am o s y e sc lavo s — o in c lu ­
so e n tre h o m b res y m uj e re s , ad u lto s y n iñ o s— , sin o t am b ié n a la
re lac ió n de la aris t o c r ac ia y e l p ue b lo , la m in o ría o c io sa y la m ayo ría
q ue t rab aja. A f in de am p liar e l alc an c e de e ste p rin c ip io je rá rq u ic o ,
A ristó te le s, al ig u al q ue P lató n , se b asa n o só lo en las d if e re n c ias f u n ­
d am e n tale s , in n atas , e n tre lo s h o m b re s, c o n o b je to de j u s t if ic ar las r í­
gid as div isio n e s e n tre aq ue llo s q ue sirve n p ara m an d ar y lo s q ue sirven
p a ra se r m an dado s. A un sin d e s igu ald ad e s in n atas s u s tan c iale s , aq u e ­
llo s c uyas v idas de trab ajo lo s atan a la n e c e s id ad — y e ste tip o de h o m ­
b re s sie m p re e x is t irá — n o tie n e n las c u a lid ad e s de l alm a q ue se r e ­
q uie re n p ara go b ern ar.
E s c ie rto q ue A ristó te le s d is tin gue e x p líc itam e n te e n tre e l esc lavo y
e l arte san o lib re en razó n de q ue sus grad o s de se rv id um b re so n d if e ­
re n te s: e l arte san o se h a lla m en o s atado a un am o . E l arte san o tam p o c o
es p o r n atu rale z a lo q ue es de l m o do en q ue e l esc lavo es p o r n a t u ra le ­
za un e sc lavo . L a c o n c lusió n q ue , sin e m b argo , el f iló so f o e x t rae de
esto es, s im p le m e n te , q ue e l am o tie n e la o b ligac ió n de p ro d uc ir, en el
e sc lavo , la v irt u d m o ral lim it ad a de la q ue é ste es c ap az , en tan to q ue
n o e x is te e sa o b ligac ió n en e l c aso d e l h o m b re lib re . A la h o ra de esta-
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
b le c e r lo s p rin c ip io s p o lític o s de A ristó te le s, las dif e re n c ias e n tre e l a r ­
te san o lib re y e l esc lavo re su ltan se r m en o s im p o rtan te s q ue las s im ili­
tu d e s en sus re s p e c tiv as c o n d ic io n e s, en p a rt ic u la r su f un c ió n de d ar
ab asto a las n e c e s id ad e s b ásic as de la v id a. L a d iv isió n e n tre lo s tip o s
b a n á u s ic o s y aq u e llo s c uyas c o n dic io n e s de v id a lo s h ac e n se r ap to s
p a ra go b e rn ar n o e stá, de este m o do , m en o s f un d am e n tad a en la n a t u ­
rale z a de lo q ue lo e stá la d iv isió n e n tre am o s n a tu rale s y e sc lavo s n a ­
turale s .
A q ue llo s q ue trab ajan p ara gan arse el suste n to , ya sea en la a g r ic u l­
t u ra, en e l c o m e rc io o e je rc ie n d o sus o f ic io s, c are c e n d e l o c io y la li­
b e rtad de e s p íritu p ara c o n sum ar la n atu rale z a e s e n c ial de la h u m an i­
d ad . S u sum isió n a la n e c e s id ad lo s c o lo c a de l lad o e q uiv o c ad o de la
lín e a q ue se p ara a q uie n e s c o n trib uye n a la c o n sum ac ió n d e l p ro p ó sito
e se n c ial de l e stado , su te lo s n atu ral, de aq ue llo s o tro s q ue atie n de n m e ­
ram e n te sus n e c e s id ad e s b ásic as , au n q u e A ristó te le s re c o n o c e q ue , en
la p rác tic a, a vec es de b e n h ac e rs e c o n c esio n es p o lític as a lo s h o m b res
b a n á u s ic o s q ue h an n ac ido lib re s. L a p o lis , a d if e re n c ia de l o ik o s , es un a
aso c iac ió n de igu ale s y só lo de igu ale s ; sin e m b argo , e l p rin c ip io de j e ­
ra rq u ía e s tab le c id o en el o ik o s tie n e un a im p o rtan c ia c rít ic a p ara la d e ­
f in ic ió n de las re lac io n e s, tam b ié n en e l sen o de la p o lis . E l c rite rio de
ig u a ld a d y d e s ig u ald a d q ue A ris tó t e le s c o n s id e ra ad e c uad o en la d is ­
trib u c ió n de de re c h o s p o lític o s de riv a de la d is tin c ió n e n tre lo s p r in c i­
p io s de la n e c e s id ad y de la lib e rt a d e s tab le c id o s en la c asa.
A sim ism o , e x iste o tra v ía en la q ue e l o ik o s f ija lo s té rm in o s y c o n ­
dic io n e s de l de re c h o p o lític o . E n su e x am e n de l o ik o s , A ristó te le s e x ­
p o n e sus p un to s de v ista so b re la p ro p ie d a d y e l arte de a d q u ir irla ,
p e rs p e c tiv as q ue tie n e n un p ap e l e se n c ial p ara d e f in ir e l c arác t e r de la
ad e c uad a c lase go b e rn an te . E l arte de la ad m in istrac ió n de la c asa ( o i-
k o n o m ia ) , h ab lan d o en se n tido e stric to , se o c up a d e l uso , y no de la a d ­
q uisic ió n , de las c o sas n e c e sarias p ara la v id a y e l b ie n e star. P e ro el arte
de la ad m in is trac ió n de l h o gar tie n e q ue d e d ic ars e , tam b ié n , a la a d ­
q u is ic ió n , d ado q ue t ie n e q ue ve r c o n o b te n e r y as e gu rar c o sas q ue el
h o gar re q u ie re , y e l m o do n o n a t u ra l de a d q u ir ir eso s o b je to s es m e ­
d ian te e l din e ro , a travé s de l c o m erc io al p o r m en o r, c o n án im o de lu ­
c ro . E x iste n , c ie rtam e n te , f o rm as le gítim as de in te rc am b io en las q ue
las c asas ad q u ie re n o tras c o sas q ue n o p ro d uc e n p o r e llas m ism as, y
q ue in c lus o p u e d e n c o n lle v ar algu n a gan an c ia. P e ro d ado q ue la g a ­
n an c ia p e c u n iaria n o es e l o b je tivo , e stas f o rm as so n , en c ie rto se n tido ,
p ro lo n gac io n e s de la o ik o n o m ia o , en to do c aso , re p re s e n tan un a fo rm a
12 9 13 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m ás n atu ral de c re m a tís tic a , e l arte de la ad q u isic ió n . L a c re m a tís tic a no
n atu ral, e l in te rc am b io c o n el p ro p ó sito p rim o rd ial de o b te n e r gan an ­
c ias p e c u n iarias , se p re o c u p a n o d e l b ie n e s t ar o de la «r iq u e z a g e n u i­
n a », sin o de la ad q u is ic ió n de d in e ro , y e ste tip o de in te rc am b io se h a
ido h ac ie n d o c ada vez m ás p re do m in an te .
E n este p un to , A ristó te le s h ac e un a d is tin c ió n q ue , d e sde un a p e rs ­
p e c tiv a te ó ric a, se rá f é rtil m uc h o s siglo s de sp ué s y q ue sirve p ara ilu s ­
t r ar c ó m o la id e a m o d e lad a p o r su c o n te x to h istó ric o e sp e c íf ic o , e in ­
c luso p o r v alo re s so c iale s p a rt ic u la re s , p u e d e lle g a r a e x te n d e rs e
m uc h o m ás allá de su é p o c a, lu g a r e id e o lo gía. «T o do s lo s artíc u lo s de
p r o p ie d a d — af irm a A ris tó t e le s — tie n e n do s uso s p o sib le s . U n uso es
ad e c uad o y p e c u liar al artíc ulo d e l q ue se trata; el o tro n o ».26 U n z ap a­
to , p o r e je m p lo , p u e d e lle v ars e p ue sto o p u e d e u tiliz ars e c o m o un o b ­
je to de in te rc am b io c o n án im o luc rativ o . M ás en p artic u lar, e x iste un a
dis tin c ió n e n tre p ro d uc c ió n d e s tin ad a al uso y p ro d uc c ió n d e s tin ad a a
un in te rc am b io lu c rativ o . U n a c o sa es p ro d u c ir un z ap ato p a ra el uso
p ro p io , o aun se n c illam e n te p ara in te rc am b iarlo p o r alim en to s o d in e ­
ro q ue so n n e c e s ario s , en tan to q ue un z ap ato q ue es p ro d u c id o p ara
o b ten er un a gan an c ia es algo distin to . Y estas f o rm as de p ro duc c ió n so n
b as tan te d is tin tas en sus c o n se c ue n c ias. U n a e stá re lac io n ad a c o n un a
ad q u isic ió n lim itad a en sus o b jetivo s, en tan to q ue la o tra, en p rin c ip io ,
es ilim itad a. K arl M arx d e s arro llaría e sta d is tin c ió n c o n un o s f in es b a s ­
tan te d if e re n te s , p e ro en lo q ue re s p e c ta a A ris tó t e le s , d e se m p e ñ a un
p ap e l e se n c ial e n el e stab le c im ie n to de lo s p rin c ip io s aristo c rátic o s q ue
f un dam e n tan su c o n c e p c ió n de la p o lis .
A m e d id a q ue la argum e n tac ió n avan z a, se va h ac ie n d o c ad a vez
m ás e v id e n te q ue las p re f e re n c ias p o lític as d e l f iló so f o in c luso se p la s ­
m an en las de f in ic io n e s m ás b ásic as y o s te n sib le m e n te n e utras q ue p r e ­
se n ta. I n c luso c uan d o d e s arro lla sus d e f in ic io n e s de las d iv e rsas as o ­
c iac io n e s y le s ap lic a su m éto do an alític o - ge n é tic o , n o s im agin am o s
q uié n e s so n lo s «ig u a le s » q ue c o n stituye n p ro p iam e n te la p o lis . S e t r a ­
ta, de e n trad a, de lo s p a triarc as c ab e z a de f am ilia, q ue se d e d ic an a la
su p e rv isió n p e ro n o al trab ajo , en tan to q ue q uie n e s h ac e n el trab ajo
n e c e s ario so n lo s e sc lavo s. D ado q ue la f o rm a n a t u ral ge n u in a de a d ­
q uis ic ió n es la q ue p ro v ie n e de la tie rra y lo s an im ale s, la c las e p o lític a
es p ro p iam e n te un a c las e de te rrate n ie n te s . S i h a de c u m p lir re alm e n te
el te lo s de la p o lis , su p ro p ie d ad de b e se r lo b astan te s u s tan c ial p ara li-
2 6 . P o lí t i c a , 12 5 7 a.
 L a a n t ig u a p o li s g rie g a
b e rarlo s de la n e c e s id ad de trab ajar. P e ro , p o r o tro lad o , n o de b e n a d ­
q u irir su p ro p ie d a d a travé s de só rd id o s m e dio s c o m e rc iale s . L a p ro ­
p ie d a d h e re d it a ria de lo s aristó c ratas es, sin lu g ar a d ud as, el tip o m ás
lim p io y o rde n ado de p ro p ie d ad . A q ue llo s, en c am b io , q ue se d e d ic an
a e je rc e r la c re m a tís tic a «c o n t raria a la n a t u ra le z a », e l c o m erc io al p o r
m e n o r o c u a lq u ie r o tra f o rm a de h a c e r d in e ro , c o m o , p o r e je m p lo , la
u s u ra, as í c o m o aq ue llo s q ue se d e d ic an a re aliz ar el trab ajo n e c e sario ,
n o p e rte n e c e n p ro p iam e n t e al ám b ito de lo p o lític o , p o r im p o rtan te s
q ue p u e d an ser en su m an te n im ie n to . E l h ec h o de q ue A ristó te le s esté
d is p ue s to a tra n s ig ir en esto s p rin c ip io s en grado s div e rso s y en d if e ­
ren tes c irc un stan c ias no les re sta im p o rtan c ia en la id e n tif ic ac ió n de lo s
v alo re s so c iale s y las p re f e re n c ias p o lític a s d e l f iló so f o , q ue d e s e m p e ­
ñ aro n su p ap e l in c lus o en sus p ro p u e stas m ás p ragm átic as.
R e su lta d if íc il, asim ism o , se p arar su te o ría n o p o lític a de su p o lít i­
c a. E l argum e n to de la P o lític a , c o m o h em o s visto , p ro c e d e de c ie rto s
p rin c ip io s b ásic o s q ue de riv an de su te o ría ge n e ral de la n atu rale z a. E l
o b je tivo de A ris tó t e le s , en e l e s tu d io de la n atu rale z a, es e x p lic a r un a
an o m alía c o m o el m o vim ie n to c o n stan te d e l m un do n atu ral, en e l c ual
to do c ue rp o tie n d e h ac ia e l rep o so . I n te n ta d e s c u b rir lo s p rin c ip io s de
o rden q ue p erm an ec en c o n stan tes a través de to do s lo s pro c eso s de c am ­
b io . D o s tem as so n e se n c iale s p ara su e x p lic ac ió n : e l p rim e ro es la n o ­
c ió n de p ro p ó s ito o e l te lo s h ac ia e l q ue to do p ro c e so tie n d e , y el s e ­
gun do es la j e ra rq u ía in trín s e c a de l o rde n n atural.
C u an d o h ab lam o s d e l te lo s o «c a u s a f in a l» de lo s o b je to s q ue lo s
seres h um an o s c re an , e n te n de m o s e l p ro p ó sito c o n sc ie n te y d e lib e rad o
q ue tie n e e l arte san o q ue lo s c re a; p e ro p o dem o s h a b la r to d av ía de e s ­
tas «c a u s a s f in a le s » in c lus o a llí d o n de , c o m o en el m un do n a t u ral, no
h ay un p ro p ó sito d e lib e rad o , no h ay un a m en te d iv in a q ue c o n tro le el
c am b io n a t u ra l d e sd e f ue ra (aq u í A ris tó t e le s tie n d e a d if e rir n u e v a­
m e n te de P lató n , q uie n algun as vec es p are c ía s u ge rir la ac c ió n de un a
in t e lig e n c ia d iv in a). E n la n at u rale z a , e l te lo s es in m an e n te al o b je to
m ism o , e l e stado f in al «e n v irtud de l c u a l» tie n e n lu g ar lo s p ro c eso s n a ­
turale s de c re c im ie n to y d e sarro llo , c o m o el árb o l e n c in a es e l te lo s de
la b e llo ta; y to do o b je to o ser in m ad uro , in c luid o s lo s n iñ o s, es p o te n ­
c ialm e n te lo q ue se rá (o de b e ser) c uan do m adure . A de m ás, esto s p ro ­
c eso s, si b ie n n o so n e l re sultad o de un a vo lun tad c o n sc ie n te , tam p o c o
so n ale ato rio s sin o o rd e n ad o s y re gu lare s . D if e re n te s re s u lt ad o s so n
p o sib le s si las c o sas se tue rc e n , p e ro e x iste un so lo te lo s v e rd ad e ro p ara
c u alq u ie r c o sa y c u a lq u ie r ser en la n aturale z a. L a m an e ra en q ue A ris ­
13 1 13 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
tó te le s h ac e uso de e ste p r in c ip io en su te o ría p o lític a q ue d a b astan te
c lara a m e d id a q ue e x p o n e su c o n c e p c ió n d e l te lo s h um an o y las c o n ­
dic io n e s p o lític as n e c e s arias p ara su re aliz ac ió n . A ún m ás c lara es la
ap lic ac ió n p o lític a de su se gun do p rin c ip io : en to das p arte s de la n a t u ­
rale z a h ay un e le m e n to d o m in an te y un e le m e n to do m in ado . A ris tó te ­
les in s is te en q ue e l o rde n n atu ral es un iv e rsalm e n te je rárq u ic o y q ue la
c o n d ic ió n de re p o so h ac ia e l q ue tie n d e to d a la n a tu rale z a f o rm a un a
G ran C ad e n a d e l S er, en la q ue c ad a se r n atu ral tie n e su lugar, d e sde lo
m ás alto h asta lo m ás b ajo . L a p o lis tie n e q ue re f le jar, a su m an e ra, esa
j e ra rq u ía n atural.
P u e d e r e s u lt ar d if íc il d e te rm in ar q ué es p rim e ro (la «c ie n c ia » n a ­
t u ra l o la p o lític a) o , m ás e x ac tam e n te , c uál de las do s es la p re p o n d e ­
ran te . N o h ay d u d a de q ue e ste h ijo de m é d ic o de s c ub rió m uy p ro n to
lo s in te re s e s c ie n tíf ic o s q ue lo ac o m p añ arían d u ran te to d a su v id a, en
e s p e c ial la b io lo gía, y sin d u d a esto s in te re s e s c o n tin uaro n dan do f o r­
m a a su p e n sam ie n to en to do s y c ad a un o de lo s ám b ito s en lo s q ue lo s
e je rc ió . P e ro asim ism o es p o sib le q ue la c o n c ep c ió n q ue A ristó te le s t ie ­
n e de la n atu rale z a e stuv ie ra in f lu id a p o r su p re d isp o s ic ió n a las j e r a r ­
q uías so c iale s y p o lític as . S in e m b argo , aq u í la c ue stió n n o es si p o d e ­
m o s de s e n trañ ar el c o m p lejo o rden de c au s alid ad en el p e n sam ie n to de
A ristó te le s o en e l de c u alq u ie r o tro se r h um an o c o m p lejo . S i, en su f i­
lo so f ía, lo s p rin c ip io s aristo c rátic o s rige n tan to e l o rde n p o lític o c o m o
e l n a t u ral, eso b as ta p a ra ad m it ir q ue las p re gu n tas a las q ue trató de
d ar re sp ue sta en sus e s p e c ulac io n e s, tan to c ie n tíf ic as c o m o p o lític as , le
f uero n p lan te ad as , en m ayo r m e d id a, p o r su c o n te x to so c ial y n o p o r su
c o n te x to n atural.

C ap ítulo 3
D E LA PO L IS AL IM PE R IO
D e Ar is t ót el es a A l e ja n d r o
P lu tarc o , en un o de sus re lato s so b re A le jan d ro M agn o y sus lo ­
gro s, e sc rib e q ue A ristó te le s ac o n sejó a su alum n o q ue d is tin gu ie ra e n ­
tre lo s grie go s y lo s b árb aro s , y q ue t r atara a lo s p rim e ro s c o m o un d i­
rige n te o h e g e m o n , y q ue se c o m p o rtara c o n lo s se gun do s c o m o un
am o , un d e s p o te s . A le jan dro , c o n tin úa P lu tarc o , h izo justo lo c o n trario .
T ras n e gars e a d iv id ir a lo s h o m b re s e n tre am igo s grie go s y e n e m igo s
b árb aro s , m ás b ie n p re f irió d is tin gu ir sim p le m e n te e n tre h o m b res b u e ­
no s y m alo s, sea c ual f ue re su o rige n . S e h a dic h o q ue A le jan d ro , de h e ­
c h o , in ven tó la n o c ió n de un a c o s m ó p o lis , q ue re c ib ió su e x p re sió n te ó ­
ric a en la f ilo so f ía e sto ic a, re e m p laz an d o la p o lis p o r u n a c o m un id ad
h um an a u n iv e rs al, y h ac ie n do h in c ap ié en la ig u ald a d y la h e rm an d ad
d e l gén e ro h um an o f re n te a lo s p artic u laris m o s de la p o lis .
S e a o no v e ríd ic a la h isto ria de l c o n sejo q ue A ristó te le s d ie ra a A le ­
jan d ro , guard a re lac ió n c o n un a distin c ió n e n tre dif e re n te s tip o s de p o ­
te s tad q ue e l f iló so f o e x p o n e en la P o lític a· .
H a y u n p o d e r p ro p io d e l s e ñ o r [ . . . ] . E n e l e s ta d o [ a d em á s d e la a u to ­
rid a d q u e e l q u e m a n d a e je rc e r s o b re la s p e rs o n a s en p o s ic ió n s e rvil] h a y
s ó lo u n a a u to rid a d , q u e se e je rc e s o b re p e rs o n a s q u e so n se m e ja n te s p o r
n a c im ie n to a l g o b e rn a n te , y so n a n á lo g a m e n te lib re s . E ste tip o d e a u to ri­
d a d es lo q u e d e n o m in a m o s a u to rid a d p o lític a ; y é s te es e l tip o d e a u to ­
rid a d q u e [a d ife re n c ia d e a q u e l p rim e r t ip o d e a u to rid a d ] tie n e q u e e m ­
p e z a r a a p re n d e r e l p o lític o s ie n d o m a n d a d o y o b e d e c ie n d o , d e ig u a l
m a n e ra q u e se a p re n d e a m a n d a r u n a fa la n g e s irvie n d o b a jo la s ó rd e n e s
de o tro . . . 1
1. Política , 12 7 7 b.
13 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
L uego A ristó teles de sarro lla esta distin c ió n c o n trap o n ien do do s m o ­
do s de go b ie rn o : «U n m o do es go b e rn ar en in terés de lo s q ue go b iern an .
E l o tro , go b e rn ar en in te ré s de lo s go b e rn ado s. E l p rim e r m o do es lo
q ue llam am o s “d e s p ó tic o ” [es dec ir, el go b ie rn o so b re e sc lav o s ]; el se ­
gun do es lo q ue llam am o s “go b ie rn o de lo s c iudadan o s lib r e s ”» . 2 L a
auto rid ad de un am o so b re lo s esc lavo s, «a u n q u e h ay un in te ré s c o m ún
q ue un e al am o n atu ral y al esc lavo n atural, es p rim o rdialm e n te e je rc ida
en vistas al in te ré s de l am o , y só lo de m an e ra in c id e n tal c o n vistas al del
esc lavo , c uya e x iste n c ia de b e ser p re s e rvada p ara q ue la au to rid ad p e r­
m an e z c a».3 E n este p un to in tro duc e o tra c ate go ría, la adm in istrac ió n de
la c asa ( o ik o n o m ia ), el go b iern o so b re la esp o sa, lo s hijo s y el o ik o s en ge ­
n e ral, q ue «s e e je rc e en in terés de lo s m an dado s o p ara la o b ten c ió n de
algun a v e n taja c o m ún , tan to al q ue m an da c o m o al q ue es m an d a d o ».4
L as d is tin c io n e s de l f iló so f o n o im p e d ían un a re lac ió n d e s p ó tic a
e n tre go b e rn an te s y go b e rn ad o s en un a p o lis-, o un a p o lis go b e rn ad a
p o r un a c o m un idad de c iudadan o s en vez de se r go b e rn ad a p o r un so lo
go b e rn an te , en la q ue la re lac ió n e n tre c iud ad an o s y n o c iud ad an o s se ­
ría c o m p arab le a aq u e lla q ue e x is te e n tre un go b e rn an te de sp ó tic o y
sus súb dito s. A ristó te le s q u e ría p re s e rv ar e l id e a l c ívic o de la p o lis , sus
p rin c ip io s de lib e r t a d e ig u a ld a d , m ie n tras in s u f lab a n ue v a v id a a lo s
viejo s p rin c ip io s de la au to rid ad , f un dam e n tado s ah o ra en un a divisió n
n atu ral e n tre go b e rn an te s y go b e rn ado s. L a re lac ió n p o lític a e n tre c iu ­
dadan o s e ra un a re lac ió n e n tre igu ale s , p e ro se guía h ab ie n d o un a d e s i­
g u a ld ad f un d am e n tal e n tre la c o m un id ad c ív ic a y aq ue llo s q ue e stab an
f ue ra de e lla. L a n o c ió n de au to rid ad se ap lic ab a a la v id a de lo s c iu d a ­
dan o s só lo en e l se n tid o de q ue la c iu d a d a n ía c o m p o rtab a un a a lt e r ­
n an c ia e n tre go b e rn ar y ser go b e rn ado e, id e alm e n te , un a c ap ac id ad en
c ad a c iud ad an o p ara un a c o sa y la o tra. P e ro se re se rvab a un a divisió n
m uc h o m ás rígid a y p e rm an e n te a las re lac io n e s e n tre las «p a r t e s » y las
«c o n d ic io n e s » de la p o lis , e n tre lo s v e rd ad e ro s c iu d ad an o s y to do s
aq ue llo s se re s h um an o s sub o rd in ad o s c uya f in alid ad e ra se rvir lo s in t e ­
reses de sus go b e rn an te s, al ig u al q ue e l p ro p ó s ito de lo s e sc lavo s es el
de s e rv ir al d e s p o te s .
S i re alm e n te A le jan d ro re c h az ó e l c o n sejo de su m ae stro , sin d ud a
n o lo h izo p o rq ue re c h az ara lo s p rin c ip io s de la auto rid ad , un a divisió n
2. P o lí t i c a , 1 3 3 3 a.
3. P o lí t i c a , 1 2 7 8 b .
4. P o lí t i c a , 1 2 7 8 b .
 D e la p o li s a l im p e rio
p ro f u n d a y d u rad e ra e n tre e l q ue m an da y e l q ue es m an dado o e l d e ­
b e r de lo s s úb dito s de se rvir a su am o y se ñ o r im p e rial. A p e n as es n e ­
c e s ario re c o rd ar a lo s le c to re s q ue A le jan d ro f ue un c o n q u istad o r in f a­
tigab le , un so b eran o ab so luto q ue c o n struyó un vasto im p e rio so b re lo s
c im ie n to s q ue h ab ía p ue sto su p ad re , F ilip o de M ac e d o n ia, y q ue p ro ­
c lam ó su p ro p ia d iv in id ad . L as am b ic io n e s y p o lític as im p e riale s d if í­
c ilm e n te dan p ie a p e n sar en un a d o c trin a de la ig u ald a d y de la f ra t e r­
n id ad e n tre lo s h o m b re s. P e ro si las d e s c rip c io n e s de las ac titu d e s y
c o n c e p c io n e s o s te n sib le m e n te h u m an itarias de A le jan d ro so n c ie rtas ,
s e ría ab surdo ac e p tarlas lite ralm e n te sin c o n s id e rar la f un c ió n re tó ric a
o id e o ló gic a q ue de se m p e ñ aro n en el sen o de su p ro ye c to im p e rial.
Q uiz á t uv ie ra p re s e n te algo c o m o aq u e llo q ue e l p ro p io A ristó te le s h a ­
b ía ap un tado en la P o lític a ,5 a sab er, q ue c uan do lo s grie go s f ue ran c a ­
p ac e s de lle g ar a se r un a so la p o lite ia , d o m in arían e l m un do .
S e r tan e x p líc ito c o m o lo f ue A ristó te le s so b re la n atu rale z a d e l p o ­
d e r d e s p ó tic o y sus p ro p ó s ito s de s e rv ir lo s in te re s e s d e l go b e rn an te
sin d ud a n o h u b ie ra sido el m o do m ás e f ec tivo de ju s t if ic arlo an te sus
v íc tim as. P e ro h ac e r, en c am b io , h in c ap ié en la ig u a ld a d y la h e rm an ­
d ad e n tre to do s lo s seres h um an o s n o es, en ge n e ral, e l m o do m ás o b ­
vio de ju s t if ic ar el so m e tim ie n to de algun o s de e llo s a o tro s, ya sea en la
f o rm a de un a m o n arq uía o en la de la h e ge m o n ía im p e rial. S i A le jan dro
ado p tó e sta e s trate gia p arad ó jic a, lo h izo p o rq ue en el m un do h e le n ís ­
tic o te n ía un v alo r p ro p agan d ís tic o e s p e c ial. P ro b ab le m e n te , h u b ie ra
evo c ado lo s p rin c ip io s h o n dam e n te arraigad o s de la v id a p o lític a g r ie ­
ga, sus p ro f e sio n e s de lib e r t a d e ig u a ld a d . C ie rto es q ue A le jan d ro , y
m ás aún sus suc e so re s en sus lu c h as p o r e l p o der, in vo c aro n lo s a n t i­
guo s p rin c ip io s de la e le u th e r ia , de la a u to n o m ía e in c lus o de la de m o ­
c rac ia b usc an d o el ap o yo de p o te n c iale s súb dito s a lo s q ue p ro m e tían
el de re c h o de v iv ir b ajo sus p ro p ias le ye s y an c e strale s d iv in id ad e s , li­
b re s d e l p ago de trib u to s y de guarn ic io n e s im p e riale s . P e ro si esto re ­
p re s e n t ab a ap e lar a lo s an tiguo s valo re s p a rtic u laris tas de la p o lis au tó ­
n o m a, la id e a (p u tativ a) de A le jan d ro de la c o s m ó p o lis p o d ría h ab e r
e s tad o d e s tin ad a a t r an s f e rir aq u e llo s an tiguo s p rin c ip io s y le alt ad e s
p o lític as de la p o lis al e stado im p e rial q ue to do lo ab arc a e in c lu ye , al
tie m p o q ue de sp o jab a a la c iu d ad an ía de su ám b ito p o lític o y s u s titu ía
la c iu d ad an ía ac tiva p o r la p e rte n e n c ia p asiva a un a c o m un id ad c ó sm i­
c a. S i A le jan d ro p e n só re alm e n te en té rm in o s c o sm o p o litas, e l uso q ue
5. Política, 13 2 7 .
13 5 13 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
h izo de l c o n c e p to , en c am b io , de b ió de ser, en gran m e d id a, id e o ló g i­
c o en c uan to a su p ro p ó s ito p ara d e s c rib ir y ju s t if ic ar e l im p e rio e in ­
c luso la sup re sió n de la p o lític a q ue p ro c uró lo grar, au n q u e sin o b te n e r
un é x ito c o m p le to .
D ejan do a un lad o c uál f ue se su p ro p ó s ito id e o ló gic o , la id e a c o s­
m o p o lita, sin e m b argo , e x p re s ab a un a re alid ad h istó ric a. N o só lo el im ­
p e rio — o si n o , e l «o rd e n m u n d ia l», c ie rtam e n te un a u n id a d m uc h o
m ayo r en su e x te n sió n ge o gráf ic a— re e m p laz ab a a la p o li s , sin o q ue el
im p e rio q ue A le jan d ro e stab le c ió e stab a c o m p uesto tam b ié n p o r p u e ­
b lo s m uy d is tin to s, q ue q ue d aro n un ido s b ajo el do m in io de la a u t o ri­
dad m ac e do n ia. M ie n tras la c u ltu ra grie ga ya se h ab ía e x te n d id o p o r el
m un do m e d ite rrán e o an te s de q ue lle v ara a c ab o sus c o n q uistas, A le ­
jan d ro u t iliz ó c o n sc ie n te m e n te la e s trate gia de h e le n iz ar a lo s p ue b lo s
so m e tido s c o m o un in strum e n to de h e ge m o n ía. E l p rin c ip io c o sm o p o ­
lit a a ve c e s h alló e x p re s ió n en la sup re sió n c o e rc itiv a de la d if e re n c ia,
p e ro tam b ié n en el f o m en to de la m e z c la y en el c ruc e m atrim o n ial e n ­
tre las div e rsas e tn ias, en la ap aric ió n de c ulto s re ligio so s sin f ro n te ras
en lu g a r de c ulto s c ívic o s y trib ale s p a rt ic u la ris t a s , y so b re to do en la
h e ge m o n ía u n if ic ad o ra q ue e je rc ían la le n gu a y la c u ltu ra h e le n as. U n as
re lac io n e s c o m e rc iale s e n tre las c iu d ad e s im p e riale s c ad a vez m ayo re s
f ue ro n tam b ié n un f ac to r de p rim e r o rde n en e l im p uls o q ue c o b ró la
id e a c o sm o p o lita. N ue vas rutas y c am in o s f o m e n taro n e l tran s p o rte y
las c o m un ic ac io n e s. S e e s tab le c ió un a m o n e da q ue f ue m uc h o m ás
ac e p tad a p o r la m ayo ría, y el grie go se c o n virtió en la p rin c ip al le n gua
c o m e rc ial d e sd e M as s alia (la ac t u al M ars e lla) h as ta lo s c o n f in es de la
I n dia.
E n ge n e ral, sin e m b argo , e l c o sm o p o litism o h e le n ístic o sign if ic ó la
h e le n iz ac ió n de las e lite s lo c ale s. L as p o b lac io n e s grie ga y m ac e do n ia,
jun to c o n las e lite s lo c ale s q ue h ab lab an grie go , te n d ie ro n a m an te n e r­
se lejo s de lo s s úb dito s c uyo trab ajo las so ste n ía. L as c lase s in f e rio re s ,
en el c aso in f re c u e n te de q ue h ab laran grie go (o , p o r lo m en o s, la f o r­
m a d e m ó tic a s im p lif ic ad a d e l grie go q ue se c o n v e rtiría en la le n gu a de l
N uevo T e stam e n to ), d e b ie ro n de te n e r esc aso c o n o c im ie n to de las g lo ­
rias de la c u ltu ra grie ga! U n m ec an ism o s im ilar f un c io n aría en e l I m p e ­
rio ro m an o , q ue h a c ia e l añ o 3 0 a. C . a b arc ab a ya la m it a d de lo q ue
h ab ía sido e l m un do «h e le n ís t ic o ». E l do m in io im p e rial ro m an o d e s ­
c an s aría en la tran sf o rm ac ió n c u ltu ral y en la le alt ad de las aristo c rac ias
lo c ale s ro m an iz adas. Y al ig u al q ue A le jan d ro h ab ía d e f in ido su d o m i­
n io im p e rial c o m o c o sm o p o lita, la id e a de la c o s m ó p o lis se trad u c iría en
 D e la p o li s a l im p e rio 13 7
el I m p e rio ro m an o «u n iv e r s a l» y, so b re to do , c o n el c ris tian ism o , en la
«I g le s ia u n iv e rs al» (o lite ralm e n te c a tó lic a ) .
E sta m o d alid ad de do m in io im p e rial a través de un ve h íc ulo c o m o
las aristo c rac ias lo c ale s p e rm itió a A le jan d ro , al ig u al q ue de sp ué s de él
a lo s ro m an o s, go b e rn ar un im p e rio q ue se e x te n d ía h asta c o n f in es r e ­
m o to s, sin n e c e s id ad de c o n tar c o n un e stado im p e rial p e sad o y v o lu ­
m in o so . E n c uan to a esto , tan to el im p e rio h e le n ístic o c o m o el ro m an o
se d if e re n c iaro n m arc ad am e n te de o tras gran d e s c iv iliz ac io n e s im p e ­
riale s c o m o la c h in a, c uyo s estado s im p e riale s e je rc ían e l do m in io so b re
sus súb dito s de un m o do m ás d ire c to , p o r m edio de b u ro c rac ias im p e ­
riale s m uc h o m ás am p lias . E sto s ign if ic ab a, asim ism o , q ue e l im p e rio
«c o s m o p o lit a », en un se n tid o , p re s e rv ab a o re v iv ía, c o m o m ín im o , la
f o rm a de la p o lis grie ga. A las c iu d ad e s d ign as de c o n f ian z a se les c o n ­
c e d ía c ie rto grad o de auto go b ie rn o lo c al. Y A le jan d ro f un dó c iud ad e s
(a las q ue a m e n udo llam ó A le ja n d ría, c o m o la c e le b é r rim a u rb e de
E gip to ) en sus div e rso s do m in io s, au n q u e se h a lla b an c laram e n te s o ­
m e tidas a su go b ie rn o im p e rial.
D esp ué s de la m ue rte de A le jan d ro , c uan d o su im p e rio se f r a g ­
m e n tó en lo s re in o s m ac e d o n io o an tigó n id a, s e lé u c id a y e gip c io , la
id e a de un re y q ue go b ie rn a a través d e l v e h íc ulo q ue f o rm ab an las e n ­
tid ad e s m un ic ip ale s lo c ale s de se m p e ñ ó un p ap e l p a rt ic u la rm e n t e im ­
p o rtan te en la lu c h a p o r e l p o d e r q ue jalo n ó la h is t o r ia d e lo s re in o s
suc e so re s.6 L as an tiguas lib e rtad e s de la p o lis , la e le u th e r ia y la a u to n o -
m a ia , al m en o s s irv ie ro n a un f in ú t il de p ro p agan d a (au n q u e h ub o c a ­
so s en q ue , c o n la ayu d a de o tro de lo s riv ale s im p e ria le s , las o lig a r ­
q uías , c o m o las q ue h a b ía e s tab le c id o A n tip at ro , f u e ro n d e rro c a d as a
f avo r de la «d e m o c r a c ia ») . P ue d e q ue la re alid a d n o e s tu v ie ra a la a lt u ­
ra de la re tó ric a, p e ro la an tigua c u lt u ra grie ga de la p o li s , e in c lus o de
la d e m o c rac ia, se h a lla b a tan p ro f u n d am e n te a r r a ig a d a q u e n in gu n a
id e o lo gía im p e rial te n ía viso s de p ro s p e rar sin in v o c arla. E n lo s u c e s i­
vo , e s ta e s t ra t e gia s o b re v iv iría, au n q u e só lo en u n a f o rm a r e t ó r ic a,
c o m o m e dio p ara m an te n e r re lac io n e s de am is tad e n t re lo s m o n arc as y
las c iu d ad e s , c o m o un p re te x to p ara la g u e rr a o c o m o u n a f o rm a de
le n gu aje d ip lo m átic o q ue p e rm itía d e s c rib ir las re lac io n e s de d o m in a­
c ió n de p o de re s m ás f ue rte s so b re o tro s m ás d é b ile s .7
6 . V é a s e E r ic S. G r u e n , T h e H e lle n i s t i c W o r ld a n d th e C o m i n g o f R o m e , U n iv e r s it y
o f C a lifo r n ia P r e s s , B e r k e le y y L o s Á n g e le s , 1 9 8 4 , v o l. 1. , e s p e c ia lm e n t e e l c a p ít u lo 4 .
7. I b id . , p á g . 15 6 .
13 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P e se a to do su «c o s m o p o litis m o », e l p e río do «h e le n ís t ic o », q ue en
ge n e ral se c o n sid e ra q ue ab arc a d e sde la é p o c a en q ue vivió A le jan d ro
h asta f in e s de l siglo II a. C ., f ue un p e río d o de c ris is p o lít ic a y so c ial.
L as c o n q uistas de A le jan d ro y las lu c h as p o r e l p o d e r q ue siguie ro n a
su m ue rte agravaro n las in e s tab ilid ad e s p o lític as y so c iale s q ue e x is tían
en e l m un do h e le n o . E l e m p e o ram ie n to en las c o n dic io n e s de v id a de
lo s p o b re s y e l n úm e ro c re c ie n te de d e sp o s e íd o s c o n d uje ro n a q ue se
re c lam ara un a re d is trib u c ió n de las tie rras y la ab o lic ió n de las de udas,
lo q ue dio lu g a r a c o n f lic to s so c iale s, in c lus o a un a re v o luc ió n so c ial,
q ue f ue d e s c rita c o m o «u n o de lo s gran d e s p ro c e so s h istó ric o s de la
G re c ia h e le n ís t ic a ».8 E ste m ale s tar so c ial, e x p re s ad o in e v itab le m e n te
en in surre c c io n e s p o lític as , en c o n f lic to s e n tre d e m ó c ratas y o ligarc as ,
se in te n sif ic ó c uan do lo s re in o s suc eso re s riv aliz aro n p o r e je rc e r su in ­
f lu e n c ia en lo s do m in io s de A le jan d ro , m o v iliz an do p a ra e llo aq ue llas
d is c o rd ias so c iale s y p o lític as sie m p re p re s e n te s y tratan d o de in s talar
o p ro m o ve r go b ie rn o s am igo s. E s p arta, p arad ó jic am e n te , q ue h ab ía
c o n tin uad o sie n do un a p o lis v igo ro sa e in d e p e n d ie n te , f ue tam b ié n el
lu g a r de un a n o tab le re v o luc ió n en el siglo III a. C . b ajo el re in ad o de
A gis I V y C le o m en es I I I , d uran te e l c ual se in stituye ro n re f o rm as ag ra­
rias, se p ro c lam ó la c an c e lac ió n de las d e ud as y se im p uls ó u n a am p lia­
c ió n de la c o n d ic ió n de c iu d ad a n ía b as ad a en c o n c e p c io n e s b as tan te
ra d ic ale s de la ig u a ld a d . E l e f ec to f ue q ue la alarm a c un d ió e n tre las
c las e s h ac e n d ad as de to das las c iu d ad e s h e le n as. M ás te m e ro sas de l
m ale s tar s o c ial y la re f o rm a en sus c iud ad e s q ue d e l do m in io m ac edo -
n io , se aliaro n c o n M ac e d o n ia, y E s p arta f ue f in alm e n te d e rro tad a. E l
o m n ip re se n te m ale s tar y e l te m o r q ue in s p irab a en las c lases h a c e n d a­
das f o rm an e l c o n te x to en e l q ue lo s p e n sad o re s h e le n ís tic o s e m p re n ­
d ie ro n sus p ro ye c to s f ilo só f ic o s.
L a FILOSOFÍA HE LE NÍSTICA: e p i c ú r e o s y e s t o i c o s
L a f ilo so f ía h e le n ís t ic a tuvo u n a p ro f u n d a d e ud a c o n su p asado
grie go , p e ro sus m o tivac io n e s h ab ían c am b iado de m an e ra f u n d am e n ­
tal. N o só lo A te n as h a b ía sido d e s p laz ad a c o m o c e n tro de la c u lt u ra
8. A . F u k s , « S o c ia l R e v o lu t io n in G r e e c e in t h e H e lle n is t ic A g e » , L a P a r o la d e lP a s -
s a to 1 1 1 ( 1 9 6 6 ) , p á g . 4 4 1 , c it a d o e n A n d r e w E r s k in e , T h e H e lle n i s t i c S t o a : P o li t i c a l
T h o u g h t a n d A c t i o n , C o r n e ll U n iv e r s it y P r e s s , I t h a c a , 1 9 9 0 , p á g . 3 6 .
 D e la p o li s a l im p e rio 13 9
p o r c iud ad e s c o m o A le jan d ría o P é rgam o , c o n sus gran d e s b ib lio te c as ,
sin o q ue la f ilo so f ía f o rzo sam e n te tuvo q ue ad ap tars e a la n ue va r e a li­
d ad im p e rial. S i es p o sib le h ab lar de te o ría p o lític a en este p e río d o , lo
c ie rto es q ue e l te m a p rin c ip al ya no e ra la p o lis de P lató n y A ristó te le s.
L a c o s m ó p o lis h e le n ís tic a, sin d u d a, p re s up o n ía la p o lis . E s c ie rto
n o só lo en un se n tido p uram e n te e tim o ló gic o , sin o tam b ié n en el s e n t i­
do de q ue la id e a c o sm o p o lita ab so rb ió y adap tó lo s p rin c ip ale s tem as
q ue h ab ían in s p irad o la v id a de la p olis· , tem as c o m o , p o r e je m p lo , el
n o m o s , la e le u th e r ia , la a u to n o m ía , lo s p rin c ip io s de la c iu d ad an ía y de
la c o m un id ad c ív ic a, e in c lus o e l c o n c e p to d e m o c rátic o de is o n o m ia .
R e su lta p o sib le in c luso de c ir q ue si A le jan d ro , sus suc e so re s o aq ue llo s
q ue vivían b ajo su do m in io te n ían algun a n o c ió n siste m átic a de «im p e ­
r io », la id e a de un e stado im p e rial de se m p e ñ ó un e sc aso p ap e l en ello .
L a id e a p rim o rd ial d e l e stad o c o n la q ue lo s go b e rn an te s h e le n ís tic o s
tuv ie ro n q ue tr a b a j a r e ra la an tigua c o n c e p c ió n de la p o lis c o m o un a
c o m un idad de c iud ad an o s. L a re tó ric a im p e rial, e in c lus o , h asta c ie rto
p un to , la re alid a d de l im p e rio , o sc ilaro n e n tre la c o n c ep c ió n de l im p e ­
rio c o m o un a c o le c c ió n de p o le is , c ad a u n a de e llas do tada de un a au to ­
n o m ía al m en o s n o m in al y go b e rn ada p o r sus p ro p ias le ye s p artic ulare s ,
y la id e a de la c o s m ó p o lis c o m o un a p o lis un iv e rs al, c o n sus o ste n sib le s
n o m o i.
E l p e río d o h e le n ístic o p ro dujo te o rías de la re ale z a, so b re to do c o n
v istas a le gitim ar lo s tres re in o s q ue suc e die ro n a A le jan d ro . L a id e a de
m o n arq uía e stuvo llam ad a , in e v itab le m e n te , a d e s e m p e ñ ar un p ap e l
m ayo r d e l q ue h a b ía t e n id o en la é p o c a de la p o lis lib re , au n q u e só lo
f ue ra c o n la f in alid ad de ap o yar las p re te n s io n e s d in ás tic as de s o b e ra­
n o s p art ic u la re s . L a im p o rtan c ia de la m o n arq uía en la te o ría p o lític a
grie ga p o s c lás ic a — tal c o m o e ra— re f le jab a la d e c ad e n c ia de la p o lis y
de la c o m un id ad c ívic a. E sto dio lu g ar a un a lit e ra t u r a so b re e l m o n ar­
c a id e al q ue n o tie n e p arale lo en la c u ltu ra grie ga c lás ic a y q ue se in s p i­
rab a en id e as p e rsas, e gip c ias y m e so p o tám ic as, así c o m o en tradic io n e s
grie gas q ue se re m o n tab an a la é p o c a de H o m e ro , sum adas a un a t e n ­
d e n c ia a div in iz ar a lo s reyes.
L as c o n c e p c io n e s h e le n ístic as de la re ale z a, sin e m b argo , n un c a se
d is tan c ia ro n p o r c o m p le to de la p o lis , al m en o s en e l s e n tid o de q ue
se vie ro n o b ligad as a e n c arar lo s le gad o s c u ltu rale s e ide o ló gic o s de la
p o lis y sus p rin c ip io s c ívic o s. D e e ste m o do , p o r e je m p lo , un a de las
id e as m ás im p o rtan te s q ue e m an an de la t e o ría de la re ale z a h e le n ís tic a
es la n o c ió n d e l re y c o m o «le y v iv a» ( n o m o s e m p s yc h o s , la le x a n im a ta
14 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
la t in a), tran s m it id a al O c c id e n te m e die v al a travé s d e l I m p erio ro m an o
en e l C ó d igo de J u s t in ian o . L a id e a d e l re y c o m o «le y v iv a» tie n e m u ­
c h as c o sas en c o m ún c o n la p o lis , de un m o do b astan te s im ilar a la re ­
d e f in ic ió n de l n o m o s q ue P lató n h ac e en E l p o lític o . T al c o m o vim o s,
a llí so ste n ía q ue e l n o m o s , en e l se n tido ate n ie n se c o n ve n c io n al, e ra lo
c o n trario d e l arte , la te c h n é , d e l p o lític o , y e lab o rab a un a n ue v a c o n ­
c e p c ió n d e l p rin c ip io de la au t o rid a d de la le y q ue im it aría, sin f ru s ­
trarlo , el arte de l p o lític o . P lató n se re ap ro p ió e l n o m o s se p aran do p ara
e llo el im p e rio de la le y de la c o m un id ad de c iu d ad an o s y p e rs o n if ic án ­
do lo en e l m o n arc a p o lític o , q ue de b e te n e r p le n a lib e rt a d p ara e je rc e r
su arte en n o m b re de la c o m un id ad , sin trab as n i c o rtap is as p o r p arte
de un a c o m un id ad de c iu d ad an o s n o e x p e rto s q ue se go b ie rn a a sí m is ­
m a. E l do m in io ab so luto s u s titu ye a las trad ic io n e s c ívic as de la p o lis
d e m o c rátic a, p o n ié n do las en c o n tra de e llas m ism as.
H ub o o tras re sp ue stas, m ás f e c un das en té rm in o s f ilo só f ic o s, an te
e l trasp aso de la p o lis al im p e rio . A m e d id a q ue la id e n t id ad y la ac c ió n
c ívic a die ro n p aso a dif e re n te s m an e ras de e s tar en e l m un do so c ial, f i­
ló so f o s c o m o lo s e p ic ú re o s y lo s esto ic o s se p re o c up aro n m ás p o r e l lu ­
gar q ue el in d iv id u o o c up ab a en e l c o sm o s q ue p o r el o rde n p o lític o . A
vec es se h a c o m e n tado , e f e c tiv am e n te , q ue ese tip o de in d iv id u alis m o
re p resen tó e l m ayo r c am b io de la f ilo so f ía h e le n ístic a c o n re sp ec to a sus
an te c e so re s grie go s. S i b ie n e ste ju ic io tie n d e a o lv id ar e l p ap e l q ue la
aso c iac ió n h um an a tie n e en las d o c trin as h e le n ís tic as , es c ie rto q ue e s ­
to s f iló so f o s f ue ro n in tro s p e c tiv o s de un m o do q ue sus p re d e c e s o re s ,
en c am b io , n o lo h ab ían sido .
A l m ism o tie m p o , e ste giro h a c ia e l in t e r io r d e l in d iv id u o t ie n e
tam b ié n sus raíc e s en la p o lis . T an to la f ilo s o f ía e s to ic a c o m o la e p ic ú ­
re a, c ad a u n a a su m an e ra, re sp o n d e n a p re gu n tas q ue la v id a de la p o ­
lis p lan t e ab a c o n p a rt ic u la r f ue rz a. E n e l c ap ít u lo an te r io r suge rim o s
q u e e l c o n f lic to y e l d e b ate q ue c ara c t e r iz aro n a la p o lis , la e x p e r ie n ­
c ia d ir e c t a de m o d e lar las c o n d ic io n e s d e la v id a c o t id ia n a y las d is ­
p o sic io n e s so c iale s, la c o n stan te p u e s ta en d u d a de lo s v alo re s y las re ­
lac io n e s d o m in an te s, s ign if ic aro n q ue .s e e n f re n taran , en un o s grad o s
y un as m an e ras sin p r e c e d e n t e s , c o n lo s p ro b le m as de la ac c ió n m e ­
d ia d o ra y la re s p o n s a b ilid a d h u m an as . A su ve z, la c o n c ie n c ia c ív ic a
c o n f iab a en las p o s ib ilid ad e s de la ac c ió n h u m an a y, al m ism o tie m p o ,
se s e n tía d e s as o s e gad a p o r las in c e rt id u m b r e s , lo s p e ligro s y las r e s ­
p o n s ab ilid ad e s q ue a q u e lla ac c ió n lle v ab a as o c iad o s. L as f ilo so f ías e s ­
to ic a y e p ic ú re a p are c e n d e riv ar su c ará c t e r e s p e c ial de un e n f re n tar-
 D e la p o li s a l im p e rio 14 1
se a lo s go zo s y lo s te m o re s de la au to n o m ía y la au to d e te rm in ac ió n , a
la c o n c ie n c ia d e l c iu d ad a n o , au n q u e ah o ra en au s e n c ia de la p o lis .
P u e d e s e r e x c e siv o so ste n e r q ue e l in d iv id u o de la f ilo s o f ía h e le n ís t i­
c a es, en un a u o tra m e d id a, u n a in t ro v e rs ió n d e l c iu d ad a n o q ue a c ­
tú a, p e ro e l d in am is m o d e e sta alm a in t ro s p e c t iv a lle v a, sin d u d a, el
se llo d e l ac tiv ism o c ívic o .
P e s e a to do , n o de ja de ser c ie rto q ue el p e río d o se h a lla m arc ad o
p o r u n a c o n c e p c ió n de la ac c ió n h u m an a y p o r la p o s ib ilid ad de q ue ,
en la p o lis , ya n o te n ga su te rrito rio p rin c ip al. T anto el esto ic ism o c o m o
e l e p ic u re ism o p u e d e n le e rs e c o m o re sp ue stas m ás o m en o s ap o lític as
a la d e c ad e n c ia de la p o lis o a la in c e rt id u m b re ge n e ral y a la t u rb u le n ­
c ia de la é p o c a. S in lu g a r a d u d as, es c ie rto q ue , c o n f o rm e la p o lis f ue
d an d o p aso al im p e rio , tam b ié n se d e s p laz ó e l p rin c ip a l ám b ito de la
re f le x ió n f ilo só f ic a. L a e sf e ra de la ac c ió n y de la d e lib e rac ió n c ívic as
m e n guaro n , e n f o c an do al in d iv id u o p riv ad o en un e x tre m o — so b re
to do en el e p ic u re is m o — y, en e l o tro , al o rde n un iv e rs al de la c o s m ó ­
p o lis , en e s p e c ial d e l m o do en q ue lo s e sto ic o s lo c o n c ib ie ro n . S i b ie n
en e l e sto ic ism o h ub o e s p ac io , so b re to do en su f o rm a ro m an a p o s te ­
rio r, p ara el d e b e r c ívic o y e l ac tivism o p o lític o , estas do s e sc ue las h e ­
le n ís tic as n o s ituaro n la f e lic id ad h u m an a en la p o lis , sin o en lo s r e c u r­
so s in te rn o s de l in d iv id uo . E n e l c aso d e l e p ic u re is m o , e l ale jam ie n to
de la p o lític a re s u lt a e x p líc ito e in e q uív o c o . E l c aso de lo s e sto ic o s, sin
e m b argo , es algo m ás d if íc il, y en b re v e e x p lo rare m o s sus c o m p le jid a­
des (te n ie n do sie m p re p re s e n te q ue es m uy p o c o lo q ue se c o n se rva de
sus o b ras o , en re alid a d , de la o b ra de c u a lq u ie ra de lo s f iló so f o s h e le ­
n ístic o s ).
E p ic uro , h ijo de p ad re s ate n ie n s e s , n ac ió en el añ o 3 4 1 a. C . en la
is la de S am o s. D esde p e q ue ñ o e x p e rim e n tó lo s ef ec to s de las c o n q u is ­
tas m ac e d o n ias c uan d o , de sp ué s de la m ue rte de A le jan d ro M agn o ,
P e rd ic as , e l re ge n te im p e rial, e x p ulsó de S am o s a lo s c o lo n o s at e n ie n ­
ses. A n d ad o e l tie m p o , en e l 3 0 6 a. C ., E p ic uro se ase n tó en A te n as ,
do n de f un dó un a e sc ue la de la q ue de riv ó un a trad ic ió n f ilo só f ic a q ue
c o n s e rv aría, a lo largo de c as i se is siglo s, su p o p u lar id ad e in f lu e n c ia.
S u o b ra h a so b re v iv ido só lo en f o rm a de f ragm e n to s o a travé s de las
p alab ras de las q ue sus d is c íp u lo s y se guid o re s d e jaro n c o n stan c ia. L a
o b ra c lás ic a e p ic ú re a m ás im p o rtan te q ue ac ab aría c o n se rván do se se ría
D e R e r u m N a tu r a ( D e la n a tu r a le z a d e la s c o s as ) , e l p o e m a é p ic o q ue
L u c re c io (de c uya v id a ap e n as sab e m o s n ad a) e s c rib ió m uc h o tie m p o
de sp ué s, en e l siglo l a . C ., ya en é p o c a de la R o m a re p u b lic an a.
14 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P ara E p ic uro y sus se guido re s, el b ie n sup rem o , in c luso el p ro p ó s i­
to últim o de la vida, es el p lac e r (aun q ue n o en e l se n tido am o ral y he-
d o n ista q ue v ulgarm e n te es at rib u id o a lo s «e p ic ú re o s ») y la e vitac ió n
de l do lo r. L a f e lic id ad , an te to do , re q uie re la p az q ue ac o m p añ a a la a u ­
se n c ia de m ie do , un m ie do q ue, en p artic u lar, sign if ic a m ie do a la m ue r­
te y a la v id a f utura. S i en la f ilo so f ía e p ic ú re a h ay un p ro p ó sito p rim o r­
d ial, éste tie n e q ue ver c o n su c o n c ep c ió n de la n atu rale z a, q ue sign if ic a
e lim in ar e sta c lase de tem o res. P ero , p ara e llo , p rim ero h ay q ue lib e r a r ­
se de la re ligió n . E sto c o n lle va un a e x p lic ac ió n de lo s p ro c eso s n a t u ra­
les sin n e c e sid ad de re c u rrir a f uerzas divin as o s o b re n aturale s, un a e x ­
p lic ac ió n q ue de sc an sa en la c o n c ep c ió n de q ue lo s c ue rp o s m ate riale s
e stán c o m p uesto s p o r áto m o s y de q ue la p s iq ue h um an a e stá go b e rn a­
d a po r sen sac io n es ge n e radas m ate rialm e n te y q ue, en gran m e d id a, so n
f uen tes c e rteras de c o n o c im ien to . L a c o n se c ue n c ia de este m ate rialism o
es q ue no tie n e se n tido te m e r a la m ue rte , p o rq ue sign if ic a la c o m p le ta
an iq u ilac ió n . E n n in gún lugar, en n in gún o tro m o m en to de la h isto ria,
e ste te m a h a sido in te rp re tad o c o n m ayo r e lo c ue n c ia q ue en el p o em a
D e R e ru rn N a tu ra de L uc re c io . P ero la p ro p e n sió n m ate rialis ta de l e p i­
c ureism o y su c o n c en trac ió n in e q uív o c a en lo s b ie n e s (tan to in te le c tu a­
le s c o m o , so b re to do , m ate riale s) de e sta v id a n o f ue p las m ad a en un a
c o n c ep c ió n de la auto de te rm in ac ió n h um an a a travé s d e l ve h íc ulo de la
p o lis q ue se go b ie rn a a sí m ism a. S u te m a c e n tral n o e ra la v id a de l c iu ­
dadan o , sin o la e x p e rie n c ia y la é tic a de la p e rs o n a in d iv id u al, p ue s esta
f ilo so f ía c o n side rab a q ue la re lac ió n m ás e le v ada q ue p u e d e darse en tre
lo s in dividuo s n o e ra la un ió n c ívic a, sin o la am istad p e rso n al.
A l m ism o tie m p o , si b ie n e l p aso de la p o lis al im p e rio ge n e ró un
p o de ro so im p ulso h ac ia el re tiro in te rio r y el re traim ie n to ap o lític o , no
deb em o s o lv idar q ue e l c o n te x to h istó ric o en e l q ue e sc rib ie ro n lo s f iló ­
so fo s h e le n ístic o s estuvo m arc adQ p o r la gue rra y la tu rb u le n c ia so c ial,
p artic u larm e n te c uan do , en diversas c iud ad e s- e s tad o , lo s c o n f lic to s e n ­
tre c lase s o e n tre lo s de m ó c ratas y lo s o ligarc as se viero n e n vuelto s en
las lu c h as p o r e l p o d e r im p e rial. S in d u d a q ue la agitac ió n so c ial y la
in e s t ab ilid a d p o lític a im p u ls aro n la b ú s q u e d a d e l b ie n e s t ar en e l c u lt i­
vo d e l p ro p io te rre n o , p e ro tam b ié n d ie ro n lu g a r a q ue c ie rto tip o de
p re gu n tas , re lac io n ad as c o n e l o rde n , la j e r a rq u ía , la d o m in ac ió n y la
s u b o rd in ac ió n , se re n o varan ráp id am e n te . L o s f iló so f o s e sto ic o s, p a r t i­
c u larm e n te , f ue ro n q uie n e s d ie ro n re s p ue s tas b as tan te d if e re n te s y, a
m e n udo , c ab alm e n te o p ue stas a las q ue h ab ían dado sus in sign e s p r e ­
de c e so re s, P lató n y A ristó te le s.
 D e la p o li s a l im p e rio 14 3
L a f u n d ac ió n de la e s c ue la e sto ic a se at rib u ye a Z en ó n de C itio
(3 3 3 -2 6 4 a. C .), p e ro la E sto a su f riría to d a un a se rie de c am b io s tan s ig­
n if ic ativ o s de sp ué s de su f u n d ac ió n q ue la e s c ue la e s to ic a sue le d iv i­
d irs e en tres p e río do s: la E sto a A n tigua, la E sto a M e d ia y la E sto a T ar­
d ía o e sto ic ism o ro m an o . D e lo s p rim e ro s p e río d o s n o se c o n se rvan
m ás q ue algun o s f ragm e n to s, y las ún ic as o b ras c o m p le tas q ue te n em o s
f ue ro n las q ue se e sc rib ie ro n d u ran te la ú ltim a f ase ro m an a: las o b ras
de S é n e c a (4 a. C .- 6 5 d. C .), de E p ic te to (h. 5 5 - 1 3 5 ) y las m e d itac io n e s
d e l e m p e rad o r M arc o A u re lio (1 2 1 - 1 8 0 d. C .), q ue en am p lia m e d id a
e stán d e d ic ad as a la é tic a. S ó lo a p a r t ir de f ragm e n to s o de la re c o n s ­
tru c c ió n lle v ad a a c ab o p o r p e n sad o re s p o ste rio re s , p o de m o s re c o m ­
p o n e r algo q ue se asem e ja a un a de sc rip c ió n c o h e re n te de las ide as c o s­
m o ló gic as y e p is te m o ló gic as de lo s p rim e ro s esto ic o s. L o q ue se p ue d e
de c ir, c o n c ie rto grado de c e rte z a, es q ue , a m e d id a q ue la e ra h e le n ís ­
t ic a se ade n tró en la é p o c a de la R o m a im p e rial y lo s f iló so f o s e m p e z a­
ro n a re s p o n d e r a las n e c e s id ad e s de las e lite s ro m an as, en la f ilo so f ía
e s to ic a o c urrie ro n un a s e rie de c am b io s sign if ic ativ o s. U n o de e llo s,
b as tan te im p o rtan te , tuvo lu g a r en algún m o m en to de la é p o c a q ue
tran sc urrió d e sde Z en ó n h asta lo s f iló so f o s de la E sto a M e d ia c o m o P a-
n e c io (1 8 5 /1 8 0 -1 1 0 /1 0 8 a. C .) y P o sid o n io (1 3 5 -1 5 1 a. C .), q uie n e s ,
au n q ue e ran de o rige n grie go , p asaro n c ie rto tie m p o en R o m a, m an tu ­
vie ro n b ue n as ^elac io n es c o n la e lit e de e sa c iu d ad y f uero n de f en so re s
d e l p o d e r im p e rial.
E l e sto ic ism o , al ig u al q ue e l e p ic ure ism o , b ásic am e n te se o c up ó de
la é tic a y d e l b ie n e s t ar d e l in d iv id uo . E l do m in io de sí, in c lus o la r e ­
n u n c ia c o m p le ta a sí m ism o , q ue re lac io n am o s c o n el «e s t o ic is m o », la
as p irac ió n a e lim in ar las p asio n e s q ue so n la c ausa de la d e s d ic h a y el
suf rim ie n to de lo s h o m b re s, y e l ac e n to p ue sto en lo s b ie n e s in te rn o s
d e l alm a, p are c e n se r o tras tan tas razo n e s a f avo r de un re tiro c o m p le ­
to de la v id a p o lít ic a . S i b ie n la v id a c ív ic a de se m p e ñ ó un p a p e l im ­
p o rtan te en la f ilo so f ía é tic a d e l e sto ic ism o (al m en o s en algun as de sus
f o rm as), su c o sm o p o litism o , c o n el ac e n to p ue sto en lo s vín c ulo s u n i­
v e rsale s de la h u m an id ad f re n te a to das las p e c u lia r id a d e s s o c iale s y
p o lít ic a s , p u e d e se r c alif ic ad o de ap o lític o . S in e m b argo , h ay m uc h o
q ue de c ir en f avo r de un a in te rp re tac ió n m ás p o lític a de lo q ue trataro n
lo s e sto ic o s, au n q u e sus do c trin as se an c o m p atib le s c o n un a gam a b a s ­
tan te am p lia de ac titud e s p o lític as.
L a o b ra p o lít ic a m ás im p o rtan te q ue se c o n o c e d e l p rim e r e s to ic is ­
m o es la R e p ú b lic a , de Z en ó n , q ue só lo es p o s ib le re c o n s t ru ir a p a rt ir
14 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de lo s c o m en tario s q ue d e jaro n sus c rític o s y suc eso res. Z enó n n ac ió en
la c o lo n ia g rie ga de C itio , en la is la de C h ip re . E ra h ijo de un c o m e r­
c ian te , y p are c e q ue é l tam b ié n se d e d ic ó al c o m e rc io h as ta q ue , d e s ­
p ué s de e s tu d iar c o n C rate s , f iló so f o de la e s c ue la c ín ic a, f un dó la suya
p ro p ia: la E sto a, c uyo n o m b re evo c a la S to a P ik ile , e l p ó rtic o p in tad o
de la an tigua ágo ra de A te n as do n de Z en ó n e n se ñ ab a. E n su R e p ú b lic a ,
d e s c rib e un a p o lis id e al, q ue c are c ía de las in stituc io n e s q ue e ran f am i­
liare s a la c iu d ad - e s tad o re al, tale s c o m o lo s trib u n ale s de j u s t ic ia, las
e sc ue las , lo s te m p lo s , la p ro p ie d a d y e l d in e ro , y c uya c o h e sió n s o la­
m en te se ap o yab a en las re lac io n e s de arm o n ía e n tre in d iv id uo s v irt u o ­
so s. D e e sta d e sc rip c ió n se h a dic h o , p o r un lad o , q ue e ra un e x trav ío
juv e n il, q ue re f le jab a un id e al c o m p le tam e n te im agin ario (tal vez tam ­
b ié n trav ie so ) q ue n o p o d ía se r to m ado en se rio . P o r o tro lad o , se h a
in te rp re tad o c o m o un a c rít ic a m ad u ra y ra d ic al de las re alid ad e s s o c ia­
les y p o lític as q ue le e ran c o n te m p o rán e as, un a c rític a q ue e lim in a de la
re p ú b lic a id e a l to das las in ju s tic ias y f ue n te s de c o n f lic to q ue , en aq u e ­
llo s días, lac e rab an lo s e stado s e x is te n te s , n o só lo c o n f ian do sus h a b i­
tan te s a h o m b res sab io s y virtuo so s, sin o tam b ié n e lim in an d o to das las
f uen tes e x iste n te s de d e s igu ald ad , do m in ac ió n y sub o rd in ac ió n , en d i­
re c ta o p o sic ió n a la R e p ú b lic a de P lató n .
D e jan do a un lad o lo q ue Z en ó n h u b ie ra p re te n d id o o n o en este
diálo go p o lític o , h ay p re gu n tas m ás f un d am e n tale s q ue p lan t e ar so b re
la e p is te m o lo gía, la p s ic o lo gía y la c o sm o lo gía e sto ic as. Y si b ie n sus
c o n se c ue n c ias p o lític as n o so n e v id e n te s p o r sí m ism as, p o de m o s t r a ­
tar de so n de arlas. E n el c o razó n de la d o c trin a e sto ic a se h a lla la n o c ió n
de lo g o s , la razó n u n iv e rsal de un o rden c ó sm ic o divin o , el p rin c ip io d i­
n ám ic o en la n atu rale z a m ate rial. E l un iverso e sto ic o es c o m p le tam e n ­
te u n it ario . E n m arc ad o c o n traste c o n e l d ualism o p lató n ic o de lo s
m un do s se n sib le e in t e lig ib le , de Jo rac io n al y lo irrac io n al, d e l c ue rp o
y d e l in telec to , en la filo so f ía esto ic a, al m en o s en su fo rm a o rigin aria, no
e x iste un a divisió n e n tre e s p íritu y m ate ria. E l e s p íritu im p re gn a to das
las c o sas m ate riale s y, al igu al q ue el un iverso , se h alla un ido p o r e l p r in ­
c ip io din ám ic o de la razó n c ó sm ic a, el lo g o s , q ue a la vez m ueve e l u n i­
ve rso y lo m an tie n e un id o . L a razó n h u m an a p a rt ic ip a de e ste lo g o s
un iv e rsal. D esde un p un to de vista e p iste m o ló gic o , esto sign if ic a q ue la
se n sac ió n y la p e rc e p c ió n h um an as (c uyo s c o n tac to s c o n la re alid a d
so n dire c to s ) n o so n f uen tes im p e rf e c tas de o p in ió n , q ue de b an d is t in ­
guirs e d e l c o n o c im ie n to v e rd ad e ro al q ue se ac c e de só lo a travé s de la
razó n , sin o f un dam e n to s f iab le s d e l c o n o c im ie n to . A sim ism o , sign if ic a
 D e la p o li s a l im p e rio
q ue , c o m o en la p s ic o lo gía e sto ic a n o h ay un a esc isió n e n tre el e s p íritu
y el c ue rp o , su f ilo so f ía se ap art a rad ic alm e n te de lo s p rin c ip io s q ue
suste n tab an la div isió n f un d am e n tal p lató n ic a e n tre lo s e le m e n to s go ­
b e rn an te y go b e rn ad o . L as c o n se c ue n c ias é tic as de e ste m o n ism o e s ­
to ic o so n aún m ás sign if ic ativ as, aun q u e n o re sultan d e l to do in e q u ív o ­
c as. S i b ie n to do s lo s seres vivo s y o b je to s in an im ad o s p e rte n e c e n al
o rden c ó sm ic o rac io n al, só lo lo s seres h um an o s p o seen la c ap ac id ad r a ­
c io n al p ara c o m p re n de rlo . A l m ism o tie m p o , y p o r la m ism a razó n , el
e sto ic ism o s u gie re q ue lo s se re s h um an o s so n c ap ac e s de ac t u ar en
o p o sic ió n al lo g o s , es de c ir, de un a m an e ra q ue n o es rac io n al. E n ese
se n tid o , lo s h o m b re s tie n e n la lib e r t a d p ara e le gir o p ara re p u d ia r la
v irtu d . S i só lo ac tu aran de m an e ra in c o n sc ie n te o irrac io n al según d ic ­
tan las le ye s de la n atu rale z a, tal y c o m o lo h ac e n lo s an im ale s, se ría im ­
p o sib le h ab lar de v irtu d h um an a. P e ro , p o r d e f in ic ió n , la p e rs o n a v e r­
d ad e ram e n te rac io n al — y p o r e n d e v irtu o s a— es aq u e lla q ue só lo
p ue d e v iv ir de ac ue rdo c o n e l p rin c ip io u n iv e rsal de la n atu rale z a, a li­
n e an do e l alm a in d iv id u a l c o n el o rde n c ó sm ic o divin o .
L a p re c o n iz ac ió n de un a le y n atu ral q ue se ap lic a a to do s lo s seres
h um an o s, y la n o c ió n de un a c o m un idad h um an a un iv e rs al, p ue d e e n ­
te n de rse d e m an e ras dif e re n te s, c o n ef ec to s m o rales o p o lític o s tam b ién
distin to s. L a id e a de un a c o m un idad un iv e rsal, suje ta a un a le y u n iv e r­
s al, p o d ría in t e r p re t a rs e c o m o u n a e x h o rt ac ió n a la c o m p asió n u n i­
v e rsal, p e ro , asim ism o , c ab ría la p o s ib ilid ad de q ue tam b ié n suste n tara
un a se ve ra rigid e z m o ral. P u e d e s u s c rib ir p rin c ip io s p ro f un d am e n te
igu alitario s , p e ro , tal y c o m o h em o s visto , tam b ié n p u e d e ser u tiliz ad a
p ara ju s t if ic ar e l im p e rio . L a id e a de un a ig u ala d n atu ral trasc e n d e n te ,
q ue at rib u ye a to do s lo s se re s h um an o s un lo g o s c o m ún , p u e d e u t ili­
z arse p ara s u s c rib ir la ig u ald a d s o c ial y p o lític a, in c luso la igu ald ad de
las m uje re s y la re p u d iac ió n de la e s c lav itu d . P e ro tam b ié n p u e d e s e r ­
v ir de p re te x to p a ra ac e p tar la d e s ig u ald a d en e l m un do m ate rial, al
tie m p o q ue se re le ga la igu ald ad a un re in o sup e rio r, de jan d o in tac tas ,
así, las je rarq u ías so c iale s y p o lític as e x iste n te s. S in lu g a r a d ud as, éste
fue e l e f ec to q ue tuvo , c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de m o strar, la in ­
f lu e n c ia e s to ic a en R o m a y en la te o ría p o lític a de C ic e ró n , aun q u e
tam b ié n se ab rió c am in o en e l c ristian ism o .
T al vez c o n se guire m o s te n e r un a ap re c iac ió n m ás p ro f un d a de las
c o n se c ue n c ias p o lític as de la d o c trin a e s to ic a si c o n side ram o s la p r o ­
c e d e n c ia de su f ilo so f ía tal c o m o lo s p ro p io s p e n s ad o re s esto ic o s la
p e rc ib ían . E sto n o s e x igirá re m o n tarn o s aún m ás en la h is to ria de la f i­
14 5 14 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
lo so f ía grie ga, in c lus o m ás lejo s de la é p o c a c lás ic a de P lató n y A ris tó ­
te le s. E n su re c h az o d e l d ualism o p lató n ic o y aris to té lic o , lo s e sto ic o s
se p ro p us ie ro n vo lve r a lo s p e n sado re s p re s o c rátic o s y, en p artic u lar, a
H e rác lito de E feso (5 3 5 - 4 7 5 a. C .). H e rá c lit o f ue el p rim e r p e n s ad o r
c o n o c ido q ue dio un s ign if ic ad o m e taf ísic o a la p a la b ra lo g o s , un t é r ­
m in o c uyo s se n tido s so n m uy am p lio s y q ue h ab itu alm e n te se u tiliz ab a
p ara de n o tar c u alq u ie r c o sa, d e sde la p a lab ra e sc rita o p ro f e rid a h asta
un p e n sam ie n to u o p in ió n , un a m e d id a, un a p ro p o rc ió n , la v e rd ad de
un asun to , un a e x p lic ac ió n de algo , la re c ta razó n y un largo e tc é te ra.
A dem ás, a H e rác lito se le atrib uye tam b ién el m érito de h ab e r sido el p r i­
m er f iló so f o c o n o c ido q ue utiliz ó la p alab ra c o s m o s p ara d e s ign ar e l o r­
den de l m un do . L o s f ragm e n to s q ue se c o n se rvan de su p e n sam ie n to
s igue n sie n do p o lé m ic o s , y lo s c o m e n taristas n o se p o n e n de ac ue rd o
so b re si e l lo g o s u n iv e rs al q ue d ab a o rd e n al c o sm o s te n ía, p a r a e l f i­
ló so f o , c o n se c ue n c ias e p is te m o ló gic as c o m o de sp ué s las tuvo p ara lo s
e sto ic o s. E n e ste s e n tid o , es sign if ic ativ o e l h e c h o de q ue e l té rm in o
c o n el q ue en grie go se d e s ign a la p a lab ra, e l p e n sam ie n to o la razó n
h um an a tam b ié n se u s ara p ara re f e rirse al p rin c ip io u n iv e rsal de l o rden
c ó sm ic o . E s raz o n ab le sup o n e r q ue si el lo g o s re p re s e n tab a tan to al o r­
den c ó sm ic o c o m o a la in te lige n c ia h um an a, eso in c id e de algún m o do
en las p o s ib ilid ad e s de l c o n o c im ie n to h um an o . S in e m b argo , es p o sib le
q ue lo s e sto ic o s sac aran estas c o n se c ue n c ias e p iste m o ló gic as m o tivado s
p o r sus p ro p io s p ro p ó sito s. E s p o c o p ro b ab le q ue H e rác lito , q uie n en
m ás de un a o c asió n e x p re só el de sp re c io q ue le in s p irab a la m ultitu d ig ­
n o ran te , ac e p tara las c o n se c ue n c ias igu alitarias de la p s ic o lo gía esto ic a.
E l lo g o s h e rac litian o e ra, sin d u d a, aq u e l q ue e ra c o m ún , p e ro e l p ro ­
b le m a de la m ayo ría de lo s seres h um an o s, según el p e n s ad o r jo n io , e ra
q ue v iv ía in m e rs a en la ign o ran c ia de lo q ue e ra re alm e n te c o m ún ,
c o m o si v iv ie ra en f un c ió n de su sab e r p riv ad o . E s p o sib le q ue lo s e s ­
to ic o s, en su o p o sic ió n a las d o c trin as p lató n ic as , re c u rrie s e n a la au to ­
rid ad de H e rác lito n o p o rq ue q uis ie ran re c re ar f ie lm e n te sus p un to s de
v ista, sin o , p re c is am e n te , p o r las o b je c io n e s q ue P lató n h ab ía h e c h o al
gran f iló so f o p re s o c rátic o .
¿Q u é p o de m o s ap re n d e r, e n to n c e s, de las o b je c io n e s de P lató n ?
E n p rim e r lugar, q ue atañ e n a do s id e as q ue o c up an un lu g ar c e n tral en
la f ilo so f ía de H e rác lito y q ue e stán re lac io n ad as e n tre sí: q ue to do e stá
en c o n tin uo m o vim ie n to (de m o do q ue , si b ie n el c o sm o s e stá suje to a
la ley, su p rin c ip io o p e rativ o es un a le y de c am b io ) y q ue e l o rden c ó s­
m ic o e stá c o n s titu id o p o r o p ue sto s en te n sió n , p o r un a arm o n ía de
 D e la p o li s a l im p e rio
o p ue sto s, de m o do q ue la d is c o rd ia y la g u e rra c o n stituye n e l p rin c ip io
un iv e rs al de la n atu rale z a. L a c o n c e p c ió n q ue H e rác lito te n ía d e l c o s­
m o s, según P lató n , n o d e jab a e sp ac io p ara la dic o to m ía e n tre e l c am b io
c o n stan te d e l d e v e n ir y la p e rm an e n c ia de l ser, o p a ra la dis tin c ió n
e se n c ial e n tre c o n o c im ie n to y o p in ió n , y lo s do s n iveles de re alid ad q ue
les c o rre s p o n de n . P lató n tam p o c o h ab ría ap ro b ado las se ve ras c rític as
de H e rác lito a P itágo ras . P ara H e rác lito , P itágo ras re p re s e n t ab a, p r e ­
c isam e n te , la id e a de la p az y la arm o n ía c ó sm ic as a las q ue é l se o p o ­
n ía; p ara P lató n , e l m un do b ie n o rd e n ad o , in m ó vil, d e l se r v e rdade ro .
A ristó te le s (q ue n o p o d ía to le rar q ue H e rác lito h ub ie s e q ue b ran tad o el
p rin c ip io de n o c o n trad ic c ió n : la u n id a d de lo s o p ue sto s q ue s uge ría al
af irm ar q ue las c o sas, in m e rsas en e l de ven ir, e ran al m ism o tie m p o lo
m ism o y lo o tro ) sugirió in c luso q ue P lató n h ab ía id e ad o la c o n c ep c ió n
de las F o rm as ab so lutas c o m o un a re ac c ió n an te el m un do in e s c rutab le
q ue , tal c o m o P lató n lo v e ía, se se guía de las ide as de H e rác lito .
E ste, en d e f in itiv a, n o alc an zó a re c o n o c e r aq ue llo s dualism o s q ue
se rvirían p ara un ir la e p istem o lo gía y la te o ría p o lític a de P lató n . S in e m ­
b argo , de ello no se sigue q ue H e rác lito sac ara p o r sí m ism o las c o n c lu­
sio n es p o lític as de su p ro p ia c o sm o lo gía, q ue P lató n ac h ac ó al m o n ism o
f ilo só f ic o . A u n q ue so n m uy p o c as las c o sas q ue se sab e n de las p re f e ­
re n c ias p o lític as de H e rác lito , si algo sugie re n las p rue b as de las q ue t e ­
n em o s c o n stan c ia es q ue te n ía in c lin ac io n e s aristo c rátic as. P e ro es p ro ­
b ab le q ue las dif e re n c ias e n tre un o y o tro no tuvie ran tan to q ue ve r c o n
la ló gic a de la argu m e n tac ió n f ilo só f ic a c o m o c o n lo s c am b io s h is t ó r i­
c o s ac ae c ido s e n tre am b o s p e n sado re s.
H e rác lito , c uya c iu d ad n atal, E f eso , se h alla c e rc a de la c iu d ad jo n ia
de M ile to , do n de h ab ía n ac ido la f ilo so f ía grie ga, p ro b ab le m e n te e m p e ­
zó a e s c rib ir a f in es d e l siglo VI a. C ., es dec ir, an tes de la e d ad de o ro de
la d e m o c rac ia g rie ga . P lató n , en c am b io , so b re v iv ió a la e d ad de o ro
de la d e m o c rac ia en A te n as , en lo q ue c o n s id e rab a c o m o su f ase de d e ­
c ad e n c ia, y e s tab a o b se s io n ado p o r las c o n se c ue n c ias q ue eso te n d ría
p ara to do lo q ue é l ap re c iab a. C uan do H e rác lito c o n c ib ió sus ide as so ­
b re la c o n f lagrac ió n c ó sm ic a, J o n ia , y M ile to en p artic u lar, h ab ían a c a ­
b ad o de v iv ir «u n o de lo s c o n f lic to s c iv ile s m ás ra d ic ale s d e l p e río d o
a r c a ic o ».9 H ab ía h ab id o un a lu c h a p o r h ac e rs e c o n el c o n tro l e n tre lo s
ric o s ip lo u tis ) — p ro b ab le m e n te aq u e llo s q ue o b te n ían su riq u e z a de l
c o m erc io , dado q ue tam b ié n re c ib ían e l n o m b re de «m arin o s q ue siem -
9 . O s w y n M u r r a y , E a r ly G r e e c e , F o n t a n a , G la s g o w , 2 “ e d . , 1 9 9 3 , p á g . 2 3 3 .
14 7 14 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p re n a v e g an » ( a e in a u ta i ) — y lo s t rab ajad o re s m an uale s ( c h e ro m ac h at’) .
Y «d e s p u é s de un a se rie de atro c id ad e s e n tre am b as p arte s q ue se p ro ­
lo n garo n a lo largo de do s g e n e rac io n e s », e l c o n f lic to se zan jó grac ias
al arb it raj e de m e d iad o re s de o tra c iu d ad , q uie n e s p usie ro n el c o n tro l
en m an o s de lo s t e rrate n ie n te s o , c o m o H e ró do to lo de sc rib e :
Y los pario s los rec o nc iliaro n del siguiente modo, c uando los m ejo ­
res ho mb res de entre ello s llegaro n a M ileto , al ver que en efec to [los
m ilesino s] se estab an espanto sam ente arruinando , dijero n que querían
rec o rrer su territo rio ; y m ientras hacían esto y rec o rrían to da la tierra
m ilesina, c uando veían en el territo rio devastado algún campo b ien tra­
b ajado , registrab an el no mb re del dueño del campo. D espués de haber
rec o rrido todo el territo rio y de haberlo s enc o ntrado en núm ero escaso,
tan pro nto como regresaro n a la c iudad, tras hab er hecho una asam blea,
designaro n para adm in istrar la c iudad a aquello s cuyos campos hab ían
enco ntrado b ien trab ajado s; pues dijero n que c reían que ello s, sin duda,
se preo c uparían de los b ienes púb lic o s del mismo modo que de los su­
yos pro pio s; y o rdenaro n que los demás m ilesino s, los que antes de eso ­
se peleab an, los o b edec ieran .10
¿E s d e s c ab e llad o sup o n e r q ue la c o n c e p c ió n q ue H e rác lito se h izo
d e l o rde n c ó sm ic o estuvo m o d e lad a p o r e sto s ac o n te c im ie n to s? E x iste
un a s o rp re n d e n te c o rre s p o n d e n c ia, de to do s m o do s, e n tre aq u e lla re ­
c ie n te e x p e rie n c ia so c ial v iv id a en M ile to y la n o c ió n h e rac litian a de la
g u e rra c o m o el p rin c ip io c ó sm ic o , q ue se re so lvía n o a travé s de la s u ­
p resió n c o m p le ta de un a u o tra de las p arte s c o n te n d ie n te s, sin o a t r a ­
vés de un e q u ilib rio ten so e n tre am b as, aun q u e c o n v e n taja p ara la c la ­
se h ac e n d ad a. A l ig u al q ue e l arc o d e l arq u e ro e stá f o rm ado p o r la
te n sió n e n tre e l arc o y la c ue rd a, q ue da la e n gañ o s a ap arie n c ia de in ­
m o v ilidad, as í la e s tab ilid ad en la so c ie d ad n o es un e stad o de rep o so ,
sin o un a te n sió n c o n stan te e n tre o p ue sto s q ue se m an tie n e en un p r e ­
c ario e q u ilib rio .
P e ro aun q u e H e rác lito n o as o c iara lo s ó rde n e s c ó sm ic o y so c ial de
e ste m ism o m o do , n o h ay d u d a de q ue P lató n p en só en e sto s té rm in o s.
A l e s c rib ir en la é p o c a de la A te n as d e m o c rátic a, sin e m b argo , n o c o n ­
te m p ló un a re so luc ió n de e stilo m ile sin o a lo s c o n f lic to s so c iale s de su
é p o c a. H ac ía m uc h o tiem p o q ue A te n as ya h ab ía d e jado atrás e l tip o de
te n so e q u ilib rio q ue S o ló n , p o r e je m p lo , h ab ía in te n tad o e s tab le c e r. Y
10 . H e ró d o t o , L a s g u e r r a s p e r s a s , V . 2 9 .
 D e la p o li s a l im p e rio
h ac ía m uc h o tiem p o , tam b ié n , q ue el e q u ilib rio se h ab ía de c an tan do en
f avo r de l d e m o s . P lató n ya no p o d ía im agin ars e q ue un a e stab iliz ac ió n
de la te n sió n se at e n d ría a lo s in te re s e s de lo s ric o s o de la aris to c rac ia.
E n e ste c aso , e l d e m o s d e b ía e star so m e tido sin am b igüe d ad e s. L a id e a
q ue P lató n te n ía de la e s tab ilid ad p o lític a y so c ial e ra, tajan te m e n te , un
o rde n de j e ra rq u ía in m ó vil en e l q ue lo s e le m e n to s in f e rio re s se h a lla ­
b an en sum isió n c o m p le ta a lo s sup e rio re s.
C uan d o lo s esto ic o s re vivie ro n e l lo g o s de H e rá c lit o , lo h ic ie ro n
o p o n ié n do se c o n sc ie n te y d e lib e rad am e n te al p rin c ip io de l o rden q ue
P lató n h ab ía p ro p ugn ad o , en un m o m en to en q ue p ara la p ro p ie d ad el
p e ligro p are c ía m uy re al y las c lase s d o m in an te s, c ie rtam e n te , te n ían
m ie do de la re vo luc ió n so c ial. A un q ue n o p u e d a af irm ars e q ue lo s p r i­
m ero s e sto ic o s p re c o n iz aran un o rd e n e x p líc it am e n t e d e m o c rátic o ,
re c h az ab an , eso sí, la c o n c e p c ió n p lató n ic a de la h o m o n o ia , un a c o n ­
c o rd ia b as ad a en un a r íg id a j e ra rq u ía. «P a r a Z en ó n — e s c rib e un c o ­
m e n tarista— , n o es q ue la h o m o n o ia f ue ra un a re lac ió n e n tre c lases q ue
no f un c io n ab a, sin o q ue e ra un a re lac ió n e n tre h o m b res sab io s, in d iv i­
d u ale s : n o se b as ab a en la sup re sió n de lo s e le m e n to s re ac io s y d e s a­
f ian te s, lo q ue se ría un a f ue n te p o te n c ial de c o n f lic to s, sin o en su a u ­
s e n c ia ».11 S i b ie n e ste id e a l utó p ic o n o es suf ic ie n te c o m o de f e n sa de la
c ausa de m o c rátic a, e l m o do en q ue id e n tif ic ab a las f ue n te s de c o n f lic ­
to re s u lt a b astan te s ign if ic ativ o . E n e l c o n te x to de d is c o rd ia c iv il de la
G re c ia h e le n ís tic a, la id e a alte rn ativ a de h o m o n o ia q ue Z en ó n p ro p o ­
n ía h a b ría sido m ás at rac tiv a p ara lo s p a rt id ario s de la d e m o c rac ia y
m uc h o m en o s b ie n ac o gid a p o r sus o p o n e n te s q ue la in tran s ige n te j e ­
ra rq u ía de P lató n .
N o e s, p o r tan to , d is p aratad o h ac e r h in c ap ié en las p o s ib ilid ad e s
rad ic ale s de l m o n ism o c o sm o ló gic o , p s ic o ló gic o y e p is te m o ló gic o de la
f ilo so f ía e sto ic a, al m en o s en su f o rm a o rigin aria. M ie n tras p o d ría in ­
te rp re t ars e c o m o o tra do c trin a u ltram un d an a sin c o n se c ue n c ias p r á c t i­
c as p a ra la v id a s o c ial c o tid ian a, la d o c trin a d e l lo g o s q ue to do lo im ­
p re gn a p o d ía ten er, sin lu g a r a d u d as , c o n se c ue n c ias ig u a lit a r ia s . E l
p rin c ip io de q ue , en e ste c o sm o s u n it ario , la v irtu d es un a u n id ad , y
q ue lo s seres h um an o s, q ue p artic ip an to do s de l divin o lo g o s , so n lib re s
e igu ale s , sin d u d a f ue u tiliz ad a p ara ap o yar e l argum e n to de q ue la e s­
c lav itu d es c o n traria a la n at u rale z a , c o m o lo es la d e s ig u ald a d e n tre
h o m b res y m ujeres. D esde lue go , es p o sib le ju s t if ic ar la d o m in ac ió n y la
11. E r s k in e , o p . c i t. , p á g . 3 1 .
14 9 15 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
s u b o rd in ac ió n , las d e s igu ald ad e s de c lase y de c o n dic ió n o la re lac ió n
e n tre go b e rn an te s y go b e rn ad o s , in c lus o f re n te a la ig u a ld a d n atu ral.
P lató n m ism o de f ie n d e lo s p rin c ip io s d e l go b ie rn o y la s ub o rdin ac ió n
de un a m an e ra m en o s c o n siste n te tan to c uan do se b asa en las d e s ig u al­
dade s n atu rale s c o m o c uan do lo h ac e en razó n de q ue e x is te un p r in c i­
p io un iv e rs al q ue d iv id e a lo s e le m e n to s q ue go b ie rn an y a lo s q ue so n
go b e rn ado s, la razó n y la sin razó n , y c uan do argum e n ta q ue un a d iv i­
sió n n e c e s aria d e l trab ajo en la so c ie d ad sign if ic a sie m p re q ue algun o s
h o m b res so n rac io n ale s y o tro s no . P are c e razo n ab le , sin em b argo , sac ar
algu n as c o n c lusio n e s p o lític as rad ic ale s de la f ilo so f ía e sto ic a, aun q ue
só lo se a p o rq ue el d ualism o p lató n ic o y aris t o té lic o , q ue lo s esto ic o s
c o m o Z en ó n d e lib e rad am e n te re c h az ab an , ap lic ó eso s m ism o s p r in c i­
p io s a sus te o rías p o lític as al ig u al q ue h ab ían h e c h o a sus te o rías de l
c o n o c im ie n to y la n atu rale z a.
R e sulta sign if ic ativ o , asim ism o , q ue lo s esto ic o s p o ste rio re s, so b re
to do lo s re lac io n ad o s c o n R o m a, q ue e ran m ás f av o rab le m e n te p ro c li­
ves al im p e rio e in c luso a la e s c lav itu d (aun q u e só lo f ue ra p o r m o tivo s
p ragm átic o s ), se vie ro n o b ligad o s a m o d if ic ar e l m o n ism o p sic o ló gic o
de sus p re d e c e s o re s . P an e c io y P o sid o n io , lo s p e n sad o re s de la E sto a
M e d ia, p o r e je m p lo , re to m aro n la p s ic o lo gía p lató n ic a y aris t o té lic a.
E n lo q ue se re f ie re a lo s esto ic o s p le n am e n te ro m an o s, ap e n as se p re o ­
c up aro n de e stas c ue stio n e s f ilo só f ic as f u n d am e n tale s y m o straro n un
in te ré s m uc h o m ayo r p o r la é tic a m ism a, sin b u s c ar un a b ase só lid a en
algu n a te o ría siste m átic a de l c o sm o s o la p s ic o lo gía.
R ec ap itule m o s. E n ge n e ral, las c o n se c ue n c ias p o lític as y so c iale s de
la c o sm o lo gía, la p s ic o lo g ía y la e p is te m o lo gía e sto ic as n o so n f ác ile s
de in te rp re tar. D e to do s m o do s, sus d o c trin as v ariaro n se gún d if e re n ­
tes c irc un stan c ias h istó ric as. C uan do lo s p rim e ro s esto ic o s re c h az aro n
e l dualism o q ue im p re gn ab a la c o sm o lo gía, la p s ic o lo gía y la e p is te m o ­
lo gía de sus gran d e s p re d e c e so re s, P lató n y A ristó te le s, p are c e q ue h a ­
b ían h ec h o tam b ié n juic io s p are c ido s so b re la e sc lavitud, la lib e rtad y el
im p e rio . C uan do lo s esto ic o s p o ste rio re s se re trac taro n de las p o s ic io ­
n es m ás ra d ic ale s q ue h ab ían so ste n ido sus p re d e c e s o re s en la E sto a,
ac ab ab an de ad ap tars e a la n ue vas re alid ad e s so c iale s y p o lític as , so b re
to do al asc en so de R o m a y al c o n se rv adurism o de sus c lases dirige n te s .
L o s p e ligro s d e l ig u alit aris m o e sto ic o se h ic ie ro n e s p e c ialm e n te
e v ide n te s en e l c o n te x to de la re vo luc ió n e sp artan a. L as v ic to rias m ili­
tare s c o se c h adas p o r e l re y ref o rm ado r, C le ó m en es, y so b re to do la d e s ­
tru c c ió n de M e galo p o lis en e l añ o 2 2 3 a. C ., f ue ro n p artic u la rm e n te
 D e la p o li s a l im p e rio
alarm an te s p ara las e ûtes h ac e n d ad as. S i b ie n es un a c o n j e tura e stim ar
en q ué m e d id a aq u e lla re vo luc ió n estuvo in s p irad a p o r la d o c trin a e s ­
to ic a, se sab e q ue e l f iló so f o esto ic o E sf ero de B o ríste n e s, q ue e sc rib ió
un b re ve tratad o so b re la c o n stituc ió n e s p artan a, f ue el tu to r de C le o ­
m en es, y se c ue n ta q ue lo ayudó a in s tit u ir las re f o rm as.12 S ea c o m o f u e ­
re , de ac ue rd o c o n e l c lim a q ue e s tab a v iv ié n d o se e n to n c e s, es m uy
po c o p lau s ib le so ste n e r q ue las c lases h ac e n d ad as h ab ían ac e p tad o , de
b ue n grad o , un p rin c ip io de ig u a ld a d n a t u ra l o j u s t ic ia so c ial q ue no
re c o n o c ie ra d if e re n c ia algun a de c las e o de c o n dic ió n , o c u a lq u ie r im ­
p ugn ac ió n de las j e rarq u ías e x iste n te s, o un a d o c trin a q ue p u d ie ra r e ­
p r e s e n t ar un a am e n az a p ara la p ro p ie d ad (q ue p a ra lo s e sto ic o s, en
to do c aso , e ra un a in stituc ió n c o n ve n c io n al y no n atu ral, en un c o sm o s
en e l q ue to das las c o sas e ran c o m un e s), aun q u e se lim it a r a a id e n t if i­
c ar la p ro p ie d ad c o m o la f uen te de la d is c o rd ia y la in e s t ab ilid a d . T ras
la re vo luc ió n , y c o n e l asc en so de R o m a, la aris t o c rac ia d o m in an te y el
im p e rio en e x p an s ió n , s urgió un a c o rrie n te e s to ic a m ás af ín a lo s e le ­
m en to s do m in an te s.
L as am e n az as q ue se c e rn ían so b re la p ro p ie d ad p a re c ie ro n tan to
m ás c e rc an as c uan do c iu d ad an o s rad ic ale s de la p ro p ia R o m a, lo s h e r ­
m an o s G rac o , e n traro n en e sc e n a c o n sus id e as de re f o rm a a g ra ria y,
q uiz á, c ie rto tip o de so b e ran ía p o p ular. S in d u d a sab ían grie go y c o n o ­
c ían la f ilo so f ía g rie ga, de ig u al m o do q ue sus ad v e rsario s, q ue e n to n ­
c es m o viliz aro n lo s argum e n to s esto ic o s en de f en sa de la p ro p ie d ad , el
im p e rio e in c lus o la e sc lav itu d . V o lverem o s so b re e sto s argum e n to s y a
las id e as de lo s esto ic o s p o ste rio re s c o m o P an e c io y lo s ro m an o s en lo s
q ue ello s in f lu ye ro n , so b re to do C ic e ró n . P e ro an tes de h ac e rlo es p r e ­
c iso d e c ir un as p a lab ras so b re e l c o n te x to ro m an o , c uan d o e l n uevo
p o d e r im p e rial e c lip s ó a sus p re d e c e so re s h e le n ístic o s m ie n tras as im i­
lab a el m un do grie go y su c ultura.
El a s c e n s o y d e c a d e n c ia d e R o m a
R o m a, al igu al q ue A te n as, se de sarro lló c o m o un a p e q ue ñ a c iudad-
e stado . Y c o m o la p o lis ate n ie n se , la R e p úb lic a ro m an a estuvo go b e rn a­
da p o r un p e q ue ñ o y s e n c illo ap arato de e stado . E n e l 2 5 6 a. C ., la r e ­
p ú b lic a ya c o n tro lab a la m ayo r p arte de I talia al sur d e l río P o , y sus
12 . V é a s e ib id . , s o b r e t o d o c a p ít u lo s 6 y 7 .
15 1 15 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
súb dito s, f ue ra de la c iu d ad de R o m a, e ran «c iu d a d a n o s » só lo en té rm i­
n o s m uy vago s. A un así, la aris t o c rac ia d irige n te , m ás p o de ro sa de lo
q ue lo h ab ía sido su h o m o lo ga aten ien se , q uiso m an te n e r e l estado en su
f o rm a rudim e n taria y, duran te m uc h o tiem po , se o puso al surgim ien to de
un ap arato de e stad o p ro f e s io n al, p re f irie n d o go b e rn ar sin n e c e s id ad
de e sp e c ializ arse . L a aris to c rac ia go b e rn ab a c o le c tivam e n te , lo s in d iv i­
duo s q ue asum ían c argo s lo h ac ían p o r p e río do s de tiem p o lim itado s y
c ada se n ado r e stab a suje to al p rin c ip io de c o le gialid ad . P ero si b ie n este
o rden e ra ad e c uad o p ara sus p ro p ó sito s, ge n e rab a sus p ro p io s p ro b le ­
m as, q ue re q ue rían , c o m o ya h ab ía suc e dido en A te n as, de un a gestió n
c uid ad o s a de las re lac io n e s , a m e n udo te n sas, e n tre la aris t o c rac ia y el
p ue b lo , as í c o m o e n tre lo s p ro p io s aristó c ratas q ue e ran rivales.
E n R o m a, c o n su aris t o c rac ia do m in an te , la f o rm a p o lític a de ac o ­
m o do n o f ue un a de m o c rac ia a la m an e ra ate n ie n se , sin o un a re p ú b lic a
do m in ad a p o r e l S e n ado aristo c rátic o . S in e m b argo , si b ie n la d o m in a­
c ió n p o r p arte de la aris t o c rac ia f ue un te m a c o n stan te de la p o lític a ro ­
m an a n o só lo a lo largo de la re p ú b lic a, sin o tam b ié n de l im p e rio , d e s ­
de un p rin c ip io se in staló en e l c o razó n de la re p ú b lic a un a te n sió n . S e
t r at ab a de un e stado c o n s tru id o so b re la riq u e z a p riv ad a, un in s t r u ­
m en to de la am b ic ió n in d iv id u a l y c re m atís tic a de un a c las e go b e rn an ­
te f o rm ada p o r p ro p ie tario s p artic u lare s q ue c o m p e tían e n tre sí p o r la
riq ue z a y e l p o der, p e ro c uya p o sic ió n de c lase , en au s e n c ia de un p o ­
d e r e s tat al sup e rio r, se so ste n ía só lo grac ias a su p ro p ia y f rá gil c o le gia­
lid ad . E sta f o rm a de e stado sup o n ía, asim ism o , la e x is te n c ia de un a re ­
lac ió n am b igu a e n tre la aris t o c rac ia y las c las e s s u b o rd in ad as . C o m o
A te n as, R o m a se ap artó d e l m o de lo se guido p o r o tras an tiguas c iv iliz a­
c io n es «s u p e r io re s » en las q ue h ub o un a c lara divisió n e n tre g o b e rn an ­
tes y p ro d uc to re s, e n tre e stado s m o n árq uic o s y c o m un id ad e s de c am ­
p esin o s so m e tidas. E n R o m a, al igu al q ue en A te n as, lo s c am p e sin o s y
lo s p le b e yo s urb an o s p e rte n e c ían a la c o m un id ad de c iu d ad an o s . S i
b ie n en R o m a, a d if e re n c ia de A te n as , e l e q u ilib rio de las f ue rz as de
c lase e n tre t e rrate n ie n te s y c am p e sin o s h ab ía d ado lu g a r a un e stado
aris to c rátic o , su c las e d o m in an te se vio o b ligad a a c o n tar c o n e l ap o yo
p o lític o y m ilit a r de sus c o n c iu d ad an o s s u b o rd in ad o s , de m o do q ue ,
c o m o en A te n as, algun as de las o rde n ac io n e s y d isp o sic io n e s j u ríd ic as
y p o lític as de la re p ú b lic a re c o rd ab an f ác ilm e n te c o n f lic to s aris t o c rát i­
c o s y ac u e rd o s c o n las f ue rz as p o p u lare s , c o m o , p o r e je m p lo , suc e d ía
c o n el c argo de trib un o , en e l q ue e l p ue b lo , la p le b e , e le gía a un m ie m ­
b ro de la e lit e p ara q ue re p re s e n t ara sus in te re s e s (aun q ue lo s trib un o s
 D e la p o li s a l im p e rio 15 3
n un c a f ue ro n c o n s id e rad o s «m a g is t r a d o s », lo q ue s ign if ic ab a q ue su
c argo n o les d ab a de re c h o a se n tarse en el S e n ado ).
S i b ie n e l c am p e sin ado ro m an o , en lo s p rim e ro s añ o s de la re p ú b li­
c a, f ue re lativam e n te f uerte , la h isto ria de la re p úb lic a es un a h isto ria de
de c ade n c ia de l c am p e sin ado y un a c o n c en trac ió n c ada vez m ayo r de t ie ­
rras y de p o d e r en m an o s de la aris t o c rac ia. M ie n tras la e x p an s ió n de
R o m a, q ue f ue f o rm an do un e n o rm e im p e rio t e rrit o r ial, de p e n d ió de l
c am p e sin ad o , q ue ap o rtab a lo s h o m b re s p ara lo q ue s e ría la m ayo r
f ue rz a m ilitar q ue h aya c o n o c ido e l m un do en su h is to ria, su m o v iliz a­
c ió n y d e s p lie g u e le jo s de la c iu d a d lo s h izo v u ln e rab le s a la e x p r o ­
p iac ió n de sus tie rras en R o m a. C uan do el e jé rc ito se p ro f e sio n aliz ó , lo s
c am p e sin o s p asaro n a ser so ldado s y la aris t o c rac ia tam b ié n se b e n e f i­
c ió en e l se c to r c iv il, m ie n tras q ue la m an o de o b ra agríc o la, en el so lar
p atrio d e l im p e rio , re c ayó c ad a vez m ás en lo s e sc lavo s, d is p o n ib le s en
un as c an tid ad e s sin p re c e d e n t e s grac ias al c o m e rc io y las c o n q uistas.
C o n f o rm e la e x p an s ió n im p e rial de R o m a f ue gan an d o n uevo s t e ­
rrito rio s , la c ue stió n de su d is trib u c ió n p asó a o c u p ar un lu g ar d o m i­
n an te en la age n d a p o lític a. P art ic u larm e n te la c ue stió n de la tie rra s e ­
p arad a c o m o a g e r p u b lic u s , tie rras d e l p ue b lo ro m an o , d is p o n ib le s p ara
q ue lo s c iud ad an o s las c o lo n iz aran o p ara se r arre n d ad as a c am b io de
un as re n tas n o m in ale s. A lgun o s m ie m b ro s de la aris t o c rac ia q ue e j e r ­
c ían de trib u n o s de la p le b e trataro n de u t iliz a r e l a g e r p u b lic u s p ara
re s tab le c e r e l e q u ilib rio e n tre la aris t o c rac ia en asc en so y un o s c am p e ­
sin o s c ad a vez m ás e m p o b re c ido s. P e ro se e n c o n traro n c o n la e n c arn i­
z ada o p o sic ió n de la c las e d irige n te en g e n e ral, y las le ye s de re f o rm a
ag raria, según p are c e , n o tuvie ro n un e f ec to d u rad e ro . E l m ás c é le b re
de lo s in ten to s de lle v ar a c ab o un a re d is trib u c ió n de la tie rra m ás e q u i­
tativ a, las re f o rm as de lo s h e rm an o s G rac o , te rm in ó c o n e l ase sin ato
d e l trib un o T ib e rio G rac o (q ue f ue tram ado p o r la o p o sic ió n aris t o c rá­
tic a) y la p o s te rio r m ue rte , tam b ié n v io le n ta, d e l h e rm an o de T ib e rio ,
C ayo , q ue h ab ía in te n tad o c o n tin u ar y e x te n d e r las re f o rm as de sus
h erm an o s y h ab ía m an te n ido , a d if e re n c ia de T ib e rio , un p ro gram a p o ­
lític o ra d ic al c o n tra e l S e n ado .
C o n lo s esc lavo s y lo s c am p e sin o s (ya f ue ra c o m o c o lo n o s a rre n d a­
tario s o c o m o so ld ad o s) d e d ic ad o s a c re ar la riq u e z a p a ra lo s t e r r a t e ­
n ie n te s , y las m asas u rb an as en la e n o rm e m e tró p o li de R o m a, h a c in a­
das en e sp an to so s s u b u rb io s ( c o n v e n to s ) in s alu b re s y p e ligro s o s , las
d if e re n c ias de re n ta e n tre ric o s y p o b re s en sus n ive le s m áx im o s se h an
e stim ado en 2 0 .0 0 0 a 1, en c o n traste c o n la p ro p o rc ió n de ap e n as 10 0
15 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
a 1 q ue se dio en A te n as d e sp ué s de la g u e rra d e l P e lo p o n e s o . C o m o
se ñ aló un d is tin gu id o h is t o r iad o r de R o m a, «n in g u n a ad m in is trac ió n
en la h is to ria se h a d e d ic ad o de un a m an e ra tan e n tu s ias ta e in c o n d i­
c io n al a d e s p lu m ar a sus súb d ito s en aras d e l b e n e f ic io p riv ad o de su
c lase d irige n te c o m o la R o m a de la ú ltim a é p o c a de la r e p ú b lic a ».13
E n e l m o m en to en q ue la é p o c a re p u b lic an a se ac e rc ab a a su fin y
se ría su s titu id a p o r un e stado im p e rial (c uya f e c h a de n ac im ie n to se h a
e stab le c ido c o n ven c io n alm en te en el m o m en to de la f un dac ió n de l p rin ­
c ip ado de A ugusto , en e l añ o 2 7 a. C .), la c lase d irige n te ro m an a h ab ía
am asado f o rtun as p riv ad as de dim e n sio n e s c o lo sales a travé s de la e x ­
p lo tac ió n y la c o rrup c ió n en el in te rio r de sus p ro p ie dade s p re d iale s (las
c asas de vivie n das en lo s b arrio s urb an o s), de la usura, de l c o m erc io c o n
la p ro p ie d ad , lo s c o n trato s c o n e l go b ie rn o y un largo e tc é te ra, e in c lu ­
so , de m an e ra aún m ás e sp e c tac ular, a travé s de l saq ue o siste m átic o de
ese im p e rio en e x p an sió n . L a ad m in istrac ió n d e l im p e rio pro p o rc io n ó a
la aris t o c rac ia ro m an a un as o p o rtu n id ad e s sin p re c e d e n te s p ara d e d i­
c arse al saq ue o y la e x to rsió n . E l c argo p ro c o n sular en lo s do m in io s im ­
p e riale s, p o r e je m p lo , e ra un m edio se guro de h ac e rse ráp id am e n te ric o
y, p ara lo s o ligarc as m ás de stac ado s de R o m a, un m o do de c o n so lidar su
p o d e r pe rso n al p ro c urán do se algo q ue gu ard ab a, c ada vez m ás, un gran
p are c id o c o n lo s e jé rc ito s p rivado s. A sim ism o , el im p e rio c o n tó c o n la
ve n taja de p o d e r de sviar la c arga f isc al — al m en o s d uran te un tiem p o —
de las e sp aldas de sus c iudadan o s, c am p esin o s in c luido s, y h ac e r q ue r e ­
c aye ra en lo s súb dito s d e l im p e rio . E ste h e c h o , sin lu g ar a dudas, c o n ­
trib uyó a q ue dis m in uye ra el riesgo de m ale star so c ial en R o m a, p e ro el
p re c io q ue lo s c am p e sin o s p agaro n p o r e llo f ue un a c re c ie n te c o n c e n ­
trac ió n de tie rras en m an o s de la aristo c rac ia.
S in e m b argo , el é x ito m ism o de la re p ú b lic a c o m o un in strum e n to
al s e rv ic io d e l lu c ro de la aris t o c rac ia ac ab ó sie n do su p e rd ic ió n . L a
iro n ía es q ue el triun f o de la aris t o c rac ia f ue lo q ue , a la la rg a, c o n dujo
a la c aíd a de la re p ú b lic a, c uan do la d e b ilid ad de la am e n az a q ue p r o ­
ve n ía de las c lases in f e rio re s p rivó a la c las e d irige n te de la u n id ad q ue
h ab ría te n ido al e n f re n tarse a un e n e m igo c o m ún . L a e x p an sió n de l im ­
p e rio agravó las d e b ilid ad e s in h e re n te s d e l e stad o re p u b lic an o , p ue s
am p lió e l alc an c e de la riv a lid a d o lig árq u ic a y p uso en p e ligro un n ú ­
m ero de c o sas c ad a vez m ayo r. C o n un a in d is c ip lin ad a o lig arq u ía c ada
13 . E r n s t B a d ia n , R o m a n I m p e r i a li s m in t h e L a t e R e p u b li c , 2 a e d . , B la c k w e ll, O x ­
fo r d , 1 9 6 8 , p á g . 8 7 .
 D e la p o li s a l im p e rio 15 5
vez m ás de sm an d ad a, e l in m en so ap arato m ilitar de la e x p an s ió n t e r r i­
to rial e stab a ab o c ad o a ser d e s p le gad o , en e l sen o de la o lig arq u ía , al
s e rv ic io de la am b ic ió n p e rs o n al y la riv alid ad . E l im p e rio , asim ism o ,
so m e tió a in to le rab le s p re s io n e s las c ap ac id ad e s ad m in is trativ as de la
re p ú b lic a y su p rin c ip io de go b ie rn o n o p ro f e sio n aliz ado . S in un e s t a­
do f ue rte q ue m an tuv ie ra a raya a la aris t o c rac ia g u e rre ra, la re p ú b lic a
se sum ió en e l c ao s. C o m o es ló gic o , la e s tru c tu ra de l go b ie rn o re p u ­
b lic an o no so p o rtó aq u e lla te n s ió n .14
E l m o m en to m ás c é le b re de la h is to ria de R o m a, la é p o c a de J u lio
C é s ar y M arc o T ulio C ic e ró n , m arc ó e l f in al de la re p ú b lic a: un a é p o c a
de c o n f lic to y v io le n c ia in c e san te s en e l sen o de la o lig arq u ía , c o rru p ­
c ió n y de sc o m p o sic ió n de l o rde n , q ue se de sb o rdó e x te n d ié n d o s e p o r
las v astas re gio n e s d e l im p e rio c uan d o lo s aris t ó c ratas am b ic io so s h i­
c ie ro n e n trar en ac c ió n a sus e jé rc ito s p ro c o n sulare s. L a é p o c a de d e ­
só rde n e s lle gó a un f in al, y se c o n siguió p re s e rv ar la c o h e sió n y e l p o ­
d e r de c lase de la o lig arq u ía só lo grac ias al e s tab le c im ie n to de un
e stado im p e rial q ue sustituyó a la f o rm a c iu d ad - e s tad o de la re p úb lic a.
S i lo s in te re s e s de c lase de la o lig arq u ía la h ab ían c re ado y so ste n ido , la
ló gic a e x p an s io n is ta y ac ap arad o ra de aq u e lla m ism a o lig arq u ía la h a ­
b ía c o n d uc id o , e n to n c e s, m ás allá de lo s e stre c h o s lím ite s de la f o rm a
re p ub lic an a.
L o m ás s o rp re n d e n te de la h is to ria de R o m a, y lo q ue re s u lt a m ás
im p o rtan te p ara n u e s tra c o m p re sió n de su v id a p o lític a y c u ltu ral, es la
p re o c up ac ió n ro m an a p o r la p ro p ie d ad p riv ad a. L a e s c ala m o n um e n ­
tal de su p ro ye c to de us u rp ac ió n de tie rras , tan to en la c o n c e n trac ió n
de la p ro p ie d ad o lig árq u ic a de n tro de R o m a c o m o en la e x p an s ió n im ­
p e rial, no tuvo p re c e de n te s n i p aran gó n en el m un do de la A n tigüe dad.
R e f le jab a un siste m a p e c u liar de re lac io n e s so c iale s y re p ro d uc c ió n de
c las e , b as tan te d if e re n te de o tras c iv iliz ac io n e s an tigu as en las q ue , a
travé s de la p o sesió n d ire c ta d e l e stad o , se h ab ían lo grad o e stado s c e n ­
t raliz ad o s q ue go b e rn ab an so b re c o m un id ad e s c am p e sin as so m e tidas
y te n ían ac c e so al trab aj o e x c e d e n te de o tras. E n e stas c iv iliz ac io n e s ,
la ap ro p iac ió n e statal n o im p e d ía n e c e sariam e n te , c o m o h em o s visto , la
p o sesió n p riv ada de la tie rra, n i p ara aq ue llo s q ue la ad q u irían c o m o un
in c e n tivo d e l c argo n i p ara lo s c am p e sin o s m in if un d istas. P e ro e l ac c e ­
so a un a riq ue z a s u s tan c ial — es de c ir, al trab ajo e x c e d e n te de lo s o tro s
14 . L a d is c u s ió n c lá s ic a d e e s t e p e r ío d o e s e l lib r o d e R o n a ld S y m e , T h e R o m a n
R e v o lu t i o n , O x fo r d U n iv e r s it y P r e s s , L o n d r e s y O x fo r d , 1 9 6 0 .
15 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
a gran e s c ala— te n d ía a ser un a f un c ió n m ás b ie n de l p o d e r e statal y no
de la p ro p ie d ad en sí m ism a. E n R o m a, en c am b io , la p ro p ie d ad de la
t ie rra e ra la ú n ic a f ue n te se gura y c o n stan te de riq ue z a.
A l igu al q ue en o tras so c iedades p re c ap italis tas , la p o sic ió n ju ríd ic a
y e l p o de r p o lític o siguie ro n sien do f ac to res f un dam e n tale s de las re la ­
c io n es de e x p lo tac ió n . P ero en ause n c ia de un estado c en tralizado , apro -
piado r, sup e rp ue sto a las c o m un idade s de p ro duc to re s so m e tidas, y sin
un c laro m o n o p o lio de l p riv ile gio ju ríd ic o y de l p o de r p o lític o p o r p a r­
te de la c lase d irige n te , la p ro p ie d ad p riv ada se c o n virtió , de m an e ra in é ­
dita, en un fin en sí m ism o . E n ese se n tido , la p rin c ip al c o n dic ió n p ara la
ex trac c ió n de ex c e den tes fue po seer tie rras, c o n lo c ual se de sarro lló un a
p resió n ap re m ian te p ara ad q u irirlas , in c luso p ara de sp o se e r a lo s p e ­
q ueñ o s p ro p ietario s. P uesto q ue la c iud ad an ía de lo s c am pesin o s e x c luía
su dep e n den c ia jurídic a, su ex plo tac ió n — c o m o arren datario s o lab riego s
o c asio n ale s— d e p e n d ía de su v u ln e rab ilid ad ec o n ó m ic a. S i lo s e x p ro ­
p iab an , en las gran de s p ro p ie d ad e s p o dían ser sustituido s p o r esc lavo s
c o m o m an o de o b ra. D uran te el últim o siglo de e x iste n c ia de la re p ú b li­
c a, en la I talia ro m an a (la e sc lavitud agríc o la e ra m en o s im p o rtan te q ue
en o tras p arte s de l im p e rio , c o m o p o r e je m p lo el n o rte de A f ric a u
O rie n te ), un te rc io de la p o b lac ió n e ran esc lavo s. A m e d id a q ue e l im ­
p e rio f ue c re c ie n do , la p o sic ió n j u ríd ic a y p o lític a de l c am p e sin ado , al
aum e n tar la c arga f isc al, f ue de c lin an do po c o a po c o .
A d if e re n c ia de la an tig u a A te n as , e l p o d e r c o le c tivo de la aris t o ­
c rac ia e ra s u f ic ie n te p ara lo grar un a c o n c e n trac ió n sin p re c e d e n te s de
tie rras en m an o s de la o ligarq u ía. P ara la c lase d irige n te ro m an a, la c a­
rre ra p rin c ip al c o n sistía en a d q u ir ir y ad m in is trar la p r o p ie d ad . E n las
p ro v in c ias, e l se rvic io al im p e rio e ra un m o do de s aq u e ar a las p o b la­
c io n es so m etidas p ara o b te n e r lo s m edio s e in v e rtir en p ro p ie d ad e s. E n
ge n e ral, e l e je rc ic io de un c argo p ú b lic o e ra, en aq u e lla c arre ra, só lo un
m o m en to . Y si b ie n un c argo im p e rial e ra, sin d u d a, un c am in o p ara lo ­
g rar glo ria y f o rtun a, lo s aris tó c ratas n o sie m p re q u e rían as um irlo . L a
as p irac ió n c ara c t e r ís t ic a de la aris t o c rac ia ro m an a e ra c u m d ig n ita te
o tiu m (o c io c o n d ign id ad ), y su p rin c ip al m o tivac ió n p ara p ro c urar e lu ­
d ir lo s c argo s p úb lic o s e ra b astan te s e n c illa, p ue s «s u f un c ió n y ac t iv i­
d ad f u n d am e n tale s e ran , a f in de c ue n tas, la sup e rv isió n y e l m an te n i­
m ie n to de su r iq u e z a ».15
15 . C h e s t e r S t a r r , T h e R o m a n E m p i r e , 2 7 B . C . to A . D . 4 7 6 : A S t u d y i n S u r v i v a l ,
O x fo r d U n iv e r s it y P re s s , 1 9 8 2 , p á g . 6 3 .
 D e la p o li s a l im p e rio 15 7
C uan d o las p e c uliare s re lac io n e s de p o d e r ro m an as c re c ie ro n y re ­
b asaro n lo s lím ite s d e l e stado re p u b lic an o , die ro n lu g a r a un n uevo s is ­
te m a im p e rial, un im p e rio , p o r d e c irlo así, «in f ra g o b e r n a d o ». S i b ie n
algun as de sus p arte s se h allab an b ajo un go b ie rn o m ás dire c to de R o m a
q ue o tras, la ad m in istrac ió n de eso s e x te n so s te rrito rio s n o p o d ría h a ­
b e rs e lo grad o sin un a re d de c iu d ad e s q ue , de algun a m an e ra, se auto -
go b e rn ab an (a m e n udo c iud ad e s s u rgid as de un a n ue va f un d ac ió n y s i­
tu ad as , en su m ayo ría, en áre as ru rale s ), q ue e q u iv alían a un a en o rm e y
só lid a f e de rac ió n de c las e de aristo c rac ias lo c ale s. E ste siste m a m u n ic i­
p al h izo p o sib le algo q ue se h a d e s c rito c o m o «u n go b ie rn o sin b u ro ­
c ra c ia ». S i b ie n el e stado im p e rial, d e sd e lue go , te n ía su c o ta de c argo s
d e sign ad o s d e sd e R o m a, el im p e rio «p e r m an e c ía in f rago b e rn ad o en
c o m p arac ió n c o n e l im p e rio c h in o , q ue e m p le ab a, p ro p o rc io n alm e n te ,
un n úm ero q uiz á v e in te vec es m ayo r de f u n c io n ario s ».16
E ste sistem a im p e rial, c o n su adm in istrac ió n dif usa, realzó y ex ten dió
el p o de r de la p ro p ie dad p rivada. L a R ep úb lic a ro m an a h ab ía e stab le c i­
do el derec h o de p ro p iedad c o m o n un c a se h ab ía h ec h o , y el im perio hizo
avan zar m uc h o m ás las f ro n teras de aq ue l régim en . C o n s tituía un a aso ­
c iac ió n sin p re c e de n te s e n tre el estado y la p ro p ie d ad , en c o n traste c o n
to das las dem ás c ivilizac io n es c o n o c idas, en las q ue un estado po dero so
sign if ic ab a un régim en re lativam e n te dé b il de p ro p ie dad p rivada. I n c lu ­
so m uc h o s siglo s desp ués, en la C h in a im p e rial tard ía, p o r eje m p lo , c o n
su dilatad a h isto ria de p ro p ie dad de la tie rra b ien de sarro llada, el estado
im p e rial c o n so lidó su p o de r e x p an die n do un a ec o n o m ía b as ad a en p e ­
q ueñ o s p ro p ietario s, al tiem po q ue o b stac ulizab a la ex iste n c ia de gran des
p ro p iedades de tie rra, y c o n so lidó el p o der adm in istrativo c en tralizado al
in vitar a lo s gran des p ro p ietario s p ara q ue f o rm asen p arte in te gran te del
estado . E l re sultado f ue un a b uro c rac ia im p e rial de en o rm es p ro p o rc io ­
n es, suste n tada grac ias a lo s im p ue sto s y trib uto s q ue p agab an lo s c am ­
p esin o s, m ie n tras la gran riq ue z a y el p o de r ya no re sid ían en la tie rra,
sino en el estado im p e rial, un a e lite en c uya c im a se alzab an la c o rte y la
o f ic ialía im p e rial. E l I m perio ro m an o e ra m uy distin to , c o n su m o do p a r­
tic ular de c o e x iste n c ia e n tre estado y p ro p ie dad p rivada.
P e ro las v irtu d e s d e l I m p e rio ro m an o e ran tam b ié n sus d e b ilid a ­
d e s .17 E l m o do de adm in is trac ió n y e l siste m a de p ro p ie d ad p riv ad a en
16 . P e t e r G a r n s e y y R ic h a r d S a ile r, T h e R o m a n E m p i r e : E c o n o m y , S o c i e t y a n d C u l­
tu r e , D u c k w o rth , L o n d re s , 19 8 7 , pá g . 2 6 .
17 . E l re s t o d e e s t e p á r r a fo , a s í c o m o e l s ig u ie n t e , lo s h e e x t r a íd o d e m i lib r o E m ­
p i r e o f C a p i t a l, V e r s o , L o n d r e s , 2 0 0 5 , p á g s . 3 6 - 3 7 .
15 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
q ue se b as ab a s ign if ic ab an q ue e l im p e rio te n d ió , d e sde un p rin c ip io , a
la f ragm e n tac ió n . A l f in al, é sta f ue la te n d e n c ia q ue se im p uso . L a b u ­
ro c rac ia im p e rial so b re to do se d e sarro lló c o n el p ro p ó sito de re c au d ar
m ás im p ue sto s (c o m o sie m p re , en gran m e d id a p ara m an te n e r e l p o d e r
m ilitar d e l im p e rio ). P ero e l c re c im ie n to de la b u ro c rac ia e ra un sign o
de d e b ilid a d , n o de f o rtale z a. S in n ue vas y p e rm an e n te s c o n q u is tas a
p a rt ir d e l siglo I d. C ., e l e jé rc ito ro m an o , c o m p le tam e n te d e d ic ad o al
m an te n im ie n to d e l c o n tro l d e l im p e rio , n o d ab a m ás de sí, m ie n tras
q ue la b u ro c rac ia y el e stad o , ávido de trib u to s , c re c ían p a ra so ste n er
ese e jé rc ito . E l peso y la p re sió n q ue , c o m o c o n se c ue n c ia de e sta s it u a­
c ió n , re c ayó so b re lo s sú b d ito s im p e riale s de R o m a h izo q ue , s im p le ­
m en te, la d e c ad e n c ia se ac e le rara. L as llam ad as in vasio n e s «b á r b a r a s »
f ue ro n m en o s un a c au sa q ue un e f ec to de la d e s in te grac ió n de R o m a.
D e h e c h o , p u e d e re s u lt ar m uy e n gañ o so h a b la r de in v asio n e s, p ue sto
q ue h ac ía m uc h o tie m p o q ue R o m a m an te n ía in te rac c io n e s m ás o m e ­
n o s am isto sas c o n lo s ve c in o s «b á r b a r o s » q ue e stab an de n tro de su ó r­
b ita, a lo s q ue u t iliz ab a c o m o f ue n te de m an o de o b ra m ilit ar y de re la ­
c io n es c o m e rc iale s. C uan d o las in c ursio n e s p o r las f ro n te ras im p e riale s
de jaro n de se r só lo un a m o le stia y se c o n virtie ro n en un a am e n aza f atal,
un e stado en f ase de de sm o ro n am ie n to lle v ab a m uc h o tie m p o c o n ve r­
tid o en u n a c arga in s o p o rtab le p ara lo s c am p e sin o s y en un a m o le stia
p re s c in d ib le p ara lo s te rrate n ie n te s.
E s un h e c h o s o rp re n d e n te q ue la llam ad a «c a íd a » d e l im p e rio se
p ro d u je ra en O c c id e n te y n o en el O rie n te im p e rial, do n de e l m o de lo
de go b ie rn o e ra m ás s im ilar al de lo s o tro s im p e rio s an tiguo s: un e s t a­
do b u ro c rátic o en e l q ue la t ie r ra s e guía e stan do , en gran m e d id a, s u ­
b o rd in ad a al c argo . E n e l im p e rio de O c c id e n t e , do n de las ar is t o c r a ­
c ias q ue p o se ían e n o rm e s p ro p ie d ad e s d e t ie r ra h ab ían d ilu id o y
f ragm e n tado la au to rid ad d e l e stado , las d e b ilid ad e s de l im p e rio tu v ie ­
ro n c o n se c ue n c ias f atale s. C uan d o e l e stad o im p e rial h izo im p lo sió n ,
dejó tras de sí un a re d de d e p e n d e n c ias p e rs o n ale s q ue v in c u lab a a lo s
c am p e sin o s c o n e l p ro p ie t a rio de la t ie r ra y c o n la t ie r ra m ism a, un a
te n d e n c ia q ue se vio f o m e n tada p o r e l p ro p io e stado c uan d o , en ép o c a
de c ris is, ató a m uc h o s c am p e sin o s a la tie rra, sin d u d a c o n p ro p ó sito s
f is c ale s. L a sim p le o p o sic ió n e n tre lib e r t a d y e s c lav itu d s e ría p a u la t i­
n am e n te s u s titu id a p o r to d a un a gam a de d e p e n d e n c ia.
E n lo s siglo s q ue s iguie ro n a la «d e c a d e n c ia y c a íd a », h ub o m uc h o s
in te n to s de q ue e ste siste m a re p artid o e n tre d is tin t as m o n arq u ías d i­
n ás tic as (c o n c ic lo s suc e sivo s de c e n traliz ac ió n y re p e t id a f ragm e n ta­
 D e la p o li s a l im p e rio 15 9
16 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

c ió n , c o n f o rm e un o u o tro de lo s e le m e n to s se im p o n ía en la in c ó m o da
sin d u d a, id e aro n in stituc io n e s y p ro c e dim ie n to s p o lític o s q ue re g u la­
f usio n ro m an a de so b e ran ía p o lític a y p ro p ie d ad de la tie rra) vo lvie ra a
b an las re lac io n e s e n tre lo s dif e re n te s tip o s de c iu d ad an o s , c o m o , p o r
c e n traliz ars e . P e ro e l ré gim e n de p ro p ie d a d p riv ad a h a b ía d e jad o su
e je m p lo , e l c argo tan c arac te rístic o de trib un o . S i b ie n , en un p rin c ip io ,
h u e lla , y la f ragm e n tac ió n de l I m p e rio ro m an o in c lus o p u e d e re c o n o ­
e stuvie ro n in f lu id o s p o r la f o rm a de e n te n d e r el de re c h o y la le y de lo s
c e rse en e l f e ud alism o e uro p e o , un siste m a de «s o b e ra n ía p a rc e la d a »,
g rie go s , lo s ro m an o s c o n stru ye ro n , sin e m b argo , un ap arato ju ríd ic o
b asado en la p ro p ie d ad , c o n el p o de r e c o n ó m ic o y el p o lític o un ido s en
m uc h o m ás e lab o rad o , b asán d o se , en m ayo r m e d id a, q ue sus an te c e so ­
la se ñ o ría f e u d al, c uyo t it u lar do m in ab a y e x p lo t ab a a un c am p e sin ado
res grie go s , en e l d e re c h o p ara ad m in is t rar las tran s ac c io n e s e n tre la
d e p e n d ie n te , sin n e c e s id ad de se r ap o yad o p o r un e stad o c e n tral
m asa y la e lit e , e n tre las c las e s h ac e n d ad as y lo s c iu d ad an o s m en o s
f uerte .
p ró sp e ro s. L as re lac io n e s so c iale s e n tre esto s grup o s se de sp le garo n , en
am p lia m e d id a, en la e sf e ra de l de re c h o p riv ad o , un a c ate go ría c a r a c ­
te rís tic am e n te ro m an a, y n o en el do m in io p ú b lic o de la v id a p o lític a.
La c ul t ur a DE LA PROPIE DAD: el de r e c h o r o man o
D e ah í q ue la re gulac ió n de la p ro p ie d ad c o n s t itu ye ra la m ayo r p arte
d e l de re c h o c ivil ro m an o .
E l ré gim en de p r o p ie d ad ro m an o y la f o rm a p a rt ic u la r de lo s ac u e r­
E l m o m en to f un dac io n al del derec h o ro m an o fue la e n trada en vigo r,
do s de c lase en R o m a m o de laro n n o só lo la v id a p o lític a de la re p úb lic a
a m e d iad o s d e l siglo V a. C ., de las D o c e T ab las. L o s ro m an o s las e n ­
y de l im p e rio , sin o tam b ié n su f o rm ac ió n c ultural. A un q ue lo s ro m an o s
te n d ie ro n al p o n d e rar su h is to ria ju ríd ic a c o m o un a re ac c ió n a las q u e ­
se ap ro p iaro n p o r c o m p le to de la c u ltu ra grie ga c uan d o e l im p e rio a b ­
jas de la p le b e c o n tra e l viejo siste m a de l d e re c h o c o n s u e tu d in ario no
so rb ió el m un do h e le n ístic o , n un c a su p e raro n a sus m ae stro s en ám b i­
esc rito q ue lo s jue c e s p atric io s h ab ían in te rp re tado y ap lic ado . L as D o c e
to s tan c arac t e rís tic am e n te grie go s c o m o la f ilo so f ía y la te o ría p o lític a.
T ab las, sin e m b argo , q uiz á n o tran sf o rm aro n e se n c ialm e n te la s u s tan ­
D e jaro n , p o r s u p u e sto , su h u e lla en las trad ic io n e s c u ltu rale s q ue
c ia de la le y trad ic io n al o su sesgo aris to c rátic o , p e ro tam p o c o d ilu ye ­
ado p taro n , en p artic u lar, p o r e je m p lo , la f ilo so f ía e sto ic a, p e ro sus c o n ­
ro n la d is tin c ió n e n tre p atric io s y p le b e yo s. L o s p le b e yo s, en to do c aso ,
trib u c io n e s m ás d e s tac ab le s a la te o riz ac ió n d e l m un do s o c ial y de la
de b ie ro n c o n f o rm arse c o n q ue la le y se p u s ie ra p o r e sc rito en un c ó d i­
p o lític a deb em o s b u s c arlas en o tra p arte : en e l de re c h o y en e l c ris t ia ­
go q ue e x p lic ab a, de m an e ra c o n c isa y e x p líc it a, sus de re c h o s. S i b ie n
n ism o , o al m en o s en la f o rm a q ue ado p tó el c ris tian is m o en R o m a, y
c o n p o s te rio rid ad se ría p re c is o re aliz ar m uc h o s ajuste s y añ ad id o s , so ­
q ue a la p o stre triun f ó y se c o n virtió en la I gle s ia «u n iv e r s a l».
b re to do c uan do la re p ú b lic a se c o n virtió en un vasto im p e rio , e l s is te ­
P o dem o s e m p e z ar p o r ap re c iar la e s p e c if ic id ad de la c u ltu ra p o lít i­
m a de l de re c h o c ivil q ue h ab ía s urgid o de este p rim e r c ó digo e sc rito s i­
c a ro m an a c o n s id e ran d o m ás en d e t alle de q ué m an e ra la re so luc ió n
guió sien do la b ase d e l de re c h o ro m an o .
q ue R o m a dio a sus p rim e ro s c o n f lic to s so c iale s d if e ría de la ate n ie n se .
E l de re c h o ro m an o , tan to en sus o ríge n e s c o m o en su e s e n c ia, e s t a­
C o m o vim o s, en A te n as lo s c o n f lic to s e n tre c am p e sin o s y t e rr at e n ie n ­
b a e n raiz ado en las an tiguas re lac io n e s e n tre te rrate n ie n te s p atric io s y
te s, e n tre la «m a s a » y la «e lit e », se lib ra ro n , en am p lia m e d id a, en el
c am p e sin o s p leb eyo s. M uc h o s de e llo s, en lo s p rim ero s tiem p o s, p ue de
p lan o p o lític o . L as re f o rm as d e m o c rátic as d ilu ye ro n de f o rm a p a u la t i­
q ue h u b ie ran e stad o en un a c o n d ic ió n de d e p e n d e n c ia, o c up an d o y
n a las d is tin c io n e s le gale s y so c iale s e n tre lo s ate n ie n s e s lib re s en la
trab ajan d o t ie rras n o u tiliz ad a s q ue lo s t e rrate n ie n te s les h ab ían c o n ­
id e n t id ad c o m ún q ue e ra la c iu d ad a n ía . L o s ro m an o s tam b ié n s ig u ie ­
c e d id o a c am b io de o b te n e r su ap o yo p o lític o y m ilitar. S i b ie n e sta re ­
ro n , en c ie rta m e d id a, e l c urso p o lític o , y el c ue rp o de c iu d ad an o s in ­
lac ió n trad ic io n al e n tre p a tro n u s y c lie n s c am b iaría de f o rm a e n se guida,
c luso agru p ab a a ric o s y a p o b re s. P e ro m ie n tras la p ro p ie d ad gan ab a
y la divisió n e n tre p atric io s y p le b e yo s d e jaría de e n trañ ar la m ism a re ­
la m an o a la h e re n c ia, las distin c io n e s de ran go e n tre c iud ad an o s, so b re
lac ió n q ue m e d iab a e n tre te rrate n ie n te s y c am p e sin o s de p e n d ie n te s , el
to do e n tre p atric io s y p le b e yo s, c o n tin uaro n d e se m p e ñ an do c ie rto p a ­
p atro c in io , en c am b io , siguió re f irié n do s e a un a re lac ió n e n tre h o m b res
p e l, al tie m p o q ue lo s p atric io s d is f ru tab an de p r iv ile gio s de ran go y
de c o n dic ió n d e s igu al, en la q ue un m ie m b ro de la e lit e ro m an a o f rec ía
un a re p re s e n tac ió n d e sp ro p o rc io n ad a en las asam b le as. L o s ro m an o s,
ayu d a y p ro te c c ió n a o tro s q ue so c ialm e n te e ran in f e rio re s (o , a vec es,
 D e la p o li s a l im p e rio 16 1
en e l de se m p e ñ o de un c argo p ú b lic o , a grup o s e, in c lus o , a c iu d ad e s ),
q ue se c o n ve rtían en sus c lie n te s a c am b io de p ro f e s arle le alt ad , d e f e ­
re n c ia, ap o yo p o lític o y diverso s gé n e ro s de s e rv ic io s . L a c o n c e p c ió n
d is tin tiv am e n te ro m an a d e l p atro c in io y la re la c ió n e n tre el p atro n o y
e l c lie n te , un a re lac ió n c uya ve rsió n n o e x is tió e n A te n as , c o n tin uó
dan do f o rm a a las c o n c e p c io n e s ro m an as de la d e p e n d e n c ia so c ial y
p o lític a.
A un en ause n c ia de la re lac ió n p e rs o n al e n tre e l p atro n o y el c lie n ­
te, las re lac io n e s so c iale s e n tre c lases c o n tin uaro n d e sarro llán d o s e en la
e sf e ra p riv ad a, en la q ue e l de re c h o re gu lab a la p ro p ie d a d y to do s lo s
dif e re n te s derec h o s y o b ligac io n e s in trín se c as aso c iado s. E ste h ec h o r e ­
v e la un c o n c ep to d e l ám b ito de lo p úb lic o m uy d is tin t o d e l grie go . L o s
grie go s h ic ie ro n div e rsas d is tin c io n e s e n tre lo q u e e ra d e la e sf e ra de l
e stado y lo q ue n o . E n e l c ap ítu lo an te rio r tuvim o s o p o rtu n id ad de ve r
e sta d is tin c ió n , p o r e je m p lo , en la t rage d ia de S ó f o c le s, A n tig o n a . P ero
si re c o rdam o s b re v e m e n te lo q ue e stab a en ju e go en aq u e lla trage d ia,
tal vez no s ayu d e tam b ié n a c lar if ic a r las m an e ras en q ue e stas d is t in ­
c io n es grie gas d if e rían de la an títe sis ro m an a d e lo p ú b lic o y lo p r iv a ­
do . S i b ie n A n tig o n a se in t e rp re t a a m e n udo c o m o un c h o q ue , un e n ­
f re n tam ie n to e n tre la c o n c ie n c ia in d iv id u a l y e l e s tad o , m ás b ie n se
re f ie re , c o m o tuvim o s o p o rtun id ad de m o strar, a la o p o sic ió n e n tre do s
c o n c e p c io n e s de l n o m o s , en la q ue A n tigo n a re p re s e n t a las le ye s e t e r ­
n as n o e sc ritas, en la f o rm a de o b ligac io n e s trad ic io n ale s , ac o rde s c o n
la c o stum b re , y re ligio sas de l p are n te sc o , y C re o n te , en c am b io , las le ­
yes de un n uevo o rde n p o lític o . A sim ism o , la o b ra trata de do s le a lt a ­
des o f o rm as de p h ilia c o n trap ue stas : p o r un lad o , lo s vín c ulo s de s an ­
gre y de am is tad p e rs o n al y, p o r o tro , las e x ige n c ia s p ú b lic as de la
c o m un idad de c iud ad an o s, la p o lis c uyas le ye s se sup o n e q ue se h allan
d irig id as al b ie n c o m ún . E l ám b ito de lo q ue n o es e stado en n in gun o
de esto s c aso s se de s c rib e c o m o p r iv a d o , p ue sto q ue lo s p rin c ip io s , t an ­
to de la p o lis c o m o de lo q ue n o es p o lis , se o c up an de las o b ligac io n e s
c o m un itarias.
L o s grie go s, en la dis tin c ió n e n tre o ik o s y p o lis , se ac e rc aro n m ás a
la d ic o to m ía de lo p ú b lic o y lo p riv ad o . T al c o m o T u c íd id e s p o n e de
m an if ie sto al d ar c ue n ta de l dis c urs o q ue P e ric le s p ro n u n c ia en la o ra­
c ió n f ú n e b re , lo s ate n ie n se s sin d u d a d is tin gu ían e n tre las p re o c u p a­
c io n es do m é stic as de un c iu d ad an o (o lo s asun to s p ro p io s de un in d i­
v id uo ) y lo s asun to s c o m un es de la p o lis . P e ro en la te o ría p o lític a
grie ga, la dis tin c ió n e n tre o ik o s y p o lis , tal c o m o la e lab o ró de un a fo r-
16 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
m a m ás c lara A ristó te le s, tie n e q ue ve r c o n do s f o rm as de aso c iac ió n y
c o n lo s d if e re n te s p rin c ip io s q ue las go b ie rn an : en p art ic u la r, la d e s i­
g u ald ad de las re lac io n e s do m é stic as y la ig u ald a d c ívic a de la p o lis . D i­
c ho de o tro m o do : e n tre e l o ik o s c o m o el re in o de la n e c e s id ad y la p o ­
lis c o m o la e sf e ra de la lib e rtad . P ara A ristó te le s, un h o m b re al q ue se
le d e n e gab a, en razó n de su v in c ulac ió n c o n e l trab ajo n e c e sario , e l ac ­
c eso al ám b ito p o lític o , n o e ra c o n sid e rad o c o m o un in d iv id u o p r iv a ­
do , en c o n trap o sic ió n a un c iud ad an o , sin o m ás b ie n c o m o un a «c o n ­
d ic ió n » de la p o lis , en c o n trap o sic ió n a lo s q ue so n «p a r t e » de e lla. L o s
de m ó c ratas n o h ab rían e stado de ac ue rd o c o n A ris tó te le s so b re las
c o n se c ue n c ias p o lític as de la d e s ig u ald a d so c ial si un a v id a de trab ajo
n e c e sario in h ab ilit ab a a la ge n te p ara p a rt ic ip ar en la p o lític a, p e ro h u ­
b ie ran c o m p artido la o p in ió n d e l e s tagirita de q ue la c arac t e rís tic a d is ­
tin tiv a de lo p o lític o e ra la ig u ald a d c ívic a, q ue es, de sde lue go , la razó n
p o r la q ue de m ó c ratas y an tid e m ó c ratas d is c re p ab an tan e n c arn iz ad a­
m en te so b re la p artic ip ac ió n de las c lases p o b re s y t rab ajad o ras en ese
ám b ito p riv ile giad o .
L o s ro m an o s, en c am b io , e lab o raro n algun as d is tin c io n e s b astan te
c laras de lo p úb lic o y lo p rivado , aun q ue t e n ían po c o q ue ver c o n e l c ri­
te rio q ue , p a ra lo s grie go s , d is t in g u ía al o ik o s de la p o lis . P ara lo s ro ­
m an o s, p o r e je m p lo , la d e s igu ald ad e stab a f o rm alm e n te p re s e n te en la
e sf e ra p o lític a y no era, p o r tan to , el c rite rio q ue se p arab a lo p úb lic o de
lo p riv ad o . P o r sup ue sto q ue n o se trat ab a de d is t in g u ir e n tre un a e s ­
f e ra do m é stic a e n la q ue e l sup e rio r m an d ab a al in f e rio r y un a e sf e ra c í­
v ic a en la q ue q uie n e s t e n ían c o n dic io n e s so c iale s de siguale s se re un ían
c o m o igu ale s p o lític o s. E n R o m a, las re lac io n e s e n tre p e rso n as de d is ­
tin to ran go en e l ám b ito p riv ad o de la p ro p ie d ad se re f le jab an en la e s­
f e ra p ú b lic a de la c iu d ad an ía je rárq u ic a. L o s ro m an o s c re aro n un tip o
n ue vo y p ro b ab le m e n te sin p r e c e d e n t e s de e sf e ra p riv ad a, y la d is t in ­
c ió n q ue h ic ie ro n e n tre lo p ú b lic o y lo p riv ado re p re s e n tab a un a n ue va
f o rm a de dic o to m ía, q ue se h alla c laram e n te m an if ie sta en la dis tin c ió n
e n tre de re c h o p ú b lic o y de re c h o p riv ado q ue e stá en el c e n tro d e l s is ­
te m a ju ríd ic o ro m an o .
L a ú n ic a e lab o rac ió n q ue se h a c o n se rv ad o de la d is tin c ió n la d e ­
f in e de la s igu ie n t e m an e ra: «E l d e re c h o p ú b lic o se p re o c u p a d e l e s ­
tad o ro m an o ( s ta tu s r e i r o m a n a e ) , en tan to q ue e l d e re c h o p riv ad o se
p re o c u p a de lo s in te re s e s de lo s in d iv id u o s , q ue en e l c aso de algun o s
as un to s so n de in te ré s p ú b lic o y, en o tro s, de in te ré s p riv ad o . E l d e ­
re c h o p ú b lic o c o m p re n d e la re ligió n , lo s p o n tíf ic e s y las m agis tratu -
 D e la p o li s a l im p e rio 16 3
r a s ».18 E l de re c h o p riv ado e ra la p r in c ip al p re o c u p ac ió n de l siste m a j u ­
ríd ic o ro m an o y, en c o m p arac ió n , e l ap arato ju ríd ic o p ara t r at ar c u e s ­
tio n e s de la ad m in is trac ió n p ú b lic a e ra b as tan te ru d im e n tario . E l p r i­
m ado de l de re c h o p riv ad o es, en sí m ism o , s ign if ic ativ o , c o m o lo es el
m ero h e c h o de q ue lo s ro m an o s sin tie ran la n e c e s id ad de traz ar un a l í ­
n e a c lara de se p arac ió n e n tre lo p ú b lic o y lo p riv ad o . E l f ac to r d e t e r ­
m in an te no p ue d e h ab e r sido só lo e l d e sarro llo d e l e stado . L a re p ú b li­
c a d is p o n ía de un e stado m ín im o , p rác tic am e n te n o p ro f e sio n aliz ad o ,
en tan to q ue e l im p e rio m ism o se h a lla b a «in f ra go b e r n ad o ». E n c o m ­
p arac ió n , o tras c iv iliz ac io n e s an tigu as d is p u s ie ro n de e stado s m uc h o
m ás e lab o rad o s . A q ue llo q ue d if e re n c ió a lo s ro m an o s de to das las d e ­
m ás c iv iliz ac io n e s sup e rio re s f ue su ré gim e n de p ro p ie d a d y su p e c u ­
lia r c o n c e p c ió n j u r íd ic a de la m ism a. E sta c o n c e p c ió n trajo c o n sigo
u n a e sf e ra de lo p riv ad o q ue e s tab a d e lim it ad a de un a m an e ra m uc h o
m ás n ít id a , en la q ue e l in d iv id u o d is f ru tab a de su p ro p io - do m in io e x ­
c lusivo .
E l c o n traste c o n G re c ia re s u lt a aq u í p artic u la rm e n te llam ativ o . A
m e n udo se h a se ñ alado q ue lo s grie go s n o te n ían un a c o n c e p c ió n c lara
de la p ro p ie d ad , y q ue , en re alid a d , n i s iq u ie ra te n ían un a p alab ra ab s ­
trac ta p ara de s ign arla. U n ate n ie n se p o d ía re c lam ar q ue te n ía m ás d e ­
re c h o q ue o tro a un tro zo de tie rra, p e ro n o p o d ía alegar, p o r sup ue sto ,
q ue tuvie ra, un de re c h o e x c lus iv o c o m o e l q ue im p lic ab a e l c o n c ep to
ro m an o d e d o m in iu m . E n las disp utas so b re la p ro p ie d ad , p ue d e q ue la
d if e re n c ia n o f u e ra, en la p rác tic a, tan gran d e c o m o en te o ría p are c e ,
p e ro su im p o rtan c ia n o d e b e s u b e stim arse . N o s d ic e m uc h o so b re el
m o do en q ue lo s ro m an o s c o n c e p tualiz ab an el m un do so c ial. L a p a la ­
b ra d o m in iu m , «y la le y m ism a q ue la re lac io n a c o n la p r o p ie d a d », tal
c o m o e sc rib e un c o m e n tarista d e l de re c h o en G re c ia, h ac ie n d o h in c a­
p ié en e l c o n traste c o n R o m a, «s irv e p a ra re c alc ar e l c ará c t e r f u e r t e ­
m e n te in d iv id u a lis t a de la p ro p ie d ad ro m an a, q ue af lo ra c o n v in c e n ­
te m e n te en la de c larac ió n de l de m an dan te en un a vin d ic a tio n [la an tigua
ac c ió n ju ríd ic a en la q ue un c iu d ad an o ro m an o af irm ab a te n e r un d e ­
rec h o m ás o m en o s e x c lus iv o a la p ro p ie d ad de a lg o ]»:19 «re c lam o q ue
18 . E s t a fo r m u la c ió n s e la d e b e m o s a l ju r is t a r o m a n o U lp ia n o ( m . 2 2 8 d . C . ) . L a
c o m p ila c ió n q u e , e n t ie m p o s d e l e m p e r a d o r J u s t in ia n o I ( h. 4 8 2 - 5 6 5 ) , s e h iz o d e l d e ­
r e c h o r o m a n o , e l D i g e s t o d e J u s t in ia n o , s e c o n s id e r a q u e le d e b e c a s i u n t e r c io d e s u
c o n t e n id o a U lp ia n o . E m p ie z a c o n la d is t in c ió n e n t r e d e r e c h o p ú b lic o y p r iv a d o .
19 . A . R . W . H a r r is o n , T h e L a w o f A t h e n s : T h e F a m i ly a n d P r o p e r t y , T h e C la r e n ­
d o n P r e s s , O x fo r d , 1 9 6 8 , p a g . 2 0 1 . P u e d e r e s u lt a r c o n fu s o a fir m a r q u e la p r o p ie d a d
16 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e sta c o sa es m ía p o r el iu s Q u ir itu m », es de c ir, p o r e l de re c h o le g al de
la p ro p ie d ad p riv ad a e x c lus iv a in d iv id u al de la q ue só lo lo s c iudadan o s
ro m an o s p o d ían disf rutar. D e e sta m an e ra, «e l c iu d ad an o ro m an o r e i­
v in d ic ab a un de re c h o f re n te a to do e l m un do b asado en un ac to de su
p ro p ia v o lu n t ad ».20 E l c o n c ep to de d o m in iu m , p o r tan to , de lim itó la e s ­
f e ra de lo p riv ado c o n un a c larid a d sin p re c e d e n te s , y lo p riv ado es in ­
s e p arab le de la p ro p ie d ad .
L a id e a de un a e sf e ra p riv ad a e x c lu s iv a e in d iv id u a l de do m in io
c o n te n id a en e l c o n c e p to de d o m in iu m se d e sarro lló de f o rm a p arale la
al c o n c ep to de un a f o rm a p ú b lic a d if e re n c iad a de go b ie rn o p ú b lic o . E l
im p e r iu m , q ue d e sign ab a e l m an do m ilitar y tam b ié n e l de re c h o a m an ­
d ar c o n f e rido a de te rm in ado s m agistrado s c ivile s, e vo luc io n ó a b arc an ­
do el go b ie rn o d e l e m p e rado r, ap ro x im án d o se c o n e l tie m p o a algo p a ­
re c id o a u n a n o c ió n de s o b e ran ía q ue d is t in g u ía la id e a ro m an a de
e stado de la c o n c ep c ió n grie ga de la p o lis c o m o un a se n c illa c o m un idad
de c iu d ad an o s. L a as o c iac ió n de d o m in iu m .e im p e r iu m , p o r tan to , r e ­
sum e tan to la dis tin c ió n e n tre lo p ú b lic o y lo p riv ad o c o m o la alian z a
de la p ro p ie d ad y e l e stado tan p e c uliarm e n te ro m an o .
D ec ir q ue lo s ro m an o s ide aro n un a c o n c ep c ió n de la p ro p ie d ad m ás
in d iv id u alis ta y e x c lus iv a q ue n un c a, o q ue d if e re n c iab an lo p riv ado de
lo p ú b lic o de un a f o rm a q ue n o te n ía p re c e d e n te s h istó ric o s, n o e q u i­
v ale a af irm ar q ue an t ic ip a ra n e l in d iv id u alis m o lib e r a l m o de rn o . S u
p re o c u p ac ió n n o e ra, p o r e je m p lo , la p ro te c c ió n de lo s de re c h o s in d i­
v id uale s f re n te a las in tro m isio n e s d e l e stado . E n re alid a d , lo s ro m an o s
ap e n as te n ían un a c o n c e p c ió n de l e stado o de lo s de re c h o s in d iv id u a­
le s d e l tip o q ue se e x ig iría p a ra p o d e r p e n s ar en e sto s té rm in o s ; t a m ­
p o c o sus re lac io n e s so c iale s e in s tituc io n e s e ran s u s c e p tib le s de g e n e ­
ra r id e as de e sta c lase.
R o m a n o e ra un a so c ie d ad c ap italis ta n i un a «d e m o c rac ia lib e r a l».
C ie rto es sin d u d a q ue , a d if e re n c ia de c u a lq u ie r o tra c iv iliz ac ió n an t i­
gua, lo s ro m an o s c re aro n un ré gim e n c o n do s p o lo s de p o d e r dif eren -
r o m a n a e r a « a b s o lu t a » , p e r o t a l v e z n o lo e s m á s q u e e l c o n c e p t o m is m o d e p r o p ie d a d
« a b s o lu t a » . S i « a b s o lu t a » s ig n ific a c o m p le t a m e n t e in v io la b le , s in r e s t r ic c io n e s e n s u
u s o o s in o b lig a c io n e s ( c o m o la t r ib u t a c ió n ) vin c u la d a s a e lla , n u n c a h a h a b id o u n a fo r ­
m a v e r d a d e r a m e n t e a b s o lu t a d e p r o p ie d a d . P e r o s e r ía u n e r r o r n o a c e p t a r la c u a lid a d
p e c u lia r m e n t e e x c lu s i v a d e la p r o p ie d a d ro m a n a , e l g r a d o e n q u e p e r t e n e c ía a l in d iv i­
d u o e n e x c lu s ió n d e lo s d e m á s , a u n e n e l c a s o d e q u e a lg u n a s o b lig a c io n e s e s t u v ie r a n
a s o c ia d a s a e lla .
20. I b íd .
 D e la p o li s a l im p e rio 16 5
te s, en e l q ue un e stad o c e n tral b ie n d e s arro llad o c o e x is tía c o n un a
f u e rte p ro p ie d a d p riv ad a. E s c ie rto , sin d u d a, q ue h ub o te n sio n e s, a
m e d id a q ue el e stad o im p e rial ib a c re c ie n d o , e n tre las c lases h a c e n d a­
das y un e stado c ad a vez m ás o p re sivo y gravo so . P e ro en R o m a n un c a
h ub o un siste m a de ap ro p iac ió n c o m o e l c ap italis m o , un siste m a q ue
d e p e n d ie ra d e l c re c im ie n to in te n siv o , arraiga d o en un a p ro d u c c ió n
c o m p e titiv a, d e s tin ad a a c re ar b e n e f ic io , y n o , en c am b io , en e l c r e c i­
m ie n to e x te n siv o de la p ro p ie d ad ap ro p ián d o s e m asiv am e n te d e t ie ­
rras. L a e x p an s ió n t e rr it o r ia l en e l im p e rio f ue , en e ste se n tid o , un a
p ro lo n gac ió n de la c o n c e n trac ió n de tie rras en e l in t e rio r de sus f ro n ­
te ras, y el p o d e r p úb lic o d e l e stado , su f uerza c o e rc itiv a, de se m p e ñ ó un
p ap e l m ás in m e diato en la ad q u is ic ió n de riq u e z a p riv ada.
L as id e as ro m an as de p r o p ie d a d y su re lac ió n c o n la e sf e ra de lo
p ú b lic o e x p re s ab an e sta p e c u liar aso c iac ió n de la p ro p ie d ad y e l e s t a ­
do . E l e m b le m a d e l e stado ro m an o , S P Q R , S e n a tu s P o p u lu s q u e R o m a ­
n u s , e l S e n ado d e l P u e b lo de R o m a, n o tran s m it e tan to un c o n c e p to
ab s trac to y f o rm al de e stad o c o m o un a im age n de las re lac io n e s e n tre
c lase s do m in an te s y s u b o rd in ad as , as í c o m o las le alt ad e s y riv alid ad e s
en e l sen o de la p ro p ia c las e d irige n te . E n e sta div isa re s u lt a s ign if ic ati­
vo q ue se d is tin ga y c o lo q ue al S e n a tu s p o r d e lan te de l P o p u lu s , en un a
f ó rm ula q ue de n o ta la do m in ac ió n de las c lases h ac e n d ad as en el S e n a­
do y su re lativ o ac o m o do y ac u e rd o c o n el p u e b lo , un a «c o n s t it u c ió n
m ix t a » q ue c o n te n ía e le m e n to s p o p u lare s p e ro q ue e ra go b e rn ad a p o r
la aris t o c rac ia. L a au s e n c ia de un a n o c ió n ab s trac t a de e stad o re s u lt a
e v ide n te m e n te p a rt ic u la r e n la re p ú b lic a, c o n su go b ie rn o n o p ro f e sio ­
n aliz ado q ue eje rc en lo s m ie m b ro s de la e lite h ac e n d ad a, re stan do tie m ­
po , p a ra e llo , a la ad m in istrac ió n de su riq u e z a p riv ad a. E n ese c o n te x ­
to , la dis tin c ió n e n tre p ú b lic o y p riv ad o n o re p re s e n t ab a un a an títe sis
e n tre do s p o lo s d e l p o der, sin o m ás b ie n a la c las e d o m in an te en sus
do s asp e c to s dif e re n te s.
L a c lara de f in ic ió n de las e sf e ras de lo p ú b lic o y de lo p riv ad o n o
e s tab a, en ge n e ral, d e s tin ad a a p ro te ge r lo p riv ad o de la in tro m is ió n
p ú b lic a, sin o q ue m ás b ie n se t ratab a de ge s tio n ar y a d m in is trar la p ro ­
p ia e sf e ra p riv ad a. E n el p rim e r c aso , e s p e c ialm e n te en la f o rm a de d e ­
re c h o p riv ad o , c o n trib u ía a re g u lar las re lac io n e s e n tre c lase s re c o n o ­
c ie n d o e l c ará c t e r sagrad o de la p ro p ie d a d , al tie m p o q ue h ac ía
d e t a lla d a e x p o sic ió n de lo s d e re c h o s y o b ligac io n e s a e lla aso c iado s.
M ás tard e , la in m e rs ió n de la c lase d irig e n t e en un c o n f lic to auto de s-
truc tiv o añ ad iría un a n ue va dim e n sió n a la ad m in is trac ió n de la p r o ­
16 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ie d ad p riv ad a, t a l c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de v e r en la o b ra de
C ic e ró n . Y c uan do la re p ú b lic a dio p aso al im p e rio , la re lac ió n e n tre
p ú b lic o y p riv ad o c am b ió de m an e ra in e v itab le . S in e m b argo , in c luso
c uan do las p o larid ad e s se ac re c e n taro n c o n e l d e s arro llo de la b u ro ­
c rac ia im p e rial, el e stado c o n tin uó b asán do se en un a c o lab o rac ió n c a ­
ra c t e rís tic a e n tre la p ro p ie d ad y el e stado , ya q ue la ap ro p iac ió n p r iv a ­
d a c o n tin u ab a d e p e n d ie n d o d e l p o d e r im p e rial, m ie n tras e l siste m a
im p e rial se b as ab a en un a re d de le altad e s e n tre las e lite s h ac e n d ad as.
E l derec h o ro m an o tam b ién ac o tab a el m un do so c ial de o tras fo rm as
sign if ic ativas. L a distin c ió n e n tre el iu s c ivile , el derec h o e sp ec íf ic o de lo s
c iudadan o s ro m an o s, y e l iu s g e n tiu m , q ue se ap lic ab a a lo s dem ás p u e ­
b lo s, c o n tien e un a p lé to ra de in f o rm ac ió n so b re el m un do ro m an o . E sta
distin c ió n en tre el derec h o c ivil ro m an o y el derec h o de gen tes s ep ara po r
p rim e ra vez a lo s c iudadan o s ro m an o s de l resto , en tan to q ue rec o n o c e la
n e c e sidad de p ro p o rc io n ar algun o s m edio s p ara re gular las tran sac c io n es
e n tre ro m an o s y no ro m an o s, en un sistem a de c o m erc io in te rn ac io n al en
c re c im ie n to y un im p e rio en e x p an s ió n . L a id e a d e l iu s g e n tiu m re c o ­
n o c ía q ue lo s dem ás p ue b lo s ac tuab an de ac uerdo c o n sus p ro p ias le yes
y c o stum b res, y tam b ié n tratab a de e n c o n trar lo s p rin c ip io s c o m un es a
to do s q ué f o rm aran un a b ase p ara las tran sac c io n es en tre ello s y q ue p u ­
die ran ser p resen tado s en lo s trib un ale s ro m an o s. E sto v alía n o só lo p ara
el c aso de lo s p rin c ip io s q ue ten ían q ue ver c o n las relac io n es en tre las n a­
c io n es, c o m o la in v io lab ilidad de lo s tratado s, sin o tam b ién p ara un a am ­
p lia gam a de asun to s de derec h o p rivado q ue atañ ían al c um p lim ie n to de
lo s c o n trato s, las c o n dic io n es de c o m pra y ven ta, etc .
E l c arác t e r e x c lus iv o de l de re c h o c ivil ro m an o f ue sien do c ad a vez
m ás irre le v an t e a m e d id a q ue la c iu d a d a n ía ro m an a se f ue e x t e n d ie n ­
do m ás allá de lo s lím ite s de R o m a, p e ro e l iu s g e n tiu m , en c am b io , s i­
guió s irv ie n do a o tro s p ro p ó sito s. E l h e c h o de re c o n o c e r c ie rto s p r in ­
c ip io s u n iv e rs ale s q ue e ran ac e p tad o s p o r to do s lo s p u e b lo s h ab ía
ab ie rto el c am in o a un c o n c e p to de d e re c h o n at u ral, un iu s n a tu r a le
c uyo o rige n e ra la razó n n atu ral. A l m ism o tie m p o , la id e a de l iu s g e n ­
tiu m e n t e n d id a s im p le m e n te c o m o aq u e llo s asp e c to s c o m un es q ue
e ran o b servab le s e n tre las p rác tic as so c iale s de las diversas n ac io n e s d e ­
j a b a un m arge n p a ra e l tip o de p ragm atis m o ro m an o q ue p o d ía, p o r
e je m p lo , c o n sid e rar q ue la e s c lav itu d e ra un a in s titu c ió n e s e n c ialm e n ­
te a n t in a t u ral, al tie m p o q ue , p re c is am e n t e en razó n de q ue e ra un a
p rác tic a (sup ue stam e n te ) un iv e rsal, ac e p tad a p o r m uc h o s sistem as p a r ­
t ic u lare s b asado s en la le y y la c o stum b re , la t ratab a c o m o le gítim a.
 D e la p o li s a l im p e rio
E l «in f r a g o b e r n a d o » I m p e rio ro m an o , c o m p ue sto de f ragm e n to s
div e rso s q ue m an te n ían un re lac ió n f le x ib le e n tre sí y q ue se so ste n ía
en un a alian z a e n tre las e lite s h ac e n d ad as d is e m in ad as p o r un t e r r it o ­
rio e n o rm e , d e p e n d ía, en c uan to a su c o h e sió n , n o só lo de un a in m e n ­
sa f u e rz a m ilitar, sin o tam b ié n de lo s v ín c u lo s c u lt u rale s y las id e o lo ­
gías u n iv e rs alis tas q ue p o d ían c o n tr ib u ir a u n ir to do s lo s f ragm e n to s.
E l p a p e l q ue e l de re c h o ro m an o de se m p e ñ ó en e l m an te n im ie n to de la
c o h esió n de l im p e rio se de b ió , al m en o s, a lo s ef ec to s c u ltu rale s e id e o ­
ló gic o s a lo s q ue dio lu g ar y al p ap e l q ue de se m p e ñ ó en la go b e rn ab ili­
dad. I n c luso en e l c é n it d e l do m in io im p e rial, e l de re c h o ro m an o n un c a
lle gó a e n so m b re c e r p o r c o m p le to las p a rt ic u la rid a d e s de las c o stum ­
b res y las le yes lo c ale s. P ero la ex ten sió n d e l im p e rio se vio ac o m p añ ada
p o r la c re c ien te af irm ac ió n de l un iversalism o f ren te a lo s p artic ularism o s
ju ríd ic o s , p o lític o s y c ulturale s de div e rsa ín do le , un un iversalism o q ue,
en gran m e dida, se e x p re só en el de re c h o n atu ral o en el tu s g e n tiu m , así
c o m o tam b ié n en e l c o sm o p o litism o esto ic o y, en últim o té rm in o , en la
d o c trin a c ris tian a y la «ig le s ia u n iv e rs al».
L a CULTURA DE LA PROPIE DAD: LA FILOSOFÍA E STOICA EN ROMA
E n la f ilo so f ía ro m an a, la to p o graf ía de un m un do so c ial m o de lado
p o r un ré gim e n p e c u lia r de p ro p ie d ad es p artic u larm e n te v is ib le en el
e sto ic ism o . R ec o rde m o s b re ve m e n te lo s c am b io s q ue e x p e rim e n tó la
do c trin a e sto ic a a m e d id a q ue la h e ge m o n ía ro m an a f ue e x te n dié n do se .
E n ge n e ral, la tran sf o rm ac ió n m ás e vide n te f ue la dism in uc ió n de l in t e ­
rés p o r las c ue stio n e s c o sm o ló gic as, p s ic o ló gic as o e p is te m o ló gic as y
un a c re c ie n te p re o c up ac ió n c irc un sc rita a la é tic a. P e ro an tes de q ue el
esto ic ism o p as ara a se r un f en ó m en o ve rdade ram e n te ro m an o , ya se h a ­
b ían p ro d uc id o c ie rto s d istan c iam ie n to s de las do c trin as de lo s p rim e ­
ro s esto ic o s e in c luso de sus f un dam e n to s c o sm o ló gic o s y p sic o ló gic o s.
P o sido n io de A p am e ia (1 3 5 -5 1 a. C .), q ue f ue el f iló so f o c o n q uie n C i­
c eró n e studió , n o só lo m o dif ic ó la do c trin a é tic a e sto ic a, sin o q ue p uso
en d u d a e l m o n ism o p sic o ló gic o y c o sm o ló gic o q ue sub yac ía a la p o lít i­
c a y la é tic a d e l esto ic ism o ; y h ay p rue b as q ue s ugie re n q ue lo m ism o
p o d ría d e c irse d e l q ue f ue ra el m aestro de P o sido n io , P an e c io d e R o das
(h. 1 8 5 - 1 0 9 a. C .), q ue f ue e l p rim e ro en lle v ar e l e sto ic ism o a R o m a y
c uya in f lu e n c ia en C ic e ró n f ue n o tab le . E n sus m an o s, e l esto ic ism o se
c o n virtió en un a f ilo so f ía m ás ac o rde c o n lo s in te re s e s de la c lase d ir i­
16 7 16 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
ge n te ro m an a. S i b ie n la p rim e ra d o c trin a e sto ic a p o d ría in te rp re tars e
c o m o un a p ue sta en te la de ju ic io de la e sc lav itud , de l im p e rio y, tal vez
in c lus o , de la p ro p ie d ad m ism a, e sta f ase «m e d ia » de l e sto ic ism o p r o ­
p o rc io n ó , en c am b io , lo s re c urso s f ilo só f ic o s p ara de f e n de rlo s. P ero
au n q ue n o lo lo grara, las m o dif ic ac io n e s en la é tic a h ic ie ro n q ue el e s ­
to ic ism o f ue ra m ás ad ap tab le a lo s valo res de las e lite s ro m an as.
P an e c io lle gó a R o m a d uran te la é p o c a re p u b lic an a t a rd ía , de sp ué s
de h ab e r e s tu d iad o c o n lo s f iló so f o s e sto ic o s en G re c ia, d o n d e h ab ía
trab ad o re lac ió n c o n e l ge n e ral ro m an o P ub lio C o rn e lio E sc ip ió n el J o ­
ven , q ue e s tu d iab a tam b ié n la f ilo so f ía de la E sto a. C o n el tie m p o , r e ­
gre s aría a G re c ia p ara d ir ig ir la E sto a de A te n as, p e ro m ie n tras p e rm a­
n e c ió en R o m a, sie m p re estuvo p ró x im o a E sc ip ió n e l J o v e n y p re se n tó
la é tic a e sto ic a al c írc u lo de E sc ip ió n q ue e stab a in te grad o p o r aris t ó ­
c ratas c o n se rv ado re s c o n in c lin ac io n e s in t e le c t u ale s , q ue d e s e m p e ñ a­
ro n un p ap e l de p rim e r o rd e n en la d is e m in ac ió n de las id e as de P a ­
n e c io .21
L as e n se ñ an z as de P an e c io re s u lt ab an e sp e c ialm e n te atrac tiv as
p ara e ste tip o de h o m b re s, p ue s ad ap tab an la d o c trin a é tic a d e l e s to i­
c ism o a las v irtu d e s p a rtic u lare s q ue m ás ap re c iab an en sus as p irac io ­
n es de h o n o r y glo ria, d ado q ue h ac ían e s p e c ial h in c ap ié «e n v irtud e s
ac tivas c o m o la gran d e z a de án im o , o la m agn an im id ad , la ge n e ro sid ad
o la lib e r a lid a d , e l de c o ro y la p ro p ie d a d , as í c o m o en e l v igo r y la la ­
b o rio s id ad , en c o n trap o sic ió n al trad ic io n al é n f asis esto ic o en la f o rta­
le z a de án im o y la j u s t ic ia ».22 D e u n a m an e ra m ás f u n d am e n tal, P a n e ­
c io aliv ió la rigid e z de la é tic a e s to ic a, h ac ie n d o q ue la d o c trin a f ue ra
m ás ad ap tab le a las am b igüe dade s é tic as y lo s c o m pro m iso s c o n lo s q ue
se e n c o n trab a re gularm e n te la aris t o c rac ia ro m an a, en un m un do c o n s­
t itu id o n o p o r sab io s, sin o p o r ge n te c o m ún y c o rrie n te . A sim ism o ,
c o n c edió un a im p o rtan c ia m ayo r a lo s b ie n e s m en o re s, q ue n o e stab an
a la altu ra de lo s e le vado s id e ale s e sto ic o s. E l e sto ic ism o sie m p re h ab ía
te n id o en c ue n ta u n a d is tin c ió n e n tre lo s b ie n e s m o rale s y lo s b ie n e s
q ue , d e sde un p un to de v ista m o ral, e ran in d if e re n te s p e ro p o d ían se r
2 1. A lg u n o s e s t u d io s o s c o n s id e r a n q u e e l c ír c u lo d e E s c ip ió n e s u n a fic c ió n , q u e
a p a r e c e , p o r e je m p lo , e n la D e A m i c i t i a ( D e la a m i s t a d ) d e C ic e r ó n . P e r o e x is t ie r a o n o
u n c ír c u lo a s í m á s o m e n o s fo r m a lm e n t e o r g a n iz a d o , n o h a y d u d a , s in e m b a r g o , d e q u e
e n la a r is t o c r a c ia d e R o m a e x is t ía u n s e c t o r c o n s e r v a d o r , d e l q u e E s c ip ió n e l J o v e n e ra
u n e je m p lo p r in c ip a l, q u e s e h a lla b a in flu id o p o r la s id e a s d e la E s t o a M e d ia .
22. N e a l- W o o d , C i c e r o ’s S o c i a l a n d P o l i t i c a l T h o u g h t , U n iv e r s it y o f C a lifo r n ia
P r e s s , B e r k e le y y L o s A n g e le s , 1 9 8 8 , p á g . 4 8 .
 D e la p o li s a l im p e rio
valo rado s según su o rden de p re f e re n c ia so b re la b ase de o tras razo n es.
L a riq u e z a m ate rial e ra un e je m p lo c arac t e rís tic o de un b ie n q ue , d e s ­
de un p un to de v ista m o ral, e ra in d if e re n te y, p e se a e llo , un b ie n p r e ­
f e rib le . E sto s b ie n e s se c un dario s e ran lo s q ue , ah o ra, re c ib ían un a c o n ­
dic ió n m ás e le v ada de la q ue lo s e sto ic o s de la E sto a A n tigua les h ab ían
c o n c e dido .
L a ju s t ic ia, en e sta m an e ra de e n te n d e r las c o sas, te n ía q ue ver m ás
c o n la le g alid ad p o sitiva q ue c o n las le ye s m o rale s s up e rio re s, c o m o c a­
b ría e s p e rar en un a so c ie d ad tan im b u id a de le galism o . E sto s ign if ic a­
b a q ue lo s e stric to s p rin c ip io s m o rale s de b ían d ar p aso a las p rác tic as
ro m an as e x is te n te s , a las e x ige n c ias de lo s c o n trato s y de la v id a c o t i­
d ia n a en lo s n e go c io s y la p o lít ic a , sie m p re y c uan do se m an tu v ie ran
d e n tro de la ley. P e ro un a vez q ue e sta n o c ió n le g alis t a h ub o s ustituido
a la an tigu a c o n c ep c ió n e sto ic a de un a j u s t ic ia un iv e rs al y ab so luta q ue
se h a lla b a p o r e n c im a de la le y h e c h a p o r el h o m b re, e ra p o sib le ate m ­
p e ra r la ju s t ic ia le g al c o m p le m e n tán d o la c o n p rin c ip io s m o rale s de
ig u a ld a d m en o s e x altad o s . E sto tuvo im p o rtan te s c o n se c ue n c ias p ara
algun as de las c o n tro ve rsias p o lític as m ás im p o rtan te s de R o m a.
E l p ap e l de lo s E sc ip io n e s en R o m a ilu s t ra n ítid am e n te la im p o r­
tan c ia p o lític a q ue tuvie ro n esto s c am b io s re aliz ado s en la f ilo so f ía e s ­
to ic a. E n el añ o 1 3 4 a. C ., T ib e rio S e m p ro n io G rac o , p rim o de E sc i-
p ió n E m ilian o e l J o v e n , tam b ié n un v ic to rio so ge n e ral, f ue e le gid o p ara
de s e m p e ñ ar d u ran te e l añ o s igu ie n te e l c argo de t rib u n o de la p le b e .
C o n la ayu d a de su h e rm an o , C ayo , p ro p uso un a le y a g ra ria ra d ic al
c uya f in alid ad e ra r e d is t rib u ir las tie rras p ú b lic as en b e n e f ic io de lo s
c am p e sin o s e m p o b re c id o s . L a o p o sic ió n q ue s usc itaro n las re f o rm as
de lo s G rac o estuvo d ir ig id a p o r su p rim o E sc ip ió n E m ilian o el J o ve n .
E n m e dio de la h o s t ilid ad q ue le v an tó e n tre la aris t o c rac ia ro m an a el
trib u n ad o de T ib e rio , e l trib un o f ue as e sin ado en un a re f rie ga p o r lo s
se n ado re s q ue se gu ían las ó rde n e s de P u b lio E sc ip ió n N asic a, m ie m ­
b ro de o tra ram a de la g e n s de lo s E sc ip io n es.
E n lo s d e b ate s q ue ro de aro n a la le y ag ra ria de T ib e rio , am b as p a r ­
tes q uiz á re c urrie ro n a lo s p rin c ip io s esto ic o s. L a re vo luc ió n e sp artan a,
an te rio r en e l tie m p o , c o n su p ro gram a ra d ic al de re d is trib u c ió n de la
t ie r ra y c an c e lac ió n de la d e ud a, h a b ía in c o rp o rad o las id e as ig u a lit a ­
rias de l e sto ic ism o an tiguo jun to c o n e l p rin c ip io de q ue , en un c o sm o s
re gu lad o p o r un so lo lo g o s c o m ún , to das las c o sas e ran f u n d am e n t al­
m e n te c o m un es. P u e d e q ue e stas id e as tam b ié n in s p iraran a T ib e rio
G rac o . P ero tras la re vo luc ió n e s p artan a, la m o dif ic ac ió n de lo s p rin c i-
16 9 17 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ío s e sto ic o s (o b ra, en e s p e c ial, de P an e c io ) h a b ía d e b ilit a d o la am e ­
n az a q ue sup o n ían p ara la p ro p ie d ad . S i las ref o rm as de lo s G rac o p u e ­
den d e f e n d e rse c o n id e as e sto ic as so b re la ig u ald a d , la ju s t ic ia so c ial y
el p rin c ip io de c o m un id ad , la o p o sic ió n a e sas ref o rm as p o d ía ac o ge r­
se, y as í lo h iz o , al e sto ic ism o m o d if ic ad o , q ue id e n t if ic ab a la j u s t ic ia
c o n la le y e x is te n te p e ro ate m p e rab a la le y c o n n o c io n e s de e q u id ad o
im p a rc ia lid a d . E n razó n de e sto s p rin c ip io s e sto ic o s p o s te rio re s , n in ­
gún c rite rio sup e rio r de ju s t ic ia un iv e rs al in c id ía de m an e ra d e c isiva en
la c ue stió n de la re f o rm a ag ra ria , m ie n tras q ue su le g a lid a d , sin d uda,
e ra un p ro b le m a, p o rq u e n ad a p o d ía se r ju sto si e ra c o n trario a la le y
(de ig u al m o do q ue n o p u e d e d e c irs e q ue se a in justo algo q ue es c o n ­
f o rm e a la le y). E s de c ir, q ue m ás allá de la le g alid ad , tam b ié n h ab ía r e ­
q uisito s de e q u id ad .
E l h e c h o de q ue lo s p e n sado re s m ás de stac ado s de R o m a in vo c aran
lo s p rin c ip io s de la e q u id ad n o p ara ap o yar, sin o p ara o p o n e rse , a la r e ­
d is trib u c ió n de la tie rra n o de ja de ser so rp re n de n te . E n D e O ffic iis ( D e
lo s d e b e re s ) , un a o b ra q ue , se gún el p ro p io te stim o n io de su auto r, f ue
e s c rita b ajo la in f lu e n c ia de P an e c io , C ic e ró n c o m en ta lo s dañ o s c au s a­
do s tan to p o r lo s e sp artan o s c o m o p o r lo s G rac o c o m o e je m p lo s de las
c o n se c ue n c ias q ue c o n lle va q u e b ran t ar la e q u id ad en la re d is trib u c ió n
de la p r o p ie d ad . D esp ué s de af irm ar q ue «la f un c ió n d is tin t iv a de l e s ­
tado y de la c iu d ad es g aran tiz ar a c ad a h o m b re e l lib re e im p e rt u r b a ­
b le do m in io de su p ro p ia p ro p ie d ad p a r t ic u la r », C ic e ró n p as a a c e n su­
ra r se v e ram e n te las «r u in o s a s » m e d id as q ue h ab ían ad o p tad o lo s
re f o rm ad o re s agrario s q ue «s u p rim e n la e q u id a d ». Y se p re gu n ta:
«¿ Q u é j u s t ic ia h ay en q ue un h o m b re , q ue n u n c a h a te n id o p ro p ie d ad
algu n a, to m e p o se sió n de un a t ie r ra q ue h a b ía sido o c u p ad a d u ran te
m uc h o s añ o s o in c lus o d u ran te siglo s, y q ue aq u e l q ue la h ab ía te n ido
an tes d e b a p e rd e r la q ue es s u ya ? ».23 C ic e ró n p are c e c o m p artir la m a­
n e ra de ve r las c o sas de su m ae stro , el e sto ic o P o sido n io , d is c íp u lo a su
vez de P an e c io , q uie n so ste n ía q ue si b ie n n o h ay n ad a c o n trario a la le y
en lo q ue T ib e rio G rac o h izo , su c astigo f ue m e re c ido .
S e ría p o s ib le , p o r sup ue sto , so ste n e r q ue la é tic a p rác tic a de la E s­
to a M e d ia n o sirvió a in te re s e s so c iale s o p o lític o s p a rt ic u la re s , sin o
q ue p ro p o rc io n ó lo s c rite rio s étic o s q ue la ge n te c o rrie n te , y n o só lo lo s
sab io s, p o d ían s atis f ac e r al ac e p tar las im p e rf e c tas re alid a d e s c o t id ia ­
n as de la v id a p o lít ic a y e c o n ó m ic a. S e p o d ría d e c ir q ue las auste rid a-
23. C ic e r ó n , D e O f f i c i is , I I , 7 8 - 8 0 .

D e la p o li s a l im p e rio 17 1
des m o rale s de la E sto a A n tigua no e ran p artic u larm e n te agrad ab le s n i,
m uc h o m en o s, h um an as. L o s p rin c ip io s de e q u id ad , en c am b io , e ran
b ue n o s p ara to do s. S i lo s argum en to s esto ic o s se u tiliz aro n p ara d e f e n ­
d e r lo s in te re s e s de la c lase d ir ig e n t e y lo s f iló so f o s p u e d e n ser c o n s i­
de rado s re sp o n sab le s de e llo , ¿q u é p ro p ó s ito tie n e , e n to n c e s, d e s c rib ir
de tallad am e n te las f ue n te s y las c o n se c ue n c ias p o lític as in m e d iatas de
e stas id e as ? L o m en o s q ue p u e d e d e c irs e re sp o n d ie n d o a e stas o b je ­
c io n es es q ue , aun en el c aso de q ue dejem o s a un lad o las c o n o c idas re ­
lac io n e s de un f iló so f o c o m o P an e c io y la e stre c h a re lac ió n q ue m an tu ­
vo c o n d irige n te s ro m an o s q ue te n ían un c laro p ro gram a p o lític o , el
h e c h o de id e n t if ic ar las c o n dic io n e s h is tó ric as p a rtic u lare s q ue p u s ie ­
ro n algun as c ue stio n e s ap re m ian te s en la age n da p o lític a y c o n f o rm aro n
las re sp ue stas q ue se die ro n a e sas c ue stio n e s no s lle v a a ap re n d e r algo .
E n c u alq u ie r c aso , n o se trata só lo de e x p lo rar lo s c o n te x to s h istó ric o s
p a ra p o de r c o m p re n d e r lo s te x to s an tiguo s. T al c o m o e x p usim o s en el
p rim e r c a p í t u l o , a q u e l l o s an álisis de la t e o ­
ría p o lít ic a q ue se m ue stran in s e n s ib le s a las c ue stio n e s so c iale s a c u ­
c ian te s q ue esa t e o ría t ratab a de e n c arar, h ay algo q ue re s u lt a p ro f u n ­
dam e n te p re o c up an te .
S i ten em o s en c ue n ta las c irc u n s tan c ias h istó ric as en las q ue la d o c ­
t r in a é t ic a d e la E sto a M e d ia a r ra ig ó , e in c lu s o lo s in te re s e s s o c iale s
e sp e c íf ic o s a lo s q ue servía, p o dem o s adm itir, no o b stan te , q ue sus c o n ­
se c ue n c ias so c iale s y p o lític as n o f u e ro n , n e c e sariam e n te , u n ilate rale s .
E n ese sen tido , la f le x ib ilid ad de lo s rigo re s esto ic o s desp ertó un a am p lia
atrac c ió n . P an e c io , sin e m b argo , n o se lim itó a m itigar las e x ige n c ias de
la é tic a e sto ic a. L as p rue b as q ue se h an c o n se rv ado h asta n ue stro s días
ap un tan a q ue , p o r e je m p lo , ac e p tab a la e s c lav itu d de un m o do q ue , en
c am b io , sus p re d e c e s o re s no lo h a b ía n h e c h o . E ra algo q ue c ab ía e s p e ­
ra r de un a d o c trin a é tic a q ue f av o re c ía e l ac o m o do a las p rác tic as n o r­
m ale s de R o m a, p e s e a q ue d is taran m uc h o de se r id e ale s . P e ro tam ­
b ié n h ay p ru e b a s de un c am b io m ás f u n d am e n t al en la p s ic o lo gía y la
c o sm o lo gía d e s tin ad o a p ro p o rc io n ar un f u n dam e n to f ilo só f ic o a la d e ­
f e n sa de la j e r a r q u ía so c ial e, in c lu s o , d e la e s c lav itu d . A l d iv id ir el
alm a e n tre un a razó n q ue c o n tro la y un o s ap e tito s sub o rdin ado s a e lla,
P an e c io revivió e l an tiguo dualism o q u e h ab ían suste n tado las f ilo so f ías
j e rárq u ic as de P lató n y A ristó te le s. E n c uan to a la e s c lav itu d , en to n c e s
e ra p o s ib le af irm ar de n ue vo , tal c o m o lo h a b ía h e c h o P lató n , q ue la
su b o rd in ac ió n d e algun o s h o m b re s a o tro s e ra b u e n a p a ra am b o s si
c o n c o rd ab a c o n e l p rin c ip io d e l c o n tro l ra c io n a l de lo s e le m e n to s m ás
17 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
b ajo s. E ra p o sib le so sten er, tal c o m o A ristó te le s lo h ab ía h ec h o , q ue la
e sc lav itud in c luso e ra b ue n a p ara am b as p arte s de la re lac ió n , dado q ue
aq ue llo s q ue e ran ap to s p a ra o b e d e c e r só lo p o d ían b e n e f ic iarse d e l so ­
m e tim ie n to a un am o sup erio r.
D o c trin as sim ilare s f ue ro n ap lic ad as a la de f en sa de l im p e rialism o
ro m an o . S i b ie n no q ue d a m uy c laro si P an e c io e lab o ró ese argum en to ,
C ic e ró n , en su D e la R e p ú b lic a , lo d e s p lie ga, en c am b io , c o n e l p ro p ó ­
sito de j u s t if ic ar tan to la e s c lav itu d c o m o e l im p e rio . E n e ste d iálo go ,
q ue se gún se n o s d ic e , tie n e lu g a r en e l j a rd ín de la c asa de E sc ip ió n
E m ilian o e l J o v e n , C ic e ró n p o n e en b o c a de C ayo L e lio , un o de lo s
m ie m b ro s m ás d e stac ad o s de l c írc ulo de E sc ip ió n y de un a c lara c o n ­
vic c ió n e sto ic a, un p arlam e n to so b re el do m in io q ue R o m a h a lo grado
te n e r «s o b re e l m un do e n te ro ». «¿A c as o no o b servam o s — dic e L e lio —
q ue la n atu rale z a h a o to rgado el do m in io a to do lo q ue es m ejo r, p ara
m ayo r p ro vec h o de lo q ue es d é b il? ¿P o r q ué si no D io s rige al h o m b re,
e l e s p íritu im p e ra so b re e l c ue rp o y la razó n so b re la c o n c up isc e n c ia y
la ira, as í c o m o lo s o tro s e le m e n to s in ic uo s d e l e s p ír it u ? ». E x iste , sin
d uda, un a dif e re n c ia, p ro sigue L e lio , e n tre e l tip o de p o te s tad q ue e j e r­
c e un re y so b re sus súb dito s, o un p ad re so b re sus h ijo s, y la q ue e l am o
e je rc e so b re e l esc lavo . L a p rim e ra — y esto es igu alm e n te v álid o p ara
lo s o tro s diverso s tip o s de o rgan iz ac ió n p o lít ic a— go b ie rn a de l m ism o
m o do en q ue la m e n te go b ie rn a e l c ue rp o , en tan to q ue la s e gu n d a se
asem eja al go b ie rn o q ue la razó n e je rc e so b re la c o n c up isc e n c ia y «o tras
e m o c io n e s p e rt u r b a d o r a s », en q ue su o b je to es c o n te n e r y d o m in ar a
lo s esc lavo s, al ig u al q ue la razó n , «la p arte m ás n o b le de la m e n te », r e ­
f re n a «la s p arte s in ic uas d e l e s p ír it u ... p o n ié n do le s m e d id a .. . ». P ue sto
q ue e l im p e rio es e l re s u ltad o de gu e rras justas lib ra d as en de f en sa de
lo s aliad o s de R o m a, se no s da a e n te n d e r q ue , si b ie n p u e d e q ue la d o ­
m in ac ió n im p e rial te n ga e le m e n to s d e l p rim e r gé n e ro de p o te s tad ,
tam b ié n p e rte n e c e , de b id am e n te , al se gun do , en el q ue lo s seres o n a ­
c io n es in f e rio re s so n so m etido s p o r la f uerza a sus sup e rio re s en su p ro ­
p io b e n e f ic io .24
24. D e la R e p ú b li c a , I I I , 3 6 - 3 7 . E l t r a d u c t o r [ a l in g lé s ] d e la v e r s ió n e d it a d a p o r la
L o e b L i b r a r y s e ñ a la q u e e s t o s fr a g m e n t o s « fo r m a n p a r t e d e l a r g u m e n t o q u e d e fie n ­
d e la ju s t ic ia d e la e s c la v it u d y e l im p e r ia lis m o , u n a r g u m e n t o q u e s o s t e n ía q u e c ie r t o s
in d iv id u o s o c ie r t o s p u e b lo s o n a c io n e s s o n n a t u r a lm e n t e a d e c u a d o s p a r a s e r s o m e t i­
d o s y s e b e n e fic ia n d e s u s o m e t im ie n t o a o t r o s » . S e ñ a la , a s im is m o , q u e s ig lo s m á s t a r ­
d e s a n A g u s t ín e x p lic ó e l s ig n ific a d o d e e s t o s p a s a je s e n D e C i v i t a t e D e i [ L a C i u d a d d e
D i o s ] , X I X , 2 1 . E n e l p a s a je r e le v a n t e d e s a n A g u s t ín s e d ic e q u e e l « g o b ie r n o s o b r e la s
 D e la p o li s a l im p e rio 17 3
C u an d o , p o c o d e s p u é s de e m p e z ar e l d iálo g o , L e lio re f ie re las
c o n v e rs ac io n e s q ue lo s p re s e n t e s s o lían m an te n e r «c o n P a n e c io ... y
en p r e s e n c ia de P o lib io , do s de lo s p o lít ic o s m ás e x p e r to s de to d a
G re c ia Y p e ritis s im is r e r e r u m c iv ita tis ] . . . » , no s s u gie re q ue C ic e ró n e s ­
t a b a p o n ie n d o en b o c a de L e lio id e as q ue p ro v e n ían de P a n e c io .25
P u e d e q ue aún p e rs is tan algu n as d u d as en to rn o al re c h az o de P a n e ­
c io d e l m o n ism o e sto ic o an tiguo o su ap lic ac ió n de un d ualis m o p s i­
c o ló gic o a las re lac io n e s s o c iale s y p o lític as . P e ro las p ru e b as de un a
re s ta u rac ió n d e l d u alis m o p lató n ic o , de la d u a lid a d e n tre un e le m e n ­
to ra c io n a l do m in an te y lo ir ra c io n a l q ue le e stá so m e tid o , es m ás c la ­
ra en la o b ra de su d is c íp u lo , P o s id o n io , a q uie n sus c o n te m p o rán e o s
d e s c rib ían c o m o un gran ad m irad o r de P lató n y A ris tó t e le s . P o s id o ­
n io se re f ie re , tam b ié n , a c aso s h is tó ric o s de d o m in ac ió n q ue p are c e n
e je m p lo s de c ó m o lo s in f e rio re s se so m e te n a lo s s u p e rio re s p o r el
b ie n d e lo s so m e tid o s . D e to do s m o d o s, la t e o ría d e l im p e rio q ue
af lo ra c uan d o se re ú n e n lo s div e rso s re taz o s de p ru e b as re lativ as a la
m an e ra de p e n s ar de P an e c io , y/o a la de q u ie n e s e s tab an m uy in f lu i­
do s p o r é l, s u gie re p o r lo m en o s q ue e l d o m in io im p e r ia l e s tab a j u s t i­
f ic ad o si re d u n d a b a en b e n e f ic io de sus s ú b d ito s . P u e d e q ue n o v aya
tan le jo s c o m o la n o c ió n de q ue algu n o s h o m b re s so n e sc lav o s n a t u ­
rale s c o m o p ro p u gn ab a A ris tó t e le s y q ue de su e s c lav it u d a am o s q ue
le s so n s u p e rio re s só lo p u e d e n b e n e f ic ia rs e . P e ro la c o n c e p c ió n de
p r o v in c ia s [ s e g ú n a fir m a C ic e r ó n e n D e la R e p ú b li c a ] e s ju s t o , p r e c is a m e n t e p o r q u e la
s e r v id u m b r e e s ú t il a lo s h o m b r e s e s c la viz a d o s y q u e e s e n s u p r o v e c h o q u e e l d e r e c h o
a le ja e l a b u s o , e s d e c ir, c u a n d o a lo s m a lv a d o s le s e s r e t ir a d a la lic e n c ia d e p e r ju d ic a r ;
y q u e e s t a d e p e n d e n c ia , e n fin , le s s e rá t a n t o m á s s a lu d a b le c o m o la in d e p e n d e n c ia le s
e r a d e lo m á s fu n e s t a . E n a p o y o d e e s t e a r g u m e n t o s e r e c u r r ía a u n n o b le e je m p lo e x ­
t r a íd o , p o r d e c ir lo a s í, d e la n a t u r a le z a : ¿ p o r q u é , a l ig u a l q u e D io s s o b r e e l h o m b r e , e l
a lm a im p e r a e n e l c u e r p o , la r a z ó n e n la s p a r t e s lib id in o s a s d e l a lm a ? » .
25. D e la R e p ú b li c a , I 3 4 [ 2 1 ] . E l h is t o r ia d o r P o lib io ( h. 2 0 3 - 1 2 2 a. C . ) , a u n q u e e r a
g r ie g o , s e r e la c io n ó e s t r e c h a m e n t e c o n lo s E s c ip io n e s y fu e u n p a r t id a r io d e l d o m in io
im p e r ia l r o m a n o . L a g ra n h is t o r ia q u e e s c r ib ió , e n la q u e t r a t a d e e x p lic a r c ó m o R o m a
c o n s ig u ió r e a liz a r s u s c o n q u is t a s , o t o r g a g ra n p a r t e d e l m é r it o d e l t r iu n fo d e R o m a a s u
c o n s t it u c ió n m ix t a , a l e q u ilib r io y la in t e r d e p e n d e n c ia d e la s c la s e s q u e fu e r o n c r e a d o s
a t r a v é s d e la c o la b o r a c ió n d e lo s c ó n s u le s , e l S e n a d o y la p le b e . A l b o s q u e ja r la s d i ­
v e r s a s fo r m a s d e c o n s t it u c ió n , s u s o r íg e n e s y, t a l c o m o h a c ía P la t ó n , s u p r o c e s o d e
d e g e n e r a c ió n , p a r e c e c o m o s i P o lib io p r e s e n t a r a u n a d e fe n s a e n t o d a re g la d e l d o m i­
n io im p e r ia l r o m a n o d ir ig id a a c o n v e n c e r a u n p ú b lic o g r ie g o . ( V é a s e P e t e r G r e e n ,
A l e x a n d e r t o A c t i u m : T h e H i s t o r i c a l E v o l u t i o n o f t h e H e l l e n i s t i c A g e , U n iv e r s it y o f
C a lifo r n ia P r e s s , B e r k e le y y L o s Á n g e le s , 1 9 9 3 . )
17 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
q ue se a b e n e f ic io s o p a ra lo s súb dito s se h a lla s e sgad a, d e sd e un b ue n
p rin c ip io , p o r la id e a p lató n ic a y aris t o té lic a de q ue e x iste un a divisió n
n atu ral e n tre q uie n m an da y q uie n es m an dado , y de q ue es m ejo r q ue
algun o s h o m b re s sean m an dado s (id e a in c o n s is te n te c o n la n o c ió n de
la E sto a A n tigu a de la p re s e n c ia de un lo g o s u n iv e rs al en un c o sm o s
un itario ).
C ic e r ó n
N ad ie e x p re s ó la c u lt u ra de la p r o p ie d a d ro m an a m e jo r q ue e l e s ­
ta d is t a , o rad o r y p e n s ad o r M arc o T ulio C ic e ró n . P u e d e q ue sus ide as
p o lít ic a s n o f ue ran m uy o rig in a le s , p e ro su sín te s is de las p rin c ip ale s
f ilo so f ías , e n tre e llas e l e sto ic ism o , f ue ad a p t a d a b r illan t e m e n t e a las
c o n d ic io n e s y lo s in te re s e s de la c las e s e n a t o rial ro m an a en e l m o ­
m en to p a r t ic u la rm e n t e t u rb u le n t o de lo s últim o s añ o s de la r e p ú b li­
c a. E n a q u e lla é p o c a, c uan d o la f o rm a r e p u b lic a n a ya n o c o n s e gu ía
m an te n e r e l d e lic ad o e q u ilib r io tan to en e l in t e r io r de la c las e d ir i­
ge n te c o m o e n tre las c las e s s o c iale s , e l p r in c ip a l p ro b le m a s o c ial al
q ue se e n f re n tab an las e lit e s d o m in an te s ya n o e ra la am e n az a q ue p u ­
d ie ra v e n ir de ab ajo , s in o , so b re to do , su p r o p ia au to d e s t ru c c ió n .
C o m o ya h e m o s v isto , en la te o ría p o lít ic a q ue C ic e ró n e lab o ró , g u a r ­
dó sus f lan c o s de las am e n az as q ue p u d ie ra n e m an ar de la p le b e , e n ­
tre e llas la re d is t rib u c ió n de la p r o p ie d a d , p e ro su p r in c ip a l p r e o c u ­
p ac ió n f ue re s t a b le c e r la u n id a d y la e s t a b ilid a d de la q ue d e p e n d ía el
ré gim e n de p r o p ie d a d . E l re to q ue ac e p tó c o n sistió en d e f e n d e r la
p r in c ip a lid a d de la p ro p ie d a d y e l do m in io de las c las e s h a c e n d ad as ,
al tie m p o q ue ac o n s e j ab a q ue la c las e d irig e n t e tu v ie ra d o m in io so b re
e lla m ism a.
C ic eró n n ac ió en 1 0 6 a. C . P e rte n e c ía a un a f am ilia h ac e n d ad a, b a s ­
tan te p ró sp e ra y p ro m in e n te , aun q ue no se n ato rial. C o m o m ie m b ro de
la c lase e c ue stre y «h o m b re n u e v o », q ue dó atrap ad o , sin d u d a, en el e s ­
n o b ism o . P e ro c o m o su f am ilia e stab a b ie n re lac io n ad a, d is f rutó de t o ­
das las ve n tajas q ue d ab a un a v id a s e ñ o rial, c o m o p o r e je m p lo re c ib ir
la m e jo r e d uc ac ió n . C uan do e ra un jo ven e s tu d ian te de le ye s , trab ó re ­
lac ió n c o n e l tip o de e stad istas ro m an o s q ue se rían sus m o de lo s p o lít i­
c o s a lo largo de to d a su c arre ra, de f e n so re s, a sus o jo s, de la an c e stral
c o n stituc ió n y eje m p lo s auste ro s de la v irtu d re p u b lic an a q ue , en a q u e ­
lla tu rb u le n ta é p o c a, lan gu id e c ía. S u e d uc ac ió n tam b ié n ab arc ó la f ilo ­
 D e la p o li s a l im p e rio 17 5
so f ía y p asó algún tiem p o en A te n as, do n de e studió o rato ria y re tó ric a.
D ejó atrás sus añ o s de f o rm ac ió n c o n se rv an do un a gran ad m irac ió n
p o r P lató n , au n q u e tam b ié n un e s c e p t ic is m o f ilo só f ic o ap a c ib le , b a ­
sado en las e n se ñ an zas de F iló n de L aris s a y en la é tic a d e l e sto ic ism o
— n o en la e p is te m o lo gía o la m e taf ísic a— , p e ro , en n in gú n c aso , c o n ­
side ró q ue f uesen c o n trario s a la f ilo so f ía p lató n ic a.
C uan d o vo lvió a R o m a p ara e je rc e r de re c h o , e n tró de un a m an e ra
tan ac tiva y ex ito s a en p o lític a q ue p asó p o r un a se rie de c argo s c o n n o ­
tab le rap id e z h asta c o n ve rtirse , a la e d ad de 3 0 añ o s, en c uesto r, c um ­
p lie n d o sus d e b e re s im p e riale s y f in an c ie ro s c o m o ayu d an t e d e l go ­
b e rn ad o r de la p ro v in c ia de la S ic ilia o c c id e n tal. E ste c argo tam b ié n le
p e rm itió e n trar en e l S e n ado y, c o n e l tie m p o , f ue e le gid o — a la e d ad
m ás te m p ran a p o sib le : 4 2 añ o s— p a ra ser c ó n sul, el c argo m ás e le v a­
do q ue la re p ú b lic a p o d ía o f re c e rle . E n aq u e lla é p o c a, ya e ra un d e ­
f e n so r c o n sum ado d e l re p u b lic an is m o c o n se rvado r, un o p o sito r d e las
re f o rm as agra ria s y de las re f o rm as d e m o c rátic as , y e ra c o n s id e rad o
p o r lo s s e n ad o re s c o n se rv ad o re s c o m o un a f ig u ra c ap az de c o n t r a ­
rre s tar a lo s líd e re s p o p u lare s c o m o C é s ar y C atilin a, aris tó c ratas q ue
— tal c o m o sus c rític o s lo s ve ían — se p le gab an a lo s deseo s de la p le b e .
U n o de lo s p rin c ip ale s lo gro s de C ic e ró n f ue el de f ru s trar las ref o rm as
agrarias d e l trib u n o P ub lio S e rv ilio R ullo , p e ro c o n m uc h o su ac to p o ­
lític o m ás c é le b re f ue la de rro ta de C atilin a, q ue sup ue stam e n te e stab a
urd ie n d o un a c o n sp irac ió n p ara h ac e rs e c o n el p o d e r grac ias al ap o yo
de las m asas urb an as y de lo s c am p e sin o s e n d e ud ad o s o q ue h ab ían
p e rd id o sus tie rras .
S in e m b argo , e ste n o tab le triu n f o de C ic e ró n p u e d e q ue tam b ié n
c o n trib u ye ra a su p e rd ic ió n . T rató a lo s c o n sp irad o re s c o n un a c r u e l­
d ad e in d if e re n c ia h ac ia la le y q ue in c luso susc itó e l an tago n ism o de lo s
c o n se rvado res. E n c u alq u ie r c aso , lo s vien to s p o lític o s, en R o m a, e s t a ­
b an c am b iado ; e m p e z ab an a s o p lar a f avo r de sus en e m igo s. M an d ad o
al e x ilio , C ic e ró n b usc ó c o n suelo en la f ilo so f ía. E n e l añ o 5 8 a. C . r e ­
gre só a R o m a y sie te añ o s de sp ué s f ue e n viado a C ilic ia p ara d e s e m p e ­
ñ ar las o b ligac io n e s de p ro c ó n sul, re q u e rid as p ara to do aq u e l q ue h a ­
b ía sido c ó n sul. A l f re n te de la ad m in is trac ió n c iv il y m ilit a r de esa
p ro v in c ia im p e rial, re aliz ó un a la b o r e n c o m iab le , sac an do m en o s b e ­
n e f ic io s d e l e je rc ic io de su c argo de lo q ue e ra h a b it u a l e n tre lo s p r o ­
c ó n sule s ro m an o s. S i b ie n eso n o de b e h ac e rn o s alb e rg ar ilus io n e s en
c uan to a la ac t it u d q ue C ic e ró n te n ía h a c ia la riq u e z a, in c lu id as sus
p ro p ie d ad e s p e rs o n ale s (e n tre o tras c o sas, e ra due ñ o de e x te n sas tie-
17 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
rras en lo s b arrio s p o b res y m argin ale s de R o m a),26 a la luz de lo s c rite ­
rio s ro m an o s sin duda desem p eñ ó sus o b ligac io n es c o n un a re c titud ad ­
m irab le , y lle gó a o b ten er, in c luso , un triun f o m ilitar en la p ro vin c ia de l
A sia M en o r. A su re gre so a R o m a, h alló su tan ap re c iad a re p ú b lic a s u ­
m ida en un estado de gue rra c ivil en tre lo s b an do s lid e rad o s p o r C é sar y
P o m p eyo , c ada un o de lo s c uale s c o n tab a c o n su p ro p io e jé rc ito p riv a­
do . C ic eró n se p uso de l lado de P o m peyo , ya q ue c o n siderab a q ue la v ic ­
to ria y la d ic tad u ra de C é sar s e rían el f in de la re p ú b lic a y, de h ec h o , de l
e stado ro m an o . P ese a e llo , n un c a suf rió a m an o s de l ven c edo r, C ésar,
q ue según el p ro p io testim o n io de C ic eró n lo tratab a c o n sum a c o rtesía.
C uan do so b revin o el ase sin ato de J u lio C ésar, C ic eró n se alió c o n lo s
q ue lo h ab ían asesin ado y, p o r un b reve esp ac io de tiem p o , f ue, en e f e c ­
to , el go b e rn an te de R o m a. C uan do sus aliado s f uero n , a su vez, d e rro ­
tado s p o r e l ge n e ral de C ésar, M arc o A n to n io — a q uie n C ic eró n h ab ía
atac ado en e l S e n ado c o n f e ro c idad— , el n uevo triun virato p ro sc rib ió a
q uie n e s lo h ab ían p re c e d id o , e n tre ello s a C ic e ró n , q ue f in alm e n te f ue
asesin ado p o r lo s so ldado s de A n to n io y O c tavio en el añ o 43 a. C .
C ic e ró n , q ué d u d a c ab e , n o f ue un p e n s ad o r siste m átic o y, m en o s
aún , un f iló so f o m etó dic o de la m an e ra en q ue lo f uero n P lató n o A ris ­
tó te le s. P e ro algun o s p rin c ip io s af lo ran de m an e ra in e q uív o c a n o só lo
de sus p rin c ip ale s o b ras, c o m o el P ro S e s tio [ E n d e fe n s a d e S e s tio ], D e
R e s P u b lic a [ D e la R e p ú b lic a ] , D e L e g ib u s [ D e la s le ye s ] y D e O ffic iis
[ D e lo s d e b e re s ] , sin o tam b ié n de o tro s disc urso s y de sus c artas. A c o n ­
t in u ac ió n , a d if e re n c ia de lo q ue h ic im o s en lo s c aso s de A ris tó te le s y
de P lató n , n o tratare m o s de s e gu ir d e tallad am e n te en un a so la o b ra
un a lín e a de argum e n tac ió n , sin o q ue h are m o s e l esf uerzo de re un ir un a
te o ría p o lític a m ás o m en o s c o h e re n te . P ara e llo e stab le c e re m o s las r e ­
lac io n e s q ue e x is te n e n tre lo s p rin c ip io s e s e n c iale s q ue ap are c e n e x ­
p ue sto s en sus div e rsas o b ras y e x am in are m o s c uále s so n sus f ue n te s,
su sign if ic ac ió n y c o n se c ue n c ias.
26. L a s c a rt a s q u e C ic e r ó n e s c r ib ió a s u a m ig o A t ic o p o n e n d e m a n ifie s t o u n á vid o
in t e r é s p o r la s p r o p ie d a d e s q u e t e n ía , a s í c o m o u n b u e n o jo p a r a lo s b e n e fic io s . R e s u lt a
d ifíc il n o e n t r e t e n e r s e , p o r e je m p lo , le y e n d o e s t e p a s a je e x t r a íd o d e u n a d e s u s c a rt a s :
« . . . D o s d e m is fo n d a s s e h a n v e n id o a b a jo y la s q u e s e t ie n e n a ú n e n p ie p r e s e n t a n g r ie ­
ta s , a s í q u e n o s ó lo s e h a n id o lo s in q u ilin o s , s in o t a m b ié n la s ra ta s . L a g e n t e lla m a a e s t o
c a la m id a d , y o n i s iq u ie r a lo c o n s id e r o u n a in c o m o d id a d . ; A h , S ó c r a t e s y s o c r á t ic o s ,
n u n c a o s p o d r é d a r la s g ra c ia s ! ¡D io s e s in m o r t a le s , q u é p o c o im p o r t a t o d o e s t o ! P e r o ,
s e a c o m o s e a , ya h a e m p e z a d o la va lo r a c ió n d e la e d ific a c ió n , q u e , re a liz a d a b a jo e l c o n ­
s e jo d e V e s t o r io , ¡ h a r á q u e e s t o s d a ñ o s r e s u lt e n lu c r a t iv o s ! » ( Á ti c o , X V I . 9 . 1) .
 D e la p o li s a l im p e rio
A p e s ar de q ue e l p e n sam ie n to de C ic e ró n n o sue le d e sp e rtar, g e ­
n e ralm e n te , un in te ré s e sp e c ial en n ue stro s d ías, h a e je rc id o un a n o ta­
b le in f lue n c ia en la trad ic ió n o c c id e n tal, au n q ue só lo se h aya d e b id o a
la e n o rm e p o p u lar id ad de la q ue go zó en un p e río d o f un d am e n tal,
c o m o f uero n lo s in ic io s de la é p o c a m o de rn a. L o s p e n sado re s euro p e o s
y n o rte am e ric an o s, e sp e c ialm e n te e n tre e l siglo X VI y e l siglo X VIII,
c o n traro n en su o b ra, so b re to do en D e O ffic iis [ D e lo s d e b e re s ] , un a
v arie d ad de id e as q ue c o n ge n iab an c o n las suyas, algun as de las c uale s
lle v aro n a at rib u irle un a m o d e rn id ad e sc asam e n te c o n vin c en te, a p e sar
de sus f irm es raíc e s en la A n tigüe d ad . E stas id e as f uero n re sum idas de
la s iguie n te fo rm a:
[ . . . ] los princ ipio s de la ley natural y la justic ia y de una igualdad
m o ral de c arác ter universal; un repub lic anism o ab negado y patrió tic o ;
una enérgic a defensa de la lib ertad, un rechazo enardec ido de la tiran ía
y una justific ac ió n persuasiva del tiran ic idio ; una firme c reenc ia en el
c o nstitucio nalismo , en el prim ado del princ ipio del derecho y la c o nsti­
tuc ió n m ixta; una firme fe en el c arác ter sagrado de la pro piedad priva­
da, en la im po rtanc ia de su ac um ulac ió n y de la o pinió n de que el pro ­
pó sito prim o rdial del estado y del derecho era preservar la pro piedad y
las diferenc ias de pro piedad; una c onc epció n de una pro po rc io nal
igualdad so c ial y po lític a, que c o nllevab a una jerarq uía de derecho s y
o b ligacio nes diferenc iales; un ideal vago de que el go b ierno deb ía estar
en manos de la «aristo c rac ia natural»; y un esc larec ido escepticism o m o­
derado en m ateria de religió n y epistem o lo gía.27
C ic e ró n no f ue e l ún ic o e n tre lo s p e n sado re s grie go s y ro m an o s de
la A n t igü e d ad en c re e r en c ie rto tip o de ig u a ld a d m o ral, o en d e f e n ­
d e r la lib e rt a d , e l p rim ad o d e l p rin c ip io d e l de re c h o o la c o n stituc ió n
m ix ta, y sin d u d a n o f ue el ún ic o q ue c o n c ib ió un a j e r a rq u ía s o c ial y
p o lít ic a o un a e sp e c ie de ig u ald a d «p r o p o r c io n a l» y q ue e l go b ie rn o
d e b ía c o rre s p o n d e r n aturalm e n te a la aris to c rac ia. L o q ue m ás lo d if e ­
re n c ia de lo s dem ás es su c o n c ep c ió n d e l de re c h o n atu ral, aq ue llo q ue
le p e rm ite c o m b in ar la de f en sa d e l go b ie rn o aris to c rátic o y la j e rarq u ía
p o lític a c o n un p rin c ip io de ig u a ld a d m o ral u n iv e rs al. E sta ap are n te
c o n trad ic c ió n se c o n virtió en la p au t a q ue s e gu iría e l p e n sam ie n to p o ­
lític o o c c id e n tal, so b re to do en lo s p rim e ro s c o m p ases de la é p o c a m o ­
d e rn a, c uan do las id e as de un a ig u ald a d m o ral de lo s seres h um an o s y
27. N . W o o d , o p . c i t. , p á g . 4 .
17 7 17 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de l id é n t ic o v alo r m o ral d e to do s lo s in d iv id uo s se ac o m p añ aro n
(c o m o en el c aso de J o h n L o c k e ) de j e ra rq u ía p o lític a, y a vec es f uero n
u t iliz ad a s , in c lus o , de f o rm a p a rad ó j ic a (an te to do p o r T h o m as H o b ­
b e s) p a ra j u s t if ic ar n o só lo la j e ra rq u ía sin o el p o d e r ab so luto . S i b ien
C ic e ró n estuvo in f luid o p o r el e sto ic ism o , d e sarro lló el c o n c ep to de le y
en­ n atu ral c o m o n u n c a lo h ab ían h ec h o lo s esto ic o s y es, q uiz ás, e l p rim e r
p e n s ad o r de im p o rtan c ia q ue se ad e n tró en la in te rp re tac ió n y la e la ­
b o rac ió n de e sta p arad o ja. E n este ám b ito , lo s c o n traste s e n tre el p e n ­
sado r ro m an o y sus p re d e c e so re s en la G re c ia c lás ic a, P lató n y A ris tó ­
te le s, so n sign if ic ativo s.
H em o s visto c ó m o P lató n , al e s c rib ir en e l c o n te x to h istó ric o de la
d e m o c rac ia ate n ie n s e , im p ugn ó la p o lis d e m o c rátic a p o s tu lan d o un
p rin c ip io de d e s igu ald ad n atu ral. P ue d e q ue esto no s ign if ic ara, en su
m an e ra de e n te n d e r las c o sas, q ue las d e s igu ald ad e s n atu rale s e n tre lo s
h o m b re s b as taran p a ra d ar c ue n ta y j u s t if ic ar la d iv isió n e n tre go b e r­
n an te s y go b e rn ado s; p e ro e sa divisió n p o r sí m ism a f ue p ara P lató n un
p rin c ip io n atu ral y n e c e sario , b asad o en la p artic ió n de l alm a e n tre e le ­
m en to s q ue e ran «b u e n o s » y o tro s q ue e ran «m a lo s », p artic ió n q ue se
re p ro d u c ía en la in s o s layab le d iv isió n d e l trab ajo e n tre aq u e llo s q ue
trab ajan p a ra gan arse e l suste n to y aq ue llo s q ue lo s go b ie rn an . A ris tó ­
te le s, asim ism o , h ac e h in c ap ié en q ue e x is te un a divisió n n atu ral y n e ­
c e s aria e n tre lo s e le m e n to s q ue go b ie rn an y lo s go b e rn ado s, y en su p o ­
lis id e al e sa divisió n se re f le ja en la d is tin c ió n e n tre las «c o n d ic io n e s » y
las «p a r t e s » de la p o lis .
C ic e ró n p ro c e d e a e n f o c ar la c ue stió n de la d e s igu ald ad de un a m a­
n e ra d if e re n te . S in d ud a c o m p arte las o p in io n e s de P lató n y de A ris tó ­
te le s so b re la n e c e s id ad de la d e s ig u ald a d p o lític a. I n c luso tie n e un a
c o n c ep c ió n trip a rt it a d e l alm a, q ue , c o m o se ap re c ia en el dis c urs o de
L e lio en la R e p ú b lic a , trad u c e de m an e ra e x p líc ita en un p rin c ip io de j e ­
rarq u ía p o lít ic a e im p e rial. T al c o m o e x p o n e de m an e ra m e r id ia n a ­
m en te c lara en D e lo s d e b e re s y en o tras o b ras, c ie rtam e n te c re e en un a
d iv isió n so c ial de l trab ajo q ue s u b o rd in a a lo s h o m b re s q ue e je rc e n
o c up ac io n e s in n o b le s y v u lgare s a aq ue llo s q ue lle v an un a v id a n o b le.
A l m ism o tie m p o , c o m p arte c o n lo s esto ic o s la c o n c e p c ió n de un c o s­
m o s im b u id o de un p r in c ip io u n iv e rs al de raz ó n , q ue n o só lo rige el
un iverso sin o q ue re sid e tam b ié n en e l alm a de to do h o m b re. E ste p r in ­
c ip io rac io n al div in o ad o p ta la f o rm a de le ye s ab s o lutas , un iv e rs ale s ,
in m u tab le s y e te rn as , q ue re gulan e l o rde n c ó sm ic o y e s tab le c e n las
n o rm as é tic as d e l c o m p o rtam ie n to h um an o . T o do s lo s seres h um an o s,
 D e la p o li s a l im p e rio 17 9
en p rin c ip io , tie n e n la c ap ac id ad in n ata de c o n o c e r e stas le ye s n a t u ra ­
le s , p ue sto q ue to do s c o m p arte n la m ism a razó n c ó sm ic a. E sta razó n
in n ata y u n iv e rs al c o n stituye , a la vez, un a c o m un id ad un iv e rs al, un a
c o s m ó p o lis a la q ue p e rte n e c e n to do s lo s se re s h um an o s en to das las
é p o c as y lugare s.
Y a h em o s e n c o n trado , sin d u d a, e l p rin c ip io c o sm o p o lita c ap az de
c o e x is tir c o n la dis tin c ió n — y q uiz ás in c lus o de re f o rz arla— e n tre lo s
q ue m an dan y lo s q ue so n m an dado s. P e ro , so b re to do c uan do se c o m ­
b in a, c o m o es en e l c aso de C ic e ró n , tan to c o n el alm a d iv id id a en do s
p arte s , q ue f ue d e s c artad a p o r las te o rías e sto ic as an tiguas d e l o rde n
c ó sm ic o , c o m o c o n un c o m p ro m iso in e q uív o c o c o n un o rde n p o lític o
n o igu alit ario , la R e p ú b lic a ro m an a d o m in ada p o r la aris to c rac ia, este
p rin c ip io es de m asiado p arad ó jic o p ara q ue te n ga u n a e x p lic ac ió n . P o ­
d ría de se c h arse s im p le m e n te c o m o un a in c o h e re n c ia irre d u c tib le , pero ,
p ue sto q ue C ic e ró n (m ás un e s tad is ta q ue un f iló so f o ) q uiso in t e r p r e ­
tar p o r to do s lo s m edio s e l c o n c ep to de le y n atu ral de un a m an e ra q ue
la f ilo so f ía e sto ic a n un c a h ab ía h e c h o , es in te re s an te e x p lo rar las f in a­
lid ad e s a las q ue sirvió m ie n tras tan to en la p ro s e c uc ió n de sus f in es
p o lític o s.
Ig u al d ad mo r al , d e sig u a l d a d po l ít ic a
E n p rim e r lu g a r p lan te e m o s la c ue stió n de n tro de un a p e rs p e c tiv a
h istó ric a m ás am p lia. L a te o ría p o lític a o c c id e n tal n o in ven tó la n o c ió n
de ig u a ld a d h um an a. L a an tigu a f ilo so f ía c h in a, p o r e je m p lo , c ue n ta
c o n sus p ro p ias f o rm as de igu alitaris m o . L a te o ría p o lític a o c c id e n tal,
en c am b io , al m en o s en algun o s m o m en to s f un d am e n tale s de su h is to ­
ria, se en f re n tó al p ro b le m a m uy e sp e c íf ic o de h allar un a m an e ra de e x ­
p lic a r y ju s t if ic ar e l do m in io s o b re la b a s e d e un a ig u ald a d n atu ral. O ,
dic h o c o n o tras p alab ras , dado e l sup ue sto de la ig u a ld a d , el p e n s a­
m ie n to p o lític o de O c c id e n te tuvo q ue h a lla r las f o rm as de e x p lic a r y
ju s t if ic ar la d o m in ac ió n c o m o tal. L a n o c ió n de un a ig u a ld a d n a t u ral
p asó a ser un a c ue stió n p ro b le m átic a c uan d o , y p re c is am e n te p o r e llo ,
se e m p are jó c o n un c ue stio n am ie n to de la id e a m ism a de au t o rid a d y
do m in ac ió n . S ie m p re y c uan d o e l p r in c ip io de d o m in ac ió n n o f ue ra
c ue stio n ado e n sus p ro p io s té rm in o s — ya f uese c o m o m an dato d e l c ie ­
lo o in c lus o , s e n c illam e n te , b asán d o se en la tr ad ic ió n — e ra p e rf e c t a­
m en te c o m p atib le c o n la ig u ald ad f un dam e n tal h um an a. P ero c uan do el
18 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ro p io p rin c ip io de d o m in ac ió n e ra se riam e n te c ue s tio n ad o , la c o sa
c am b iab a to talm e n te . E l p e so de la ju s t if ic ac ió n p asó a re c ae r m uc h o
m ás so b re la de sigualdad h um an a c o m o b ase n atu ral p ara la do m in ac ió n
y la d e s igu ald ad so c ial. E n esas c irc un stan c ias , un a n o c ió n de igu ald ad
n atu ral p o d ía sup o n e r un a grave am en aza p ara las e lite s do m in an tes.
C uan do la p le b e c ue stio n ó la au to rid ad ap e lan d o a la ig u ald a d n atu ral,
fue p re c is o id e ar e s trate gias te ó ric as y p o lític as q ue p e rm itie ran s u p e ­
rar la am e n aza y h ac e r q ue las ide as de m o c rátic as ac ab aran v o lv ié n d o ­
se en c o n tra de e llas m ism as.
L a h is to ria de e sta e s trate gia e m p ie z a en la an tigua G re c ia. E l p r in ­
c ip io de do m in ac ió n , c o m o ya vim o s, f ue p ue sto en te la de ju ic io , en la
te o ría y en la p rác tic a, de m an e ras p a rt ic u la re s q ue d is tin gu ie ro n a
G re c ia de o tras gran d e s c iv iliz ac io n e s an tiguas . E n la c o m un id ad de
c iu d ad an o s q ue c o n stituía la an tigua p o lis grie ga, la p r in c ip al re lac ió n
p o lític a n o e ra la q ue se d ab a e n tre go b e rn an te s y súb dito s, sin o la r e ­
lac ió n e n tre c iu d ad an o s . P e ro e sto n o s ign if ic ab a q ue lo s c iu d ad an o s
f ue ran igu ale s en té rm in o s so c iale s o e c o n ó m ic o s, sin o q ue lo s señ o res
de las t ie rras y lo s c am p e sin o s p e rte n e c ían al m ism o c ue rp o de c iu d a ­
dan o s, y c o m p artían un a igu ald ad c ívic a. E sto dio lu g ar a un a n ue va e s­
f e ra p o lític a, en la q ue las divisio n e s so c iale s p ro f un das, y lo s c o n f lic to s
de c las e en p artic u lar, se d e s p le garo n en té rm in o s n o só lo de lu c h as
ab ie rtas p o r el p o der, sin o en las d e lib e rac io n e s y lo s d e b ate s c o t id ia ­
n o s de las as am b le as y lo s t rib u n ale s . A sim ism o , sign if ic ó q ue , q uiz á
p o r p rim e ra vez en la h is to ria, h ub o u n a im p o rtan te te n sió n e n tre la
ig u ald a d e c o n ó m ic a y la ig u ald a d p o lític a.
E ste es el c o n te x to en q ue las n o c io n es de igu ald ad p lan te aro n n u e ­
vo s p ro b le m as a aq u e llo s q ue q u e rían j u s t if ic ar la d o m in ac ió n . G ran
p arte d e la f ilo so f ía grie ga an tigua, c o m o h em o s visto , estuvo m o tiv ada
p o r la n e c e s id ad de tr at ar esto s p ro b le m as. A l p o n e r en te la de ju ic io la
d e m o c rac ia, y al t r a t a r de d e f e n d e r un p rin c ip io de j e ra rq u ía so c ial,
P lató n , p o r e je m p lo , o p tó p o r la e s trate gia de h allar un n uevo p rin c ip io
de j e rarq u ía q ue f ue ra su p ran atu ral o , si n o , dire c tam e n te so b re n atural;
q ue tras c e n d ie ra c u alq u ie r ig u ald a d n atu ral. E sta p are c ía s e r la e s tra te ­
gia m ás s e gu ra en un c o n te x to en e l q ue la d e m o c rac ia sup o n ía un la r ­
go de saf ío p ara las e lite s do m in an te s. L a s e p arac ió n , sin e m b argo , e n ­
tre la ig u a ld a d c ív ic a y la d e s ig u ald a d de c las e h ab ía ab ie rto n ue vas
p o s ib ilid ad e s . H asta aq u e l m o m en to , sie m p re h ab ía sido e v id e n te q ue
e l e stado re p re s e n tab a la do m in ac ió n , c o n c re tam e n te a llí do n de se s u­
p o n ía q ue lo s h o m b res e ran igu ale s p o r n atu rale z a. P e ro ah o ra, e l p ro ­
 D e la p o li s a l im p e rio 18 1
p ío e stad o — de h e c h o , so b re to do el e s tad o — re p re s e n t ab a la ig u a l­
d ad . P ese a las d e s igu ald ad e s so c iale s, to do s lo s c iud ad an o s , en su n u e ­
v a id e n tid ad p o lític a, e ran iguale s. E sto sign if ic a q ue h ab ía n ue vas m a­
n e ras de d is im u lar las re lac io n e s de d o m in ac ió n , c o n tal q ue f ue ran
am p arad as b ajo la c ap a de la c iu d a d a n ía y la ig u a ld a d c ív ic a. N o e ra,
p o r sup ue sto , un a c ue stió n se n c illa. P ero , c o m o vim o s, A le jan dro M a g ­
no y sus suc eso re s ado p taro n algo p are c id o a e sta e s trate gia c uan do , en
la de f en sa de la n ue va c o s m ó p o lis im p e rial, se re c lam aro n lo s valo re s de
la p o lis , e in c luso de la de m o c rac ia.
L as e lite s h ac e n d ad as de la R o m a re p u b lic an a se e n f re n taro n a a l­
gun o s de lo s m ism o s p ro b le m as q ue sus h o m ó lo go s grie go s. E n esto
tam b ié n e stuvie ro n o b ligado s a alc an z ar ac ue rdo s y ac o m o do s p o lític o s
c o n las c lases in f e rio re s c o n o b je to de p re s e rv ar el o rde n so c ial y s alv a­
gu a rd ar sus p ro p ie d ad e s . A q uí, lo s dueñ o s de las tie rras y lo s c am p e s i­
no s c o m p artían tam b ié n un a id e n t id a d p o lític a c o m o c iu d ad an o s de
R o m a. P ero h ab ía d if e re n c ias im p o rtan te s e n tre la R e p ú b lic a ro m an a y
la de m o c rac ia ate n ie n se , dif e re n c ias q ue die ro n o c asió n , o re q u irie ro n ,
e s trate gias id e o ló gic as d if e re n te s. L a r e p ú b lic a e s tab a, a to das lu c e s ,
do m in ad a p o r la aris t o c rac ia s e n ato rial, c uya do m in ac ió n tam b ié n e ra
ac e p tad a en la e sf e ra de lo c ívic o . L o s ro m an o s n un c a de s arro llaro n la
n o c ió n de «u n c iud ad an o , un v o to », sin o q ue só lo c o n tab an c o n lo s v o ­
to s de grup o ; la id e n t id ad de la c iu d ad n o dis o lv ía n i e c lip s ab a la d iv i­
sió n e n tre p atric io s y p le b e yo s, p atro n o s y c lie n te s, e l S e n ado y e l p u e ­
b lo ro m an o . L a p ro p ie d ad p riv ad a n o só lo te n ía un a de f in ic ió n ju ríd ic a
m ás c lara, sin o q ue e ra, ade m ás, un a p rio rid ad p o lític a d e c isiva, y el in ­
m en so im p e rio t e r r it o r ia l de R o m a e ra m uy dis tin to de la f le x ib le re d
de alian z as y sub o rd in ac io n e s aten ien se s.
C uan do , en tiem p o s de C ic e ró n , la re p ú b lic a se d e sin te gró , la c ue s ­
tió n m ás ap re m ian te a la q ue se e n f re n tó la aris t o c rac ia s e n ato rial no
e ra un a am e n az a q ue v in ie ra de ab ajo , sin o q ue e ra su p ro p ia auto des-
truc c ió n . L a te o ría p o lít ic a de C ic e ró n c o n stituyó a to das luc e s un a
re sp ue sta a e sta c ris is de la aris t o c rac ia ro m an a. L a m an e ra en q ue p e r ­
c ib ió la c risis y sus c ausas m o de ló sus re sp ue stas te ó ric as, y p u e d e d a r ­
n o s, e n tre o tras c o sas, c ie rta p e rc e p c ió n de c uál e ra su c o n c e p c ió n de
la le y n atural.
T al c o m o af irm a en su o b ra E n d e fe n s a d e S e s tio , C ic e ró n c o n tin úa
la t raye c to ria d e d e c ad e n c ia re p u b lic an a h as ta la é p o c a de lo s G rac o .
A c é rrim o ad v e rs ario de las re f o rm as agrarias re d is trib u tiv as y de lo s
m ie m b ro s de la c las e d ir ig e n te q ue las d e f e n d ían , c o n s id e ra aq u e lla
18 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
é p o c a de la h is to ria de R o m a c o m o e l m o m en to en q ue f in aliz ó la e d ad
de o ro de la re p ú b lic a. A p a rt ir de e n to n c e s, la e lit e s e n ato rial q ue dó
f at íd ic am e n te d iv id id a e n tre q uie n e s d e s e ab an p re s e rv ar la au to rid ad
d e l S e n ado y sus trad ic io n e s an tiguas , lo s m o s m aio ru m , o c o stum b re s
de lo s an te p asado s, y q uie n e s c o m p lac ían a la p le b e ap o yan do al t r ib u ­
n ado , las ref o rm as agrarias y lo s de re c h o s de las asam b le as de la p le b e
en c o n tra d e l S e n ado . E sta divisió n e n tre o p tim a te s y p o p u la re s , q ue a l­
c an zó un p un to c ulm in an te en la c o n sp irac ió n de C at ilin a, c o n tin uó
sien do , a lo s o jo s de C ic e ró n , un p e ligro m o rtal p ara la p az y la e s t a b i­
lid ad . L a re s p o n s ab ilid ad de q ue as í f u e ra re c aía de lle n o en lo s p o p u ­
la re s .
C ic e ró n sitú a el c o n te x to de su p rin c ip al o b ra so b re lo s p rin c ip io s
f un d am e n tale s de l e stad o , D e la R e p ú b lic a , en la é p o c a de lo s G rac o ,
aun q u e c laram e n te se t rat a de un c o m e n tario a su p ro p ia é p o c a. L a
o b ra es q uiz á tam b ié n , c o m o algun o s c o m e n taristas h an in d ic ad o , un a
re sp ue sta al D e R e ru m N a tu ra de L uc re c io , o b ra q ue e stab a sien do am ­
p liam e n te le íd a en lo s c írc ulo s de la e lite , p o rq ue C ic eró n p are c e c o n si­
d e rar q ue sus p rin c ip io s e p ic ú re o s so n un a am e n az a p ara la v id a c ívic a
y e l m o s m a io ru m . E n e l diálo go , C ic e ró n se p o n e , sin am b igü e d ad e s ,
d e l lado de lo s d is tin guido s p artíc ip e s q ue so n ac re ditado s e n em igo s de
lo s G rac o . S e t rat a de h o m b res a lo s q ue C ic e ró n ve n e ra p o rq ue p e rs o ­
n if ic an las trad ic io n e s an tiguas y e l m o s m a io ru m . L o s p re s e n t a c o m o
m o de lo s p ara su p ro p ia é p o c a de d is c o rd ia, en la q ue la e lit e s e n ato rial
se m ueve p o r la in s ac iab le c o d ic ia de p o d e r y riq u e z a, sin las lim it ac io ­
n es q ue p o d ía im p o n e rle la trad ic ió n , e l p ro p ó sito n o b le o el d e b e r c í­
vic o . C ic e ró n tie n e e sp e ran z as de re s tab le c e r u n a re p ú b lic a c a ra c t e r i­
z ada p o r un c u m d ig n ita te o tiu m , la p az o e l o c io c o n d ign id ad , un le m a
q ue no s in d ic a tan to su de se o de u n a arm o n ía c ív ic a d ign a en la q ue
c ad a h o m b re re c ib e lo q ue m e re c e se gún su v a lía c o m o la as p irac ió n
aris t o c rátic a a un a v id a de o c io c o n d ign id ad .
E n las c irc u n s tan c ias t a l c o m o C ic e ró n las p e rc ib ía, ¿c ó m o p o d ía
p e rs u ad irs e a la c lase d irige n te ro m an a p a ra q ue v o lv ie ra a las c o stum ­
b re s de sus an te p asad o s? ¿C ó m o se la p o d ía p e rs u a d ir p ara q ue ad o p ­
t a ra e l m o s m a io ru m c o m o p rin c ip io re c to r y re s tau rara un a re p ú b lic a
c arac t e riz ad a p o r la p az s o c ial y la d ign id ad , un e stado arm o n io so en el
q ue lo s d e re c h o s y las re c o m p e n sas e s tu v ie ran re p artid o s a d e c u a d a ­
m e n te e n tre lo s h o m b re s, se gún su m é rito y v alía, so b re la b as e de l
p rin c ip io de la ig u ald a d p ro p o rc io n al, y en el q ue tan to el e stado c o m o
lo s c iud ad an o s q ue lo d ir ig ie ran d is f ru taran c u m d ig n ita te o tiu m ?
 D e la p o li s a l im p e rio 18 3
A ese p ro p ó sito , o b viam e n te , le e ran n e c e sario s algun o s p rin c ip io s.
Y lo q ue C ic e ró n tie n e q ue d e c ir so b re e l e stado y la p ro p ie d ad re s u lt a,
d e sde un p un to de vista e straté gic o , in d is p e n s ab le . C uan d o no s r e f e r i­
m o s a lo s e sto ic o s, vim o s q ue, se gún C ic e ró n , «la p e c u lia r f un c ió n de l
e stado ( c ivita s ) y de la c iu d ad es garan tiz ar a c ad a h o m b re la lib re e im ­
p e rt u rb ab le p o te s tad so b re su p ro p ia p ro p ie d a d p a r t ic u la r ». A s im is ­
m o , vem o s de q ué m o do las re f o rm as q ue p ro p o n e n la re d is trib u c ió n
de la t ie r ra — en las q ue «u n h o m b re q ue n u n c a h a t e n id o p ro p ie d ad
a lg u n a » to m a «p o s e s ió n de un a tie rra q ue h ab ía sido o c up ad a p o r o tro
d uran te m uc h o s añ o s o in c luso duran te siglo s », y q ue aq ue l q ue la h ab ía
te n ido an tes de b e p e rd e rla— q ue b ran tan lo s p rin c ip io s de la e q u id ad .
E sto s p asaje s n o só lo so n sign if ic ativo s p o rq ue e x p o n e n el c o m p ro m i­
so c ic e ro n ian o c o n el c arác te r sagrad o de la p ro p ie d ad , su e n tre ga a b ­
n e gad a a lo s in te re s e s de las c lases h ac e n d ad as y la f irm e o p o sic ió n de
C ic e ró n a las re f o rm as agrarias y a q uie n e s las im p u ls ab an o s e c u n d a ­
b an , sin o tam b ié n p o r to do lo q ue se s ab e s o b re la c o n c e p c ió n q ue
C ic e ró n te n ía d e l e stado . L o so rp re n d e n te no es q ue c o n c e da tan ta im ­
p o rtan c ia a la p ro te c c ió n de la p ro p ie d a d c o m o un p ro p ó s ito { e l p r o ­
p ó sito e se n c ial d e l e stado ), sin o e l h e c h o de q ue o f rezc a un a de f in ic ió n
f o rm al de l e stad o c o m o n in gún o tro f iló so f o o c c id e n tal h ab ía h e c h o
h asta en to n c es.
T al c o m o h em o s visto , la b ie n d e f in id a c o n c ep c ió n ro m an a de un a
p ro p ie d ad e x c lus iv a ib a ac o m p añ ada de u n a dis tin c ió n p artic u lar e n tre
lo p úb lic o y lo p rivado . E sto re q u e ría un a d e f in ic ió n de la e sf e ra p ú b li­
c a, so b re to do d e l e stado , de un a m an e ra q ue , en c am b io , la e x p e rie n ­
c ia grie ga n o lo e x igía. A l igu al q ue lo s grie go s, n u n c a e lab o raro n un a
id e a c lara de la p ro p ie d ad ; n un c a, tam p o c o , f ue ro n m ás allá de la n o ­
c ió n de esf e ra p ú b lic a, la p o lis , c o m o sin ó n im o de la c o m un idad de c iu ­
dadan o s . L a R e p ú b lic a de R o m a y e l d e re c h o ro m an o f o m e n taro n la
p e rc e p c ió n de un a e sf e ra p ú b lic a c laram e n te d e f in id a y un a c o n c e p ­
c ió n d e l e stado c o m o e n tid ad f o rm al, s e p a rad a de lo s c iud ad an o s de
lo s q ue c o n stab a, in c lus o dif e re n te de las p e rso n as p artic u lare s q ue en
un m o m en to dado la go b e rn ab an . C ic e ró n ac e p ta e l de saf ío de d e f in ir
e l e stado de un m o do q ue c uad re c o n la c o n c ep c ió n ro m an a de la p ro ­
p ie d a d y c o n la re lac ió n e n tre la p ro p ie d a d y e l e stado . Y lo h ac e p o r
un a s e rie de razo n e s b as tan te s o b vias. C o m o id e al de c las e d irige n te
tie n e a un a c lase q ue c o m b in a e l dis f rute y e l aum en to de sus p atrim o ­
n io s c o n las e x ige n c ias de la v irtu d c ívic a, y de este m o do se p lan te a la
tare a de c o n c e p tu ar la re lac ió n e n tre la e sf e ra de lo p ú b lic o y la esf era
18 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de lo p rivado , de tal m o do q ue p e rm ita m an te n e r el c arác te r sagrado de
la p ro p ie d a d p riv ad a al tie m p o q ue h aga h in c ap ié en las o b ligac io n e s
p úb lic as.
E n e l c e n tro de su d e f in ic ió n se h a lla la c arac t e riz ac ió n q ue h ac e
d e l e stado c o m o «u n a un ió n de un gran n úm e ro de h o m b res q ue están
de ac ue rdo en lo q ue es c o rre c to y justo , y q ue se h an aso c iado en aras
d e l in te ré s c o m ú n ».28 J u s t ic ia e in te ré s c o m ún se h allan un ido s de m a­
n e ra in e x t r ic a b le en la f o rm ulac ió n de C ic e ró n , q ue r e q u ie re q ue , en
to do s lo s asun to s p úb lic o s y p rivado s, se c o n c e da a c ada p e rso n a lo q ue
se m e re c e , su d ig n ita s , al tiem p o q ue se p re se rva e l in te ré s c o m ún . C o n ­
c e d e r a c ad a p e rs o n a lo q ue m e re c e s ign if ic a q ue to do s de b e n ab s te ­
n e rse de in ju riars e sin c ausa ju s t if ic ad a, c um p lir las p ro m e sas dadas y
lo s c o n trato s y re s p e tar to d a p ro p ie d ad , ya se a p ú b lic a o p riv ad a. P ero
lo q ue c ad a p e rs o n a m e re c e d e p e n d e de su v alía, y C ic e ró n n o de ja
so m b ra de d u d a de q ue , c o n in d e p e n d e n c ia de o tras c o sas q ue p ue d an
de te rm in ar la v alía de un h o m b re, la riq u e z a y la c un a so n d e c isivas, y
la v id a de un n o b le v ale m ás q ue la de un trab ajad o r. E sto s so n lo s
p rin c ip io s de ju s t ic ia q ue d ic ta la le y n a t u ral, c o n trariam e n te a la o p i­
n ió n de lo s f iló so f o s, so b re to do lo s e p ic úre o s y lo s e sc é p tic o s, q ue h a ­
b ían su ge rid o q ue la j u s t ic ia e ra m e ram e n te u n a c ue stió n de c o n ve n ­
c ió n . E x iste u n a j u s t ic ia n a t u r a l q ue , a ju ic io de C ic e ró n , de b e e s tar
re f le jad a tam b ié n en el de re c h o c o n s ue tu d in ario y en e l e s tatutario . S i
las le ye s h e c h as p o r lo s h o m b res n o se ad e c úan a lo s d ic tado s de la le y
n a t u ral, n o so n v e rd ad e ras le ye s , y un e stado go b e rn ad o p o r e ste tip o
de le ye s n o es un v e rd ad e ro e stado .
L a je rarq u ía de la ley, q ue de sc ie n de a p artir de la le y de la n a t u rale ­
za, se h a lla en e l c en tro de la te o ría p o lític a de C ic eró n . L a ley, e sc rib e ,
. . . n o es u n a in ve n c ió n d e l e s p írit u h u m a n o n i u n e d ic to p ro m u lg a ­
d o p o r lo s p u e b lo s , s in o a lg o e te rn o q u e g o b ie rn a e l m u n d o e n te ro p o r
su s a b e r a la h o ra d e p re s c rib ir o d e p ro h ib ir. E llo s e s tá n a c o s t u m b ra d o s
a d e c ir q u e e s ta ley, a la ve z la p rim e ra y la ú lt im a , es e l e s p írit u d e D io s ,
c u ya ra z ó n rig e t o d a s la s c o s a s , p ro m u lg a n d o o b lig a c io n e s y p ro h ib ic io ­
n e s . P o rq u e ta l es su o rig e n , la le y q u e lo s d io s e s h a n d a d o a l g é n e ro
h u m a n o h a s id o ju s ta m e n te a la b a d a , p u e s es la ra z ó n y el e s p írit u d e u n
s a b io le g is la d o r, q u e s a b e q u é es p re c is o o rd e n a r y d e q u é es p re c is o
a p a rt a r a lo s h o m b re s .29
2 8 . D e la R e p ú b l i c a , ! , 3 9 .
2 9 . D e la s le y e s , I I . iv. 8 .
 D e la p o li s a l im p e rio
E n D e la R e p ú b lic a , de sp ué s de h ab e r in sis tid o en la u n iv e rs alid ad
y la in m u tab ilid ad de la le y v e rd ad e ra, p asa a ad v e rtir «q u e e l S e n ado o
la p le b e n o p u e d e n ser lib e rad o s de sus o b ligac io n e s ».
A l c o lo c ar la j u s t ic ia n atu ral en el c en tro de su c o n c e p c ió n d e l e s ­
tado , C ic eró n le ads c rib ió a éste c ie rto tip o de p ro p ó sito m o ral. S in e m ­
b argo , e ste p ro p ó s ito es im p o sib le de d is o c iar de su n o c ió n de in te ré s
c o m ún , q ue tie n e p o c o q ue ver c o n un a m e ta m o ral su p e rio r y se r e la ­
c io n a, en c am b io , c o n lo s in te re se s m un dan o s de la p ro p ie d ad , la p az,
la s e gu rid ad y e l b ie n e s t ar m ate rial. E n ese asp e c to , su m an e ra de e n ­
t e n d e r e l e stado y su p ro p ó s ito p are c e q ue tie n e m ás c o sas en c o m ún
c o n P ro tágo ras q ue c o n P lató n , ya q ue se p re o c u p a m en o s p o r la c o n ­
sum ac ió n de un a n atu rale z a h um an a sup e rio r q ue p o r las c o m o didades
n o rm ale s de la v id a c o tidian a. E n D e la s L e ye s , el e lo gio q ue h ac e de la
rac io n alid ad h um an a in c luye un a ap re c iac ió n de las arte s p rác tic as no
m uy d is tin ta de la q ue h izo P ro tágo ras. E x iste , in c lus o , c ie rta s im ilitu d
e n tre la c o n c ep c ió n c ic e ro n ian a de la ju s t ic ia c o m o un se n tido h um an o
un iv e rs al e in n ato , q ue p e rm ite a las p e rso n as v iv ir jun tas en arm o n ía y
de m an e ra h o lgad a, disf rutan do de lo s b e n e f ic io s de las arte s y la razó n ,
y la c o n c ep c ió n de un se n tido in n ato y un iv e rs al de la ju s t ic ia y e l r e s ­
p e to h ac ia lo s dem ás q ue h ac ía p o sib le , se gún P ro tágo ras , la v id a c iv i­
liz ad a y de sah o gad a de la p o lis .
P ero las c o n c lusio n e s p o lític as q ue C ic e ró n e x trae so n m uy d is t in ­
tas de las de P ro tágo ras. E l se c o lo c a f in alm e n te d e l lado de P lató n y de
sus juic io s an tide m o c rátic o s so b re las ap titu d e s p o lític as de lo s art e s a­
n o s en ge n e ral y de lo s z ap ate ro s y lo s h e rre ro s en p artic ular. E n su d is ­
c urso «E n de f en sa de F lac c o », e ste gran ad m irad o r de la c u ltu ra g rie ga
p o n e de m an if ie sto su f irm e av e rsió n a la d e m o c rac ia ate n ie n se , a t a ­
c an do a «a q u e llo s z ap ate ro s y c u r t id o r e s », a aq u e llo s «art e s an o s , c o ­
m e rc ian te s y a to d a la e s c o ria» p re s e n te en la A sam b le a, q ue f uero n la
ru in a de la A te n as d e m o c rátic a y sup o n e n un a le c c ió n s alu tíf e ra p a ra
la p ro p ia rale a de dem ago go s de la R e p ú b lic a ro m an a. E n D e la s L e ye s ,
así c o m o en o tras o b ras y disc urso s, de ja b ie n c laro su de sp re c io h ac ia
aq u e llo s q ue se d e d ic an a o c up ac io n e s se rvile s y e l c o m p le to de sdé n
q ue sie n te p o r lo s p o b re s, a lo s q ue c o m p ara c o n c rim in ale s , m ie n tras
c an ta las alab an z as de las o c up ac io n e s ap ro p iad as p a ra lo s n o b le s,
c o m o so n la gu e rra, la p o lític a o la f ilo so f ía, as í c o m o e l c o m erc io o la
ag ric u lt u ra a gran e sc ala. E l aris tó c rata id e al y e l líd e r p o lític o es e l só ­
lid o p ro p ie tario te rrate n ie n te , e in c luso lo s b e n e f ic io s de riv ado s de l c o ­
m e rc io d e b e rían id e alm e n te in v e rtirse en tie rras .
18 5 18 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
N o es de e x trañ ar, e n to n c e s, q ue al e x am in ar en D e la R e p ú b lic a lo s
diverso s tip o s de c o n stituc ió n , C ic e ró n c o n c luya q ue, de lo s tip o s s e n ­
c illo s — re ale z a, aris t o c rac ia y d e m o c rac ia— , la d e m o c rac ia es c la r a ­
m en te e l peo r. L a ig u ald a d de m o c rátic a, au n q u e e l d e m o s go b ie rn e de
f o rm a p ru d e n te y s ab ia, in f rin ge lo s p rin c ip io s de la j u s t ic ia y la e q u i­
d ad , ya q ue n ie ga a lo s h o m b re s sus justo s — y d e s igu ale s — m é rito s:
«p u e s al o to rgar un h o n o r igu al a lo s h o m b res sup e rio re s y a lo s m ás in ­
f e rio re s — p ue s en to do p u e b lo h ay h o m b re s de am b as ín d o le s — la
p ro p ia “e q u id a d ” re s u lt a se r de lo m ás in ju s ta; algo q ue no su c e d e en
lo s e stado s go b e rn ado s p o r sus m ejo re s c iu d ad a n o s ».30 L a m e jo r f o rm a
de e stado es un a c o n stituc ió n m ix ta, c uyo justo e q u ilib rio se alc an z a en
e l c o n f lic to de c lase e n tre ric o s y p o b re s, q ue , m ie n tras as e gura c ie rto
grad o de lib e rta s a c ad a h o m b re , la d is trib u ye de m an e ra d e s ig u al e n ­
tre sus c iu d ad an o s según la d ig n ita s d e sigual. C o m o en la R e p ú b lic a r o ­
m an a, e x iste un a j e ra rq u ía de ó rden es so c iale s y, c o n e lla, un o rde n j e ­
rárq u ic o de de re c h o s p o lític o s.
C ic e ró n lo gra c o m b in ar, de e ste m o do , lo q ue p are c e n se r p r in c i­
pio s de m o c rátic o s de ig u ald a d aritm é tic a c o n un a n o c ió n aris t o c rátic a
de la ig u a ld a d «p ro p o rc io n a l», at rib uye n d o a to do s lo s h o m b re s un
se n tido de la ju s t ic ia de la m an e ra q ue lo h ac ía P ro tágo ras , au n q u e
id e n tif ic an d o la j u s t ic ia c o n la je ra rq u ía so c ial y p o lític a a la m an e ra de
P lató n . C ic e ró n n o p e rc ib e n in gu n a c o n trad ic c ió n e n tre sus p ro p io s
p rin c ip io s p o lític o s y lo s de P lató n , y se p re s e n t a c o m o un f ie l se guid o r
de lo s p aso s de l f iló so f o ate n ie n se , in c lus o h asta e n lo s título s q ue e lige
p a ra sus do s o b ras p rin c ip ale s de te o ría p o lític a. P ero se d if e re n c ia de
su gran p re d e c e s o r grie go en q ue la f ilo so f ía de P lató n e ra d e m asiad o
ab strac ta, u tó p ic a, en tan to q ue las in te n c io n e s de C ic eró n so n m uy e x ­
p líc it a s , p o lític as y p rác tic as . A sim ism o , es p o s ib le q ue a un d e f e n so r
de las e lite s h ac e n d ad as de la R o m a re p u b lic an a, c uya s u p e rio rid ad e ra
ef e c tiv am e n te in d is c u tid a, lo s p e ligro s igu alitario s de la id e a c o sm o p o ­
lit a le p a re c ie ran m en o s in m e d iato s de lo q ue a las c lases h ac e n d ad as
de la A te n as de m o c rátic a les p are c ía el p rin c ip io de igu ald ad .
P ue d e sern o s ú t il re c o rd ar a q u í e l p ap e l q ue d e se m p e ñ ab a la «le y
n o e s c r it a » en la d e m o c rac ia ate n ie n se . S i b ie n lo s d e m ó c ratas — f iló ­
so fo s, dram aturgo s o c iud ad an o s c o rrie n te s— p o dían s e gu ir ap e gad o s
a las id e as de le ye s un iv e rsale s, o b ligac io n e s c o m o las d e riv ad as de l p a ­
re n te sc o o la ve n e rac ió n a lo s dio se s, la re lac ió n e n tre e ste tip o de le ye s
3 0 . D e la R e p ú b li c a 1 , 5 3 .
 D e la p o li s a l im p e rio 18 7
y lo s n o m o i de la p o lis se h a b ía c o n v e rtido en u n a u rge n te c ue stió n
p rác tic a en tan to s se n tido s q ue se p o n ían en te la de ju ic io las le ye s no
e sc ritas en su c o n jun to , ya f ue ran de o rigen h um an o o d e c re tad as p o r
la n atu rale z a. H em o s p re s e n c iad o las te n sio n e s e n tre las e te rn as le ye s
n o e sc ritas y la le y c ívic a en la A n tig o n a de S ó f o c les, p e ro e stas te n s io ­
n es se h ic ie ro n p artic u larm e n te v isib le s c uan do , de sp ué s d e l go lp e o li­
g árq u ic o q ue lle v ó al p o d e r a lo s T re in ta T iran o s, lo s c o n f lic to s e n tre
lo s de m ó c ratas y lo s o ligarc as in s tigaro n a q ue la d e m o c rac ia q ue a c a ­
b ab a de ser re s tau rad a p ro h ib ie ra e l re c urso a la le y n o e s c rita de b ido
a sus p ro f un das aso c iac io n es o ligárq u ic as . P ara lo s p artid ario s de la d e ­
m o c rac ia n o e ra sim p le m e n te un a c ue stió n de p o n e r p o r e sc rito las le ­
yes a f in de q ue f ue ran c o n o c idas p o r to do s lo s c iu d ad an o s y p ro t e ge r­
lo s de lo s jue c e s aristo c rátic o s. F un d am e n talm e n te , la n o c ió n de le y no
e s c rita se h ab ía lle gad o a id e n tif ic ar c o n lo s p rin c ip io s o ligárq uic o s de
la d e s igu ald ad n atu ral, la id e a de q ue lo s h o m b res n o e ran igu ale s p o r
f u s is (n aturale z a) q ue , p ara lo s de m ó c ratas, h ab ía sido ju stam e n te c ue s ­
t io n ad a p o r la n o c ió n de ig u a ld a d c ív ic a. P lató n , p o r sup ue sto , f ue el
p rin c ip al e x p o n e n te f ilo só f ic o de e sta m an e ra o ligárq u ic a de ve r las c o ­
sas, so b re to do a travé s de la id e n tif ic ac ió n q ue h izo de la ju s t ic ia c o n
la d e s igu ald ad , so b re la b ase de un p rin c ip io sup e rio r de o rden c ó sm i­
c o . P ara lo s o p o n e n te s de m ó c ratas, la le y no e sc rita re p re s e n tab a la in ­
ju s t ic ia, n o la ju s t ic ia, y lo s h o m b res d e b ían re c u rrir a las le ye s de la p o ­
lis p a ra re c ib ir lo q ue le s c o rre s p o n d ía a sus justo s m é rito s. L a p o lis y
sus n o m o i, c o m o vim o s en la t rage d ia grie ga, h ab ían su stituid o al c ao s
sin f in de la v e n gan z a de san gre y la v io le n c ia irrac io n al. E n ese s e n t i­
do , la le y c ív ic a, las le ye s e s c ritas de la n atu rale z a, re p re s e n t ab an el
triun f o de la razó n y de la «s a g r a d a p e rs uas ió n ».
E n la c o n c ep c ió n q ue C ic e ró n tie n e de la le y n at u ral vem o s algo
m uy distin to . E s c ie rto , sin d u d a, q ue la le y n atu ral c ic e ro n ian a in c luía
f o rm as de c o m p o rtam ie n to q ue h ab rían c o n gen iado tan to c o n las de lo s
dem ó c ratas c o m o c o n las de lo s o ligarc as; lo m ism o h ab ría suc e dido c o n
su c o n c ep c ió n de un a igu ald ad m o ral un iversal en tre to do s lo s h o m b res.
P e ro en la le y un iv e rs al de la n atu rale z a de C ic e ró n y en las le ye s t r a s ­
c en den tes de la razó n h ay in sc rita un a d e s igu ald ad h um an a f un d am e n ­
tal, q ue s ign if ic a q ue lo s p rin c ip io s de la o ligarq u ía re sp o n de n a un
m an dato divin o y sup e rio r a la le y c ivil. N o p o r n ad a se c o n side rab a un
se guid o r de P lató n . L a n o c ió n c ic e ro n ian a de le y n atu ral p ue de , al m e ­
no s en este se n tido , e n te n de rse , de h ec h o , c o m o un a traduc c ió n de la f i­
lo so f ía e té re a de P lató n a la le n gua de la p o lític a m un dan a de R o m a.
18 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
L a c o m b in ac ió n de le y n a t u ra l e ig u a ld a d p ro p o rc io n al, c o m o C i­
c eró n la p re s e n t a, p are c e re d u c irs e a esto : ig u a ld a d de o b ligac ió n , d e ­
s igu ald ad de de re c h o s. C o n e ste e sp e c íf ic o p ro ye c to p o lític o p re s e n te ,
n o es de e x t ra ñ a r q ue la c arg a de la le y n a t u r a l se a «r e s t r ic c ió n »,
«p r o h ib ic ió n » y «a p r e m io », q ue se ap lic an a to das las c las e s , q ue lla ­
m a a las e lit e s a ac t u ar c o n c o m e d im ie n to y, a la p le b e , a m an te n e rs e
en su lu gar. E n las c irc u n s tan c ias h is tó ric as y p o lític as d e l m o m en to a
las q ue se e n f re n tó e l e s t ad is t a ro m an o , las v e n tajas de e sta f ó rm ula
so n c laras . S u s c rib e , p re c is am e n t e , e l tip o de «c o n s t it u c ió n m ix t a »
q ue f avo re c e y p ro p ic ia, as e guran d o a to do s lo s c iu d ad an o s c ie rta c o n ­
d ic ió n m o ral e in c lu s o p o lít ic a , m ie n tras d e le ga la a u t o rid a d d e l g o ­
b ie rn o a la e lit e aris t o c rátic a. A sim ism o , tie n e la v irtu d de llam ar al o r ­
de n a un a aris t o c rac ia d e s m an d ad a, re f re n an d o sus e x c e so s al tie m p o
q ue re s p e ta su p ro p ie d a d y su d o m in io p o lític o . P o r ú ltim o , au n q u e
C ic e ró n d ic e re alm e n te m uy p o c o d e l im p e rio al q ue se rvía y d e l q ue
p e rs o n alm e n te se b e n e f ic ia b a, su f ó rm u la p o lít ic a tuvo su ap lic ac ió n
en la de f e n sa de l im p e rialis m o ro m an o , al b r in d a r ap o yo f ilo só f ic o a la
id e a ro m an a d e un im p e rio b e n e v o le n t e , en e l q ue lo s s u p e rio re s go ­
b ie rn an a lo s in f e rio re s en in te ré s de am b o s, c o n f o rm e a la le y de la n a ­
tu rale z a.
E n la de f en sa q ue C ic e ró n h ac e d e l im p e rio , al igu al q ue o c u rrie ra
en e l c aso de sus p re d e c e s o re s h e le n ís tic o s , la id e a de c o s m ó p o lis se
c o m b in a c o n — m e jo r dic h o : se d e riv ab a de — la id e o lo gía c ív ic a c uyo
o rige n e stab a en la p o lis . P o r un lad o , el I m p e rio ro m an o d e p e n d ía, en
gran m e d id a, d e l llam ad o siste m a m u n ic ip al, un a alian z a de u n id ad e s
o s te n s ib le m e n te au to go b e rn ad as q ue , a su vez, e ran d o m in ad as p o r
aristo c rac ias lo c ale s. Y , p o r o tro lad o , al ig u a l q ue A le jan d ro , h ab ía d e ­
f in id o su au to rid ad im p e rial c o m o c o sm o p o lita. L a id e a de las c o sm ó -
p o h s p o d ría t rad u c irs e en e l I m p e rio ro m an o «u n iv e r s a l», q ue e x t e n ­
d e ría la c iu d ad a n ía ro m an a m uc h o m ás allá de lo s lím ite s de la R o m a
m e tro p o litan a. L a c iu d ad a n ía , p o r s u p ue sto , ya n o s ign if ic ab a lo q ue
h ab ía sign if ic ad o en la p o lis d e m o c rátic a, sin o q ue e ra un in strum e n to
id e o ló gic o e f ec tivo al servic io de la h e ge m o n ía im p e rial. C o n e l tiem p o ,
esa id e o lo gía ac ab aría p o r tran s m u tar la c o s m ó p o lis im p e rial ro m an a,
jun to c o n la le y n a t u ral q ue la go b e rn ab a, en la «I g le s ia u n iv e rs al» de l
c ristian ism o .
 D e la p o li s a l im p e rio 18 9
El c r ist ia n is m o r o m a n o : de Pa b l o de Ta r so a Ag u st ín d e H ipo n a
L as raíc e s d e l c ris tian ism o en las c o n dic io n e s c o n c re tas d e l I m p e ­
rio ro m an o p are c ían p o c o e vide n te s, al m en o s en la im agin ac ió n de lo s
laic o s . L a p e c u liar m e z c la q ue es la te o lo gía c ris tian a d if íc ilm e n te p o ­
d ría h ab e r s urgid o en algún o tro lugar, ya q ue am algam ó la id e a im p e ­
rial ro m an a jun to a las as p irac io n e s u n iv e rsalistas y el de re c h o ro m an o ,
e l m o n o teísm o j u d aic o , el p agan ism o ro m an o , la trad ic ió n f ilo só f ic a
g rie ga y e l le gad o de la m o n arq uía h e le n ís tic a (y la auto p ro c lam ac ió n
de A le jan d ro c o m o h ijo de un dio s).
E l su rgim ie n to de un c ris tian is m o e s p e c íf ic am e n te ro m an o q ue , a
p a rt ir de e n to n c e s, d aría f o rm a a la trad ic ió n de la te o ría p o lític a o c c i­
d e n tal se c o m p re n de rá m ejo r si e x am in am o s c o n d e talle la tran sf o rm a­
c ió n de la fe c ris tian a, q ue c o n vierte a un a se c ta e se n c ialm e n te t rib a l en
un a re ligió n u n iv e rs al(is ta), y q ue de un a f ac c ió n j u d a ic a re b e ld e h ac e
el f un dam e n to id e o ló gic o d e l im p e rio . L a h is to ria de e sta tran s f o rm a­
c ió n se in ic ia c o n P ab lo de T arso y c ulm in a c o n A gustín de H ip o n a. S u
e se n c ia es la c re ac ió n de un un iv e rsalism o p artic u lar, q ue p e rm ite a la
au to rid ad sup re m a y o m n ip o te n te de un so lo D io s c o e x is tir c o n lo s p o ­
de re s te m p o rale s m ás o m en o s ab so luto s de e m p e rado re s y re yes, y q ue
la ig u ald a d de to d a la h u m an id ad an te D io s c o e x is ta c o n las d e s ig u a l­
dad e s so c iale s m ás e x tre m as y las rígid as je ra rq u ías t e rre n ale s , de un
m o do n o m uy d is tin to al d e lic ad o e q u ilib rio q ue ya h em o s visto en el
c o sm o p o litism o m o dif ic ado de l e sto ic ism o ro m an o y en el c o n c ep to c i­
c e ro n ian o de le y n atu ral.
E l e q u ilib rio d o c trin al q ue llevó a c ab o e l c ristian ism o ro m an o tuvo
un as c o n dic io n e s so c iale s, p o lític as y c u ltu rale s m uy p art ic u la re s . S in
d u d a p re s up uso la p e c u liar am algam a im p e rial e n c arn ad a en S aulo de
T arso , q ue m ás tard e , de sp ué s de su c o n ve rsió n , se h aría llam ar P ab lo ,
un ju d ío h e le n iz ad o y (q uiz á) c iu d ad an o ro m an o .31 P e ro , m ie n tras la
c ap it al d e l im p e rio se d e sp laz ó de O c c id e n t e a O rie n te , de R o m a a
C o n s tan tin o p la, c o n la p ro c lam ac ió n , h e c h a p o r e l e m p e rad o r C o n s ­
tan tin o en e l siglo IV d. C ., de l c ris tian ism o c o m o la re ligió n d e l im p e ­
3 1. H a h a b id o u n a c o n s id e r a b le p o lé m ic a e n t o r n o a la c iu d a d a n ía r o m a n a q u e lo s
H e c h o s d e lo s A p ó s t o le s a t r ib u y e n a P a b lo . P e r o a u n q u ie n e s p o n e n t a l a t r ib u c ió n e n
t e la d e ju ic io e s t á n d is p u e s t o s a a c e p t a r q u e , a lo s u m o , d e b ió d e p e r t e n e c e r , p r o b a ­
b le m e n t e , a u n a s u e r t e d e p o li t e u m a , u n a c o m u n id a d a la q u e e l I m p e r io r o m a n o le
c o n c e d ió c ie r t o s d e r e c h o s a u t ó n o m o s q u e , s i b ie n n o e q u iv a lía n r e a lm e n t e a la c iu d a ­
d a n ía ro m a n a , le p e r m it ía n d is fr u t a r d e a lg u n a s lib e r t a d e s y p r iv ile g io s a n á lo g o s .
19 0 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
rio , e l triun f o y la e lab o rac ió n d e l c ris tian ism o p aulin o d e p e n d ió de la
c re c ie n te div e rge n c ia de lo s im p e rio s de O rie n te y O c c id e n te , q ue vio
s u rgir un a te o lo gía la t in a c arac t e rís tic a, q ue ec h ó raíc e s en las p ro v in ­
c ias de O c c id e n te y q ue dio sus f ruto s en e l n o rte d e l Á f ric a ro m an i­
zado .
E l c ris tian ism o se d e sarro lló de m an e ra p a rale la al e stado im p e rial.
E l de sarro llo de la do c trin a c ris tian a, su c o n c ep c ió n de la d iv in id ad y la
re lac ió n de la h u m an id ad c o n D io s se h allan in e x tric ab le m e n te un ido s
a la id e a im p e rial ro m an a, q ue tuvo c am b io s im p o rtan te s d u ran te lo s
p rim ero s siglo s de la e ra c ristian a. A m e d id a q ue el estado im p e rial d e s ­
p lazó a la v ie ja re p ú b lic a y se d e sarro lló se gún su p ro p ia ló gic a, el m ito
d e l p rin c e p s q ue go b e rn ab a c o n jun tam e n te c o n e l S e n ado de las p rim e ­
ras dé c ad as im p e riale s dio p aso , in e v itab le m e n te , al e m p e rad o r c o n c e ­
b id o c o m o un d o m in u s ab so luto . A l m ism o tie m p o , la n o c ió n re p u b li­
c an a de im p e rio c o m o e l f ru to de las c o n q uistas le gítim as lle v ad as a
c ab o p o r la c iu d ad - e s tad o de R o m a s e ría s u s t it u id a p o r u n a id e a m ás
c o sm o p o lita de un «im p e rio m un d ial de c arác t e r s u p ran ac io n al», en el
q ue to do s lo s p ue b lo s e ran igu alm e n te go b e rn ad o s p o r un so lo líd e r
ab so luto y de l q ue R o m a ya n o e ra su ún ic o c e n tro .32 N o es d e s c ab e lla­
do c o n sid e rar la c ris tian iz ac ió n de l im p e rio c o m o la c o n sum ac ió n c u l­
t u ra l de e sta tran sf o rm ac ió n .
E l im p e rio p asó p o r un a c ris is a m e diado s de l siglo III d. C ., c u an ­
do su u n id a d se vio am e n az ad a p o r un a f ragm e n tac ió n de c o n s e c ue n ­
c ias f atíd ic as y sus f ro n te ras c o m en zaro n a de sm o ro n arse. C uan do , p o r
un tiem p o , re surgió c o n re n o vado vigo r, lo h izo grac ias a la re vo luc ió n
m ilit ar y b u ro c rát ic a c o m p le tad a p o r e l p rim e r e m p e rad o r c ris tian o ,
C o n s tan tin o , q uie n la re f o rzó id e o ló gic am e n te c o n la c o n ve rsió n d e l
im p e rio al c ristian ism o . P e ro la c o n so lidac ió n de la b u ro c rac ia d e l e s ­
tado n o sign if ic ó el d e b ilitam ie n t o de la aris t o c rac ia im p e rial. A l c o n ­
trario , dio lu g a r a un a n ue v a c las e d irig e n t e m uc h o m ás am p lia, un a
«a r is t o c r a c ia d e l s e rv ic io », c uyas f un c io n e s m ilitare s y de de se m p e ñ o
de lo s c argo s o f ic iale s c o n f e ría a q uie n e s f o rm ab an p arte de e lla un a c ­
c eso sin p re c e d e n te s a la riq u e z a.33 A l m ism o tie m p o , las p ro v in c ias o c ­
c id e n tale s , en las q ue la se p arac ió n e n tre ric o s y p o b re s e ra c ad a vez
m ayo r, p asaro n a e star do m in adas c ad a vez m ás p o r la aris t o c rac ia ha-
3 2 . W o lfg a n g K u n k e l, A n I n t r o d u c t i o n to R o m a n L e g a l a n d C o n s t i t u t i o n a l H i s to r y ,
2" e d . , O x fo r d , C la r e n d o n P r e s s , 1 9 7 3 , p á g s . 5 0 - 5 1 , 6 2 - 6 3 .
33. P e t e r B r o w n , T h e W o r ld o f L a t e A n t i q u i t y : f r o m M a r c u s A u r e l i u s to M u h a m ­
m a d , T h a m e s a n d H u d s o n , L o n d re s , 19 7 1 , pá g s. 2 4 - 2 7 .
 D e la p o li s a l im p e rio 19 1
c e n dada, q ue h ab ía am asado un a riq ue z a q ue , según se h a e stim ado , e ra
de m e d ia c in c o vec es m ás gran d e q ue la q ue tuvo en sus m an o s la c lase
s e n ato rial d e l siglo I d. C . E sto s ign if ic ab a, asim ism o , un c am b io im ­
p o rtan te en la c u ltu ra u rb an a de l im p e rio . L a v id a p ú b lic a de las an t i­
guas c o m un idade s c ívic as dio p aso a un a p riv ac id ad in tro s p e c tiv a, y la
ac c ió n b e n e f ac to ra de la aris t o c rac ia c iv il dio p aso a las f as tuo sas o s ­
te n tac io n e s de riq u e z a p riv ada.
T an to la c o n so lidac ió n de l e stado im p e rial c o m o la aris t o c rac ia a s ­
c e n de n te , so b re to do en O c c id e n te , m o lde aro n la e vo luc ió n de la te o ­
lo gía c ris tian a. A un q ue es p o sib le re p re s e n t ar de m an e ra c o n vin c e n te
lo s c am b io s en la id e a im p e rial c o m o el triun f o de l O rie n te h e le n is ta
so b re el O c c id e n te ro m an o , y e l triu n f o de las n o c io n e s de re ale z a
o rie n tale s so b re e l re p ub lic an is m o ro m an o , h ay o tro e le m e n to im p o r­
tan te en este p ro c eso q ue p e rte n e c e de m an e ra e sp e c íf ic a al c ris t ia n is ­
m o o c c ide n tal. E l «c e s aro p ap is m o » b iz an tin o surgió en O rie n te , c o m o
un a un ió n de re ligió n y e stado en la q ue el c ris tian ism o re c o n o c ía y
ac e p tab a su s u b o rd in ac ió n a la au t o rid a d p o lít ic a , d e jan d o e l re s id uo
e s p iritu al d e l m istic ism o f ue ra d e l estado . O c c ide n te , en c am b io , c o n el
tie m p o p ro dujo su p ro p ia n o c ió n c arac t e rís tic a de do s p o de re s igu ale s ,
un o te m p o ral y o tro e s p iritu al, c ad a un o de ello s c o n sus in stituc io n e s
y j e rarq u ías te rre n ale s . L a id e a de do s p o de re s igu ale s p u e d e q ue f ue ra
m ás un m ito q ue un a re alid ad , p e ro in d ic a algun o s rasgo s sub yac e n te s
al im p e rio de O c c ide n te q ue , de m an e ra d e c isiva, m o lde aro n su f o rm a­
c ió n te o ló gic a.
L as f ue n te s d e l d ualism o c ris tian o o c c id e n tal p u e d e n e n c o n trars e
en las c o n dic io n e s so c iale s y c u ltu rale s q ue ya h em o s visto al t rat ar so ­
b re e l ré gim e n ro m an o de p ro p ie d ad y la p e c u liar d ic o to m ía e n tre p ú ­
b lic o y p riv ado a la q ue dio lugar. L o s ro m an o s, en c o n dic io n e s s o c ia­
le s m uy c o n c re tas, lib ra ro n un d is p o sitiv o c o n c e p tu al q ue se p re s tab a
p artic u la rm e n te b ie n p a ra c ap t a r y c o m p re n d e r e s tru c tu ras d is tin tas
au n q u e c o e x is te n te s de au t o rid a d (c o m o en sus c o n c e p c io n e s de la
p ro p ie d a d y d e l e stad o , o de l d o m in iu m y d e l im p e riu m ) . L as m ism as
d is tin c io n e s p o d ían u tiliz ars e p ara m o d if ic ar lo s p rin c ip io s de u n iv e r­
s a lid a d y de c o m un idad, c o m o lo s q ue h ab ían e s tab le c id o lo s esto ic o s,
p e rm itie n d o a lo p a rt ic u la r y a lo p riv ado in v ad ir la e sf e ra de lo u n iv e r­
sal y c o m ún .
A sí, p o r e je m p lo , S é n e c a (h. 3 a. C .- 6 5 d. C .) e x p lic ab a la do c trin a
e sto ic a de m o stran do de q ué m o do to das las c o sas p u e d e n se r c o n s id e ­
radas c o m un es, al m en o s p o r lo s h o m b res sab io s, m ie n tras sigue n s ie n ­
19 2 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
do p ro p ie d ad e s in d iv id u a le s y p riv ad as . S é n e c a e s tab le c ía un a in t e r e ­
san te an alo gía c o n lo s de re c h o s de l e m p e rado r: «E l C é sar lo po see to do
p o r su au to rid ad [ im p e r io ] » . S in e m b argo , al m ism o tie m p o e l se n tido
en e l q ue to do es suyo a títu lo de «im p e r iu m » de b e d is tin gu irs e d e l
m o do en q ue las c o sas le p e rte n e c e n c o m o p ro p ie d ad p e rs o n al a título
de p atrim o n io , «p o r e l de re c h o re al y la p r o p ie d a d » o d o m in iu m . S é ­
n e c a e n to n c e s p asab a a ap lic ar e sta an alo gía a lo s dio se s, p e rm itié n d o ­
n o s an aliz ar en d e t alle la ló gic a c o n c e p tu al q ue un e la id e a de a u t o ri­
d ad d iv in a a las c o n c e p c io n e s ro m an as de la p ro p ie d ad : «D e h ec h o ,
to do p e rte n e c e a lo s dio se s, p e ro no to do e stá c o n sagrado a lo s dio ses
y [ . . . ] só lo en el c aso de las c o sas q ue la re ligió n h a as ign ado a un a d i­
v in id ad c ab e h a lla r s a c r ile g io ».34
E ra un a f o rm a de p e n sar la p ro p ie d ad y las e sf e ras de la au to rid ad
lo q ue h ac ía p o s ib le in s is t ir en un lo g o s c ó sm ic o u n iv e rs al, en un a le y
n atu ral u n iv e rsal y c o m ún a to do s, en la ig u ald a d de to do s lo s se re s h u ­
m an o s y en la e x c lu s iv a p re e m in e n c ia de un D io s o m n ip o te n te , al
tie m p o q ue se guía p ro c lam án do se el c arác t e r sagrado de la p ro p ie d ad
p riv ad a, la le g it im id a d de la d e s igu ald ad so c ial y la au to rid ad ab so luta
de lo s go b ie rn o s t e rr e n a le s , e n tre e llo s lo s q ue , d e s d e c u a lq u ie r p u n ­
to de vista raz o n ab le , c ue stio n ab an , de algún m o do , lo s p rin c ip io s é t i­
c o s de la le y d iv in a o de la le y n atu ral. S e tr a t a b a de un a m an e ra de
p e n sar q ue re f le jab a las re alid ad e s h istó ric as de un im p e rio c o sm o p o li­
ta, q ue ap e lab a a p rin c ip io s un iv e rsalistas p ara suste n tar su le gitim id ad ,
al tiem p o q ue c o e x istía c o n un tip o de ré gim en de p ro p ie d ad p riv ada, al
q ue tam b ié n so ste n ía, sin p re c e d e n te s: la un ió n c arac t e rís tic a de un e s­
tado p o dero so y u n a f ue rte p ro p ie d ad p riv ad a q ue , c o m o h em o s visto ,
e ra b astan te dif e re n te re sp ec to de o tras gran de s c iviliz ac io n e s an tiguas.
G ran p arte de la f ilo so f ía e sto ic a ro m an a, p o r n o h ab lar d e l de re c h o r o ­
m an o , se de dic ó a m an te n e r este e q u ilib rio p e c u liar de f e n die n do las as­
p irac io n e s de l im p e riu m d e l e stado al tie m p o q ue c o n so lid ab a e l c arác ­
te r sagrad o d e l d o m in iu m p riv ad o . T an só lo se re q u irie ro n ajuste s
c o n c e p tuale s de o rde n m en o r p ara t rad u c ir e sta ló gic a d u alis ta, c o n su
c arac t e rís tic a div isió n e n tre do s esf e ras de au to rid ad , a la divisió n p a r ­
t ic u larm e n te c ris tian a o c c id e n t al en un re in o e s p irit u a l y un re in o s e ­
c ular.
E l N uevo T estam en to at rib u ye a las p alab ras de J e s ú s e l p rin c ip io
d e q ue d e b e «d a r s e al C é s ar lo q ue es d e l C é s ar y a D io s lo q ue es de
34. D e lo s b e n e f i c i o s , V I I , vi- vii.
 D e la p o li s a l im p e rio 19 3 19 4 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

D io s ». E n un c iado de e sta se n c illa m an e ra, el p rin c ip io es b astan te c o n ­ lo s m a g is t r a d o s n o s o n d e t e m e r p a r a lo s q u e o b r a n b ie n , s in o p a r a lo s

s is te n te c o n e l e sto ic ism o m o d if ic ad o de S é n e c a. S i b ie n n o p o n e en q u e o b r a n m a l. ¿ Q u ie r e s v i v i r s in t e m o r a la a u t o r id a d ? H a z e l b ie n y

d u d a la p re e m in e n c ia de D io s, la u n iv e rs alid ad de su le y d iv in a y su t e n d r á s s u a p r o b a c ió n , p o r q u e e s m in is t r o d e D io s p a r a e l b ie n . P e r o si
h a c e s e l m a l, te m e , q u e n o e n v a n o lle v a la e s p a d a . E s m in is t r o d e D io s ,
«p r o p ie d a d » so b re to do en este m un do y en e l m ás allá, e n c ue n tra, no
v e n g a d o r p a r a c a s t ig o d e l q u e o b r a m a l. E s p r e c is o s o m e t e r s e n o s ó lo
o b s tan te , e l m o do de d ar c ab id a al re in o de la au t o rid a d ab s o lu ta de l
p o r t e m o r d e l c a s t ig o , s in o p o r c o n c ie n c ia . P o r t a n t o , p a g a d le s lo s t r i ­
C ésar. E l im p e riu m c ó sm ic o de D io s c o e x iste c o n e l d o m in iu m te rre n al
b u t o s , q u e s o n m in is t r o s d e D io s o c u p a d o s e n e s o . P a g a d a t o d o s lo q u e
d e l C ésar, de ig u al m an e ra q ue el im p e riu m te m p o ral d e l C é s ar c o e x is ­
d e b á is ; a q u ie n t r ib u t o , t r ib u t o ; a q u ie n d e r e c h o d e p a s o , d e r e c h o d e
te c o n e l d o m in iu m p riv ado de lo s c iud ad an o s h ac e n dado s de l im p e rio .
p a s o ; a q u ie n t e m o r, t e m o r ; a q u ie n h o n o r , h o n o r .36
P ab lo , e l f u n d ad o r d e l c ris tian ism o t a l c o m o lo c o n o c e m o s, f ue
q uie n , al d e f e n d e r la o b e d ie n c ia ab s o luta a lo s p o de re s te rre n ale s , e m ­
E sta p ro c lam ac ió n de la au tó rid ad div in am e n te o rd e n ad a d e l e m ­
p e zó el p ro c eso de trad u c c ió n , a un a te o lo gía c ris tian a sis te m átic a, de
p e rad o r p u e d e in t e rp re t a rs e en m ás de un so lo s e n tido . L a id e o lo gía
la do c trin a de la d iv in id ad u n iv e rsal y d e la igu ald ad e s p iritu al de to do s
q ue ap o ya al p rim e r e m p e rad o r c ris tian o , C o n s tan tin o , la d e s c rib e el
lo s se re s h um an o s an te D io s, c o m b in ad a c o n las d e s ig u ald a d e s t e r r e ­
o b isp o E use b io en su c é le b re o rac ió n de alab an z a a C o n stan tin o (q ue
n ale s de p ro p ie d ad , j e r a r q u ía so c ial y au to rid ad p o lític a ab so luta. E s ­
es d if íc il de ig u a la r en su o b se q uio sa gran d io s id ad ), c uan do id e n tif ic a
t ab le c ió sus p rin c ip io s un iv e rsale s d e sv in c u lan d o e l c ris tian ism o de la
al e m p e rad o r c o m o e l re p re s e n t an te de D io s, in c lus o su p a r t íc ip e , la
le y h e b re a y s u s titu ye n d o e l p a rt ic u la ris m o de lo q ue e ra un a re ligió n
p e rs o n if ic ac ió n t e rre n al d e l lo g o s divin o . P e ro p e se al gran alc an c e q ue
e s e n c ialm e n te t r ib a l p o r un a d o c trin a m o ral tras c e n d e n te , q ue e x t e n ­
sin d u d a tu v ie ro n las c o n se c ue n c ias de e sta d o c trin a, en la te o lo gía
d ía la ig u ald a d a to do s lo s seres h um an o s, grie go s o ro m an o s en ig u al
p a u lin a e n c o n tram o s o tro te m a, q ue s e ría p le n am e n t e e lab o rad o só lo
m e d id a q ue a lo s ju d ío s , y a lo s e sc lavo s n o m en o s q ue a sus am o s. L a
en e l O c c ide n te c ristian o , en c o n dic io n e s e sp e c íf ic am e n te o c c ide n tale s:
«r e c t it u d de D io s », e sc rib e P ab lo , se m an if ie sta ap arte de c u alq u ie r ley.
e l e m p e rad o r n o c o m o e l re p re s e n tan te de D io s en la T ie rra o la p e rs o ­
E n esto , p e rte n e c e a las trad ic io n e s h e le n ís tic a y e sto ic a d e l c o sm o p o ­
n if ic ac ió n d e l lo g o s div in o , sin o c o m o el so b e ran o s e c ular (sin d ud a in ­
litis m o , c o n la q ue de b ió de h ab e rse f am iliariz ad o n o só lo a travé s de la
v e stido p o r D io s) de un a h u m an id ad c aída.
f ilo so f ía e sto ic a, sin o de la S e p tu a g in ta , la trad u c c ió n q ue lo s S e te n ta
P ue d e sern o s ú t il e x am in ar e l c o n te x to en e l q ue P ab lo e sc rib ió su
h ic ie ro n d e l A n tiguo T estam en to al grie go en la é p o c a h e le n ís tic a, en la E p ísto la a lo s R o m an o s y la im p o rtan c ia q ue sus c o n te m p o rán e o s a t r i­
c ual c ie rta ap e rtu ra c o sm o p o lita a lo s ge n tile s m o d if ic a la h asta e n to n ­ b u iría n a la re af irm ac ió n p a u lin a de lo s p rin c ip io s c o sm o p o litas y u n i­
c es e x c lu s iv id a d j u d ía de la B ib lia h e b re a .35 E l un iv e rsalism o p a u lis t a, v e rs alis tas f re n te al p art ic u la ris m o de la le y j u d a ic a. A p arte de c u a l­
sin e m b argo , es un a e s p ad a de do b le f ilo . P o r un lad o , af irm a q ue t o ­ q uie r o tra c o n se c ue n c ia q ue p u d ie ra te n e r la d o c trin a p a u lin a , y tan to
do s lo s se re s h um an o s tie n e n el m ism o v alo r m o ral y, p o r o tro , de ja las si e n tre lo s p rim e ro s c ris tian o s tuvo lu g a r en algún m o m e n to un c o n ­
d e s igu ald ad e s so c iale s de la esf e ra te m p o ral n o só lo sin c ue stio n ar, sin o f lic to e n tre u n iv e rsalistas «h e le n is t a s » y «h e b r e o s » p a rtic u laris tas o no ,
q ue de h e c h o las ap o ya, o rd e n an d o su ac e p tac ió n , y af irm a c o n gran e l un iv e rs alis m o de P ab lo p r e s e n t ab a algu n as ve n tajas e v id e n te s p ara
é n f asis la au to rid ad ab s o luta d e l e stado sec ular. las au to rid ad e s p agan as de R o m a y las e lit e s de l im p e rio . P ue d e q ue el
c ris tian ism o e m p e z ara sien do un m o vim ie n to de lo s p o b re s q ue vivían
T o d o s h a n d e e s t a r s o m e t id o s a la s a u t o r id a d e s s u p e r io r e s , p u e s n o
en las c iu d ad e s , p e ro el m e n saje de P ab lo d irigid o a las c lase s p ró s p e ­
h a y a u t o r id a d s in o b a jo D io s ; y la s q u e h a y, p o r D io s h a n s id o e s t a b le c i­
ras e ra d e c id id am e n te m ás t ran q u iliz ad o r de lo q ue f ue ro n , p o r e je m ­
d a s , d e s u e r t e q u e q u ie n s e re s is t e a la a u t o r id a d re s is t e a la d is p o s ic ió n
p lo , las c o n vic c io n e s de o tro s c ris tian o s ju d ío s q ue , siguie n d o a J e s ú s ,
d e D io s , y lo s q u e la re s is t e n s e a t r a e n s o b r e s í la c o n d e n a c ió n . P o r q u e
p re d ic a b an un igu alitaris m o q ue n o se lim it ab a a la e sf e ra m o ral o e s ­
35. P a r a u n e x a m e n d e t e n id o d e la r e la c ió n d e P a b lo y la S e p t u a g i n t a , vé a s e C a lv in
p ir it u a l, sin o q ue re p u d ia b a lo s v alo re s m at e rialis t as y llam ab a a lo s
R o e t z e l, P a u l: T h e M a n a n d t h e M y t h , T . & T . C la r k , E d im b u r g o , 1 9 9 9 , e n e s p e c ia l la s
p á g s. 16 - 17 . 36. E p ís t o la a lo s R o m a n o s , 13 .
 D e la p o li s a l im p e rio 19 5
c ris tian o s a h ac e r do n ac ió n de sus riq ue z as a la c o m un idad. I n c luso el
é n f asis de P ab lo en la salvac ió n a travé s de la fe m ás q ue p o r las o b ras
t e n ía c laras v e n tajas p ara aq u e llo s q ue te n ían m uc h o q ue p e rd e r si se
ad h e rían al E van gelio so c ial.
L a e s c lav itu d e ra tam b ié n c o m p atib le c o n la d o c trin a p aulin a de la
ig u ald a d un iv e rs al. P ab lo h izo un llam am ie n to a lo s sie rvo s p ara q ue
o b e d e c ie ran a sus am o s «s e g ú n la c arn e , c o m o a C risto , c o n te m o r y
te m b lo r, en la se n c ille z de vue stro c o raz ó n ; no sirv ie n d o al o jo , c o m o
b us c an d o ag ra d ar al h o m b re , sin o c o m o siervo s de C risto , q ue c um ­
p le n de c o razó n la v o lun tad de D io s; sirv ie n d o c o n b u e n a v o lu n tad ,
c o m o q uie n sirv e al S e ñ o r y n o al h o m b re ; c o n s id e ran d o q ue a c ad a
un o le re t rib u irá e l S e ñ o r lo b ue n o q ue h ic ie re , tan to si es siervo c o m o
si es lib r e ».37 L o s p rin c ip io s p aulin o s o b ligan al señ o r, al am o , a re c o ­
n o c e r y a ac e p tar la ig u ald a d m o ral d e l siervo tratán d o lo b ie n , p e ro no
re p re s e n tan n in gu n a re c us ac ió n de la in stituc ió n de la e sc lavitud.
L o s p rin c ip io s te o ló gic o s m ás b ásic o s de P ab lo d e b ie ro n de re s u l­
t a r m uc h o m ás grato s a las au to rid ad e s d e l e stad o ro m an o q ue e l j u ­
daism o o e l c ris tian ism o ju d ío de la I gle s ia de J e ru s a lé n . E n un a ép o c a
en q ue la re b e lió n j u d ía se o p o n ía a la h e ge m o n ía ro m an a y re h u s ab a
ac e p tar la d iv in id ad d e l e m p e rado r, en tan to q ue , p o r su p arte , lo s c ris ­
tian o s ju d ío s n e gab an de m an e ra s ign if ic ativ a la d iv in id ad de l C é s ar
re af irm an d o la d iv in id ad de C ris to , e l at aq u e u n iv e rs alis ta q ue P ab lo
lan zó c o n tra el p artic u laris m o ju d aic o , y la s ustituc ió n q ue llevó a c ab o
d e l m o n o teísm o ju d ío p o r un c o sm o p o litism o q ue al m ism o tie m p o
d ab a al C é s ar lo q ue e ra d e l C ésar, h izo p e rd e r f ue rz a a aq ue llo s in t e n ­
to s de re c u s ar la au t o rid a d im p e rial y b rin d ó un n ue vo ap o yo al u n i­
v e rsalism o se c ular d e l I m p erio ro m an o , sustituye n do , e n tre o tras c o sas,
las as p irac io n e s te m p o rale s de la le y j u d a ic a p o r un m o n o te ísm o u n i­
v e rs alis ta q ue , a d if e re n c ia de la ve rsió n h e b re a, d e jab a in tac ta la au to ­
rid ad d e l C ésar.
E l c ris tian is m o p aulin o , dic h o de o tro m o do , lle v ó a c ab o un a
ad ap tac ió n de l un iv e rsalism o an álo ga a lo s c am b io s q ue h ab ían te n ido
lu g a r en la d o c trin a e sto ic a, un a ad ap tac ió n q ue ate m p e ró las c o n se ­
c ue n c ias ig u alit arias y su p o te n c ial re c us ac ió n de las au to rid ad e s e x is ­
te n te s h ac ie n d o q ue la d o c trin a f u e ra m ás a g ra d ab le a las e lite s de
37. E p ís t o la a lo s E fe s io s 6 : 5 - 9 . V é a s e , a s im is m o , la E p ís t o la d e P a b lo a F ile m ó n ,
e n la q u e p id e a u n c r is t ia n o r ic o q u e r e c ib a h u m a n a m e n t e a l e s c la v o h u id o q u e P a b lo
le e n vía .
19 6 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
R o m a. S e p o d ría d e c ir q ue , al ig u al q ue h ic ie ro n lo s esto ic o s ro m an o s,
P ab lo — q ue e stab a f am iliariz ad o c o n la f ilo so f ía de la E sto a e in f luido
p o r lo s p e n sad o re s e sto ic o s— lo gró e ste e f e c to re in tro d u c ie n d o un a
sue rte de d ualism o q ue p e rm itía un a s e p arac ió n e n tre , de un lad o , la
e sf e ra m o ral o e s p iritu al, en la q ue e l lo g o s c ó sm ic o d ic tab a un a ig u a l­
d ad u n iv e rs al y, d e l o tro , e l m un do m ate rial en e l q ue las d e s igu ald ad e s
so c iale s e in c lus iv e la e s c lav itu d p r e v ale c ían y la au to rid ad p o lític a e s ­
ta b a f ac u lt a d a p ara im p o n e r u n a o b e d ie n c ia ab s o luta y u n iv e rs al, al
ig u al q ue lo s am o s p o d ían o b ligar a sus esc lavo s.
P e ro e l c ris tian ism o re q uirió de sus p ro p io s m e dio s c arac te rís tic o s
de div isió n de las e sf e ras de au to rid ad . P ara lo s e sto ic o s, b a s t ab a c o n
re c o n o c e r q ue , en el m un do re al, n o to do s lo s h o m b res e ran sab io s, de
m o do q ue la v id a c o m ún t e rre n al de lo s h o m b res y las m uje re s c o rrie n ­
tes de c arn e y h ue so d e b ía re girs e p o r c ie rto tip o de é tic a p rác tic a y un
le galism o ate m p e rad o p o r la e q u id ad . L a de f e n sa e sto ic a de la p ro p ie ­
d ad , e l im p e rio y la j e ra rq u ía p o lít ic a ro m an o s se vio f o rtale c id a, o b ­
v iam e n te , p o r lo s in te n to s de s u s titu ir e l m o n ism o de la E sto a an tigua
p o r algo q ue se as e m e jara a lo s p rin c ip io s p lató n ic o s d e l do m in io y la
s ub o rd in ac ió n . P ero en su m ayo r p arte , lo s esto ic o s ro m an o s, c o m o v i­
m o s, se lim itaro n a c e n trars e en e l ám b ito de la é tic a lib re de las trab as
q ue le p o d ían im p o n e r las e s p e c u lac io n e s m ás p ro f un d as ac e rc a de la
p s ic o lo gía, la c o sm o lo gía o la m e taf ísic a. E l c ris tian ism o p re c is ab a de
algo m ás.
E n e l c ris tian ism o ac ab aría p o r s u rgir un a c o rrie n te n e o p lató n ic a,
q ue ad ap tó la c o n c e p c ió n p lató n ic a de un re in o tras c e n d e n te situado
m ás allá de la re alid a d e m p íric a y p o stuló la id e a d e l U n o , la d iv in a r e a ­
lid a d u n it aria, ú ltim a e in c o gn o sc ib le de la q ue e m an ab an to do s lo s d e ­
m ás n iv e le s de re alid a d . L a f ilo so f ía p lató n ic a, c ie rtam e n te , ap o rtab a
un p rin c ip io c ó sm ic o de au to rid ad y s u b o rdin ac ió n q ue p o d ía utiliz arse
— t a l c o m o algun o s esto ic o s lo h ic ie ro n — p a ra j u s t if ic ar las je rarq u ías
te rre n ale s; y q uizá se p o d ía in vo c ar la id e a d e l U n o , de l q ue e m an ab an
lo s ó rd e n e s de sc e n d e n te s de re a lid a d , en de f e n sa d e l p o d e r ab so luto
d e l e m p e rad o r, p o r e je m p lo , al m o do de E use b io y su in v o c ac ió n de l
lo g o s divin o p e rs o n if ic ad o en C o n stan tin o . A sim ism o , la an tigu a o p o ­
sic ió n p lató n ic a e n tre e l m un do s e n s ib le y e l m un do in t e lig ib le p o d ía
s e rv ir de ap o yo al d ualism o c ris tian o p aulin o . P e ro e l n e o p lato n ism o
c ris tian o en p a r t ic u la r n o e ra e l m ás in d ic ad o p a ra b r in d a r un ap o yo
p o sitiv o a las o rd e n ac io n e s so c iale s y p o lític as e x is te n te s . M ás b ie n ,
te n d ió a d e v alu ar la e x is te n c ia t e rre n al y e l re in o de lo m ate rial, y ale n ­
 D e la p o li s a l im p e rio 19 7
tó a q ue lo s c ris tian o s b u s c aran la lib e rac ió n m ís tic a de e ste m un do ,
m o vido s, sie m p re , p o r su af án de alc an z ar el re in o e s p iritu al y asim ilar,
en lo p o sib le , e l alm a h um an a a D io s. T o do e llo , sin d ud a, p udo ale n tar
un a ac e p tac ió n p asiva de la in ju s tic ia te rre n al y ap o yar, de este m o do , a
las au to rid ad e s e x iste n te s, al m en o s a f alta de o tras m ejo re s, p e ro h izo
p o c o p o r ale n t ar la re iv in d ic ac ió n de la p ro p ie d a d y e l e stado . A lo s
c ris tian o s, d e f e n d e r el o rde n p o lític o , s o c ial e im p e rial de R o m a le s s u ­
p o n ía un de saf ío m uy e sp e c ial, en v ista de su un iv e rsalism o te o ló gic o ,
go b e rn ado p o r un D io s ún ic o y o m n ip o te n te . E l c ristian ism o latin o dio
re sp ue sta a ese de saf ío de m an e ras m uy p artic u lare s .
E n ú ltim a in s tan c ia, el c o n jun to de la e s tru c tu ra p au lin a de la au to ­
rid a d d u al d e p e n d ía d e l c o n c e p to de p e c ad o . U n h e c h o llam ativ o es
q ue e l é n f asis en e l p e c ad o f ue un f e n ó m en o c ara c t e rís tic o de O c c i­
de n te , y si b ie n se ría un a in se n sate z t r a t a r de e x p lic a rlo re f irié n do n o s
só lo a las n e c e s id ad e s id e o ló gic as de la h e ge m o n ía ro m an a, n o lo se ría
m en o s ign o rar e l p ap e l q ue e l p e c ad o de se m p e ñ ó a la h o ra de re s p a l­
d ar e l p rin c ip io de d ar «a l C é s ar lo q ue es d e l C é s a r». L o s go b ie rn o s
te rre n ale s y la t o t al o b e d ie n c ia h ac ia e llo s, de ac u e rd o c o n e sta ve rsió n
d e l c ris tian is m o , so n n e c e s ario s p o rq u e só lo lo s se re s h um an o s so n ,
p o r n atu rale z a, p e c ad o re s. C ie rto es q ue , p ara P ab lo , C risto re p re s e n ­
tab a la salvac ió n de la m ác u la un iv e rs al d e l p e c ad o , p e ro en e sta v id a,
n o en la v e n id e ra, n o h a b ía m o do de e s c ap ar a la m ald ad h um an a. Y
eso e ra, p re c is am e n t e , lo q ue h a c ía de la au t o rid a d d e l C é s ar un a n e ­
c e s id ad in so slayab le . E l p rin c ip io de q ue e ra la m ald ad h um an a la q ue
d ab a le g it im id a d a las au to rid ad e s t e rre n ale s , un p rin c ip io q ue h a lla ­
m o s p re s e n te ya en P ab lo , alc an z ó su p len o d e s arro llo c o n A gustín de
H ip o n a, c o n q uie n se in ic ia u n a la rg a trad ic ió n en la te o ría p o lític a o c ­
c id e n tal q ue at rib u ye la n e c e s id ad y la le g it im id a d de la p ro p ie d ad p r i­
v ad a, así c o m o tam b ié n d e l go b ie rn o t e rre n al, a la c o n d ic ió n p e c ad o ra
de la h um an id ad .
A l m ism o tie m p o , e n tre las in s tit uc io n e s te rre n ale s q ue o rgan iz an
e ste m un do c aíd o , se h a lla la I gle s ia, y a q u í tam b ié n se h ac e m an if ie sta
la s in gu larid ad d e l c ristian ism o latin o . C e n trarse en e l p ap e l y en las e s ­
tru c tu ras de la I gle s ia es p ro p io de l O c c id e n te latin o , lo m ism o q ue su
é n f asis en e l p e c ad o y en la salvac ió n p e rs o n al. D uran te el d e sarro llo
d e l c ris tian ism o a p a rt ir d e l I m p e rio ro m an o de O rie n te y a travé s de
B iz an c io , e l e stad o p asó a ser la I gle s ia. E l im p e rio e ra la I gle s ia en la
T ie rra, al igu al q ue e l e m p e rad o r e ra su c ab e z a v isib le . E l e n f o q ue la t i­
n o f ue distin to . P ara lo s latin o s, la I gle s ia e ra la re sp o n sab le de o rgan i-
19 8 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
zar la salvac ió n p e rs o n al de lo s c ris tian o s, q ue no p o d ían ab rigar la e s ­
p e ran z a de ve r en este m un do un a arm o n ía y ju s t ic ia v e rd ad e ras y q ue
e stab an o b ligado s a c o n f iar en el C é s ar — n o c o m o un re p re s e n tan te s a ­
grado de D io s en la T ie rra, sin o c o m o un a au to rid ad p o lític a p ro f an a—
p ara q ue re gu lara sus v idas c aídas.
L a I gle s ia, de h e c h o , se c o n virtió en un a e s tru c tu ra p arale la, en un a
im age n e sp e c ular, d e l e stado ro m an o , en la q ue las f un c io n es re ligio sas
se c o n c e b ían c o m o c argo s. I n c luso las lín e as ge n e rale s de la j e ra rq u ía
so c ial ro m an a en O c c id e n te tuvie ro n su re f le jo en la I gle s ia, en la q ue
lo s o b isp o s de se m p e ñ ab an las f o n d o n e s de la aristo c rac ia se n ato rial t e ­
rrate n ie n t e . E n re alid a d , la aris t o c rac ia e c le s iás t ic a t e n d ía a p ro c e d e r
de un a m ism a e x trac c ió n so c ial; y el e p isc o p ado se c o n ve rtiría en un a de
las p rin c ip ale s in s tit uc io n e s de la ar is t o c r ac ia te rrate n ie n te , u n a re o r­
d e n ac ió n de l p o d e r aris t o c rátic o en un a é p o c a en la q ue la au to rid ad
s e c u lar se d e sm o ro n ab a.38 L o s o b isp o s, en el m un do latin o , e ran , de
h e c h o y en su c o n c e p c ió n , e l p ro d u c to d e l o rde n so c ial c arac t e rís tic o
de R o m a, e l re s u lt ad o de la auto n o m ía s in gu lar de la p r o p ie d a d de la
tie r ra y de la p re p o n d e ran c ia de la aris to c rac ia. C o n tin uaro n re p re s e n ­
tan do un p o d e r tan to s e c u lar c o m o e c le s iás tic o ; y la e vo luc ió n p a rt ic u ­
la r d e l c ris tian ism o latin o c o n tin uó sie n do la im age n e sp e c ular, c o m o
te n dre m o s o p o rtu n id ad de v e r en el s igu ie n te c ap ítulo , d e l de stin o de
las aris to c rac ias t e rrate n ie n te s , a vec es re f le jan d o su p re d o m in io y, en
o tras o c asio n es, su m an ip ulac ió n p o r p arte de p o r reyes c o m p ro m etido s
en p ro ye c to s c e n t raliz a d o re s , c o n trario s a la au to n o m ía aris t o c rát ic a .
U n a de las m uc h as iro n ías de la h is to ria es q ue , si b ie n el im p e rio se
desm o ro n ó en O c c ide n te y e l e stado im p e rial dio paso a un o rde n f ra g ­
m en tado y do m in ado p o r la aris to c rac ia te rrate n ie n te , en el O c c ide n te
latin o f ue do n de la je ra rq u ía de la I gle s ia p re se rvó las e struc turas e in s ­
tituc io n e s im p e riale s ro m an as. S i b ie n las se m illas de e sto s ac o n te c i­
m ien to s ya e stab an p re se n te s e n las e p ísto las p aulin as, h asta f in es de l s i­
glo II n o s u rg ir ía un a te o lo gía la t in a p le n am e n te ro m an a. D uran te un
largo p e río d o de tie m p o , la c u ltu ra de las e lite s c ris tian as in s tru id as
p rác tic am e n te n o se dis tin gu ió de la de sus c o n c iudadan o s p agan o s, en
e sp e c ial en e l ac e n to q ue p o n ía en la lit e rat u ra y la re tó ric a, a d if e re n c ia
de lo s in te re se s f ilo só f ic o s de O rie n te .39 L le gado s a este p un to , a n ad ie
3 8 . P a t r ic k G e a r y , B efore F rance and G ermany: The Creation and Transformation o f
the Merovingian World, O x fo r d U n iv e r s it y P re s s , N u e v a Y o r k y O x fo r d , 1 9 8 8 , p á g s . 3 2
Y s ig s .
39. I b id . , p á g . 3 1 .
 D e la p o li s a l im p e rio 19 9
d e b e ría e x t rañ arle q ue la p rim e ra gran f ig u ra en e l d e s arro llo de un a
te o lo gía c arac t e rís tic am e n te la t in a f ue se h ijo de un c e n turió n ro m an o
d e stin ad o en C artago , y q ue , an te la f alta de un a trad ic ió n te o ló gic a la ­
tin a, se in s p iras e e n lo s c o n c ep to s y en e l le n gu aje d e l de re c h o ro m an o ,
en c uyo c o n o c im ie n to h ab ía sido f o rm ado . E l te m p e ram e n to le galis ta y
la f o rm ac ió n j u ríd ic a de T e rtulian o p u e d e n ayud arn o s a e x p lic ar, a s i­
m ism o , su e sp e c ial h in c ap ié en e l p e c ado . Y su do c trin a de l p e c ado o r i­
gin al (e x p re sió n c uya in ve n c ió n se le h a lle gad o a a t rib u ir), c o m o algo
q ue c ad a in d iv id uo h um an o h e re d ab a de A dán , h ac ía de c ada m ie m b ro
de la h um an id ad el p o rtado r de un a c ulp a (un a d o c trin a q uiz á m uy in ­
d ic ad a p ara un a te o lo gía q ue c o n c e b ía la re lac ió n c ó sm ic a e n tre D io s y
la h um an id ad en térm in o s le galis tas , p o r an alo gía c o n el de lito , el juic io
y el c astigo o el p e rdó n se c ulare s). D e to do s m o do s, el c ristian ism o la t i­
n o c o n tin uó d e sarro llán d o se , a p a rt ir de e n to n c e s, b ajo e sta in f lue n c ia
le galis ta. E l le galism o de T e rtulian o d if íc ilm e n te p u e d e c o n side rarse la
c o n se c ue n c ia ac c id e n tal de su e x p e rie n c ia p e rs o n al. S in d u d a e ra h ijo
de l I m p e rio ro m an o de O c c id e n te ; y visto a la luz d e l c o n te x to de la
d o c trin a p au lin a y e l lu g a r q ue o c up a en la h is to ria d e l im p e rio , n ad a
tie n e de e x trañ o q ue las in stituc io n e s ro m an as y el de re c h o ro m an o t u ­
v ie ran su ref lejo en la o rgan iz ac ió n y las en se ñ an zas de la I glesia.
E l m o de lo im p e rial de la o rgan iz ac ió n de la I gle s ia f ue , asim ism o ,
d e sc rito c o n to do d e talle en C artago c uan d o , en e l siglo ill d. C ., C i­
p rian o , o b isp o de C artago y c iu d ad an o ro m an o de as c e n d e n c ia n o b le ,
e lab o ró en su D e C a th o lic a e E c c le s iae U n ita te [ D e la u n id a d d e la I g le ­
s ia c a tó lic a ] la d o c trin a la t in a m ás s e ria y de m ayo r au to rid ad so b re la
j e ra rq u ía de la I gle s ia. P ero a gran d is tan c ia d e l resto , el p ro d uc to m ás
im p o rtan te de l im p e rio de O c c id e n te , aun q ue h ab ía n ac id o en e l n o rte
de Á f ric a, f ue A gustín , el o b isp o de H ip o n a.
A g u st ín d e H ipo n a
L a o b ra m ae s tra de A gus tín , C iv ita te D e i [ L a C iu d a d d e D io s ] , se
e n se ñ a en las u n iv e rs id ad e s c o m o un c lás ic o de l p e n sam ie n to p o lític o
m edieval, p ero si b ien eje rc ió un a h o n da in f luen c ia en el c ristian ism o m e ­
die val, es en m ayo r m e d id a un p ro d uc to d e l I m p e rio ro m an o tard ío .
P re c is am e n te su c o m p ro m iso c o n las re alid a d e s im p e riale s f ue lo q ue
lo llevó a ab rir un c am p o n uevo , n o só lo en la te o lo gía, sin o tam b ié n en
la te o ría p o lític a. A l p re gu n tars e p o r la re lac ió n e n tre e l c ris tian ism o y
200 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e l im p e rio , en la q ue llevó a n uevo s e x tre m o s e l dualism o p aulin o y su
d o c trin a de la o b e d ie n c ia in c lus o al m ás im p ío de lo s p o d e re s te m p o ­
rale s, A gustín se ap artó de la c o n c ep c ió n c lás ic a d e l e stado y de su p ro ­
p ó sito m o ral, y al h ac e rlo ab rió la p o s ib ilid ad de p lan te ar n ue vas c u e s ­
tio n e s ac e rc a de la o b e d ie n c ia y la o b ligac ió n p o lític as.
A gustín n ac ió en el n o rte de A f ric a en el añ o 3 5 4 ; e ra h ijo de m adre
c ris tian a y de p a d re p agan o , p e rte n e c ie n te a la c las e c u ria l, un a c lase
p ró s p e ra aun q u e n o aris t o c rátic a de la q ue p ro c e d ían lo s m agistrad o s
lo c ale s , q ue e ran lo s re sp o n sab le s de f in an c iar div e rsas f un c io n e s p ú ­
b lic as . D esp ué s de e s t u d ia r e im p a r t ir m agis te rio , p rim e ro en R o m a y
de sp ué s en M ilán , y de h ab e r te n ido sus de van e o s c o n e l m an iq ue ísm o
y la f ilo so f ía e sc é p tic a, e x p e rim e n tó f in alm e n te la c o n versió n a un c ris ­
tian ism o q ue se h allab a f ue rte m e n te in f lu id o p o r el n e o p lato n ism o . L as
id e as n e o p lató n ic as de D io s c o m o un e s p íritu y la c o n c e p c ió n de l m al
c o m o un ale jam ie n to de D io s, y n o c o m o un a f ue rz a m align a in d e p e n ­
d ie n te , d e jaro n u n a h u e lla p a rt ic u la r en su p e n sam ie n to , as í c o m o tam ­
b ié n la c re e n c ia en la p o s ib ilid ad de alc an z ar la v irt u d en e sta v id a a
través de la c o n te m p lac ió n f ilo só f ic a, un a c re e n c ia q ue m ás tard e ac ab ó
p o r ab an do n ar. A lo largo de to d a su v id a disf rutó de la am is tad y de l
p atro c in io de la aristo c rac ia ro m an izada. E n el añ o 3 9 5 , de sp ué s de h a­
b e r p asado gran p arte de su ju v e n tu d en lo s an tro s de p e rd ic ió n de
R o m a, se c o n virtió en o b isp o de H ip o n a en su n o rte de Á f ric a n atal.
A q ue llas tie rras eran el gran e ro de l im p e rio . E n e llas do m in ab an las
gran d e s f in c as, q ue t r ab aj ab an lo s c am p e sin o s, m uc h o s de lo s c uale s
d e p e n d ían de sus se ñ o res, y n o lo s esc lavo s. A gustín vivió en la ép o c a
f in al d e l im p e rio , c uan do la re gió n , as o lad a p o r un a a g ric u lt u ra en d e ­
c ad e n c ia, e l m ale s tar r u ra l y las re vue ltas p o p u lare s c o n tra e l p o d e r c o ­
lo n ial ro m an o , la p o lariz ac ió n de la p o b lac ió n y la d e s p o b lac ió n , c o n
lo s c am p e sin o s h uye n do y ab an do n an do las tie rras , se h a lla b a in m e rsa
en agudo s c o n f lic to s so c iale s y e c o n ó m ic o s. L as p r o p ie d ad e s rurale s
do n de A gustín vivía d e p e n d ían c ad a vez m ás de un a m an o de o b ra it i­
n e ran te , un tip o so c ial q ue , m uc h o s siglo s de sp ué s, lo s c rític o s so c iale s
tem ero so s de lo s de só rde n e s q ue ge n e rab an lo s trab ajad o re s sin p a t ro ­
no s de sc rib ie ro n c o m o «h o m b re s sin am o s».
E l m ale s tar s o c ial q ue ac o m p añ ab a la d e c ad e n c ia e c o n ó m ic a se vio
agrav ad o p o r e l c ris tian ism o d e l c am p e sin ad o af ric an o y lo s c ism as,
c o m o e l q ue c o n dujo a la f o rm ac ió n de la I gle s ia d o n atis ta, q ue in c luía
a algun o s m iem b ro s de las c lases c ultas y de sus c lie n te s, p e ro c uya b ase
se h a lla b a e n tre lo s e stam e n to s in f e rio re s de la so c ie d ad . U n a f ac c ió n
 D e la p o li s a l im p e rio
e x tre m is ta d e l do n atism o , lo s c irc um e lio n e s, un grup o p ro b ab le m e n te
f o rm ado p o r lo s c am p e sin o s sin t ie r ra de le n gu a lib ia , algun o s esc lavo s
re n e gado s y jo rn ale ro s itin e ran te s , n o só lo re p re s e n tab a un p e ligro t e o ­
ló gic o o p o lític o , sin o tam b ié n un riesgo s o c ial.40 S i b ie n h a h ab id o un
in te n so d e b ate so b re si las m o tiv ac io n e s de e ste m o vim ie n to f uero n
an te to do so c iale s o m ás b ie n re ligio sas, n o c ab e d u d a de q ue las e lite s
te rrate n ie n te s ro m an as lo p e rc ib ie ro n c o m o un a am e n az a p ara su p r o ­
p io e stilo de vida.
M ie n tras el c ism a do n atis ta y la am e n aza q ue sup o n ían lo s c irc um -
c elio n e s f o rm ab an p arte d e l c o n te x to m ás am p lio en e l q ue A gustín e n ­
d u re c ió sus o p in io n e s so b re la h e re j ía y la n e c e s id ad de q ue f u e ra s u ­
p rim id a p o r el e stado , e l ac o n te c im ie n to in m e diato a L a C iu d a d d e O ío s
f ue ro n las in c urs io n e s de las trib u s b árb aras y e l saq ue o de R o m a p o r
A laric o , el re y de lo s visigo do s, en el añ o 4 1 0 . E l n o rte de Á f ric a se li­
b ró de lo s ataq ue s de A laric o grac ias a un a t o rm e n ta q ue h izo re gre s ar
a p ue rto a lo s in vaso res y C artago se c o n virtió en un p araíso p ara lo s re ­
f ugiad o s de la aris t o c rac ia q ue h ab ía h u id o de R o m a. E n tre e llo s se
c o n tab an p agan o s ric o s y c ulto s q ue re sp o n sab iliz ab an de aq ue l d e s as ­
tre al h e c h o de h ab e r ab an do n ado las an tiguas c o stum b re s, y an te to do
al h e c h o de h ab e r re p u d iad o el p agan ism o en f avo r de l c ris tian ism o .
A gustín , en e ste c o n te x to , se p lan te ó d e m o strarle s, a aq u e llas e lite s im ­
p e riale s , q ue e l c ris tian ism o n o e ra e l e n e m igo , q ue n o e ra in c o m p ati­
b le c o n e l go b ie rn o te rre n al, el o rde n so c ial o e l d e b e r p ara c o n el e s t a­
do n i, en re alid ad , c o n la p ro p ie d ad y la d e s igu ald ad so c ial. E n e l c urso
de la e x p o s ic ió n de sus argum e n to s p a ra d e f e n d e r la e x o n e rac ió n d e l
c ris tian ism o , lo gró m o strarse en f avo r de la o b e d ie n c ia ab so luta h ac ia,
in c lus o , e l m en o s c ris tian o de lo s so b eran o s te rre n ale s.
L a e se n c ia de la d o c trin a agu s tin ian a era, un a vez m ás, la c o n dic ió n
ab ye c ta de la h u m an id ad y la m ác ula d e l p e c ad o o rigin al. A gus tín r e ­
fo rzó e sta do c trin a c o n un a c o n c ep c ió n p artic u larm e n te d u ra de la p r e ­
de stin ac ió n . N o só lo algun o s e s tab an p re d e s tin ad o s a d is f ru tar de la
gra c ia de D io s y la s alv ac ió n , c o n in d e p e n d e n c ia de c uále s f u e ran sus
ac to s en la T ie rra, sin o q ue la se p arac ió n de o tro s de la grac ia de D io s
y su c astigo e te rn o e stab a tam b ié n p r e d e s tin ad a, sin q ue e llo tu v ie ra
q ue ve r c o n sus p ro p io s ac to s im p uro s (un a ve rsió n e x tre m a de la p r e ­
40. Véase N e a l W o o d , « A fr ic a n P e a s a n t T e r r o r is m
T h o u g h t » , e n H i s to r y f r o m B e lo w : S t u d i e s i n P o p u la r P r o te s t a n d P o p u la r I d e o lo g y i n H o ­
n o u r o f G e o r g e R u d e , e d ic ió n d e F r e d e r ic k K r a n z , C o n c o r d ia U n iv e r s it y P r e s s , M o n ­
t r e a l, 1 9 8 5 , p á g s . 2 7 9 - 2 9 9 .
201 202 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de s tin ac ió n q ue se ría siglo s d e sp u é s ad o p tad a p o r C alvin o , p e ro p o r
m uy po c o s m ás). E so no s ign if ic ab a, según A gustín , q ue no e x is tie ra la
lib re v o lun tad . D e h e c h o , es c ie rto q ue la d o c trin a de la p r e d e s t in a ­
c ió n , p re c is am e n t e p o rq ue h ac e q ue la g rac ia y el c astigo se an in d e ­
p e n d ie n t e s de lo s ac to s h um an o s c o n c re to s, n o tie n e n in gu n a c o n se ­
c u e n c ia n e c e s aria p ara la lib re v o lun tad in d iv id u a l. P e ro e l p ro p ó sito
f un d am e n tal de la d o c trin a n o es re so lve r el c o n f lic to e n tre lo s p r in c i­
p io s de la lib e rt a d in d iv id u a l y el d e te rm in is m o , sin o m ás b ie n c o n s­
tru ir un a f un dam e n tac ió n p ara c o n c e b ir las do s «c iu d a d e s », la C iu d ad
de D io s y la c iu d ad te rre n al. '
A lo largo de sus p rim e ro s añ o s, A gustín c o m p artió e se n c ialm e n te
la o p in ió n de o tro s c ristian o s c o n re lac ió n al p ap e l de l I m p erio ro m an o
c o m o el in strum e n to p ro v id e n c ial de D io s en la c ris tian iz ac ió n de l
m un do , de la m an e ra en q ue E use b io lo h ab ía p ro p ue sto en su ala b a n ­
za de C o n s tan tin o . P e ro lo s d e sastre s q ue v ivie ro n las p ro v in c ias de l
im p e rio de O c c id e n te , tan to d e riv ad as de las am en azas e x te rn as c o m o
de su p ro p io de so rde n in te rn o , p usie ro n en d u d a e ste o p tim ism o c ris ­
tian o , al tiem p o q ue c ue stio n aro n la p o sic ió n de R o m a c o m o e l s up u e s­
to v e h íc ulo t e rre n al de salvac ió n e le gid o p o r D io s. S i A gustín h u b ie ra
e sc rito L a C iu d a d d e D io s en un as c irc u n s tan c ias h istó ric as dif e re n te s,
en un a é p o c a, p o r e je m p lo , en q ue el triun f alis m o de C o n stan tin o h u ­
b ie ra p are c id o m ás c o n vin c e n te , se ría p lau s ib le suge rir, c o m o h an h e ­
c h o algun o s c o m e n taris tas , q ue en e sta o b ra e l lo gro m ás im p o rtan te
de A gustín f ue e l de «r e la t iv iz a r » al im p e rio c ue stio n an do sus p re t e n ­
sio n e s u n iv e rs alis tas . P e ro la h is to ria ya h a b ía rid ic u liz a d o la p r e s u n ­
c ió n de R o m a, tan to la p agan a c o m o la c ris tian a, y en aq u e l c o n te x to ,
el argum e n to de A gustín n o e ra u n a p ue sta en d u d a de las as p irac io n e s
im p e riale s de R o m a, sin o to do lo c o n trario : un a n ue v a m an e ra de
ap u n t a la r la au t o rid a d im p e rial sin ap e lar a un a in v e ro s ím il e le c c ió n
div in a.
A d if e re n c ia d e l O rie n te b iz an tin o , el c ris tian ism o latin o se e n f re n ­
tó a d if ic u ltad e s m uy c o n c re tas d e b id o a su re lac ió n c o n el I m p e rio ro ­
m an o . E n O c c id e n te , el im p e rio f ue an te rio r al s urgim ie n to de l c ris t ia ­
n ism o , y d e sp u é s de su c o n ve rsió n — y, a ju ic io de m uc h o s, d e b id o
p re c is am e n t e a aq u e lla c o n v e rs ió n — p a re c ía e s tar al b o rd e de la d e s ­
truc c ió n . O rie n te n o se e n f re n tó a e ste tip o de c o m p lic ac io n e s. E l c ris ­
a n d A u g u s t in e ’s P o lit ic a l
tian ism o im p e rial y e l im p e rio de O rie n te h ab ían n ac id o jun to s en la
é p o c a de C o n stan tin o , y O rie n te n o tuvo q ue h ac e r f re n te a las m ism as
am e n azas de lo s b árb aro s en sus f ro n te ras. S in d u d a so n m uc h as las ra-
 D e la p o li s a l im p e rio 203
204 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

zo n es q ue jus tif ic an las d iv e rge n c ias te o ló gic as e n tre e l c ris tian ism o de
lad o , R o m a n un c a f ue un a re p ú b lic a en el se n tido c ic e ro n ian o p o rq ue
O rie n te y el c ris tian ism o latin o , p e ro n o de b e m o s s ub e s tim ar las c o n ­
n un c a d is f ru tó de un a v e rd a d e ra j u s t ic ia ; de e ste m o do , n o se p ue d e
se c ue n c ias q ue p ara la d o c trin a c ris tian a tuvie ro n sus re lac io n e s d iv e r­
c u lp ar al c ris tian ism o de d e s tru ir la c ivita s ro m an a. P o r o tro lad o , en la
gen tes c o n e l im p e rio se c ular. M ie n tras O rie n te sup o as um ir la u n id ad
tran sf o rm ac ió n d e l p agan ism o al c ris tian ism o , c o n servó las c ualid ad e s
de l im p e rio y la c ris tian d ad , de la I gle s ia y el e stado , e in c lus o la s u b o r­
de un e stad o ge n uin o , a p e s ar de la au s e n c ia, en am b o s c aso s, de un a
din ac ió n de la I gle s ia al e stado se c ular, e l c ris tian ism o latin o tuvo q ue
ju s t ic ia v e rd ad e ra. P o r tan to , en la d o c trin a c ris tian a n o h ay n ad a q ue
o c up arse n o só lo de la ru p t u ra e n tre el p agan ism o im p e rial y e l c ris t ia ­
p u e d a u tiliz ars e p a ra d e f e n d e r la d e s o b e d ie n c ia al e stad o im p e rial o
n ism o , sin o tam b ié n de l c asi d e sp lo m e d e l im p e rio de sp ué s de su c o n ­
p ara p ro m o ve r e l de so rde n c ivil.
ve rsió n al c ris tian is m o . A q ue llo im p e d ía c u a lq u ie r sup o sic ió n f ác il
E x p lic ar lo s m ales a lo s q ue se e n f re n tab a R o m a, m ie n tras al m ism o
ac e rc a de las re lac io n e s e n tre la I gle s ia y el e stado . E sto af ec tó no só lo
tie m p o se j u s t if ic ab a la o b e d ie n c ia a su au t o rid a d te rr e n a l, re q u e ría
a las en se ñ an zas c o n c o n se c ue n c ias in m e d iatas p ara la c o m p re n sió n de
algo m uy dis tin to de un a c o n c ep c ió n d e l I m p e rio ro m an o c o m o la c o n ­
la au to rid ad d iv in a y se c ular, sin o tam b ié n a las do c trin as c ris tian as m ás
sum ac ió n de l p ro p ó sito de D io s en la T ie rra. A gustín re p u d iab a la n o ­
arc an as , c o m o , p o r e je m p lo , la in te rp re tac ió n de la T rin idad. G ran p a r ­
c ió n de q ue R o m a t u v ie ra un a m isió n c ris tian a q ue c um p lir. P o r e n to n ­
te de la te o lo gía agu s tin ian a f ue un in te n to de lle g ar a un ac ue rdo e n tre
c es, ya h ab ía re n u n c iad o a p arte de su p lato n ism o in ic ial, en p a rt ic u la r
la au to rid ad se c ular, c uyo s f un dam e n to s c ristian o s e ran am b iguo s, y un
a su o p tim ism o j u v e n il so b re la p o s ib ilid ad de alc an z ar la v irtu d a t r a ­
c ris tian ism o q ue p are c ía at e n t ar c o n tra el o rde n se c ular.
vés de la c o n te m p lac ió n p lató n ic a. A l ig u al q ue h ab ía p e rd id o la fe en
U n e le m e n to e se n c ial de la de f e n sa q ue A gustín h ac e d e l c ris t ia n is ­
el p ro p ó s ito div in o d e l im p e rio , sus e sp e ran z as en c uan to a la v irtu d
m o c o n tra la ac usac ió n de q ue e ra re sp o n sab le de las c alam id ad e s a las
h um an a f ue ro n re e m p laz ad as p o r un a p re o c up ac ió n p o r la m ald ad in ­
q ue se e n f re n tab a e l im p e rio se b asa e n la c rític a de la de f in ic ió n d e l e s ­
n ata de la h u m an id ad . A sim ism o , A gustín , en este c o n te x to , re c h azó su
tad o q ue C ic e ró n h izo en D e la R e p ú b lic a , en el d is c urs o q ue p uso en
in ic ial c re e n c ia p lató n ic a en un o rde n rac io n al de l c o sm o s q ue d e s c e n ­
b o c a de E sc ip ió n y q ue ya h em o s p re s e n tado : el e stad o , d ic e E sc ip ió n ,
d ía de m an e ra e s c alo n ad a d e sd e lo s c ie lo s h asta la T ie rra, as í c o m o
es la un ió n de un gran n úm e ro de h o m b res q ue se h allan de ac ue rdo en
c u a lq u ie r c o n c e p c ió n de l de re c h o n a t u ral en la q ue la le y h um an a f u e ­
c uan to a lo q ue es c o rrec to y justo , y q ue se aso c ian en aras de un in t e ­
ra un ref lejo te rre n al de un o rden c ó sm ic o . E n lu g ar de e stas id e as , p ro ­
ré s c o m ún . A gustín re c h az a e sta d e f in ic ió n so b re la b ase de q ue n o se
p uso su d o c trin a de las do s c iu d ad e s.
ajusta a la e x p e rie n c ia h istó ric a. N i la R e p ú b lic a ro m an a, n i el I m p erio
L a id e a agu stin ian a de las do s c iud ad e s n o es f ác il de c o m p re n de r.
ro m an o (p ese a sus m uc h as ap o rtac io n e s al b ie n e s t ar de la h um an id ad )
S i b ie n d e b e m uc h o , sin d u d a, a la trad ic ió n d e l dualism o ro m an o y a
n i en re alid a d n in gún o tro e stado p agan o p o d ría ad e c u ars e a e sta d e f i­
sus ad ap tac io n e s c ris tian as, n o es n ad a tan s e n c illo c o m o un a distin c ió n
n ic ió n , p ue sto q ue la j u s t ic ia n o p u e d e e x is t ir sin o b ajo la au to rid ad de
e n tre el rein o te rre n al y e l c e le s tial, o e n tre la au to rid ad s e c ular y la e s ­
D io s. P e ro e l o b je tivo de A gustín n o es d e s le gitim ar el e stado p agan o ;
p irit u al. A gustín re c u rre a div e rsas dic o to m ías p ara c arac t e riz ar la an t í­
al c o n trario , el e f ec to de su argum e n to c o n siste en c larif ic ar q ue e l e s ­
te sis e n tre la c iu d ad d iv id a y la te rre n al: un a re p re s e n t a lo sagrad o , la
tado p agan o no es m en o s e stado y n o es m en o s m e re c e d o r de o b e d ie n ­
s an tid ad , lo e le gid o , lo p iado so y lo justo ; la o tra de sign a lo im p uro , lo
c ia q ue c u a lq u ie r o tro e stad o de la T ie rra. R e s ulta s o rp re n d e n te q ue ,
im p ío , lo in justo y la c o n de n a. P e ro , si b ie n las do s so n an tité tic as , e s ­
m ie n tras su e x am e n se c e n tra en lo s estado s p agan o s y en la C iu d ad de
tán in e x tric ab le m e n te u n id as, y am b as se h allan in se p arab le m e n te p r e ­
D io s, no se o to rgue n in gun a p o sic ió n e sp e c ial al e stado c ris tian o q ue ,
se n te s en to da so c ie dad h um an a. A gustín re c h az a in c luso la d is tin c ió n
un a vez q ue to do se h a dic h o y h e c h o , es p re s a de to do s lo s m ale s p ro ­
e n tre lo sagrado y lo p ro f an o c o m o do s esf e ras dis c re tas, de m o do q ue
pio s de la c o n dic ió n p e c ado ra de la h um an idad. A gustín no in te n ta so s­
la p ro p ia I gle s ia, au n q u e s agrad a, es p ara é l un a in s tit uc ió n te rre n al,
te n e r q ue lo s e stado s c ristian o s e stán m ás f ac ultad o s p ara ser o b e d e c i­
m o rtif ic ad a c o m o el resto p o r el c o n f lic to e n tre la s an tid ad y e l p e c ado .
do s q ue lo s go b e rn an te s p agan o s, sin o q ue in s is te en q ue n o p u e d e
I n c luso aq u e llo s q ue f o rm an p arte d e la C iu d ad de D io s tie n e n q ue
c ulp ars e a lo s c ris tian o s de la c o rrup c ió n de la c ivita s ro m an a. P o r un
p as ar p o r la c iu d ad te rre n al y c o m p artir sus trib u lac io n e s . E l c o n f lic to
 D e la p o li s a l im p e rio 205
e n tre las do s f ue rz as c o n tin uará as í h asta el f in al de la h is to ria, c uan do
la C iu d ad de D io s triu n f e d e f in itiv am e n te . E n tre tan to , la c iu d ad t e ­
rre n al sigue sien do la q ue do m in a, y la h is to ria c o n tin u a sien do un e s ­
p ac io trágic o , en e l q ue la ju s t ic ia y la v e rd ad e ra arm o n ía n un c a lle gan
a im p e rar. A lo sum o , h asta q ue lle gu e e l f in de lo s tie m p o s h istó ric o s,
lo m e jo r q ue c ab e e s p e rar es q ue se m an te n gan la p az y e l o rde n so c ial
en la T ie rra, q ue n o so n m en o s n e c e sario s p ara la C iu d ad de D io s en su
p e re grin ar te rre n al de lo q ue lo so n p ara lo s c o n de n ado s q ue viven en
e stas tie rras . C ad a p e rs o n a, to das las in s tit uc io n e s , las s agrad as y las
q ue so n ab ie rtam e n te im p ías, de b e n so m e te rse al p o d e r te rre n al, c uyo
p ro p ó s ito es m an te n e r la p az y e l o rde n en e ste m un do (n o un o rde n
justo o le gítim o , sin o un a m e d id a de s e gu rid ad y b ie n e s t ar f ísic o s, c o n
e l f in de m e jo rar e l de so rd e n q ue in e v itab le m e n te se d e s p re n d e de la
n a tu rale z a e s e n c ial d e l m un do t e rr e n a l y de lo s im p e rf e c to s se re s h u ­
m an o s q ue lo h ab itan ).
E n la raíz de este p e sim ism o se h alla la n o c ió n de la c o n dic ió n de la
h u m an id ad c aíd a y e l p o d e r d e l p e c ado . E n esto , A gustín e ra un a u t é n ­
tic o y e x p líc ito s e gu id o r de P ab lo y, al ig u al q ue e l ap ó sto l, de e llo c o n ­
c luyó q ue e l p o d e r t e rre n al d e l C ésar, si b ie n n o c um p le n in gu n a m i­
sió n auté n tic am e n te div in a, e ra, n o o b stan te , o rde n ado p o r D io s en su
P ro v id e n c ia. P e ro A gustín llevó la d o c trin a aún m uc h o m ás lejo s al e la ­
b o rar, de m an e ra s iste m átic a, la ju s tif ic ac ió n p ara la o b e d ie n c ia, tan to
a un e m p e rad o r p agan o c o m o J u lia n o e l A p ó stata c o m o al e m p e rad o r
c ris tian o C o n s tan tin o , aun d e sp u é s de la c ris tian iz ac ió n d e l im p e rio ,
q ue P ab lo , en lo s p rim e ro s tie m p o s d e l c ris tian is m o ro m an o , d if íc il­
m en te p udo h ab e r p revisto . E n to do c aso , e l p eso d e l argum e n to agus-
tin ian o re c ae p rác tic am e n te p o r c o m p le to d e l lad o de la o b e d ie n c ia a la
au to rid ad im p e rial, y esto e x p lic a, in c lus o , e l e n d u re c im ie n to de su a c ­
t it u d c o m o o b isp o f re n te a las h e re j ías , q ue h a lle v ad o a algun o s c o ­
m e n taristas a ac usarlo de ser e l in ve n to r de la I n q uisic ió n .
A p rim e ra v ista, p u e d e p are c e r un a in c o h e re n c ia ad o p tar e ste tip o
de ac t it u d re p re s iv a h ac ia las h e re jías m ie n tras se ac e p ta un e n f o q ue
p e s im is ta y lim itad o en c uan to a lo q ue la I gle s ia p u e d e h ac e r en e ste
m un do y se c o n s id e ra q ue la I gle s ia m ism a es un a in s tit u c ió n se c ular,
q uié ras e o n o , im p e rf e c ta. L a n o c ió n m ism a de «h e r e j ía », de h e c h o , es,
a te n o r de las sup o sic io n e s agus tin ian as , p r o b le m átic a d e sde un p un to
de v is ta te ó ric o . P e ro el m is te rio se d e s p e ja si c o n side ram o s q ue la
p rin c ip a l m e ta de A gus tín e ra re s p ald a r e l p o d e r de las au to rid ad e s
e x is te n te s y e l e stad o im p e rial. E l e f ec to de las d o c trin as agu s tin ian as
206 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
n o só lo f ue d ar f irm e z a a la au to rid ad de un a I gle s ia im p e rf e c ta, c uyo
de re c h o a se r o b e d e c id a n o d e p e n d ía de las v irtu d e s p e rs o n ale s de su
c le ro , sin o tam b ié n garan tiz ar la o b e d ie n c ia al e stado se c ular. S u n o to ­
ria c am p añ a c o n tra lo s do n atis tas, p o r e je m p lo , estuvo d ir ig id a c o n tra
el de saf ío q ue a q u e lla d e sv iac ió n de la d o c trin a s up o n ía tan to p a ra la
I gle s ia c o m o p ara e l p o d e r im p e rial. L a d o c trin a do n atis ta de un a I g le ­
sia «p u r a » re p re s e n t ab a un a am e n az a tan to p a ra un c le ro c o rrup to y
p e c ad o r c o m o p ara la au to rid ad e c le s iás tic a d e l em p erado r. A gustín se
m o stró dis p ue s to , p o r un lad o , a p re s e rv ar la in v io lab ilid ad de la j e r a r ­
q u ía e c le s iás tic a y, p o r o tro , a so slayar e l p ro b le m a de las re lac io n e s e n ­
tre la au to rid ad s e c u lar y la e c le s iás tic a, p ro c lam an d o e f e c tiv am e n te la
s up re m ac ía de l p o d e r im p e rial a f alta de un a ju s t ic ia p o sib le en la T ie ­
rra. A l re c o n o c e r q ue la I gle s ia e ra un a in s titu c ió n s e c u lar y n o un a e s ­
f e ra d is tin t a q ue «e r a de D io s », garan tiz ó q ue e l p rin c ip io de d ar «a l
C é s ar lo q ue es de l C é s ar» p u d ie ra e n te n de rse c o m o u n a lim itac ió n a la
a u to rid ad d e l e m p erado r.
A f in de c o m p re n d e r e l p a p e l q ue la p re d e s tin ac ió n de s e m p e ñ a en
e ste argum e n to , c o n side re m o s la tare a a la q ue se e n f re n tó A gustín . S e
t rata de un o b isp o c ris tian o q ue in te n tó af irm ar la p re e m in e n c ia de la
a u t o rid a d s e c ular, as í c o m o p re s e rv ar las d is p o s ic io n e s s o c iale s b a s a ­
d as en lo s d e re c h o s de p r o p ie d a d q ue la a u t o r id a d de re ye s y e m p e ­
rad o re s c o n f e ría. E stas au t o rid a d e s s e c u lare s , q ue e x h o rt ab an a lo s
c ris tian o s al o b e d e c im ie n to , p u e d e n in c lu ir a tiran o s n o c ris tian o s e
in c lus o im p ío s, p e ro su p o te s tad se ap lic a p o r ig u a l a san to s y a p e c a ­
do res. A h o ra b ie n , es m uc h o m ás s e n c illo ju s t if ic ar e l so m e tim ie n to de
to d a la h u m an id ad , in d e p e n d ie n te m e n te de la v irt u d o d e l v ic io , a las
m ism as trib u lac io n e s m un d an as , o in s is t ir en la ab s o luta o b ligac ió n de
o b e d e c e r a la au t o rid a d im p ía, en lu g a r de e n f re n tars e a e lla y o p o n e r­
le re siste n c ia am p arán do se en un p rin c ip io sagrad o , si la g rac ia y e l c as ­
tigo e stán d e sligad o s de la ac c ió n o de la e le c c ió n h um an as. N in gún ser
h um an o p u e d e se r o b ligad o a d e s o b e d e c e r a la au t o rid a d o a re c us ar
las in s tit u c io n e s in jus tas en razó n de p rin c ip io s m o rale s s u p e rio re s , si
e sta re s is te n c ia m o ral es tan f ú t il en la T ie rra c o m o in s ign if ic an te en el
C ie lo .
E ste f ue e l q uid de la q u e re lla e n tre A gustín y P e lagio , o tra v íc tim a
d e l c elo agu s tin ian o c o n tra lo s h e re je s , q ue n o só lo in s is tía en la lib re
v o lu n tad h um an a, sin o q ue re c h az ab a ab so lutam e n te la id e a de p e c ado
o rigin al y la n e c e s id ad de la g rac ia divin a. A dán , según P e lagio , e ra sin
d u d a un m al e je m p lo , p e ro n o e l p o rtad o r de un a c ulp a u n iv e rs al im -
 D e la p o li s a l im p e rio 207
p u e s ta a to da la h u m an id ad . A l ig u a l q ue C risto e ra un b ue n e je m p lo ,
au n q u e n o n e c e sariam e n te la f ue n te de re de n c ió n d e l p e c ado o rigin al.
L o s seres h um an o s, o b ligado s a lle v ar un a v id a v irtuo sa, e ran , in t rín s e ­
c am en te, c ap ac e s de vivir sin p e c ado . L a c uestió n en d is p u ta e n tre esto s
do s te ó lo go s n o e ra tan to la lib re v o lu n tad — un p ro b le m a q ue , c o m o
h em o s visto , A gustín trató de ab o rd ar c o n in ge n io — , sin o e l c o n c ep to
s u b yac e n te de p e c ad o o rigin al y sus c o n se c ue n c ias p a ra la c o n d u c ta
h um an a en e ste m un do . L a h e re jía p e la gian a p u e d e darn o s la im p r e ­
sió n de ser m uy se ve ra en c uan to a las e x ige n c ias q ue im p o n e a lo s s e ­
res h um an o s lib re s , ya q ue h ac e q ue so b re ello s re c aiga la re s p o n s ab ili­
d ad de lle v ar un a v id a san ta y as c é tic a, p e ro c ue stio n ó las re alid ad e s de
la so c ie dad ro m an a y lo s valo re s de la aris t o c rac ia im p e rial de un m o do
q ue , en c am b io , la t e o lo gía ag u s t in ian a n o lo h izo . S i b ie n A gustín
ap o rtab a c o n sue lo a un a c lase d irige n te ric a y rap az , e im p o n ía e x ig e n ­
c ias a sus p e n sam ie n to s p e ro n o a sus ac to s, P e lagio d e n u n c iab a la in ­
m o ralid ad de la riq u e z a y e ra un c rític o e x c e p c io n alm e n te severo de la
so c ie d ad ro m an a. L as c am p añ as de A gustín c o n tra lo s do n atistas y lo s
p e lagian o s , tal c o m o so stien e su b ió graf o P e t e r B ro wn , re p re se n tan , s u ­
m ad as , «u n s ign if ic ativ o p un to de re f e re n c ia en el p ro c eso a travé s de l
c ual la I gle s ia c ató lic a h ab ía lle g ad o a ab raz ar, y p o r tan to a to le rar, al
c o n j un to d e la s o c ie d a d la ic a d e l m un d o ro m an o , c o n sus d e s ig u a l­
d ad e s m an if ie s tas y la d e p rim e n t e r e s ilie n c ia de sus c o s tu m b re s p a ­
g a n a s ».41
L a te o ría d e l p e c ad o o rigin al, so b re to do c o n el p e so q ue A gustín
de p o sitó en e ste c o n c ep to , e x ige m uc h ísim o de c ad a asp e c to de la te o ­
lo gía c ris tian a. P o r e je m p lo , p u e d e so ste n erse q ue n o se p e rm ite am b i­
g ü e d ad algu n a so b re la p le n a d iv in id ad de C risto . L a trad ic ió n de las
«h e r e j ía s », c o m o , p o r e je m p lo , e l arrian ism o , q ue n e gab a e sa p le n a d i­
v in id a d , p o d ía e n te n d e rs e c o m o u n a re c us ac ió n de c u a lq u ie r n o c ió n
e s tric t a de p e c ado o rigin al, au n q ue só lo f ue ra p o rq ue h ac ía m ás d if íc il
e n te n d e r c ó m o un C risto e x c e siv am e n te h um an o p udo e s tar e x e n to de
la m ác ula u n iv e rsal. A gustín , en p artic u lar, se n tía c laram e n te la n e c e s i­
d ad de d ar re s p u e s ta a e stas h e re jías e lab o ran d o p a ra e llo u n a in t e r ­
p re tac ió n de la T rin id ad se gún la c ual e l E s p íritu S an to «p r o c e d e » de l
P ad re y d e l H ijo , y n o só lo de D io s P ad re , q ue se lo c o n f irió lue go al
4 1. P e t e r B r o w n , A u g u s t i n e o f H i p p o , F a b e r a n d F a b e r, L o n d r e s , 1 9 6 7 [ c u ya v e r ­
s ió n c a s t e lla n a , B i o g r a f í a d e A g u s t í n d e H i p o n a , fu e p u b lic a d a p o r la R e v i s t a d e O c c i­
d e n t e e n 1 9 7 0 y h a s id o r e e d it a d a c o m o A g u s t í n d e H i p o n a , A c e n t o , M a d r id , 2 0 0 1 .
( N . d e lt . ) l
208 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
H ijo . A gustín se o p uso c o n f irm e za a la ve rsió n de la T rin idad q ue e ra
m ás h ab itu al e n tre lo s p rim e ro s c ris tian o s grie go s, q ue p are c ía suge rir
no só lo q ue C risto h ab ía re c ib id o el E s p íritu S an to de l P ad re , sin o q ue
lo s m o rtale s de c arn e y h ue so p artic ip ab an d e l E s p íritu S an to d e l m is ­
m o m o do en q ue lo h ac ía e l H ijo , «e n g e n d r a d o » p o r D io s P ad re . L a
ve rsió n agu s tin ian a de la T rin id ad ro m p e la re lac ió n e n tre un a e x p e ­
rie n c ia d ire c ta d e l E s p íritu S an to y lo s c o m un es m o rtale s, y lo s h ac e ser
m ás d e p e n d ie n te s de la in te rc e s ió n de la I g le s ia .42 A l m ism o tie m p o ,
re s p ald a b a la d o c trin a d e l p e c ad o o rig in al q ue te n ía p o r c o ro lario la
o b ligac ió n de o b e d e c e r a lo s p o d e re s te m p o rale s , tan to de la I gle s ia
c o m o de l estado .
S in d u d a, es sign if ic ativ o q ue el c ism a e n tre el c ris tian is m o de
O rie n te y e l de O c c id e n t e alc an z ara su p un to c ulm in an te c o n la c o n ­
tro v e rsia f ilio q u e , re lativ a a la in c lus ió n de la c láu s u la «y de l H ij o » ( fi-
H o q u e en latín ) en e l C re do de N ic e a, de m o do q ue e l E s p íritu S an to
e ra c o n s id e rad o c o m o p ro c e d e n te n o só lo de D io s, P ad re , sin o d e l
42. E la in e H . P a g e ls , e n s u lib r o A d a m , E v e a n d t h e S e r p e n t , R a n d o m H o u s e , N u e ­
v a Y o r k , 1 9 8 8 ( t ra d , c a s t . : A d á n , E v a y la S e r p i e n t e , C r ít ic a , B a r c e lo n a , 1 9 9 0 ) , h a s o s t e ­
n id o q u e la t r a n s fo r m a c ió n d e l c r is t ia n is m o e n la r e lig io n d e l im p e r io a t r a v é s d e la
c o n v e r s io n d e C o n s t a n t in o e s t u v o a c o m p a ñ a d a p o r u n a « t r a n s fo r m a c ió n c a t a s t r ó fic a
d e l p e n s a m ie n t o c r is t ia n o » lle v a d a a c a b o p o r A g u s t ín d e H ip o n a , q u e s u s t it u y ó la d o c ­
t r in a d e l c r is t ia n is m o p r im it iv o a c e r c a d e la lib e r t a d m o r a l p o r u n a s u m is ió n in e lu c t a ­
b le a l p e c a d o o r ig in a l, p r o p o r c io n a n d o u n a ju s t ific a c ió n a la s u m is ió n d e lo s c r is t ia n o s
n o s ó lo a n t e la a u t o r id a d e c le s iá s t ic a , s in o a l p o d e r im p e r ia l. L a s a c t it u d e s c r is t ia n a s
s o b r e la s e x u a lid a d fo r m a r o n p a r t e d e e s t a t r a n s fo r m a c ió n . P e r o e s t o s c a m b io s e s t u ­
v ie r o n p r e s e n t e s , s in d u d a , m u c h o a n t e s d e la c o n v e r s ió n d e C o n s t a n t in o : e n la s d o c ­
t r in a s d e s a n P a b lo , c u y a s a c t it u d e s h a c ia e l p e c a d o y la s e x u a lid a d ( la c a r n e ) , n o e n
m e jo r m e d id a q u e la s u m is ió n a la a u t o r id a d im p e r ia l, p r e fig u r a r o n la s d e A g u s t ín .
P u e d e q u e P a b lo n o h a y a t r a n s m u t a d o e l c r is t ia n is m o e n u n a r e lig ió n im p e r ia l — u n
c a m b io q u e t u v o q u e a g u a r d a r a la c o n v e r s ió n d e C o n s t a n t in o — , p e r o h iz o q u e e l c r is ­
t ia n is m o fu e r a c o m p a t ib le c o n la s u m is ió n a l p o d e r im p e r ia l, e n r a z ó n d e la in e v it a b le
in c lin a c ió n a l p e c a d o d e la h u m a n id a d . L a v e r s ió n q u e A g u s t ín o fr e c e d e la T rin id a d ,
s in e m b a r g o , e s d e v e r a s c a r a c t e r ís t ic a y lle v ó e l c r is t ia n is m o m á s le jo s a ú n e n la d ir e c ­
c ió n d e la o b e d ie n c ia a l p o d e r , t a n t o e c le s iá s t ic o c o m o s e c u la r. E u g e n e W e b b h a s o s t e ­
n id o q u e , a l i n t e r p r e t a r lo s s ím b o lo s d e l P a d r e , e l H ijo y e l E s p ír it u S a n t o d e u n m o d o
q u e h a c ía im p o s ib le la e x p e r ie n c ia d e la p a r t ic ip a c ió n d e l c r is t ia n o e n la c o n d ic ió n fi ­
lia l d e C r is t o , A g u s t ín d io u n p a s o d e fin it iv o e n la t r a n s fo r m a c ió n d e l c r is t ia n is m o e n
u n a d o c t r in a d e d o m in io y c o e r c ió n ( « A g u s t in e s N e w T rin it y : T h e A n x io u s C ir c le o f
M e t a p h o r » , e n A A . V V . R e li g i o u s I n n o v a t i o n : E s s a y s i n t h e I n t e r p r e t a t i o n o f R e li g i o u s
C h a n g e , e d ic ió n d e M ic h a e l A . W illia m s , C o lle t t C o x y M a r t in S. J a ffe e , M o u t o n d e
G r u y t e r , B e r lin , 1 9 9 2 , p á g s . 1 9 1 - 2 1 4 ) .
 D e la p o li s a l im p e rio 209
H ijo . E l c ris tian is m o de O rie n te n u n c a se e n f re n tó a lo s m ism o s d ile ­
m as p o lític o s a lo s q ue tuvo q ue h ac e r f re n te e l O c c id e n te latin o , q uiz á
p o rq ue n o e stuvo tan o b ligado a re c u rrir a las do c trin as de l p e c ado o r i­
gin al o a to d a la te o lo gía q ue las so ste n ía. C uan d o C arlo m agn o , c o m o
ve re m o s en el s igu ie n te c ap ítu lo , p ro vo c ó la s e p arac ió n e n tre R o m a y
B iz an c io al h ac e r h in c ap ié en la c láu s u la f i li o q u e , s igu ie n d o c o n e llo a
A gustín de H ip o n a, p ara af irm ar la su p e rio rid ad te o ló gic a d e R o m a so ­
b re B iz an c io , sin d u d a ac tuó m o vido p o r razo n es o p o rtu n is tas in m e ­
d iatas , p e ro n o p o r e llo deb em o s p as ar p o r alto la p ro f un d a im p o rtan ­
c ia p o lític a q ue e ste tip o de te o rías arc an as tuvo a la h o ra de su ste n tar
lo s p o de re s te m p o rale s en el O c c ide n te latin o .
A gustín p ro p o rc io n a un a j u s t if ic ac ió n p o d e ro s a y c ris tian a, tan to
p a ra la au to rid ad im p ía de so b eran o s n o c ris tian o s c o m o p ara e l c o m ­
p o rtam ie n to im p ío o n o c ris tian o de e m p e rad o re s y re ye s c ris tian o s.
N o só lo h a lla un m o do de re c o n c iliar la m o ralid ad c ris tian a c o n e l p o ­
de r te rre n al y am o ral, sin o q ue in c lus o lle ga a e s tab le c e r e l c ristian ism o
c o m o un m o do de ju s tif ic a r un go b ie rn o te rre n al q ue es in m o ral. Y lo
q ue h ac e q ue se ac e n túe su c arác t e r p arad ó jic o es q ue A gustín c o lo c ó
un a te o ría de la in m o ralid ad p o lític a en e l lu g ar q ue an tes o c up ab an las
te o rías p agan as gre c o rro m an as de la v irtu d c ívic a.
A gus tín se ap art a de las an tiguas trad ic io n e s de la te o ría p o lít ic a
grie ga y ro m an a, n o só lo en las re sp ue stas q ue da, sin o tam b ié n en las
p re gu n tas q ue p lan te a. L a te o ría p o lít ic a grie ga , c o m o vim o s, s urgió
c o m o re sp ue sta a la d is o luc ió n de las re lac io n e s t rad ic io n ale s e n tre g o ­
b e rn an te s y go b e rn ad o s, y a la ap aric ió n de un a n ue va f o rm a de o rga­
n iz ac ió n p o lític a, la c o m un idad c ívic a. L a c ate go ría c e n tral de la te o ría
p o lític a g rie ga e ra la c iu d ad an ía, n o la au to rid ad y la o b e d ie n c ia, y c o n ­
c e b ía la p o lític a n o c o m o un a re lac ió n e n tre lo s q ue m an dan y lo s q ue
so n m an dado s, o e n tre am o s y siervo s, sin o c o m o un a tran sac c ió n e n tre
c iud ad an o s igu ale s . F iló so f o s an tid e m o c rátic o s c o m o P lató n y A ris tó ­
te le s , q ue trataro n de re s tab le c e r un a re lac ió n e n tre go b e rn an te s y go ­
b e rn ado s, aún se se n tían en la o b ligac ió n de o p e rar de n tro de c ate go rías
c ív ic as. P lató n h izo m uc h o p o r re s t a b le c e r el p r in c ip io de au to rid ad
c o m o la c ate go ría c e n tral d e l p e n sam ie n to p o lític o ; y la id e a de un a j e ­
ra rq u ía c ó sm ic a un iv e rs al f ue sin d u d a u t iliz ad a p o r é l y sus suc eso res
(in c lu s iv e p o r A ristó te le s) p ara ju s t if ic ar u n a div isió n p e rm an e n te e n ­
tre lo s q ue m an dan y lo s q ue so n m an dado s. P e ro e sta div isió n se p r e ­
sen tó m en o s c o m o un a re lac ió n e n tre aq u e llo s q ue m an d ab an y a q u e ­
llo s o tro s q ue e stab an o b ligad o s a o b e d e c e rle s q ue c o m o un a re lac ió n
2 10 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e n tre un a e sf e ra p o lític a y o tra q ue se h allab a f ue ra de e lla. E n E l p o lí ­
tic o , P lató n , p o r ejem p lo , dis tin gue e n tre e l arte regio de la p o lític a y las
de m ás arte s s u b o rd in ad as , q ue sirve n a la p o lític a sin f o rm ar p arte de
e lla. P ara A ristó te le s, las re lac io n e s q ue c arac t e riz ab an a la p o lis , a d i­
f e re n c ia de las o tras f o rm as de aso c iac ió n , c o m o , p o r e je m p lo , e l o ik o s ,
e ran re lac io n e s e n tre igu ale s , m ie n tras q ue las re lac io n e s e n tre d e s i­
guale s — e n tre , v e rb igr ac ia, «p a r t e s » y «c o n d ic io n e s » de la p o lis — no
e ran p o lític as.
L as c ate go rías c ív ic as de la te o ría p o lít ic a g rie ga p e rv iv ie ro n en
R o m a, in c lu s o c uan d o e l im p e rio s u s titu yó a la re p ú b lic a . L a te o ría
p o lít ic a t ard ó en h ac e r f re n te al de saf ío q ue p lan e ab an las re m o z adas
re lac io n e s e n tre go b e rn an te s y go b e rn ad o s . E l h e c h o de q ue e stas
c ue s tio n e s v o lv ie ran a s u rg ir en un c o n te x to en e l q ue lo s p rin c ip io s
t rad ic io n ale s de la do m in ac ió n y la o b e d ie n c ia h ab ían sido sub ve rtido s
de sde h ac ía tie m p o p o r las re lac io n e s c ívic as de la p o lis y la re p ú b lic a,
en un c o n te x to en e l q ue n o p o d ía h ab e r f ác ile s p re s un c io n e s so b re la
in e lu c t a b le div isió n e n tre go b e rn an te s y go b e rn ad o s o so b re u n a c o ­
rre s p o n d e n c ia e n tre la d e s igu ald ad de c lase y la j e ra rq u ía p o lític a, s ig ­
n if ic ab a q ue el I m p erio ro m an o te n ía re q uisito s ide o ló gic o s dif e re n te s
a la h o ra de e s tru c tu rar un a de f en sa de la o b e d ie n c ia a la au to rid ad . E s
c ie rto q ue la t e o ría p o lít ic a n o p ro d u c iría en O c c id e n te te o rías s is t e ­
m átic as de la o b ligac ió n p o lític a h asta lo s p rim ero s c o m pases de la é p o ­
c a m o de rn a, c uan do f ue p re c is o e n c o n trar argum en to s p ara im p o n er, a
lo s h o m b re s q ue e ran lib re s e ig u ale s p o r n atu rale z a, la o b ligac ió n de
o b e d e c e r a la au to rid ad . P e ro e l I m p e rio ro m an o ab rió n ue vo s h o r i­
zo n tes al ju s t if ic ar la d e s igu ald ad y la do m in ac ió n . H em o s visto de q ué
m o do p e n sad o re s c o m o C ic e ró n trataro n de s atis f ac e r lo s re q uisito s
q ue im p o n ía la ju s t if ic ac ió n de la d e s ig u ald a d , p e ro n in gu n o de e llo s,
an tes de A gus tín , e stuvo tan sis te m átic am e n te p re o c u p ad o p o r las
c ue stio n e s de la go b e rn ac ió n y la o b e d ie n c ia, y e l c ris tian ism o f ue la
f ue n te q ue p ro p o rc io n ó lo s in strum e n to s c o n c e p tuale s n e c e sario s.
L a e vo luc ió n d e l c ris tian ism o en O c c id e n t e e stuvo , c o m o h em o s
visto , m o ld e ad a de f o rm as m uy p a rtic u lare s p o r las e s p e c if ic id ad e s de
la v id a p o lític a gre c o rro m an a. A sim ism o , tam b ié n h em o s visto de q ué
m an e ra las c o n d ic io n e s e s p e c iale s de l I m p e rio ro m an o f o m e n taro n el
d e sarro llo de un a te o lo gía d e l p e c ado . A gustín e stab a p re o c u p ad o p o r
la c ue stió n de la d e c ad e n c ia de R o m a y c ó m o , en esas c o n dic io n e s, e x ­
p lic a r la n e c e s id ad de o b e d ie n c ia a un a au to rid ad s e c ular q ue ya n o p o ­
d ía se r c o n s id e rad a p lau s ib le m e n te c o m o e l age n te p riv ile gia d o de la
 D e la p o li s a l im p e rio
m isió n de D io s en la T ie rra. P e ro la o b e d ie n c ia y la o b ligac ió n p lan t e a­
b an p ro b le m as de ín d o le m ás ge n e ral en un a c u lt u ra p o lít ic a im b u id a
de lo s p rin c ip io s c ívic o s gre c o rro m an o s.
E l do m in io im p e rial, q ue e x igía la o b e d ie n c ia a un so b e ran o s u p re ­
m o , s ign if ic ab a q ue ya n o b as tab a s im p le m e n te c o n d iv id ir e l m un do
so c ial e n tre un a c o m un id ad p o lític a de c iu d ad an o s y aq u e llo s q ue e s t a­
b an f u e ra de e lla , c o m o h ab ían h e c h o P lató n y A ris tó te le s . E n c u a l­
q u ie r c aso , la ig u ald a d de lo s seres h um an o s an te D io s e ra un p rin c ip io
e s e n c ial de l c ris tian ism o , de m o do q ue e l p o d e r p o lític o p o d ía j u s t if i­
c ars e , en té rm in o s c ris tian o s , d iv id ie n d o la h u m an id ad e n tre aq ue llo s
q ue p e rte n e c ían a un a c o m un id ad c ív ic a y aq ue llo s q ue e stab an f u e ra y
se h allab an sub o rd in ad o s a e lla. E n e l m arc o de e stas lim itac io n e s , el
m o do m ás e f ec tivo p a ra ju s t if ic ar un a au to rid ad im p e rial s e c ular c o n ­
s is tía en ab o lir p o r c o m p le to la e sf e ra c ívic a. I n c luso la v arie d ad p asiva
de c iu d ad an ía im p e rial ro m an a f ue v ac iad a de c u alq u ie r s ustan c ia q ue
p u d ie r a q u e d arle . S i lo s an tiguo s p rin c ip io s grie go s de la c o m un id ad
p o lít ic a p re s up o n ían algún tip o de c ap ac id ad h um an a p a ra e l au to go ­
b ie rn o — ya f ue ra in n ato a to do s lo s h o m b res, t a l c o m o sup o n ía P ro tá-
go ras, o lim itad o a un o s po c o s, c o m o en la te o ría p o lític a de P lató n — ,
eso s p rin c ip io s c ívic o s p o d ían c ue s tio n ars e m e jo r si se n e gab a s e m e ­
jan te c ap ac id ad de alc an z ar la v irt u d o e l go b ie rn o de sí. Y n ad a e ra
m ás idó n e am e n te ad e c uad o a ese p ro p ó sito q ue la d o c trin a agustin ian a
de l p e c ado .
2 11
C ap ítu lo 4
L A E D AD M E D IA
De l a Ro m a im pe r ia l a l «f e u d a l ism o »
«P o c a d u d a c a b e », e s c rib ía el e m in e n te h is to riad o r m e d ie v al, R o d ­
n e y H ilto n ,
de que los cam pesino s fueron la b ase de las antiguas c ivilizacio nes de las
que naciero n gran parte de las so c iedades feudales euro peas [ . . . ] . D e
hecho, visto desde el punto de vista de esta c lase, una de las más num e­
rosas de la so ciedad rural, la diferenc ia entre la c ivilizació n tardo rro m a-
na y la c ivilizac ió n m edieval tem prana puede que no fuera tan fác il de
disc ern ir.1
S in em b argo , p e se a e sta c o n tin uid ad f un dam e n tal, algun as c o n ve n ­
c io n es de la c u ltu ra o c c id e n tal h an dado lu g ar a un se n tido de p ro f u n ­
da ru p t u ra e n tre la A n tigü e d ad c lás ic a y la so c ie d ad «f e u d a l», c uan do
e l im p e rio de O c c id e n te se sum e rgió en las «E d ad e s O s c u ras » de sp ué s
de la «d e c ad e n c ia y c aíd a ». L as id e as ilu s trad as ac e rc a de l p ro gre so y la
e c o n o m ía p o lític a c lás ic a, p o r e je m p lo , te n d ie ro n a c o n s id e rar la E dad
M e d ia c o m o un a in te rru p c ió n en e l d e sarro llo p ro gre sivo de la c iv iliz a­
c ió n o c c id e n tal a p a rt ir de sus raíc e s en la A n tigü e d ad c lás ic a, un h iato
q ue re tard ó e l triun f o in e v itab le de l rac io n alis m o y/o de la «s o c ie d a d
c o m e rc ial» de sp ué s de sus p ro m e te do re s in ic io s en e l M e d ite rrán e o an ­
tiguo . E l c urso n a t u ral de la h is to ria, a su j u ic io , só lo se re an ud ó c o n el
R e n ac im ie n to .
E l f e ud alis m o , se gún e stas c o n ve n c io n e s, a m e n udo p are c e s u rgir
de n in gu n a p arte , o a lo sum o d e l e x te rio r, traíd o a lo s te rrito rio s im ­
p e riale s p o r lo s in v aso re s b árb aro s . C ad a vez q ue e l o rde n f e u d al h a
sido p re s e n tado c o m o un a sín tesis de e lem en to s b árb aro s y ro m an o s, el
1. R o d n e y H ilt o n , B o n d M e n M a d e F r e e : M e d i e v a l F e a s a n t M o v e m e n t s a n d t h e
E n g li s h R i s i n g o f 1 3 8 1 , T e m p le S m it h , L o n d r e s , 1 9 7 3 , p á g . 10 .
2 14 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p asad o ro m an o p are c e aún un re c u e rd o vac ío y n o un le gad o so c ial
vivo . L a re c ie n te e ru d ic ió n h a h e c h o m uc h o p ara e n m e n d ar e sta m an e ­
ra in c o n e x a de e n te n d e r la h is to ria. E l le gad o de las v ie jas c o n v e n c io ­
n es, sin e m b argo , en últim a in stan c ia h a sido dif íc il de e rra d ic ar po rq ue
las c o n tin uid ad e s re su ltan m ás v isib le s de sde la p e rs p e c tiv a de lo s c am ­
p e sin o s, y rara vez se h a de jado c o n stan c ia de la h is to ria d e sde e l p u n ­
to de v ista d e l c am p e sin ad o . A un aq u e llo s h is to riad o re s q ue so n m ás
e sc ép tic o s ac e rc a de la «d e c ad e n c ia y c a íd a » c o m o ru p t u ra, o p o n en en
d u d a las in f lue n c ias «g e r m á n ic a s », o re c h az an la id e a de un h iato m e ­
d ie v al, e n c o n tran do p ara e llo raíc e s de m o d e rn id ad en la E dad M e d ia,
a vec es se h an in c lin ad o a h ac e r h in c ap ié en el vac ío q ue dejó un I m p e ­
rio ro m an o ago n iz an te , y q ue h ub o de ser c o lm ado p o r un o rde n f e u ­
d al c o m p le tam e n te n uevo , ya f ue ra tran s m itid o p o r las in vasio n e s b á r ­
b aras o surgid o de lo s de sp o jo s d e l im p e rio , e l c ao s de de so rde n so c ial
y gue rra.
L a h is to ria de l p e n sam ie n to p o lític o p u e d e p are c e r in m un e a estas
id e as de ru p t u ra h is tó ric a d e b id o a q ue lo s le gad o s q ue d e jaro n lo s
p e n sado re s an tiguo s, e l de re c h o ro m an o y el c ris tian ism o so n b astan te
e vide n te s en la c u ltu ra m e die val. P e ro la h is to ria c o n tin ua de la f ilo so ­
f ía y la te o ría p o lític a «c a n ó n ic a », q ue se h allan p artic u larm e n te lim it a ­
das p o r la e x p e r ie n c ia de las c lase s d o m in an te s y las e lit e s c u ltu rale s ,
aún es q uiz á m ás p ro p e n sa a o s c u re c e r las c o n tin u id ad e s so c iale s q ue
su b yac e n a las re lac io n e s e n tre lo s n o b le s t e rrate n ie n te s y lo s c am p e ­
sin o s.
H ac e r h in c ap ié en las c o n tin uid ad e s n o sign if ic a n e gar las tran sf o r­
m ac io n e s so c iale s q ue tuvie ro n lu g ar d u ran te lo s añ o s en q ue el im p e ­
rio ago n iz ab a y de sp ué s de aq u e lla ago n ía. A l c o n trario , se t rata de o b ­
se rvar el d e s arro llo de la s o c ie d ad f e u d al p re c is am e n t e c o m o un a
tran sf o rm ac ió n y n o c o m o un a in tru s ió n f o rán e a. A q uí, de lo q ue se
trata n o es de la in m o v ilid ad , sin o d e l c am b io c o m o un p ro c eso h is tó ­
ric o c o n tin uo . L o s «b á r b a r o s » traje ro n c o n sigo , q ué d u d a c ab e , p r á c t i­
c as e in stituc io n e s q ue m o ld e arían e l o rde n f e ud al, p e ro sus in s t it u c io ­
n es se f u sio n aro n c o n las re lac io n e s s o c iale s ya e x iste n te s. L as f o rm as
p o lític as y so c iale s m e die v ale s re s u ltan in e x p lic ab le s si n o se h ac e re f e ­
re n c ia a las e sp e c if ic id ad e s de la so c ie dad ro m an a o a sus f o rm as c arac ­
te rís tic as de p ro p ie d ad . P o n e r é n f asis en las c o n tin u id ad e s tam p o c o
re q u ie r e q ue ras tre e m o s u n a h is to ria d e l p e n s am ie n to p o lít ic o o c c i­
d e n tal d e riv ad a de las d e c larac io n e s de lo s c am p e sin o s, un a h is to ria
q ue , d ic h o lis a y llan am e n te , n o e s tá ah í p a ra q ue la d e s c u b ran , n i s i­
L a E d a d M e d ia 2 15
q u ie ra e n lo s arc h ivo s q ue re c o ge n lo s do c um e n to s de la re b e lió n c am ­
p e s in a. E s s u f ic ie n te re c o n o c e r q ue lo s t e rrate n ie n te s e ran lo q ue e ran
d e b id o a las re lac io n e s q ue m an te n ían c o n la p ro p ie d ad y c o n lo s c am ­
p e sin o s so b re lo s q ue e je rc ían su se ñ o ría, y q ue las re lac io n e s agrarias
m e d ie v ale s se h a lla b an f irm e m e n te e n raiz ad as en sus an te c e d e n te s ro ­
m an o s.
A m en udo se h a dic h o q ue e l c o n c ep to de f e udalism o tie n e un valo r
c u e s tio n ab le . H a sido u t iliz ad o , de h e c h o , de m an e ras m uy d is tin t as .
A un así, ap e n as c ab e algu n a d u d a de q ue en el im p e rio de O c c id e n te
lo s ac o n te c im ie n to s p ro d uje ro n f o rm as so c iale s q ue e ran c a r a c t e r ís t i­
c as y sin las c uale s la h is to ria p o s te rio r de E uro p a re s u lt a in e x p lic ab le .
D e ah í q ue p are z c a c asi in d is p e n s ab le c ie rt a m an e ra c o n v e n ie n te de
d e s ign arlo . E n aras de e sta c o n v e n ie n c ia y a m en o s — o h as ta— q ue se
h a lle un a d e sign ac ió n q ue se a ge n e ralm e n te ac e p tad a p a ra s u s t it u irla,
p o de m o s ap lic ar e l té rm in o «f e u d a lis m o », o q uiz á la e x p re s ió n s o c ie ­
dad f e ud al, a e stas f o rm as so c iale s, al tie m p o q ue re c o n o c e m o s q ue , en
to d a la ge o graf ía de O c c id e n t e , n o h u b o un ún ic o o rde n f e u d a l in v a ­
ria b le .2
E n tre lo s siglo s VI y X , e l p e río do q ue sue le id e n tif ic ars e c o m o la e ra
f e ud al, el I m p e rio ro m an o f ue re e m p laz ad o p o r lo q ue se h a d ado en
llam ar la «p arc e lac ió n de la s o b e ran ía».3 N o h ac e m uc h o se argum en tó
de un a m an era c o n vin c en te q ue el pro c eso fue b astan te m ás rep en tin o de
lo q ue c o n ven c io n alm en te h ab ían suge rido lo s h isto riado re s m edievales,
y q ue só lo al f in al de este p e río do h ub o un a «re v o lu c ió n f e u d a l».4 P ero ,
c o n in d e p e n d e n c ia de si se trató de un p ro c eso grad u al o re v o luc io n a­
rio , e l estado im p e rial dio paso a un m o saic o de jurisdic c io n e s en las q ue
2. P a r a u n im p o r t a n t e d e b a t e d e l fe u d a lis m o y, e n c o n c r e t o , d e la s d ife r e n c ia s e n ­
t r e I n g la t e r r a y F r a n c ia , vé a s e G e o r g e C o m n in e l, « E n g lis h F e u d a lis m a n d t h e O r ig in s
o f C a p it a lis m » , T h e J o u r n a l o f P e a s a n t S t u d i e s , ju lio d e 2 0 0 0 , p á g s . 1- 5 3 .
3. P e r r y A n d e r s o n , P a s s a g e s f r o m A n t i q u i t y t o F e u d a li s m , V e r s o , L o n d r e s , 1 9 7 4 ,
p á g s . 1 4 8 y s ig s .
4. D e s d e h a c e m u c h o t ie m p o h a h a b id o flu c t u a c io n e s e n t r e la s h is t o r ia s d e l fe u ­
d a lis m o q u e in s is t e n e n la s c o n t in u id a d e s y a q u e lla s o t r a s q u e h a c e n h in c a p ié e n t r a n s ­
fo r m a c io n e s m á s r e v o lu c io n a r ia s . U n a d e fe n s a d e u n a « r e v o lu c ió n fe u d a l» fu e la q u e
h iz o , e n 1 9 9 4 , T . N . B is s o n e n P a s t a n d P r e s e n t ( « T h e “ F e u d a l R e v o lu t io n ” » ) , P a s t a n d
P r e s e n t , n ° 1 4 2 / fe b r e r o d e 1 9 9 4 , p á g s . 6 - 4 2 ) , q u e d io p ie a u n d e b a t e e n t r e v a r io s h is ­
t o r ia d o r e s e n lo s n ú m e r o s s ig u ie n t e s d e e s t a r e v is t a ( n ° 1 5 2 , a g o s t o d e 1 9 9 6 ; y n ° 1 5 5 ,
m a y o d e 1 9 9 7 ) . E n t r e lo s p a r t ic ip a n t e s s e c o n t a b a C h r is W ic k la m , q u ie n , c o n a lg u n a s
r e s e r v a s a c e rc a d e l a r g u m e n t o e x p u e s t o p o r B is s o n , d e fe n d ió d e m a n e r a ju ic io s a y c o n ­
v in c e n t e la id e a d e u n a « r e v o lu c ió n fe u d a l» .
2 16 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
se f ragm e n taro n , en v e rtic al y en h o riz o n tal, las f un c io n es e statale s. L a
do m in ac ió n e j e rc id a p o r un e stado im p e rial o m n ím o do b ajo su b ó veda
f ue s u s t it u id a p o r la f ragm e n tac ió n ge o gráf ic a y la o rgan iz ac ió n m e ­
dian te la adm in is trac ió n lo c al o re gio n al, q uiz ás en f o rm a de ac ue rdo s
c o n trac tuale s en e l sen o de la c las e d irige n te , e n tre reyes y se ñ o res f e u ­
d ale s o e n tre se ñ o res f e ud ale s y v asallo s, aun q ue e stas c o m p o n e n das
p o d ían ad o p tar m uc h as f o rm as d if e re n te s , h as ta e l p un to de q ue la
e x iste n c ia m ism a de l vasallaj e h a sido p ue sta en te la de ju ic io .5 E ste m o ­
saic o ad m in istrativ o , ju ríd ic o y m ilit ar ge n e ralm e n te estuvo ac o m p añ a­
do p o r un siste m a de p ro p ie d ad c o n d ic io n al, en el q ue lo s de re c h o s de
p r o p ie d a d c o m p o rtab an la p re s tac ió n de un se rvic io j u ris d ic c io n al y
m ilitar.
N o es éste e l lu g ar p a ra c o n sid e rar si, o en q ué m e d id a, el f e u d a lis ­
m o f ue un p ro d uc to de in f lu e n c ias ge rm án ic as , aun en e l c aso de q ue
f ue ra p o sib le id e n t if ic ar u n a so la e n tid ad o c u ltu ra ge rm án ic a. S in e m ­
b argo , es en gañ o so im agin ar q ue trib u s ge rm án ic as m ás o m en o s p r ís ­
tin as, q ue surgie ro n m ás o m en o s in tac tas de lo s gran d e s b o sq ue s s e p ­
te n trio n ale s , in vadie ro n e l I m p e rio ro m an o . L as in te rac c io n e s e n tre lo s
p ue b lo s «g e rm a n o s » y lo s ro m an o s se re m o n tan m uc h o m ás lejo s en el
tie m p o de aq u e llas m igrac io n e s t a rd ía s , en m asa, q ue c o n side ram o s
c o m o las «in v as io n e s b á rb a ra s ». E stas in te rac c io n e s in c lu ían an tiguas
re lac io n e s de in te rc am b io , q ue sirvie ro n p a ra agrav ar la d if e re n c iac ió n
s o c ial en e l sen o de las tr ib u s ge rm an as y d e s e s t ab iliz ar las re lac io n e s
e n tre las p ro p ias c o m u n id ad e s , lo c u a l p ro v o c ab a gu e rr as c o n stan te s
y u n a c re c ie n t e m ilit ariz ac ió n . E n la é p o c a en q ue las in c u rs io n e s en
e l in t e rio r d e l te rrito rio ro m an o se c o n v irtie ro n en un f ac to r de c isivo
p ara d e te rm in ar el destin o de l im p e rio , lo s p ue b lo s germ an o s ya h ab ían
5. S u s a n R e y n o ld s , e n p a r t ic u la r , h a s o s t e n id o q u e e l c o n c e p t o d e v a s a lla je c a re c e
p r á c t ic a m e n t e d e s e n t id o , e n t a n t o q u e in c lu s o e l c o n c e p t o d e fe u d o e s d e m a s ia d o va g o
y v a r ia b le p a r a s e r d e g r a n u t ilid a d ( F i e f s a n d V a s s a ls . T h e M e d i e v a l E v i d e n c e R e i n t e r ­
p r e t e d , O x fo r d U n iv e r s it y P r e s s , N u e v a Y o r k y O x fo r d , 1 9 9 4 ) . E l a r g u m e n t o , a q u í, t a l
c o m o e x p lic a r e m o s e n la s p á g in a s q u e s ig u e n , p a r a n a d a d e p e n d e d e la e x is t e n c ia d e l
v a s a lla je o , e n r e a lid a d , d e la n o c ió n d e fe u d o s . R e y n o ld s h a a b o r d a d o t a m b ié n la c u e s ­
t ió n a r g u m e n t a n d o q u e , a s u e n t e n d e r , s e a t r ib u y e d e m a s ia d a im p o r t a n c ia a c o n s t r u c ­
t o s in t e le c t u a le s , e n t r e e lla s e l r e n a c e r d e la filo s o fía g rie g a a n t ig u a , e n la c o n s t it u c ió n
d e la s r e la c io n e s s o c ia le s y p o lít ic a s d u r a n t e la E d a d M e d ia . R e y n o ld s h a c e h in c a p ié e n
« lo s v ín c u lo s t r a d ic io n a le s d e la c o m u n id a d » y la s p r á c t ic a s c o m u n a le s e s t a b le c id a s
d e s d e h a c ía m u c h o t ie m p o d e m a n e r a in d e p e n d ie n t e d e e s t e t ip o d e id e a s . D e b e r ía ya
q u e d a r c la r o q u e e s t a c r ít ic a n o v a le p a r a e l c o n c e p t o d e fe u d a lis m o q u e e m p le a m o s e n
e s t e c a p ít u lo .
L a E d a d M e d ia 2 17
q ue d ad o p ro f un dam e n te m arc ado s p o r sus d ilatad as in te rac c io n e s c o n
R o m a.
H a h ab id o un c o n s id e rab le d e b ate so b re si las re lac io n e s e n tre lo s
t e rrate n ie n te s y lo s c am p e sin o s d e b ían in c lu irs e o n o en la d e f in ic ió n
de f e udalism o . E n un e x tre m o de e ste d e b ate e stá e l argum e n to de q ue
las re lac io n e s e n tre lo s te rrate n ie n te s o lo s señ o res f e ud ale s y sus la b r a ­
do res d e p e n d ie n te s n o p u e d e n c arac t e riz ars e c o m o f e u d ale s , p ue s el
f e ud alism o no tie n e n ad a q ue v e r c o n la do m in ac ió n y la d e p e n d e n c ia,
sin o c o n las re lac io n e s c o n trac tuale s e n tre igu ale s j u ríd ic o s , e n tre p e r ­
so n as de c o n dic ió n n o b le , aun q ue algun o s p re s te n se rvic io a o tro s. E n
e l o tro e x tre m o de l d e b ate e stá un a d e f in ic ió n de f e udalism o b as ad a en
las re lac io n e s e n tre te rrate n ie n te s y c am p e sin o s q ue , a ve c e s, no só lo se
ap lic a a las f o rm as m e die vale s e sp e c íf ic am e n te o c c id e n tale s de d e p e n ­
d e n c ia c am p e sin a, sin o a c u a lq u ie r tip o de e x p lo tac ió n ag ra ria q ue se
re alic e m e d ian te la e x trac c ió n de re n tas. P e ro e sto s do s e x tre m o s no
p are c e n p rác tic o s n i útile s.
P o r un lad o , d e b ie ra d arse p o r se n tado q ue la e x is te n c ia m ism a de
lo s se ñ o res f e ud ale s , c o m o q u ie ra q ue lo s de f in am o s, d e p e n d ía de sus
re lac io n e s c o n lo s c am p esin o s. A llí do n de h ab ía señ o res, h ab ía tam b ié n
c am p e sin o s c uyo trab aj o d e p e n d ie n te se rvía p a ra s u s te n tar a lo s p r i­
m ero s. P o r o tro lad o , u n a d e f in ic ió n d ilu id a de «f e u d a lis m o », q ue
ab arc a c u alq u ie r tip o de re lac ió n e n tre e l se ñ o r de la t ie r ra y e l c am p e ­
sin o , o s c ure c e las e s p e c if ic id ad e s de las re lac io n e s agrarias en e l O c c i­
de n te m e die val. L o c arac te rís tic o de O c c ide n te es la e x p lo tac ió n de lo s
c am p e sin o s p o r se ñ o res en e l c o n te x to de la so b e ran ía p arc e lad a, c o n
re lac io n e s de v as allaj e o sin e llas. E l c o n c e p to de «f e u d a lis m o » es ú t il
p o rq u e c e n tra, y só lo en la m e d id a en q ue lo h ac e , la ate n c ió n en e sta
f o rm ac ió n c arac t e rís tic a.
E n la u n id ad tan p a rt ic u la r de p o d e r ec o n ó m ic o y e x trae c o n ó m ic o
q ue s urgió en la «E u r o p a » m e d ie v al, las re lac io n e s e c o n ó m ic as de
ap ro p iac ió n e stab an in e x t ric ab le m e n t e v in c u lad as a re lac io n e s p o lít i­
c as, t a l c o m o lo e stuvie ro n en lo s estado s b u ro c rátic o s an tiguo s. P ero ,
en m arc ado c o n traste c o n aq ue llas an tiguas c iviliz ac io n e s en las q ue lo s
e stado s m o n árq uic o s go b e rn ab an a c am p e sin o s so m e tido s, el e stado se
h a lla b a f ragm e n tado en un a s o b e ran ía p arc e lad a. L o s trib uto s d e l e s t a­
do , así, d ie ro n lu g a r a im p ue sto s q ue lo s se ñ o res f e ud ale s se e n c a rg a ­
b an de re c au d ar y a la ap ro p iac ió n en f o rm a de re n tas. E n su señ o río ,
e l se ñ o r f e ud al c o m b in ab a el p o d e r de la ap ro p iac ió n in d iv id u a l c o n la
p o se sió n de un f ragm e n to d e l p o d e r e s tat al. E l se ñ o río f e u d al, q ue
2 18 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c o n s t itu ía un a re lac ió n p e rs o n al de p ro p ie d a d y de do m in io de lo s
c am p e sin o s q ue la t rab ajab an , asum ió m uc h as de las f un c io n e s q ue en
o tro s tie m p o s y lu gare s h ab ía c um p lid o el e stado . E l e f ec to f ue q ue la
e x p lo t ac ió n p riv ad a d e l trab ajo se c o m b in ó c o n e l p ap e l p ú b lic o q ue
de se m p e ñ ab an la adm in istrac ió n , la ju ris d ic c ió n y la vigilan c ia de l c um ­
p lim ie n to de la ley. D ic h o c o a O tras p alab ras , se t ratab a de un a f o rm a
de «p r o p ie d a d p o lític am e n te c o n s t it u id a », un a u n id a d de p o d e r e c o ­
n ó m ic o y e x trae c o n ó m ic o q ue , en la an tigu a R o m a, p re s u p o n ía el d e ­
sarro llo , e x c e p c io n alm e n te autó n o m o , de la p ro p ie d ad p riv ad a.
E n lo s c ap ítulo s an te rio re s , h em o s m an te n ido c ie rto d e b ate ac e rc a
de las re lac io n e s de p ro p ie d ad en la G re c ia y la R o m a an tiguas , h a c ie n ­
do h in c ap ié en e l c arác t e r p a rt ic u la r q ue te n ían en c o m p arac ió n c o n
o tras c iv iliz ac io n e s «s u p e r io r e s ». L a p ro p ie d a d de la tie r ra se h a lla b a
s e p arad a de un a m an e ra m ás p le n a de l e stado q ue en lo s re in o s «b u r o ­
c rát ic o s », en lo s q ue te n d ía a e s tar e stre c h am e n te v in c u lad a al se rvic io
q ue se p re s tab a al e stado . E n e ste tip o de re in o s, lo s p ro d uc to re s a g rí­
c o las e stab an suje tado s, c o le c tivam e n te , a la e x trac c ió n de la p lus v alía
m e d ian te un e stad o ap ro p iad o r q ue se e n c argab a de re d is t rib u ir lo
p ro duc ido . L a aristo c rac ia lo re c ib ía, tam b ié n , en la típ ic a f o rm a de im ­
p ue sto s y t rib u to s , as í c o m o en la p re s tac ió n o b lig at o ria de se rvic io s.
L a p ro p ie d a d p riv ad a c o m o un p e c u lia r f o c o de p o d e r alc an z ó en
R o m a un d e sarro llo sin p re c e d e n te s. L o s p ro d uc to re s c am p e sin o s e s ta­
b an d ire c tam e n te so m e tido s a lo s ap ro p iad o re s in d iv id u ale s p rivado s,
q uie n e s e x t raían el trab ajo e x c e d e n te en f o rm a de re n tas. E sto s ac o n ­
te c im ie n to s y avan c es, c o m o h em o s visto , q ue d aro n re f le jado s en el d e ­
re c h o ro m an o , q ue f o rm alm e n te re c o n o c ió el c arác t e r e x c lus iv o de la
p ro p ie d ad p riv ad a y e lab o ró un a d is tin c ió n e n tre do s f o rm as de d o m i­
n ac ió n , la te n e n c ia le gítim a de la p ro p ie d ad y e l p o d e r de la au to rid ad
e s tatal, e l d o m in iu m y el im p e riu m . L a in te rp re tac ió n c o n c e p tual de e s ­
to s do s f o c o s de p o d e r t e n d ría un as c o n se c ue n c ias en o rm e s p ara e l d e ­
sarro llo de la te o ría p o lític a.
C uan d o surgió un e stado im p e rial e n o rm e , c o n su p ro p ia b u ro c r a­
c ia y siste m a de trib u tac ió n , f ue, f un d am e n talm e n te , d is tin to de o tro s
e stado s im p e riale s o m o n árq uic o s q ue se h ab ían s u c e d id o en la A n t i­
gü e d ad . I n c luso en e l m o m en to de m áx im o p o d e r y e x te n sió n d e l im ­
p e rio , la f o rm a p rim o rd ial de ap ro p iac ió n q ue e m p le ab an las c lases d o ­
m in an te s ro m an as n o e ra e l c argo e s tat al m e d ian te e l e je rc ic io de la
ac tiv id ad f isc al, sin o la ad q u is ic ió n de tie rra y la e x p lo tac ió n d ire c ta de
q uie n e s t rab ajab an , ya f ue ran c am p e sin o s o esc lavo s. L o s te rrate n ie n -
L a E d a d M e d ia 2 19
tes y lo s c am p e sin o s se e n f re n taro n , de un a m an e ra m ás d ire c ta, c o m o
in d iv id uo s y c o m o c las e s , n o c o m o go b e rn an te s y sú b d ito s , en tan to
q ue e l go b ie rn o im p e rial d e p e n d ía de un a re d de aristó c ratas h a c e n d a­
do s, so b re to do en el im p e rio latin o de O c c id e n te . E ste m o do de go ­
b ie rn o im p e rial tuvo e l e f ec to de f o rtale c e r la p ro p ie d ad , en c o n trap o ­
sic ió n a o tro s e stado s de la A n tigü e d ad , q ue im p id ie ro n e l d e sarro llo
p le n o y autó n o m o de la p ro p ie d ad p riv ad a y de las c lase s h ac e n d ad as,
in d e p e n d ie n te m e n te de la b u ro c rac ia im p e rial.6
6. U n a r g u m e n t o in t e r e s a n t e , p e r o , e n m i o p in ió n , d e fic ie n t e , e s e l q u e p r o p u s o
u n e m in e n t e h is t o r ia d o r e s p e c ia liz a d o e n la é p o c a r o m a n a t a r d ía y la E d a d M e d ia , C h ­
ris W ic k h a m , q u e e n fe c h a m á s r e c ie n t e h a m o d ific a d o s u e n fo q u e s in c a m b ia r e n n a d a
d e lo q u e , a m i ju ic io , e r a n s u s a s p e c t o s m á s p r o b le m á t ic o s ( « T h e O t h e r T r a n s it io n :
F r o m t h e A n c ie n t W o r ld t o F e u d a lis m » y « T h e U n iq u e n e s s o f t h e E a s t » , p u b lic a d o s
o r ig in a lm e n t e e n 1 9 8 4 - 1 9 8 5 y r e e d it a d o s a m b o s e n L a n d a n d P o w e r : S t u d i e s i n I t a li a n
a n d E u r o p e a n S o c i a l H i s t o r y , 4 0 0 - 1 2 0 0 , T h e B r it is h S c h o o l a t R o m e , L o n d r e s , 1 9 9 4 ) .
E n s u fo r m u la c ió n o r ig in a l, C h r is W ic k h a m r e c u r r ía a la n o c ió n d e u n « s is t e m a t r i b u ­
t a r io » , e n e l q u e la e x t r a c c ió n d e e x c e d e n t e s s e e fe c t u a b a a t r a v é s d e la im p o s ic ió n d e
t r ib u t o s , y lo c o n t r a p o n ía a l fe u d a lis m o , e n e l q u e la e x t r a c c ió n d e e x c e d e n t e s a d o p t a
la fo r m a d e re n t a s , e n lu g a r d e t r ib u t o s . E l s is t e m a t r ib u t a r io in c lu y e e l r e in o r e d is t r i-
b u t iv o b u r o c r á t ic o t a l c o m o lo h e d e s c r it o a q u í; p e r o e n e l e n fo q u e d e W ic k h a m , in ­
c lu y e t a m b ié n la fo r m a « a n t ig u a » e je m p lific a d a p o r G r e c ia y R o m a , e n la q u e la c iu ­
d a d , e n lu g a r d e u n e s t a d o m o n á r q u ic o c e n t r a l, e s la e n t id a d e n c a r g a d a d e e x t r a e r la
t r ib u t a c ió n . E l c a s o g r e c o r r o m a n o e r a p e c u lia r , s o s t ie n e e s t e h is t o r ia d o r , t a m b ié n p o r ­
q u e la fo r m a t r ib u t a r ia c o e x is t ía c o n e l « fe u d a lis m o » . L a t r a n s ic ió n s e p r o d u jo , n o s s u ­
g ie r e , c u a n d o la s t e n s io n e s e n t r e e s t o s d o s m o d o s c o e x is t e n t e s d e p r o d u c c ió n c o n d u ­
je r o n a la d e c a d e n c ia d e l e le m e n t o t r ib u t a r io ( e n p a r t ic u la r , e l e s t a d o im p e r ia l) y e l
c r e c ie n t e p r e d o m in io d e la fo r m a fe u d a l. A m i ju ic io , s e t r a t a d e u n a e x p lic a c ió n p r o ­
b le m á t ic a p o r v a r ia s r a z o n e s : c a d a c a t e g o r ía , « t r i b u t a r i o » y « fe u d a l» , e s d e m a s ia d o in -
d ife r e n c ia d a y e x p lic a m u y p o c a s c o s a s , s o b r e t o d o p o r q u e c u a lq u ie r r e la c ió n d e e x ­
t r a c c ió n d e r e n t a e n t r e t e r r a t e n ie n t e s y c a m p e s in o s r e c ib e e l n o m b r e d e « fe u d a l» , lo
q u e t ie n d e a o s c u r e c e r la s p a r t ic u la r id a d e s d e la s r e la c io n e s e n t r e s e ñ o r e s fe u d a le s y
c a m p e s in o s e n O c c id e n t e , m ie n t r a s c u a lq u ie r a d e la s fo r m a s d e im p o s ic ió n fis c a l p a ­
r e c e n p a r t ic ip a r d e la fo r m a « t r ib u t a r ia » . E l e n fo q u e e s m á s t a x o n ó m ic o q u e h is t ó r i­
c o , y p o s t u la d o s m o d o s d e p r o d u c c ió n s in in d ic a r n in g ú n in ic io h is t ó r ic o n i d in á m ic a
in t e r n a q u e p u d ie r a c o n t r ib u ir a e x p lic a r la t r a n s ic ió n : la fo r m a « fe u d a l» e s t á s im p le ­
m e n t e a h í y, e n s u t e n s ió n c o n la « fo r m a t r ib u t a r ia » , n o e x is t e n in g u n a r a z ó n a p a r e n t e
q u e ju s t ifiq u e s u p r e d o m in io fin a l; y s o b r e t o d o , e s t e e n fo q u e n o c o n s ig u e c a p t a r la e s ­
p e c ific id a d d e la fo r m a « a n t ig u a » . N o b a s t a c o n d e c ir q u e la fo r m a t r ib u t a r ia e r a d i fe ­
r e n t e p o r q u e la c iu d a d e r a la e n t id a d q u e e x t r a ía e l im p u e s t o , n i t a m p o c o b a s t a c o n
d e c ir q u e c o e x is t ía c o n e l « fe u d a lis m o » . L a c u e s t ió n e s q u e la c iu d a d , e in c lu s o e l im ­
p e r io , c o n s u s s is t e m a s d e fis c a lid a d , y a e s t a b a m o d e la d a p o r e l d e s a r r o llo e x c e p c io ­
n a lm e n t e a u t ó n o m o d e la p r o p ie d a d p r iv a d a . L a c iu d a d - e s t a d o d e la R e p ú b lic a r o m a ­
n a e s t a b a c o n s t it u id a p o r r e la c io n e s e s p e c ífic a m e n t e ro m a n a s e n t r e t e r r a t e n ie n t e s y
220 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
L a e x is te n c ia de do s p o lo s de po der, e l e stado y la p ro p ie d ad p r i­
v ada, sign if ic ab a q ue h ab ía un a te n de n c ia a la f ragm e n tac ió n en e l c e n ­
tro m ism o de l e stado im p e rial. C uan do el im p e rio se d e sin te gró — y lo
h izo p re c is am e n te en O c c ide n te , do n de la au to rid ad d e l estado e x is tía
en te n sió n c o n la aris t o c rac ia, q ue e ra d ue ñ a de e n o rm e s e x te n sio n e s
de t ie r ra— , la auto n o m ía de la aris to c rac ia siguió c re c ie n d o , aun q u e
c o n tin uara e x istie n d o algun a fo rm a de p o de r p úb lic o . L a c esió n de las
f un c io n e s p ú b lic as a lo s se ñ o res lo c ale s se p ro d u jo in c lus o a llí do n de
lo s p o de re s m o n árq uic o s triun f aro n , al m en o s p o r c ie rto tiem p o , en sus
in te n to s de re c e n traliz ar el estado . L as m o n arq uías d e p e n d ían , de m a­
n e ra c arac t e rís tic a, en grad o s dif e re n te s, p e ro sie m p re de m an e ra in e ­
v itab le , de las aristo c rac ias te rrito riale s c uyas f un c io n es — ju d ic ial, a d ­
m in is trativ a y m ilitar— p e rte n e c ían an tes al estado .
A un c uan do , en e l siglo VIII, y p o ste rio rm e n te , lo s f ran c o s, so b re
to do c o n C arlo m agn o , de vo lvie ro n c ie rto tip o de u n id ad y o rden a lo s
re sto s c aó tic o s de l im p e rio de O c c ide n te , y c re aro n su p ro p io y vasto
c a m p esino s , y el im p erio que s urg ió de e lla p re s u p o n ía el d e s a rro llo de una c lase h a ­
c e nd a d a h is tó ric a m en te únic a.
E n fe c h a m ás rec ie nte , W ic kh a m ha sustituido la distinc ió n e ntre lo s modos de pro­
ducción trib u ta rio y fe u d a l p o r un a distinc ió n e n tre do s tipo s de civitas o esta do : un o
ba s a d o en la fisc a lid a d y o tro b a sa d o en la tierra . E sta d is tinc ió n tien e alg unas venta jas
c o n re s p ec to a la a n terio r, p e ro a ún dista m uc ho de c a ra c te riz a r las e sp ec ific id a de s del
e sta do ro m a n o ba sa do en lo s im pue sto s, y las d iferenc ia s e n tre este esta do y, po ng a m o s
p o r c a so, un e sta d o b a s a d o en la fisc a lid a d c o m o la C h in a im pe ria l, en el que la re la ­
c ió n e n tre el e stado y la p ro p ie d a d de la tie rra e ra sig n ific a tiva m e nte distinta . R esulta
d ifíc il, en re a lid a d , h a c e r ju stic ia a las diverg e nc ia s e n tre lo s im p e rio s ro m a n o s de
O rie n te y O c c id e n te sin re c o n o c e r ta les d ife re n c ia s en sus re la c io n e s e s ta d o - pro pie -
da d. E n O rie n te , el e sta d o im p e ria l se s up erpu so de m a n era sing u la r a e s tru c tura s de
estado ya e x iste nte s y m uy de sa rro lla d a s. E n O c c ide nte, d o n d e no se c onoc ía n este tipo
de e stru c tu ra s , e l d e s a rro llo de la p ro p ie d a d a ris to c rá tic a de la tie rra — y sus efec to s
c e ntrífug o s— fu e m uc ho m ás lejos, y fu e en O c c id e nte d o n d e el im pe rio se de sin teg ró.
D e to d o s m o do s , sa lvo en a lg una ta x o n o m ía a h istó ric a , p ro b a b le m e n te nunc a ha e x is ­
tid o un sim p le e sta do b a s a d o en la tie rra en c o n tra p o s ic ió n a un e sta do b a s a d o e n la
fisc a lida d . E l m o d e lo de W ic kha m p a ra la fo rm a de e sta d o b a sa d o en la tie rra p a rec e
ser la fra g m e n ta c ió n d e l esta do o « p a rc e la c ió n de la so be ra nía » ba sa da en una jera rq u ía
de la p ro p ie d a d de la tie rra que surg ió en la E u ro p a fe u d a l (y c ita al g ran h is to ria d o r
de l fe ud a lism o , M a rc B lo c h, c o m o el e sp ec ia lista qu e m e jo r lo ha a na liz a do ) ; p e ro esa
fo rm a fe u d a l s eg ura m e nte p re s u p o n e el d e s a rro llo p e c u lia r de la p ro p ie d a d en R om a y
d e la a risto c ra c ia te rra te n ie n te , así c o m o el e sta do im pe ria l ro m a n o , c o n su sistem a fis ­
c al. E l m a g istra l y c o n vin c e nte análisis que W ic kha m h a c e de la te m p ra n a E da d M e d ia
lo c o nfirm a , a u nqu e su e ntra m a d o c o n c e p tu a l tien de a o sc u re c e rlo .
L a E d a d M e d ia 221
do m in io im p e rial, el re in o de lo s f ran c o s e ra ad m in istrad o p o r c o n des
re gio n ale s ( ¿ o m ite s ) , en tan to q ue lo s te rrito rio s re c ié n c o n q uistado s
e ran c o n tro lado s p o r c au d illo s m ilitare s lo c ale s . E sta ad m in is trac ió n
f ragm e n tad a c o n tin uó in c lus o de sp ué s de q ue C arlo m agn o f ue ra c o ro ­
n ad o , e l d ía de N av id ad d e l añ o 8 0 0 , c o m o I m p e r a to r a la m an e ra de
R o m a, lo q ue p a re c ía re v iv ir el im p e rio un iv e rsal. E l llam ad o S ac ro I m ­
p e rio ro m an o - ge rm án ic o surgido de allí agrav aría aún m ás, en lo s siglo s
siguie n te s , lo s c o n f lic to s de ju ris d ic c ió n f ragm e n tad a, añ ad ie n d o , a la
au t o rid a d te m p o ral, un a e x ige n c ia n ue va: u n a m e z c la in f lam ab le de
au to rid ad p ap al, re gia y se ñ o rial.
L a re ale z a en el O c c id e n te m e d ie v al sie m p re se c arac te riz ó , en g r a ­
do s dif e re n te s, p o r un a te n sió n e n tre e l p o d e r m o n árq uic o y la se ñ o ría,
e n tre la au to rid ad c e n traliz ad a y la au to rid ad lo c al. E sta te n sió n d aría
c o m o re sultad o c o n c e p c io n e s e x c lus iv am e n te o c c id e n tale s d e l go b ie r­
n o , en las q ue se trat ab a de d e c id ir e n tre as p irac io n e s rivale s a la au to ­
rid ad . N o a travé s de la af irm ac ió n de l p re d o m in io sim p le e in e q u ív o ­
c o d e l p o de r c e n tral so b re e l p o de r lo c al, sin o re c urrie n d o , m ás b ie n , a
un c ie rto tip o de re c ip ro c id ad , a un ac ue rdo e n tre do s f uerzas le gítim as
c o n c e b ido en té rm in o s c o n trac tu ale s o , c o n e l tie m p o , c o n s t itu c io n a­
le s .7 R e sulta d if íc il im agin ars e de q ué m o do se m e jan te disp e n sac ió n p o ­
d ría h ab e r s urgido sin e l de sarro llo c arac te rístic am e n te o c c id e n tal de la
p ro p ie d a d c o m o u n a f u e rz a autó n o m a en te n sió n y, a la vez, en c o n ­
jun c ió n c o n e l e stado .
D e h e c h o , d e sp ué s de f in aliz ar e l siglo IX , n o h ub o un e stado so b e ­
ran o en e l se n tido de q ue la so b e ran ía e s tat al im p lic a e l p o d e r le g is la t i­
vo (a d if e re n c ia de la ap lic ac ió n de l de re c h o o de las le ye s e x iste n te s).
A lgu n as in s tit u c io n e s p ú b lic as , en p a rt ic u la r d e te rm in ad o s tip o s de
trib u n ale s , c o n tin uaro n e x is tie n d o , p e ro , d u ran te do s siglo s, p r á c t ic a ­
m en te n o h ub o le gis lac ió n , c o n la e x c e p c ió n de algun o s c am b io s en el
de re c h o c o n s ue tud in ario . L a de sin te grac ió n de la au to rid ad f ran c a en
O c c id e n te en e l siglo X de jó al m an do a lo s se ñ o res de lo s c astillo s lo ­
c ale s, m ie n tras las re gio n e s q ue e stab an m ás al este, y G e rm an ia en p a r ­
tic u lar, q ue d aro n b ajo e l c o n tro l de p o de ro so s d uc ad o s . A p rin c ip io s
de l siglo X I, in c lu s iv e las f un c io n es q ue ve n ían c um p lie n do lo s t r ib u n a ­
le s p úb lic o s p asaro n a m an o s de lo s se ñ o res lo c ale s, y lo s c o n des re gio ­
7. P a r a u n e x a m e n c r ít ic o d e l c a r á c t e r p e c u lia r d e la r e s o lu c ió n d e t e n s io n e s e n
O c c id e n t e e n t r e la a u t o r id a d lo c a l y la c e n t r a l, vé a s e J a n e t C o le m a n , A H i s t o r y o f P o li ­
ti c a l T h o u g h t: F r o m t h e M i d d l e A g e s to t h e R e n a is s a n c e , B la c k w e ll, O x fo r d , 2 0 0 0 ,
p á g . 18 .

222 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
n ale s se ad u e ñ aro n de las j u ris d ic c io n e s no c o m o c argo s p ú b lic o s , sin o
c o m o p ro p ie d ad e s p riv ad as . S e h a so ste n ido q ue , de e x is t ir algún o r­
den ju ríd ic o y p o lític o en estas re gio n e s, el ún ic o sec to r de la p o b lac ió n
q ue se guía suje to a algu n a d is c ip lin a so c ial e ra e l c am p e sin ado , q ue se
h a lla b a b ajo e l do m in io de lo s señ o res f e ud ale s in d iv id u ale s .8 L a au to ­
n o m ía aris t o c rátic a se c o n virtió e n to n c e s en un a v e rd a d e r a so b e ran ía
p arc e lad a.
D ic h o c o n o tras p alab ras , la e sf e ra de lo p ú b lic o o de lo c ívic o d e ­
s ap are c ió p o r c o m p le to . Y esto f ue as í n o só lo en e l se n tido de q ue el
ap arato e s tatal se d e sin te gró , sin o tam b ié n p o rq ue las as am b le as p ú b li­
c as, en las q ue lo s h o m b re s lib re s p o d ían p a rt ic ip ar (un tip o de as am ­
b le a q ue h ab ía so b re vivido en to do el re in o c aro lin gio ), h ab ían de jado
de e x is tir.9 L as c laras d is tin c io n e s e n tre h o m b res lib re s y e sc lavo s d ie ­
ro n p aso a un c o m p lejo c o n tin uo de c o n dic io n es de de p e n de n c ia. E f ec ­
tiv am e n te , la c ate go ría de h o m b re «lib r e » d e s ap are c ió en e l an tiguo
im p e rio f ran c o , do n de lo s due ñ o s de tie r ra lib r e in c lus o p o d ían e star
sujeto s a la ju ris d ic c ió n se ñ o rial y a o b ligac io n e s f e ud ale s, en tan to q ue
el c o n c e p to de e s c lav itu d se vio su p e rad o p o r un a re lac ió n de d e p e n ­
d e n c ia e n tre lo s se ñ o res f e ud ale s y «s u s » h o m b res.
E n e l siglo X III, las m o n arq uías f e udale s m ás f irm e m e n te e s t ab le c i­
das re h ab ilitaro n siste m as e f ec tivo s de adm in istrac ió n . A sim ism o , d u ­
ran te e ste p e río d o , e l S ac ro I m p e rio ro m an o , d irigid o ya p o r reyes g e r ­
m án ic o s, alc an zó su m ayo r p o d e r c o m o estado c e n tro e uro p e o , en tan to
q ue e l p ap ad o af irm ab a su p ro p ia au t o rid a d en e l do m in io te m p o ral.
D e to do s m o do s, aun q ue la sum isió n f e ud al de lo s c am p e sin o s a lo s s e ­
ñ o re s se f av o re c ió h as ta c ie rto p u n to , lo s p o d e re s autó n o m o s de lo s
se ñ o res, c o n sus de saf ío s adm in istrativ o s y ju ris d ic c io n ale s a la au t o ri­
d ad d e l rey, siguie ro n sie n do rasgo s q ue d e f in ían el o rd e n m e d ie v al.
C uan d o re ap are c ie ro n las e sf e ras de p artic ip ac ió n c ív ic a y el do m in io
p ú b lic o , lo h ic ie ro n ad o p tan d o de m an e ra c ara c t e rís t ic a la f o rm a de
c o rp o rac io n e s, las c uale s, aun q u e se auto go b e rn ab an in te rn am e n te , se ­
8. E n T h e C a m b r i d g e H i s t o r y o f M e d i e v a l P o li t i c a l T h o u g h t: c . 3 5 0 . -c . 1 4 5 0 , C a m ­
b r id g e U n iv e r s it y P r e s s , C a m b r id g e , 1 9 8 8 , s e h a s o s t e n id o q u e la c o in c id e n c ia d e la s e ­
ñ o r ía fe u d a l y la p r o p ie d a d , q u e h a c ía d e lo s c a m p e s in o s , a la ve z , a r r e n d a t a r io s y s ú b ­
d it o s , s e d io e n t o d o O c c id e n t e , I n g la t e r r a in c lu id a ( o p . c i t. , p á g . 19 5 ) . C o m o ve r e m o s ,
s in e m b a r g o , e l c a s o in g lé s fu e e x c e p c io n a l, p o r q u e la c o in c id e n c ia d e la s e ñ o r ía fe u d a l
y la p r o p ie d a d n o a d o p t ó la fo r m a d e s o b e r a n ía p a r c e la d a d e l m is m o m o d o e n q u e lo
h iz o e n e l c o n t in e n t e .
9. A g r a d e z c o a G e o r g e C o m n in e l q u e m e s e ñ a la ra e s t e p u n t o .
L a E d a d M e d ia 223
gu ían v in c u lad as , se gún lo s f uero s q ue re gían en re lac ió n c o rp o rativ a,
a las au to rid ad e s sup e rio re s . N o o b s tan te , le jo s de re so lv e r lo s viejo s
c o n f lic to s ju ris d ic c io n ale s , la n ue va c o n f igurac ió n de l p o d e r a f in es de
la E d ad M e d ia dio lu g a r a e n f re n tam ie n to s y q ue re llas m uc h o m ás v i­
rule n to s, en lo s q ue las c o rp o rac io n e s y lo s señ o río s ale gab an te n e r f u e ­
ro s y j u ris d ic c io n e s autó n o m o s q ue riv aliz ab an c o n lo s p o de re s de p a ­
p as y e m p e rado re s.
A de m ás de las re lac io n e s c arac t e rís tic am e n te f e ud ale s e n tre s e ñ o ­
res t e rrate n ie n te s , c am p e sin o s y re ye s , en E uro p a h ub o p au t as de o r ­
den so c ial, y así f ue in c lus o en la é p o c a de ap o ge o d e l f e udalism o . A llí
do n de las c o n c e n trac io n e s u rb an as h ab ían so b re vivido al d e sm o ro n a­
m ie n to d e l I m p e rio ro m an o , y a llí do n de las e s tru c tu ras de te n e n c ia de
la tie r ra h ab ían d ado lu g a r a un a p ro p o rc ió n m ayo r de c am p e sin o s l i ­
b re s y n o de siervo s, el siste m a se ñ o rial e ra, en c o m p arac ió n , d é b il. A sí
suc e dió en e l n o rte de I talia, do n de las c iud ad e s h ab ían se guido sien do
re lativ am e n te f u e rte s y e l le gad o d e l siste m a m u n ic ip a l ro m an o h ab ía
sido m ás p e rs is te n te . A sí c o m o lo s m un ic ip io s h ab ían sido e l do m in io
s o c ial y p o lític o d e las e lite s lo c ale s ro m an iz ad as, q ue do m in ab an de
m an e ra e f e c tiv a lo s c am p o s a su alre d e d o r, la c iu d ad s iguió sie n do el
c e n tro ad m in is trativ o de las au to rid ad e s s e c ulare s y e c le s iás tic as q ue
p re s e rv aro n el le gad o de R o m a. U n a e s tru c tu ra c arac t e rís tic a f ue la a d ­
m in is trac ió n de lo s o b isp o s, q ue c o n se rvó algo d e l I m p e rio ro m an o y
su go b ie rn o m u n ic ip al, aun q ue e sta ad m in istrac ió n c ív ic a re lativ am e n ­
te u n if ic ad a f ue dan do un a c ab id a c ad a vez m ayo r a un siste m a f ra c t u ­
rado de go b e rn an z a a travé s de div e rsas e n tid ad e s c o rp o rativ as y de
gre m io s. M ie n tras las e lite s im p e riale s h ab ían sido , en su in m e n sa m a ­
yo ría, c lase s h ac e n d ad as , en la I talia m e d ie v al — so b re to do a p a rt ir de
c o m ien zo s d e l siglo X I— surgió un p o de ro so p atric iad o urb an o . A lg u ­
n as de las c o m un as u rb an as se c o n v irtie ro n en p ró sp e ro s c en tro s de
c o m erc io , c o n c lases do m in an te s q ue se e n riq u e c ían a travé s de la a c t i­
v id ad c o m e rc ial y lo s se rvic io s f in an c ie ro s q ue p re s tab an a re ye s, e m ­
p e rad o re s y p ap as . D esde un p un to de v ista c o le c tivo , e stas c lases d o ­
m in ab an e l c am p o alre d e d o r de las c iu d ad e s , e l c o n ta d o , d e l q ue
e x traían , de un m o do u o tro , riq ue z a, p ara, e n tre o tras c o sas, so ste n er
lo s c argo s p ú b lic o s q ue , d ire c ta o in d ire c tam e n te , e n riq u e c ían a m u ­
c h o s m ie m b ro s de la e lit e urb an a.
L as e x p lic a c io n e s h is t ó ric as d e l f e u d alis m o q ue id e n t if ic a n c o ­
m e rc io c o n c ap italism o , c o n side ran do q ue e l din e ro y e l c o m erc io so n
h o stile s a las re lac io n e s f e ud ale s , h an ge n e rad o m uc h a c o n f usió n . S in
224 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e m b argo , las re n tas d in e rad as f uero n un rasgo p ro m in e n te de las r e la ­
c io n es e n tre se ñ o res f e ud ale s y c am p e sin o s, en tan to q ue las t ran s a c ­
c io n es c o m erc iale s — de m an e ra c arac te rís tic a c e n tradas en artíc ulo s de
lu j o — en gran m e d id a f o rm aro n p arte d e l o rde n f e u d a l.10 P u e d e q ue
lo s p ujan te s c en tro s d e l c o m erc io en e l n o rte de I t alia se h ayan m an te ­
n ido , en c ie rto m o do , ap art ad o s d e l siste m a se ñ o rial, p e ro c um p lían
un a f u n c ió n v it al en la gran re d f e u d al e uro p e a, p ue s ac tu ab an c o m o
eslab o n e s c o m e rc iale s e n tre lo s se gm e n to s de ese o rden f ragm e n tad o y
c o m o m e dio s de ac c eso al m un do q ue e stab a f ue ra de E uro p a.
E stas c iud ad e s tam p o c o e sc ap aro n a la p arc e lac ió n de la so b e ran ía.
S i b ie n en o tras p arte s de E uro p a e stab a v ivié n do se la e x p e rie n c ia f e u ­
dal, la adm in istrac ió n m un ic ip al s uf ría su p ro p ia f ragm e n tac ió n . L as c o ­
m un as se c o n virtie ro n — y en grado s diverso s c o n tin uaro n s ié n do lo —
en as o c iac io n e s f le x ib le s de f am ilias p a t ric ias , p artid o s , c o m un id ad e s
y e n tid ad e s c o rp o rativas c o n sus p ro p io s p o de re s se m iautó n o m o s, c o n
sus e s tru c tu ras o rgan iz ativ as y j u ris d ic c io n e s , tan to s e c ulare s c o m o
e c le s iás tic as , q ue a m e n udo se h allab an in m e rs as en un a e n c arn iz ad a
p u gn a y sum id as en la lu c h a e n tre f ac c io n e s c ívic as e n f re n tad as . E n
e sta m e z c la, un in gre d ie n t e le t a l f ue la in tro m is ió n de lo s p o d e re s im ­
p e rial y p ap al. A un q ue las c o m un as c ívic as e ran , en m ayo r o en m en o r
m e d id a, autó n o m as c o n re sp e c to a las au to rid ad e s te m p o rale s m ás im ­
p o rtan te s , a m en udo se c o n virtie ro n en e n c arn iz ado s c am p o s de b a t a ­
lla p o r el p o der, en luc h as q ue se de s p le gab an en el sen o de la c o m un i­
d ad c ív ic a c o m o d e s p iad ad as riv alid ad e s e n tre f ac c io n e s. U n e je m p lo
de e llo f ue e l c o n f lic to s u sc itad o e n tre güe lf o s (p artid ario s de la a u t o ri­
dad y el p o d e r d e l p ap a) y gib e lin o s (p artid ario s de la au to rid ad y p o ­
d e r d e l S ac ro I m p e rio ), do s grup o s q ue , de m an e ra c arac t e rís tic a au n ­
q ue n o n e c e s aria, se c o rre s p o n d ían c o n las div isio n e s e n tre la c las e de
lo s m e rc ad e re s y la de lo s s ig n o ri te rrate n ie n te s.
V er en e llo un «r e p u b lic an is m o » m e d ie v al, so b re to do si se c o n c ib e
c o m o un an tic ip o de la m o d e rn id ad p o lític a, p ue d e ser un e rro r no só lo
p o rq ue las c iu d ad e s c o n un auto go b ie rn o c ívic o e f ec tivo e ran , en e s e n ­
c ia, o ligarq u ías , sin o tam b ié n p o rq ue n un c a c o n stituye ro n un o rde n c í-
10 . L a o p in ió n s e g ú n la c u a l e l c a p it a lis m o s u r g ió c u a n d o — y e n r a z ó n d e q u e — la
e x p a n s ió n d e l c o m e r c io d e s t r u y ó e l fe u d a lis m o fu e d e c is iv a m e n t e c u e s t io n a d a e n e l
« d e b a t e s o b r e la t r a n s ic ió n » q u e s e d e s a r r o lló , c o n t o d o s u a c a lo r a m ie n t o , a p r in c ip io s
d e la d é c a d a d e 1 9 5 0 , e n t r e M a u r ic e D o b b y P a u l S w e e z y , y q u e fu e s e g u id o p o r u n a
p o lé m ic a e n t r e o t r o s v a r io s h is t o r ia d o r e s m a r x is t a s ( T h e T r a n s i ti o n f r o m F e u d a li s m to
C a p i ta li s m , in t r o d u c c ió n d e R o d n e y H ilt o n , N e w L e ft B o o k s , L o n d r e s , 1 9 7 6 ) .
L a E d a d M e d ia 225
v ic o v e rd ad e ram e n t e u n id o , c o n un a e sf e ra de lo p ú b lic o c laram e n te
d e f in id a y s e p arad a de lo s p o de re s p riv ado s de div e rsa ín do le . E n m o ­
m en to s de go b ie rn o re p u b lic an o m ás ef ec tivo , se h ic ie ro n gran d e s e s ­
f uerzo s p o r u n ir la c o m un id ad c ívic a. P e ro n in gu n a c o m un a it a lia n a
m e die v al lle gó a s u p e rar su f ragm e n tac ió n in h e re n te o la f usió n de l p o ­
d e r p ú b lic o c o n la ap ro p iac ió n p riv ad a. E l triun f o de o ligarq u ías m ás
de sp ó tic as no re p re se n tó un a ru p t u ra im p o rtan te c o n las f o rm as re p u ­
b lic an as , p e ro p e rte n e c ía a la m ism a d in ám ic a de lo q ue p o dríam o s lla ­
m ar f e ud alism o u rb an o . T am po c o sus in te n to s de e x t e n d e r y c o n s o li­
d ar su p ro p io p o d e r lle garo n a s u p e rar re alm e n te la f ragm e n tac ió n
f e u d al de la go b e rn a b ilid ad . A un el m ás c e n traliz ad o de lo s e stado s
«r e n a c e n t is t a s » en la I t alia p o sm e d ie v al c o n tin u aría d iv id id o se gún
b an do s, p riv ile gio s y ju ris d ic c io n e s c o n f usas.
L a e x c e p c ió n m ás n o tab le a e sta de sc o m p o sic ió n f e ud al d e l o rden
e s tat al en O c c id e n te f ue I n glat e rra, lo c u al tuvo sus im p o rtan te s c o n ­
se c ue n c ias p ara e l p o ste rio r d e sarro llo e uro p e o y p ara la h is to ria de la
te o ría p o lític a. A u n q ue p are c e q ue e l de sm o ro n am ie n to d e l I m p e rio
ro m an o en B ritan ia dio lu g ar a un a de sc o m p o sic ió n c atastró f ic a de las
e s tru c tu ras p o lític as y m ate riale s c o m o n o h ab ía o c u rrid o en n in gu n a
o tra p arte de O c c id e n te , y un a d is c o n tin u id ad , aún m ás d rás tic a, c o n
las f o rm as ro m an as, en la é p o c a an glo sajo n a ya e n c o n tram o s un p ro c e ­
so de f o rm ac ió n de un e stado re alm e n te avan z ado , c o n re ye s, se ñ o res
f e ud ale s y un a j e ra rq u ía e c le s iás tic a q ue trab ajan c o n jun tam e n te p ara
p ro d u c ir un a au to rid ad e x c e p c io n alm e n te c e n traliz ada. M ie n tras F ran ­
c ia se d e sin te grab a, lo s in glese s f o rjab an un rein o u n if ic ad o , c o n un sis­
te m a n ac io n al de j u s t ic ia y la ad m in istrac ió n m ás e f e c tiv a de O c c id e n ­
te. F ue en aq u e llas tie rras do n de tam b ié n em p ezó a s u rg ir un n uevo
tip o de id e n tid ad n ac io n al, la an glo sajo n a, q ue tie m p o de sp ué s p as aría
a llam ars e «in g le s a ».
L o s re in o s an glo sajo n e s e ran ad m in is trad o s c o n la ayu d a de las
aristo c rac ias lo c ale s q ue d e te n tab an p o de re s c o n side rab le s, p ero lo s se ­
ñ o re s lo c ale s no go b e rn ab an — n i en p rin c ip io n i tam p o c o en la p r á c t i­
c a— c o m o c o n de s autó n o m o s de un a u o tra re gió n , sin o q ue lo h ac ían
c o m o so c io s en e l e stado d e l m o n arc a, de q uie n d e riv ab a su au to rid ad
ad m in is trativ a. E n I n glat e rra s urgió un a re lac ió n p e c u lia r e n tre el go ­
b ie rn o c e n tral y la p e q u e ñ a n o b le z a. L as e lite s lo c ale s , c o n un a c o n s i­
d e rab le au t o rid a d lo c al, n o go b e rn ab an c o m o se ñ o re s f e ud ale s , sin o ,
de h e c h o , c o m o lo s ap o de rado s d e l e stado d e l rey. N o en te n sió n c o n el
e stado c e n tral, sin o en c o n jun c ió n c o n e l asc en so de un p arlam e n to n a ­
226 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c io n al, la as am b le a de las c lases h ac e n d ad as q ue go b e rn ab an aso c iado s
c o n la c o ro n a.
E n el siglo X I, lo s n o rm an do s traje ro n c o n sigo ele m e n to s d e l f e u d a­
lism o c o n tin e n tal, p e ro la p arc e lac ió n f e u d al de la so b e ran ía n o c uajó
n un c a en I n glat e rra c o m o lo h ab ía h ec h o en o tras p arte s. L a c lase d ir i­
ge n te n o rm an da lle gó y se im p uso a la so c ie dad in gle sa c o m o un a f u e r­
za m ilit ar ya o rgan iz ad a y u n if ic ad a, y c o n so lidó e l p o d e r d e l e stado
m o n árq uic o re c ié n e stab le c ido adap tan do las tradic io n e s n o rm an das de
la lib e rt a d aristo c rátic a a las trad ic io n e s de go b ie rn o an glo sajo n as.
E s v e rd ad q ue , en I n glat e rra, lo s señ o res de lo s f e udo s te n ían d e re ­
c h o s sus tan c iale s y p o d e re s ju ris d ic c io n ale s so b re q uie n e s le s ar re n d a­
b an las tie rras , p e ro e l p o d e r c e n traliz ad o de la m o n arq uía s e gu ía s ie n ­
do f ue rte , c o n lo c ual e n s e gu id a surgió un siste m a n ac io n al de ju s t ic ia
y ju ris d ic c ió n , en f o rm a de d e re c h o c o n s u e tu d in ario in glé s : la le y de l
rey. E n el f o n do , la e vo luc ió n de la m o n arq uía in gle sa f ue — y c o n tin uó
sien do — un p ro ye c to c o o p e rativo e n tre lo s m o n arc as y lo s señ o res de
h e re d ad e s y f e ud o s .11 I n c luso en e l m o m en to en e l q ue e l c o n f lic to y, en
re alid a d , la g u e rra c iv il, h izo e ru p c ió n e n tre e l re y y la aris t o c rac ia, lo
q ue e stab a en jue go no e ra tan to un a p u gn a e n tre e l go b ie rn o c e n t rali­
z ado y la s o b e ran ía p a rc e lad a c o m o lo s in te n to s de c o rre gir lo s d e s e ­
q u ilib rio s en la p artic ip ac ió n en aq u e lla e m p re sa c o m ún q ue as o c iab a
a señ o res f e udale s y m o n arc as. E l desaf ío de lo s b aro n es a la m o n arq uía
en lo s do c um e n to s q ue c o n stituye n la C arta M agn a, p o r e je m p lo , p u e ­
de n in t e rp re t a rs e , c ie rtam e n te , c o m o u n a in te rp e lac ió n p a ra q ue se
re in s tau rara c ie rto tip o de fuero f e udal. N o o b stan te , si b ie n p ue d e q ue
lo s b aro n e s e x igie ran te n e r e l de re c h o de se r e le gid o s p o r sus igu ale s
en sus p ro p ias c o rte s, n o e stab an af irm an d o , en c am b io , q ue tu v ie ran
un a ju r is d ic c ió n p r o p ia so b re o tro s h o m b re s lib re s . A d if e re n c ia de
sus h o m ó lo go s en F ran c ia, do n de la juris d ic c ió n se ñ o rial y la d e l rey
c o n tin uarían sie n do c o n s id e rad as , d u ran te m uc h o tie m p o , o p ue stas,
lo s b aro n e s in gle se s re c lam ab an sus de re c h o s an te el de re c h o c o n sue ­
t u d in ario , es de c ir, de re c h o s q ue d e riv ab an d e l e stado c e n tral. P e ro lo s
b aro n e s , en ig u a l m e d id a q ue e l re y m ism o , ap e n as d ab an p o r h ec h o
11. P a r a u n e x a m e n c r ít ic o d e la s r e la c io n e s e n t r e la a r is t o c r a c ia y la m o n a r q u ía e n
e l p r o c e s o d e c e n t r a liz a c ió n fe u d a l d e I n g la t e r r a , e n c la r o c o n t r a s t e , e n c o n c r e t o , c o n e l
d e F r a n c ia , v é a s e R o b e r t B r e n n e r , « T h e A g r a r ia n R o o t s o f E u r o p e a n C a p it a lis m » , e n
T . H . A s t o n y C . E . P h ilp in ( d ir s . ) , T h e B r e n n e r D e b a t e : A g r a r i a n C la s s S t r u c t u r e a n d
E c o n o m i c D e v e lo p m e n t i n P r e - I n d u s t r i a l E u r o p e , C a m b r id g e U n iv e r s it y P r e s s , C a m ­
b r id g e , 1 9 8 5 , e n e s p e c ia l p á g s . 2 5 3 - 2 6 4 .
L a E d a d M e d ia 227
e ste e stado , y as í ib a a se gu ir sien do en c ad a e p is o d io de c o n f lic to e n ­
tre la m o n arq uía y las c lases h ac e n d ad as, h asta la p ro p ia gue rra c ivil in ­
gle sa y la R evo luc ió n G lo rio sa d e l siglo X VII.
L a re lativ a f ue rz a q ue h ab ía c o b rado el e stado c e n traliz ad o en I n ­
glat e rr a n o sign if ic ab a, sin e m b argo , q ue la aris t o c rac ia ru ra l f u e ra d é ­
b il. E n gran m e d id a, suc e d ía m ás b ie n lo c o n trario . H ab ía s urgido un a
d iv isió n d e l trab ajo c o o p e rativ a e n tre e l e stad o c e n tral m o n árq uic o y
las c lases h ac e n d ad as , c uyo p o d e r n o re s id ía en la so b e ran ía f ragm e n ­
t ad a, sin o en su do m in io so b re la p ro p ie d ad . E s c ie rto q ue el siste m a
ro m an o de p ro p ie d ad , al ig u al q ue s u c e d ie ra c o n e l e stado ro m an o , s u ­
f rió en B ritan ia un a de sc o m p o sic ió n m ás c o m p le ta q ue en n in gun a o tra
p arte de l an tiguo im p e rio , p e ro as í c o m o en I n g lat e rra se re s tab le c ió
un a ad m in istrac ió n c e n tral e f ec tiva de m an e ra m ás rá p id a q ue en o tras
p arte s , tam b ié n surgió a llí un a f o rm a de p ro p ie d ad f ue rte y e x c lus iv a y,
en c am b io , n o lo h izo en o tro s lu gare s.
E l derec h o de p ro p ie dad in glés se c o n ve rtiría, ap are n te m en te, en el
m ás «f e u d a l» de E uro p a, en el sen tido de q ue, a dif e re n c ia de c ualq uie r
o tra p arte de la E uro p a f e udal, a llí n o h ub o e x c e p c io n e s al p rin c ip io
«n in gu n a tie rra sin su s e ñ o r» y, e f ec tivam en te, n o h ub o tie rra alo d ial.*
S in em b argo , la p arad o ja de l «f e u d alis m o » in glés es q ue la c o n dic ió n
p ara la f e udaliz ac ió n c o m p leta de la p ro p ie dad e ra la m o n arq uía c e n tra­
liz ada, jun to c o n su derec h o y sus trib un ale s (no un a so b e ran ía p arc e la­
da, sin o , al c o n trario , la ause n c ia de p arc e lac ió n ). S i to da tie rra te n ía su
señ o r, e ra só lo en el sen tido f o rm al de q ue el m o n arc a e ra c o n c eb ido
c o m o el te rrate n ie n te suprem o . S in em b argo , en la p rác tic a y según el d e ­
rec h o c o n sue tudin ario , la p ro p ie dad, q ue e ra dire c tam e n te p o seída b ajo
la ju risd ic c ió n d e l re y — in c luido s algun o s tip o s de p ro p ie d ad m o desta
q ue p e rte n e c ían a agric ulto re s y p ro p ie tario s q ue no de b ían p re star s e r­
vic io m ilitar y estab an lib re s de la jurisdic c ió n señ o rial— , p e rte n e c ían d i­
re c tam e n te a un a p ro p ie d ad p riv ad a m ás e x c lusiva y m en o s suje ta a las
o b ligac io n es h ac ia un señ o r f e udal q ue c ualq uie r o tra c o sa q ue e x istie ra
en el c o n tin en te, a p e sar de la c re c ien te p re p o n de ran c ia q ue el derec h o
c o n sue tudin ario c o b ró so b re el de re c h o ro m an o o, en algun o s sen tido s,
de b ido p re c isam e n te a e lla .12 L a auto rid ad m o n árq uic a y la p ro p ie d ad
p riv ada e x c lusiva, dic h o en o tras p alab ras , se de sarro llaro n jun tas.
* E s d e c ir, u n a t ie r r a e n p r o p ie d a d , lib r e d e c a rg a s s e ñ o r ia le s . ( N . d e l t. )
12 . D e b e r ía h a c e r s e h in c a p ié a q u í e n q u e e l d e s a r r o llo d e l d e r e c h o c o n s u e t u d in a ­
r io in g lé s , la c o m m o n l a w , y s u r e la c ió n c o n e l e s t a b le c im ie n t o d e d e r e c h o s e x c lu s iv o s
228 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
A p e s ar de to do s lo s sím b o lo s f e udale s de la p ro p ie d ad in gle sa, y de
lo s c am b io s in tro d u c id o s p o r e l de re c h o c o n s ue tud in ario c o n re sp ec to
a las trad ic io n e s ju ríd ic as de R o m a, la p ro p ie d ad p riv ad a y e x c lus iv a se
de sarro lló de un a m an e ra m ás c o m p le ta en I n glat e rra q ue en c u a lq u ie ­
ra d e lo s e stado s de l c o n tin e n te en lo s q ue , en c am b io , so b revivió e l d e ­
rec h o ro m an o y p re do m in ó la p arc e lac ió n de la s o b e ran ía. E n I n g lat e ­
rra, p u e d e q ue la c o m p le ta desc o m p o sic ió n de l o rden im p e rial ro m an o
tuv ie ra el p arad ó jic o e f ec to de q ue , c uan do el le gad o ro m an o f ue re in -
tro d u c id o a p a rt ir d e l c o n tin e n te — a travé s no só lo de la c o n q uista
n o rm an da sin o in c luso an tes, a través de lo s reyes an glo sajo n e s q ue s u ­
p ie ro n ap ro v e c h ar la e x p e rie n c ia j u ríd ic a c o n tin e n tal— , e l ré gim en de
p ro p ie d ad p riv ad a e x c lus iv a f ue im p lan tad o de m an e ra c o n vin c e n te e
im p ue sto c o n rigo r.
N o o b stan te , a p e s ar de lo s ign if ic ativ o de e sta e x c e p c ió n , la so b e ­
ran ía p arc e lad a c o n tin uó sien do un te m a do m in an te en la h is to ria m e ­
die v al e uro p e a. E s c ie rto q ue a f in ale s d e l siglo X II e m p e z aro n a re h a­
b ilit ars e ad m in is trac io n e s p o lític as m ás o m en o s e s tab le s en div e rsas
p arte s de E uro p a, ya f ue ra en f o rm a de e stado s m o n árq uic o s o c o m o
d e p r o p ie d a d n o fu e , c o m o a m e n u d o s e h a s u g e r id o , la t r a n s ic ió n s im p le d e la s r e la ­
c io n e s fe u d a le s d e r e c ip r o c id a d b a jo e l d e r e c h o fe u d a l a d e r e c h o s d e p r o p ie d a d in d i­
v id u a l y e x c lu s iv a e n e l d e r e c h o c o n s u e t u d in a r io in g lé s y d e fe n d ib le s a n t e u n t r ib u n a l
n a c io n a l d e d e r e c h o c o n s u e t u d in a r io ( vé a s e , p o r e je m p lo , C o lm a n , o p . c i t. , p á g . 6 1 6 ) .
E l d e r e c h o c o n s u e t u d in a r io t e n ía s u s p r o p ia s r a íc e s e n la I n g la t e r r a a n g lo s a jo n a y, p o r
t a n t o , p r e c e d ió a l « fe u d a lis m o » , d e m o d o q u e c u a n d o lo s n o r m a d o s t r a je r o n a la s is la s
e l d e r e c h o fe u d a l d e l c o n t in e n t e , s u im p la n t a c ió n s e h iz o e n u n c o n t e x t o e n e l q u e ya
h a b ía e s t a b le c id o u n d e r e c h o c o n s u e t u d in a r io . A s im is m o , e s im p o r t a n t e r e c o n o c e r q u e
la p o s ib ilid a d d e d e fe n d e r d e r e c h o s d e p r o p ie d a d a n t e u n t r ib u n a l n a c io n a l, t a l c o m o
e x is t ía t a m b ié n e n o t r a s p a r t e s d e E u r o p a , n o r e p r e s e n t a b a p o r s í s o la u n a n e g a c ió n d e
la p r o p ie d a d fe u d a l. E n F r a n c ia , p o r e je m p lo , c u a n d o lo s c a m p e s in o s t u v ie r o n e l d e r e ­
c h o d e d e fe n d e r s u p r o p ie d a d a n t e lo s t r ib u n a le s d e l re y, la p o s e s ió n d e la p r o p ie d a d
t o d a v ía s e a ju s t a b a a p r in c ip io s fe u d a le s , c o n la s o b lig a c io n e s q u e c o m p o r t a b a , y c a d a
s e ñ o r ía s e g u ía t e n ie n d o s u p r o p io s is t e m a d e d e r e c h o y s u p r o p ia ju r is d ic c ió n a u t ó n o ­
m a . T a m p o c o e l h e c h o d e q u e la t ie r r a fu e r a a lie n a b le c a m b ia b a la s o b lig a c io n e s fe u ­
d a le s q u e lle v a b a a s o c ia d a s o e l d e r e c h o d e l s e ñ o r a in t e r p o n e r s e e n la t r a n s a c c ió n . R e ­
s u lt a e n g a ñ o s o s u g e r ir q u e , a fin e s d e la E d a d M e d ia , la p r o p ie d a d , t a n t o e n I n g la t e r r a
c o m o e n e l c o n t in e n t e , ya s e h a lla b a e n t r a n s ic ió n d e l fe u d a lis m o a l c a p it a lis m o s im ­
p le m e n t e p o r q u e lo s d e r e c h o s d e p r o p ie d a d e ra n c a d a ve z m á s d e fe n d ib le s a n t e la ley,
a n t e u n t r ib u n a l n a c io n a l. I n d e p e n d ie n t e m e n t e d e la e r r ó n e a fu s ió n d e la p r o p ie d a d a b ­
s o lu t a c o n e l c a p it a lis m o , e l h e c h o s ig u e s ie n d o q u e la p r o p ie d a d , e n I n g la t e r r a , s e d e ­
s a r r o lló d e u n a m a n e r a b a s t a n t e d is t in t a a c o m o lo h iz o e n o t r o s c a s o s e u r o p e o s . A u n
c o n s u s s ím b o lo s fe u d a le s , e r a m á s « a b s o lu t a » y e x c lu s iv a q u e e n c u a lq u ie r o t r o lu g a r.
L a E d a d M e d ia 229
c o m un as u rb an as autó n o m as. L o s c lás ic o s de la f ilo so f ía p o lític a m e ­
die v al p e rte n e c e n a este últim o p e río d o , y en ello s las p re o c up ac io n e s
q ue m ás de stac an n o so n las te n sio n e s e n tre lo s se ñ o res f e ud ale s y lo s
e stado s m o n árq uic o s, sin o lo s c o n f lic to s e n tre re ye s, p ap as y e m p e ra­
do res d e l S ac ro I m p e rio ro m an o ge rm án ic o . S in e m b argo , aun q u e lo s
re yes p u gn aran c o n las je rarq u ías e c le s iás tic as e im p e riale s , lo s m o n ar­
c as s igu ie ro n c o n f ian do en las ju ris d ic c io n e s se ñ o riale s de las ar is t o ­
c rac ias te rrate n ie n te s y c o n tin uaro n tam b ié n riv aliz an d o c o n e llas. A sí,
las e n tidade s c o rp o rativas de un o u o tro gén e ro siguie ro n af irm an do su
auto n o m ía f re n te a div e rsas p re te n s io n e s , s e c ulare s y e c le s iás tic as , de
te n e r un a so b e ran ía su p e rio r un if ic ad a.
E n to do s esto s c aso s, la c ue stió n de la so b e ran ía j u r íd ic a y p o lític a
sie m p re e stuvo lig a d a a te n sio n e s e n tre la au to rid ad p ara go b e rn ar y el
p o d e r de la p ro p ie d ad . Y lo s c o n f lic to s p o lític o s , a m e n udo , f uero n
p re s e n tad o s m e d ian te q ue re llas so b re de re c h o s de p ro p ie d ad . E n la
u n id a d f e u d al de la p ro p ie d ad y la ju ris d ic c ió n , las in s tit u c io n e s q ue
af irm ab an te n e r p o de re s ju ríd ic o s o adm in istrativ o s de algú n tip o e s t a­
b an , in e vitab le m e n te , o b ligadas a e n f re n tarse a de re c h o s rivales de p ro ­
p ie d ad , lo c ual h izo q ue las p re gun tas so b re la re lac ió n e n tre im p e riu m
y d o m in iu m te rm in aran p o r p lan te ars e c o n e sp e c ial ap re m io .
Ig l e s ia , e st a d o y c a m pe sin a d o
E l c ris tian ism o añ adió sus p ro p io s rasgo s c arac te rís tic o s a las c o m ­
p le jid ad e s de la go b e rn ab ilid ad f e ud al. L a divisió n de l trab ajo e n tre la
I gle s ia y el e stado q ue h ab ía surgid o en e l I m p e rio ro m an o f ue m o ld e a­
da p o r la d e sin te grac ió n d e l e stado im p e rial y las te n sio n e s m e die vale s
e n tre e l p o d e r s e ñ o rial y e l p o d e r d e l rey. L o s e f ec to s de la so b e ran ía
p a rc e lad a re s u ltan n o tab le m e n te e v id e n te s en la e v o luc ió n de la d o c ­
trin a c ris tian a.
E l e n un c iado c lásic o de la divisió n e n tre un p o d e r s e c ular y o tro e s ­
p irit u a l lo h izo p o r e sc rito a f in es de l siglo V e l p ap a G e lasio I . A un q ue
p re t e n d ía ab o rd ar só lo un p ro b le m a m uy c o n c re to en un m o m en to
p a rt ic u la r de l c ism a e n tre O rie n te y O c c id e n t e , c o n tin uó sie n do , a lo
largo de to da la E dad M e d ia, e l lo c u s c las s ic u s de la d o c trin a C ristin a la ­
tin a so b re la re lac ió n e n tre las do s e sf e ras. E n un a c arta d ir ig id a al e m ­
p e rad o r A n astas io de C o n s tan tin o p la, y q ue se c o n o c e c o n ve n c io n al-
m e n te c o n e l títu lo D u o S u n t, G e las io I d e f e n d ió la I gle s ia ro m an a
230 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
f re n te a las p re te n s io n e s im p e riale s de B iz an c io , in sis tie n d o , p ara ello ,
en la s u p e rio rid ad d e l p o d e r e s p iritu al so b re e l te m p o ral:
H a y d o s p o d e r e s , a u g u s t ís im o E m p e r a d o r , p o r lo s q u e e l m u n d o se
rig e p r in c ip a lm e n t e , a s a b e r, la s a g ra d a a u t o r id a d d e lo s s a c e r d o t e s y e l
p o d e r re g io . D e e s t o s d o s , e l d e lo s s a c e r d o t e s e s e l d e m a y o r p e s o , p u e s
t ie n e q u e r e n d ir c u e n t a s in c lu s o d e lo s re y e s d e lo s h o m b r e s a n t e e l t r i ­
b u n a l d iv in o . Y a s a b é is a s im is m o , c le m e n t e h ijo n u e s t r o , q u e a u n q u e se
o s p e r m it a g o b e r n a r h o n o r a b le m e n t e a l g é n e r o h u m a n o , e n la s c o s a s d i­
vin a s , s in e m b a rg o , d e b é is in c lin a r v u e s t r a h u m ild e c a b e z a a n te q u ie n e s
d ir ig e n e l c le ro y a g u a r d a r d e s u s m a n o s lo s m e d io s d e v u e s t r a s a lva c ió n .
E n la r e c e p c ió n y a d e c u a d a a d m in is t r a c ió n d e lo s s a c ra m e n t o s c e le s t ia ­
le s r e c o n o c e d q u e d e b é is s o m e t e r o s a l o r d e n r e lig io s o y n o c o n s id e r a r o s
c o m o s u s u p e r io r , y q u e e n t a le s a s u n t o s d e p e n d é is d e s u ju ic io , e n lu g a r
d e q u e r e r fo r z a r lo s a q u e s ig a n v u e s t r a v o lu n t a d . 13
E ste m an if ie sto re v e la h e rm o sam e n te las p arad o jas q ue , en su r e la ­
c ió n c o n e l p o d e r se c ular, se h allan en e l c en tro d e l c ris tian ism o latin o .
S u af irm ac ió n de la s u p e rio rid ad de lo e s p irit u a l p o d ía se r in v o c ada, y
c ie rtam e n te lo f ue , p a ra so ste n e r la au t o rid a d te m p o ral de lo s p ap as.
S in e m b argo , n o só lo p re sup o n e la d u alid ad de po der, sin o q ue , al igu al
q ue la d o c trin a p a u lin a , p u e d e tam b ié n — y q uiz ás aún m ás f ác ilm e n ­
te — e n te n de rse c o m o un m o do de d e jar al p o d e r se c ular e se n c ialm e n te
al m an do de este m un do , m ie n tras la I gle s ia se re le ga a un a e sf e ra e le ­
v ad a m ás allá de las p rác tic as d iarias de la g o b e rn ab ilid ad . E l m en saje
g u ard a p are c id o c o n el de las «d o s e s p a d as » q ue go b ie rn an e l m un do ,
q ue de b e n ser em p uñ adas p o r do s m an o s dif e re n te s, de las c uale s la del
p o d e r te m p o ral, d e b e s e r d ad a al C ésar. P e ro , c uan do e l im p e rio se d e ­
sin te gró , e l c ris tian ism o se vio o b ligad o a ad ap tars e a las n ue vas c o n d i­
c io n es. L a re lac ió n e n tre la au t o rid a d s e c u lar y la e c le s iás tic a se h izo
m ás c o m p lic ad a, en e s p e c ial c uan do las in stituc io n e s y las do c trin as de
la I gle s ia f ue ro n in te rp re tad as p o r lo s f ran c o s c o m o u n a sue rte de s u ­
p le m e n to de la adm in is trac ió n d e l estado .
U n e le m e n to e se n c ial de la e s trate gia q ue lo s c aro lin gio s e m p le aro n
p a r a o c u p ars e de un e x te n so im p e rio en au s e n c ia de un p o d e r e s tatal
c e n tral ad e c uad o a dic h o p ro p ó sito , y q ue d e p e n d ía de se ñ o res f euda-
13 . « C a r t a d e l p a p a G e la s io I a l e m p e r a d o r A n a s t a s io I » , e n J . H . R o b in s o n , R e a d ­
i n g s i n E u r o p e a n H i s t o r y , G in n , B o s t o n , 1 9 0 5 , p á g . 7 2 ( t ra d , c a s t . : J . P . M ig n e , P a t r o lo -
g í a l a t i n a , t o m o L I X , c o l. 4 2 ) .
L a E d a d M e d ia 231
les re gio n ale s p ara ad m in is trar o rd e n , c o n sistió en m o v iliz ar la re ligió n
c ris tian a c o m o u n a f uerza un if ic ad o ra y c o m o un a d is c ip lin a. L a p r in c i­
p al e s trate gia de C arlo s M arte l p ara c o n so lidar su au to rid ad f ue u tiliz ar
la j e r a r q u ía de la I gle s ia y la in s tit uc ió n d e l e p is c o p ad o , c o n to das sus
p ro p ie d ad e s y p re rre q uis ito s , c o m o un m edio p ara h ac e r f re n te al d e s a­
fío q ue sup o n ía la auto n o m ía aris to c rátic a, c re an do , él m ism o , un a a r is ­
t o c rac ia am iga y d is p u e s ta a ayud arlo . A sim ism o , e stab le c ió un a a lia n ­
za c o n e l p ap ad o , en gran m e d id a p a ra d e s v in c u lar al c ris tian is m o de
las le altad e s lo c ale s (e n tre e llas, la v e n e rac ió n a lo s san to s lo c ale s) q ue
h a b ía n c o n trib u id o a so ste n e r a lo s se ñ o re s re gio n ale s c o n trario s a su
p ro ye c to c e n traliz ado r. L a alian z a e n tre el p ap ad o y la m o n arq uía o el
im p e rio se h aría, m ás tard e , p ro f un d am e n te p ro b le m átic a, y el c o n f lic ­
to e n tre am b o s se c o n virtió en un te m a c e n tral de l p e n sam ie n to p o lít i­
c o o c c id e n tal. S in e m b argo , en este e stadio , am b o s p o d e re s te m p o rale s
m an te n ían un a re lac ió n am ig ab le .14
C arlo m agn o s igu ió m o v iliz an do e l ap arato e c le s iás tic o p ara so ste ­
n e r su p ro p ia au to rid ad , y esto s ign if ic ó , an te to do , q ue la c o n versió n
al c ris tian is m o f ue im p u e s ta y h e c h a c u m p lir p o r la e s p ad a, y q ue in ­
te n tó h ac e r q ue la re ligió n f ue ra un if o rm e en to do su re in o . L a e s trate ­
gia q ue siguió en m ate ria re ligio s a re q u irió , e n tre o tras c o sas, dis p o n e r
de un c le ro c ulto , c ap az de le e r y e s c rib ir, y e ste re q u is it o no f ue el m e ­
no s im p o rtan te e n tre las m o tivac io n es q ue lle v aro n al re n ac im ie n to c u l­
t u r a l q ue t rad ic io n alm e n te se h a as o c iad o c o n su re in ad o . A sim ism o
s ign if ic ab a h ac e r q ue e l do gm a y la lit u r g ia c ris tian a ab arc aran to do s
lo s as p e c to s de la v id a, c o n f o rm as lit ú rg ic a s c ad a vez m ás c o m p le jas,
q ue h a c ían c ada vez m ayo r h in c ap ié en e l p e c ad o y en e l p ap e l c o rre c ­
c io n al, d is c ip lin ario , de la re ligió n .
E l re in ad o de C arlo m agn o f ue re s p o n s ab le de c o n s o lid ar algun as
d o c trin as f un d am e n talm e n te agu s tin ian as en e l c ris tian ism o de O c c i­
de n te y, al h ac e rlo , p ro vo c ó e l c ism a f in al e n tre O rie n te y O c c ide n te .
N o es é ste e l lu g ar in d ic ad o p ara e x am in ar ate n tam e n te la c o n tro ve rsia
s u s c itad a p o r la arc an a c ue stió n de la c láu s u la f ilio q u e (q ue h em o s t r a ­
tado en e l c ap ítulo an te rio r) n i p o dem o s ju z gar en q ué m e d id a la in s is ­
te n c ia f ran c a en la in c lus ió n de e sta c láu s u la en e l C re do de N ic e a f ue,
c o m o a m en udo se h a suge rido , un a m e d id a o p o rtun ista ad o p tad a en la
14 . P a r a u n e x a m e n c r ít ic o d e e s t a e s t r a t e g ia , v é a s e P a t r ic k G e a r y , F rance B efore
G ermany: The Creation and Transformation o f Merovingian World, O x fo r d U n iv e r s it y
P r e s s , O x fo r d , 1 9 8 8 , e n e s p e c ia l p á g s . 2 1 2 - 2 2 0 .
232 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ugn a e n tre lo s f ran c o s y el O rie n te b iz an tin o , q ue llevó a tac h ar de h e ­
ré tic a la in te rp re tac ió n o rie n tal grie ga de la T rin idad, en de f en sa de un a
e s trate gia p a ra in s t it u ir el im p e rio f ran c o c o m o la v e rd ad e ra y le gítim a
R o m a. S in e m b argo , v ale la p e n a r e p a rar c o m o m ín im o en q ue , p ara
C arlo m agn o , al igu al q ue p ara A gustín de H ip o n a an tes, la c lá u s u la //-
lio q u e p udo h ab e r te n ido la v e n taja ad ic io n al de av alar la d o c trin a de l
p e c ado o rigin al y, p o r e n d e , la n e c e s aria o b e d ie n c ia a la au to rid ad im ­
p e ran te .
L a adm in istrac ió n e s tatal f ue c o m p le m e n tada c o n la b u ro c rac ia de
la I gle s ia, d e sde lo s o b isp o s y la aris t o c rac ia d e l c le ro h asta lo s c uras,
q ue e ra c o n c e b ida c o m o m edio s de tran sm isió n de la v o lu n tad d e l m o ­
n arc a a lo s c am p e sin o s.15 E l c le ro f o rm ab a p arte , tan to c o m o lo s c o n des
{ c o m ité s ) , de la j e ra rq u ía ad m in is trativ a de l e stado . N o es de e x trañ ar,
p o r tan to , q ue a m en udo se d e s c rib a e l go b ie rn o c aro lin gio c o m o te o ­
c rátic o , n o só lo p o r sus re iv in d ic ac io n e s de le g it im id a d b asad as en su
aso c iac ió n c o n la I gle s ia y las o b ligac io n e s m utuas en la c o m un idad de
la f e, sin o tam b ié n p o rq ue e l ap arato d e l e stado d e p e n d ía m uc h o de l
c lero . C o n to do , p are c e e sté ril p re gu n tar si la re ale z a c aro lin gia e ra m ás
«t e o c rá t ic a» q ue «s e ñ o ria l» o «f e u d a l», y re sulta m ás ú til rec o n o c e r sim ­
p le m e n te las c o m p le jidade s d e l o rden m e die val en O c c ide n te , las c o la­
b o rac io n es in e vitab le m e n te ten sas e n tre m o n arc as y se ñ o res f e udale s, y
el p ap e l q ue la I gle sia desem p eñ ó en las p ugn as y c o n tien das e n tre ello s.
G ran p arte de las re lac io n e s e n tre la I gle s ia y e l e stado f luc tuaro n ,
sin e m b argo , a lo largo de to d a la E dad M e d ia e in c luso m ás allá de este
p e río do . L o s ef ec to s do c trin ale s de la f un c ió n ad m in is trativ a y c o rre c ­
c io n al d e l c ris tian ism o , así, siguie ro n p ro f un d am e n te arraigad o s en la
te o lo gía c ris tian a. A l m ism o tie m p o , las e s tru c tu ras p arale las d e l p o de r
y la p ro p ie dad e c lesiástic as agravaro n la f ragm e n tac ió n de la au to ridad y
la ju ris d ic c ió n se c u lare s . A u n q ue e l go b ie rn o c aro lin gio re p re s e n t ab a
un a e m p re sa c o n jun ta de la I gle s ia y e l e stado se c ular, e stab a c o n d e n a­
do a q ue c o n el tie m p o se ac re c e n taran las te n sio n e s e n tre am b o s, p r e ­
c isam e n te p o rq ue e sa e m p re sa c o n f irm ab a a la I gle sia c o m o p o de r te m ­
p o ral. E stas te n sio n e s se d e jaro n s e n tir a lo largo de to do el p e río d o
q ue no s o c up a. C uan d o , a f in es de la E d ad M e d ia, lo s e stado s m o n ár­
q uic o s c o n so lidaro n su do m in io , se viero n c ue stio n ado s de m an e ra c re ­
c ie n te p o r la au to rid ad e c le s iás tic a, so b re to do p o r el d e sarro llo d e l go ­
15 . S o b r e e l p a p e l c a r a c t e r ís t ic o d e la I g le s ia e n e l e s t a d o c a r o lin g io , v é a s e C a m ­
b r i d g e H i s t o r y , o p . c i t. , e n p a r t ic u la r p á g s . 2 2 0 - 2 2 1 .
L a E d a d M e d ia 233
b ie rn o p a p al y p o r las as p irac io n e s v atic an as a un a «p le n it u d de p o ­
d e r ». L a divisió n d e l trab ajo e n tre la e sf e ra s e c ular y la e s p iritu al, q ue
p u e d e n p are c e m o s un a c ue stió n se n c illa en las re lac io n e s e n tre la I g le ­
sia de R o m a y e l C ésar, se h a lla b a, en c am b io , c o m p ro m e tid a, de m a­
n e ra aún m ás in t rin c a d a, en las c o m p le jas p u gn as y d is p u tas e n tre r e ­
yes, e m p e rad o re s, p ap as y o tro s diverso s p o de re s autó n o m o s.
C u an d o lo s c o n f lic to s e n tre la au t o rid a d re al o im p e rial y la e c le ­
s iás tic a c o b raro n un a in te n s id ad aún m ayo r, la d o c trin a de G e lasio I
f ue d e s arro llad a en c o n se c ue n c ia y sus re p e rc usio n e s tuvie ro n un am ­
p lio alc an c e n o só lo p ara las ide as so b re la I gle s ia y e l e stado , sin o tam ­
b ié n p ara o tro s asp e c to s de la te o ría p o lític a. S uc e sivo s p ap as f uero n
aún m ás lejo s q ue G e lasio I y e stab le c ie ro n un a div isió n de l trab ajo e n ­
tre la au to rid ad s e c ular y la e s p irit u a l, y af irm aro n la s u p e rio rid ad te m ­
p o ral de l p o d e r e c le s iás tic o de un a m an e ra m ás in e q u ív o c a de lo q ue el
p ro p io G e lasio la h ab ía p ro c lam ado . E n un m o m en to p artic u larm e n te
c rític o d e l siglo X I , e l p ap a G re go rio V I I em p ezó a de s p o j ar a la re a le ­
za de c u a lq u ie r e le m e n to te o c rát ic o o sac ro q ue aún p u d ie ra te n e r, y
dio alie n to a las as p irac io n e s p ap ale s a un a p le n itu d de p o d e r af irm an ­
do q ue lo s re yes e ran c argo s sim p le m e n te s e c ulare s, c argo s q ue , so b re
to do , se p o d ían p o n e r y q uitar. S u h a b ilid ad c o n sistió en p o n e r las n o ­
c io n es ge rm án ic as de un a m o n arq uía e le c tiv a en c o n tra de lo s p ro p io s
e m p e rad o re s ge rm án ic o s , e in s is tió en q ue la id o n e id ad de lo s c a n d i­
dato s p ara de se m p e ñ ar el c argo im p e rial e ra un asun to de ap ro b ac ió n
p ap al, so p e n a ú ltim a de e x c o m un ió n .
P ap as p o ste rio re s c o n so lidaro n aún m ás a la I gle s ia c o m o un p o d e r
gub e rn am e n tal, c o n j u ris d ic c ió n no só lo so b re lo s asun to s e s p iritu ale s ,
sin o tam b ié n en el do m in io de lo p úb lic o . R e sulta s ign if ic ativ o q ue e sta
c ue stió n se d e s p le gara en te o rías de la p ro p ie d a d p riv ad a, e lab o rad as
p o r ju ris c o n s u lto s , q ue c o n o c ían e l d e re c h o c iv il y e l c an ó n ic o , c o m o
así tam b ié n p o r f iló so f o s. E l p ap e l e s p iritu al de la I gle s ia te n ía q ue v er
c o n el ser in te rio r, c o n e l alm a de c ad a c ris tian o , en tan to q ue la au t o ri­
d ad e c le s iás tic a en la e sf e ra de lo p ú b lic o , su j u ris d ic c ió n so b re lo s
asun to s m un dan o s y m ate riale s , se id e n tif ic ab a c o n su c o n tro l de la r i­
q ue z a y la p ro p ie d ad . L a in m e n sa riq u e z a de la I gle s ia p o d ía c o n v e rtir­
se en la b ase de un de re c h o p ara e je rc e r la au to rid ad te m p o ral en razó n
de q ue su e je rc ic io se h ac ía en n o m b re d e l c o n jun to de la c o m un id ad
c ris tian a. S ó lo un p e q ue ñ o p aso s e p arab a e sta af irm ac ió n d e l p o d e r
te m p o ral so b re e l b ie n e s t ar m at e rial de la c o m un id ad c ris tian a, de la
af irm ac ió n de q ue la au to rid ad e c le s iás tic a e ra s u p e rio r a la d e l e stado
234 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
se c ular. L o s de f en so re s de la au to rid ad p ap al, p o r eje m p lo , argu m e n ta­
ro n q ue e l d o m in iu m , o p ro p ie d ad de lo s b ie n e s te m p o rale s de la I gle ­
sia, re s id ía en la c o m un id ad c ris tian a en su c o n jun to y q ue , p o r tan to ,
la j e r a rq u ía e c le s iás tic a q ue ad m in is trab a la in m e n sa riq u e z a de la c o ­
m u n id ad C ristin a — es de c ir, q ue e j e rc ía ju ris d ic c ió n so b re e lla — e ra,
de h e c h o , un p o d e r gu b e rn am e n tal, c uya f ue rz a c o e rc itiv a e ra e je rc id a
en n o m b re de lo s f ie le s en aras de l b ie n c o m ún , al ig u al q ue lo s go b ie r­
no s se c ulare s p re te n d ían h ac e r en n o m b re de las c o m un idade s q ue t e ­
n ían b ajo su do m in io . D e e ste m o do , la j u ris d ic c ió n e c le s iás t ic a c u e s ­
tio n ab a la j u ris d ic c ió n de lo s p o d e re s s e c u lare s en su p ro p io te rre n o .
C o n la p re te n sió n de q ue ac tuab a en f un c ió n d e l b ie n c o m ún de to da la
c o m un id ad c ris tian a, tan to p o r su p ro ve c h o e s p iritu al c o m o te m p o ral,
el p ap ad o p udo re iv in d ic ar y h ac e r v ale r su au to rid ad sup e rio r.
E l últim o p aso c o n c e p tu al lo dio el p ap a B o n if ac io V I I I a p r in c i­
p io s d e l siglo X IV, en e l m arc o de l c o n f lic to q ue lo e n f re n tab a a F e li­
p e I V de F ran c ia p o r un asun to tan t e rre n a l c o m o lo s im p ue sto s . A l
p ro c lam ar la p le n itu d de l p o d e r p ap al c o n la m ayo r in f le x ib ilid a d e in ­
tran s ige n c ia, su b u la, U n am s a n c ta m , af irm ab a la in e q u ív o c a s u p e rio ri­
d ad de la au to rid ad p ap al so b re e l p o de r te m p o ral, la p rim ac ía de la e s­
p ad a e s p irit u a l so b re la e s p ad a se c ular. E l p ap a B o n if ac io o lvidó to da
m e d id a y p e rd ió su b a t alla f re n te al re y f ran c é s. T al vez o tro s h ub ie se n
p o d id o se r m ás c irc u n s p e c to s en la af irm ac ió n de la au t o rid a d p ap al,
p e ro un a vez q ue las re lac io n e s e n tre lo s p o d e re s e c le s iás tic o y se c ular
f ue ro n f o rm u lad as en té rm in o s de ju ris d ic c io n e s riv ale s , h a b ría sido
só lo c ue stió n de tie m p o q ue un p ap a u o tro h ic ie ra algo p are c id o a esta
j u g ad a c o n c e p tual.
N o de b e ríam o s d ar p o r se n tado q ue la q u e re lla e n tre lo s do s p o d e ­
res, el se c ular y el e c le s iás tic o , e stab a d e stin ad a a ad o p tar esta f o rm a j u ­
ris d ic c io n al, n i tam p o c o de b e ríam o s sup o n e r q ue lo s c o n f lic to s e n tre
au to rid ad e s rivale s im p lic ab an , in e v itab le m e n te , c o n c e p c io n e s de la
p ro p ie d ad . Q ue e ste tip o de c o n f lic to s, en la E uro p a m e d ie v al, se e x ­
p re sara en esto s térm in o s, re f le ja la re lac ió n , tan p artic ular, q ue en e l d e ­
sarro llo de O c c id e n te , y en las c o n c e p c io n e s de po der, e x istió e n tre el
e stado y la p ro p ie d ad . L a p re o c up ac ió n p o r la ju risd ic c ió n , y tal vez in ­
c luso la m an e ra de c o n c e b irla, p re sup o n e el tip o de dis p utas de f ro n te ­
ra a las q ue die ro n lu g ar la p arc e lac ió n de la so b e ran ía y las de m an das,
p arc ialm e n te c o in c ide n te s, q ue lle v ab a aso c iadas. L a so b e ran ía p a rc e la­
da, a su vez, p re s up o n ía el d e sarro llo autó n o m o de la p ro p ie d ad en la
A n tigüe d ad c lásic a y e l surgim ie n to de l p o de r aristo c rátic o arraigad o en
L a E d a d M e d ia 235
la p ro p ie d ad de la tie rra, en c o n trap o sic ió n al p o de r p úb lic o de l estado .
E sta o rigin al d u alid ad de p o deres dio f o rm a a las diversas jurisdic c io n e s
de l f e udalism o , q ue se so lap ab an y p ugn ab an e n tre sí. U n e stado b u ro ­
c rátic o en el q ue la au to rid ad f ue ra d e le gad a de sde e l c en tro y en el q ue
lo s lím ite s de lo s c argo s o f ic iale s e stuvie ran b ie n de f in ido s — pen sem o s
en e l ejem p lo de C h in a— p o dría ge n e rar sus p ro p io s c o n f lic to s e n tre lo s
em p erado res y sus re p resen tan te s lo c ale s. P ero se rían disp utas de un g é ­
n ero dif e re n te y no te n drían p o r q ué dar lu gar a un ap arato jurídic o d e s­
tin ado a n e go c iar jurisd ic c io n e s q ue se im p ugn aran y se so lap aran , o , de
h ec h o , al disc urso de las disp utas ju risd ic c io n ale s. E ste tip o de d is p o s i­
tivo ju ríd ic o y disc ursivo es algo c arac te rístic am e n te o c c ide n tal.
L a p a rc e lac ió n f e u d a l de la s o b e ran ía, p o r tan to , d io lu g a r a un a
n e c e s id ad m uy p a r t ic u la r de n e go c iar las d is p u tas j u ris d ic c io n ale s en
la te o ría y en la p rác tic a. P e ro la id e a de ju ris d ic c ió n en O c c id e n te n o
h u b ie r a ad o p tad o la f o rm a q ue ad o p tó sin e l le gad o de la p r o p ie d a d
ro m an a, y la h is to ria de la te o ría p o lít ic a o c c id e n t al s e g u ir ía sie n do
m o d e lad a p o r las re lac io n e s e n tre el e stad o y la p r o p ie d a d q ue se h a ­
b ían h e re d ad o de R o m a: en el im p e rio , c o m o vim o s, la dis tin c ió n e n ­
tre im p e riu m y d o m in iu m e ra re lativ am e n te c lara y re p re s e n t ab a do s
f o rm as de p o d e r d is tin t as , la p ú b lic a y la p r iv ad a, c o n grad o s d if e re n ­
tes de te n sió n de ac u e rd o a lo s de re c h o s q ue el e s tad o im p e rial p u d ie ­
ra re c lam ar f re n te a lo s d e re c h o s de p ro p ie d ad p riv ad a. E l le gad o de
la p ro p ie d a d ro m an a so b re vivió a la p arc e lac ió n de la s o b e ran ía, p e ro
c uan d o e l e s tad o im p e ria l dio p aso a j u ris d ic c io n e s f ragm e n tad as ,
h ub o c am b io s c o rre s p o n d ie n te s en e l c o n c e p to de d o m in iu m y su r e ­
lac ió n c o n e l p o d e r gub e rn am e n tal, c am b io s q ue ya e stab an en m arc h a
en las re lac io n e s c o m p le jas e n tre e l e stad o im p e rial y lo s re in o s «b á r ­
b a ro s ». S i b ie n e l se ñ o río f e u d al p re s up o n ía sin d u d a e l d e s arro llo a u ­
tó n o m o de la p ro p ie d ad y de las aristo c rac ias te rrate n ie n te s en la R o m a
an tigu a, la p ro p ie d ad c o m p le ta y e x c lu s iv a q ue s u ge ría el c o n c ep to de
d o m in iu m n o p o d ía c o n te m p lar n i d ar c ab id a, en c am b io , a la p r o p ie ­
d ad c o n d ic io n al d e l f e udalism o . T am po c o la dis tin c ió n e n tre im p e riu m
y d o m in iu m c ap tab a ad e c uad am e n te la u n id ad de ap ro p iac ió n y go b er-
n an z a en la «p ro p ie d a d p o lític am e n te c o n s t it u id a » d e l se ñ o río f e udal.
E ra n e c e sario h ac e r c am b io s en am b o s lado s de la d u alid ad .
P o r un a p arte , ya no p o d ía traz arse c o n n itid e z la lín e a e n tre e l d o ­
m in iu m y la p o sesió n . E l de re c h o ro m an o , en la é p o c a c lás ic a, e s t ip u la ­
b a c uále s e ran lo s de re c h o s de p ro p ie d ad a f alta de un a p ro p ie d ad a b ­
s o luta, de m o do q ue la p o sesió n y e l usu f ruc to p o d ían s e p arars e de la
236 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p ro p ie d ad le gal. P ara p e rm it ir de re c h o s c o n d ic io n ale s q ue se s o lap a­
b an en la p ro p ie d ad , las ad ap tac io n e s m e die vale s de l de re c h o ro m an o
e stab an o b ligad as a ir m ás allá si p re te n d ían d e s d ib u j ar la lín e a e n tre
p ro p ie d ad y p o sesió n . P o r un lad o , la u n id ad f e u d al de p ro p ie d ad p r i­
v ad a y p o d e r p o lític o s ign if ic ab a q ue la e sf e ra de la go b e rn an z a p ú b li­
c a ya no p o d ía d e f in irse sim p le m e n te en lo s té rm in o s d e l im p e riu m ro ­
m an o o de la distin c ió n e n tre s o b e ran ía p ú b lic a y p ro p ie d ad p riv ad a n i,
en re alid a d , en lo s té rm in o s de la dic o to m ía e n tre lo p ú b lic o y lo p r iv a ­
do . E n c o n dic io n e s de so b e ran ía p arc e lad a y p ro p ie d ad p o lític am e n te
c o n s t itu id a, lo s p o d e re s d e l go b ie rn o n o p e rte n e c ían só lo a la a u t o r i­
dad p ú b lic a de un e stad o c e n tral. L a ju ris d ic c ió n p o d ían e je rc e rla a u ­
t o rid ad e s sin im p e r iu m , o au to rid ad e s s e p arad as de l e stad o s e c u lar y,
de h e c h o , o p ue stas a é l. T am b ién p o d ía se r o to rgad a y d e le gad a in c lu ­
so en lo s de re c h o s de se ñ o ría en lo s q ue se un ían lo s de re c h o s p rivado s
y lo s p o d e re s p ú b lic o s . L a ju ris d ic c ió n p o d ía p e rte n e c e r a lo s t e r r a t e ­
n ie n te s o a lo s p ap as tan to c o m o a lo s e m p e rad o re s o a lo s re yes. L a
dis tin c ió n e n tre d o m in iu m y ju r is d ic tio n o re q u e ría de un a se p arac ió n
c lara de la p ro p ie d ad p riv ad a y e l p o de r p úb lic o . S in e m b argo , si b ie n
p e rm itía la u n id a d de p ro p ie d a d y go b ie rn o , n o e x c lu ía la d is tin c ió n
e n tre d o m in iu m y adm in istrac ió n o c o n tro l, de m o do q ue , p o r eje m p lo ,
la alta je ra rq u ía e c le s iás tic a p o d ía e j e rc e r ju ris d ic c ió n so b re la p r o p ie ­
d ad de la I gle s ia, q ue en p rin c ip io p e rte n e c ía al d o m in iu m de l c o n j un ­
to de la c o m un id ad c ris tian a.
L a c ue stió n de la p ro p ie d a d ab rió un a s e rie de c o n tro v e rsias a lo
largo de to do e l ab an ic o de te o rías y p rác tic as p o lític as . L as c o n f usio ­
n es e n tre la p o sesió n , e l uso y la p ro p ie d ad q ue traía c o n sigo la p r o p ie ­
dad f e u d al lle v aro n in e v itab le m e n te a p lan t e ar p re gun tas so b re las r e ­
lac io n e s q ue m an te n ían e n tre sí, y, en p artic u lar, si q uie n e s te n ían
de re c h o s de uso re c o n o c ido s p o d ían re c lam ar, sim p le m e n te en v irtu d
de l uso , e l tip o de au to rid ad y do m in io q ue e l d o m in iu m im p lic ab a. S i
la p ro p ie d ad e f e c tiv a p o d ía de riv ars e d e l uso , ¿s ign if ic ab a q ue la p ro ­
p ie d a d e ra un tip o de de re c h o n atu ral, in d e p e n d ie n te d e l de re c h o y la
c o n ve n c ió n ? ¿O la p ro p ie d ad e ra un de re c h o c o n f e rido p o r e l g o b ie r­
no c iv il, q ue só lo c o m p o rtab a aq ue llo s de re c h o s q ue e ran re c o n o c ido s
p o r la le y y las o b ligac io n e s in trín s e c as ?
L o s de re c h o s de p ro p ie d ad e ran un a c ue stió n d e c isiv a p ara lo s go ­
b e rn an te s s e c ulare s q ue b u s c ab an la m an e ra de af irm ar su au to rid ad
p ú b lic a so b re aq ue llo s q ue re c lam ab an p ara sí p o de re s autó n o m o s sin
n e garle s sus de re c h o s de p ro p ie d ad p riv ad a. E n e l c aso de la I gle s ia, las
L a E d a d M e d ia 237
c o sas e ran aún m ás c o m p le jas, y f ue en e ste ám b ito do n de las c o n tro ­
ve rsias so b re la n a tu rale z a de la p r o p ie d a d tuv ie ro n un a c o n tin u id ad
m ás sis te m átic a. L as in m e n sas p ro p ie d ad e s de la I gle s ia, as í c o m o las
p o sesio n es p riv ad as de lo s f ie le s, te n ían q ue ser d e f e n d id as . L a au t o ri­
d ad e c le s iás tic a tam b ié n d e b ía se r af irm ad a f re n te al p o d e r s e c u la r y,
c o m o vim o s, se re c u rrió al c o n c e p to de p ro p ie d ad p a ra lo grar t a l fin .
L a I gle s ia, sin e m b argo , tam b ié n se e n f re n tab a a u n a c re c ie n te o p o s i­
c ió n in te rn a a su gran riq u e z a, q ue d e s tac ab a, en un c o n traste p ro v o ­
c ativo , c o n la p o b re z a de las m uc h e dum b re s c ris tian as.
E sto f ue p artic u larm e n te c ie rto , en lo s siglo s X II y X III, c o n e l auge
de se c tas «h e r é t ic a s » q ue d e n u n c iab an la riq u e z a o ste n to sa y la c o ­
rrup c ió n de la I gle s ia. A su vez, esto dio lu g a r a las n ue vas ó rde n e s
m e n d ic an te s, c uya p o b re z a im p u e sta c o m o su p ro p ia d is c ip lin a e stab a
d e s tin ad a, e n tre o tras c o sas, a d e f e n d e r la o rto d o x ia c ris tian a f re n te a
e sas h e re jías. L a p o b re z a de las ó rde n e s m e n d ic an te s re q u e ría, e n to n ­
c es, un a e x p lic ac ió n : ¿re p re s e n tab a un de saf ío a la p ro p ie d ad m ism a o
e ra un m o do de re c o n c iliar la p o b re z a «a p o s t ó lic a » c o n lo s de re c h o s de
p r o p ie d a d ? M ás allá de eso , h a b ía c ue stio n e s q ue af e c tab an al o rde n
m o ral q ue D io s h ab ía o rde n ado : ¿lo s c ris tian o s te n ían q ue as um ir q ue
la disp o sic ió n e x iste n te a la p ro p ie d ad y e l p o de r en e sta tie rra, sea c ual
sea su ap are n te m al, h a sido d iv in am e n te o rd e n ad a y, en ese s e n tido , es
«n a t u r a l», o p ue d e h ab e r un c o n f lic to e n tre re alid ad e s te m p o rale s y un
o rde n m o ral d iv in am e n te e s tab le c id o ?
E n la an tigu a R o m a, h ub o dif e re n te s p un to s de vista so b re lo s d e ­
re c h o s de p ro p ie d a d , p e ro lo s ju ris t a s ro m an o s en g e n e ral c o n s id e r a­
ro n la p ro p ie d ad c o m o un a c o n ve n c ió n e s tab le c id a p o r lo s estado s q ue
e l de re c h o c ivil h ac ía c um p lir. E n el b ajo im p e rio , lo s P ad re s de la I g le ­
sia y, e n tre e llo s, e sp e c ialm e n te A gustín de H ip o n a p ro p usie ro n u n a re ­
so luc ió n q ue s e gu iría e je rc ie n d o su in f lu e n c ia a lo largo de to d a la
E d ad M e d ia e in c lus o en p e río d o s p o ste rio re s. S e gún e sta d o c trin a,
d e sp ué s de la e x p u ls ió n de l h o m b re de l P araís o , tan to e l go b ie rn o
c o m o la p ro p ie d ad eran m ale s n e c e sario s. E sto s ign if ic ab a q ue , si b ie n
la p ro p ie d ad e ra u n a c o n ven c ió n h um an a c re ad a p o r e l e stado , q ue v e ­
la b a tam b ié n p ara h ac e rla c um p lir, su f un c ió n en el m an te n im ie n to de
la p az y el o rde n so c ial, al igu al q ue la f un c ió n m ism a d e l go b ie rn o , e s­
t ab a san c io n ad a p o r la au to rid ad div in a. D e e llo se d e s p re n d ía q ue d is ­
p o sic io n es de p ro p ie d ad y de p o d e r en ap arie n c ia in justas o p o c o e q u i­
tativas p o dían c o n tar c o n la aq u ie s c e n c ia de lo s c ris tian o s, al ig u al q ue
el C é s ar p o d ía o rd e n ar su o b e d ie n c ia.
 L a E d a d M e d ia 239
238 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

do s lo s ef ec to s p rác tic o s, o p ara la m ayo ría de e llo s, p o r tan to , la j u r is ­

E n las p o strim e rías de la E dad M e d ia, la o rden de lo s f ran c isc an o s
d ic c ió n d e l p ap ad o e q u iv alía al d o m in iu m .
e x igió algo m ás p ara p re s e rv ar su c o m p ro m iso c o n la p o b re z a ap o stó ­
L a o rden d o m in ic a se o p o n d ría al argum en to f ran c isc an o . P o r un
lic a. F ran c isc o de A sís, h ijo de un a f am ilia de m e rc ad e re s , ado p tó un a
lado , lo s do m in ic o s (y esp e c ialm e n te T o m ás de A q uin o ) so stuvie ro n q ue
c o n c e p c ió n b as tan te m ás r a d ic al al n o h ac e r c o n c e sio n e s a la p r o p ie ­
e l uso n o p o d ía s e p ararse de la p o sesió n de la p ro p ie d ad , y q ue un a
dad in d iv id u al e n tre lo s h erm an o s de su c o m un idad y re p u d iar las tran ­
tran sf e re n c ia de uso e q u iv alía a un a tran sf e re n c ia de la p o sesió n de la
s ac c io n e s c o m e rc iale s. U n a se p arac ió n tan r a d ic al c o m o é sta c o n re s ­
p ro p ie d ad . P o r o tro lad o , in sistie ro n en la se p arac ió n de la p ro p ie d ad y
p e c to a la e c o n o m ía c o m e rc ial q ue , al m en o s en la I t alia m e d ie v al, lo s
de la jurisd ic c ió n , y n e garo n q ue h u b ie ra un se n tido en el q ue las au to ­
ro de ab a y de la q ue d e p e n d ía su sup e rvive n c ia a duras p en as p o d ía s u s­
rid ad e s , tan to las se c ulare s c o m o las e c le siástic as, p u d ie ran re c lam ar la
te n tarse . Y lo s p e n sado re s f ran c isc an o s e n c o n traro n m o do s de de m o s­
ef e c tiv a p ro p ie d ad o d o m in iu m so b re lo s b ie n e s q ue ad m in istrab an .
t r a r q ue e l uso p o d ía se r se p arad o de la p o se sió n , de la p ro p ie d ad . E l
E x am in are m o s e l argum e n to de lo s do m in ic o s m ás en d e talle c uan do
te ó lo go y f iló so f o J u a n D un s E sc o to (1 2 6 6 - 1 3 0 8 ) argum e n tó q ue , en el
lle gue m o s a T o m ás de A q uin o y la p o sic ió n f ran c isc an a, tal c o m o f ue
e stado de in o c e n c ia, to das las c o sas h ab ían sido u t iliz ad a s en c o m ún .
e lab o rad a p o r G uille rm o de O c kh am . D e m o m en to no s c o n ten tarem o s
E sto s ign if ic ab a q ue e l uso c o m ún e ra o rde n ado p o r la le y n atural. P ero
c o n de c ir q ue , si b ie n la p o sic ió n f ran c isc an a de e n trad a p are c ía c o n ge ­
e l uso c o m ún n o c o m p o rtab a la p o sesió n c o m un itaria de la p ro p ie d ad ,
n iar m ás c o n la au to rid ad p ap al, a p rin c ip io s de l siglo X IV f ue c o n s id e ­
p ue sto q ue c ad a un o só lo te n ía de re c h o a u t iliz ar lo q ue e ra n e c e sario
rad a un a am en aza e, in c luso , un a h e re jía. E l c o m pro m iso c o n la p o b re ­
sin q ue e llo e x c lu ye ra el uso p o r p arte d e lo s de m ás. D e eso se d e s ­
za ap o stó lic a, y to do s lo s argum en to s q ue se e lab o raro n p ara so ste n erla,
p re n d ía q ue e l uso y la p o se sió n de la p ro p ie d a d e stab an se p arado s.
lle gó a ser c o n side rado c o m o un a re c usac ió n de la c lase d irige n te de la
N in gun a f o rm a de p o sesió n de la p ro p ie d ad , y m en o s aún la p ro p ie d ad
I gle s ia y, c o n e lla, de to da su in m e n sa riq ue z a. L o s argum e n to s de lo s
p riv ad a, p o d ían c o n s id e rars e c o m o n at u rale s , au n q u e las re lac io n e s
do m in ic o s e n c o n traro n e n to n c es el f avo r p ap al y T o m ás de A q uin o lle ­
c o m p le jas de la so c ie d ad c ivil re q ue rían de la in stituc ió n de la p ro p ie ­
gó a ser, c o n el p aso d e l tiem p o , san to T o m ás de A q uin o .
d ad p ara m an te n e r la p az y e l o rden c ivil.
E l argum e n to m ás só lido c o n tra la p o sic ió n f ran c is c an a f ue e x ­
L a d o c trin a f ran c is c an a de la p o b re z a ge n e ró un a c o n tro ve rsia so ­
p ue sto en la b u la p ap al de l p ap a J u a n X X I I , Q u ia v i r re p ro b u s . E l p ap a
b re la c ue stió n de la p ro p ie d ad y, en ge n e ral, so b re las re lac io n e s e n tre
so ste n ía q ue e l d o m in iu m de D io s so b re la c re ac ió n e ra an álo go al d o ­
la p o sesió n de la p ro p ie d ad y la j u ris d ic c ió n . E sto , tal c o m o h em o s v is ­
m in iu m h um an o so b re las p o se sio n e s te rre n ale s , q ue esto f ue c ie rto
to , tuvo am p lias c o n se c ue n c ias p a ra las re lac io n e s e n tre la I gle s ia y el
tan to an tes de la C aíd a c o m o de sp ué s de e lla, y q ue , p o r tan to , la p ro ­
e stado , la au to rid ad p ap al y e l p o d e r se c ular. L o s f ran c isc an o s ad o p ta­
p ie d a d e ra, de h e c h o , n atu ral. A de m ás, p o d ían s e p arars e uso y p o s e ­
ro n la o p in ió n de q ue , c o m o D io s h ab ía dado el m un do a la h um an idad
sió n de la p ro p ie d ad . S ó lo la p ro p ie d ad p o d ía j u s t if ic ar e l c o n sum o de
p a ra q ue lo u s ara en c o m ún , n ad ie , n i un a e n t id a d in d iv id u a l n i un a
b ien es — es dec ir, su d e struc c ió n — , p o rq ue só lo lo s p ro p ie tario s te n ían
c o rp o rativ a, p o d ía af irm ar q ue sus de re c h o s de p ro p ie d ad e stab an b a ­
el de re c h o de d e s tru ir sus po sesio n es. E l uso de b ie n e s no c o n sum ib les,
sado s en la n aturale z a. T an to e l p o d e r e c le s iás tic o c o m o e l p o d e r s e c u ­
in c lus o , re q ue ría un d e re c h o de uso .
la r só lo p o d ían , en c u alq u ie r c aso , ad m in is trar la p ro p ie d ad c o m o m a­
L o s d e b ate s m e d ie v ale s so b re e l de re c h o de p r o p ie d a d s e gu irían
yo rdo m o s. E n p rim e r lu gar, e ste p r in c ip io p o d ía in t e rp re t a rs e en el
se n tido de q ue o to rgab a un a v e n taja a la au to rid ad e c le s iás tic a, aun q ue m o de lan do e l d e sarro llo de la te o ría p o lític a o c c id e n tal. E n el siglo X IV

só lo f ue ra p o rq ue , al d e riv ar tan to la ju ris d ic c ió n c o m o la p ro p ie d ad de y en añ o s p o ste rio re s, las div e rsas c risis d e l f e udalism o , de sde la p e ste

D io s y n o de algú n p o d e r te m p o ral, el p ap a, q ue e ra e l v ic ario de C r is ­ n e gra h as ta las re b e lio n e s c am p e sin as, c o m p lic arían m uc h o m ás la

to en la T ie rra, p o d ía af irm ar q ue , e f e c tiv am e n te , ac tu ab a en n o m b re c ue stió n , al tie m p o q ue d arían lu g ar a «t r a n s ic io n e s » d e sde el f e u d a lis ­

de l v e rd ad e ro due ñ o y q ue , p o r tan to , p o d ía e je rc e r un a ju ris d ic c ió n m o h asta o tras f o rm as p o lític as y e c o n ó m ic as. S in e m b argo , de b e m o s
sup e rio r, m ie n tras q ue las o tras au to rid ad e s , las se c ulare s y las e c le s iás ­ re sis tirn o s a la te n tac ió n de c o n s id e rar q ue eso s e sf uerz o s m e d ie v ale s
tard ío s de b ú s q u e d a de c larid ad p ara un a c o n c e p c ió n de la p ro p ie d ad
tic as, só lo d is f ru tab an de un a ju ris d ic c ió n , d e le gad a p o r el p ap a. A to -
240 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
re p re s e n tan un m o m en to de tran s ic ió n de las re lac io n e s f e ud ale s de
p ro p ie d ad h ac ia e l c ap italis m o . S i h ab ía algo q ue e x igie s e un a c la r if i­
c ac ió n s is te m átic a de la p ro p ie d a d e ra, p re c is am e n te , la re a lid a d d e l
p ro p io f e udalism o . L a n e c e s id ad se h izo m ás ac u c ian t e en el m o m en to
y en e l lu g a r en q ue las c o m p le jid ad e s de la ju ris d ic c ió n f e u d a l e ran
m ás p o dero sas: a llí do n de h ub o un em p eñ o c o n siste n te en b o rrar las lí­
n e as q ue se p arab an la p ro p ie d ad y e l p o d e r p ú b lic o , o la p ro p ie d ad y
la p o se sió n , p o r n o h a b la r de las n e c e s id ad e s de la I gle s ia en la ad m i­
n istrac ió n de su m asiva riq ue z a.
R e sulta aún m ás d is c u tib le q ue p re c is am e n te a llí do n de las re la c io ­
n es f e ud ale s de so b e ran ía p a rc e lad a e ran m ás d é b ile s — es de c ir, en I n ­
glat e rr a— la id e a f e ud al de la p ro p ie d ad f ue ra p re s e rv ad a, al m en o s en
el de re c h o f o rm al. L a le y de p ro p ie d ad in gle s a tal vez f ue ra, en c uan to
a su p rin c ip io f o rm al, la m ás «f e u d a l» de E uro p a, p e ro se ad ap tó h o l­
gad am e n te a f o rm as de p r o p ie d a d p r iv a d a in s ó litam e n te e x c lu s iv as y
e x e n tas de o b ligac io n e s f e ud ale s . C u an d o siglo s d e sp u é s s urgió , de
un a m an e ra en gran m e d id a p a re c id a, un a te o ría s is te m átic a de la so ­
b e ran ía, lo h izo p rim e ro en F ran c ia, do n de un a m o n arq uía c e n traliz a-
do ra p re se n tó b a t alla a la so b e ran ía p a rc e lad a, y n o en I n g lat e rra, d o n ­
de la r e a lid a d de la s o b e ran ía c e n tral ya se h a lla b a b ie n e s t ab le c id a y
p a re c ía n o h ab e r n in gu n a n e c e s id ad u rge n te p a ra id e a r un a d o c trin a
f o rm al.16
Re l ig ió n , f il o so f ía y d e r e c h o
L as in s tit u c io n e s e c le s iás tic as h e re d ad as de la R o m a im p e rial f o r­
m ab an p arte d e l te jid o e se n c ial d e l o rde n ad m in istrativ o y ju ríd ic o de
la E dad M e d ia, y las do c trin as d is c ip lin arias de la I gle s ia f uero n un in s ­
trum e n to in d is p e n s ab le p a ra e l m an te n im ie n to de l o rd e n so c ial a llí
d o n de las in stituc io n e s y la f ue rz a c o e rc itiv a de la au to rid ad p ú b lic a no
b as tab an . P e ro , así c o m o el le gad o de la A n tigü e d ad p e rm an e c ió vivo
16 . C u a n d o J e a n B o d in , e n e l s ig lo X VI, e la b o r ó s u c o n c e p c ió n d e la s o b e r a n ía a b ­
s o lu t a e n s u o b r a L e s s i x li v r e s d e la R é p u b li q u e , n o e s t a b a d a n d o e x p r e s ió n a la r e a li­
d a d d e u n a m o n a r q u ía c la r a m e n t e s o b e r a n a e n F r a n c ia , s in o e n fr e n t á n d o s e a l d e s a fío
q u e lo s p o d e r e s a u t ó n o m o s d e la n o b le z a y la s c o r p o r a c io n e s s u p o n ía n p a r a la c e n t r a ­
liz a c ió n m o n á r q u ic a . E s ta s fu e rz a s s e h ic ie r o n m u y e vid e n t e s e n la s g u e r r a s d e r e lig ió n ,
c u a n d o lo s n o b le s d e p r o v in c ia s u t iliz a r o n la s d o c t r in a s d e lo s h u g o n o t e s e n a p o y o d e
s u s p o d e r e s fr e n t e a l re y.
L a E d a d M e d ia 241
en e l c ris tian ism o m e d ie v al, la d o c trin a c ris tian a p lan te ó sus p ro p io s
p ro b le m as e sp e c íf ic o s en la re c e p c ió n de la f ilo so f ía an tigua. E l le gad o
gre c o rro m an o f ue tran sm itid o n o só lo a través de l c ristian ism o ro m an o
y las trad ic io n e s de l de re c h o ro m an o , sin o , tras las c o n q uistas m u s u l­
m an as, a través de l re n ac e r de la f ilo so f ía grie ga an tigua en e l m un do is ­
lám ic o . L as tran sac c io n e s e n tre la f ilo so f ía y la te o lo gía ado p taro n d i­
versas f o rm as en las d is tin tas tradic io n e s re ligio sas, lo c ual sign if ic ó q ue
la re c e p c ió n de l le gad o c lásic o e stuv ie ra d e te rm in ad a p o r lo s re q uisito s
do c trin ale s , a vec es m utuam e n te e x c luye n te s , d is tin to s, de lo s tres c re ­
do s m o n o teístas: el ju d ío , e l c ris tian o y e l islám ic o .
P ara las tres re ligio n e s, la c ue stió n c e n tral en la n e go c iac ió n de las
re lac io n e s e n tre la re ligió n y la f ilo so f ía e ra e l e status de la ley. L o m ás
de stac ad o q ue te n ían en c o m ún , c o m o un c o m e n tarista lo h a e x p re s a­
do , e ra «u n a re ligió n d iv in a re v e lada, la p re s e n c ia de la f ilo so f ía p o lít i­
c a grie ga en e l sen o de un a c o m un idad q ue e stá c o n s tituid a — ya sea de
m an e ra to tal o en sus f in es s u p e rio re s— p o r un a L e y re v e lad a d iv in a, y
e l d e s ac u e rd o o e l c o n f lic to e n tre las e x ige n c ias de la L e y d iv in a y las
e n se ñ an z as p o lític as de lo s f iló s o f o s ».17 L as tre s re ligio n e s , asim ism o ,
ac e p taro n la d is tin c ió n c lásic a, e x p ue sta de m an e ra d e stac ad a p o r A ris ­
tó te le s, e n tre las c ie n c ias te ó ric as y las c ie n c ias p rác tic as y, en ge n e ral,
la s u p e rio rid ad de las te ó ric as. S in e m b argo , las c o n c lusio n e s a las q ue
lle garo n so b re las re lac io n e s e n tre la le y d iv in a y la le y se c ular, y p o r lo
tan to e n tre te o lo gía y f ilo so f ía, in e v itab le m e n te f ue ro n dif e re n te s. S in
d ud a, en c uan to a esto , h ub o m uc h as dif e re n c ias e n tre lo s p ro p io s p e n ­
sado re s c ris tian o s, ig u a l q ue las h ub o e n tre m us ulm an e s y ju d ío s . S in
e m b argo , en un asp e c to e s e n c ial e l c ris tian ism o de O c c id e n te en su
c o n jun to d if e ría, en su e se n c ia m ism a, de las o tras do s re ligio n e s. E sta
d if e re n c ia, q ue s u rg ía de la e x p e rie n c ia p a rt ic u la r d e l c ris tian ism o
c o m o un p ro duc to de l I m p erio ro m an o , f ue e lab o rad a en la te o ría y la
p rác tic a m e die vale s, y ad ap tad a a la f ragm e n tac ió n en m últip le s c ap as
de la au to rid ad en e l f e udalism o .
T an to e l islam c o m o e l judaism o se d is tin gu ían d e l c ris tian ism o p o r
su c re e n c ia en un ún ic o siste m a de le ye s re ve lado p o r D io s, q ue ab a r­
c ab a to do el ám b ito de la p rác tic a h um an a, tan to la s e c u lar c o m o la r e ­
ligio s a. E l c ris tian ism o , en c am b io , se h ab ía tran sf o rm ado y h ab ía p a ­
sado de se r un c ulto e se n c ialm e n te ju d ío a c o n v e rtirse en un a I gle s ia
17 . E d s R a lp h L e r n e r y M u h s in M a d h i, M e d i e v a l P o li t i c a l P h i lo s o p h y , C o r n e ll U n i­
v e r s it y P r e s s , I t h a c a , 1 9 7 2 , p á g . 1.
242 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
u n iv e rs al y un a re ligio n im p e rial p re c is am e n t e al d is t an c ia rs e n o só lo
de la an tigu a le y ju d a ic a , sin o de la id e a m ism a de un a ú n ic a le y r e li­
gio sa o m n ím o da, a p lic ab le sin d is tin c ió n tan to a lo s asun to s de la fe
c o m o a las p rác tic as m un dan as de n u e s tra v id a c o tid ian a. L a «I g le s ia
u n iv e rs al», dic h o c o n o tras p alab ras , n ac ió de la dis tin c ió n e n tre C é sar
y D io s, y de un a c o n vic c ió n de q ue c ad a un o te n ía su p ro p ia esf e ra. E l
e f ec to de e sta d is tin c ió n , q uiz á de h e c h o su p ro p ó sito , f ue el de le g it i­
m ar las p re te n s io n e s d e l C é s ar — es de c ir, las p re te n s io n e s de un e s t a­
do s e c u lar— de se r la au to rid ad te m p o ral d o m in an te y el o rige n de la
ley. A l m ism o tie m p o , dio a la te o lo gía su p ro p ia c o n d ic ió n e x alt a d a,
c o m o , al m en o s en p rin c ip io , la f o rm a m ás e le v ad a de c o n o c im ie n to ,
f un dam e n tado ún ic am e n te en la re ve lac ió n divin a.
L a d o c trin a c ris tian a e ra c ap az de as um ir la o b ligac ió n de o b e de c e r
in c lus o al p o d e r m ás irre ligio s o e im p ío , m ie n tras se guía im p o n ié n d o
rígid as e x ige n c ias en el ám b ito de la fe. E sto n o e x c lu ía n e c e s ariam e n ­
te la in v o c ac ió n de p rin c ip io s re ligio so s p a ra o p o n e rs e a e ste o aq u e l
p o d e r se c ular, p e ro , p o r m uc h o q ue en la E uro p a m e die v al se d is c u t ie ­
ra ac e rc a de lo s lím ite s e n tre las do s e sf e ras, e l p rin c ip io q ue de f in ía al
c ristian ism o o c c id e n tal c o n tin uó sien do e l de d ar al C é s ar y a D io s sus
re sp ec tivo s ám b ito s de le y y o b e d ie n c ia. E n re alid a d , de h ab e r f altado
aq u e l p rin c ip io , q ue re c o n o c ía tan to e l ap o yo q ue c ad a e sf e ra d e riv ab a
de la o tra c o m o las te n sio n e s sie m p re p re s e n te s e n tre am b as, no se h a ­
b rían p ro d uc id o aq ue llas d is p u tas so b re lo s lím ite s de un a y o tra. Y sin
e llo tam p o c o se p o d rían e n te n d e r las b a t allas , te ó ric as y p rác tic as , e n ­
tre las m últip le s y diversas f o rm as de re c lam ar el p o d e r te m p o ral en el
O c c id e n te m edie val.
E l d ualism o c arac te rís tic o de l c ris tian ism o tuvo c o n se c ue n c ias te ó ­
ric as im p o rtan te s . E n tre o tras c o sas, sup uso q ue la te o lo gía, c o m o f o r­
m a d is tin ta de c o n o c im ie n to , a la q ue su p ro p ia b ase in s tit u c io n al e n la
I gle s ia so ste n ía y h ac ía vale r, se e n c o n tró c o n dile m as m uy c o n c re to s
c uan do se vio e n f re n tad a a la f ilo so f ía p o lític a c lásic a. S in d ud a, es c ie r­
to q ue el le gad o c lásic o , de sde la c o sm o lo gía p lató n ic a y la e p is te m o lo ­
gía aris to té lic a h asta la é tic a c ic e ro n ian a, m o de ló las p rim e ras do c trin as
de la I gle s ia, p e ro la f ilo so f ía p o lític a c lás ic a, y en e s p e c ial el re n ac e r de
la f ilo so f ía aris t o té lic a en el siglo X III, p lan te ó sus p ro p io s de saf ío s p a r ­
tic u la re s . L a I gle s ia n o só lo e stab a o b lig ad a a c o n s id e rar si h ab ía in ­
c o m p atib ilid ad e s do c trin ale s e n tre te o lo gía y f ilo so f ía, sin o si la f ilo so ­
f ía se in m is c u ía en e l do m in io q ue e ra p ro p io de la te o lo gía, si las
f ro n te ras de la au to rid ad e stab an sien do p e ligro sam e n te vuln e radas y si
L a E d a d M e d ia 243
— o en q ué c aso s— lo s p rin c ip io s de la fe o b ligab an a traz ar un a lín e a
in f ran q ue ab le . D if e re n te s re sp ue stas e ran , sin d uda, c o m p atib le s c o n la
d o c trin a c ris tian a. P o r e je m p lo , e ra p o sib le c o n struir un a f ilo so f ía, tal
c o m o h izo T o m ás de A q uin o de f o rm a de stac ada, q ue c o m b in ase las r e ­
f le x io n e s te o ló gic as c o n las te o rías ac e rc a de la le y y la o rgan iz ac ió n p o ­
lít ic a h um an as, lle gan d o in c luso a p lan te ar p re gun tas ac e rc a de las re ­
lac io n e s e n tre la le y d iv in a y la le y c ívic a, o en q ué lu g a r se situab an las
f ro n te ras e n tre la un a y la o tra. C o n to do , p o r m uc h a c ap a c id ad p ara
d ar c ab id a a la f ilo so f ía q ue tu v ie ra la do c trin a C ristin a, re s u lt a s ign if i­
c ativo q ue h aya sido aq u í do n de se p lan te ó la p re gu n ta ac e rc a de sus
re lac io n e s y f ro n te ras.
A l islam , q ue n o te n ía n in gún p o de r in stituc io n al c o m p arab le al de
un a c lase e c le s iás tic a c ris tian a, n i un p o de r autó n o m o e sp e c íf ic am e n te
d e dic ado a c usto diar la te o lo gía, le resultó , según p are c e , m uc h o m ás f á­
c il ac o m o dar la f ilo so f ía sin e stab le c e r lín e as e n tre la esf e ra q ue e ra p ro ­
p ia de é sta y el ám b ito p ro p io de la te o lo gía. S in d ud a, la u n id ad de la
le y p o d ía c o n d u c ir a la d e sle gitim ac ió n c o m p le ta de la f ilo so f ía y de t o ­
das las c ie n c ias se c ulare s. S in e m b argo , e ra tam b ié n p o sib le rec o n o c er,
sie n do f ie le s al is lam , q ue la razó n y la fe p o d ían alc an z ar las m ism as
v e rd ad e s p o r m e dio s d if e re n te s, y sin p ro v o c ar d is p u tas ac e rc a de lo s
lím ite s de un a y o tra. D ado q ue h ab ía un a ún ic a le y y só lo un a f ue n te
de au to rid ad le gal, no h ab ía razó n p ara c o n sid e rar la f ilo so f ía c o m o un
p e ligro so riv al te m p o ral. P o d ía se r trat ad a c o m o o tra v ía q ue lle v ab a a
las m ism as v e rd ad e s e te rn as q ue la re ligió n re v e lab a y h ac ía ac c e sib le s
a c u alq u ie r ser h um an o , aun q u e la f ilo so f ía las re se rv ab a p ara un a e lite
in te le c tu al. L a f ilo so f ía y las c ie n c ias se c ulare s p o d ían se r c ultiv ad as en
razó n de sus p ro p io s m érito s.
E n c u alq u ie r c aso , d ado q ue n o h ab ía p o s ib ilid ad de c o n f lic to e n ­
tre las do s au to rid ad e s le gale s , las v irtu d e s re lativ as de la f ilo so f ía y la
re ligió n n o ado p taro n la f o rm a de un a d is p u ta j u ris d ic c io n al. L a c ue s ­
tió n de la in c o m p atib ilid ad e n tre las e n se ñ an zas f ilo só f ic as y la le y is lá ­
m ic a f ue un a c ue stió n re se rv ada a lo s juris tas , no a te ó lo go s c elo so s de l
t e rrito rio en e l q ue e je rc ían su p ro p ia au to rid ad . P o r sup ue sto q ue
h ub o p e n sado re s is lám ic o s q ue in sis tie ro n en lo s p e ligro s de la f ilo s o ­
f ía, p e ro é sta p o d ía de f e n de rse s o b re un a m ism a b ase is lám ic a, h asta el
p un to de o to rgarle p r io r id ad , t a l c o m o lo h izo e l gran f iló so f o árab e ,
I b n R ush d (c o n o c ido en O c c ide n te c o m o A verro es), c uyo s c o m en tario s
so b re A ristó te le s f uero n un a de las p rin c ip ale s f ue n te s, y q uiz á la p r in ­
c ip al, p ara p e n sado re s c ris tian o s c o m o T o m ás de A q uin o .
244 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
D istin guid o ju ris t a y e ru d ito de alto ran go en m ate ria de de re c h o ,
m édic o y f iló so f o , I b n R ush d (1 1 2 6 -1 1 9 8 ) n ac ió en C ó rdo b a. A p arte de
un p e río d o en q ue c ayó en d e s grac ia y f ue d e ste rrado al e x ilio (aun q ue
m ás ta rd e la m e d id a se ría re v o c ad a), sirvió a la din astía alm o h ade q ue
do m in ab a e l n o rte de Á f ric a y al- Á n dalus . E n su o b ra, T ratad o d e c is ivo ,
e x p uso la re lac ió n e n tre la le y re ligio s a y la f ilo so f ía, y de f en dió su p o ­
sic ió n c o m o si lo h ic ie ra an te un trib u n al de justic ia, utiliz an do la le y is ­
lám ic a c o m o c rite rio de ju ic io . E n este tratad o no só lo c o n c luyó q ue f i­
lo so f ía y re ligió n e ran c o m p atib le s, y q ue lo s ataq ue s c o n tra la f ilo so f ía
q ue se d ab an en la é p o c a en q ue vivió n o te n ían f un dam e n to en la le y
is lám ic a, sin o q ue in c luso ap un tó q ue la f ilo so f ía es in h e re n te m e n te s u ­
p e rio r c o m o m e dio p ara alc an z ar las v e rd ad e s a las q ue la re ligió n a s ­
p ira. P e ro p ue sto q ue lo s m éto do s rac io n ale s y de m o strativo s de la f i­
lo so f ía só lo p u e d e n se r c o m p re n d id o s p o r un o s po c o s, lo s m éto do s
religio so s de p e rs uasió n so n lo s m ejo re s m e dio s p ara ap ro x im arse a la
v e rd ad p o r e l b ie n de la m ultitu d . R e ligió n y f ilo so f ía, p o r tan to , p u e ­
den y de b e n c o e x is tir en un a alian z a f ru c tíf e ra.
R e sulta s ign if ic ativ o q ue I b n R ush d, si b ie n se o p o n ía a un a f ue rte
c o rrie n te is lám ic a, n o h ab lab a c o m o un in tru so q ue se o p us ie ra al is ­
lam , sin o c o m o un d e f e n so r de l p atro c in io de la f ilo so f ía q ue e je rc ían
lo s so b e ran o s alm o h ade s. A u n q ue e ste argum e n to a vec es es d e s e s t i­
m ado c o m o un ard id tác tic o de un d e f e n so r de la f ilo so f ía y un ra c io ­
n alis ta f un d am e n talm e n te an tirre ligio s o , p are c e m ás ú t il re c o n o c e r su
c o m p atib ilid ad f un d am e n tal c o n el islam . C o n an te rio rid ad , o tro p e n ­
sado r, A l- F arab i (8 7 0 - 9 5 0 ), c o n side rado a m en udo p o r lo s m usulm an e s
c o m o e l f u n d ad o r de la f ilo so f ía en e l m un do islám ic o , h ab ía p re s e n t a­
do un argum e n to b as tan te sim ilar: c uan d o d is tin gu ió e n tre aq ue llo s
q ue lle gan a la v e rd ad v alié n d o s e de su p ro p io in te le c to a travé s de la
de m o strac ió n (c o m o en la f ilo so f ía) y aq u e llo s , la m u ltitu d «v u lg a r »,
q ue ac c e d e n a la v e rd ad a travé s de la p e rs uasió n y la re p re s e n tac ió n
im agin ativ a, q ue so n lo s m éto do s de la re ligió n . Q uiz á se p o día e n te n ­
d e r q ue e l argum e n to de I b n R ush d o to rgab a a la f ilo so f ía la ú ltim a p a ­
lab ra c uan d o lo s p rin c ip io s re ligio so s re sultan ser in c o m p atib le s c o n la
v e rd ad de m o strab le , y esto p o d ía c o n sid e rarse un ataq ue c o n tra la r e li­
gió n . P e ro c o n in d e p e n d e n c ia d e l h e c h o de q ue ac e p te m o s lit e ralm e n ­
te o n o su in s is te n c ia en la arm o n ía de la re lac ió n e n tre las do s m an e ras
de ab o rd ar la v e rd ad , lo im p o rtan te , aq u í, es q ue la te o lo gía, p ara el is ­
lam , n o te n ía lo s m ism o s de re c h o s e x altad o s de s u p e rio rid ad , in c lus o
de in f alib ilid a d , q ue un a p o de ro sa c las e e c le s iás tic a d irige n te c o n f e ría
L a E d a d M e d ia 245
al do gm a c ris tian o . P o r tan to , n o h ab ía razó n p lasm ad a en la d o c trin a
is lám ic a p ara c o n s id e rar q ue lo s teó lo go s f ue ran m ejo re s in té rp re te s de
la v e rd ad , in c lus o de la v e rd ad re ligio s a, q ue lo s f iló so f o s.
S e h a at rib uid o a I b n R ush d un rac io n alism o y un laic ism o c asi m o ­
de rn o s, p e ro n o p o dem o s c ap tar el am b ie n te de l islam m e die v al y lo s
c o n traste s c o n e l c ristian ism o sin re c o n o c e r las m an e ras en q ue la r e li­
gió n is lám ic a alen tó la ac e p tac ió n de la f ilo so f ía c lás ic a, al tiem p o q ue
f o m en tab a la c ien c ia. T ratar el e n f o q ue de I b n R ush d c o m o un p un to de
vista sim p lem en te laic o , o p uesto a la re ligio sid ad islám ic a, q uizá só lo sea
im p o n e r al islam un a dic o to m ía c ris tian a c arac te rístic a, rígid a: es c o m o
si, c uan do la f ilo so f ía trasp asa lo s lím ite s de su juris d ic c ió n , só lo p ue de
ju s tif ic ars e re c h az an do de p lan o la re ligió n . D e h e c h o , in c luso el c o n ­
c ep to de averro ísm o , tal c o m o se ap lic a a aq uello s q ue , aun sien do c ris ­
tian o s, c re ían en un a «d o b le v e rd a d » y a la se p arac ió n de lo s m un do s f i­
lo só f ic o y re ligio so , se b asa en un a dic o to m ía q ue c ie rtam e n te no se
h a lla p re s e n te en el p ro p io A verro es y q ue p o sib le m e n te es aje n a al is ­
lam . L a do c trin a is lám ic a n o re q u e ría de n in gun a dic o to m ía c o m o ésta.
S in e m b argo , gran p arte d e l f u n dam e n talism o is lám ic o p are c e d e s ­
c art ar e l tip o de lib e ra lid a d y am p litu d de m iras de las q ue h ac ían gala
lo s m us ulm an e s de la E dad M e d ia; es un h e c h o s o rp re n d e n te q ue la
d o c trin a re ligio s a is lám ic a p u d ie ra p e rm itirs e , en c ie rto s asp e c to s im ­
p o rtan te s , un a f le x ib ilid a d in t e le c t u a l m ayo r q ue la q ue e ra c ap az de
ad o p tar e l c ris tian ism o . L a o tra c ara de la m ism a m o n e da p u e d e ser
q ue e l c ris tian ism o , p re c is am e n te p o rq ue c u s to d iab a c o n tan to c elo la
au to rid ad te o ló gic a en la d iv isió n d e l trab ajo e n tre e l e stado y la I g le ­
sia, gen e ró su p ro p ia n e gac ió n en un a sue rte de an tic le ric alis m o q ue , en
c am b io , e ra to talm e n te e x trañ o al islam . P o r m uy at rac tiv a q ue p u e d a
re s u lt ar la m e n talid ad a n t ic le ric a l a q uie n e s se h allan c o m p ro m e tido s
c o n e l laic ism o (e n tre lo s q ue se c ue n ta la auto ra de e ste lib ro ), d e b e ­
m o s te n e r en c ue n ta lo s c o n traste s y d if e re n c ias e n tre el h ie ratism o y la
in f le x ib ilid a d de la te o lo gía c ris tian a y la lib e rt a d d e l p e n sam ie n to is lá ­
m ic o en la E dad M e d ia.
P ue d e q ue la f ilo so f ía p are c ie ra m en o s am e n az ado ra a la au to rid ad
is lám ic a, al m en o s en p arte , p o rq ue lo s árab e s só lo tuvie ro n un lim it a ­
do ac c eso al p e n sam ie n to p o lític o c lásic o , en tan to q ue lo s o tro s as p e c ­
to s de la f ilo so f ía n o sup o n ían un de saf ío n i un c ue stio n am ie n to tan d i­
re c to de la le y is lám ic a. A sim ism o , c ab e c o n s id e rar q ue la f ilo so f ía
p o lític a p lató n ic a q ue te n ían a su alc an c e e ra la q ue m e jo r se aju s tab a a
lo s p ro p ó sito s d e l islam . S i b ie n I b n R ush d f ue un gran ad m irad o r e in -
246 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
té rp re t e de las ide as aris to té lic as so b re c ie n c ia y f ilo so f ía, la e x p o sic ió n
de la te o ría p o lític a grie ga la h izo , en c am b io , c o m o la h ic ie ro n lo s p e n ­
sado re s árab e s en ge n e ral: a travé s, p rin c ip alm e n te , de P lató n . E n este
se n tido , e sc rib ió un c o m e n tario a L a R e p ú b lic a en el q ue se c o m p lac ía
en re c o m e n dar su le c tu ra a sus h erm an o s de fe sin e x p re s ar m ayo res re ­
servas. Q uiz á su o p in ió n h ab ría sido d is tin t a de h ab e r le íd o la P o lític a
de A ristó te le s, q ue n o e stab a a su alc an c e. E n aq ue l te x to c lásic o , la c u l­
tu ra c ívic a de la p o lis o c up ab a un lu gar m uc h o m ás p ro m in e n te de l q ue
alc an z ab a a te n e r en la o b ra p ro f un dam e n te an tid e m o c rátic a de P lató n .
D e h ab e r o c urrid o aq u e llo , la P o lític a tal vez h ab ría re s u ltad o m en o s
c o m p atib le c o n e l islam q ue lo s te x to s p lató n ic o s, do n de la divisió n e n ­
tre go b e rn an te s y p ro duc to re s se h allab a tan n ítid am e n te de f in ida.
P ue d e q ue in c lus o (aun q ue no h ay p rue b as q ue ap o yen e sta sup o ­
s ic ió n ), de jan do al m arge n las c o n tin ge n c ias de la d is p o n ib ilid ad o no
de un a o b ra, lo s p e ligro s m ás e vide n te s de la f ilo so f ía c ív ic a de A ris tó ­
te le s no s ayude n a e x p lic a r el h e c h o de q ue la P o lític a e sté ause n te d e l
c an o n islám ic o . T al vez la c o n c ep c ió n p lató n ic a de la au to rid ad y d e l go ­
b ie rn o se ad e c u ara m ejo r a las as p irac io n e s d e l c alif ato , en tan to q ue la
p arc e lac ió n f e ud al de la s o b e ran ía h ac ía m ás se n c illo q ue el c ristian ism o
en O c c id e n te ab s o rb ie ra, o al m en o s se las in ge n ia ra p a ra h ac e rlo , el
p rin c ip io c ívic o h e re d ad o de la f ilo so f ía c lás ic a. Q uiz ás en e l O c c id e n ­
te m e die val la n ít id a divisió n p lató n ic a e n tre go b e rn an te s y go b e rn ado s
e ra m en o s im p o rtan te , p ue s en O c c id e n te la re lac ió n o s te n sib le m e n te
e stab le e n tre lo s e le m e n to s q ue go b e rn ab an y sus sub o rd in ad o s p asó a
o c u p ar un a p o sic ió n s e c un d aria en el p e n sam ie n to p o lític o re sp e c to de
lo s c o n f lic to s e n tre lo s diverso s p re te n d ie n te s q ue re iv in d ic ab an p ara sí
la au t o rid a d y e l p o d e r de m an dar. O tal vez la n o c ió n ar is t o t é lic a de
au to rid ad «p o lít ic a » se ad ap tab a c o n m ayo r f ac ilid ad a un a id e a de m o ­
n a rq u ía su je ta a la le y s e c ular q ue a la id e a de go b e rn an te s d e s c e n d ie n ­
tes de un p ro f e ta in s p irad o p o r la luz divin a.
D e to das f o rm as, e l m o do en q ue e l c ris tian is m o latin o m e d ie v al
en f o c ó la re lac ió n e n tre la f ilo so f ía y la re ligió n se h a lla b a arraigad o en
e l d ualism o in s t it u c io n al de la so c ie d ad f e ud al. E n c o n tram o s aq u e l
m ism o dualism o re f le jado en la dis tin c ió n e n tre de re c h o c ivil y de re c h o
c an ó n ic o , q ue n o tie n e e q u iv ale n te n i en e l islam n i en el judaism o . E s
c arac t e rís tic o d e l p e n sam ie n to p o lític o m e die v al q ue e ste dualism o en
gran p arte se c an alic e d e n tro y e n tre do s dis c urs o s ju ríd ic o s , c o n sus
re sp e c tivo s e x p e rto s . L a d u a lid a d d e l c ris tian ism o latin o , c o m o v e re ­
m o s al e x am in ar c o n m ayo r d e talle la f igura de T o m ás de A q uin o , se ha-
L a E d a d M e d ia 247
liab a tam b ién ac tiva en el c o n c ep to de d e re c h o n atu ral, q ue de se m p e ñ a
un p ap e l f un d am e n tal en la te o ría p o lític a de O c c id e n te , au n q u e , en
c am b io , se h alla p o r c o m p le to ause n te de la f ilo so f ía p o lític a de l islam .
R E D E F I N I R L A E SF E R A D E L O P O L Í T I C O
H as ta aq u í no s h em o s o c up ado de las id e as m e die v ale s d e l g o b ie r­
n o , la p ro p ie d a d y la ju ris d ic c ió n sin e x am in a r de m an e ra s is te m átic a
n in gu n o de lo s gran d e s p e n sad o re s p o lític o s. L as c o m p le jid ad e s de la
go b e rn an z a m e d ie v al, c o m o h em o s v isto , s ign if ic ab an q ue e sas id e as
e ran t ratad as y d is c u tid as en u n a d iv e rs id ad de d is c u rs o s, so b re to do
ju ríd ic o s y te o ló gic o s , dis tin to s de la f ilo so f ía p o lít ic a tal y c o m o lo s
grie go s y lo s ro m an o s la h ab ían e n te n d id o en la A n tigü e d ad . E sto f ue
e sp e c ialm e n te c ie rto en p le n a f ragm e n tac ió n f e u d al d e l e stado . L a n u e ­
va c o n so lidac ió n d e l go b ie rn o , a f in es de la E dad M e d ia, sin d u d a f ue
un ac ic at e p ara la f ilo so f ía p o lít ic a ; p e ro aun e n to n c e s, si b ie n h ub o
p ro f usió n de re f le x io n e s j u r íd ic a s y te o ló gic as in n o v ad o ras so b re las
c ue stio n e s d e l p o der, la au t o rid a d y la ju ris d ic c ió n — re f le x io n e s q ue ,
en algun o s se n tido s, e stab an m ás d ire c tam e n te c o m p ro m e tidas c o n lo s
asp ec to s p rác tic o s c o n c reto s de la go b e rn ab ilid ad de lo q ue lo h ab ía e s­
tado la te o ría p o lít ic a grie ga y ro m an a— , re s u lt a sign if ic ativ o q ue h u ­
b ie s e m uy p o c as c o n trib uc io n e s o rigin ale s , de h ab e r algu n a, a un a te o ­
ría e sp e c íf ic am e n te p o lític a de l c alib re de las de lo s c lásic o s an tiguo s o
de lo s alb o re s de la m o d e rn id ad . L o s p e n sad o re s m e d ie v ale s , so b re
to do c o n la trad u c c ió n de la P o lític a de A ris tó te le s al latín en e l s i­
glo X III, c ie rtam e n te ado p taro n la trad ic ió n c lás ic a de la f ilo so f ía p o lí­
t ic a c o n gran e n tusiasm o e in ge n io s id ad , p e ro lo m ás in ge n io so f ue la
ad ap tac ió n q ue h ic ie ro n de aq u e lla trad ic ió n , c o n su te m a p o lític o b ie n
d e f in ido , a un m arc o m uy d is tin to , q ue e l dis c urs o p o lític o de la A n t i­
gü e d ad c lás ic a n o lo grab a c ap tar c o n f ac ilid ad .
N o só lo se trat ab a de e x te n d e r la te o ría p o lít ic a an tigu a h asta lo ­
grar q ue ab arc ara un a v arie d ad m ás am p lia de f o rm as p o lític as , c iuda-
de s- e s tado , re in o s e im p e rio s d if e re n te s de la an tigua p o lis grie ga. M ás
b ie n suc e d ía q ue las d isp o sic io n e s y las o rgan iz ac io n e s so c iale s m e d ie ­
vale s e ran tan d if e re n te s de las f o rm as an tiguas q ue n o re s u lt ab a f ác il
ab arc arlas y c o m p re n de rlas en e l le n gu aje te ó ric o de la f ilo so f ía p o lít i­
c a de A ristó teles. C ab e ale gar q ue , en re alid ad , un a de las c arac te rístic as
q ue d e f in ían a la so c ie d ad f e ud al f ue la v irtu al d e s ap aric ió n de un a es-
248 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
f e ra p o lít ic a c laram e n te d is tin t a c o m o a q u e lla q ue h ab ía c o n c e p tuali-
zado A ristó te le s. A un en el últim o p e río d o , c uan do lo s e stado s c e n tra­
liz ad o s ya e c h ab an f irm e s raíc e s , las c o m p le jid ad e s d e l o rde n le g a l y
ad m in is trativ o , las c o n f usio n e s de la s o b e ran ía p a rc e lad a y las e sf e ras
c o m p le jas de ju ris d ic c ió n , la in trin c ad a re d de re lac io n e s c o n se n súale s
o c o n trac tu ale s d ab an a e n te n d e r q ue las f ro n te ras de lo «p o lít ic o »
e ran f lu id as y e stab an m al d e f in id as. E l lab o rio s o raz o n ar de lo s j u r is ­
tas de d e re c h o c an ó n ic o y d e re c h o c ivil e ra el m ás in d ic ad o p ara d ar
c ue n ta de e stas c o m p le jid ad e s q ue la f ilo so f ía p o lític a c lás ic a.
P e ro al d e c ir esto p u e d e p are c e r q ue se e stá en c o n tra de algun as
o p in io n e s am p liam e n te ac e p tad as so b re la vige n c ia de l p rin c ip io c ívic o
en la E uro p a m e d ie v al. S in d u d a esto lle v a a p lan t e ars e algu n as p r e ­
gun tas, t a l c o m o ya in dic am o s, ac e rc a de la te n d e n c ia a t rat ar la te o ría
p o lít ic a de la c o m un a m e d ie v al c o m o p re c u rs o ra d e l re p u b lic an is m o
m o de rn o , u n a in te rp re tac ió n q ue vam o s a e x am in ar c o n m ás d e talle
c uan do trate m o s de M ars ilio de P ad u a, c uyo D e fe n s o r P ac is a m en udo
h a sido in te rp re tad o c o m o un tratad o re p u b lic an o p io n e ro . D e m o ­
m en to , c o n siderem o s un a suge re n c ia de o rde n m ás ge n e ral q ue p ro p u ­
so un d is tin gu id o h is to riad o r de l p e n sam ie n to p o lític o , q uie n so ste n ía
q ue la te o ría y la p rác tic a p o lític as m e die vale s e stab an m ás — y n o m e ­
n o s— en arm o n ía c o n la c iu d ad a n ía ac tiva y la c o m un id ad c ívic a:
Los teó rico s de la po lític a m edieval, así como los que la prac tic ab an,
tomaron literalm ente, y luego transfo rm aro n, la m áxim a del derecho ro ­
mano tardío , según la c ual «aquello que afecta a todos deb e ser apro b a­
do po r to do s» (q u o d om n e s tan g it ab om n ib u s trac tari e t ap p ro b ari d e b e t) ,
sac ándo la del c ontexto del C ód ig o de J ustin iano donde la enc ontraro n,
y haciendo hinc apié, con ello , en una partic ipac ió n delib erativa del
«p ue b lo » en el dar c onsentimiento a las leyes. Además, el pueb lo sería
declarado capaz de elegir cargo s púb lic o s que se po dían po ner y q uitar
como el gobierno ejecutivo [ ...] . E sto era algo que los antiguo s romanos
[ . . . ] nunc a hab rían apro b ado , po rque «e l pueb lo », para ello s, nunc a fue
c o nsiderado un cuerpo delib erativo .18
«[L ]o s ju ris tas m e d ie v ale s — p ro s igu e la argu m e n tac ió n — die ro n
p re f e re n c ia a la sustan c ia de la c iu d ad an ía y n o sim p le m e n te a lo s p r in ­
c ip io s ab strac to s de las re glas le gale s de R o m a.» E sta p re f e re n c ia d e r i­
v ab a de «la p a rt ic u la r gén e sis c o n trac tual de las c o m un as u rb an as m e-
18 . C o le m a n , o p . c i t. , p á g . 6 .
L a E d a d M e d ia 249
d ie v ale s, do n de e l c iud ad an o e ra un m ie m b ro ac tivo , y no p asivo , de la
c iu d a d ».19
E l c o n traste q ue aq u í h em o s s u ge rid o e n tre las c o n c e p c io n e s m e ­
d ie v ale s de la c iu d ad a n ía ac tiva y la v a rie d a d p asiv a id e a d a en la a n t i­
gu a R o m a s e ñ ala c ie rtas d if e re n c ias s ign if ic ativ as e n tre e llo s. L o s ro ­
m an o s, en v e rd ad , in ve n taro n un a n ue va c o n c e p c ió n de la c iu d ad an ía
p asiva al c o n f e rir id e n tid ad de c iudadan o s a lo s súb dito s de su im p e rio ,
y e l p u e b lo ro m an o p ro p iam e n te dic h o n i s iq u ie ra e je rc ió jam ás las
f un c io n e s d e lib e rativ as q ue e je rc ió e l d e m o s en A te n as . C o n in d e p e n ­
d e n c ia de las d u d as q ue p u e d a in s p irarn o s la c o m un id ad de c iu d a d a ­
n o s m e d ie v al (y q ue e x am in are m o s en las p ágin as q ue s igu e n ), es im ­
p o rtan te re c o n o c e r las c o n c e p c io n e s c arac t e rís tic am e n te o c c id e n tale s
d e l go b ie rn o p o r c o n se n tim ie n to y c ó m o se e n raíz an en la e x p e rie n c ia
m e d ie v al, c o n su d e p e n d e n c ia ú n ic a de lo s ac ue rdo s c o n trac tu ale s de
d if e re n te s tip o s. A sim ism o , es v e rd ad q ue e stas c o n c e p c io n e s im p lic a ­
b an n o c io n e s de p artic ip ac ió n en la so b e ran ía q ue su ge rían un tip o de
c iu d ad an ía ac tiva q ue , en c am b io , se h a lla b a ause n te en R o m a. S in e m ­
b argo , n o es m en o s im p o rtan te re c o n o c e r c ó m o las n o c io n e s de c o n ­
s e n tim ie n to , o las id e as ac e rc a de la p a rt ic ip ac ió n en la d is trib u c ió n
f e ud al de la s o b e ran ía, d if e rían de las n o c io n e s grie gas de un a c iu d a d a ­
n ía ac tiva y de la c o m un idad c ívic a. U n a c o m p arac ió n e n tre las c o n c e p ­
c io n es m edievale s y an tiguas n o d e b e d is im ular las f o rm as en las q ue la
so b e ran ía p a rc e lad a desvió e l dis c urs o p o lític o ale j án d o lo de lo q ue lo s
grie go s en p a rt ic u la r c o n sid e rab an c o m o «p o lít ic o », y de la c iu d ad an ía
c o m o su te m a p rin c ip al. C o m o verem o s, así f ue, in c lus o , en el c aso de
las re p ú b lic as urb an as d e l n o rte de I t alia , do n de e l c o m m u n e c ita d in o
e ra p artic u larm e n te f uerte .
E n c ap ítulo s an te rio re s e x p lo ram o s las c o n d ic io n e s en las q ue la
te o ría p o lític a surgió en la G re c ia an tigua. V im o s q ue la esf e ra c ívic a de
la p o lis , do n de el c iud ad an o e ra e l age n te p o lític o e se n c ial y las re la c io ­
n es p o lític as e ran re lac io n e s e n tre c iud ad an o s , n o e n tre go b e rn an te s y
sú b d ito s , p re s u p o n ía un as c o n d ic io n e s so c iale s e sp e c íf ic as dif e re n te s
de o tras en e l m un do an tiguo . L a p o lis d e m o c rátic a re p re s e n t ab a un
c aso q uiz ás ún ic o en la h is to ria p r e c a p it a lis t a en e l q ue un a c las e h a ­
c e n d ad a, p o r div e rsas razo n es h is tó ric as , n o d e t e n t ab a e l do m in io n i
m ilitar n i p o lític o n e c e sario p ara p re s e rv ar su p ro p ie d ad y sus p o de re s
de ap ro p iac ió n . I n c ap az de im p o n e r u n a d o m in ac ió n in e q u ív o c a, de-
19 . I b íd , p á g . 8.
250 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p e n d ía de lo s ac ue rdo s y ac o m o do s p o lític o s q ue alc an z ara c o n las c la ­
ses su b o rd in ad as . L as re f o rm as de S o ló n y de C líste n e s, c o m o vim o s,
f uero n id e ad as p ara ge stio n ar las re lac io n e s de c lase en ause n c ia de un a
c lara do m in ac ió n de c lase , c re an d o un o rde n c ívic o en e l q ue lo s ap ro -
p iad o re s y lo s p ro d u c to re s se e n f re n tab an d ire c tam e n te e n tre sí c o m o
in d iv id uo s y c o m o c las e s , c o m o t e rrate n ie n te s y c am p e sin o s, p e ro no
p rim o rd ialm e n te c o m o go b e rn an te s y s úb d ito s. E sto asim ism o c reó
un a yux tap o s ic ió n sin p re c e d e n te s de d e s ig u ald a d e c o n ó m ic a e ig u a l­
dad c ívic a, y n ue vas te n sio n e s e n tre un a y o tra.
E n la n ue v a e sf e ra c ív ic a, p ro f u n d as d iv isio n e s so c iale s se d e s p le ­
garo n en té rm in o s p o lític o s , no sim p le m e n te en luc h as ab ie rtas p o r el
p o der, sin o en lo s d e b ate s y de lib e rac io n e s de las asam b le as y jurado s.
E ste f ue e l m arc o en e l q ue surgie ro n la te o ría y la p rác tic a de la c iu d a ­
d an ía ac tiva, c o m o m edio de e n te n dim ie n to y n e go c iac ió n de un a c o n ­
f igu rac ió n m uy c o n c re ta de p o d e r s o c ial y lo s c o n f lic to s tan e sp e c íf ic o s
q ue e n ge n d rab a. M ie n tras lo s c lásic o s de la an tigua te o ría p o lític a g r ie ­
ga e ran o b ras e s c ritas p o r f iló so f o s q ue n o se n tían un e s p e c ial af e c to
p o r la u n id a d c ív ic a de ric o s y p o b re s, e llo , in e v itab le m e n te , m o de ló
sus ide as. I n c luso un p e n sado r an tide m o c rátic o c o m o A ristó teles, en sus
re f le x io n e s p o lític as , sigu ió la trad ic ió n de S o ló n y C lís te n e s al c o n s i­
d e rar c uál e ra el tip o de ac o m o do c ívic o e n tre c lases q ue p o d ía salv ar a
la p o lis de lo s c o n f lic to s so c iale s q ue am e n az ab an c o n d e s tru irla.
L as re lac io n e s so c iale s c o n stitutivas de l f e udalism o im p o s ib ilitaro n
e l tip o de ac o m o do c ívic o q ue sirvió de b ase a la p o lis y a la te o ría p o lí­
t ic a an tiguas . L as re lac io n e s e n tre el te rrat e n ie n t e y el c am p e sin o d e ­
p e n d ían p re c is am e n t e d e l tip o de d e s ig u ald a d j u r íd ic a q ue la an tigu a
c iu d ad an ía grie ga d e s c artab a (o , de h e c h o , e l re p u b lic an ism o ro m an o ,
p e se a to das las lim itac io n e s o ligárq u ic as q ue im p u s ie ra al p ap e l c ívic o
de lo s sim p le s c iu d ad an o s ). E l p o d e r ec o n ó m ic o de la aris t o c rac ia t e ­
rrate n ie n t e f e ud al, su ac c eso al trab ajo de lo s c am p e sin o s, e ra in s e p a­
ra b le de su c o n dic ió n so c ial y sus p riv ile gio s e x trae c o n ó m ic o s , de sus
p o d e re s m ilitar, p o lític o y ju ris d ic c io n al. L a c o n dic ió n de se ñ o r e ra a la
vez e c o n ó m ic a y p o lític a. E sto sign if ic ab a q ue un a id e n t id ad c ívic a q ue
j u n t a r a a las c lase s ap ro p iad o ra y p ro d u c to ra en un a so la c o m un id ad
p o lític a de l m o do en q ue lo s te rrate n ie n te s y lo s c am p e sin o s, así c o m o
lo s arte san o s, e stab an un ido s en la an tigua p o lis — o in c luso en la R o m a
re p u b lic an a— h ab ría sign if ic ad o , p o r d e f in ic ió n , el f in d e l f e udalism o .
L as te o rías de l go b ie rn o en el O c c id e n te m e die v al, p o r tan to , n o se
p re o c up aro n de un a re lac ió n c ívic a e n tre te rrate n ie n te s y c am p e sin o s,
L a E d a d M e d ia 251
p e ro e l te m a p rin c ip al tam p o c o f ue la re lac ió n e n tre go b e rn an te s y p ro ­
d u c to re s. L a c o n stituc ió n de re lac io n e s e n tre se ñ o res f e ud ale s y c am ­
p e sin o s, un n e x o e s e n c ial de go b e rn an te s y p ro d u c to re s , f ue c o n s id e ­
rado c o m o algo d ado , y la re lac ió n e n tre las c lase s de jó de se r el te m a
c e n tral d e l disc urso p o lític o . L as c ue stio n e s q ue la te o ría p o lític a ab o r­
d ab a girab an en to rn o a la n atu rale z a y la p o sic ió n en la q ue se e m p la­
z ab a la au to rid ad m ism a, jun to c o n las re lac io n e s e n tre las div e rsas as ­
p irac io n e s , c o m o te n e r la p o te s tad de m an dar, a m e n udo c o in c ide n te s
e irre c o n c iliab le s e n tre sí. A un c uan do e l p o d e r ú ltim o se c o n sid e rara
q ue p ro ve n ía d e l «p u e b lo », este p rin c ip io f ue in vo c ado p ara ap o yar las
re iv in dic ac io n e s de un p o d e r go b e rn an te — f ue ra m o n árq uic o , im p e rial
o p ap al— f re n te a o tro . L as c o n c e p c io n e s d e l c o n se n tim ie n to o de la
p artic ip ac ió n p o p u lar en la s o b e ran ía p o dían ser m o viliz adas c o m o in s ­
trum e n to s de do m in ac ió n p o r aq ue llo s q ue re iv in d ic ab an su p ro p ia
au to rid ad en razó n de l c o n se n tim ien to p o p u lar; p e ro p o dían e m p le ar­
se, asim ism o , de un a m an e ra aún m ás in ge n io sa — p o r n o de c ir c ín ic a—
p ara c ue stio n ar la le gitim id ad de un p o d e r riv al al p o n e r en te la de j u i­
c io su au to rid ad c o n se n sual, c o m o suc e d ió , p o r e je m p lo , en el c aso de l
de saf ío q ue el p ap a G re go rio V I I lan z ó a lo s re ye s de E uro p a y a lo s
e m p e rado re s de l S ac ro I m p e rio ro m an o germ án ic o .
M ás aún , en la m e d id a en q ue las re lac io n e s f e ud ale s e ran re la c io ­
n es e n tre igu ale s , n o e ran tran s ac c io n e s p o lític as e n tre c iu d ad an o s ,
sin o ac ue rdo s c o n trac tuale s e n tre , p o r d e c irlo así, f ragm e n to s d e l e s t a­
do , lo s lazo s de la o b ligac ió n m utu a q ue o rgan iz ab a la s o b e ran ía p a r ­
c e lad a. N o h ay d u d a de q ue div e rsas c o rp o rac io n e s, de sde lo s grem io s
h as ta las c o m un as de c iu d ad an o s , p o d ían p ra c t ic a r e l auto go b ie rn o
d e n tro de sus e sf e ras p a rt ic u la re s , p e ro n o se p u e d e af irm ar q ue las
tran sac c io n e s in te rn as de las c o rp o rac io n e s, n i s iq u ie ra las p rác tic as d e ­
lib e rat iv as de la c o m un a de c iu d ad an o s , f ue ran e l te m a p r in c ip al de la
te o ría p o lític a. P o de m o s ac e p tar q ue p o n e r en te la de ju ic io e l de re c h o
a go b e rn ar y h ac e rlo d e p e n d ie n te de c ie rt a f o rm a de c o n sen so re p r e ­
se n tab a, en p rin c ip io , un av an c e en e l d e s arro llo de un go b ie rn o re s ­
p o n sab le , p e ro e l h e c h o es q ue e l é n f asis, aq uí, no re c aía en la c iu d a d a ­
n ía ac tiva, sin o en e l de re c h o a go b e rn ar.
L as ide as de la c iu d ad an ía ac tiva, tal c o m o f uero n c o n c e b idas en la
A n tigü e d ad c lásic a, se rían s u s titu id as , en la e vo luc ió n de la t e o ría p o lí­
t ic a o c c id e n tal, p o r c o n c e p c io n e s d e l c o n se n tim ie n to p asivo ; tác ito , en
re alid ad . E n sus f o rm as m ás b e n ign as, e stas n o c io n e s de c o n sen so sim ­
p le m e n te e x te n d ie ro n lo s p rin c ip io s de las c o rp o rac io n e s m e d ie v ale s,
252 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c im e n tadas en e l de re c h o ro m an o , según lo s c uale s e l to do c o rp o rativo
p o d ía q u e d ar v in c u lad o p o r las de c isio n e s de la m in o ría q ue lo re p re ­
s e n tab a. P e ro la id e a te m p ran am e n te m o d e rn a de c o n se n tim ie n to , ya
f ue ra c o rp o rativo o in d iv id u al, se ría in c lus o c o m p atib le c o n la m o n ar­
q uía ab so luta (so b re to do en la o b ra de T h o m as H o b b e s) y c o n n o c io ­
n es de s o b e ran ía q ue d e riv ab an d e l «p u e b lo », en las q ue el p u e b lo , p o r
riguro sam e n te q ue f ue ra c o n c e b ido , en ab so luto de se m p e ñ ab a un p a ­
p e l e f ec tivo . N o c io n e s c o m o la de c o n se n tim ie n to y s o b e ran ía de b e n
m ás a las c o n c e p c io n e s m e d ie v ale s (y, de h e c h o , im p e riale s ro m an as)
d e l go b ie rn o q ue a las an tiguas id e as de c iu d ad a n ía ac tiv a. L a ge n te
c uyo p ap e l p o lític o e ra p asivo p o d ía h a b e r sido ac e p tad a, p o r san
A gu s t ín , c o m o «c iu d a d a n o s », p e ro se gún lo s c rit e rio s de A ris tó t e le s ,
h ab rían sido «c o n d ic io n e s » y n o «p a r t e s » de la p o lis .
U n e rro r de trad u c c ió n en la p rim e ra ve rsió n latin a c o m p le ta de la
P o lític a de A ristó te le s no s p e rm ite ilu s t ra r b astan te b ie n lo ale jad o q ue
el dis c urs o p o lític o m e d ie v al e stab a d e l v o c ab ulario c lásic o de la te o ría
p o lític a. G uille rm o de M o e rb e k e (h. 1 2 1 5 -1 2 8 6 ), al p are c e r a in stan c ias
de T o m ás de A q uin o , trad u jo e l c o n jun to de las o b ras de A ristó te le s al
latín , e n tre e llas , la P o lític a , en 1 2 6 0 . U n a trad u c c ió n in c o rre c ta de un
im p o rtan te p asaj e s e ría ac e p t ad a p o r e l p ro p io san to T o m ás, e n tre
o tro s, y t e n d ría c o n se c ue n c ias sign if ic ativ as . R e s u lta im p o rtan te no
só lo p o rq ue ilu s t ra lo s ef ec to s c o n tin ge n te s de un a trad uc c ió n am b igua
de un h o m b re , sin o m ás b ie n p o rq u e e x p re s a la m an e ra m e d ie v al de
e n te n d e r y c o m p re n de r la p o lític a.
E n c ap ítulo s an te rio re s h em o s alud id o a la distin c ió n q ue A ristó te ­
les h ac ía e n tre dif e re n te s f o rm as de au to ridad. P o r ejem p lo , está el tipo
de auto rid ad q ue se e je rc e so b re h o m b res q ue o c up an p o sic io n es se rv i­
le s, p e ro tam b ié n e x iste un a «p o lít ic a » de au to rid ad e n tre h o m b res li­
b re s, en la q ue lo s igu ale s p o lític o s go b ie rn an y so n, a su vez, go b e rn a­
do s. L o q ue h ac e q ue e sta f o rm a de au to rid ad sea «p o lít ic a » es q ue
o c urre en , y só lo en , un a c o m un idad c ívic a, un a c o m un idad de c iu d ad a­
no s c uya c o n dic ió n es in trín se c am e n te igu al: to do s tie n e n el de re c h o de
p artic ip ar en el go b iern o . E x iste c ie rta am b igü e d ad en la m an e ra en q ue
A ristó teles c o n c ib e la auto rid ad «p o lít ic a », y si p ue de ap lic arse a to das
las f o rm as de p o lite ia , de la de m o c rac ia a la m o n arq uía (si, en p artic ular,
un a m o n arq uía p ue de ser «p o lít ic a ») , p e ro lo q ue q ue da c laro es q ue el
go b ie rn o p u e d e ser p o lític o só lo e n tre h o m b res q ue so n lib re s e iguale s,
en p rin c ip io c ap ac e s de m an d ar y de se r m an dado s: en la p o lis id e al de
A ristó teles, en la q ue la c o m un idad c ívic a se lim ita a lo s ric o s y n o b les, y
L a E d a d M e d ia 253
en la q ue esta c o m un idad m an da a las c lases sub o rdin adas p ro duc to ras,
e x c lu id as de la c iu d ad an ía, es dec ir, un a p o lis q ue d is tin gu e e n tre las
«p a r t e s » de un a c o m un idad c ívic a y las «c o n d ic io n e s » n e c e sarias p ara el
c uerp o c ivil, aun q ue siem p re go b e rn adas p o r él. P o r lo tan to , la re lac ió n
e n tre c o n dic io n es y p arte s, go b e rn an te s y go b e rn ado s, n o es «p o lít ic a ».
A ristó te le s, al ig u al q ue , an tes q ue é l, P lató n , sin d u d a de se ab a r e ­
f o rz ar la div isió n e n tre lo s q ue m an dan y lo s q ue so n m an d ad o s, p e ro
ab o rdó la c ue stió n en lo s té rm in o s q ue le im p o n ían la e x p e rie n c ia y el
d is c urs o de la d e m o c rac ia ate n ie n se . D ado q ue la c o m un id ad c ívic a
o c u p ab a un p ap e l tan f u n d am e n tal en la p rác t ic a y la te o ría p o lític a
ate n ie n se , al e sb o z ar la p o lis id e al A ris tó te le s de f in ió la re lac ió n e n tre
lo s q ue m an dan y lo s q ue so n m an dado s c o m o un a re lac ió n e n tre la c o ­
m un id ad c ívic a y aq ue llo s q ue se h allan f ue ra de e lla. L a c o m un idad c í­
v ic a c o n sta de c iud ad an o s: las «p a r t e s » de la p o lis , q ue tie n e n de re c h o
a go b e rn ar y q ue , p o r lo tan to , se h allan en p o sic ió n de go b e rn ar y, a su
ve z , de ser go b e rn ado s. E sto no e q u iv ale a af irm ar q ue , p ara A ris tó t e ­
le s, go b e rn ar y ser go b e rn ado o c urran de m an e ra s im ultán e a, p e ro es la
e se n c ia de un a c o m un idad v e rd ad e ram e n te p o lític a q ue sus c iudadan o s
se an c o m p eten tes p ara e je rc e r un a p rax is p o lític a.
E n la trad u c c ió n de M o e rb e k e , «a su v e z » se c o n v ie rte en un «e n
p a rt e », y la re f e re n c ia de A ristó te le s a go b e rn ar y ser go b e rn ado «a su
v e z » ya n o se ap lic a a la c o m un id ad c ív ic a c uyo s m ie m b ro s tie n e n d e ­
re c h o a go b e rn ar, sin o m ás b ie n a un go b e rn an te q ue e s, «e n p a r t e »,
tan to un go b e rn an te c o m o un go b e rn ado . D ejan do a un lad o c uál p u ­
d ie ra h ab e r sido la in te n c ió n de M o e rb e k e , p ara T o m ás de A q uin o , tal
c o m o verem o s, el go b ie rn o es «p o lít ic o » en la m e d id a en q ue el p ro p io
go b e rn an te , c o m o sus súb dito s, se h a lla o b ligad o p o r las le ye s. L a e sf e ­
ra «p o lít ic a » c o m o u n a re lac ió n e n tre ig u ale s c ívic o s d e s ap are c e p o r
c o m p le to . E n re alid a d , d is ta m uc h o de se r e v ide n te q ue la c ate go ría de
c iu d ad an ía, tal c o m o A ristó te le s la e n te n dió , t u v ie ra sign if ic ad o en t é r ­
m in o s m e die vale s. E l p ue b lo d is f ru ta de de re c h o s en v irtu d de la s e ñ o ­
ría, o c o m o m ie m b ro s de un gre m io o c o rp o rac ió n q ue te n ía un f uero o
un a c art a de lib e rt a d e s ; p e ro la c o m p le ja e s tru c tu ra j e r á r q u ic a de l s e ­
ñ o río f e u d al y de las c o rp o rac io n e s q ue c o n stituían e l o rde n m e die v al
e ra algo m uy d is tin t o de la an tig u a c o m un id ad g rie g a de c iu d ad an o s .
E sto no e q u iv ale a n e gar q ue lo s f iló so f o s m e die vale s re f le x io n aran
so b re la gam a c o m p le ta de f o rm as p o lític as , d e sde e l go b ie rn o im p e rial
o m o n árq uic o h asta e l go b ie rn o p o p ular. A lgun o s, e n tre ello s T o m ás de
A q uin o , in c luso lle garo n a ac e p tar lo s b e n e f ic io s de l go b ie rn o m e d ian ­
254 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
te e l c o n se n tim ie n to p o p ular. P ero la d is tin c ió n m e d ie v al e n tre e l go ­
b ie rn o de «r e a le n g o » o «d e l rep> y e l go b ie rn o «p o lít ic o » re f le ja no
só lo un o rd e n p o lític o m uy dif e re n te de la p o lis g rie ga an tigu a, sin o
tam b ié n un a p re o c u p ac ió n p o r las c ausas de l de so rde n y e l c o n f lic to
m uy d if e re n te de aq u e llas q ue do m in aro n e l p e n sam ie n to p o lític o de
A ristó te le s. L o s c o n f lic to s e n tre ric o s y p o b re s, q ue p a ra é ste e ran la
f uen te últim a de s ta s is en la p o lis , lo s c o n f lic to s q ue re q ue rían , en m a­
yo r m e d id a, so luc ió n , n o de se m p e ñ aro n un p ap e l tan f u n d am e n tal en
la f ilo so f ía m e d ie v al. E ste tip o de c o n f lic to s, h u e lga d e c irlo , e x istió ,
p e ro f ue s u s titu id o , en e l n úc le o de l p e n sam ie n to p o lític o , p o r d e s ó r­
den es p ro d u c id o s p o r la c o in c ide n c ia, so lap am ie n to y c o m p e te n c ia de
p o te s tade s de go b ie rn o . L as relac io n es p o lític as en c ue stió n n o e ran n i
re lac io n e s e n tre c iu d ad an o s n i en tre un a c o m un id ad de c iu d ad an o s y
aq ue llo s q ue se h allab an f ue ra de e lla, y las c ue stio n e s ab o rd ad as p o r la
te o ría p o lít ic a n o in v o lu c rab an a la c o m un id ad c ív ic a o la c iu d ad an ía
d e l m o do en q ue lo h ab ían h ec h o en la an tigua G re c ia.
L as fo rm as en las q ue se p lan te aro n estas c ue stio n e s v ariaro n según
las dif e re n te s c o n f igurac io n e s del p o de r en dis tin tas p arte s de la E uro ­
p a m e d ie v al, las f o rm as e sp e c íf ic as y la f ue rz a re lativ a de las re iv in d i­
c ac io n e s de de re c h o s rivale s a e je rc e r la au to rid ad te m p o ral y la in te n ­
s id ad de las p ugn as e n tre ello s. E n las liz as ju ris d ic c io n ale s e n tre
se ñ o res f e u d ale s , re ye s , p ap as y e m p e rad o re s, el p o d e r de lo s señ o res
e ra, en algun o s re in o s, m ás f ue rte , y la m o n arq uía m ás d é b il q ue en
o tro s, al ig u al q ue lo s e m p e rad o re s o lo s p ap as e ran , p a ra algun o s r e ­
ye s, sus p rin c ip ale s am e n az as; no así p a ra o tro s. F ran c ia e I n glat e rra,
p o r e je m p lo , d if e rían e n tre sí en to do s esto s asp ec to s y, en gran m e d i­
d a, en el h e c h o de q ue en F ran c ia las c o rp o rac io n e s e ran m ás f ue rte s
q ue en I n glat e rra, do n de la d e b ilid ad re lativ a de lo s p o de re s c o rp o rati­
vo s, en re lac ió n c o n la m o n arq uía, d ab a m ayo r p ro m in e n c ia, tan to si se
trat ab a de un e stado c e n tral u n if ic ad o c o m o d e l in d iv id u o p riv ad o , a
las re lac io n e s e n tre de re c h o s p rivado s y so b e ran ía p ú b lic a. E stas d if e ­
re n c ias , c o m o ve re m o s, se e x p re saro n tan to en la te o ría c o m o en la
p rác tic a. N i en un c aso n i en o tro , sin e m b argo , e l ám b ito de lo p o lít i­
c o e ra d e f in ido p o r un a c o m un idad c ívic a.
I talia, en esto , tam b ié n e ra dif e re n te . A un q ue en e l n o rte , do n de el
p o d e r de la n o b le z a f e ud al e ra re lativ am e n te d é b il y, en c am b io , la c o ­
m un a c ív ic a autó n o m a, q ue e je rc ía un a sue rte de se ñ o ría c o rp o rativ a y
c o le c tiva so b re e l c o n ta d o , c ab ía e sp e rar cî ue se in staurase o tra vez en el
c en tro d e l disc urso p o lític o , las |)rc‘)CUP ac io n es q ue do m in ab an la f ilo ­
L a E d a d M e d ia 255
so f ía p o lític a, sin e m b argo , e ran lo s p o d e re s autó n o m o s rivale s y las j u ­
risd ic c io n e s c o n trap ue stas . S i b ie n lo s jurisc o n s ulto s y lo s ve rsado s en
re tó ric a te n ían m uc h o q ue de c ir so b re la v id a c ivil y la c iu d ad an ía, las
re lac io n e s q ue ap are c ían en un lu g a r m ás de stac ad o de las p rin c ip ale s
re f le x io n e s f ilo só f ic as so b re e l go b ie rn o n o e ran , sin e m b argo , las r e la ­
c io n es e n tre c iu d ad an o s c o m o igu ale s en un a c o m un id ad c ív ic a n i lo s
c o n f lic to s — q ue a m e n udo e ran in te n so s— e n tre las o ligarq u ías u r b a ­
n as do m in an te s y las f uerzas q ue se h allab an de b ajo de e llas.
L a p ro x im id ad ge o gráf ic a d e l p o d e r p a p al y la in m e d iate z de sus
as p irac io n e s te m p o rale s sup o n ían un de saf ío m uy p a rt ic u la r p a ra las
c las e s d irige n te s de I t alia , al ig u al q ue las re iv in d ic ac io n e s im p e riale s
en aq u e llas p arte s de I t alia m ás v u ln e rab le s a las in tro m is io n e s de lo s
re ye s ge rm án ic o s en su c o n d ic ió n de e m p e rad o re s d e l S ac ro I m p e rio
ro m an o . E n las re p ú b lic as c iv ile s re lativ am e n te p e q ue ñ as d e l n o rte ,
do n de lo s in te re s e s m ate riale s de las e lite s u rb an as se h a lla b an f irm e ­
m en te de p o sitado s en la c o m un a — n o só lo en el p o d e r q ue e je rc ía s o ­
b re e l c o n tad o , sin o , p artic u larm e n te , en su p ujan z a c o m e rc ial y en lo s
b e n e f ic io s de riv ado s de lo s c argo s c iv ile s— , el ap o yo de un a u o tra de
las gran de s p o te n c ias, el p ap ad o o el im p e rio , p o día ser d e c isivo p ara el
do m in io de é sta o de aq u e lla f ac c ió n c iv il y su ac c eso a la riq u e z a. S i
b ie n e l c o n f lic to e n tre las e lite s u rb an as y aq ue llo s q ue se h allab an p o r
de b ajo de e llas f ue sie m p re un h e c h o c e n tral de la v id a c ivil, n o re sulta
s o rp re n d e n te , a la v ista de lo an terio r, q ue en las re p ú b lic as la p o lític a
ad o p tara de m an e ra c arac t e rís tic a, en e l sen o de l p atric iad o u rb an o , la
f o rm a de lu c h a e n tre f ac c io n e s, q ue a m e n udo c o n tab an c o n el ap o yo
e x te rn o p ara c o n tro lar lo s re c urso s luc rativ o s de la c o m un a. I n c luso , o
de h e c h o , el D e fe n s o r P ac ts de M ars ilio de P ad u a, p ara m uc h o s c o m e n ­
t aris tas la q u in tae s e n c ia de l re p u b lic an is m o m e d ie v al as o c iado al m o ­
v im ie n to c o m un al, tie n e q ue ve r m ás c o n la p u gn a e n tre e l p ap a y el
e m p e rad o r q ue , c o m o verem o s, c o n la c iu d ad an ía ac tiva en un a c o m u­
n id ad c ívic a.
V ale la p e n a te n e r p re s e n te q ue , si e stas c iu d ad e s - e s tad o it alian as
re p re s e n tab an algun a c o n tin u id ad d ire c ta c o n la A n tigü e d ad gre c o rro ­
m an a, h ay q ue b u s c ar esa c o n tin u id ad en el siste m a m un ic ip al de l d o ­
m in io im p e rial ro m an o . A un c uan do la c o m un id ad c ív ic a p as ara a o c u ­
p a r un lu g a r c e n tral en la f ilo so f ía p o lít ic a m e d ie v al, e ra, de m an e ra
c arac t e rís tic a, un ac to r en lo s c o n f lic to s e n tre lo s p o de re s en p ugn a. L a
c o m un a c ívic a p o d ía af irm ars e f re n te al do m in io se ñ o rial o f re n te a las
in tro m is io n e s p o r p arte de l p o d e r p ap al o im p e rial o , al c o n trario , p o ­
256 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
d ía se r in v o c ad a (c o m o ve re m o s al t r a t a r de M ars ilio de P ad u a) p ara
ap o yar a un o o a o tro de esto s p o d e re s an tagó n ic o s. P e ro e l p rin c ip al
te m a de la f ilo so f ía p o lít ic a n o e ra la v id a c ív ic a de lo s c iu d ad an o s en
un a c o m un id ad q ue se go b e rn ab a a sí m ism a.20 E l h e c h o de q ue , en la
p rác tic a, en e stas c o m un as u rb an as h aya h ab id o un a v id a c ív ic a p u ja n ­
te y q ue se h aya c o n se rvado un ric o ac ervo de do c um e n tac ió n q ue ate s­
t igu a sus ac tiv id ad e s d e lib e rativ as só lo sirve p ara h ac e r h in c ap ié en las
p re o c up ac io n e s c arac te rís tic as de la f ilo so f ía p o lític a m edie val.
L a te o ría p o lít ic a m e d ie v al m an tuvo un a re lac ió n e sp e c ialm e n te
c o m p lic ad a c o n e l le gad o de la A n t igü e d ad c lás ic a. Y e ra c o m p lic ad a
n o só lo p o r las re lac io n e s e n tre la au to rid ad e c le s iás tic a y se c ular, sin o
tam b ié n p o r el alc an c e , sie m p re c am b ian te , d e l p o d e r de l e stado s e c u ­
la r y las c o n tin uas te n sio n e s e n tre lo s p ro c eso s de c e n traliz ac ió n d e l e s­
tado y las f ue rz as de p arc e lac ió n . E l le gad o d e l im p e rio , jun to c o n su
h e re n c ia c lás ic a, siguió e s tru c tu ran d o la so b e ran ía p a rc e la d a d e l f e u ­
dalism o , tan to en la p rác tic a c o m o en la te o ría. S o b revivió en las d o c tri­
n as te o ló gic as de l un iversalism o c ristian o y en la je rarq u ía in stituc io n al
de la I gle s ia, p e ro siem p re estuvo en ten sió n c o n las p artic u larid ad e s de
re in o s p lurale s , la ju ris d ic c ió n se ñ o rial y las c o rp o rac io n e s autó n o m as
de d if e re n te s ín d o le s. A l m ism o tie m p o , la f ilo so f ía p o lít ic a tuvo q ue
ad ap tars e a la f alta de un ám b ito p o lític o p u lc ram e n te d e f in ido , n o de
un a c o m un id ad c ív ic a c o m o la p o lis , sin o de un a re d p a rtic u larm e n te
in trin c ad a de in stituc io n e s se c ulare s y e c le s iás tic as, jun to c o n la u n id ad
de la p ro p ie d ad y la juris d ic c ió n .
¿P e n sa m ie n t o po l ít ic o m e d ie v a l ? S i h ay p e n sado re s q ue p u e d an re iv in d ic ar un a «t e o r ía p o lít ic a » en
G ran p arte de este c ap ítu lo lo h em o s d e d ic ad o , en ause n c ia de un a
e sf e ra c laram e n te d e f in id a de lo p o lític o , a las re f le x io n e s m e die v ale s
20. L a s c o n t in u id a d e s e n e l p e n s a m ie n t o p o lít ic o d e s d e la I t a lia m e d ie v a l h a s t a e l
R e n a c im ie n t o p u e d e n r e s u lt a r e q u ívo c a s . P o r e je m p lo , p o d r ía m o s in c lin a r n o s a in c lu ir
a M a q u ia v e lo e n u n e x a m e n c r ít ic o d e la t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l it a lia n a b a s á n d o n o s
e n q u e r e p r e s e n t a la c u lm in a c ió n d e u n a t r a d ic ió n c u ya s ra íc e s s e h u n d e n e n la s c o m u ­
n a s u r b a n a s m e d ie v a le s . P e r o e x is t e u n a im p o r t a n t e d ife r e n c ia e n t r e e l p a p e l d e la c o ­
m u n id a d c ívic a e n la filo s o fía p o lít ic a m e d ie v a l y la s r e fle x io n e s s o b r e la a u t o n o m ía r e ­
p u b lic a n a y la v id a c ív ic a q u e s u r g e n e n la I t a lia r e n a c e n t is t a , c u a n d o la s p r in c ip a le s
a m e n a z a s p a r a la a u t o n o m ía c iv il y a n o p r o v e n ía n d e lo s p a p a s o d e lo s e m p e r a d o r e s
d e l S a c r o I m p e r io , s in o d e lo s e s t a d o s m o n á r q u ic o s p o s fe u d a le s .
L a E d a d M e d ia 257
so b re la au to rid ad y la ju ris d ic c ió n . H em o s suge rid o q ue la te o ría p o lí­
t ic a, c o m o un a m o d alid ad c o n c re ta de p e n sam ie n to , n o e ra la id e a l­
m e n te in d ic ad a p a ra las c o n dic io n e s p e c u liare s de la go b e rn an z a m e ­
d ie v al. T h e C a m b rid g e H is to r y o f M e d ie v a l P o li tic a l T h o u g h t in c lus o
e m p ie z a p ro p o n ie n d o q ue «e l c ará c t e r d e l “p e n sam ie n to p o lític o m e ­
d ie v a l” es p ro b le m átic o », c o n lo c ual su gie re , e n tre o tras c o sas, q ue en
e l c o n te x to m e d ie v al las m o d alid ad e s de p e n sam ie n to «p o lít ic o », q ue
h ab ían sido ap ro p iad as p ara la e x p e rie n c ia de la p o lis c lás ic a o de l «e s ­
t a d o » en e l O c c id e n t e p o sm e d ie v al, tie n e n p o c a ap lic ac ió n .21 P ue sto
q ue «s o n po c o s lo s auto re s en aq u e l p e río d o q ue p ue d e n ser de sc rito s
de f o rm a sign if ic ativ a c o m o “p e n sado re s p o lít ic o s ” , y de m uy po c o s se
p u e d e c o n sid e rar q ue , en re alid a d , h ayan h ec h o un a ap o rtac ió n in d iv i­
d u al de p rim e r o rde n al t e m a», un a h is to ria q ue p ro c e d e e stud ian d o la
o b ra de las f igu ras m ás d e s tac ad as «d if íc ilm e n t e n o arro j ará un a im a ­
gen im p e rf e c ta y d is to rs io n ad a de las id e as p o lític as a lo largo de lo s s i­
glo s m e d ie v a le s ».22
P o r e stas raz o n e s, la C a m b rid g e H is to r y e lige ad o p tar un e n f o q ue
c o n c e p tual o te m átic o en lu g ar de d is c u tir y e x am in ar sis te m átic am e n ­
te las id e as de c ad a p e n s ad o r im p o rtan te . A te n o r de las p e c u liarid ad e s
de la g o b e rn a b ilid ad m e d ie v al y de las f o rm as de la re f le x ió n te ó ric a
q ue p ro d u jo , aún es m uc h o lo q ue q ue d a p o r d e c ir so b re e sta o p c ió n ,
p e ro p u e d e sern o s ú t il, n o o b stan te , e x am in ar un a m u e s tra f o rm ada
p o r f igu ras so b re salie n te s p ara ilu s t ra r la m an e ra en q ue la trad ic ió n de
la te o ría p o lític a h e re d ad a de la A n tigü e d ad f ue ad ap tad a a las c o n d i­
c io n es m e d ie v ale s y las f o rm as en q ue las ad ap tac io n e s d if irie ro n en
c o n te x to s m e die v ale s c o n c reto s.
e l O c c id e n te m e die v al, éso s so n lo s de la b aj a E dad M e d ia, un a é p o c a
en la q ue go b ie rn o s m ás o m en o s e s tab le s , en f o rm a de m o n arq u ías y
c iud ad e s- e s tad o , e stab an en asc en so y en la q ue el c o n f lic to e n tre e l p o ­
d e r s e c ular y e l p o d e r e c le s iás tic o , o e n tre re yes, p ap as y e m p e rado re s,
f ue e sp e c ialm e n te in te n so . E n aq u e lla é p o c a, tam b ié n la in f lu e n c ia de
la f ilo so f ía p o lític a c lás ic a c o b ró im p uls o , so b re to do c o n la trad uc c ió n
la t in a de la P o lític a de A ris tó te le s . P o de m o s ad e n trarn o s en las p a r t i­
c ularid ad e s de l p e n sam ien to p o lític o de aq ue l p e río do y fo rm arn o s un a
id e a de c o n jun to si e x am in am o s un a s e rie de f igu ras d e s tac ad as q ue ,
2 1. C a m b r i d g e H i s t o r y , o p . c i t. , p á g . 1
22. I b id . , p á g . 4 .
258 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
au n q u e se h allab an suje tas a in f lue n c ias in te le c tu ale s sim ilare s y ad o p ­
taro n , en grado s diverso s, el le n gu aje d e l p e n sam ie n to p o lític o c lásic o
y, en e sp e c ial, e l de A ristó te le s, las trab ajaro n en c o n te x to s lo c ale s d is ­
tin to s y en po s de f in es dif e re n te s.
T o m ás de A q uin o (h. 1 2 2 5 - 1 2 7 4 ), M ars ilio de P ad u a (1 2 9 0 - 1 3 4 2 ) y
G uille rm o de O c kh am (h. 1 2 8 8 -h . 1 3 4 8 ) se e n c o n traro n , de un m o do u
o tro , atrap ad o s en lo s c o n f lic to s q ue c arac te riz aro n su é p o c a y re sp o n ­
d ie ro n a ello s a travé s de la f ilo so f ía, c o n dif e re n te s grado s de d is tan c ia
c o n c e p tu al c o n re sp e c to a lo s ac o n te c im ie n to s p o lític o s y a las luc h as
p o r e l po der. D e lo s tre s, e l m ás c o m p ro m e tido f ue M ars ilio , q ue p a r t i­
c ip ó in te n s am e n te en la e n c o n ad a lu c h a e n tre e l p ap a J u a n X X I I y el
as p iran te al tro n o im p e rial L uis de B avie ra, y q ue en su o b ra f ilo só f ic a
D e fe n s o r P ac is d e f e n dió la c ausa de l e m p e rad o r f re n te al p ap a. L a o b ra
de lo s o tro s do s f ue m ás s u s tan c ialm e n te te o ló gic a, au n q u e am b o s se
m o v iliz aro n p a ra lib r a r la b a t a lla de las ó rde n e s m e n d ic an te s , T o m ás
d e l lad o de lo s do m in ic o s y G uille rm o de O c kh am , p o ste rio rm e n te , del
lad o de lo s f ran c isc an o s, c o n to das las c o n se c ue n c ias q ue e sta p ugn a
tuvo n o só lo p ara la te o lo gía, sin o tam b ié n p ara lo s in te re s e s te m p o ra­
le s de la I gle s ia y d e l p ap ad o . A m b o s tuv ie ro n , ade m ás, c ie rta in t e r­
ve n c ió n d ire c ta en la v id a p ú b lic a y en lo s c o n f lic to s e n tre lo s diverso s
p o d e re s te m p o rale s . T o m ás de A q uin o n o só lo se o c up ó de lo s as u n ­
to s p rác tic o s de la I gle s ia; lle gó in c lus o a se r c o n se je ro d e l p ap a en
asun to s p ú b lic o s y, d u ran te un tie m p o , f ue c o n se je ro de L uis V I I I de
F ran c ia (té c n ic am e n te , re y de lo s f ran c o s y c o n de de A rto is ), a q uie n
le un ían tam b ié n laz o s de p are n te s c o . S us id e as s e rían re c o gid as y
ad ap tad as p o r o tro s q ue se h allab an m ás d ire c tam e n te c o m p ro m e tido s
en las lu c h as p o r e l p o de r, e n tre e llo s , J u a n de P arís (1 3 0 6 ), q uie n ,
c o m o te n d re m o s o p o rt u n id ad de ver, e lab o ró las d o c trin as to m is tas
p ara ap o yar al re y F e lip e I V de F ran c ia en e l c o n f lic to q ue lo e n f re n ­
t ab a c o n e l p ap a B o n if ac io V I I I . G uille rm o de O c k h am , al ig u al q ue
M arsilio de P ad u a, q ue dó atrap ad o en la lu c h a e n tre el p ap a J u a n X X I I
y L uis de B avie ra, c uan do sus p ro p ias in te rve n c io n e s en n o m b re de lo s
f ran c isc an o s de sataro n la ira p ap al. E l f iló so f o b usc ó re f ugio en la c o r­
te de L u is , un a e x p e rie n c ia q ue , h u e lga d e c irlo , o c u p aría un lu g a r c e n ­
tral en aq ue llo s e sc rito s suyo s en q ue trata la re lac ió n e n tre e l p o d e r se ­
c u lar y e l p o d e r e c le s iás tic o .
I n d e p e n d ie n te m e n t e de lo q ue p u e d a d is t in g u ir a un p e n s ad o r de
o tro , v ale la p e n a c o n s id e rar q ue lo s c o n te x to s, en lo s c uale s se e n f re n ­
taro n a c ue stio n e s te ó ric as s im ilare s , so n d if e re n te s. S i b ie n lo s c o n ­
L a E d a d M e d ia 259
traste s e n tre e llo s n o p ue d e n re d u c irs e a d iv e rge n c ias en sus re s p e c t i­
vo s c o n te x to s, h ay algun as n o tab le s c o n c o rdan c ias e n tre sus id e as y las
c irc u n s tan c ias p a rtic u lare s en las q ue se f o rm ularo n sus f ilo so f ías. L as
d if e re n c ias e n tre G uille rm o de O c kh am y lo s o tro s do s re sultan p a r t i­
c ularm e n te s o rp re n d e n te s en un o s asp e c to s q ue re f le jan las c o n d ic io ­
n e s e sp e c íf ic as de la I n g lat e r ra m e d ie v al. A n te s de ad e n trarn o s en la
e x p lo rac ió n de las id e as de esto s tres p e n s ad o re s , p o r tan to , re c o rd e ­
m o s b re ve m e n te c uále s e ran las p rin c ip ale s v ariac io n e s e n tre las redes
de p o d e r y «p ro p ie d a d p o lític am e n te c o n s t it u id a » en F ran c ia y, c o n ­
c re tam e n te , en P arís (c iud ad en la q ue el de A q uin o p artic ip ab a no só lo
en las d is p utas te o ló gic as, sin o tam b ié n en la p o lític a e c le s iás tic a y s e ­
c ular), el n o rte de I talia (el te rrito rio p o lític o de M ars ilio ) y la I n g lat e ­
rra de G uille rm o de O c kh am .
L a p arc e lac ió n f e ud al de la so b e ran ía s e guía sien do un h e c h o p r in ­
c ip al de la v id a en la F ran c ia d e l siglo X III, en la q ue lo s de re c h o s y las
j u ris d ic c io n e s se ñ o riale s e ran m uy m an if ie sto s, c o m o lo se guirían s ie n ­
do h as ta e l auge de un e stado c e n tral f u e rte , en f o rm a de m o n arq uía
«a b s o lu t a », d uran te lo s siglo s X VI y X VII, sin lle g ar a ser e rrad ic ad o s p o r
c o m p le to h as ta la re v o luc ió n d e l siglo X VIII. A l m ism o tie m p o , la m o ­
n a rq u ía h ab ía h e c h o im p o rtan te s avan c es en sus am b ic io n e s te rr it o r ia ­
les y, a f in es d e l siglo X II y p rin c ip io s de l siglo X III, ya trab ajab a p ara h a ­
c e r de P arís un c en tro n ac io n al, n o só lo se de d e l go b ie rn o , sin o f uen te
de e d u c ac ió n y c u ltu ra. E ste p ro ye c to de la m o n arq u ía, sin e m b argo ,
e s tab a en te n sió n n o só lo c o n la auto n o m ía s e ñ o rial en e l c am p o c ir ­
c un dan te , sin o tam b ié n c o n las as p irac io n e s de las c o rp o rac io n e s u rb a ­
n as autó n o m as. I n c luso el go b ie rn o de P arís, p o r e n to n c e s un p u jan te
c e n tro de l c o m e rc io , e ra un a re d c o m p le ja de in s tit uc io n e s c o rp o ra t i­
vas y de la m o n arq uía, un a gran p a rt e de c uya v id a p ú b lic a e s tab a en
m an o s de lo s p o de ro so s m e rc ad e re s y de lo s gre m io s. M ás allá de las
f ro n te ras aún in e s tab le s de l re in o , e stab an lo s de saf ío s, las p ro v o c ac io ­
n es de lo s p rín c ip e s ge rm án ic o s d e l S ac ro I m p e rio ro m an o (c uya au to ­
rid ad lo s f ran c e se s se n e gab an a re c o n o c e r) y lo s e n c o n ado s c o n f lic to s
e n tre el p o de r d e l m o n arc a y el p ap ad o , q ue c ulm in aro n en la luc h a e n ­
tre e l re y F e lip e I V y e l p ap a B o n if ac io V I I I .
E n o tra p arte de e ste c ap ítu lo c o n side ram o s lo s m o do s en q ue las
c iud ad e s - e s tad o d e l n o rte de I t alia y lo s re in o s de I n glat e rra, tan to an ­
tes c o m o de sp ué s de la c o n q uista n o rm an da, d iv e rgían de l m o de lo f e u ­
d al de so b e ran ía p a rc e lad a c uyo e je m p lo e ra F ran c ia. P ara lo q ue no s
p ro p o n e m o s aq u í b as ta c o n re c o rd ar la c o m p le ja o rgan iz ac ió n de las
260 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c o m un as u rb an as it alian a s : su auto n o m ía y re lativ a in d e p e n d e n c ia de
lo s p o d e re s c e n traliz ad o re s de un tip o u o tro , y, al m ism o tie m p o , su
f ragm e n tac ió n in te rn a, lo s p o de re s se m iautó n o m o s y las c o rp o rac io n e s
en su sen o , las p re s io n e s q ue e m p e rad o re s y p ap as e je rc ie ro n so b re
e llas , ju n to c o n las f ac c io n e s in te rn as as o c iad as c o n un o u o tro p o de r
sup e rio r. L o s p rin c ip io s c o rp o rativo s so b re lo s q ue se o rgan iz ab an las
c iud ad e s - e s tad o — tan to la c o o p e rac ió n c ív ic a c o m o las e n tid ad e s c o o ­
p e rativas en su in te rio r— te n d rían un a p a r t ic u la r im p o rtan c ia en el d e ­
sarro llo de la te o ría p o lític a q ue e m an ab a de las c o m un as de c iu d a d a ­
n o s, c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de v e r en e l c aso de M ars ilio de
P adua.
E l c aso in glé s d if e ría de lo s o tro s do s en asp e c to s c uyas c o n se c ue n ­
c ias se rían p artic u larm e n te s ign if ic ativ as p ara la te o ría p o lític a. E n lu ­
gar d e la s o b e ran ía p arc e lad a, lo s in gle se s d e sarro llaro n , a d if e re n c ia de
F ran c ia, un e stado p re c o z m e n te c e n traliz ad o en p a rale lo a la p r o p ie ­
dad in d iv id u al, e x c e p c io n alm e n te e x c lus iv a. E n lu g ar de la jurisd ic c ió n
s e ñ o rial, lo s in gle se s e s tab le c ie ro n un e stado un itario , al tie m p o q ue el
de re c h o c o n s u e tu d in ario re c o n o c ía un «in t e r é s » c ad a vez m ás in d iv i­
d u al en la p ro p ie d ad , in d e p e n d ie n te de c u alq u ie r re iv in d ic ac ió n , p riv i­
le gio s u o b ligac io n e s e x trae c o n ó m ic o s. S e tratab a de algo dif e re n te de l
de re c h o , d e l q ue tam b ié n d is f ru tab an lo s f ran c e s e s a f in es de la E dad
M e d ia, de d e f e n d e r la p ro p ie d ad in d iv id u a l an te la ju s t ic ia. E sto s d e ­
re c h o s, q ue in c lus o e ran d e f e n d ib le s an te lo s trib u n ale s d e la m o n ar­
q uía, p o d ían e x is t ir (c o m o en F ran c ia) a llí do n de la p ro p ie d ad aún se
p o se ía so b re la b ase de p rin c ip io s f e u d ale s , c o n sus o b ligac io n e s in ­
trín se c as, y a llí do n de c ad a se ñ o río c o n tin u ab a te n ie n d o su p ro p io s is ­
te m a ju ríd ic o y su p ro p ia ju ris d ic c ió n autó n o m a. E n I n glat e rra, e l d e ­
re c h o in d iv id u a l de p ro p ie d a d e ra m uc h o m ás d e p e n d ie n te de las
o b ligac io n e s f e ud ale s y de la ju ris d ic c ió n se ñ o rial.
A d if e re n c ia de F ran c ia y de I talia, do n de lo s p rin c ip io s c o rp o rati­
vo s e ran m ás f ue rte s y las u n id ad e s c o n s tituye n te s d e l o rd e n p o lític o
e ran e n tid ad e s c o rp o rativ as, e l e stado in glé s f ue c o n stituyé n do se c ad a
vez m ás p o r un a c o le c c ió n de in d iv id uo s lib re s , q ue no e stab an suje to s
a n in gún o tro se ñ o r q ue n o f ue ra e l re y (a p e s ar de lo s p o de re s p rivado s
de lo s se ñ o res f e ud ale s). E stas dif e re n c ias se re f le jarían en el siste m a de
re p re s e n tac ió n in glé s q ue , m uy p ro n to , dio lu g a r a un p arlam e n to u n i­
tario , q ue e ra c o n c e b ido c o m o la re p re s e n t ac ió n n o de c o rp o rac io n e s
(c o m o el e stado f ran c é s q ue re p re s e n tab a e n tid ad e s c o rp o rativ as), sin o
d e l c o n jun to de la c o m un id ad n ac io n al, f o rm ad a p o r h o m b re s lib re s
L a E d a d M e d ia 261
in d iv id uale s y te rrate n ie n te s. E l p arlam e n to , asim ism o , e je rc e ría p o d e ­
re s le gislativ o s m uc h o an tes de q ue lo h ic ie ran lo s c ue rp o s re p re s e n t a­
tivo s f ran c e s e s, lo s p o d e re s de las c las e s h ac e n d ad as , n o tan to en su
c o n dic ió n de p o se e do ras de un a ju ris d ic c ió n f e ud al, sin o c o m o p a r t íc i­
pes en e l e stado c e n tral.
T o m ás de A q uin o , J u a n de P arís, M arsilio de P ad u a y G uille rm o de
O c kh am (c ada un o de ello s de m an e ras diversas) h ic ie ro n uso de la te o ­
ría p o lític a c lás ic a y, en c o n c re to , de A ristó te le s. P o r sup ue sto , c ad a
un o de esto s p e n sado re s e ra p o se e do r de su p ro p ia y d is tin tiv a g e n ia li­
d ad , y no h ay d ud a, tam p o c o , de q ue d if e rían en c uan to a p ro p ó sito y
c o m p ro m iso p o lític o . S in e m b argo , las ad ap tac io n e s q ue h ic ie ro n de
sus an te c e d e n te s c lás ic o s, as í c o m o las d iv e rge n c ias q ue m an if e staro n
c o n re sp e c to a e llo s, v arían en asp e c to s sign if ic ativo s in e q uív o c am e n te
at rib u ib le s a sus d if e re n c ias de c o n te x to .
To más de Aq u in o
T o m ás de A q uin o n ac ió (p ro b ab le m e n te , p ue s n o es un a f e c h a s e ­
gura) en 1 2 2 5 , en e l f e udo de R o c c ase c c a, e n tre N áp o les y R o m a, en el
se n o de un a f am ilia de la aris t o c rac ia (su p ad re e ra el c o n de L an dulf o ,
y su m ad re e stab a e m p are n tad a c o n la d in as tía im p e rial de lo s H o ­
h e n s tauf e n , d e l S ac ro I m p e rio ro m an o ). A l p e rte n e c e r a un a p ro m i­
n e n te f am ilia aris t o c r át ic a d e l re in o de S ic ilia, en u n a é p o c a de e n c o ­
n ad o c o n f lic to e n tre e l re y F e d e ric o I I y e l p ap a G re go rio I X , e l de
A q uin o m uy p ro n to tuvo c o n o c im ie n to de las lu c h as e n tre e l p o d e r
e c le s iás tic o y el se c ular. L a e d uc ac ió n d e l jo ven T o m ás se in ic ió en el
m o n aste rio b e n e d ic tin o d e l q ue su tío e ra e l ab ate y p ro siguió en la u n i­
v e rs id ad de N áp o le s, do n de , c o n trariam e n te a lo s f irm e s deseo s de su
f am ilia, c ayó b ajo la in f lu e n c ia de la n ue v a o rde n de lo s do m in ic o s.
A q ue lla e ra un a é p o c a de agitac ió n re ligio s a e in te le c tu al, en la q ue las
n ue vas un iv e rs id ad e s f uero n c o b ran do un p ap e l c ada vez m ás d e s t ac a­
do , e n tre o tras c o sas p o rq ue satis f ac ían la c re c ie n te n e c e s id ad de d is ­
p o n e r de un c le ro e d uc ad o , y p o rq u e d iv u lgab an e l «n u e v o c o n o c i­
m ie n to » p ro f un dam e n te in f luid o p o r las f uen tes c lás ic as. C o m o do c to r
en f ilo so f ía, T o m ás em p ezó a e n se ñ ar en varias c iud ad e s de I talia, p e ro
f ue en P arís do n de in te rv in o de un a m an e ra m ás in te n sa en las q u e re ­
llas y d is p u tas te o ló gic as so b re las ó rde n e s m e n dic an te s. R e su lta raz o ­
n ab le sup o n e r q ue f ue en P arís, tam b ié n , a través de su ge stió n de lo s
262 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
asun to s de la I gle s ia y en su c o n d ic ió n de c o n se je ro d e l rey, do n de se
in vo luc ró m ás p e rs o n alm e n te en la in te rse c c ió n e n tre la e sf e ra de l p o ­
d e r s e c u lar y la de l e c le siástic o .
L as c o n se c ue n c ias q ue lo s ac o n te c im ie n to s y c o n f lic to s p o lític o s de
su é p o c a tuvie ro n p ara la o b ra de T o m ás de A q uin o n o re s ultan in m e ­
d iatam e n te e vide n te s. L a de f e n sa de la c o n c e p c ió n do m in ic a de la p ro ­
p ie d ad , c o m o h em o s visto , tuvo sin d u d a c o n se c ue n c ias p rác tic as p ara
lo s asun to s te m p o rale s de la I gle s ia; p e ro a d if e re n c ia de M ars ilio y de
G uille rm o de O c k h am , en las luc h as p o r e l p o d e r q ue j alo n aro n su
é p o c a la f ilo so f ía d e l A q u in at e no to m ó un c laro p artid o , salvo en el
ap o yo q ue , a m o do de p rin c ip io ge n e ral, b rin d ó al p o d e r m o n árq uic o ,
c o m o e l q ue d e te n tab a su p arie n te e l re y L uis V I I I . T al vez de b e ríam o s
c e n trar n ue s tra ate n c ió n en o tro se n tido , m ás am p lio aún , en el q ue la
f ilo so f ía p o lític a d e l A q uin at e , y la adap tac ió n q ue h izo de A ristó te le s,
re f le jan las c o n dic io n e s y las p re o c up ac io n e s p ro p ias de su é p o c a.
E n e ste c ap ítu lo ya in d ic am o s q ue la te o ría p o lít ic a de A ristó te le s
re s u lt ab a in ad e c u ad a p a ra las re alid a d e s de la g o b e rn a b ilid ad m e d ie ­
val. U n siste m a de p e n sam ie n to q ue se f un d am e n tab a en la v id a c ívic a
de la an tig u a p o lis só lo p o d ía ad e c u ars e a las c o n d ic io n e s m e die vale s
in c u rrie n d o en salto s c o n c e p tuale s s ign if ic ativ o s. S in e m b argo , h ab ía
un a f un c ió n e se n c ial q ue la f ilo so f ía p o lític a aris t o té lic a e stab a d e s tin a­
da a c um p lir. C o n c ie rto s ajuste s, q ue T o m ás de A q uin o in tro dujo , la f i­
lo so f ía p o lític a de A ristó te le s p ro p o rc io n ó el m arc o c o n c e p tual p ara s i­
t u a r al go b ie rn o s e c u lar en un o rde n c ó sm ic o m ayo r, de m o do q ue
s atis f ic ie ra c o n c larid a d las n e c e s id ad e s te m p o rale s de lo s c ris tian o s
m e die vale s.
P ue d e p are c e r u n a p ro p u e s ta p e re grin a. A p rim e ra v is ta, la te o ría
p o lític a de un f iló so f o p agan o c o m o A ristó te le s p u e d e ser m uc h o m ás
ad ap tab le al e stu d io de l go b ie rn o m e d ie v al en sus ac tuac io n e s m u n d a­
n as q ue a las re f le x io n e s te ó ric as de l lu g ar q ue la h u m an id ad o c up a en
un un iverso c ristian o . Y , n o o b stan te e so , f ue p re c is am e n te en la e lab o ­
rac ió n de e stas re f le x io n e s te o ló gic as do n de A ristó te le s de se m p e ñ ó un
p ap e l e s e n c ial. L o s f iló so f o s c ris tian o s m e d ie v ale s c o m o T o m ás de
A q uin o s e gu ían e stan do p ro f un d am e n te in f lu id o s p o r e l n e o p lato n is ­
m o de lo s p rim e ro s c ris tian o s (so b re to do en su f o rm a agu s tin ian a),
p e ro sus n e c e s id ad e s e ran d if e re n te s de las q ue h ab ían te n id o lo s p r i­
m ero s c ris tian o s. L a e s p irit u a lid a d u ltram u n d an a d e l n e o p lato n ism o ,
c o n su d e sv alo rac ió n de la e x is te n c ia t e rre n al en f avo r de la v id a e s p i­
ritu al y la lib e rac ió n m ístic a de lo m ate rial, sirvió raz o n ab le m e n te b ie n
L a E d a d M e d ia 263
a lo s c ris tian o s en e l tu rb u le n to p e río d o d e l I m p e rio ro m an o tard ío .
A llí do n de la c o m un id ad c ív ic a h ab ía d ado p aso d e c isiv am e n te al d o ­
m in io im p e rial, lo s súb dito s c ristian o s ya n o te n ían p o r q ué p re o c u p a r­
se de las c o m p le jidade s de la go b e rn an z a sec ular. A lo s teó lo go s c o m o
A gustín de H ip o n a, p o r e je m p lo , les b as tab a c o n s u s c rib ir la div isió n
d e l trab ajo e n tre el C é s ar y D io s. Y lo s b ue n o s c ris tian o s, si b ie n re n ­
dían o b e d ie n c ia al C ésar, p o dían s e gu ir p re s tan do ate n c ió n y c uid ad o a
lo s asun to s e s p iritu ale s . P e ro e ra p re c is o algo dif e re n te p ara d ar c u e n ­
ta de la p re o c u p ac ió n de lo s c ris tian o s m e die v ale s p o r las c o m p le jid a­
des de la go b e rn an z a f e u d al (y p o s f e u d al), e n tre e llas su o b sesió n p o r
lo s c o n f lic to s e n tre dif e re n te s re iv in d ic ac io n e s d e l p o d e r te m p o ral. L a
te o ría aris t o té lic a de la p o lític a y e l lu g ar q ue le c o n c e de en su siste m a
f ilo só f ic o p ro p o rc io n aro n un m arc o c o n c e p tual p ara q ue lo s p e n s ad o ­
res c ris tian o s ad m itie ran e l p rim ado de lo e s p iritu al, al tie m p o q ue t r a ­
tab an el go b ie rn o te m p o ral, in c luso e l go b ie rn o se c ular, c o m o la m ayo r
de las p re o c up ac io n e s c ris tian as en e ste m un do .
C o n s ide re m o s , en p rim e r lugar, de f o rm a m uy s e n c illa, lo s p r in c i­
p io s aristo té lic o s e se n c iale s q ue ado p tó T o m ás de A q uin o . L ue go p o ­
drem o s p asar a e x am in ar c ó m o se alejó de A ristó te le s m ie n tras re s p o n ­
d ía a lo s re q uis ito s de la te o lo gía c ris tian a y a las re alid a d e s de la
go b e rn an z a m e die val. E l argum e n to de la P o lític a de A ristó te le s, c o m o
h e m o s visto , p ro c e d e de su te o ría g e n e ral de la n atu rale z a. E n su in ­
te n to de e x p lic a r lo s p rin c ip io s de l o rden q ue p e rm an e c e n in v ariab le s
en un m un do n a t u ra l suje to al m o vim ie n to y al c am b io , el e s t ag ir it a
h ac e h in c ap ié en do s p rin c ip io s: e l p ro p ó sito o te lo s h ac ia e l q ue to do
p ro c e so tie n d e , y la j e ra rq u ía in trín s e c a d e l o rde n n atu ral. A ristó te le s
ap lic a esto s p rin c ip io s a la p o lis so ste n ie n do q ue e sta f o rm a de as o c ia­
c ió n h um an a es la m ás e le v ada y q ue p e rf e c c io n a el d e sarro llo h um an o ;
q ue el «h o m b re es p o r n atu rale z a un an im al p o lít ic o », un a c riatu ra d e s ­
t in ad a a v iv ir en u n a p o lis , p o rq u e es só lo en la p o lis do n de p u e d e s a ­
tis f ac e r su p ro p io te lo s c o m o un ser rac io n al y m o ral. L a p o lis , c o n sus
c o stum b res y le ye s, es la q ue ac o stum b ra a lo s h o m b res a vivir de ac u e r­
do c o n lo s p rin c ip io s de la v irtud y d e l b ie n n e c esario s p ara alc an z ar la
f e lic id ad q ue es ad e c uad a a lo s seres h um an o s. E n c uan to al m ejo r tip o
de p o lis , A ristó te le s p ro p o n e un a f o rm a id e al, en la q ue e l p rin c ip io j e ­
rárq u ic o , q ue es f un d am e n tal en la n atu rale z a, la div isió n e n tre lo s e le ­
m en to s q ue d irige n y lo s q ue so n d irigid o s , se re p ro d uc e c laram e n te en
la div isió n e n tre «c o n d ic io n e s » y «p a r t e s » de la p o lis , p e ro s u gie re q ue
la « p o lis m ás f a c t ib le », la «m ás p r a c t ic a b le », es aq u e lla q ue c o m b in a
264 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e le m e n to s de las f o rm as o lig árq u ic a y d e m o c rátic a a f in de re d u c ir el
de so rde n q ue ge n e ran , en c o n c re to , lo s c o n f lic to s e n tre ric o s y p o b re s
y sus c o n c ep c io n e s div e rge n te s de la ju s t ic ia.
E l aris to te lis m o de T o m ás de A q uin o , q ue ap are c e d e sc rito so b re
to do en su S u m m a T h e o lo g ic a \Su m a te o ló g ic a ] , c o m ien za c o n el t r a t a ­
m ie n to de la h u m an id ad c o m o p arte d e l o rde n n atu ral, en e l q ue c ada
p arte se h a lla d irig id a h ac ia su p ro p io te lo s n atu ral m ás ad e c uad o . L o s
seres h um an o s e stán e x c e p c io n alm e n te do tado s de razó n , y c o m o c ria ­
tu ras rac io n ale s , tie n e n un ac c eso c o gn itivo e x c e p c io n al a la re alid a d ,
q ue in c luye un a c ap ac id ad n atu ral p ara c o m p re n d e r lo s p rin c ip io s m o ­
rale s f un d am e n tale s n e c e s ario s p a ra alc an z ar a q u e lla f e lic id a d q ue es
e s p e c íf ic a a la h u m an id ad . E l te lo s h um an o c o n siste en h a c e r q ue se
c um p lan esas c ap ac id ad e s rac io n ale s, ap lic án d o las a la p ro se c uc ió n del
b ie n , q ue es ac c e s ib le a la razó n n atu ral.
L a razó n p rác tic a e n san c h a, tan to p ara e l A q uin ate c o m o p ara A ris ­
tó te le s, la c ap ac id ad c o gn itiva p ara c o m p re n de r la n atu rale z a de las c o ­
sas, h ac ie n d o p o sib le q ue lo s seres h um an o s se f o rm en juic io s rac io n a­
les n o só lo so b re las c o sas q ue re alm e n te so n , sin o tam b ié n so b re las
ac c io n es c o rre c tas. S i b ie n lo s p rin c ip io s de la b o n d ad so n ac c e s ib le s a
la razó n , la b o n d ad h um an a, en la p rác tic a, es un a f un c ió n de lo s s e n ti­
m ie n to s q ue la razó n d irige . E s un a c ue stió n de f o rm ac ió n y h áb ito ,
q ue p ro d u c e un a d is p o sic ió n n o só lo a p e rs e gu ir e l b ie n , sin o a q u e re r­
lo . C o m o A ristó te le s, e l A q u in ate argum e n ta q ue la vid a, en un a c o m u­
n id ad «p o lít ic a », f o rm a a la gen te en lo s p rin c ip io s m o rales y la h ab itú a
a q ue re r e l b ie n p ara la h um an id ad . P o r e sta razó n , lo s seres h um an o s
so n , p o r n atu rale z a, an im ale s «p o lít ic o s », en e l se n tido de q ue e l te lo s
n a t u ral de la h u m an id ad se re aliz a de m e jo r m an e ra en las c o m u n id a­
des «p o lít ic a s » q ue so n go b e rn ad as c o n f o rm e a de re c h o . L a v irtu d s u­
p e rio r es la j u s t ic ia: p ro p o rc io n ar a lo s h o m b res aq ue llo q ue m e re c e n ;
y esto , p ro b ab le m e n te , p u e d e lo grars e m e jo r en c ie rto tip o de «c o n s t i­
tuc ió n m ix t a».
L a «n a t u r a liz a c ió n » d e l h o m b re , de la v irtu d , de la ju s t ic ia y de la
c o m u n id ad «p o lít ic a » a la m an e ra en q u e lo h ac e T o m ás d e A q uin o
c o n s t itu ye un c am b io d e p rim e r o rd e n c o n re s p e c to a las an te rio re s
d o c trin as c ris tian as . E n e ste s e n tid o , d if ie re s u s tan c ialm e n te de A gu s ­
tín de H ip o n a. L a e x p o sic ió n q ue T o m ás h ac e de la v id a en e ste m u n ­
do es m u y d if e re n t e d e l m o do en q ue su g ran p r e d e c e s o r h a b ía t r a ­
tad o la h is t o ria h u m an a en e sta e x is t e n c ia t e rr e n a l y p e c ad o ra. P ara
T o m ás, la h is to r ia n o es só lo un trágic o e s p e c t ác ulo , en e l q ue n o p re-
L a E d a d M e d ia 265
do m in a n in gun a arm o n ía, n in gún o rde n justo o le gítim o . E n un m u n ­
do así, a lo q ue se p u e d e as p irar es, a lo sum o , a c ie rto grad o de s e gu ­
rid a d y c o m o d id ad m ate riale s , sie m p re y c uan d o lo s sú b d ito s , in c lu i­
do s lo s c ris tian o s, o b e de z c an al C é s ar m ie n tras b usc an la lib e rac ió n en
e l re in o e s p iritu al. P e ro d e c ir esto n o e q u iv ale a af irm ar q ue la C aíd a y
e l p e c ad o n o te n gan n in gu n a in c id e n c ia en la te o lo gía de T o m ás de
A q uin o , sin o só lo q ue la aso c iac ió n p o lít ic a n o es, p a ra é l, un m al n e ­
c e s ario d e l q ue d e b a o c up ars e la h u m an id ad c aíd a. D ado q ue e l o rde n
p o lític o es tam b ié n un o rde n n a t u ral, tuvo q ue h a b e r e x is tid o an te s de
la C aíd a, au n q u e la p ro p e n s ió n de lo s se re s h um an o s al p e c ad o h aya
re q u e rid o c o e rc ió n a f in de m an te n e r la p az y el o rd e n de un m o do
q ue n o e ra p re c is o en la c o n dic ió n an te r io r a la e x p u ls ió n d e l p araíso .
L a C aíd a n o sign if ic ó la p é rd id a de la razó n n atu ral. Y si b ie n lo s seres
h um an o s so n c ap ac e s de e le gir n o ac t u ar c o n f o rm e a lo s p rin c ip io s de
la raz ó n , sus d is tin t iv as c ap ac id ad e s rac io n ale s les p e rm ite n c o m p re n ­
d e r y s e gu ir la le y n at u ral. P ue d e n alc an z ar la f e lic id a d o la d ic h a ( b e a ­
titu d e ) en e ste m un do si viven de ac u e rd o c o n lo s p rin c ip io s de la r a ­
zó n y la m o ralid ad . E l o rde n p o lític o te m p o ral, d irig id o h ac ia e l b ie n
c o m ún , es el m e d io c o n e l q ue p u e d e c o n s e guirs e ese f in . Y v ale la
p e n a añ ad ir aq u í q ue un a c o n c e p c ió n de e ste tip o d e l p o d e r te m p o ral
n o e ra in d is p e n s ab le p ara un a de f e n sa c ris tian a de l p o d e r s e c u lar de la
m o n arq uía.
L o s c o m e n taristas p u e d e n d is c re p ar so b re e l h e c h o de q ue só lo
de sp ué s de la m ue rte p u e d e alc an z arse un a d ic h a c o m p le ta y d e f in it i­
va, en un m un do q ue e stá m ás a llá d e l te rr e n a l (d e l m ism o m o do en
q ue lo s c o m e n taristas dis c re p an ac e rc a de la m an e ra en q ue A ristó te le s
e n te n d ía el v alo r re lativ o de la p r a x is en c o n trap o sic ió n a la v id a c o n ­
te m p lat iv a). P e ro , d e l m ism o m o do q ue n i s iq u ie ra la in te rp re tac ió n
m ás ra d ic a l d e l c o m p ro m iso de A ris tó t e le s c o n la v id a c o n te m p lativ a
p u e d e n e gar la im p o rtan c ia q ue e l e s t a g ir it a c o n c e d ía a la p o lis , t a m ­
p o c o se p u e d e c o n f u n d ir e l v alo r q ue p ara T o m ás te n ía la b e a titu d o , la
d ic h a q ue lo s se re s h um an o s p u e d e n alc an z ar aq u í y ah o ra al v iv ir
c o m o viven en c o m un id ad e s «p o lít ic a s ». A sim ism o , re s u lt a e v id e n te ,
au n q u e n un c a e lab o re de m an e ra sis te m átic a sus p un to s de vista so b re
la re lac ió n e n tre e l p o d e r te m p o ral y e l e s p irit u a l, q ue T o m ás de A q u i­
n o c o n c e de un grad o s u s tan c ial de in d e p e n d e n c ia a la c o m un id ad p o ­
lít ic a se c ular, la c ivita s . S in d ud a, s igue sie n do un a f un c ió n v ital p ara la
c o m un id ad e s p irit u a l y la I gle s ia q ue la re p re s e n ta, c o m o p re p arac ió n
p a ra la v id a e te rn a, p e ro eso n o de svía n i s u b o rd in a s iq u ie ra la f un c ió n
266 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de las as o c iac io n e s s e c u lare s , ya se an f am ilias o e stado s, en su p ro s e ­
c uc ió n de la f e lic id ad te rre n al. S in e m b argo , san to T o m ás es, al f in y al
c ab o , un de vo to c ris tian o , y d ar c ab id a en e l c o sm o s de A ris tó t e le s a
las d o c trin as d e l c ris tian is m o re q u e ría q ue se lle v aran a c ab o algun o s
ajuste s.
L a c o n c ep c ió n aris t o té lic a de l te lo s , c o m o vim o s en e l c ap ítu lo an ­
te rio r, in c lu ye las «c a u s a s f in a le s », la c o n d ic ió n f in al «p o r m o r de la
c u a l» tie n e n lu g ar lo s p ro c eso s n a tu rale s de c re c im ie n to y de s arro llo .
E stas c ausas so n in m an e n te s a lo s p ro p io s o b jeto s (c o m o la p o t e n c iali­
dad de la e n c in a e stá in m an e n te en la b e llo ta), q ue n o re q uie re n de un
p ro p ó sito d e lib e rad o , de n in gún c o n tro l e x te rio r y de n in gún in te le c to
divin o . L a id e a q ue tie n e de l «m o to r in m ó v il», la p rim e ra c ausa de l m o ­
vim ien to q ue no es p ue sta en m o vim ie n to p o r n in gun a c ausa an terio r,
n o s u gie re un p ro p ó sito o un in te le c to divin o s. S e n c illam e n te se trata
de un a m an e ra de e n u n c iar el p rin c ip io de q ue , en un c o sm o s en e l q ue
el m o vim ie n to es c o n stan te y e te rn o , tie n e q ue e x is t ir algú n p rin c ip io
m o vie n te q ue p o n ga las c o sas en m o vim ie n to sin q ue p o r e llo se m u e ­
va, o si n o , deb em o s sup o n e r un a re gre sió n in f in ita de c ausas m o tric e s,
lo q ue a su ju ic io es un a im p o s ib ilid ad . P ara A ristó te le s, dic h o de o tro
m o do , e l m o to r in m ó vil es un p rin c ip io de la f ís ic a, n o de la te o lo gía.
P ara T o m ás de A q uin o , h u e lga d e c irlo , tie n e q ue h ab e r, en e ste s e n t i­
do , algo m ás q ue un m o to r in m ó vil. T ien e q ue h ab e r un c re ad o r, y el o r­
den c ó sm ic o p re s up o n e el p ro p ó sito y la in te lige n c ia de D io s.
P ara la te o ría p o lític a, la c o n se c ue n c ia m ás im p o rtan te de e sta m a­
n e ra de ve r las c o sas la e n c o n tram o s en e l c o n c e p to de ley. T o m ás de
A q uin o t ie n d e un p ue n te e n tre la te o lo gía y lo s p rin c ip io s de l go b ie rn o
te rre n al al d is tin gu ir e n tre distin to s tip o s de le y: div in a; e te rn a; n atu ral,
y h um an a o p o sitiva. L a le y d iv in a, d ir ig id a a la v id a e te rn a y a la r e la ­
c ió n de la h um an id ad c o n D io s, es el te m a de la re ve lac ió n d iv in a en las
e s c ritu ras . C o n c e p tu alm e n te es d if e re n te de la le y e te rn a, q ue re p r e ­
se n ta lo s p rin c ip io s de un o rde n c ó sm ic o go b e rn ad o p o r D io s. E n la
m e d id a en q ue la razó n h um an a tie n e ac c eso al o rde n c ó sm ic o , p o d e ­
m o s h ab lar de le y n atu ral. L a le y n atu ral es aq ue l asp e c to de la re g u la ­
c ió n d iv in a al q ue la razó n h um an a p u e d e ac c e de r, q ue e s tab le c e lo s
p rin c ip io s b ásic o s de l b ie n en la p rác tic a h um an a y le gitim a el g o b ie r­
no . E sta ley, a su vez, de b e e n c arn ars e en las le ye s p o sitivas q ue lo s go ­
b ie rn o s de la tie rra p ro m ulgan y e statuye n .
E l c o n c ep to de le y n atu ral d e T o m ás de A q uin o re p re s e n ta un c am ­
b io s ign if ic ativ o c o n re sp ec to a A ristó te le s. E n tre lo s e s p e c ialis tas se h a
L a E d a d M e d ia 267
d is c u tid o si éste te n ía o n o un a te o ría de la le y n atu ral. S in e m b argo , si
b ie n , in d u d ab le m e n te , c re e en la e x is t e n c ia , n o só lo se gún la c o n v e n ­
c ió n , sin o p o r n atu rale z a, de c rit e rio s de v irt u d , n un c a f o rm ula esto s
p rin c ip io s en lo s té rm in o s de un a le y (c o m o de sp ué s h ic ie ro n , en c am ­
b io , lo s e sto ic o s y C ic e ró n ). P o r m uc h o q ue p u e d a h ab e r c o n trib uid o a
las c o n c e p c io n e s p o ste rio re s de la le y n atu ral c o n la n atu raliz ac ió n q ue
llevó a c ab o de la v irtu d y la ju s t ic ia, en A ristó te le s no p e rc ib im o s un a
id e a de la le gis lac ió n y, m en o s to d av ía, de un le gis lad o r últim o , d e j an ­
do a un lad o el tip o de c astigo q ue se re se rve a lo s in c u m p lim ie n to s de
la ley. L o s p rin c ip io s «n a t u r a le s » de la v irtu d , se gún A ristó te le s, n i s i­
q u ie ra so n n o rm as ab so lutas y riguro sas d e s c ub ie rtas p o r la razó n , sin o
q ue , a m e n udo , p are c e n se r po c o m ás q ue re glas p rác tic as , tal c o m o se
e n c arn an (c asi de m an e ra tauto ló gic a, c o m o h em o s visto ) en el h o m b re
c uyo sab e r es p rác tic o . T o m ás de A q uin o , en c am b io , e n tie n d e la le y
n a t u ral c lara e in d is p e n s ab le m e n te c o m o le y, q ue sup o n e le gis lac ió n y
un le gis lad o r últim o .
L a tran sf o rm ac ió n de l m o to r in m ó vil de A ristó te le s en un c re ad o r
y le g is lad o r divin o de se m p e ñ a un p ap e l o b vio en la te o lo gía de T o m ás
de A q uin o y en la c ris tian iz ac ió n de A ristó te le s q ue lle v a a c ab o . P ero
h ay m ás q ue d e c ir so b re la f un c ió n de la le y n atu ral en la te o ría p o lít i­
c a m e die v al, q ue tie n e m uc h o q ue ve r tan to c o n las re alid ad e s de la go-
b e rn an z a m e die val c o m o c o n lo s re q uisito s de la te o lo gía c ris tian a. Y a
h em o s s e ñ alad o q ue ese c o n c e p to , p o r e je m p lo , se h a lla b a ause n te de
la f ilo so f ía is lám ic a. P ero n o b asta c o n af irm ar q ue e l c o n c ep to de s e m ­
p e ñ a un p ap e l ún ic o en el p e n sam ie n to p o lític o de O c c id e n te s e n c illa ­
m en te p o rq ue el le gad o ro m an o , in c lu id a la te o ría de C ic e ró n so b re la
le y n a t u ral, e ra m ás f ác ilm e n te ac c e s ib le a lo s c ris tian o s latin o s q ue a
lo s árab e s. A sim ism o , h em o s de te n e r en c ue n ta las n e c e sid ad e s te ó ri­
c as q ue e l c o n c e p to de le y n atu ral satis f ac ía: n e c e s id ad e s q ue e x is tían
en el c ris tian is m o , en e l c o n te x to de l f e ud alis m o o c c id e n tal, y n o , en
c am b io , en e l m un do islám ic o .
Y a h em o s c o m e n tad o la d if e re n c ia e n tre e l c ris tian is m o y las o tras
do s re ligio n e s m o n o te ístas en to rn o al te m a de la ley, la se p arac ió n e x ­
c lu s iv am e n t e c r is t ia n a e n tre un a le y re lig io s a re v e la d a p o r D io s y la
le y c iv il de c ad a d ía. S in e m b argo , a lo s c ris tia n o s m e d ie v a le s n o les
b a s t a s im p le m e n te c o n im a g in a r a un le g is la d o r d iv in o , q ue le g is la
d e s d e las alt u r a s y c as t iga a q u ie n e s se d e s v ían y a p a rt a n de su ley.
P re c is am e n te p o rq u e e l c ris tian is m o m e d ie v al e s t ab a c o n s tan te m e n te
o b ligad o a n e go c iar la d iv isió n e n tre la le y d iv in a y la le y c iv il, ade m ás
268 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de e s t ar sie m p re e n f re n tad o a las te n sio n e s e n tre e l p o d e r e c le s iás tic o
y e l se c ular, la f ilo s o f ía c ris t ia n a n e c e s it ab a te n d e r un p u e n te c o n c e p ­
t u a l e n tre am b o s. P re c is a b a un ám b ito le g a l q ue , en c ie rto se n tid o ,
tu v ie ra un p ie en c ad a la d o , sin v u ln e r a r la in t e g rid a d de n in gun o de
lo s do s o c u e s tio n ar su a u t o rid a d . E n ú lt im a in s t an c ia, t e n ía q ue h a ­
b e r u n a le y s a n c io n a d a p o r e l le g is la d o r d iv in o , p e ro a c c e s ib le a lo s
m o rtale s o rd in a rio s de un as m an e ras q ue n o re q u e ría n d e la r e v e la ­
c ió n d iv in a , aun c u an d o la re v e lac ió n d iv in a s irv ie r a p a ra c o n f irm ar
lo s d e s c u b rim ie n t o s de la raz ó n n a t u ra l. U n c ris t ia n o a r is t o t é lic o
c o m o T o m ás de A q uin o n o p o d ía c o n f o rm arse c o n un a so lu c ió n r e a l­
m e n te a v e rro ís t a, q ue p r e s u p o n ía un ú n ic o s is te m a j u ríd ic o . A sí, a
m en o s q ue e s tu v ie ra d is p u e s to a ac e p t ar u n a «d o b le v e r d a d », re lativ a
a lo s do s m un d o s c o m p le tam e n te s e p a rad o s , la le y n a t u r a l e ra un a
id e a altam e n te ú til.
U n a de sus gran de s f un c io n es e ra q ue p o d ía tan to s itu ar las as o c ia­
c io n es se c ulare s en un c o sm o s d iv in am e n te o rde n ado c o m o , al m ism o
tie m p o , c o n c e d e r a la c ivita s s e c u lar la in d e p e n d e n c ia re sp e c to de la
au t o rid a d e s p irit u a l, h ac ie n d o h in c ap ié en q ue la razó n h u m an a, aun
sin m e d iar la re ve lac ió n d iv in a, tie n e un ac c eso f un dam e n tal al b ie n . L a
c o n ven c ió n h um an a p u e d e , en re alid a d , c o m p le m e n tar la le y n atu ral, o
q uiz á m o dif ic ar sus p rin c ip io s se c un dario s. P o r eje m p lo , aun q ue to do s
lo s h o m b res so n, p o r n aturale z a, igu ale s , la e sc lav itud , q ue e x iste según
e l tu s g e n tiu m , p u e d e ju s t if ic ars e en re lac ió n c o n la le y n atu ral: si b ie n
n o e x is te n in gún p rin c ip io de n a t u rale z a q ue d ic te q ue un h o m b re
d e b a se r e l e sc lavo y o tro h o m b re , en c am b io , n o , la e s c lav itu d de un
h o m b re p o r o tro p u e d e ser, en o tro se n tido , n a t u ral a c ausa de la u t ili­
d ad , q ue d ic ta q ue , p ara e l e sc lavo , p u e d e ser ú til, t a l c o m o dijo A ris ­
tó te le s, e s tar b ajo e l do m in io de un h o m b re m ás sab io .
L a f u n c io n alid ad de la le y n at u ral, t a l c o m o T o m ás de A q uin o la
c o n c ib ió , se ilu s tra, m ás q ue en c u alq u ie r o tro lugar, en su c o n c ep c ió n
de la p ro p ie d ad . Y a h em o s visto c ó m o e l argum e n to do m in ic o so b re la
p ro p ie d ad re s p o n d ía a las c rític as de la I gle s ia y se rvía p ara h ac e r q ue
la in m e n sa riq u e z a ac u m u lad a f u e ra c o n siste n te c o n lo s p rin c ip io s de
las ó rde n e s m e n d ic an te s. P e ro T o m ás de A q uin o , en e ste p un to c o m o
en o tro s, e n c u e n tra c laram e n te tam b ié n un justo e q u ilib rio e n tre lo s
p rin c ip io s de la te o lo gía c ris tian a y lo s re q uisito s m un dan o s de la v id a
sec ular. D io s, argum e n ta, tie n e d o m in iu m so b re la n atu rale z a de las c o ­
sas m ate riale s , p e ro el h o m b re tie n e un d o m in iu m e f ec tivo so b re e l uso
q ue se les da. E n la n atu rale z a n o h ay n in gún p rin c ip io q ue de te rm in e
L a E d a d M e d ia 269
si la p o se sió n es, o d e b e ría ser, p riv ad a o c o m un al, p e ro la p ro p ie d ad
p riv ad a e x iste en v irtu d de l iu s g e n tiu m . M ie n tras q ue el m un do m ate ­
rial e stab a o rigin alm e n te d e stin ado al uso de to da la h u m an id ad , la u t i­
lid a d de la p ro p ie d ad p riv ad a lo h a h e c h o c o n siste n te c o n la le y n a t u ­
ral, e in c lus o sirve a un p ro p ó s ito m ás e le vado n o só lo c o n trib uye n d o
al so ste n im ie n to de las f am ilias, sin o tam b ié n al alivio de lo s p o b re s y al
f o m en to de l b ie n c o m ún .
E n la o b ra de T o m ás de A q uin o h ay severas c rític as m o rale s c o n tra
las p rác tic as e c o n ó m ic as de la u s u ra o el f raud e . E l c o m e rc io , p ara él,
n o es un a ac tiv id ad p artic u la rm e n te n o b le . P e ro au n q u e la id e a de
«p r e c io ju s t o » es f un d am e n tal p ara su f ilo so f ía é tic a, ac e p ta lo s b e n e f i­
c io s d e l c o m e rc io , c o m o c ab ría e s p e rar de un f iló so f o tan p ro f u n d a­
m en te arraigad o en un c en tro de p rim e r o rden de l c o m erc io m e die val
c o m o e ra la c iu d ad de P arís en el siglo X III. Y si p e rc ib e p e ligro s y r ie s ­
go s m o rale s en la riq ue z a y e l c o m erc io , q ue re q uie re n un a re gulac ió n
de la p ro p ie d ad y la ac tiv id ad c o m e rc ial a travé s de l de re c h o c iv il e in ­
c luso d e l go b ie rn o p rin c ip e sc o , sin lu g ar a dudas f avo re c e la p ro p ie d ad
p riv ad a y la riq u e z a c uan do se u tiliz an de ac ue rdo c o n la razó n .
El d e spl a z a m ie n t o d e l a s r e l a c io n e s c iv il e s po r l a s r e l a c io n e s
JU R Í D IC AS
L a d u alid ad d e l c ristian ism o o c c id e n tal, sin e m b argo , aún no es s u ­
f ic ie n te p ara e x p lic a r el p ap e l de c isivo q ue de se m p e ñ a la le y n atural. E s
p re c is o q ue asim ism o to m em o s en c o n s id e rac ió n la ab ru m ad o ra im ­
p o rtan c ia de la le y y e l de re c h o en ge n e ral p a ra e l o rde n m e die v al.
M ie n tras A ristó te le s se p re o c up ó p o r el p ap e l de lo s n o m o i en la p o lis ,
n o e n c o n tram o s n ad a q ue se asem e je a aq u e lla p re o c u p ac ió n p o r la le y
y q ue sea el p rin c ip io c o n stitutivo d e l o rde n so c ial q ue c arac t e riz a la f i­
lo so f ía de T o m ás de A q uin o . E sta d iv e rge n c ia re f le ja la dif e re n c ia e n tre
la c o m un idad c ív ic a de la p o lis an tigu a y la c o m p le ja re d de re lac io n e s
j u ríd ic a s y c o n trac tu ale s , tan to en e l sen o de e n tid ad e s c o rp o rativ as
c o m o e n tre e llas , q ue c o n stituía el o rde n m e die val. S i la te o ría p o lític a
de A ris tó te le s g u a rd ab a re lac ió n c o n el ac o m o do o e l ac u e rd o c ívic o
e n tre c lase s en un a so la c o m un id ad c ív ic a, lo s p e n s ad o re s m e d ie v ale s
e stab an m ás p re o c up ad o s p o r traz ar lo s lím ite s y c o n to rn o s de las e sf e ­
ras de au to rid ad e n tre juris d ic c io n e s q ue se s o lap ab an y riv aliz ab an , así
c o m o p o r n e go c iar las in te rac c io n e s e n tre m ú ltip le s c o m un idade s. N o
270 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
es c as ual q ue la te o riz ac ió n de la go b e rn an z a m e die v al e stuv ie ra do m i­
n ad a p o r ju ris tas ve rsado s en de re c h o c ivil y c an ó n ic o . E l c o n c ep to de
le y n a t u ral, im p re gn ad o ya de l an tiguo le galis m o ro m an o , e x te n d ió la
c o n c ep c ió n le galis ta d e l o rde n al c o sm o s en su to talid ad .
E l d e sp laz am ie n to de las re lac io n e s c ivile s p o r las re lac io n e s j u r íd i­
c as es m uy p ro f un do en la f ilo so f ía p o lític a m e die val. P o r e je m p lo , re ­
su lta v is ib le en la m ala trad u c c ió n q ue M o e rb e k e h ac e de A ris tó te le s ,
en la q ue la d e f in ic ió n de lo «p o lít ic o », c o m o h em o s visto , tie n e m en o s
q ue ve r c o n las re lac io n e s e n tre c iud ad an o s q ue c o n la le gitim id ad o no
d e l e je rc ic io de un do m in io . E n e l c o m e n tario q ue T o m ás de A q uin o
h ac e de la P o lític a de A ristó te le s, re sulta re v e lad o r q ue , au n q u e sigue el
e s tu d io q ue A ris tó te le s h ac e de la c iu d ad a n ía , trad u z c a la d is tin c ió n
e n tre e l ré gim e n «d e l r e y» y e l ré gim e n «p o lít ic o » de la m an e ra en q ue
M o e rb e k e lo h izo . A l ig u al q ue la c asa se c arac t e riz a p o r un ré gim e n
do b le , do m é stic o y de sp ó tic o (un o q ue rige a lo s m ie m b ro s de la f am i­
lia ; e l o tro , a lo s e sc lavo s), «la c iu d ad tam b ié n se rige p o r un do b le go ­
b ie rn o , es de c ir, e l p o lític o y e l re al, d e l rey. E l de l re y es sin d u d a un
go b ie rn o c uan do aq ue l q ue e stá al f re n te de la c iu d ad tie n e un a p o te s ­
tad p le n a. E n c am b io , el p o lític o es aq ue l go b ie rn o en e l q ue q uie n está
al f re n te de la c iu d ad tie n e un a p o te s tad q ue se h alla c o artad a p o r a l­
gun as de las le yes de la c iu d a d ».23 L a c ue stió n q ue in m e diatam e n te d e s­
tac a en e ste p asaj e es q ue da p o r se n tado el go b ie rn o m o n árq uic o , y no
d is tin gu e e n tre la m o n arq uía y las o tras f o rm as de go b ie rn o , sin o e n tre
f o rm as le gítim as e ile gítim as de go b ie rn o p rin c ip e sc o . P ue d e q ue h aya
razo n es p ara d u d ar in c lus o de q ue T o m ás p re f irie ra sin am b age s la m o ­
n arq u ía «p o lít ic a », au n q ue es tan po c o c laro so b re esta c ue stió n q ue h a
sido c o n s id e rad o de to do , d e sd e un m o n árq uic o ab s o lu tis ta h as ta un
p re c u rs o r de l c o n stituc io n alis m o m o de rn o . A q uí, la c ue stió n f u n d a­
m e n tal c o n c ie rn e , sin e m b argo , al c rite rio so b re e l q ue se h ac e e sta d is ­
tin c ió n y a c ó m o T o m ás de A q uin o re d e f in e lo «p o lít ic o » en c o n trap o ­
sic ió n a A ristó te le s.
P o r s up ue sto , es c ie rto q ue A ristó te le s d is tin gu e e n tre go b e rn an te s
le gítim o s e ile gítim o s, o e n tre go b e rn an te s q ue ac túan de ac ue rdo al in ­
te ré s c o m ún y go b e rn an te s q ue ac tú an p e n sad o en su p ro p io in te ré s .
P e ro la c arac t e rís tic a q ue de f in e e l go b ie rn o «p o lít ic o », c u a lq u ie ra q ue
se a q uie n lo e je rz a, n o es sim p le m e n te q ue sea le gítim o , sin o q ue o c u ­
rra en el sen o de un a c o m un idad de c iud ad an o s: n o só lo de h o m b res li-
2 3 . S e n t e n t i a L i b r i P o li t i c o r u m I , 1 , 5 .
L a E d a d M e d ia 271
b re s, es p re c is o p u n tu aliz arlo , sin o de c iud ad an o s, q ue en p rin c ip io e s ­
tán f ac ultado s p ara la p artic ip ac ió n p o lític a. E n c am b io , p ara T o m ás de
A q uin o , al ig u al q ue p ara o tro s p e n sad o re s m e d ie v ale s , el c e n tro d e l
d is c urs o p o lític o se ale j a de la c o m un id ad de c iud ad an o s a m e d id a q ue
ad a p t a lo «p o lít ic o » a las c o n dic io n e s d e l o rde n f e u d al, a su je ra rq u ía
de ran go s ju ríd ic o s y c o rp o rac io n e s.
H ay, sin d u d a, in d ic io s en la o b ra de T o m ás de A q uin o de q ue ,
aun q u e dé p o r se n tado el go b ie rn o d e l p rín c ip e , el go b ie rn o de a c u e r­
do c o n el b ie n c o m ún c o n lle va c ie rto tip o de c o n se n tim ie n to p o r p arte
de aq ue llo s q ue so n go b e rn ado s; la re lac ió n q ue se e stab le c e e n tre ello s
y q uie n lo s go b ie rn a tie n e algo d e l c arác t e r de un c o n trato q ue , q uiz á,
p u e d e f ac u ltarlo s p ara d e p o n e r o h asta m atar al tiran o .24 N o se trata,
sin e m b argo , de un de re c h o p riv ad o , sin o de un de re c h o p úb lic o , p e ro
tam p o c o es un de re c h o c ívic o q ue p e rte n e z c a a lo s c iu d ad an o s a título
in d iv id u al. Y si b ie n T o m ás de A q uin o n u n c a se m ue stra p re c is o c u a n ­
do t rat a e sta c ue stió n , es p ro b ab le q ue la au t o rid a d p ú b lic a en la q ue
re s id e el de re c h o sea, p ara é l c o m o p ara la m ayo ría de sus c o n te m p o rá­
n e o s, un a f un c ió n de ran go f e ud al o c o rp o rativo .
L as f ac u ltad e s rac io n ale s de la h u m an id ad , q ue p e rm ite n a lo s in ­
div iduo s ju z gar la re c titu d de la ley, p are c e n s u ge rir q ue to do s ello s e s ­
tán c ap ac itad o s p a ra p a rt ic ip a r en la s o b e ran ía, q ue re s id e en el c o n ­
jun to de la c o m un id ad o en algu n a e n tid ad re p re s e n tativ a. E sto p u e d e
sign if ic ar q ue las le yes q ue no se ade c úan a lo s p rin c ip io s de la razó n no
c o n lle van n in gu n a o b ligac ió n ab s o luta de o b ede c e r. L a de s o b e d ie n c ia
p u e d e , in c luso , se r n e c e saria c uan do se o rde n a a lo s in d iv id uo s q ue c o ­
m e tan un ac to im p ío . S in e m b argo , aun en el c aso de q ue llevem o s e s ­
to s atisb o s de c o n se n tim ie n to y re p re s e n t ac ió n h asta lo s lím ite s de su
in te rp re tac ió n , es im p o rtan te id e n t if ic a r las d if e re n c ias e n tre e stas
id e as y la an tigu a c o n c ep c ió n grie ga de la c iu d ad an ía. D eb eríam o s r e ­
c o n o c e r q ue , au n q u e en e l m un do c o n te m p o rán e o estam o s tan ac o s ­
tu m b rad o s a p e n s ar la p a rt ic ip ac ió n c ív ic a en té rm in o s de c o n s e n ti­
m ie n to y re p re s e n tac ió n , id e as c o m o las de T o m ás de A q uin o e stab an
m uc h o m ás arraigad as en e l o rden m edieval. N o c io n es c o m o , p o r e je m ­
p lo , la p artic ip ac ió n en la so b e ran ía, c o m o suge rim o s an tes en este c a ­
p ítu lo , tie n e n m en o s q ue ve r c o n un a c iu d ad an ía ac tiv a en un a c o m u­
n id a d c ív ic a, o aun c o n el tip o de p a rt ic ip ac ió n c ív ic a q ue e x is t ía a
p rin c ip io s de la E dad M e d ia en las as am b le as de h o m b re s lib re s , q ue
24. V é a s e , p o r e je m p lo , In Rom. 13 . 1. V . 6 .
272 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c o n la d is trib u c ió n de la so b e ran ía y la ju ris d ic c ió n en un a re d c o m p le ­
ja o rgan iz ativ a, c o n un a m u lt ip lic id a d de c o m un id ad e s c o rp o rativ as y
c o n la c o e x is te n c ia de v arias j e ra rq u ía s , s e c ulare s y e c le s iás tic as . E l
age n te «p o lít ic o » c e n tral, en e ste o rde n m e d ie v al, n o es e l c iu d ad an o
in d iv id u a l de la p o lis c lás ic a o e l h o m b re lib re de la é p o c a c aro lin gia,
sin o aq u e l q ue p o see algu n a ju ris d ic c ió n f e u d al o un a c o rp o rac ió n d o ­
tad a de sus p ro p io s de re c h o s ju ríd ic o s , un grado de auto n o m ía y, p ro ­
b ab le m e n te , un a c arta, f ue ro o e statuto en la q ue se de f in e su re lac ió n
c o n o tras c o rp o rac io n e s y p o te s tade s sup e rio re s.
T al vez b ajo e sta luz p o dam o s, tam b ié n , c o m p re n d e r m e jo r la c o n ­
c e p c ió n q ue T o m ás de A q uin o t ie n e de un a «c o n s titu c ió n m ix t a » — así
c o m o su ap are n te in c lin ac ió n h ac ia e lla— , q ue c o m b in a la m o n arq uía
c o n e le m e n to s p ro c e d e n te s de las o tras do s f o rm as de go b ie rn o . E sta
id e a p u e d e p are c e r in c o n sis te n te c o n su p re f e re n c ia in e q u ív o c a p o r el
go b ie rn o d e l p rín c ip e h asta q ue c o n side ram o s las re alid ad e s de la m o ­
n a rq u ía f e u d al, sie m p re e q u ilib ra d a s , en c ie rt a m e d id a, p o r e l p o d e r
autó n o m o se ñ o rial y e l p o d e r c o rp o rativo . P ue d e q ue T o m ás de A q u i­
n o se in c lin ara (m uc h o m ás q ue gran p arte de sus c o n te m p o rán e o s, en
to do c aso ) h ac ia un a m o n arq uía «d e san gre r e a l», y p u e d e h ab e r a lg u ­
n a j u s t if ic ac ió n p a ra c o n s id e rarlo un m o n árq uic o ab s o lu tis ta a v a n t la
le ttr e , p e ro , en la é p o c a y e l lu g a r en q ue vivió , un a m o n arq uía «a b s o ­
lu t a » lib re de la so b e ran ía p a rc e lad a e ra c asi in c o n c e b ib le .
L a c o n c ep c ió n de la j u s t ic ia q ue o f rec e T o m ás de A q uin o e stá m o ­
d e lad a p o r e stas re alid a d e s m e d ie v ale s c arac t e rís tic as y e stá d e f in id a
p o r su le galism o y o rgan iz ac ió n c o rp o rativa. L a j u s t ic ia, de n uevo , c o n ­
lle v a d ar a lo s o tro s lo q ue se m e re c e n . C o m o p rin c ip io g e n e ral de la
m o ralid ad , e x p re s a la re gla c ris tian a de «n o h ac e r al p ró jim o lo q ue no
q uie re s q ue te h a ga n », p ue sto q ue p re s up o n e c ie rta p re o c u p ac ió n p o r
e l b ie n de lo s dem ás. S u p ro p ia e sf e ra es la c o m un id ad , la c ivita s , c uyo
o b je to es e l b ie n c o m ún , en e l q ue lo s h o m b re s ap re n d e n a q u e re r el
b ie n de lo s de m ás tan to c o m o el suyo p ro p io . E n la c o n c e p c ió n de T o ­
m ás de A q uin o , sin e m b argo , to d av ía h ay, c o m o dijo b as tan te b ie n un
c o m e n tarista, c ie rto «re s a b io a lo f e u d a l» jun to c o n un a de f e re n c ia c i­
c e ro n ian a h ac ia e l ran go y lo s d e re c h o s d if e re n c ia le s :25 «U n a c o sa se
de b e — af irm a T o m ás de A q uin o — a un ig u al de un m o do , a un s u p e ­
rio r de o tro y a un in f e rio r aún de o tro ; así c o m o e x iste n d if e re n c ias e n ­
t re lo q ue es d e b id o p o r c o n trato , p o r un a p ro m e sa o p o r un f avo r d is ­
2 5 . C o le m a n , op. cit., pág . 97.
L a E d a d M e d ia 273
p e n s a d o ».26 S e t r at a de un c am b io raz o n ab le m e n te c laro re sp e c to de
A ristó te le s. A f in de c arac t e riz ar e ste c am b io , p o dríam o s s e ñ alar s im ­
p le m e n te la d if e re n c ia e n tre la c o n vic c ió n de T o m ás de A q uin o de q ue
«lo q ue se d e b e d e p e n d e de la p o sic ió n de q uie n lo r e c ib a », y la o p i­
n ió n de A ristó te le s de q ue la «p o s ic ió n es id e alm e n te u n a c o n se c ue n c ia
d e l m é rito m o r a l».27 C o n to do , e x is te o tra m an e ra de c o n s id e rar e sta
d if e re n c ia, q ue t a l vez no s d iga m ás de las d iv e rge n c ias e n tre el o rden
m e d ie v al de T o m ás de A q uin o y la p o lis de A ristó te le s.
N o h ay d u d a de q ue aun la n o c ió n aris to té lic a de un a igu ald ad p ro ­
p o rc io n al no es at rib u ib le al p rin c ip io de q ue lo q ue justam e n te se m e ­
re c e ve n ga d e te rm in ad o p o r c ie rto e stado so c ial c laram e n te de f in ido .
P o r e je m p lo , es c o m p atib le c o n la p o lis en la q ue dif e re n te s c lases c o m ­
p arte n c ie rto e status c ívic o . S in d u d a n o p u e d e , sin e m b argo , d e c irse
q ue las dif e re n c ias so c iale s n o de se m p e ñ e n n in gún p ap e l en la c o n c e p ­
c ió n aris to té lic a de la j u s t ic ia y aq ue llo q ue c ad a in d iv id uo m erec e . E n
e l e x am e n q ue h ac e d e l c o n f lic to e n tre las c o n c ep c io n e s — d e m o c rátic a
y o lig árq u ic a— de la j u s t ic ia, un a de e llas c o m p ro m e tid a c o n la ig u a l­
d ad «n u m é r ic a » y la o tra c o n la ig u a ld a d «p ro p o rc io n a l», A ristó te le s
de ja m uy c laro q ue am b as c o n c e p c io n e s so n in c o m p le tas, p ue sto q ue
ign o ran lo s c rite rio s ade c uado s de ig u ald a d y d e s igu ald ad , las c u a lid a ­
des q ue p ro p iam e n te d ic tan q ué m e re c e , en ju s t ic ia, c ad a h o m b re. E s
un e rro r supo n er, c o m o h ac e el d e m ó c rata, q ue to do s lo s h o m b res n a ­
c ido s lib re s so n igu ale s, y asim ism o es e rró n e o t ratar la riq ue z a, a la m a­
n e ra o ligárq u ic a, c o m o el c rite rio re le van te . L a m e dida m ás ad e c uad a es
la c o n trib uc ió n q ue lo s h o m b res h ac e n a la re aliz ac ió n d e l p ro p ó s ito
e se n c ial d e l e stado , la v id a re alm e n te b ue n a. C o n to do , e l c o m pro m iso
o ligárq u ic o c o n la ig u a ld a d p r o p o rc io n al, p ara A ris tó te le s , se ac e rc a
m ás a la f o rm a p e rf e c ta, en tan to q ue la id e a de m o c rátic a de la ju s t ic ia
c o m o ig u ald a d n u m é ric a es sin d u d a la peo r. A sim ism o , es e v ide n te
q ue , p a ra A ris tó te le s , es m ás p ro b ab le q ue lo s h o m b res de riq u e z a y
n o b le c un a alc an c e n las v irtud e s n e c e sarias q ue se re q uie re n p ara re c i­
b ir h o n o res y d e te n tar c argo s. E sto sign if ic a q ue , si b ie n es p re c is o a l­
c an z ar c ie rto s ac ue rdo s y ac o m o do s p a ra e v itar el c o n f lic to so c ial, el
e q u ilib rio n un c a d e b e ría in c lin ars e h ac ia la m an e ra de m o c rátic a de e n ­
te n d e r la ju s t ic ia o h ac ia la p artic ip ac ió n d e l d e m o s en la v id a c ívic a de
la p o lis m ás de lo q ue sea ab so lutam e n te n e c e sario p ara e v itar la s tas is .
26. I b id , p á g s . 9 7 - 9 8 .
27. I b id , p á g . 9 7 .
274 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P o r tan to , s e ría en gañ o so af irm ar q ue la c o n c e p c ió n q ue A ris tó t e ­
les h ac e de la j u s t ic ia es in trín se c am e n te m ás d e m o c rátic a q ue la de T o ­
m ás de A q uin o o q ue se p re o c up a m en o s p o r la d if e re n c ia so c ial. E n la
p o lis , en la q ue las c lases c o m p arte n un m ism o e status ju ríd ic o y c ívic o ,
la ig u a ld a d p ro p o rc io n al y la j u s t ic ia d if e re n c ial no p u e d e n d e t e rm i­
n arse p o r dif e re n c ias de e status ju ríd ic o . S in e m b argo , a A ristó te le s le
p re o c u p a m ás — y n o m en o s— la d if e re n c ia so c ial y las re lac io n e s de
c lase e n tre ric o s y p o b re s. L a c o n c e p c ió n q ue e lab o ra de la v irtu d m o ­
ral, c o m o h em o s visto , se h a lla p ro f un dam e n te in f lu id a p o r la d if e re n ­
c ia so c ial e in c lus o p o r c ue stio n e s de e stilo . A m e n udo p are c e q ue su
p rin c ip al m o de lo m o ral sea el señ o r aristo c rátic o . E n e l un iverso de T o ­
m ás de A q uin o , en c am b io , do n de las d if e re n c ias se h allan in e x t r ic a ­
b le m e n te liga d as a lo s p o d e re s «e x t ra e c o n ó m ic o s » y a la «p ro p ie d a d
p o lític am e n te c o n s t itu id a», lo s c rite rio s de d if e re n c ia tie n e n m en o s q ue
v e r c o n sim p le s d is tin c io n e s de riq ue z a y, en c am b io , m ás c o n las r e la ­
c io n es j u ríd ic a s , d if e re n c ias de e status ju ríd ic am e n t e d e f in id as , re de s
c o n trac tuale s y j e rarq u ías c o rp o rativas. L a c o n c ep c ió n aris to té lic a de la
j u s t ic ia, dic h o de o tro m o do , re f le ja, un a vez m ás, la p re o c up ac ió n del
e s t a g ir it a p o r e l ac u e rd o c ívic o e n tre c las e s , en tan to q ue T o m ás de
A q uin o e stá m ás p re o c up ad o p o r las c o m p le jid ad e s de la go b e rn an z a y
la ju ris d ic c ió n m e d ie v ale s , en un a s o c ie d ad en la q ue e l p o d e r e c o n ó ­
m ic o aún se h a lla e stre c h am e n te v in c u lad o al e status j u ríd ic o , las id e n ­
tid ad e s c o rp o rativas y lo s de re c h o s ju ris d ic c io n ale s .
Juan de Pa r ís*
A un q ue p u e d e q ue T o m ás de A q uin o n o e stu v ie ra tan d ire c tam e n ­
te in v o lu c rad o en las lu c h as p o r e l p o d e r q ue jalo n aro n su é p o c a, sus
ide as se rían de in m e diato e m p le adas p o r o tro s p e n sado re s p ara un a d e ­
f e n sa m ás c lara de un p o d e r te m p o ral f re n te al o tro . A sí, p o r e je m p lo ,
J u a n de P arís , q ue p ro b ab le m e n te f ue d is c íp u lo de T o m ás de A q uin o y
c ie rtam e n te e m p le ó argum e n to s to m istas, en su o p úsc ulo D e p o te s ta te
re g ia e t p a p a lt (h. 1 3 0 2 ) in te rvin o en las d is p utas q ue h ab ían ge n e rado
lo s c o n f lic to s e n tre e l re y F e lip e I V de F ran c ia y el p ap a B o n if ac io V I I I .
E n re sp ue sta d ire c ta a la b u la O n am s a n c ta m d e l p ap a, J u a n e x p uso la
c o n c e p c ió n d o m in ic a de la p ro p ie d ad y la re lac ió n e n tre d o m in iu m y
* J e a n Q u id o r t ( 1 3 0 6 ) . (N . d e l t. )
L a E d a d M e d ia 275
ju r is d ic tio c o n o b je to de e lab o rar un argum e n to q ue n o só lo ab o rd ase
la re lac ió n q ue la I gle s ia y e l e stad o m an te n ían f re n te a la p ro p ie d ad ,
sin o tam b ié n la re lac ió n e n tre e l p o d e r s e c u lar y e l e c le s iás tic o , así
c o m o lo s c o n f lic to s e n tre lo s re yes y lo s e m p e rad o re s d e l S ac ro I m p e ­
rio ro m an o .
D e ac ue rdo c o n p re o c up ac io n e s q ue e ran p ro p iam e n te f ran c e sas (y
a las q ue T o m ás de A q uin o , en sus ac tiv id ad e s p a ris in a s , sin d u d a no
f ue in d if e re n te ), J u a n d e b ía de e n c o n trar un e q u ilib rio f rágil: m ie n tras
e l re y f ran c és e stuv ie ra en c o n f lic to c o n e l p ap a, el re in o no ac e p taría la
le gitim id ad de l im p e rio y de sus p rín c ip e s germ án ic o s. E sto sign if ic ab a
q ue un argum e n to en de f e n sa de la m o n arq uía la ic a f re n te a la h e ge ­
m o n ía p ap al n o p o d ía f o rm u larse en té rm in o s q ue d ie ran re n o vada
f ue rz a a las p re te n s io n e s im p e riale s . J u a n de P arís af irm aría la a u t o ri­
d ad e s p iritu al d e l p ap a al tie m p o q ue n e garía q ue t u v ie ra un d o m in iu m
ab so luto y, p o r tan to , le n e garía la s u p re m ac ía te m p o ral. A l m ism o
tie m p o , argum e n tó q ue la u n iv e r s alid ad d e l re in o e s p irit u a l no p ue d e
ap lic ars e a lo s re in o s s e c ulare s , c o n sus c o n d ic io n e s d iv e rsas, lo c ual
sign if ic a q ue n un c a p u e d e h ab e r un im p e rio un iv e rsal.
J u a n se b asa en la te o ría de la re ale z a d e s arro llad a p o r T o m ás de
A q uin o , y so b re e lla c o n struye su te o ría de la p r o p ie d ad . E l argum en to
p ro v ie n e de la de f e n sa de la p ro p ie d ad p riv ad a en c o n tra de la p r o p ie ­
dad c o m un al, en razó n de q ue si to do se p o se ye ra en c o m ún , se ría d if í­
c il m an te n e r la paz. E l b ien c o m ún p u e d e alc an z arse m ejo r p e rm itie n do
q ue lo s in d iv id uo s saq ue n p artid o de su p ro p ie d ad b ajo la sup e rvisió n
de c ie rto tip o de p o te s tad s e c u lar c uya f in alid ad se a e l b ie n c o m ún .
J u a n , sin e m b argo , añ ad ió un im p o rtan te p e rf e c c io n am ie n to a la d is ­
tin c ió n q ue lo s do m in ic o s h ac ían e n tre p ro p ie d ad y ad m in istrac ió n . A l
d e f in ir e l d o m in iu m en té rm in o s m ás re s trin gid o s c o m o d o m in iu m in
re b u s — es de c ir, las c o sas m ate riale s — y n o c o m o se ñ o ría en un s e n t i­
do m ás am p lio , so stuvo q ue lo s in d iv id uo s tie n e n de re c h o s in alie n ab le s
de p ro p ie d ad q ue p ro vie n e n de su p ro p io t rab ajo e in d us tria y q ue p r e ­
c e de n a las in stituc io n e s se c ulare s y e c le s iás tic as.
E l e stad o se c ular, p o r tan to , t e n ía p o te s tad j u ris d ic c io n al p a ra r e ­
g u la r la p r o p ie d a d de lo s in d iv id u o s y a r b it r a r e n tre sus d is p u tas y
q u e re llas , p e ro n o te n ía n in gú n d o m in iu m . E l h e c h o de q ue lo s in d iv i­
duo s h ac e n d ad o s c o n se rv aran sus de re c h o s y auto n o m ía en re lac ió n
c o n lo s p o de re s d e l e stado c o n lle va q ue e l e stado e ra, en c ie rto se n tido ,
un p o d e r f id u c iario c uya au to rid ad e s tab a c o n d ic io n ad a p o r la p ro s e ­
c uc ió n d e l b ie n c o m ún . E n lo q ue a la I gle s ia se re f ie re , si b ie n la c o r­
276 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
p o rac ió n e c le s iás tic a p o se ía, c o le c tivam e n te , la p ro p ie d ad de las c o sas
m ate riale s , e sta p ro p ie d ad n o p e rte n e c ía a la I gle s ia y a sus sac e rdo te s
c o m o vic ario s de C risto o suc e so re s ap o stó lic o s, sin o q ue d e riv ab a de
las c o n c e sio n e s q ue le s h ab ían sido c o n f e rid as p o r go b e rn an te s o p o r
lego s p iado so s. E sto sign if ic ab a q ue n i el e stado n i el p ap ad o te n ían un
d o m in iu m ab so luto , p e ro , asim ism o , se h ac ía h in c ap ié en la in d e p e n ­
d e n c ia te m p o ral, in c lus o en la p re lac ió n , de lo s re ye s laic o s c o n r e la ­
c ió n al p ap a.
L o s argum en to s de J u a n de P arís so b re la p ro p ie d ad , la re ale z a y la
au to rid ad t e m p o ral re f le jan a to das luc e s las p re o c up ac io n e s de su é p o ­
c a y de su p aís , e n tre e llas las p artic u la rm e n te c o m p le jas re lac io n e s
f ran c e sas e n tre la m o n arq uía, e l p ap ad o , e l im p e rio y diversas re iv in d i­
c ac io n es de la auto n o m ía de la p ro p ie d ad , tan to si p ro c e d ían de lo s s e ­
ñ o re s f e ud ale s c o m o si lo h ac ían de las c o rp o rac io n e s. E l é n f asis q ue
h ac e en la in d iv id u a lid a d y lo s de re c h o s in d iv id uale s n o tie n e p o r q ué
in te rp re tars e c o m o un a an tic ip ac ió n d e l in d iv id ualis m o m o de rn o o , in ­
c luso , d e l c o n stituc io n alis m o m o de rn o . A l c o n trario , su argum e n to so ­
b re la p ro p ie d ad p riv ad a es in s e p arab le de lo s p rin c ip io s f e ud ale s y de l
c o rp o rativism o .
E n e l p e n sam ie n to p o lític o de J u a n de P arís , lo s in d iv id uo s c o n d e ­
re c h o s so n p o s e e d o re s in d iv id u a le s d e la p r o p ie d a d , au n q u e d e p e n d e
b astan te de c ó m o se c o n c ib a la p ro p ie d ad . I n c luso la p ro p ie d ad f e udal,
p o r c o n d ic io n al q ue f u e ra y al m arge n de las o b ligac io n e s q ue c o n lle ­
vara, e ra d e le gad a en in d iv id uo s ; p e ro esto s in d iv id uo s se de f in e n p o r
su id e n t id ad ju ríd ic a o c o rp o rativa. P o se e n su p ro p ie d ad n o só lo c o m o
h o m b re s lib re s , sin o c o m o se ñ o res o c o m o te rrate n ie n te s suje to s a las
o b ligac io n e s f e ud ale s y a la ju ris d ic c ió n se ñ o rial. Q uiz á de un a m an e ra
aún m ás f un d am e n tal, la o p in ió n de J u a n ac e rc a de la p ro p ie d ad p r iv a ­
da c o e x is te c o n un a c o n c e p c ió n de la c o m un id ad p o lít ic a c o n s t itu id a
p o r e n tid ad e s c o rp o rativas. S i e l e stado , en algún se n tido , es re sp o n sa­
b le de la p o sesió n in d iv id u a l d e la p ro p ie d ad , esto no s ign if ic a q ue esté
c o n s t itu id o p o r un a m u lt it u d de in d iv id uo s . E n té rm in o s m e d ie v ale s,
lo m ás p ro b ab le es q ue sign if iq u e q ue e l e stado e stá c o n stitu id o p o r el
«p u e b lo » y es re s p o n s ab le d e l «p u e b lo » c o m o u n a c o rp o rac ió n , o in ­
c lus o c o m o un a c o le c c ió n de c o rp o rac io n e s c uyo s re p re s e n t an te s h a ­
b lan en su n o m b re . L a id e a m ism a de q ue la at rib u c ió n de de re c h o s
in alie n ab le s a in dividuo s h ac e q ue e l go b ie rn o sea, en c ie rto se n tido , un
p o d e r f id u c ia rio n o es tan to u n a an tic ip ac ió n de l c o n stituc io n alis m o
m o de rn o c o m o un re siduo de la s o b e ran ía p arc e lad a f e ud al y de las r e i­
L a E d a d M e d ia 277
v in d ic ac io n e s de la auto n o m ía s e ñ o rial o c o rp o rativ a f re n te al e stado
c e n traliz ado r.
L a id e a de q ue e l go b ie rn o d e riv a su au t o rid a d d e l «p u e b lo » e ra
am p liam e n te ac e p tad a p o r lo s p e n sado re s m e die vale s y, en ge n e ral, se
e stab a de ac ue rdo en q ue lo s re yes te n ían el d e b e r de p ro te ge r lo s d e ­
re c h o s de sus súb dito s. E sto s p rin c ip io s e ran , n o o b stan te , c o m p atib le s
c o n un a am p lia gam a de c o m p ro m iso s p o lític o s , e n tre ello s la c o n v ic ­
c ió n de q ue e l p o d e r de l m o n arc a d e b ía ser p rác tic am e n te ilim itad o . E l
«p u e b lo », si ac aso , e ra in vo c ado — c o m o e n tid ad c o le c tiv a— m ás
c o m o un ap o yo de la au t o rid a d m o n árq uic a q ue c o m o un a lim itac ió n
de su po der, y m uc h o m en o s c o m o un a de f en sa de f o rm as de go b ie rn o
m ás de m o c rátic as . A un c uan do se c o n c e d ie ra al «p u e b lo » e l de re c h o a
d e p o n e r a lo s re ye s q ue n o c um p lían c o n su de b e r, ese de re c h o e ra
o to rgad o , de m an e ra c ara c t e rís t ic a , a un a e n tid ad c o rp o rativ a o a sus
re p re s e n t an te s , e n tre o tro s a lo s m agn ate s f e ud ale s de un tip o u o tro .
P ara J u a n de P arís , p o r ejem p lo , lo s de re c h o s de lo s in dividuo s p are c e n
c o n s tituir lím ite s sign if ic ativo s p ara e l go b ie rn o , lo q ue in c luso c o n lle ­
va e l de re c h o a de p o n e r a lo s re yes. S in e m b argo , in vo c a e ste de re c h o
en n o m b re de lo s m agn ate s f e udale s y lo h ac e p rim o rd ialm e n te c o n o b ­
je to de p riv ar de ese de re c h o al p u e b lo , m ie n tras q ue el p rín c ip e c o n ti­
n úa sien do e l árb itro de l b ie n c o m ún .28
C o n esto n o n e gam o s q ue las c o n c e p c io n e s f e u d ale s de la re lac ió n
f id u c ia ria e n tre lo s re ye s y e l p u e b lo , p o r e s tric t am e n t e q ue se d e f in a
e l té rm in o «p u e b lo », p o d ían im p o n e r se v e ras re s t r ic c io n e s al p o d e r
m o n árq u ic o . P e ro tam p o c o n e gam o s la p ro f u n d a in f lu e n c ia q ue e ste
tip o de id e as m e d ie v ale s t e n d rían en e l d e s arro llo d e l c o n s t it u c io n a ­
lism o m o d e rn o , p o r d e s o r ie n t ad o r q ue p u e d a p a r e c e m o s h a b la r de
e llo c o m o si se t r a t aran de an tic ip ac io n e s de la m o d e rn id ad . P r e c is a ­
m e n te p o rq ue se b as ab an en lo s p o d e re s autó n o m o s de lo s m agn ate s
o de las c o rp o rac io n e s , p o d ían , en re a lid a d , se r m ás re s tric tiv as de lo
q ue lo f ue ro n algu n as c o n c e p c io n e s p o s te rio re s d e l c o n s e n tim ie n to
in d iv id u a l, q ue — c o m o en e l c aso de T h o m as H o b b e s — in c lu s o p o ­
d ían av alar la m o n arq u ía ab s o luta. L as te o rías de la re s is t e n c ia ra d ic al
q ue af lo raro n en la F ran c ia d e l siglo X VI, p o r e je m p lo , s e gu iría n b a ­
sán d o se en la auto n o m ía de lo s m agn ate s y de las c o rp o rac io n e s urb a-
28. S e g ú n C a m b r i d g e H i s t o r y , « [ . . . ] e n F r a n c ia , e l d e r e c h o d e l p u e b lo p a r a d e p o ­
n e r a lo s r e y e s e r a n o r m a lm e n t e d e b a t id o s ó lo e n e l c o n t e x t o d e q u e s e im p u g n a r a n la s
p r e t e n s io n e s d e l p a p a d e e s t a r c a p a c it a d o p a r a h a c e r lo » ( p á g . 1 5 1 7 ) .
278 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
ñ as .29 T am p o c o f altaro n las te o rías c o rp o rativ is tas q ue p o n ían en te la
de ju ic io el do m in io auto c rátic o n o só lo in vo c an do p o de re s autó n o m o s
de e n tid ad e s c o rp o rativas o c o le c tivas p a rtic u lare s , sin o ac ud ie n d o a la
s u p e rio rid ad de un a c o rp o rac ió n de gran d e s p ro p o rc io n e s (in c lu siv e
ge n e ral) so b re la b ase d e l p rin c ip io de q ue el so b eran o o e l p ap a de b ían
se r sup e rio re s a c u a lq u ie r in d iv id u o in f e rio r, p e ro q ue e ran in f e rio re s
f re n te a un a e n tid ad c o rp o rativ a o c o le c tiv a c o n s tituid a p o r el c o n j un ­
to de to da la c o m un idad. E sta d o c trin a — q ue e n tre o tro s ap lic ó e l p ro ­
p io J u a n de P arís — f ue u t iliz ad a en c o n tra d e l p ap a, so ste n ie n do q ue
e l c ue rp o ge n e ral de lo s f ie le s c ris tian o s, en la f o rm a de un c o n c ilio g e ­
n e ral, e ra la au to rid ad e c le s iás tic a últim a q ue , in c lus o , p o d ía de p o n e r a
lo s p ap as.
E sta id e a f ue d e s ar ro llad a en la t e o ría c o n c iliar q ue f lo re c ió en lo s
siglo s X IV y X V. A m e d iad o s d e l siglo X I V, e l p ap ad o , en A viñ ó n , h ab ía
id o q u e d an d o c ad a vez m ás s u p e d it a d o a la in f lu e n c ia d e la m o n a r­
q u ía f ra n c e s a, y lo s p re t e n d ie n t e s q ue r iv aliz ab an p o r ad u e ñ ars e de l
p ap ad o en A viñó n y en R o m a se viero n in e v itab le m e n te in m e rso s en las
riv alid ad e s in te re s tatale s q ue e n f re n tab an a F ran c ia c o n sus ve c in o s
e uro p e o s. E n re sp ue sta a lo s c re c ie n te s c o n f lic to s en el sen o de la I g le ­
sia, q ue c o n e l tie m p o c o n duje ro n al C ism a de O c c ide n te (1 3 7 8 - 1 4 1 7 ),
lo s c o n c iliaris tas e lab o raro n la id e a de q ue la au t o rid a d ú ltim a en las
c o sas e s p iritu ale s n o e ra e l p ap a, sin o q ue la d e te n tab a la c o rp o rac ió n
de lo s c ris tian o s en la f o rm a de un c o n c ilio e c le s iás tic o ge n e ral. A u n ­
q ue surgió u n a re so luc ió n de un a s e rie de c o n c ilio s, e l c o n c iliarism o
dio p aso a un do m in io p ap al re n o vado , al tiem p o q ue p e rv iv ía c o m o un
m o de lo p ara las te o rías laic as de l go b ie rn o c o n stituc io n al.
P o r su im p o rtan c ia, n o o b stan te , c o n vien e te n e r p re s e n te q ue las
c o n c ep c io n es d e l c o n trato so c ial c o m o un a tran sac c ió n d e lib e rad a e n tre
in dividuo s q ue c o n sien ten y un go b ie rn o c uyo ún ic o p ro p ó sito es p ro ­
te ge r sus v id as, lib e rtad e s y p ro p ie d ad e s se f u n dam e n tan en c o n d ic io ­
n es b astan te dif e re n te s de aq ue llas q ue T o m ás de A q uin o o J u a n de P a­
rís asum ie ro n . C o n in d e p e n d e n c ia de q ue e stas c o n c e p c io n e s se an
ad u c id as en de f en sa de un a m o n arq uía ab s o luta o en ap o yo de c ie rto
tip o de go b ie rn o c o n stituc io n al lim itad o , p re sup o n e n , p o r un lad o , un
e stado c e n traliz ado , n o f ragm e n tado p o r un a so b e ran ía p arc e lad a y, p o r
29. L o s o p ú s c u lo s y lib e lo s d e la r e s is t e n c ia h u g o n o t e , c o m o e l V i n d i c i a e c o n tr a T y­
r a n n o s , a fir m a b a n e l d e r e c h o d e l « p u e b lo » a r e s is t ir in v o c a n d o p a r a e llo lo s p o d e r e s
in d e p e n d ie n t e s d e n o b le s y m a g is t r a d o s e n c o n t r a d e l re y.
L a E d a d M e d ia 279
o tro , un a c o m un idad p o lític a de in dividuo s de svin c ulado s de las id e n t i­
dade s c o rp o rativas. Y n o es un h e c h o b a la d í q ue un a id e a así af lo rara
p o r p rim e ra vez de un a f o rm a c lara en I n glate rra, do n de lo s p rin c ip io s
c o rp o rativo s e ran m ás d é b ile s y el p arlam e n to e ra c o n c e b ido c o m o un
c ue rp o re p re s e n tativ o — esto es, q ue re p re s e n t ab a a la c o m un idad n a ­
c io n al de in dividuo s lib re s — y c o m o un so c io en las f un c io n es le g is la t i­
vas de l estado c e n tral, sin c uyo c o n sen tim ien to e l re y no p o día go b ern ar.
Mar s il io d e Pa d ua
L o s p rin c ip io s c o rp o rativo s, c o m o h em o s visto , de se m p e ñ aro n un
p ap e l e se n c ial tan to en F ran c ia c o m o en I talia, de un a m an e ra q ue , en
c am b io , no se dio en I n glate rra. E sta d if e re n c ia re p re s e n t ab a d iv e rge n ­
c ia n o só lo en c uan to a lo s p ro c eso s de la f o rm ac ió n d e l e stad o , sin o
tam b ié n en c uan to a la n atu rale z a de la p ro p ie d ad . L a auto n o m ía c o r­
p o rativ a, al ig u al q ue o tras f o rm as de p o d e r f e u d al, p e rte n e c ía a la e s ­
t ru c t u ra de la so b e ran ía p arc e lad a, en c o n trap o sic ió n a un e stado c e n ­
traliz ad o . L as lib e rt a d e s , lo s p riv ile gio s y las p o te s tad e s c o rp o rativ as,
de un m o do q ue en n ad a se d if e re n c iab a de la se ñ o ría f e u d al, e ran f o r­
m as de p ro p ie d ad p o lític a c o n s t itu id a, un a f usió n de p o d e r p ú b lic o y
ap ro p iac ió n p riv ad a, en c o n traste c o n la ap ro p iac ió n in d e p e n d ie n te de
e status e x trae c o n ó m ic o o de p o te s tade s ju ris d ic c io n ale s .
L as d if e re n c ias e n tre M ars ilio de P ad u a y G uille rm o de O c kh am
ilu s tran b astan te b ie n lo s ef ec to s de e stas dif e re n c ias c o n te x túale s. A m ­
b o s f iló so f o s argum e n taro n en c o n tra d e l p o d e r p a p a l y am b o s, c o m o
c o n se c ue n c ia de e llo , b usc aro n re f ugio en la c o rte de L uis de B avie ra,
c uyas as p irac io n e s im p e riale s lo h ab ían lle v ad o a e n t ra r en c o n f lic to
c o n e l p ap ad o . S in e m b argo , sus e s trate gias de argu m e n tac ió n e ran
b as tan te dif e re n te s, y sus d if e re n c ias n o p u e d e n at rib u irs e s im p le m e n ­
te a de sac ue rdo s p o lític o s o de te m p e ram e n to : e l e x tre m ism o de lo s a r ­
gum e n to s an tip ap ale s de M ars ilio de P ad u a f re n te al e sf uerzo de G u i­
lle rm o de O c kh am p o r e n c o n trar un e q u ilib rio m en o s u n ilat e ra l e n tre
e l im p e rio y el p ap ad o . L o s do s p e n sado re s p artie ro n de sup ue sto s d i­
f e re n te s, y e stas d iv e rge n c ias re su ltan so rp re n d e n te m e n te c o n grue n te s
c o n las d if e re n c ias q ue e x iste n e n tre las c o m un as de c iu d ad an o s en I t a ­
lia y el e stado m e d ie v al in glés.
M ars ilio n ac ió en la c iu d ad de P ad u a (h. 1 2 7 5 ), en e l se n o de un a
f am ilia c uyo s m ie m b ro s se h allab an m uy c o m p ro m e tido s, c o m o juristas

280 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
de d e re c h o c iv il, n o tario s y m agis trad o s , en e l go b ie rn o c o m un al. E n
lu gar de se guir la tradic ió n f am iliar y d e d ic ars e a las le ye s , h izo e studio s
de m e d ic in a, p rim e ro en P ad u a y lue go en P arís , c iu d ad en la q ue e n ­
señ ó f ilo so f ía n atu ral y, en 1 3 1 3 , se c o n virtió en el re c to r de la u n iv e r­
sidad. S i b ie n el p ap a J u a n X X I I le h ab ía p ro m e tido q ue se b e n e f ic ia­
ría de la p ro m o c ió n e c le s iás tic a, sus e sp e ran z as se viero n f rustrad as. A l
m arge n de si esa de c e p c ió n tuvo algo q ue v e r o n o c o n el ve n e n o an t i­
p ap al q ue de stiló en sus esc rito s, lo c ie rto es q ue en tró al servic io de do s
de las gran de s f am ilias de l n o rte de I talia, la f am ilia D e ila S c ala de V e­
ro n a y lo s V isc o n ti de M ilán . A m b as f am ilias, c o m o e ra c o stum b re e n ­
tre la n o b le z a h ac e n d ad a, e ran de f irm e le alt ad im p e rial (gib e lin as ), en
un a ép o c a en la q ue P ad u a se h allab a b ajo la se ñ o ría p ap al (güe lf a).
E n su c é le b re tratad o an tip ap al, e l D e fe n s o r p a c is , q ue te rm in ó de
e sc rib ir en 1 3 2 4 , M arsilio p e rso n aliz ó sus elo gio s en la f igura de M atte o
V isc o n ti, q ue go b e rn ab a M ilán en c o n dic ió n de p o te s tá o «v ic a rio im ­
p e r ia l» y, en re alid a d , d e struyó el go b ie rn o c o m un al. S e rá im p o rtan te
re c o rd ar e ste h e c h o c uan d o e x am in e m o s las in te rp re tac io n e s c o n tra­
d ic to rias q ue se h an h e c h o d e l D e fe n s o r p a c is en e l se n tid o de un
o p ús c ulo re p u b lic an o o de un a f irm e de f e n sa d e l p o d e r im p e rial. S ea
c o m o f u e re , un a vez q ue la au to ría de e ste o p ús c u lo f ue a t rib u id a a
M arsilio , ya q ue d u ran te algún tiem p o c irc uló c o m o un a o b ra an ó n im a,
é ste tuvo q ue b u s c ar re f ugio en la c o rte de L uis de B avie ra. Y lle gó in ­
c luso a d ar su ap o yo sin am b age s a L u is f re n te al p a p a, al p un to de
ac o m p añ ar al re y d u ran te la in vasió n de I talia. P ue d e q ue las re lac io n e s
im p e riale s de M ars ilio se re f le jaran de un a m an e ra m uc h o m ás c lara en
su últim a o b ra, el D e fe n s o r m in o r , q ue en su o b ra m ás im p o rtan te . P ero
aún no s q u e d a p o r e x am in ar si en e l D e f e n s o r p a c is h ay, en re alid a d ,
c o n tradic c io n e s e n tre el M ars ilio de P ad u a re p u b lic an o y el p artid ario
de l im p e rio .
E x am in em o s p rim e ro su argum e n to an tip ap al. M ars ilio c o n s id e ra­
b a q ue el p ap ad o e ra la p rin c ip al am e n aza p a ra la p az e n E uro p a, y a t a ­
c ó lo s f un dam e n to s m ism o s de las p re te n s io n e s d e l p a p a a e je rc e r un
p o d e r p le n o , en re alid a d la n o c ió n m ism a de q ue e l p ap a y e l c le ro en
ge n e ral te n ían el de re c h o de e je rc e r un a p le n a au to rid ad te m p o ral. E l
argum e n to de M ars ilio n o es q ue e x istie s e n esf e ras s e p arad as de j u ris ­
dic c ió n , e c le s iás tic a y se c ular, sin o q ue la id e a m ism a de ju ris d ic c ió n no
p e rte n e c e al re in o e s p irit u a l. C o n tin úa su argum e n to en do s f re n te s:
p rim e ro e x am in a e l o rige n , la n a t u rale z a y e l p ro p ó s ito de la c o m un i­
d ad c ív ic a, m ás o m en o s de la m an e ra en q ue lo h ac e e l n aturalis m o
L a E d a d M e d ia 281
aris t o té lic o , y lue go c o n stru ye un a de f e n sa te o ló gic a y un argum e n to
h istó ric o q ue re lata la h is to ria de la I gle s ia de sp ué s d e la c aíd a y r e ­
m o n ta las as p irac io n e s p ap ale s h asta sus raíc e s im p e riale s ro m an as en
la c o n versió n de C o n stan tin o , el p rim e r e m p e rad o r c ris tian o .
E l p ro p ó s ito de la c o m un id ad c iv il, c o m o s u gie re M a rs ilio en el
p rim e r p árraf o d e l D e fe n s o r p a c is , c o n siste en c re ar las c o n d ic io n e s de
p az y so sie go q ue se re q u ie re n p a ra lo g r a r «e l m ayo r d e to do s lo s b ie ­
n es h um an o s [ . . . ] la s u f ic ie n c ia p ara v iv ir». L a t r a n q u ilid a d en la c iu ­
d ad o e l re in o s ign if ic a q ue c ad a u n a de sus p arte s p u e d e c u m p lir su
p ro p ia f un c ió n se gún la razó n y la c o stum b re q ue e sté en vigo r, en un a
arm o n ía o rgán ic a. E sto re q u ie re la im p o s ic ió n de la le y, y la c o n c e p ­
c ió n q ue M ars ilio tie n e de la le y es im p o rtan te p o r do s razo n e s en p a r ­
tic ular.
E n p rim e r lu gar, h ac e h in c ap ié en su f u n c ió n c o e rc it iv a c o m o un
m e d io p a ra alc an z ar la p az , y n o , al m o do aris to té lic o o to m is ta, c o m o
un m e dio p ara q ue lo s c iu d ad an o s se h ab itú e n a la v irt u d . E ste h in c a ­
p ié , a m e d id a q ue e lab o ra su argu m e n tac ió n , ac ab a p o n ie n d o c o n f ir ­
m eza, en m an o s de la au to rid ad se c ular, la ju ris d ic c ió n , al tie m p o q ue
d e s c arta la ju ris d ic c ió n e c le s iás tic a en la e sf e ra te m p o ral. L a p az c iv il
y e l so sie go so n re s p o n s ab ilid ad de lo s p o d e re s s e c ulare s , en tan to q ue
la I gle s ia no t ie n e f un c ió n c o e rc itiv a algu n a. L as re c o m p e n sas y c a s t i­
go s q ue e l c ris tian is m o p ro m e te ag u ard an en la o tra v id a, p u e sto q ue
la b e n e v o le n c ia de C risto p e rm ite e l arre p e n tim ie n to y e l ac to de c o n ­
tric ió n h as ta e l f in al. L a f un c ió n s ac e rd o tal, sin d u d a, es u n a p arte in ­
t e gran te de l o rd e n c iv il, al ig u al q ue lo so n las f un c io n e s m ilit a r y j u ­
d ic ia l. P e ro M ars ilio d e ja c laro q ue , en el do m in io te m p o ral, la I gle s ia
p e rm an e c e s u b o rd in ad a al p o d e r se c ular. E sto , sin e m b argo , n o s ig n i­
f ic a q ue su m an e ra de e n te n d e r e l e stad o p r e f igu re un e stad o s e c u lar
de c o rte m o de rn o . E l argum e n to de M ars ilio s igue e s tan d o , en e ste a s ­
p e c to c o m o en o tro s, f irm e m e n te e n raiz ad o en e l o rde n m e d ie v al, n o
só lo d e b id o a la im p o rtan c ia q ue c o n f ie re a la f un c ió n s ac e rd o tal, sin o
p o rq u e , c o m o te n dre m o s o p o rtu n id ad de v e r e n s e gu id a, e l c ue stio n a-
m ie n to de la au t o rid a d te m p o ral de la I gle s ia se lle v a a c ab o en n o m ­
b re de o tras re iv in d ic ac io n e s d e l p o d e r te m p o ral in c o n f u n d ib le m e n te
m e d ie v ale s.
E n se gun do lugar, la le y e m an a de un le gis lad o r h um an o q ue M a r­
silio id e n tif ic a c o n e l c o n jun to de to d a la c o rp o rac ió n c ívic a, «e l c u e r­
po un iv e rsal de c iu d ad a n o s » ( u n iv e r s ita s c iviu m ) . L a au to rid ad ú ltim a
d e l go b ie rn o c iv il d e riv a de la c o rp o rac ió n to tal de c iu d ad an o s y re-

282 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
q u ie re su c o n tin uo c o n se n tim ie n to . E s en e ste p un to do n de no s e n ­
f re n tam o s a la c ue stió n d e l re p u b lic an is m o de e ste f iló so f o y do n de
surge n algun o s p ro b le m as in m e d iato s. Y a h em o s s e ñ alad o q ue n o h a­
b ía n ad a de in só lito en e l p e n sam ie n to p o lític o m e die v al so b re la c o n ­
vic c ió n de q ue la au to rid ad c iv il d e riv ab a de l «p u e b lo ». A sim ism o , h e ­
m o s o b se rv ado q ue e sta p ro p o s ic ió n e ra p e rf e c tam e n te c o m p atib le y,
de h e c h o , e stab a c o m ún m e n te as o c iada c o n la de f en sa de p o de re s q ue
d is tab an m uc h o de ser de m o c rátic o s, al p un to de in c lu ir la m o n arq uía
ilim itad a. E l p ro p io M ars ilio d e ja c laro q ue la c o rp o rac ió n de c iu d a d a ­
n o s se h a lla re p re s e n t ad a y go b e rn ad a p o r un a p arte q ue m an da (p a r s
p rin c ip a n s ) , q ue p ue d e e star c o n stituid a p o r m uc h o s, un o s po c o s o h as ­
ta p o r un o so lo . D e un a m an e ra q ue re sulta aún m ás s ign if ic ativ a, sie m ­
p re m atiz a las re f e re n c ias q ue h ac e al c ue rp o un iv e rs al de c iu d ad an o s
c o n la e x p re sió n «o su p arte p re p o n d e ran t e » ( v a le n tio r p a rs , e x p re sió n
latin a q ue a vec es se h a trad u c id o c o m o la «p a r t e m ás g rá v id a ») , q ue en
ap arie n c ia p u e d e ser m uy lim itad a en n úm ero . N o só lo el p o d e r de e le ­
gir (o de p o n e r) a la p arte q ue go b ie rn a o p arte e je c utiv a, sin o in c luso la
f un c ió n le g is lat iv a y e l p o d e r f in al de c o n se n tim ie n to , p o r tan to , p o ­
d rían re s id ir en un n úm ero m uy p e q ue ñ o .
S in e m b argo , al ad s c rib ir la so b e ran ía a la c o rp o rac ió n de c iu d a d a ­
n o s, M arsilio ac ab aría yen do en lo f un dam e n tal m ás lejo s de lo q ue f u e ­
ro n o tro s p e n sad o re s m e d ie v ale s. «S u te o ría — e s c rib e un h is to riad o r
de l p e n sam ie n to p o lític o m e d ie v al— es la te o ría m e die val de la c o rp o ­
rac ió n », q ue c o n f iere gran c o n f ian za a la c ap ac id ad de l c ue rp o c o rp o ra­
tivo (a d if e re n c ia de un o o vario s h o m b re s sab io s in d iv id u a le s ), tan to
c o m o la u n ive rs ita s c iviu m y c o m o un a c o m un id ad de fe, la c o n g re g a tio
f id e lis o u n ive rs ita s f id e liu m , p a ra ju z gar y h ac e r c um p lir las le ye s q ue
m ás p ro p ic ian la v id a s u f ic ie n te .30 L a te o ría q ue e lab o ra tam b ié n d e s ta­
c a p o r su in s is te n c ia en la u n id ad de ju ris d ic c ió n , al c o lo c ar p o r e n tero
e l p o d e r le gis lativ o en m an o s de la c o o p e rac ió n de c iud ad an o s. N ie ga
la f ue rz a (de h e c h o , la e x iste n c ia) de l de re c h o c o n su e tu d in ario . L a te o ­
ría de M ars ilio , asim ism o , re s u lt a p e c u liar en la in sis te n c ia q ue h ac e en
la u n id ad de ju ris d ic c ió n , h e c h o q ue c o lo c a al p o d e r le gis lativ o en m a­
n o s de la c o rp o rac ió n c ívic a. T am b ién n ie ga la f ue rz a d e l d e re c h o c a ­
n ó n ic o , lo c u al, sin d u d a, es d e c isivo p a ra at ac ar e l p o d e r p ap al. S in
e m b argo , sigue p lan t e ad a la c ue stió n — so b re la q ue vo lve re m o s— de
c ó m o , o si, e sto s p rin c ip io s c uad ran c o n un a de f e n sa d e l p o d e r im p e-
3 0 . C o le m a n , op. cit., p á g . 13 7 .
L a E d a d M e d ia 283
ria l o , en re alid a d , ap o yan el tip o de p o te s tad se ñ o rial de la q ue d is f ru ­
tab an lo s V isc o n ti.
E l argum en to so b re e l o rigen y e l p ro p ó sito de l o rden c ivil se a p u n ­
tala en e l se gun do disc urso de l D e fe n s o r p ac is , c o n argum en to s de o rden
te o ló gic o , in te rp re tac io n e s de las E s c rituras y de varias f uen tes c an ó n i­
c as q ue ve rsan so b re la au to rid ad e c le s iás t ic a, jun to c o n un c o m p le jo
argum en to de o rden h istó ric o ac e rc a de l o rigen de l p o d e r p ap al. M a rs i­
lio utiliz a las E sc rituras y el e jem p lo de J e s u c ris to , su p o b re z a y b o n dad,
p ara de m o strar q ue la I gle s ia no tie n e p ap e l algun o q ue de se m p e ñ ar en
lo s asun to s te m p o rale s o en la go b e rn an z a c o e rc itiv a. E l p ro p ó sito de l
argum e n to h istó ric o es de m o strar q ue la h is to ria de la I gle s ia es, p o r
d e c irlo c o n las p alab ras de un c o m e n taris ta, «u n a h is to ria de p e rv e r­
sió n grad u al an im ad a p o r el p ap ad o », im p u ls ad a p o r la «c o d ic ia de p o ­
se sio n e s te m p o rale s y la am b ic ió n de d o m in iu m s e c u la r», c o m o c o n se ­
c ue n c ia de lo c ual lo s sac e rdo te s ac tuale s so n la an títe sis de J e s u c ris to
y sus ap ó sto le s.31
E ste p ro c eso de c o rrup c ió n , según M ars ilio , em p ezó p a rad ó jic a­
m en te c o n la c o n versió n de C o n stan tin o . A n tes de la c o n versió n , e x istía
un a d is tin c ió n c lara e n tre la I gle s ia y e l le gis lad o r h um an o , q ue e ra un
in f ie l. E sto sign if ic ab a q ue la I gle sia y el o b isp o de R o m a e stab an o b li­
gado s a ac e p tar un a sue rte de p re e m in e n c ia in s tituc io n al, ac tuan do en
n o m b re de la c o m un id ad c ris tian a, q ue no p o d ía re u n irs e lib re m e n te
p ara d e lib e rar so b re asun to s de la fe. U n a vez q ue la c o n versió n de
C o n stan tin o h izo p o sib le q ue lo s c ris tian o s se re u n ie ran y re gularan
c ue stio n e s tan to de rito c o m o de f e, ya n o f ue n e c e sario q ue la I gle sia o
e l p ap a ac tu aran en n o m b re de to do s lo s c ristian o s. S in e m b argo , f ue
p re c isam e n te en to n c es c uan do lo s o b ispo s de R o m a se arro garo n la
p re e m in e n c ia so b re el resto de lo s o b isp o s y sac e rdo tes. L o h ic ie ro n así
b asán do se en la llam ad a «D o n ac ió n de C o n s tan tin o », un e dic to q ue , se
sup o n ía, h ab ía o to rgado s up e rio ridad al p o n tíf ic e ro m an o , san S ilvestre.
S i b ie n la au te n tic id ad de la do n ac ió n s iem p re estuvo c ue stio n ada, M a r­
silio o p ta p o r ac e p tarla c o m o un h ec h o h istó ric o , y so stie n e q ue, m ie n ­
tras C o n stan tin o s e guía sim p le m e n te y c o n b ue n as in te n c io n e s lo q ue
h ab ía sido la p rác tic a de la I gle s ia p rim itiv a en lo s tiem p o s de lo s e m p e ­
rado re s p agan o s, las c irc un stan c ias h ab ían c am b iado de m an e ra rad ic al
y las c o n se c ue n c ias f uero n desastro sas. A h o ra q ue e l le gis lad o r h um an o
3 1. G e o r g e G a r n e t t , M a r s i li u s o f P a d u a a n d « T h e T r u th o f H i s t o r y » , O x fo r d U n i­
v e r s it y P r e s s , O x fo r d , 2 0 0 6 , p á g . 14 6 .
284 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
e ra tam b ié n un c re ye n te , un n uevo gé n e ro de divisió n se ab ría e n tre el
le gis lad o r h um an o c ristian o y las in stituc io n e s de la I gle sia. M ie n tras la
u n ive rs ita s f id e liu m y la u n ive rs ita s c iviu m p e rm an e c ían un idas y e l c ris ­
tian ism o m e jo rab a al le gis lad o r h um an o , las am b ic io n e s t e m p o rale s, lo s
b e n e f ic io s de lo s c argo s e c le siástic o s y la p ro p ie d ad ib an c o rro m p ie n do
de m an e ra p au latin a las in stituc io n e s de la I gle sia y al c le ro .
S in e m b argo , n o re s u lt a e v ide n te , de in m e d iato , e l m o do en q ue el
S ac ro I m p erio ro m an o ap are c e en e ste argum e n to . S i b ie n M ars ilio s u ­
gie re q ue la le y h um an a p ue d e c um p lir m e jo r su p ro p ó s ito de c re ar las
c o n dic io n e s de p az, so siego y v id a suf ic ie n te c uan do la I gle s ia y la c o ­
m u n id ad c ív ic a so n un a y lo m ism o , tam b ié n de ja m arge n p a ra un a
m ultitu d dif e re n te de c o m un idade s c ívic as q ue se auto go b ie rn an , c o m o
las c iud ad e s- e s tad o it alian as . A p rim e ra v ista, no ab o ga p o r un im p e rio
u n iv e rs al q ue un a a la c o m u n id ad e s p ir it u a l de lo s c ris tian o s c o n un
im p e r iu m te m p o ral c o e x te n s ivo . S in e m b argo , se h a so ste n ido c o n v in ­
c e n te m e n te q ue , en lo q ue a esto re sp e c ta, M ars ilio t ie n e m uc h o en c o ­
m ún (m ás de lo q ue h ab itu alm e n t e se c re e) c o n e l p o e ta D an te , q uie n
en su D e M o n a r c h ia de f e n d ió , de m an e ra in e q u ív o c a, un so lo s o b e ra­
n o u n iv e rs al (q ue re s u lt ab a se r e l e m p e rad o r ro m an o ).32 M ie n tras
D an te ac e p tab a la n e c e s id ad de q ue h u b ie ra le ye s d if e re n te s p a ra c o n ­
d ic io n e s d if e re n te s, in s is tía e n q ue , en asun to s c o m un es al c o n jun to de
la h u m an id ad , d e b e h ab e r un so lo p rín c ip e sup rem o . M ars ilio n o lle ga
tan le jo s y, en re alid a d , p are c e n e gar se m e jan te n e c e s id ad . S in e m b ar­
go , n o argu m e n ta q ue un so b e ran o un iv e rs al sea in n e c e sario p ara m an ­
te n e r la p az e n tre lo s f ie le s. M ás b ie n so stie n e q ue la n e c e s id ad de un
ju e z c o e rc itiv o u n iv e rs al no h a sido aún d e m o s trad a «c o m o n e c e s aria
p a ra la salvac ió n e t e r n a ». Y af irm a q ue «p a r e c e h ab e r e n tre lo s f ie le s
un a m ayo r n e c e s id ad de esto q ue de un o b isp o u n iv e rs al, p o rq ue un
p rín c ip e un iv e rsal es m ás c ap az de p re s e rv ar la u n id ad de lo s f ie le s q ue
un o b isp o u n iv e r s a l».33
S i un p rín c ip e un iv e rs al se rv iría p ara e l ú t il p ro p ó sito de m an te n e r
la p az e n tre lo s f ie le s, y si la u n id ad e n tre lo s f ie le s en aras de la s alv a­
c ió n n o p u e d e lo grars e sin an te s alc an z ar la u n id a d p o r e l b ie n de la
p az, c ie rtam e n te p u e d e de f e n de rse la f igu ra de un so b eran o u n iv e rsal o
32. G a r n e t t , o p . c it . , s o b r e t o d o p á g s . 1 6 0 - 1 6 4 , e s b o z ó e l a r g u m e n t o q u e e x p o n e ­
m o s a q u í y e n e l p á r r a fo s ig u ie n t e . P a r a u n e n fo q u e d ife r e n t e d e M a r s ilio , v é a s e C a r y
N e d e r m a n , C o m m u n i t y a n d C o n s e n t : T h e S e c u la r P o l i t i c a l T h e o r y o f M a r s i g li o o f P a ­
d u a ’s D e f e n s o r P a c i s , R o w m a n & L it t le fie ld , L a n h a m , 1 9 9 5 .
33. D e f e n s o r p a c is , 11 . 2 8 . 15 .
L a E d a d M e d ia 285
jue z c o e rc itivo . E n e l D e fe n s o r p a c is , M ars ilio su gie re v arias vec es q ue ,
si b ie n diversas p ro v in c ias y c iud ad e s tie n e n a sus p ro p io s le gis lad o re s ,
é sto s de b e n so m e te rse al le g is lad o r h um an o sup re m o d e l I m p e rio ro ­
m an o p a ra e vitar, p re c is am e n t e , e l e stad o de g u e rra q ue e x is te en el
sen o de l S ac ro I m p e rio ro m an o , do n de e l p ap a h a u s u rp ad o e l p ap e l
de l le g is lad o r h um an o un iv e rs al. P u e d e q ue e sta c o n c e p c ió n d e un
p rín c ip e un iv e rs al n o te n ga e l alc an c e ge o gráf ic o d e l im p e rio un iv e rs al
q ue D an te p ro c lam a, p e ro sugie re q ue el e m p e rad o r d e se m p e ñ a un p a ­
p e l e se n c ial en re vo c ar la u surp ac ió n p ap al q ue h a d e stru id o la p az en
e l sen o de las f ro n te ras v ige n te s d e l S ac ro I m p e rio ro m an o . L a p o s te ­
rio r o b ra de M ars ilio y lo s se rvic io s p re s tado s a L uis de B avie ra se aj u s ­
tan a la p e rf e c c ió n c o n e ste argum en to .
¿E sta in te rp re tac ió n de M ars ilio e n c aja c o n el re p ub lic an ism o q ue
c o m ún m e n te se le at rib u ye ? Y si en re alid a d f ue un re p u b lic an o , ¿ d e ­
b e m o s ac e p tar q ue sus in c lin ac io n e s re p u b lic an as en e l D e fe n s o r p a c is
se vie ro n m o d if ic ad as p o r la e x p e rie n c ia q ue vivió en la c o rte de L u is
de B av ie ra, al p un to de h ac e rs e en e l D e fe n s o r m in o r m ás c laram e n te
p a rt id ario d e l im p e rio ? O dic h o de o tro m o do : ¿de b e m o s e sc o ge r e n ­
tre un a in te rp re tac ió n re p u b lic an a y o tra im p e rialis ta de M ars ilio ? A l­
gun o s c o m e n taristas h an se ñ alad o , de un a m an e ra b as tan te se n sata,
q ue , a te n o r de las re alid ad e s de las c iu d ad e s - e s tad o it alian as , n o es n e ­
c e sario h ac e r esa e le c c ió n , p ue sto q ue b ajo la se ñ o ría d e l S ac ro I m p e ­
rio ro m an o (aun c uan d o e l p o d e r im p e rial sie m p re ap o yó al go b ie rn o
de las se ñ o rías y n o al c o m un al) p o d ían e x is t ir las c o m un as q ue se g o ­
b e rn ab an a sí m ism as c o n un a c o rp o rac ió n c ívic a ac tiva. S in e m b argo ,
es p re c is o añ ad ir algo m ás. E n e l argum e n to de M a rs ilio , lo q ue s o r­
p re n d e es q ue su llam am ie n to en f avo r de la ju ris d ic c ió n u n it aria, q ue
es tan c arac t e rís tic a e n tre lo s p e n sado re s m e d ie v ale s, só lo se ap lic a a la
divisió n e n tre la I gle s ia y el go b ie rn o sec ular. N o e lab o ra un argum en to
c o m o é ste en c o n tra d e l p o d e r f e u d al de lo s s ig n o ri' , p are c e c o m p le ta­
m e n te ajen o a la am e n az a q ue sup o n en p ara la p az c iv il — un a am e n aza
q ue , en c am b io , n o e sc ap ó a la p e rc e p c ió n de sus c o n te m p o rán e o s— ,
en agudo c o n traste c o n su visió n ap o c alíp tic a d e l p e ligro q ue sup o n e el
p ap ado . D esp ués de h ab e r e stab le c id o un a ú n ic a c o rp o rac ió n c ivil a p a ­
re n te m en te u n if ic ad a, de ja in tac to — y, en la p rác tic a, de h ec h o ap o ya—
un o dé lo s p rin c ip ale s de saf ío s p ara la u n id a d c ív ic a y la ju ris d ic c ió n
u n it aria.
Q uizás h aya un a e x p lic ac ió n q ue p e rm ita te n e r en c ue n ta to das las
c o m p le jid ad e s p re s e n te s en la te o ría p o lític a de M ars ilio . S e ría p e rf e c -
286 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
tam e n te atin ado so ste n e r q ue , dado e l au té n tic o h o rro r q ue le in s p ira ­
b an las am e n azas q ue p ara la p az en E uro p a sup o n ían las p re te n sio n e s
p ap ale s , se sin tió o b ligad o , a p e s ar de su p ro f un d a c o n vic c ió n re p u b li­
c an a, a d e f e n d e r a lo s p a rt id ario s s ig n o ria le s d e l p o d e r im p e rial. S in
e m b argo , p o r un m o m e n to sup o n gam o s q ue ju s tam e n te lo c o n trario
f ue ra c ie rto : q ue re alm e n te c re ía en h o m b re s c o m o M atte o V isc o n ti y
q ue su argum e n to en c o n tra de l p ap a e stuv ie ra, al m en o s en c ie rta m e ­
d id a, in s p irad o p o r e sta le a lt a d h ac ia lo s s ig n o ri. ¿P o d r ía h ab e r algún
m o do en el q ue sus id e as , a p rim e ra v is ta re p u b lic an as , ac ab aran s ir ­
vien do a e sta c ausa?
E n las c o n dic io n e s c o n c re tas de las c iud ad e s - e s tad o it alian as y, en
e s p e c ial, en su P ad u a n atal, q ue h ab ía s uf rid o d ram átic o s c am b io s de
do m in io e n tre güe lf o s y gib e lin o s , su argum e n to p o d ría h ab e rs e e m ­
p le ad o f ác ilm e n te en ap o yo de la c o m un id ad c ívic a do m in ad a p o r un a
f ac c ió n s e ñ o rial g ib e lin a b ajo la p ro te c c ió n im p e rial. E n re a lid a d , r e ­
su lt a d if íc il im agin ars e un m o do m ás e f e c tiv o de d e f e n d e r la p o sic ió n
gib e lin a en el c o n te x to de las c o rp o rac io n e s c ívic as it alian as , la d e f e n ­
sa, en c ie rto m o do , de lo s V isc o n ti de M ilán c o n tra lo s güe lf o s de P a ­
dua. S in d ud a es c ie rtam e n te p o sib le , e in c lus o p ro b ab le , q ue e l ap o yo
q ue M arsilio m an if ie sta h ac ia lo s V isc o n ti e stuv ie ra ate m p e rado p o r lo s
se n tim ien to s f av o rab le s a un go b ie rn o m ás c o m un al q ue e l e je rc id o p o r
la se ñ o ría p ara la q ue trab a j ab a, aun c uan do e l c ue rp o c ívic o en c u e s ­
tió n p u d ie ra ser un a o ligarq u ía re s trin gid a (aun q ue e l go b ie rn o se ñ o rial
p u d ie ra m an te n e r las f o rm as de un auto go b ie rn o c o m un al). L o m en o s
q ue p u e d e d e c irse es q ue in c lus o la in te rp re tac ió n m ás re p u b lic an a de l
D e fe n s o r p a c is no e x c lu ye la o ligarq u ía, en tan to q ue e l ap o yo q ue M a r­
silio b r in d a a la se ñ o ría d e l S ac ro I m p e rio ro m an o tie n d e al do m in io
o ligárq u ic o de n o b le s f e ud ale s c o m o lo s V isc o n ti.
R e s u lta sign if ic ativ o q ue c uan d o M a rs ilio c ara c t e r iz a las «p a r t e s »
de la c iu d ad o la c o rp o rac ió n c ívic a, lo h ac e de un a m an e ra q ue en v e r­
dad o to rga un a c o n dic ió n p riv ile gia d a a la f un c ió n m ilitar, c o n ve n c io ­
n alm e n te as o c iad a a la aris t o c rac ia f e ud al. D e las diversas o c up ac io n e s
o p arte s de la c iu d ad — q ue según A ristó te le s, tal c o m o c o m en ta M a r ­
silio , so n seis: «a g ric u lt u ra , m an u f ac tura, m ilitar, f in an c ie ra, s ac e rd o tal
y j u d ic ia l o de c o n s e je ro »— , só lo la s ac e rd o tal, la m ilit a r y la j u d ic ia l
«s o n p arte s p o r e x c e le n c ia de la c iu d ad ; en las c o m un id ad e s c ivile s,
sue le n ser d e n o m in adas, tam b ié n , p arte s h o n o rab le s ( h o n o r a b ilita s ) ». 34
34. Defensor pacis, 1. 5 . 1.
L a E d a d M e d ia 287
L a m u lt it u d p le b e ya p e rte n e c e a las p a rt e s de la c iu d a d só lo en «u n
se n tid o a m p lio », p o rq u e sirv e a sus n e c e s id ad e s . A q ue llo s q ue se d e ­
d ic an a la p ro d u c c ió n o al c o m e rc io — y e sto in c lu ye al p a t r ic ia d o
m e rc a n t il— f o rm an p arte de a q u e lla c at e go ría q ue A ris tó t e le s d e n o ­
m in a «c o n d ic io n e s », en tan to q ue lo s s ig n o r i s e rían au t é n t ic a s «p a r ­
t e s ». E l h in c ap ié q u e M a rs ilio h ac e en la f un c ió n c o e rc it iv a de la le y
p a re c e re f o rz ar in c lu s o e s te p un to : «D a d o q ue las s e n te n c ias de lo s
ju e c e s — e s c rib e M a rs ilio — so b re b rib o n e s y re b e ld e s tie n e n q ue h a ­
c e rse c u m p lir p o r m edio de la f u e rz a c o rre c tiv a, e ra n e c e s ario in s t it u ir
d e n tro de la c iu d ad un a p arte m ilit a r o d e f e n s iv a, p o r la q ue ve lan
t am b ié n m uc h as de las arte s y de lo s o f ic io s m e c án ic o s ».35
E l m ism o argum e n to q ue se h a lla en el c e n tro de l «r e p u b lic a n is ­
m o » de M arsilio , su e x altac ió n de la c o rp o rac ió n c ívic a, se p u e d e c o n ­
s id e r a r q ue d e se m p e ñ a un p ap e l d e c isivo en e l ap o yo de lo s in te re s e s
s e ñ o riale s. ¿Q ué grado de p e rs uasió n p o d ría ten er, al fin y al c ab o , e x ­
p o n e r las razo n e s q ue j u s t if ic ab an la c ausa gib e lin a c o n tra la d o m in a­
c ió n güe lf a y la se ñ o ría p ap al atac an d o ab ie rtam e n te e l auto go b ie rn o
c o m un al en p ro ve c h o de un a s ig n o ria d e s p iad ad a q ue e stab a en m an o s
de u n a f am ilia aris t o c rát ic a ? E n ge n e ral, lo s p o d e re s de las f ac c io n e s
m e rc an tile s an tis e ñ o riale s re s id ían en lo s gre m io s y en las c o rp o rac io ­
n es c as i autó n o m o s q ue se au to go b e rn ab an . P o r tan to h u b ie ra sido
m uc h o m ás e f ec tivo e m p e z ar p o r at ac ar la au to rid ad autó n o m a de las
c o rp o rac io n e s in f e rio re s , in vo c an do la c o rp o rac ió n m ás ge n e ral e in ­
c lusiv a de la c o m un a c ívic a ( ¡u n c o rp o rativism o de v e r d a d !) . L o s m o ­
n arc as ab so lutistas ad o p tarían , tie m p o de sp ué s, un a e s trate gia an álo ga
al af irm ar q ue re p re s e n t ab an la v o lu n tad ge n e ral de un a e n t id a d c o r­
p o rativ a de c arác t e r in c lusivo , algo p are c id o a la n ac ió n , f re n te a lo s in ­
t e re se s p a rtic u lare s de lo s aris tó c ratas f e u d ale s , las au to rid ad e s m u n i­
c ip ale s autó n o m as u o tras c o rp o rac io n e s m en o re s. L a c o n c ep c ió n q ue
M ars ilio tie n e de la c o rp o rac ió n c iv il p o d ría e n to n c e s re s p ald ars e im ­
p ugn an d o la au to rid ad p a p al q ue ap o ya in te re s e s c o rp o rativo s c o n tra­
rio s a las se ñ o rías, y d e f e n die n do , lue go , las p o te s tad e s im p e riale s q ue
s u s te n tab an a lo s «v ic a rio s im p e ria le s » de la aris t o c r ac ia c o m o las
d in as tías de lo s V isc o n ti y D e ila S c ala.
35 . D efensor pacis, 1.8.5.
288 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
G u il l e r mo de Oc kh a m
A un un a re f le x ió n p u n tu al d e b e ría p o n e r de m an if ie sto lo in c o n c e ­
b ib le q ue e ran lo s argum e n to s de este tip o en un c o n te x to s o c ial d if e ­
re n te c o m o la I n g lat e rra de G uille rm o de O c kh am . C u ale s q u ie ra q ue
f ue ran las razo n e s q ue , al re f le x io n ar so b re las c o n d ic io n e s in gle sas,
p u d ie ra te n e r un p e n s ad o r in glé s p ara d e f e n d e r la au t o rid a d im p e rial
f re n te a la p ap al, e n tre e llas n o se c o n tab an lo s c o n f lic to s c ivile s s in gu ­
larm e n te italian o s q ue e n f re n tab an a las f ac c io n e s q ue ap o yab an y eran
re sp ald ad as p o r un o u o tro de esto s do s gran de s p o de re s. D e un a m a­
n e ra m ás f un d am e n tal, aun si re c h azam o s un a in te rp re tac ió n tan p a r t i­
d is ta c o m o é sta de M ars ilio y c o n c ede m o s el b e n e f ic io de la d u d a a su
re p ub lic an is m o , la c o n f ian za q ue de p o sitó en lo s argum e n to s c o rp o ra-
tistas n o e n c o n trarían , en I n glat e rra, n ad a q ue tuv ie ra la f ue rz a q ue c o ­
b raro n en el n o rte de I talia.
P ara to m ar en c o n side rac ió n las c o n dic io n e s in gle sas se ría p re c iso ,
c o m o m ín im o , re d e f in ir la c o rp o rac ió n . E so es p re c is am e n t e lo q ue
G uille rm o de O c kh am h ac e . E l p un to de p a rt id a p ara sus argum en to s
— e p is te m o ló gic o s, te o ló gic o s y p o lític o s — es, ro tu n d am e n te , e l in d i­
v iduo , h asta e l p un to de q ue su c o n c e p c ió n de la c o rp o rac ió n n ie ga la
p rim e ra p re m is a de l c o rp o rativism o m e d ie v al t a l c o m o lo h ab ía c o n c e ­
b id o , de un a m an e ra m ás d e s tac ad a, M ars ilio de P ad u a; a sab er, la id e a
de q ue un a c o rp o rac ió n p u e d e arro gars e y ad o p tar un a p e rs o n alid ad ,
c o n un a v o lun tad c o le c tiv a, s e p arad a de lo s in d iv id uo s q ue la c o m p o ­
n e n y f ac u lt a d a p ara re p re s e n t arlo s . S i b ie n s e ría u n a in se n sate z a t r i­
b u ir e l in d iv id u alis m o f ilo só f ic o de O c k h am a d e te rm in ac io n e s y d is ­
p o sic io n es p uram e n te c o n te x túale s, n o lo se ría m en o s h ac e r c aso o m iso
d e l h e c h o de q ue su e x p e rie n c ia f o rm ativa y su e d uc ac ió n tuvie ro n lu ­
gar en I n glat e rra, do n de un a re lac ió n p a rt ic u la r e n tre el e stado , la p ro ­
p ie d a d y e l in d iv id u o o to rgab a a las c o rp o rac io n e s un p ap e l m uy d is ­
tin to , y m ás d é b il, de lo q ue e ra h ab itu al en o tras p arte s de E uro p a.
G uille rm o de O c k h am n ac ió en la d é c ad a de 1 2 8 0 en S urrey. E n
O x f o rd se fo rm ó en te o lo gía y f ilo so f ía, e studio s q ue lue go p ro siguió y
so b re lo s c uale s lle gó a im p a rt ir d o c e n c ia c o m o m ie m b ro de la o rden
f ran c isc an a. C ie rta p o lé m ic a e n vue lve la c ue stió n d e l c uán do y e l c ó m o
en tró en c o n f lic to p o r p rim e ra vez c o n e l p ap ad o , p e ro la o p in ió n m ás
ge n e ral ap un ta a q ue f ue llam ad o a A viñ ó n p ara de f en der, an te un t r i­
b u n a l p a p al, su o b ra f ilo só f ic a y te o ló gic a, q ue h ab ía sido ac u s ad a de
p re s u n ta h e re jía. A llí se vio arras trad o a u n a d is p u ta ac e rc a de la p o ­
L a E d a d M e d ia 289
b re z a ap o stó lic a. L a b u la p a p al de J u a n X X I I , Q u ia v i r re p ro b u s , e ra,
c o m o vim o s, la o b je c ió n m ás f irm e c o n tra la p o sic ió n q ue de f e n dían lo s
f ran c isc an o s. E n su re sp ue sta, O c kh am lle gó a c re e r q ue e l p ro p io p ap a
e ra c u lp ab le de h e re jía.
S i b ie n O c k h am n un c a f ue f o rm alm e n te e x c o m u lgad o , h uyó a la
c o rte de L uis e l añ o m ism o en q ue e l re y de B av ie ra se c o n virtió en e m ­
p e rad o r de l S ac ro I m p e rio ro m an o . A l ig u al q ue M ars ilio , ap o yó a L uis
en e l c o n f lic to q ue lo e n f re n tó c o n el p ap a, y c o n tin uó d e f e n die n do la
d o c trin a de la p o b re z a ap o stó lic a y atac an do las re iv in d ic ac io n e s p o r el
p ap ad o de la p le n itu d de po der, lo q ue lo o b ligó a e lab o rar su c o n c e p ­
c ió n de la re lac ió n e n tre las j u ris d ic c io n e s s e c u lar y e s p iritu al. S i b ie n
jam ás c o m p uso un a te o ría p o lític a s iste m átic a, y lo q ue e sc rib ió es s u s ­
c e p tib le de in te rp re tac io n e s o p ue stas, es p o s ib le , n o o b stan te , re c o n s ­
t r u ir u n a te o ría de la p o lític a a p a rt ir de sus dif e re n te s o b ras .36 S e d iga
lo q ue se d iga de sus id e as p o lític as , n o h ay d u d a de la o rig in a lid a d y
tras c e n d e n c ia q ue tie n e n sus re f le x io n e s so b re las c o rp o rac io n e s y lo s
de re c h o s in d iv id uale s .
E x iste un a c o n grue n c ia in e q u ív o c a e n tre la re d e f in ic ió n q ue O c k ­
h am h ac e de la c o rp o rac ió n y e l e n f o q ue in d iv id u alis ta q ue , en ge n e ral,
da a las c ue stio n e s f ilo só f ic as, e sp e c ialm e n te a su te o ría d e l c o n o c i­
m ie n to . P o r eso re s u lt aría te n tad o r d e c ir q ue , se n c illam e n te , un e n f o ­
q ue p ro vie n e de l o tro sin la n e c e s id ad de q ue in te rv e n gan f ac to res c o n ­
t e x tú ale s . P e ro si b ie n se ría c argar de m asiado las tin tas af irm ar q ue su
f ilo so f ía es e n te ram e n te un a c o n se c ue n c ia de las c o n dic io n e s in gle sas,
la te o ría o c k h am ian a de lo s d e re c h o s y las c o rp o rac io n e s re s u lt a tan
so rp re n d e n te m e n te c o n grue n te c o n las re alid ad e s d e l de re c h o , la p ro ­
p ie d a d y la go b e rn an z a in gle s as q ue s e ría un d e s c uid o n e glige n te , sin
lu g a r a d u d as, n o te n e r en c ue n ta las re lac io n e s y c o rre sp o n de n c ias.
O c k h am p a rt e de la p re m is a de q ue , en e ste m un d o , só lo h ay in ­
d iv id u o s . N o e x is te n u n iv e rs ale s o e s e n c ias salvo c o m o ab s trac c io n e s
c o n s tru id as p o r la m e n te a p a rt ir de la re f le x ió n so b re lo p artic u lar. E l
c o n o c im ie n to d e riv a de la c o gn ic ió n in d iv id u a l, q ue , p o r d e f in ic ió n ,
36. V é a s e , p o r e je m p lo , T r a c ta tu s c o n tr a B e n e d ic tu m , T r a c ta tu s c o n tr a ] o h a n n e m X X I I ,
p a r t e s d e l D i a lo g u s i n t e r m a g i s tr u m e t d i s c i p u lu m d e i m p e r a t o r u m e t p o n t i f i c u m p o t e s ­
t a t e ( D i á lo g o s e n t r e e l m a e s tr o y s u d i s c í p u lo s o b r e e l p o d e r d e lo s e m p e r a d o r e s y lo s p a ­
p a s ) , e l B r e v i lo q u i u m d e p r i n c i p a t u ty r a n n i c o s u p e r d i v i n a e t h u m a n a ( B r e v i lo q u i o a c e r ­
c a d e l p r i n c i p a d o t i r á n i c o s o b r e la s c o s a s d i v i n a s y h u m a n a s ) y e l t r a t a d o D e i m p e r a t o r u m
e t p o n t i f i c u m p o t e s t a t e ( D e l p o d e r d e lo s e m p e r a d o r e s y d e lo s p a p a s ) , q u e r e c a p it u la p a r ­
t e s d e l D i a lo g u s .
290 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
es p a r t ic u la r y c o n tin ge n te , y lo s c o n c e p to s u n iv e rs ale s n o so n e l r e ­
f le jo d e u n a r e a lid a d e x t e r n a , sin o m ás b ie n de las o p e rac io n e s q ue
re a liz a la m e n te h u m an a. L o s c o n c e p to s u n iv e r s ale s so n n o m b re s o
sign o s q ue lo s seres h um an o s atrib uim o s a c o sas p a rt ic u la re s en e l e m ­
p e ñ o de h a lla r rasgo s c o m un es e n tre e llas . Y so n e stas c re ac io n e s lin ­
g ü ís t ic as , n o la s u s t a n c ia de las c o sas, lo q ue c o n s t itu ye n lo s o b je to s
de c o n o c im ie n to .
L as o p in io n e s de O c kh am ac e rc a de la so c ie d ad y e l go b ie rn o p a r ­
te n de p re m is as an álo gas. E l c ue rp o p o lític o es, tam b ié n , un m un do
c o n s tituid o p o r in d iv id u o s y n ad a m ás. L a o p in ió n c o le c tiv a n un c a
p ue d e ser algo m ás q ue un p ro d uc to de las o p in io n e s in d iv id u ale s , y
n in gu n a c o le c tiv id ad jam ás es m ayo r q ue la sum a de sus p arte s . E sto
s ign if ic a q ue n o p u e d e h ab e r n in gún c ue rp o c o le c tivo c o n un a p e rs o ­
n a lid a d c o rp o rativ a o v o lu n tad p ro p ia q ue sea d if e re n te de la sum a de
las p e rs o n alid ad e s y las v o lun tad e s in d iv id u ale s q ue lo c o m p o n en . L o s
in d iv id uo s, p o r sup ue sto , n o e x iste n aislado s un o s de lo s o tro s. S e c o n ­
gre gan p o r razo n es so c iale s, p o lític as y re ligio s as , p e ro lo h ac e n c o m o
seres lib re s y autó n o m o s. E l c ue rp o p o lític o , así, n o e x iste c o m o un a e s­
f e ra s e p arad a de la m u ltitu d de in d iv id uo s q ue lo c o n stituye n . N o e x is ­
te n in gu n a p e rs o n a f ic ta , n in gu n a p e rs o n a im ag in aria c re ad a j u r íd i­
c am e n te q ue p u e d a af irm ar q ue lo s re p re s e n t a. L a c o le c tiv id ad o la
c o rp o rac ió n n u n c a es o tra c o sa m ás q ue u n a c o le c c ió n de in d iv id uo s
rac io n ale s autó n o m o s. L as v o lun tad e s in d iv id uale s no p u e d e n se r p r e ­
s e n tad as p o r u n a e n t id a d c o rp o rativ a, n i lo s in d iv id uo s p u e d e n , t a m ­
po c o , alie n ar su auto n o m ía, sus de re c h o s o sus re sp o n s ab ilid ad e s .
S in e m b argo , es c ie rto , se gún O c kh am , q ue la C aíd a h izo n e c e saria
la au to rid ad se c ular, p ue sto q ue lo s in d iv id uo s de jaro n de p o d e r re g ir­
se a travé s de su so la razó n . O c kh am n o só lo tie n e en c ue n ta las a u t o ri­
d ad e s s e c ulare s q ue p u e d e n im p o n e r sus p o d e re s c o e rc itiv o s a lo s in ­
div id uo s lib re s , sin o q ue ac e p ta tam b ié n la p o s ib ilid ad de go b ie rn o s
q ue estén p o r e n c im a de la ley. L o s go b ie rn o s se e s tab le c e n a travé s de l
c o n se n tim ie n to u n iv e rs al de lo s in d iv id uo s q ue ello s go b e rn arán , p e ro ,
de sp ué s, se rán las c irc un s tan c ias las q ue d ic te n si e l go b e rn an te a c t u a­
rá, o d e b e ría h ac e rlo , se gún la le y p o sitiva. N o h ay n e c e s id ad de ac to s
re ite rad o s de c o n se n tim ie n to p o r p arte de lo s go b e rn ado s. H an dado ,
de sde e l p rin c ip io , su c o n se n tim ie n to al go b ie rn o p ara q ue ac túe y le ­
gis le de ac u e rd o c o n la ju s t a raz ó n , la e q u id a d y e l b ie n c o m ún , tal
c o m o lo e x ijan las c irc un s tan c ias p a rtic u lare s . E sto p u e d e d ar a e n te n ­
d e r q ue h ay d e re c h o a o p o n e r re s is te n c ia c uan do y en e l c aso de q ue
L a E d a d M e d ia 291
e sa c o n d ic ió n f u n d am e n tal n o se c u m p la, p e ro n o se p re vé n un c o n ­
se n tim ie n to c o n tin uo n i n in gun a in stituc ió n q ue c o arte al go b e rn an te .
D ada la f alta de c o n dic io n e s p ara la p artic ip ac ió n re g u lar d e l p u e b lo o
p a ra im p o n e r lím ite s in s tituc io n ale s al go b ie rn o , la p o s tura p o lític a de
G uille rm o de O c kh am h a sido d e s c rita c o m o «a b s o lu t is t a ». C o n to do ,
el suyo es un ab so lutism o f irm e m e n te b asado en e l p rin c ip io de q ue lo s
in d iv id uo s n o p u e d e n alie n ar su lib e rt a d y auto n o m ía, y dado q ue n in ­
gún in d iv id uo p u e d e re c lam ar p ara sí un p o d e r ab so luto so b re o tro , n o
e x is te p ara ello s un p o d e r de e sta ín d o le q ue p u e d a se r o to rgado a a l­
guie n m ás. E sta in s is te n c ia en la in a lie n ab ilid a d de lo s de re c h o s y las li­
b e rtad e s de lo s se re s h um an o s h a h e c h o p o s ib le q ue se ap e lara a sus
do c trin as p ara ap o yar e l de re c h o de re s is te n c ia y e l go b ie rn o c o n s t itu ­
c io n al.
¿Y , e n to n c e s, lo s de re c h o s in d iv id u ale s y, en c o n c re to , e l de re c h o
de p r o p ie d a d ? E n la p o lé m ic a so b re la p o b re z a ap o s tó lic a, O c kh am
e x p lo ró el c o n c ep to de d o m in iu m , d is tin gu ie n d o e n tre c o n dic io n e s an ­
tes y de sp ué s de la C aíd a. E n la c o n dic ió n an te rio r al p e c ad o o rigin al,
la h u m an id ad d is f ru tab a de la c ap a c id ad de u t iliz a r to d a la c re ac ió n ,
p e ro sin p o s e e rla en p ro p ie d ad . U n a vez q ue el p e c ad o de A dán tr an s ­
f o rm ó la c o n dic ió n h um an a, D io s f ac ilitó lo s m edio s de m e jo rar la v id a
h um an a o to rgan do a la h u m an id ad un a c ap ac id ad p a ra ap ro p iars e de
b ie n e s te m p o rale s, en la f o rm a de p ro p ie d ad in d iv id u al, y de p ro te ge r
sus de re c h o s de p ro p ie d ad in s tituye n d o p ara e llo e l go b ie rn o . E l o b je ­
tivo in m e d iato de O c k h am en la p o lé m ic a c o n e l p a p a e ra de m o strar
q ue , p ue sto q ue tan to la p ro p ie d ad c o m o e l go b ie rn o re s ultan d e l p e ­
c ado de A dán , c laram e n te p e rte n e c e n a la esf e ra te m p o ral, q ue se h alla
b ajo la d ire c c ió n de la au to rid ad se c ular, lo c ual s ign if ic ab a q ue e l p ap a
n o p o d ía re c lam ar p a ra sí n in gu n a p le n it u d de p o der. S u ar gu m e n ta­
c ió n , sin e m b argo , tie n e c o n se c ue n c ias m ás am p lias. S i b ie n la p ro p ie ­
d ad es un a c re ac ió n h um an a, q ue d e p e n d e de la au to rid ad c ivil, la c a ­
p a c id a d p ara e je rc e r e l d o m in iu m en su f o rm a p o s te rio r a la C aíd a es
un do n de D io s. L a u t ilid a d de la p r o p ie d a d p riv ad a, re c o n o c id a n o
só lo p o r e l d e re c h o c iv il, sin o p o r e l iu s g e n tiu m , s u gie re q ue es c o n ­
f o rm e a la le y n atu ral, in c lus o si lo h ac e en un se n tido dif e re n te q ue la
p o sesió n c o m un al an tes de la C aíd a. Y u n a vez re c o n o c ido y ac e p tado ,
c o n stituye un de re c h o in alie n ab le .
C o m o f ran c isc an o q ue d e f e n d ía la p o b re z a ap o stó lic a, O c kh am se
o p uso a las do c trin as do m in ic as so b re la u n id ad d e l uso y la p ro p ie d ad ,
jun to c o n la se p arac ió n e n tre p ro p ie d ad y juris d ic c ió n . P e ro do m in ic o s
292 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c o m o T o m ás de A q uin o y o tro s te ó lo go s m e die vale s ya h ab ían ac e p ta­
do e l p rin c ip io de q ue la p ro p ie d a d e ra un a in s tit u c ió n c iv il. P ara lo s
p ro p ó sito s de O c kh am , e sta do c trin a c o n tab a c o n la v e n taja de q ue m e ­
n o sc ab ab a la auto rid ad de l p ap a, ya q ue c o lo c ab a la p ro p ie d ad de lle n o
en e l re in o de la au to rid ad se c ular. A sim ism o , c o m o T o m ás de A q uin o ,
h ac ía la d is tin c ió n e n tre las d if e re n te s f o rm as de le y n a t u ral, y s u ge ría
q ue la p r o p ie d a d p r iv a d a e ra, a su m an e ra, c o n s is te n te c o n la le y n a ­
tu ral. P e ro si la te o ría o c k h am ian a de la p ro p ie d a d , p e se a la in s is t e n ­
c ia en su in s tit uc ió n c iv il, n o s ac e rc a, sin e m b argo , m ás q ue c u a lq u ie r
o tra te o ría m e d ie v al, a la n o c ió n de p ro p ie d a d p riv ad a c o m o un d e re ­
c h o n a t u ra l ir r e d u c t ib le , in h e re n te al in d iv id u o h um an o e in d e p e n ­
d ie n te de la au to rid ad c iv il, es d e b id o a la p r io r id a d q ue O c k h am c o n ­
f ie re al in d iv id u o c o m o la u n id a d c o n s t itu tiv a m ás f u n d am e n tal de l
o rd e n s o c ial, en c o n trap o s ic ió n al c o rp o rativ is m o de o tro s te ó ric o s
m e die v ale s.
E n la d o c trin a p o lític a de O c kh am n o f altan las am b igü e d ad e s. L as
c o n se c ue n c ias p rác tic as de su m an e ra de e n te n de r a lo s in d iv id uo s y las
c o rp o rac io n e s so n m ás e v ide n te s en lo re lativo a la au to rid ad e s p iritu al
q ue en lo q ue re s p e c ta a la p o te s tad se c ular, y, en ef ec to , e l in n o vado r
tratam ie n to q ue da a lo s p rin c ip io s c o rp o rativo s e stab a d irigid o , de un a
m an e ra m ás in m e d iata, a t rat ar la c ue stió n d e l p o d e r e s p iritu al. A l e n ­
c arar la re lac ió n e n tre las jurisd ic c io n e s e s p iritu al y sec ular, n o o p ta p o r
la so luc ió n q ue o f re c ía M ars ilio , q ue c o n sistía en s u b o rd in ar e l un o al
o tro , sin o q ue , un a vez m ás, b u s c a la re s p ue s ta, c o n su im p o rtan c ia
f u n d am e n tal, en e l in d iv id uo . L o s in d iv id uo s , argum e n ta O c kh am , so n
seres a la vez e sp iritu ale s y se c ulare s, de m o do q ue c u alq u ie r re so luc ió n
e n tre las do s ju ris d ic c io n e s tie n e q ue ad m it ir e sta d u alid ad . C o m o s e ­
res e s p iritu ale s , lo s in d iv id uo s se rige n p o r le ye s d iv in as, en tan to q ue,
c o m o se re s s e c ulare s, se h allan suje to s a la le y p o sitiva. P ue sto q ue lo s
in d iv id uo s so n irre d u c tib le m e n t e lib re s y autó n o m o s, tie n e n de re c h o a
e s tab le c e r sus p ro p io s go b ie rn o s se c ulare s c o n sus p ro p io s siste m as j u ­
rídic o s.
P u e d e q ue O c kh am n o f ue ra tan le jo s c o m o f ue M ars ilio c uan do
af irm ó la c ate gó ric a s ub o rd in ac ió n de la I gle s ia al e stado , p e ro la s e p a­
rac ió n q ue e s tab le c e e n tre las do s ju ris d ic c io n e s c o n s titu ye un a o b j e ­
c ió n s ign if ic ativ a al p o d e r te m p o ral de la I gle s ia y de l p ap ad o . C o n
to do , al ig u al q ue n ie ga el p rim ad o de las c o rp o rac io n e s en la e sf e ra s e ­
c ular, o to rga po c o c ré dito a lo s c o n c ilio s ge n e rale s de la I gle s ia. A lg u ­
n o s c ris tian o s a títu lo in d iv id u al, in c lus o un n iñ o o un a m ujer, p ue de n
L a E d a d M e d ia 293
e s tar m ás c e rc a de la v e rd ad q ue un c o n c ilio g e n e ral de la I gle s ia. D e
ig u al m o do q ue n o h ay n in gu n a c o rp o rac ió n en el m un do s e c u lar q ue
se a m ayo r a la sum a de sus p arte s in d iv id u a le s y te n ga d e re c h o a r e ­
p re s e n t arlas , tam p o c o n in gu n a c o le c tiv id ad e s p iritu al tie n e un a c o n d i­
c ió n sup e rio r. A d if e re n c ia de M a rs ilio de P ad u a y de J u a n de P arís ,
c uyo c o rp o rativ is m o se e x t e n d ió a lo s c o n c ilio s g e n e ra le s de la I g le ­
sia, a lo s q ue o to rgab an un a in f a lib ilid a d q ue lo s in v e s tía d e l de re c h o a
d e p o n e r a lo s p ap as , O c k h am n o te n ía en su h ab e r se m e jan te arm a
c o rp o rativ a y se vio o b ligad o a c o n f iar en lo s m ie m b ro s de la I gle s ia
p ara re s is tir las h e re jías y f e c h o rías p ap ale s .
L a re d e f in ic ió n o c k h am ian a de la c o rp o rac ió n e ra, p o r tan to , un a
e s p ad a de d o b le f ilo . N o h ay d u d a de q ue la d o c trin a o c k h am ian a de
lo s d e re c h o s y la au to n o m ía in d iv id u a le s p o d ía ad o p tars e en d e f e n sa
de lo s lím ite s c o n stituc io n ale s so b re e l go b ie rn o . U n a vez q ue e l re p r e ­
se n tan te no p u e d e ya id e n tif ic ars e , p o r d e f in ic ió n , c o n la c o le c tiv id ad
q ue re p re s e n t a, q u e d a ab ie rta la v ía p a ra p lan t e ar c ue stio n e s so b re la
c o n f o rm idad de la v o lu n tad de l re p re s e n tan te c o n lo s dese o s de lo s in ­
div iduo s q ue af irm a re p re s e n tar y, p o r tan to , ac e rc a de la re s p o n s ab ili­
d ad de lo s re p re s e n t an te s h ac ia sus e le c to re s. N in gun a de e stas c u e s ­
tio n e s, en c am b io , se p lan te ab an en la te o ría de la c o rp o rac ió n q ue
M ars ilio de P ad u a h ab ía e lab o rado . L a v o lun tad e x p re s ad a p o r e l c u e r­
po c o rp o rativo , en la p e rso n a de sus re p re s e n tan te s, en e ste c aso d e f i­
n e , n e c e sariam e n te , el b ie n c o m ún , c o n in d e p e n d e n c ia de lo q ue lo s in ­
div iduo s p u e d an p e n s ar o q uerer.
E l c o rp o rativism o m e d ie v al, al af irm ar la e x is te n c ia de de re c h o s y
p o d e re s q ue e ran in d e p e n d ie n te s de l e stado c e n tral, p o d ía ap o rtar un
f un dam e n to p ara le gitim ar e l p o d e r d e l e stado , y así lo h izo . E l rec h azo
de l c o rp o rativism o , tal c o m o lo e n te n d ían sus c o n te m p o rán e o s, p riv a a
O c k h am de algun as de las arm as m ás p o de ro sas q ue e stab an al alc an c e
de lo s p e n sado re s m e die vale s p ara c o n tro lar lo s p o d e re s de lo s m o n ar­
c as y lo s p ap as . A sí, au n q u e algun as de sus id e as f ue ro n ad o p tad as p o r
lo s c o n c iliaris tas , la m an e ra en q ue O c kh am e n te n d ió lo s c o n c ilio s g e ­
n e rale s de la I gle s ia c o n trib uyó a d e b ilit a r la d o c trin a c o n c iliar c o n f u ­
n estas c o n sec uen c ias. P o r o tro lad o , re sulta d if íc il p e rc ib ir de q ué m o do
un a n o c ió n de re siste n c ia c o rp o rativa a la au to rid ad de l tiran o , ya f u e ­
ra s e c u lar o e c le s iás tic a, p o día so b re vivir a la re d e f in ic ió n q ue O c kh am
h izo de la c o rp o rac ió n .
C o n to do , c o m o vim o s en e l c aso de M ars ilio , h ab ía tam b ié n am b i­
gü e d ad e s en e l c o rp o rativ ism o , so b re to do c uan d o la c o rp o rac ió n en

294 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
c ue stió n e ra c o e x te n siva al c o n jun to de la c o m un id ad c ivil. U n a c o rp o ­
rac ió n un iv e rs al — ya f ue ra un c o n c ilio ge n e ral de la I gle s ia o un c u e r­
po s e c ular de c iu d ad an o s — p o d ía, p o r sup ue sto , ser c o n vo c ado c o n tra
un m o n arc a o un p ap a, p e ro lo s go b e rn an te s au tó c ratas t am b ié n p o ­
dían af irm ar su s u p e rio rid ad so b re p o d e re s autó n o m o s m e n o re s a le ­
gan do q ue re p re s e n tab an un in te ré s c o rp o rativo m ás ge n e ral.
E l c o rp o rativism o y e l in d iv id ualis m o e ran , p o r tan to , c o m p atib le s
c o n un a am p lia gam a de o p c io n e s p o lític as , d e sd e un go b ie rn o m ás o
m en o s ab so luto h asta el c o n stituc io n alis m o y la de f en sa de las lib e r t a ­
des c iv ile s. E n ló s siglo s s igu ie n te s h ub o trad ic io n e s d if e re n te s , tan to
de ab so lutism o c o m o de c o n stituc io n alis m o , no só lo en e l ám b ito de la
te o ría, sin o tam b ié n en la p rác tic a. Y estas d if e re n c ias , c uyas raíc e s se
h allab an en la E uro p a m e d ie v al, re f le jan d iv e rge n c ias im p o rtan te s
— so b re to do e n tre I n glat e rra y F ran c ia— en c uan to a la n atu rale z a de l
c ue rp o p o lític o y las u n id ad e s q ue lo c o n stituye n .
M uc h o tie m p o d e sp u é s de G uille rm o de O c k h am , o tro in glé s , sir
T h o m as S m ith (1 5 1 3 - 1 5 7 7 ), sie n do e m b ajad o r de la re in a I s ab e l en
F ran c ia, d e f in ió , en un tratad o so b re e l c ue rp o p o lític o in glé s , la «r e ­
p ú b lic a » o «s o c ie d a d c iv il» c o m o «u n a s o c ie d ad o el h ac e r c o m ún de
un a m u lt it u d de h o m b re s lib re s jun to s y un id o s de c o m ún ac ue rd o y
m e d ian te p ac to s e n tre e llo s, p ara su p ro p ia c o n se rvac ió n as í \sic\ en la
p az c o m o en la g u e r r a ».37 U n o de sus c o n te m p o rán e o s, J e a n B o din
(1 5 3 0 - 1 5 9 6 ), d is c u rrie n d o so b re las c o n d ic io n e s f ran c e s as, tuvo un a
c o n c e p c ió n d is tin t a de lo q ue e ra un a re p ú b lic a y la e n te n d ió c o m ­
p u e s ta n o p o r h o m b res lib re s , sin o p o r «f a m ilia s , c o le gio s o c ue rp o s
c o rp o ra t iv o s ».38 L as m an if ie s tas d if e re n c ias en e stas do s d e f in ic io n e s,
sin e m b argo , se h allab an ya b ie n e s tab le c id as en e l siglo X III, y e ran o s­
te n s ib le s en lo s siste m as de p ro p ie d a d , de le ye s y de re p re s e n tac ió n .
E n I n g lat e rra, c o m o h em o s visto , un tip o p e c u lia r de h o m b re « l i ­
b r e », suje to só lo al re y y a n in gú n se ñ o r in f e rio r al m o n arc a, e ra el c o ­
ro lario de un e stado in só litam e n te c e n traliz ado y de un sistem a de leyes
e x c e p c io n alm e n te un if ic ad o . L o s t e rrate n ie n te s d is f ru tab an , p o r s u ­
37. S ir T h o m a s S m it h , D e R e p ú b li c a A n g l o r u m , e d ic ió n d e M a r y D e a w a r , C a m ­
b r id g e U n iv e r s it y P r e s s , C a m b r id g e , 1 9 8 2 , p á g . 5 7 ( t ra d , c a s t . : T h o m a e S m i t h i A n g l i d e
R e p ú b li c a A n g l o r u m : l i b r i t r e s : q u u b u s a c c e s s e r v n t c h o r o g r a p h ic a i l li u s d e s c r i p ti o a li i s q :
p o l i t i c i t r a c t u s , S e r v e i d e P u b lic a c io n s d e la U n iv e r s it ä t d e V a lè n c ia , V a le n c ia , 1 9 9 6 ) .
3 8 . J e a n B o d in , S i x L i v r e s d e la R é p u b liq u e , e n s u v e r s io n in g le s a e d it a d a p o r M . J .
T o o le y, B a s il B la c k w e ll, O x fo r d , 1 9 6 7 , p á g . 7 ( t ra d . c a s t . : L o s s e is lib r o s d e la r e p ú b lic a ,
T e c n o s , M a d r id , 2 0 0 6 ) .
L a E d a d M e d ia 295
p ue sto , de gran d e s p o te s tade s a e s c ala lo c al, p e ro f u e ra de su se ñ o río ,
y en su re lac ió n c o n lo s h o m b res lib re s , ac tuab an c o m o v ic ario s o ap o ­
d e rad o s de la c o ro n a. S i b ie n s e gu ía h ab ie n d o u n a taj an te dis tin c ió n
e n tre la p ro p ie d a d p le n a y las te n e n c ias n o lib re s , su je tas a la se ñ o ría
f e u d al y sin ac c eso a lo s trib u n ale s de la m o n arq uía, e l in d iv id uo in glé s
lib re e ra un a f o rm ac ió n ú n ic a, c o n un «in t e r é s » in d iv id u a l en la p r o ­
p ie d ad , re c o n o c ido en e l de re c h o c o n sue tud in ario e in d e p e n d ie n te de
c u a lq u ie r p re te n s ió n , p riv ile gio u o b ligac io n e s e x trae c o n ó m ic o s . E n
F ran c ia, en c am b io , la c o n dic ió n ju ríd ic a y so c ial de l h o m b re lib re e ra
m ás am b igua. L o s f ue ro s y las c artas de lib e rt a d e s n o d is o lv ie ro n la
o b ligac ió n s e ñ o rial, y lo s c am p e sin o s, aun q u e p o se ye ran t ie rras y p u ­
d ie ran ac c e d e r a la p ro te c c ió n d e l rey, se guían , no o b stan te , sujeto s a la
ju ris d ic c ió n s e ñ o rial y a sus o b ligac io n e s in trín s e c as , en un a so c ie d ad
g o b e rn ad a, aun en p le n o ap o ge o d e l ab s o lutis m o , p o r c ie n to s de c ó ­
d igo s ju ríd ic o s lo c ale s , c o stum b re s y j u ris d ic c io n e s f ragm e n tadas.
L a c o n dic ió n j u r íd ic a y so c ial de h o m b re lib re en I n glat e rra re q u e ­
ría un a id e n t id ad p o lític a p e c uliar, d e sp o j ad a de to das las m e diac io n e s
f e ud ale s y c o rp o rativas q ue se alz ab an e n tre el e stado y lo s in d iv id uo s
en o tras p arte s de E uro p a. E sta re lac ió n se re f le jó en un a n ue va c o n ­
c e p c ió n de la re p re s e n tac ió n . C uan d o lo s c ab alle ro s de l c o n dado f u e ­
ro n e sc o gido s p ara re p re s e n t ar a sus c o n dado s en el p arlam e n to de
1 2 5 4 , no lo s re p re s e n tab an c o m o e n tid ad e s f e ud ale s , sin o c o m o u n id a ­
des ad m in istrativ as b ajo la c o ro n a. Y f ue ro n e le gido s p o r t rib u n ale s de
c o n d ad o , as am b le as c o m arc ale s de h o m b re s lib re s c o m o lo s h o m b res
q ue c o n s titu ían e l ju rad o de lo s t r ib u n a le s in gle se s. N o h ay d u d a de
q ue lo s in gle se s n o e ran m ás p ro c live s q ue o tro s e uro p e o s a h a b la r de
la re p ú b lic a c o m o si f u e ra un a c o rp o rac ió n . S in e m b argo , c uan do el
T rib un al de J u s t ic ia de I n glat e rra d e c laró , en 1 3 6 5 , q ue e l «p arlam e n to
re p re s e n t a e l c ue rp o de to do e l re in o », ese «c u e r p o » n o e ra ya e l tip o
de e n tid ad c o rp o rativa q ue M arsilio de P ad u a h ab ía im agin ado , n i tam ­
p o c o e ra u n a c o le c c ió n de e n tid ad e s c o rp o rativas, c o m o lo s «c o le gio s y
c o rp o rac io n e s» de las q ue h ab lab a J e an B o din , n i lo s (tres) e stado s f ran ­
c eses. S e t ratab a, m ás b ie n , de un a c o le c c ió n de h o m b res lib re s c o m o la
q ue h ab ía c o n c e b ido G uille rm o de O c kh am .
E s im p o rtan te re c o n o c e r q ue e stas d if e re n c ias n o e ran só lo t e ó r i­
c as. L o s p e n sado re s e uro p e o s c o m p artían un a ric a trad ic ió n f ilo só f ic a
y c u ltu ral, as í c o m o c o n c e p c io n e s c o m un es en c uan to al d e sarro llo de
la p ro p ie d a d y d e l e stado . P e ro lo s le gad o s q ue u tiliz aro n en c o m ún
só lo e n f atiz aro n la im p o rtan c ia de las d iv e rge n c ias e n tre ello s y p u s ie ­
296 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

ro n de re lie v e en q ué grad o e stas div e rge n c ias , q ue p ro d u c ían c o n f lic ­

to s so c iale s dif e re n te s y o f rec ían dis tin tas o p c io n es p rác tic as p ara su re ­
CO N CL U SIO N
so luc ió n , re f le jab an v ariac io n e s sign if ic ativ as en las c o n dic io n e s s o c ia­
les y p o lític as . E n lo s siglo s q ue siguie ro n , v arias p autas div e rge n te s en
la f o rm ac ió n de estado s y en e l de sarro llo ec o n ó m ic o en E uro p a ac ab a­
rían p o r e x p re s ars e en trad ic io n e s dif e re n te s de p e n sam ie n to p o lític o .

¿P o r q ué razó n , e n to n c e s, c o n c lu ir e ste lib ro aq u í, a m e diado s de l

siglo X IV? E l te m a q ue trata es un a h is to ria so c ial de la te o ría p o lític a
d e sde la A n tigü e d ad c lás ic a h as ta la E dad M e d ia, p e ro e l p e río d o m e ­
d ie v al, m ás q ue la m ayo ría de lo s p e río d o s, se h a lla suje to a un d e b ate
en c uan to a sus lím ite s y, so b re to do , en c uan to al m o m en to en q ue p ro ­
p iam e n te te rm in a. A m e n udo , las h isto rias de la te o ría p o lític a m e d ie ­
v al c o n c luye n un siglo (o m ás) de sp ué s d e l m o m en to en q ue c o n c luye
é sta. L a C a m b rid g e H is to ry , p o r e je m p lo , se e x tie n d e , g ro s s o m o d o , e n ­
tre lo s añ o s 3 5 0 y 1 4 5 0 , p o rq ue «e n algún m o m en to , en to rn o a m e d ia ­
do s d e l siglo X V, po dem o s d e te c tar un c am b io lo suf ic ie n te m e n te d e c i­
sivo en las p au t as de la v id a in t e le c t u al c o m o p a ra j u s t if ic ar la
af irm ac ió n de q ue lo s p rin c ip ale s m o vim ie n to s d e l “p e n sam ie n to p o lí­
tic o m e d ie v a l” [ . . . ] se ac e rc ab an a un f in al s ig n if ic at iv o ».1 P o r s u p u e s ­
to , se trata de algo q ue re s u lt a d if íc il juz gar, p u e sto q ue h ub o , c o m o
sie m p re su c e d e en lo s p ro c eso s h istó ric o s, un a c o n tin u id ad en e l c am ­
b io . S in e m b argo — p ro sigue la argum e n tac ió n — si b ie n m uc h o s tem as
m e d ie v ale s y «t r a d ic io n e s » de p e n sam ie n to p e rs is te n c o n «c o n s id e r a ­
b le v italid ad a f in es d e l siglo XV y aun de sp ué s [ . . . ] so b reviven c ad a vez
m ás en un a situac ió n en la q ue c o e x iste n c o n o tro s m o do s, m ás n uevo s
(y sin d u d a al m ism o tie m p o m ás an tiguo s) de p e n s am ie n to ». E l «h u ­
m an ism o » re n ac e n tista c o e x istió , aun q ue e n tró en c o n f lic to , c o n la «e s ­
c o lá s t ic a» d e la f ilo so f ía m edie val, «y al igu al q ue las gran de s in s tit u c io ­
n es de la s o c ie d ad m e d ie v al — e l p ap ad o , e l im p e rio , las “m o n arq uías
f e u d a le s ” , lo s ju ris tas de de re c h o c an ó n ic o y de de re c h o c iv il— so b re ­
viv ie ro n só lo en o tras f o rm as c am b iad as , as í las id e as p o lític as m e d ie ­
vale s s o b re vivie ro n p ara d e s e m p e ñ ar un p ap e l en c irc u n s tan c ias q ue
h ab ían v ariad o , y al h ac e rlo tam b ié n c am b iaro n ».

1. T h e C a m b rid g e H i s t o r y o f M e d i e v a l P o li ti c a l T h o u g h t: c . 3 5 0 - c . 1 4 5 0 , C a m b r id ­
g e U n iv e r s it y P r e s s , C a m b r id g e , 1 9 8 8 , p á g . 6 5 2 .

298 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
P ue d e q ue e stas lín e as n o no s d igan gran c o sa so b re lo s c am b io s de
é p o c a, y a lo s le c to re s , tal vez, le s re s u lt e d if íc il im agin ar algún m o ­
m en to de la h is to ria q ue n o p u e d a d e s c rib irs e en té rm in o s sim ilare s ,
c o m o un a u n id ad de c am b io y c o n tin u id ad . P ue d e q ue , en e f ec to , sea
im p o s ib le f o rm u lar n ue stro s p arám e tro s te m p o rale s de un a m an e ra
m uc h o m ás c o n c luye n te . S in e m b argo , q u e d a p o r a ñ ad ir algo m ás. S i
n o s to m am o s en se rio e l c o n c e p to de f e ud alism o tal c o m o lo e s b o z a­
m o s en el p rim e r c ap ítu lo , p u e d e q ue lo s lím ite s sean algo m en o s d if í­
c ile s de trazar. S i c en tram o s n u e s tra ate n c ió n en el f e udalism o , es p o s i­
b le s itu ar algun o s h ito s m uy s ign if ic ativ o s a m e d iad o s d e l siglo X IV
de sp ué s: un a é p o c a de p e s tile n c ias , de de sp lo m e d e m o gráf ic o , de re ­
vu e ltas c am p e sin as y de la g u e rra de lo s C ie n A ñ o s. C o n s id e rad o s en
c o n jun to , esto s ac o n te c im ie n to s sign if ic an la c risis de la so b e ran ía p a r ­
c e lad a, y p o dem o s e m p e z ar a h ab lar de «t r a n s ic io n e s » d e l f e udalism o .
D esde m e d iad o s d e l siglo X IV h asta f in e s de l siglo X V, se e x tie n d e
un p e río d o de esc ase z en lo re lativo a las o b ras de l c an o n , q ue te rm in a
de m an e ra d e c isiv a c o n M aq u iav e lo .2 C uan d o se re an ud a la h is to ria del
c an o n p o lític o o c c id e n tal, n o s e n c o n tram o s en un m un do e uro p e o
m o ld e ad o p o r re lac io n e s d if e re n te s e n tre p ro p ie d ad y e stad o . E n el
su rgim ie n to d e l e stad o ab s o lu tis ta, so b re to do en F ran c ia, la m o n ar­
q uía t r atará de gan ar p ara su c ausa a la n o b le z a, re e m p laz an do la au t o ­
n o m ía f e u d al de la q ue go z ab a p o r p riv ile gio s e in c e n tivo s adic io n ale s
d e riv ad o s de l c argo . E n I n g lat e r ra, do n de un e stado c e n tral ya b ie n
c o n s o lid ad o se h ab ía d e s arro llad o p a rale lam e n te c o n un a p o de ro sa
aris t o c rac ia h ac e n d ad a, p o dem o s e m p e z ar a p e rc ib ir e l asc e n so de l c a­
p italism o agrario . L as c iud ad e s - e s tad o de l n o rte de I talia, p e se a to das
las c o n tin u id ad e s en sus f o rm as c o m un ale s, ya n o so n te rre n o ab o n ado
p ara lo s c o n f lic to s e n tre p ap as y em p e rad o re s de l S ac ro I m p e rio ro m a­
2. N ic o lá s d e C u s a ( 1 4 0 1 - 1 4 6 4 ) , p o r e je m p lo , p e r t e n e c e a e s t e p e r ío d o d e e s c a s e z
d e o b r a s d e l c a n o n y s in d u d a e s u n a fig u r a d e g r a n im p o r t a n c ia , a u n q u e s u s in c o n s is ­
t e n c ia s y c a m b io s d e p o s ic ió n h a c e n d ifíc il s it u a r lo e n la h is t o r ia d e l c a n o n . C o n s id e ­
r a d o p o r a lg u n o s c o m e n t a r is t a s c o m o u n t e ó r ic o d e p r im e r o r d e n d e l c o n c ilia r is m o ,
t a m b ié n h a s id o a c u s a d o d e a y u d a r a d e s t r u ir lo , c u a n d o t e r m in ó c e r r a n d o fila s c o n e l
p a p a c o n t r a e l c o n c ilio d e la I g le s ia . R e s u lt a s e n s a t o , e n t o d o c a s o , c o n s id e r a r q u e s u
h is t o r ia , c o m o la d e la t e o r ía c o n c ilia r e n g e n e r a l, p e r t e n e c e a la c ris is d e la s o b e r a n ía
p a r c e la d a y e l p r o c e s o d e c e n t r a liz a c ió n d e l e s t a d o , t e m a q u e d e ja m o s p e n d ie n t e p a r a
o t r o v o lu m e n . E l c o n c ilia r is m o flo r e c ió e n u n p e r ío d o e n q u e la s d iv is io n e s e n e l s e n o
d e la I g le s ia , q u e c o n d u je r o n a u n c is m a im p o r t a n t e , s e v ie r o n a g r a v a d a s y g e n e r a d a s
in c lu s o p o r e l a s c e n s o d e lo s e s t a d o s la ic o s , y m u y e n e s p e c ia l la m o n a r q u ía fr a n c e s a ,
q u e r e fo r z a r o n s u p r o p io p o d e r a liá n d o s e c o n u n o u o t r o p a p a .
C o n c lu s ió n 299
n o , sin o c am p o de b a t alla p ara las gue rras q ue e n f re n tan a lo s e stado s
m o n árq uic o s de F ran c ia y E sp añ a.
P e n d ie n te de esto s e stado s ve c in o s, q ue sup o n ían un de saf ío c o m ­
p letam e n te n uevo p ara la auto n o m ía c ivil en I talia, M aq uiave lo re f le x io ­
n ó so b re la h is to ria y la p o lític a de F lo re n c ia. E n F ran c ia, J e a n B o din ,
p a rt id ario de la c e n traliz ac ió n m o n árq uic a, in te rv in o en las q u e re llas y
d is p u tas f ilo só f ic as c o n p e n sad o re s c o n s t itu c io n alis tas q ue de f e n d ían
el de c liv e de las p o te s tade s autó n o m as de lo s n o b le s p ro v in c iale s y las
e n tid ad e s c o rp o rativ as. E n tre tan to , en I n g lat e rra, T o m ás M o ro (q ue
y sirvió a un p o de ro so m o n arc a y c o n e l p aso d e l tie m p o ac ab ó sien do
u n a de sus v íc tim as) o b se rv ab a — y p a rt ic ip a b a en — la e x p ro p iac ió n
de lo s p e q ue ñ o s p ro d uc to re s a travé s de la im p o sic ió n de l «c e rc am ie n -
t o » c o m o un p ro c eso en el q ue , se gún sus p alab ras , «la s o vejas d e v o ra­
b an a lo s h o m b re s ».
E stas dif e re n te s «tr a n s ic io n e s » de l f e udalism o , y las d is tin tas t r a d i­
c io n es de la te o ría p o lític a q ue las ac o m p añ aro n , so n te m a p ara o tro l i­
b ro . P ero si p o dem o s h ab lar de un a c ris is — o v arias c ris is— de l f e u d a­
lism o , el m o m e n to n a t u ral p a ra p o n e r f in al p e río d o m e d ie v al p are c e
situarse a m e d iad o s de l siglo X IV. C o n to do , de b e ríam o s te n e r p re s e n ­
te q ue las tran s ic io n e s q ue s igu ie ro n lle v ab an las m arc as de lo q ue las
h ab ía p re c e d id o . A sí f ue n o só lo en el se n tido de q ue lo s avan c es p o s ­
te rio re s en e l p e n sam ie n to p o lític o o c c id e n tal h e re d as e n un p o te n te le ­
gad o , sin o , de un a m an e ra m ás f u n d am e n tal, p o rq ue e l c o n jun to de la
trad ic ió n de l c an o n , y to das sus v arian te s n ac io n ale s, siguió sien do m o ­
d e lad o p o r la auto n o m ía de la p ro p ie d ad y las te n sio n e s c arac te rís tic as
e n tre p ro p ie d a d y e stad o , q ue se m an if e s tarían en las div e rsas t r a n s i­
c io n es.
E l c an o n de la te o ría p o lít ic a o c c id e n tal, au n q u e in c lu ye algun o s
p e n sado re s n o tab le m e n te rad ic ale s , es, en gran m e d id a, la o b ra de lo s
m ie m b ro s o de lo s c lie n te s de las c lase s do m in an te s. Y si b ie n en la t r a ­
d ic ió n d e l c an o n a vec es se p re s ta ate n c ió n a las vo c es de l p u e b lo , e sta
trad ic ió n h a sido f o rjada, sin e m b argo , p o r un a c o m p le ja in te rac c ió n en
tres se n tido s e n tre e l e stad o , las c lase s h ac e n d ad as y lo s p ro d uc to re s .
L as c lase s h ac e n d ad as d e p e n d ie ro n de l e stado p ara p ro te ge r su p ro ­
p ie d ad y do m in io f re n te al de saf ío q ue p ro ve n ía de ab ajo , p e se a e star
en c o n f lic to , tam b ié n , c o n e l e stado y las in tru sio n e s de sde arrib a. D i­
c h o de o tro m o do , siem p re estuviero n o b ligadas a lu c h ar en do s f ren tes.
E sto sup uso , ade m ás, q ue e l c ue stio n am ie n to de la au t o rid a d p o lític a
p ro v e n ía no só lo de la re siste n c ia q ue o p o n ían las c lase s s ub o rd in ad as
300 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
C o n c lu s ió n 301

a la o p re sió n q ue e je rc ían sus se ñ o res f e u d ale s , sin o tam b ié n , en su

n a rq u ía ab so luta (H o b b e s) o el do m in io de las c lases h ac e n d ad as (L o c ­
o p o sic ió n al e stado , de lo s p ro p io s se ñ o res f e udale s.
k e ) n o en o p o sic ió n a la ig u ald a d n at u ral, sin o ap o yán do s e so b re e lla,
L as c o m p le jas in te rac c io n e s e n tre e l e stado y las c lase s h ac e n d ad as
ap lic an d o un a id e a tan e lás tic a c o m o la d e l c o n se n tim ie n to . U n a «e c o ­
h an s uste n tado , sin d u d a, las trad ic io n e s de la te o ría p o lít ic a o c c id e n ­
n o m ía» c a p it alis t a e m e rge n te , c o n sus m o do s de d o m in ac ió n de c las e
tal, p lan te an d o c ue stio n e s f un d am e n tale s ac e rc a de la au to rid ad , la le ­
p uram e n te «e c o n ó m ic o s », af in aría la p arad o ja, h ac ie n do p o sib le q ue la
g itim id ad y la o b e d ie n c ia, aun c uan do las vo c es de l p ue b lo q ue se o p o ­
d e m o c rac ia se re le gas e a un a e sf e ra «p o lít ic a » f o rm alm e n te s e p arad a,
n ían a la o p re sió n h u b ie ran sido ac allad as . P e ro esto ac ab ó p o r ge n e rar
al tie m p o q ue se d e jab an in tac tas las in m e n sas d is p arid ad e s de p o d e r
algun as am b igü e d ad e s y p arad o jas q ue p e rm an e c e n p ro f un d am e n te
e n tre c ap ital y trab ajo en el m e rc ado y e l p ue sto de trab ajo , y de jan do
ar raigad as en la te o ría y la p rác t ic a p o lític as de O c c id e n te . P o r e je m ­
gran p arte de la v id a h um an a f ue ra de la in c u m b e n c ia de la re s p o n s a­
p lo , es s ign if ic ativ o q ue las d o c trin as c o n stitu c io n ale s, e in c lus o de m o ­
b ilid a d de m o c rátic a, go b e rn ad a p o r lo s im p e rativ o s d e l m erc ado .
c rátic as, en O c c id e n te , se de b an tan to a las luc h as p o p u lare s c o m o a la
A q uí, de lo q ue se trata, n o es de aq u e lla te n d e n c ia tan f am iliar de
de f en sa de l p o d e r y la p ro p ie d ad aristo c rátic o s. L o s p rin c ip io s c o n s ti­
p ro f e s ar un a c o sa y h ac e r, en c am b io , o tra. S e tr at a, m ás b ie n , de q ue
tutivo s de la d e m o c rac ia lib e ra l o c c id e n tal, sus id e ale s de un go b ie rn o
e ste tip o de p arad o jas se h allan en e l c e n tro m ism o de la te o ría y la
re s trin gid o y re sp o n sab le , tie n e n q ue ve r m ás c o n la se ñ o ría m e d ie v al y
p rác t ic a p o lític as o c c ide n tale s . L as ide as de un go b ie rn o lim itad o , e in ­
sus as p irac io n e s a un p o d e r autó n o m o q ue c o n e l go b ie rn o d e l d e m o s
c luso de m o c rátic o , h an d is f rutado de un a vid a d ilat a d a y vigo ro sa e n la
tal c o m o se lo c o n c e b ía en la an tigua A te n as.
t rad ic ió n o c c id e n tal, e n tre o tras c o sas p o rq ue un a f o rm ac ió n p a r t ic u ­
Y n o es só lo q ue las te n sio n e s e n tre la id e a de un a ig u ald a d c ívic a y
la r de la p ro p ie d a d , el p o d e r de c las e y d e l e stad o , h a h e c h o p o sib le
las re alid ad e s de la d e s ig u ald a d de c las e h ayan e x is tid o sie m p re . L o
q ue f ue ran ad o p tad as c o m o id e as do m in an te s y n o c o m o m eras e x p re ­
q ue re s u lt a m ás am b iguo y p arad ó jic o en la trad ic ió n o c c id e n tal de la
sio n es d e l p o d e r p o p u lar o de la re s is te n c ia q ue se o p o n ía a las c lases
te o ría p o lític a, q ue n ac ió en la c o m un id ad c ívic a de la an tigu a G re c ia,
do m in an te s. P e ro c o n in d e p e n d e n c ia de lo q ue esto h aya p o dido c o n ­
es q ue sus id e as f u n d ac io n ale s de c iu d ad a n ía e ig u a ld a d de lo s c iu d a ­
t r ib u ir a la lo n ge v id ad y e l v igo r de e ste tip o de id e as , h a re s trin gid o
dan o s f ue ro n , c asi d e sd e un p rin c ip io , ad ap tad as p ara q ue sirv ie ran a
tam b ié n n u e s tras c o n c e p c io n e s de la d e m o c rac ia. O f re c e r un a visió n
la c ausa de la d e s igu ald ad y la do m in ac ió n . H em o s visto , p o r e je m p lo ,
m ás ge n e ro sa de la e m an c ip ac ió n h um an a no s e x ig ir ía ir m ás allá de las
c ó m o lo s ro m an o s u tiliz aro n la id e a de c iu d ad a n ía c o m o un in s t r u ­
id e as do m in an te s y p as ar a un a trad ic ió n m ás ric a de lu c h a e m an c ip a­
m en to h e ge m ó n ic o de o lig arq u ía e im p e rialism o . N o só lo la id e a im p e ­
do ra, tan to en la ac c ió n c o m o en e l p e n sam ie n to . S in e m b argo , si an tes
rial de c iu d ad an ía ro m an a sustituyó la ac tuac ió n ac tiva de lo s c iu d a d a ­
c o m p re n de m o s la trad ic ió n d e l c an o n y la e x p e rie n c ia h is tó ric a en la
no s p o r la o b e d ie n c ia p asiv a, sin o q ue un p e n sad o r re p u b lic an o c o m o
q ue aq u e lla se arraiga, p o dre m o s p o n e r de m an if ie sto , de m ejo r m an e ­
C ic e ró n in c lus o e n c o n tró m an e ras de s e rv irse c o n f in e z a de las id e as
ra, lo s lím ite s de las o rto do x ias do m in an te s.
ig u a lit a r ia s , vo lvie n do lo s p rin c ip io s d e m o c rátic o s c o n tra sí m ism o s y
re le gan d o , p a ra e llo , la ig u a ld a d a u n a e sf e ra m o ral ab s trac t a, s itu ad a
m ás a llá de las d e s ig u ald a d e s de la v id a c o tid ian a y d e l go b ie rn o o li­
gárq uic o .
L a do c trin a c ris tian a, asim ism o , d e c laró la igu ald ad de to do s lo s s e ­
res h um an o s an te D io s, al tie m p o q ue e x c u s ab a y p e rd o n ab a la p r o ­
f u n d a d e s ig u ald a d , la o p re sió n y la e s c lav itu d , in c lus o en la re alid a d
m un d an a de la v id a en e ste v alle de lágrim as. L o s te ó ric o s de la p o lít i­
c a de p rin c ip io s de la e ra m o de rn a d e c lara rían q ue lo s se re s h um an o s
(o c o m o m ín im o lo s h o m b res) e ran lib re s e igu ale s en el e stado de n a­
tu rale z a, y lu e go p asaro n a f o rm ular el argum e n to q ue d e f e n d ía la m o ­
 304 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

A te n a s , 3 2 - 3 3 B o d in J e a n , 2 4 0 n . , 2 9 4 , 2 9 5 , 2 9 9
a b a n d o n o d e la p o lít ic a p o r la a r is t o ­ bondad, 264
c ra c ia , 9 4 B o n ifa c io V I I I , p a p a , 2 3 4 , 2 5 8 , 2 5 9 , 2 7 4
ÍN D ICE AN AL ÍT ICO Y D E N O M B RE S
A s a m b le a d e , 5 8 - 5 9 , 8 4 - 8 5 U n a m s a n c ta m , 2 7 4
a s c e n s o d e la d e m o c r a c ia , 5 0 - 5 7 B r o w n , P e t e r, 2 0 7
a t a q u e d e P la t ó n a la , 3 5 B u s h , G e o r g e W . , 18
c a r a c t e r ís t ic a s d e la d e m o c r a c ia , 5 7 - 6 5
C ic e r ó n y la , 1 8 6
c o m p a r a c ió n c o n R o m a , 1 5 2 , 1 5 9 C a líc le s , 7 6 , 9 2
c o n c e p t o d e lib e r t a d , 5 0 c a lv in is m o , 2 0 2
c u lt u r a d e la d e m o c r a c ia , 6 9 - 7 4 C a lv in o , J u a n , 2 0 2
d e b a t e s o b r e la d is p o s ic io n e s s o c ia le s , C a m b r id g e , E s c u e la d e , 2 0 , 2 2 - 2 3 , 2 4 - 2 7 ,
a b s o lu t is m o , 2 9 8 d e fin ic ió n d e d e m o c r a c ia , 6 0
66-67 31
A c a d e m ia P la t ó n ic a , e n Sic ilia , 9 3 , 1 0 9 , 1 1 5 d e fin ic ió n d e la p o li s , 1 2 7
d e c a d e n c ia m o r a l, 7 7 C a m b r i d g e H i s t o r y o f M e d i e v a l P o li t i c a l
a c c ió n , s e p a r a c ió n d e l p e n s a m ie n t o y la , d e fin ic ió n d e la s a s o c ia c io n e s h u m a n a s ,
d e s a fe c c ió n d e la a r is t o c r a c ia , 5 3 - 5 4 , T h o u g h t, T h e , 2 5 7 , 2 9 7
93-94 12 6 - 12 7
76-77 c a m p e s in o s , 3 8 - 3 9 , 4 9 , 6 1 - 6 2 , 2 0 0
a d q u is ic ió n , 1 3 0 e x p o s ic ió n d e la s r e fo r m a s d e S o ló n , 5 1
e le c c io n e s , 5 8 fe u d a le s , 2 1 7 , 2 2 3 - 2 2 5 , 2 5 0
Á fr ic a , n o r t e d e , 2 0 0 - 2 0 1 fo r m a c ió n , 1 1 5
e s c la v it u d , 5 9 r e fo r m a s d e S o ló n , 5 2
Ag am enón, 70 is la m y, 2 4 6
fu e r z a d e lo s e le m e n t o s d ir ig e n t e s , 9 7 r o m a n o s , 1 5 2 - 1 5 3 , 15 5
A g is I V , r e y d e E s p a r t a , 1 3 8 o p o s ic ió n a la d e m o c r a c ia , 1 1 4
h e g e m o n ía d e M a c e d o n ia , 1 1 5 c a p it a lis m o , 2 7 , 4 1 - 4 2 , 6 3 , 1 6 4 , 2 9 8
A g u s t ín d e H ip o n a , s a n , 15 , 18 9 , 19 7 , p a r t e s y c o n d ic io n e s d e la p o li s , 1 0 7
im p e r io , 6 4 C a r lo m a g n o , 2 0 9 , 2 2 0 , 2 2 1 , 2 3 1 - 2 3 2
19 9 - 2 11, 2 3 2 , 2 3 7 , 2 5 2 , 2 6 3 , 2 6 4 p o li s id e a l, 1 2 4 - 1 2 6 , 2 5 2 - 2 5 3 , 2 6 3
le y, 5 6 - 5 7 C a r lo s M a r t e l, 2 3 1
C iv ita te D e i [ L a C iu d a d d e D io s ] , 19 9 , p o lít ic a d e , 1 1 9 - 1 2 6
le y n o e s c r it a , 1 8 6 c a r o lin g io s , 2 3 0 - 2 3 2
2 0 1,2 0 2 p r in c ip io s c ívic o s , 2 0 9 - 2 1 0
lib e r t a d c ívic a , 6 4 C a rta M a g n a , 2 2 6
a h is t o r ic is m o , 2 0 s o b r e C le ó n , 7 7
L ic e o d e , 1 1 6 c a rt a g in e s e s , 3 5
A la r ic o , r e y d e lo s vis ig o d o s , 2 0 1 s o b r e e l g o b ie r n o d e s p ó t ic o , 13 5
m u je r e s y, 5 9 C a rta g o , 19 9
A lc id a m a s , 7 6 s o b r e e l o ik o s , 1 2 9
r e fo r m a s d e C lís t e n e s , 5 4 - 5 7 , 1 2 1 c a s t ig o , 8 7
A le ja n d r ía , 1 3 7 , 1 3 9 s ó b r e la d e s ig u a ld a d , 1 2 2 - 1 2 5 , 1 2 8 - 1 2 9
r e fo r m a s d e S o ló n , 5 2 - 5 3 , 1 2 1 C a t ilin a , 1 7 5 , 18 2
A le ja n d r o M agno, 115 , 116 , 13 3 , 13 6 - s o b re la e s c la v it u d , 3 0 - 3 1, 12 8 - 12 9 ,
r e la c io n e s p o lít ic a s , 3 6 C é s a rJ u li o , 15 5 , 17 5 , 17 6
13 9 , 18 9 13 4 , 1 7 2 , 1 7 3
r e v o lu c io n e s o lig á r q u ic a s , 76-77, 82, c é s a r o p a p is m o , 1 9 1
a lfa b e t iz a c ió n , 3 3 , 6 7 s o b r e la g o b e r n a b ilid a d , 1 3 4
9 2 , 18 7 C h in a , 3 4 , 4 7 , 15 7
a lm a , 9 8 - 1 0 1 s o b r e la ig u a ld a d , 1 2 2 , 1 2 6 , 2 7 3
s o fis t a s y, 7 5 - 7 6 C ic e r ó n , M a r c o T u lio , 3 6 , 1 5 5
A m in t a s I I I , r e y d e M a c e d o n ia , 1 1 5 t e o r ía d e la n a t u r a le z a ( f u s i s ) , 13 2
v é a s e ta m b i é n g rie g o s c a r a c t e r iz a c ió n d e l e s t a d o , 1 8 3 - 1 8 5 , 2 0 3
A n a s t a s io , e m p e r a d o r d e C o n s t a n t in o p la , t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l y, 2 4 7 - 2 4 8 , 2 5 2 -
A te n e a , 7 1 c o n c e p c ió n d e la le y n a t u r a l, 1 8 7 - 1 8 8
229 254, 260, 269-270
A u g u s t o C é s a r, 1 5 4 d e la ig u a ld a d m o r a l, 1 7 7 - 1 7 8
a n g lo s a jo n e s , 2 2 6 , 2 2 8 n . T o m á s d e A q u in o y, 2 6 1 - 2 6 7
A u r e lio , M a r c o , e m p e r a d o r , 14 3 d e la ig u a ld a d n a t u r a l, 1 8 0
A n t ifó n ( o A n t ifo n t e ) , 7 6 y e l c o n o c im ie n t o , 1 1 7 - 1 1 8
a u to n o m ía , 13 9 e s t o ic is m o d e , 1 7 4 , 1 7 9
A n t i g o n a , v é a s e S ó fo c le s y la d ic o t o m ía d e lo p u b lic o y lo p r i v a ­
a u t o n o m ía , 4 9 fo r m a c ió n , 1 7 4 - 1 7 6
A n t ig u o T e s t a m e n t o , 19 3 d o , 16 2
a u t o s u fic ie n c ia , 4 9 in flu e n c ia s e n , 16 7
S e p tu a g i n ta , 19 3 y la ju s t ic ia , 1 2 2 - 1 2 3 , 2 6 9 - 2 7 0 , 2 7 3 - 2 7 4
a v e r r o ís m o , 2 4 5 , 2 6 8 ju s t ific a c ió n d e l im p e r ia lis m o r o m a n o ,
A n t ip a t r o , v ir r e y d e G r e c ia , 1 1 6 , 1 3 7 y la p r o p ie d a d , 1 2 4 , 1 2 9 - 1 3 0
A v iñ ó n , p a p a d o e n , 2 7 8 , 2 8 8 17 2 - 17 3
A p o lo , d io s , 7 1 y la v ir t u d ( a r e té ) , 1 1 8 - 1 1 9
o b ra s , 17 6 - 17 7
A r is t ó fa n e s , 7 6 , 7 7 y la v u lg a r id a d , 1 1 9
p r in c ip io s p o lít ic o s , 1 7 6
A r is t ó t e le s , 1 4 , 3 6 y la s c ie n c ia s , 2 4 1 B a b ilo n ia , 4 7 s o b r e c o n s t it u c io n e s , 1 8 6
c a r a c t e r ís t ic a s de la d e m o c r a c ia a te ­ y m o r a lid a d , 1 1 6 - 1 1 9
b a n á u s ic a s , c la s e s d e ( t r a b a ja d o r e s m a ­ s o b re e l p a p e l d e l e s ta d o , 4 0
n ie n s e , 5 7 y r e la c io n e s d e c la s e , 2 5 0 , 2 7 4 n u a le s ) , 6 0 , 1 0 1 , 1 2 9 s o b r e la e s c la v it u d , 1 7 2 - 1 7 3
c o m p a r a c ió n c o n P la t ó n , 1 1 3 - 1 1 9 , 12 4 - P o lí t i c a , 12 4 , 2 4 6 , 2 4 7 , 2 5 2 , 2 5 7 , 2 6 3 , B a n c o d e I n g la t e r r a , 2 3 s o b r e la ig u a ld a d , 1 8 6 - 1 8 8 , 3 0 0
12 7 , 13 1 270 b e a t i tu d o , 2 6 5 s o b r e la ju s t ic ia , 1 7 7 , 1 8 4 - 1 8 6
c o n s e jo a A le ja n d r o M a g n o , 1 3 3 - 1 3 4 a r r ia n is m o , 2 0 7 b ie n c o m ú n , 2 7 1 s o b r e la p r o p ie d a d , 1 8 2 - 1 8 3
c o n t e x t o h is t ó r ic o d e la t e o r ía p o lít ic a , a s o c ia c ió n h u m a n a , d e fin ic ió n a r is t o t é li­
B ie n , e l, 1 0 3 , 1 1 7 s o b r e la r e d is t r ib u c ió n d e la p r o p ie d a d ,
121 c a d e la , 12 7
B lo c h , M a r c , 2 2 0 n . 17 0
 ín d ic e a n a lític o y d e n o m b re s 305 306 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

y e l d e c liv e d e la R e p ú b lic a , 1 8 1 - 1 8 2 t e o r ía a r is t o t é lic a d e , 1 1 7 - 1 1 8 d u a lis m o , 1 9 1 , 1 9 6 , 2 0 4 , 2 4 2 - 2 4 3 , 2 4 6 , y la te c h n é , 9 0 - 9 1

y la d e m o c r a c ia a t e n ie n s e , 1 8 6 t e o r ía p la t ó n ic a d e l, 9 1 , 1 0 3 , 1 1 5 269 y p o b re z a , 6 0
y la d e s ig u a ld a d p o lít ic a , 1 7 9 u n iv e r s a lis m o y, 9 0 e ig u a ld a d , 1 9 3 - 1 9 6 y r e la c io n e s d e c la s e , 6 2
y P la t ó n , 1 7 5 , 1 8 5 - 1 8 8 y v ir t u d , 8 8 e n O r ie n t e , 2 0 2 - 2 0 3 , 2 0 8 - 2 0 9 D e m ó c r it o , 7 5
y r iq u e z a , 17 5 C o n s e jo N o c t u r n o , 1 0 9 e s fe r a s d e la a u t o r id a d , 1 9 6 - 1 9 7 , 2 0 5 d e m o s , 5 4 - 5 5 , 6 0 , 9 7 , 14 9
D e L e g i b u s [ D e la s le y e s ] , 1 7 6 c o n s e n t im ie n t o , 2 5 1 , 2 5 4 h e r e jía , 2 0 1 , 2 0 6 - 2 0 7 d e r e c h o ( le y)
D e O f f ic iis [D e lo s d e b e re s ], 4 0 , 17 0 , C o n s t a n t in o , e m p e r a d o r , 1 8 9 , 1 9 4 , 1 9 6 , h e r e jía p e la g ia n a , 2 0 7 C ic e r ó n s o b r e e l, 18 4
17 7 , 17 8 202, 283 m is ió n r o m a n a d e l, 2 0 3 d e r e c h o in g lé s , 2 2 5 - 2 2 8
D e R e s P u b li c a [ D e la R e p ú b lic a ' ] , 1 7 2 , C o n s t a n t in o p la , 1 8 9 n e o p la t ó n ic o s , 1 9 6 d e r e c h o r o m a n o , 4 0 - 4 1 , 1 5 9 - 1 6 7 , 19 2 -
17 6 , 1 8 2 , 2 0 3 C o n s titu c ió n d e A te n a s , 5 7 , 1 1 9 p a u lin o , 1 8 9 , 1 9 3 - 1 9 7 , 2 3 0 19 3 ,2 18 ,2 2 8 , 235-236, 237
E n d e f e n s a d e S e s ti o , 1 8 1 c o n s t it u c io n e s p r in c ip io s c ívic o s , 2 1 0 ig u a ld a d a n t e la le y, 5 6
c ic lo c ó s m ic o , 1 0 6 C ic e r ó n s o b r e la s , 1 8 6 s u r g im ie n t o d e l, r o m a n o , 1 8 9 - 1 9 1 le y d iv in a y le y c ivil, 2 6 8
c ie n c ia p o lít ic a , 1 6 - 2 0 c la s ific a c ió n d e la s , 3 6 t r a n s fo r m a c ió n én r e lig ió n im p e r ia l, le y is lá m ic a , 2 4 2 - 2 4 5
C ip r ia n o , o b is p o d e C a r t a g o , 1 9 9 m ix t a , 3 6 , 1 6 5 , 1 8 8 , 2 7 2 2 0 8 n. M a r s ilio d e P a d u a s o b r e e l, 2 8 1 - 2 8 5 ,
D e C a t h o li c a e E c c le s ia e U n i t a t e [ D e la P la t ó n s o b r e la s , 1 0 8 - 1 0 9 u n iv e r s a lis m o , 1 8 9 , 1 9 3 - 1 9 6 287
u n i d a d d e la I g le s i a c a tó li c a ] , 1 9 9 c o n te x to y e l e s t o ic is m o , 1 9 2 , 1 9 5 - 1 9 6 P la t ó n s o b r e e l, 1 0 7 - 1 0 9 , 1 3 9 - 1 4 0
c ir c u m e lio n e s , 2 0 1 h is t ó r ic o , 2 7 , 2 8 - 3 2 , 1 1 4 , 1 2 1 y e l p e c a d o , 19 7 , 1 9 9 , 2 0 4 - 2 0 9 r e fo r m a s d e S o ló n , 5 3 - 5 4
c iu d a d a n o - c a m p e s in o , 3 5 , 3 9 , 6 1 i n t e r p r e t a c ió n q u e h a c e la E s c u e la d e y g o b e r n a b ilid a d fe u d a l, 2 2 9 - 2 4 0 S ó fo c le s s o b r e la le y, 7 3
c iu d a d a n o s y c iu d a d a n ía C a m b r id g e , 2 2 - 2 5 , 3 1 y la d e s ig u a ld a d , 2 1 0 T o m á s d e A q u in o y, 2 6 6 - 2 6 9
d iv is ió n e n t r e e l q u e g o b ie r n a y e l g o ­ c o n t e x t o h is t ó r ic o y la e s c la v it u d , 19 5 y e s t o ic is m o , 1 7 0
b e rn a d o , 13 4 im p o r t a n c ia d e l, 16 y la filo s o fía , 2 4 0 - 2 4 3 y la n a t u r a le z a , 7 8 - 8 0
e n la d e m o c r a c ia g rie g a , 3 2 - 3 3 y la E s c u e la d e C a m b r id g e , 2 2 - 2 5 y la o b e d ie n c ia , 2 0 5 - 2 1 0 , 2 1 1 , 2 4 2 y r e a le z a , 1 3 9 - 1 4 0
ig u a ld a d , 1 7 9 - 1 8 0 c o n t e x t o s o c ia l, 2 7 y la p r e d e s t in a c ió n , 2 0 2 y r e lig ió n , 2 4 0 - 2 4 7
M a r s ilio d e P a d u a s o b r e lo s , y la , 2 8 1 - y la in t e r p r e t a c ió n d e la E s c u e la de y la p r o p ie d a d , 1 9 2 v é a s e ta m b i é n d e r e c h o n a t u r a l,
282 C a m b r id g e , 2 2 - 2 5 y la s e x u a lid a d , 2 0 8 n . d e re c h o s , 2 7 7 , 2 9 1
r e fo r m a s d e S o ló n , 5 2 - 5 3 c o n t r a t o s o c ia l, 7 6 , 2 7 8 v é a s e ta m b i é n I g le s ia d e s a r r o llo e c o n ó m ic o , 2 3 - 2 4
ro m a n o s , 15 9 , 16 3 , 16 6 , 18 8 , 2 1 1 , 2 4 9 , c o r p o r a t is m o , 2 7 7 - 2 7 8 , 2 7 9 - 2 8 7 , 2 8 8 - 2 9 6 C r id a s , 7 6 d e s ig u a ld a d , 9 4 , 2 7 3 , 3 0 0
300 c o s m ó p o lis , 1 3 3 , 1 3 9 C r o m w e ll, O liv e r , 2 7 A r is t ó t e le s s o b r e la , 1 2 2 , 1 2 6 , 2 7 3
t e n s io n e s e n e l s e n o d e , 3 7 c o s m o p o lit is m o , 1 3 5 - 1 3 8 , 1 3 9 , 1 4 3 , 1 8 8 , C ic e r ó n s o b r e la , 1 7 9
t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l y, 2 4 8 - 2 4 9 , 2 5 1 - 1 9 3 , 19 5 c r is t ia n is m o y, 2 1 0
252 c o sm o s, 14 5 - 14 8 D a n te , 2 8 4 , 2 8 5 e s t o ic is m o , 1 4 9 - 1 5 0 , 1 7 1 - 1 7 2
y la p r o p ie d a d , 12 4 C ra te s d e T e b a s, 14 4 D e M o n a r c h ia , 2 8 4 n a t u r a l, 7 8 - 8 0 , 8 5
c i v i ta s , 2 6 5 , 2 7 2 C r e d o d e N ic e a , 2 0 8 , 2 3 1 D e lla S c a la , fa m ilia d e V e r o n a , 2 8 0 , 2 8 7 P la t ó n s o b r e la , 8 5 , 9 7 - 1 0 1 , 1 8 0
C iv ita te D e i [ L a c iu d a d d e D io s ] , v é a s e C re o n te , 16 1 D e m e t r io d e F a le r ó n , 1 1 6 r o m a n o s , 16 2
A g u s t ín d e H ip o n a , C r e t a , 3 3 , 3 6 , 12 2 d e m o c r a c ia v é a s e t a m b i é n d e s ig u a ld a d p o lít ic a
C le ó m e n e s , 5 5 , 1 5 0 c r im e n , 5 3 , 8 7 a u g e d e la , 5 0 - 5 7 d e s ig u a ld a d d e c la s e , 1 8 0
C le o m e n e s I I I , r e y d e E s p a r t a , 1 3 8 C r is is d e la E x c lu s ió n , 2 4 , 2 7 c a r a c t e r ís t ic a s d e la a t e n ie n s e , 5 7 - 6 5 d e s ig u a ld a d p o lít ic a , 1 7 9
C le ó n , 7 7 , 8 1 , 1 1 9 c r is t ia n is m o , 4 0 , 4 2 , 1 5 9 C ic e r ó n y, 1 8 6 d e s t in o , 7 1
C lís t e n e s , 5 4 - 5 5 y n . , 5 6 - 5 7 , 7 7 , 1 0 9 , 1 2 1 , c a m b io s r e s p e c t o a la s t r a d ic io n e s p o lí ­ c r ít ic a s d e la , d e A t e n a s , 6 0 D iá lo g o M e lia n o , e l, 6 5 , 7 9
250 t ic a s a n t ig u a s , 2 1 0 c u lt u r a a t e n ie n s e d e la , 6 9 - 7 4 v é a s e ta m b i é n P e lo p o n e s o , g u e r r a d e l;
C lit e m n e s t r a , 7 0 c is m a , 2 0 8 - 2 0 9 , 2 3 1 d e m a s a s , 18 η . T u c íd id e s
C ó d ig o d e J u s t in ia n o , 1 4 0 , 2 4 8 c o m p a r a c ió n c o n e l is la m , 2 4 5 d e fin ic ió n q u e A r is t ó t e le s h a c e d e , 6 0 d ik a io s u n e , 9 4 , 9 7
C o le r id g e , S a m u e l T a ylo r, 1 1 3 c o n t r o v e r s ia f i l i o q u e ( d e l H i jo ) , 208, g rie g a , 3 . 2 - 3 8 d ik e , 6 8 - 6 9 , 9 4
c o m u n a s d e c iu d a d a n o s , 2 5 1 , 2 5 4 - 2 5 6 2 3 1- 2 3 2 o p o s ic ió n a la ,. 7 7 D io n is io I , 9 3
c o m u n id a d c ív ic a , 3 5 , 5 0 , 2 1 0 , 2 1 1 , 2 5 2 - d e O c c id e n t e , 2 0 2 o p o s ic ió n d e A r is t ó t e le s a , 1 1 3 D io n is io I I , 9 3
2 5 3 ,2 5 6 ,2 6 9 - 2 7 0 ,2 8 1-2 8 4 d e re c h o d iv in o y d e r e c h o c iv il, 2 6 8 - o r íg e n e s d e , 3 2 - 3 8 D io s
c o n d ic io n e s s o c ia le s , 1 0 2 - 1 0 3 269 P la t ó n y, 3 8 , 5 9 , 6 0 , 8 8-89, 92, 10 8 , a u t o r id a d d e , 19 3
c o n o c im ie n t o d iv is ió n e n t r e p o d e r s e c u la r y p o d e r 112 ,113 d o m in iu m , 2 3 9
a b s o lu t o , 8 3 e s p ir it u a l, 2 2 9 - 2 3 5 r e fo r m a s d e S o ló n , 5 2 - 5 3 r e la c ió n a , 1 8 9 , 1 9 9
e s t o ic is m o y, 14 4 d o c t r in a a g u s t in ia n a , 1 9 9 - 2 1 1 s o fis t a s y la , 7 4 - 8 0 T o m á s d e A q u in o y, 2 6 6 - 2 6 9
r e q u is it o s p a r a e l, 8 5 d o c t r in a d e l p e c a d o o r ig in a l, 2 0 7 - 2 0 8 y la filo s o fía , 7 4 - 8 0 d is c u r s o s , d iv e r s id a d d e , 2 8
 I n d ic e a n a lític o y d e n o m b re s 307 308 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

D o b b , M a u r ic e , 2 2 4 η . A g u s t ín d e H ip o n a s o b r e , 2 0 0 , 2 0 3 c a m p e s in o s , 2 1 7 , 2 2 3 - 2 2 5 , 2 5 0 G r a c o , T ib e r io y C a y o , h e r m a n o s , 1 5 1 ,
D o c e T a b la s , 1 6 0 a u t o r id a d d e l, 2 7 5 - 2 7 9 d e fin ic io n e s , 2 1 7 - 2 1 8 1 5 3 , 1 6 9 - 1 7 0 , 18 2
d o lo r , e v it a c ió n d e l, 14 2 c a r a c t e r iz a c ió n de C ic e r ó n , 18 3 - 18 5 , d e s a p a r ic ió n d e la e s fe r a c ívic a , 2 2 2 G r a n B r e t a ñ a , s u r g im ie n t o d e la s o c ie d a d
d o m in io p o lít ic o , 2 5 2 - 2 5 6 203 d ic o t o m ía d e lo p ú b lic o y lo p r iv a d o , c o m e r c ia l, 2 3 - 2 4
d o m in iu m , 4 1 , 16 4 , 1 9 1 , 19 2 , 2 1 8 , 2 3 4 , c a rg o s d e l, 3 4 236 G r e g o r io I X , p a p a , 2 6 1
2 3 5 -2 3 6 , 2 3 9 , 2 6 8 -2 6 9 , 27 5 -2 7 6 , 2 9 1 c o n c e p t o h e le n ís t ic o d e , 1 3 9 e lit e s u r b a n a s , 2 2 3 G r e g o r io V I I , p a p a , 2 3 3 , 2 5 1
« D o n a c ió n d e C o n s t a n t in o » , 2 8 3 c o n c e p t o r o m a n o d e , 16 5 g o b e r n a b ilid a d , 2 2 9 - 2 4 0 , 2 6 3 g rie g o s
d o n a t is m o , 2 0 1 , 2 0 6 , 2 0 7 c o n t r o l d e la m a n o d e o b r a , 3 4 im p u e s t o s , 2 1 7 a u g e d e la d e m o c r a c ia , 5 0 - 5 7
d u a lis m o , 19 1, 19 5 - 19 6 , 204, 242-243, e ig u a ld a d , 1 2 6 in flu e n c ia s g e rm á n ic a s , 2 1 6 - 2 1 7 a u g e d e la p o li s , 5 0
246, 269 fr a g m e n t a c ió n , 2 1 9 - 2 2 3 in g lé s , 2 2 5 - 2 2 6 c a r a c t e r ís t ic a s d e la d e m o c r a c ia , 5 7 - 6 5
D u n s E s c o to , J u a n , 2 3 8 in d e p e n d e n c ia d e l, 3 8 n a t u r a le z a d e , 2 1 5 - 2 2 9 c o n c e p c ió n c a m b ia n t e de la ju s t ic ia ,
M a r s ilio d e P a d u a s o b r e , 2 8 1 o b lig a c io n e s , 2 2 2 67-69
p r o p ó s it o , 8 6 - 8 7 o r íg e n e s d e , 2 1 3 - 2 1 4 c o n c e p t o d e lib e r t a d , 4 7 - 4 9
E fia lt e s d e T e s a lia , 7 0 p r o p ó s it o m o r a l d e l, 18 5 p r o p ie d a d y, 4 1 n . , 2 1 8 - 2 2 0 , 2 3 4 - 2 4 0 c o n c e p t o d e p r o p ie d a d , 16 3
E g ip t o , 3 6 , 4 3 , 1 2 2 , 13 7 S k in n e r y e l, 2 1 - 2 2 r e iv in d a c io n e s r iv a le s d e la a u t o r id a d , d e m o c r a c ia , 3 2 - 3 8
E g is t o , 7 0 t r a d ic ió n o c c id e n t a l d e l, 3 8 221 d ic o t o m ía d e lo p ú b lic o y lo p r iv a d o ,
e le u t h e r i a , 4 7 - 4 9 , 1 3 9 y p r o d u c c ió n , 3 5 , 3 8 - 3 9 r e la c io n e s e c o n ó m ic a s , 2 1 7 , 2 2 4 16 1- 16 2
e m p ir is t a s , 1 7 - 1 9 y p r o p ie d a d , 4 1 , 1 8 2 - 1 8 3 , 2 7 5 - 2 7 6 r e la c io n e s ju r íd ic a s , 2 6 9 - 2 7 4 e s c la v it u d , 3 5 , 4 9 , 5 9
E n g a g e m e n t C o n tr o v e r s y , 2 4 y r e lig ió n , 1 9 1 r e la c io n e s s o c ia l, 2 2 3 - 2 2 5 , 2 4 9 - 2 5 1 e v o lu c ió n d e la t e o r ía p o lít ic a , 6 5 - 6 9
E p ic t e t o , 14 3 e s t o ic is m o s e ñ o r ía , 2 1 5 , 2 1 7 , 2 5 3 h e g e m o n ía d e M a c e d o n ia , 1 1 4
e p ic u r e is m o , 1 4 1 - 1 4 2 , 1 8 4 a le ja m ie n t o d e la p o lít ic a , 1 4 1 t r a n s ic ió n d e l, 4 2 , 2 9 9 ig u a ld a d , 4 7
E p ic u r o , 1 4 1 - 1 4 2 C ic e r ó n y, 1 7 4 - 1 7 9 v a r ie d a d e s d e , 4 2 m u je r e s , 5 9
e s c e p t ic is m o , 2 0 0 c o n s e c u e n c ia s p o lít ic a s d e l, 1 4 4 - 1 5 1 y c r is t ia n is m o , 2 2 9 - 2 4 0 o r íg e n e s d e la t e o r ía p o lít ic a , 3 2 - 3 8
E s c ip ió n e l J o v e n ( P u b lio C o r n e lio E s c i- E s t o a M e d ia , 1 7 1 y t e o r ía p o lít ic a , 2 4 7 - 2 5 6 p r o p ie d a d , 5 1 - 5 2
p ió n E m ilia n o e l A fr ic a n o N u m a n t i­ filo s o fía d e l, 1 4 5 - 1 5 0 F ilip o I I , r e y d e M a c e d o n ia , 1 1 5 , 13 5 t r a d ic ió n d e l p e n s a m ie n t o p o lít ic o , 13 -
n o ) , 16 8 , 1 6 9 , 1 7 2 , 2 0 3 fu n d a c ió n y fa s e s d e la E s t o a , 14 3 F iló n d e L a r is s a , 1 7 5 14
E s c ip ió n N a s ic a , P u b lio , 1 6 9 lo g o s , 1 4 4 - 1 4 6 , 1 4 9 - 1 5 0 , 1 9 2 filo s o fía , 6 5 , 7 4 - 8 0 , 8 3 , 8 4 , 9 1 , 1 0 9 , 1 1 0 - v é a s e ta m b ié n A t e n a s
e s c la v it u d , 4 8 , 5 9 p r e o c u p a c io n e s d e l, 1 4 1 , 14 3 113 , 114 , 13 8 - 13 9 , 2 4 0 - 2 4 7 g u e r r a fr ía , 17
A r is t ó t e le s y la , 3 0 - 3 1 , 12 8 - 12 9 , 13 4 , R e p ú b li c a d e Z e n ó n , 1 4 3 - 1 4 4 filo s o fía c o n fu c ia n a , 14 G u ille r m o d e M o e r b e k e , 2 5 2 , 2 5 3 , 2 7 0
17 2 - 17 3 v a r ia n t e s r o m a n a s , 16 7 - 17 4 , 19 2 - 19 3 , F in le y , M o s e s I . , 3 0 η . G u ille r m o de O c kham , 239, 258-259,
C ic e r ó n s o b r e la , 1 7 2 - 1 7 3 19 6 fis c a lid a d , 2 1 7 , 2 1 9 - η . - 2 2 0 η . 2 6 1,2 6 2 ,2 7 9 ,2 8 8 - 2 9 6
e n R o m a , 16 6 y c ris t ia n is m o , 1 9 2 , 1 9 5 - 1 9 6 fo r m a s , 1 1 6 - 1 1 7
e s t o ic is m o y, 1 4 5 , 1 4 9 - 1 5 0 , 1 7 1 - 1 7 2 y la d e s ig u a ld a d , 1 4 9 - 1 5 0 , 1 7 1 - 1 7 2 fo r m a s u n iv e r s a le s , 1 1 7
n a t u r a l, 3 0 y la e s c la v it u d , 1 4 5 , 1 4 9 - 1 5 0 , 1 7 1 - 1 7 2 F r a n c ia , 2 9 , 4 2 , 2 2 6 , 2 4 0 , 2 5 4 , 2 5 9 , 2 6 0 , h a b la r e n p ú b lic o , ig u a ld a d d e , 6 1
T o m á s d e A q u in o y la , 2 6 8 y la ig u a ld a d , 1 4 5 - 1 4 6 294 H e g e l, G e o r g W ilh e lm F r ie d r ic h , 15
y c ris t ia n is m o , 19 5 y la ju s t ic ia , 18 4 F r a n c is c o d e A s ís , s a n , 2 3 8 h e k te m o r ía , 5 2 η .
e s c r it u r a , 3 3 y la le y, 1 7 0 fr a n c o s , 2 2 0 h e le n ís t ic o , p e r ío d o , 1 3 8 - 1 3 9
E s fa r o s d e B o r is t é n e s , 1 5 1 é t ic a , 1 1 8 - 1 1 9 fu n d a m e n t a lis m o is lá m ic o , 2 4 5 h e le n iz a c ió n , 1 3 6
e s fe r a c ívic a E u r íp id e s , 7 0 fu s is , 7 8 - 8 0 H e r á c lit o d e É fe s o , 1 4 6 - 1 4 9
d e s a p a r ic ió n d e la , 2 2 2 L a s s u p li c a n t e s , 4 7 , 6 0 , 7 0 h e r m a n d a d , 13 3
t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l y, 2 4 8 - 2 5 1 E u s e b io , o b is p o , 1 9 4 , 1 9 6 , 2 0 2 H e rm e s , 7 2 , 8 6
E s p a r t a , 3 3 , 3 6 , 5 3 , 5 4 , 7 6 - 7 7 , 13 8 e x p e r ie n c ia , á m b it o s c o m u n e s d e la , 2 9 G e la s io I , p a p a , 2 2 9 , 2 3 3 H e ró d o t o , 4 8 , 5 5 , 6 6 , 8 5 , 14 8
E s p ír it u S a n t o , 2 0 8 G e r m a n ia , 4 2 H e s io d o , 6 8 - 6 9 , 7 1 - 7 2
E s q u ilo , 7 0 g o b e r n a b ilid a d ( g o b e rn a n z a ) H ilt o n , R o d n e y, 4 8 , 2 1 3
L a O r e s tia d a , 7 0 , 7 2 F a r a b i, A l- , 2 4 4 fe u d a l, 2 2 9 - 2 4 0 , 2 6 3 , 2 6 8 H ip ia s d e E lis , 7 5
h a s E u m é n id e s , 1 1 ) F e d e r ic o I I , re y, 2 6 1 t ip o s d e , 1 3 3 - 1 3 4 h is t o r ia , s e n t id o d e la , 6 6
L o s p e rs as , 4 8 , 73 F e lip e I V , r e y d e F r a n c ia , 2 3 4 , 2 5 8 , 2 5 9 , g o b e rn a r, e l a rte d e , 10 5 - 10 7 H o b b e s , T h o m a s , 15 , 2 4 , 2 7 , 1 7 8 , 2 5 2 ,
P r o m e te o e n c a d e n a d o , 7 1 , 7 4 274 g o b ie r n o a b s o lu t o , 1 4 0 2 7 7 ,3 0 1
e s t a b ilid a d , 1 4 8 fe n ic io s , lo s , 3 5 g o b ie r n o d e l p u e b lo , 3 3 - 3 4 H o m e ro , 6 7 - 6 9 , 9 7 , 13 9
E s t a d o U n id o s d e A m é r ic a , 3 0 n. fe u d a lis m o g o b ie r n o d e s p ó t ic o , 1 3 6 L a O d is e a , 6 8
e s ta d o a u g e d e l, 4 1 G o r g ia s d e L e o n t in i, 7 6 h o m o n o ia , 14 9

h u m a n is m o , 2 9 7
h u m a n is m o c ívic o , 2 4
h u m a n is t a , p r in c ip io , 3 7
I b n R u s h d ( A ve rro e s ) , 2 4 3 - 2 4 5
T r a ta d o d e c i s i v o s o b r e la a r m o n í a d e la
R e li g i ó n y la F i l o s o f í a , 2 4 4
id e a le s h e r o ic o s , 14
Ideas, 9 7 -9 8
id e n t id a d c ívic a , 9 4 , 1 4 0
id e o lo g ía , 1 1 1 - 1 1 3
I g le s ia
a s c e n s o d e la , 4 2
a t a q u e d e M a r s ilio d e P a d u a a la , 2 8 0 -
2 8 5 ,2 8 6
a u t o r id a d d e , 2 7 5 - 2 7 6 , 2 7 7
c o r r u p c ió n d e , 2 8 3
d e s a fío d e G u ille r m o d e O c k h a m a la ,
292-293
d o m in ic o s , 2 3 9 , 2 6 8
fr a n c is c a n o s , 2 3 8
ó r d e n e s m e n d ic a n t e s , 2 3 8 - 2 4 0 , 2 6 8
o r g a n iz a c ió n , 1 9 7 - 1 9 9
p o b re z a , 2 3 7 - 2 4 0
p o d e r g u b e r n a m e n t a l, 2 3 2 - 2 3 5
p r o p ie d a d , 2 3 4 - 2 4 0 , 2 7 5 - 2 7 6
r iq u e z a , 2 3 3 , 2 3 7
y h e r e jía , 2 0 5 - 2 0 7
y la t e o r ía c o n c ilia r , 2 7 8
v é a s e t a m b i é n c r is t ia n is m o
I g le s ia D o n a t is t a , 2 0 0
ig u a ld a d , 4 7 , 5 7 , 6 0 , 7 9 , 9 4 , 13 3 ,
16 9 , 3 0 0
A r is t ó t e le s s o b r e la , 1 2 3 , 1 2 6 , 2 7 3
C ic e r ó n a c e r c a d e la , 1 7 7 - 1 8 0
c r is t ia n is m o y, 1 9 3 - 1 9 6
y la ju s t ic ia , 9 8
y la p o li s , 1 2 9 , 1 3 0 , 1 6 1 - 1 6 2
ig u a ld a d c ívic a , 1 8 0 - 1 8 1
ig u a ld a d m o r a l, 1 7 7 - 1 7 8
im p e r iu m , 4 0 , 1 6 4 , 1 9 1 - 1 9 3 , 2 1 8 , 2 3 5 - 2 3 6
I n d ia , c iv iliz a c ió n d e la , 14
in d iv id u a lis m o
e p ic u r e is m o y, 1 4 2
e s t o ic is m o , 1 4 2 - 1 4 3
G u ille r m o d e O c k h a m s o b r e , 2 9 0 - 2 9 5
I n g la t e r r a , 4 2 , 2 2 5 - 2 2 8 , 2 5 4 , 2 5 9 , 2 9 4
I n q u is ic ió n , 2 0 5
I s a b e l, r e in a d e I n g la t e r r a , 2 9 4
I s á g o ra s , 5 4 - 5 5
ín d ic e a n a lític o y d e n o m b re s 309 3 10 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s
is e g o r ia , 6 1 L u c r e c io , 1 4 1 o ik o s , 5 0 , 9 4 , 1 2 7 , 1 2 9 , 1 6 1 - 1 6 2
is la m , 2 4 3 D e R e r u m N a tu r a [ D e la s c o s a s d e la n a ­ O re s te s , 7 0 - 7 1
I s ó c ra te s , 8 1 tu r a le z a ] I, 1 4 1 - 1 4 2 , 1 8 2 o r g a n iz a c ió n p o lít ic a , 13 n .
is o n o m ia , 5 6 , 9 4 , 9 7 , 13 9 L u is d e B a v ie r a , 2 5 8 , 2 7 9 , 2 8 5 , 2 8 9
I t a lia , 4 2 , 2 3 8 , 2 5 5 , 2 5 6 n „ 2 5 9 L u is V I I I , r e y d e lo s fr a n c o s , 2 5 8 , 2 6 2
P a b lo d e T a rs o , s a n , 1 8 9 , 19 3 - 1 9 5
P a g e ls , E la in e , 2 0 8 n .
J á m b lic o , a n ó n im o d e , 7 6 M a c e d o n ia , 1 3 8 P a ís e s B a jo s , 4 2
J e n ó fa n e s , 8 0 m a c e d o n io s , 1 1 5 , 1 3 3 - 1 3 8 P a n d o ra , 7 1
J e s u c r is t o , 2 8 3 M a c p h e r s o n , C . B .: P o li t i c a l T h e o r y o f P a n e c io d e R o d a s , 1 4 3 , 15 0 , 15 1, 16 7 ,
J u a n d e P a r ís , 2 5 8 , 2 6 1 , 2 7 4 - 2 7 9 , 2 9 3 P o s s e s s iv e I n d i v i d u a li s m : H obbes to 17 0 - 17 1
D e p o te s ta te r e g ia e t p a p a li [ D e l p o d e r L o c k e , T h e [ T e o r í a P o lí t i c a d e l I n d i v i ­ p a r a d e ig m a , 9 7 - 1 0 0
p a p a l y r e a l\ , 2 7 4 d u a li s m o P o s e s i v o , L a ] , 1 9 y η . P a r m é n id e s , 1 1 2
Jua n X X II, papa, 2 5 8 , 2 8 0 m a n iq u e ís m o , 2 0 0 p a t r o c in io , 1 6 0 - 1 6 1
Q u ia v i r re p r o b u s , 2 3 9 , 2 8 9 M a q u ia v e lo , N ic o lá s , 15 , 2 4 , 2 5 6 η . , 2 9 8 - p e c a d o , 19 7 , 19 9 , 2 0 4 - 2 0 9 , 2 6 4 - 2 6 5 , 2 9 1
ju d a is m o , 2 4 1 - 2 4 2 299 P e la g io , 2 0 6 - 2 0 7
J u lia n o e l A p ó s t a t a , e m p e r a d o r r o m a n o , M a r a t ó n , b a t a lla d e , 5 7 , 7 0 P e lo p o n e s o , g u e r r a d e l, 7 7 , 8 1 , 15 4
205 M a r s ilio d e P a d u a , 2 5 6 , 2 5 8 , 2 6 0 , 2 6 1 - P e r d ic a s , r e g e n t e im p e r ia l, 1 4 1
ju s t ic ia 2 6 2 ,2 7 9 -2 8 7 ,2 9 3 ,2 9 5 P é rg a m o , 13 9
A r is t ó t e le s y, 12 2 - 12 3 , 2 6 9 - 2 7 0 , 2 7 3 - D e fe n s o r m in o r , 2 8 0 , 2 8 5 P e r ic le s , 5 7 - 5 8 , 7 6 , 1 1 5
274 D e f e n s o r p a c is , 2 4 8 , 2 5 5 , 2 5 8 , 2 8 0 - 2 8 1 , D is c u r s o F ú n e b r e , 6 0 , 6 4
C ic e r ó n s o b r e , 1 7 7 , 1 8 4 - 1 8 6 2 8 3 ,2 8 5 -2 8 6 P e r s ia , 4 3 , 4 8 , 5 7
c o n c e p c ió n c a m b ia n t e d e lo s g rie g o s M a r x , K a r l, 1 3 0 p h i li a , T b
s o b r e la , 6 7 - 6 9 m a t e r ia lis m o , 14 2 P it á g o r a s , 1 1 2 , 14 7
c o n c e p c io n e s o p u e s t a s d e la , 7 0 m a t e r ia lis m o h is t ó r ic o , 2 6 p la c e r, 14 2
n a t u r a l, 1 8 4 - 1 8 5 M e n c io , 3 4 , 4 0 P la t ó n , 14 , 7 4
P la t ó n s o b r e la , 2 6 , 6 9 , 9 5 - 9 9 m ic é n ic o s , 3 3 , 5 0 a ta q u e a A te n a s , 3 5
r e fo r m a s d e S o ló n , 5 3 M ile t o , 1 4 7 C ic e r ó n y, 1 7 5 , 1 8 5 - 1 8 8
ro m a n a , 16 8 M ill, J o h n S t u a r t , 15 c o m p a r a c ió n c o n A r is t ó t e le s , 1 1 3 - 1 1 9 ,
t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l y la , 2 6 9 - 2 7 4 m in o ic o s , 3 3 1 2 4 - 12 7 , 13 1
y e l m é t o d o s o c r á t ic o , 8 2 - 8 3 m o d e r n id a d , 18 n . c o m p a r a c ió n d e la s o b r a s d e , 1 0 4 - 1 0 5
y la ig u a ld a d , 9 8 m o n a r q u ía , 2 2 0 , 2 2 6 , 2 2 7 , 2 5 2 , 2 7 0 , 2 7 2 , « c o m u n is m o » d e , 1 0 2
14 5 , J u s t in ia n o I : D i g e s to , 16 3 n . 277 c u a lid a d e s d e la c la s e d ir ig e n t e , 9 9 - 1 0 0
m o n is m o , 1 4 5 - 1 4 6 , 1 5 0 d iv is ió n s o c ia l d e l t r a b a jo , 9 1
m o r a lid a d , 1 1 6 - 1 1 7 , 1 6 9 , 2 7 3 e n S ir a c u s a , 9 3
K u n k e l, W o lfg a n g , 1 9 0 η . M o r o , s ir T o m á s , 2 9 9 e p is t e m o lo g ía , 8 5
m o s m a io r u m , 18 2 e s t r u c t u r a d e c la s e , 1 0 9
m o t o r in m ó v il, 2 6 6 fo r m a c ió n , 9 2 - 9 3 , 1 1 4 - 1 1 5
le g is la d o r e s , M a r s ilio d e P a d u a s o b r e lo s , m u je r e s , c o n d ic io n e s d e la s , 5 9 , 1 2 7 , 14 5 id e o lo g ía , 1 1 1 - 1 1 3
2 8 1- 2 8 5 m u n d o e m p ír ic o , 8 0 in t e r p r e t a r a , 11 0 - 1 1 3
L e lio , C a y o , 1 7 2 - 1 7 3 , 1 7 8 is la m y, 2 4 6
le y ( d e r e c h o ) n a t u r a l, 1 4 5 , 1 6 6 , 1 7 7 , 1 7 9 , m e t a filo s ó fic a , 9 4 , 9 9 , 1 1 1 - 1 1 2
18 4 , 18 7 , 2 4 7 , 2 6 6 - 2 7 4 , 2 9 2 n a t u r a le z a , le y y, 7 8 - 8 0 o p o s ic ió n a la d e m o c r a c ia , 3 8 , 5 9 , 6 0 ,
le y v iv a , 1 3 9 - 1 4 0 n a t u r a le z a h u m a n a , 15 , 6 5 - 6 6 , 7 4 - 7 5 , 7 9 , 8 8 - 8 9 , 9 2 , 10 8 , 1 1 2 - 1 1 3
lib e r t a d , 4 7 - 4 9 , 6 3 , 1 6 2 , 2 2 2 , 2 7 1 , 2 9 1 8 7 , 9 0 , 118 , 14 0 , 14 5 , 1 7 9 , 3 0 0 p r in c ip io s c ív ic o s , 2 0 9
li b e r t a s , 4 7 n e o p la t o n is m o , 1 9 6 , 2 6 2 p r o g r a m a e d u c a t iv o d e , 10 3
lib r e v o lu n t a d , 2 0 2 , 2 0 6 - 2 0 7 N ic o lá s d e C u s a , 2 9 8 n . r e a lid a d s u p e r io r , 1 1 6
L ic o fr ó n , 7 6 n o m o i, 8 7 s o b r e e l a lm a , 9 8 - 1 0 1
L ic u r g o , 9 3 n om os, 5 7 , 73, 7 8 -8 0 , 94 s o b re e l a rte d e g o b e rn a r, 10 4 - 10 8
L o c k e , J o h n , 15 , 2 4 , 2 7 , 1 7 8 , 3 0 1 n o r m a n d o s , 4 1 n . , 2 2 6 , 2 2 8 n. s o b r e e l B ie n , 10 3
lo g o s , 1 4 4 - 1 4 6 , 1 4 9 - 1 5 0 , 19 2 N u e vo T e s ta m e n to , 19 2 s o b r e la d e c a d e n c ia d e la p o li s , 1 0 1 - 1 0 2
 ín d ic e a n a lític o y d e n o m b re s 3 11 3 12 D e c iu d a d a n o s a s e ñ o re s fe u d a le s

s o b r e la d e m o c r a c ia , 1 0 7 - 1 0 8 p o li t e i a , 1 2 4 R e la c io n e s e c o n ó m ic a s fe u d a le s , 2 1 7 , 2 2 4 I m p e r io , 1 5 4 - 1 5 8 , 1 6 3 , 1 6 8 , 1 8 8 , 1 9 0 ,
s o b r e la ju s t ic ia , 2 6 , 6 9 , 9 5 - 9 9 P o s id o n io d e A p a m e ia , 14 3 , 15 0 , 16 7 , r e la t iv is m o m o r a l, 8 9 , 1 1 5 2 19 - 2 2 0
s o b r e la le y, 1 0 7 - 1 0 9 , 1 3 9 - 1 4 0 1 7 0 , 17 3 r e le v a n c ia , 2 9 in flu e n c ia s g e rm á n ic a s , 2 1 6
s o b r e la s c o n s t it u c io n e s , 1 0 7 - 1 0 9 p r e d e s t in a c ió n , 2 0 1 - 2 0 2 , 2 0 6 - 2 0 7 re lig ió n o lig a r q u ía , 1 5 4 - 1 5 5
u n iv e r s a lis m o , 8 9 - 9 0 p r in c ip io s m o r a le s , 3 8 y e l e s ta d o , 19 1 o r d e n s o c ia l r e fle ja d o e n la o r g a n iz a ­
y e l c o n o c im ie n t o , 9 1 , 1 0 3 , 1 1 6 P r ó d ic o d e C e o s , 7 5 y filo s o fía , 2 4 0 - 2 4 7 c ió n d e la I g le s ia , 1 9 7 - 1 9 8
y H e r á c lit o , 1 4 7 , 1 4 9 p r o d u c c ió n , 3 4 , 3 5 , 3 8 - 3 9 , 6 2 , 1 2 9 R e n a c im ie n t o , 2 1 , 2 1 3 , 2 5 6 n . p a t r o c in io , 1 6 0
y la d e s ig u a ld a d d e c la s e , 1 8 0 P ro m e te o , 10 6 re p r e s e n t a c ió n , 2 6 0 - 2 6 1 p o b la c ió n , 15 4
y la e le u t h e r i a , 4 9 p r o p ie d a d r e p ú b lic a , d e fin ic ió n d e la , 2 9 4 p r o p ie d a d d e la t ie r r a , 15 3 , 15 5 - 15 7 ,
y la e s t a b ilid a d , 1 4 9 a b s o lu t a , 1 6 4 n . R e p ú b li c a ( Z e n ó n ) , 14 3 17 0 - 17 1
y la ig u a ld a d , 8 5 , 9 7 - 1 0 1 a m e n a z a e s t o ic a a la , 7 0 R e p ú b li c a , L a ( P la t ó n ) r e fo r m a s d e lo s G r a c o , 1 7 0
y la ra z ó n , 1 1 2 A r is t ó t e le s y la , 1 2 4 , 1 3 0 a t a q u e a la d e m o c r a c ia e n , 8 9 r e la c io n e s d e p r o p ie d a d , 1 5 4 - 1 6 7
y la te c h n é , 9 0 - 9 1 a u t o n o m ía d e , 3 8 c o m e n t a r io d e I b n R u s h d ( A v e r r o e s ) a, R e p ú b lic a , 1 5 1 - 1 5 5 , 1 6 3 , 1 6 9 - 1 7 2 , 17 4 ,
y la v ir t u d , 8 8 , 1 0 1 , 1 0 3 , 1 1 6 C ic e r ó n s o b r e la , 18 3 18 1- 18 2
246
y la s c o n d ic io n e s s o c ia le s , 1 0 1 - 1 0 4 c o n d ic io n a l, 2 1 6 r iq u e z a , 15 4
c o m o id e a l, 10 5
y lo s s o fis t a s , 7 5 , 7 7 , 8 5 , 9 2 c r is t ia n is m o y, 1 9 2 c r ít ic a q u e A r is t ó t e le s h a c e d e , 12 7 r o m a n iz a c ió n , 1 3 6 - 1 3 7
y p r o p ie d a d , 1 0 2 , 12 7 d e re c h o c o n s u e t u d in a r io in g lé s , 2 2 7 - saqueo de, 2 0 1
d iv is ió n s o c ia l d e l t r a b a jo , 9 1
y P r o t á g o r a s , 8 3 - 9 1 , 9 2 , 10 2 228, 2 4 0 ,2 6 0 in t e r p r e t a r , 1 1 0 - 1 1 3 S e n a d o , 1 5 2 , 16 5
y Só c ra te s , 8 0 d e re c h o s d e , 2 3 6 - 2 4 0 s is t e m a m u n ic ip a l, 1 5 5 - 1 5 6
m o d e lo d e e s t a d o , 3 5
C a r ta V I I , 9 2 d e s a r r o llo d e la , 3 6 - 3 7 s o b r e e l a lm a , 9 8 - 1 0 1 s u r g im ie n t o d e l c r is t ia n is m o , 1 8 9 - 1 9 2
G o r g i a s , 9 2 , 10 3 e n G r e c ia , 5 1 s o b r e la d e c a d e n c ia d e la p o li s , 1 0 1 - 1 0 2 t e o r ía p o lít ic a m e d ie v a l y, 2 4 8 - 2 4 9
L a s le y e s , 3 6 , 10 0 , 10 2 , 10 4 - 1 0 5 , 10 8 , fe u d a l, 4 1 n „ 2 1 8 - 2 2 0 , 2 3 4 - 2 4 0 s o b r e la ig u a ld a d , 9 8 - 1 0 1 t ie r r a s p ú b lic a s , 15 3
1 0 9 , 1 2 6 , 18 5 filo s o fía e s t o ic a ro m a n a , 1 6 7 - 1 7 4 s o b r e la ju s t ic ia , 2 6 , 6 9 , 9 4 - 9 9 y d e s ig u a ld a d , 16 2
E l p o lí ti c o , 8 9 , 1 0 4 , 1 2 5 , 1 4 0 , 2 1 0 G u ille r m o d e O c k h a m s o b r e la , 2 9 1 - 2 9 2 s o b r e la v ir t u d , 1 0 1 , 1 0 2 - 1 0 3 y ju s t ic ia , 1 6 8
P r o tá g o r a s , 8 3 - 8 4 I g le s ia , 2 3 3 - 2 4 0 y la p r o p ie d a d , 10 2 r o m a n iz a c ió n , 1 3 6 - 1 3 7
T e e te to s , 9 0 J u a n d e P a r ís s o b r e la , 2 7 5 - 2 7 8 y la s c o n d ic io n e s s o c ia le s , 1 0 2 - 1 0 3 R o u s s e a u , J e a n - J a c q u e s , 15
v é a s e ta m b i é n R e p ú b li c a , L a P la t ó n y, 1 0 2 , 12 7 r e p u b lic a n is m o , m e d ie v a l, 2 2 4 - 2 2 5 r u p t u r a h is t ó r ic a , 2 1 4
P lu t a r c o , 13 3 p r o p ie d a d d ir e c t a , 1 6 3 , 2 3 8 , 2 3 9 , 2 7 6 , re s is t e n c ia , t e o r ía s d e la ( F r a n c ia ) , 2 7 7
p o b re z a , 6 0 , 2 3 8 , 2 9 1 - 2 9 2 292 R e y n o ld s , S u s a n , 2 1 6 n.
P o c o c k, J. G . A ., 2 3 -2 4 r e d is t r ib u c ió n d e , 1 7 0 r iq u e z a , 3 4 , 1 5 3 , 1 6 9 , 1 7 6 s a b id u r ía , 9 3
p o d e r e s p ir it u a l y p o d e r s e c u la r, 2 2 9 - 2 3 5 r o m a n o s y, 1 5 4 - 1 5 8 , 1 5 9 - 1 6 7 , 2 1 8 - 2 1 9 , r iv a lid a d e s d e s a n g re , 7 0 - 7 1 Sa c ro I m p e r io ro m a n o g e r m á n ic o , 4 1,
p o d e r p o lít ic o , fu e n t e d e l, 5 5 2 3 5 -237 R o m a y lo s r o m a n o s , 3 5 2 2 1- 2 2 2 , 229, 2 5 1, 259, 275, 285,
p o d e r s e c u la r, p o d e r e s p ir it u a l y, 2 2 9 - 2 3 5 T o m á s d e A q u in o y, 2 6 9 a d m in is t r a c ió n , 1 5 6 298-299
P o lib io , 3 6 y e l a s c e n s o d e l c a p it a lis m o , 2 7 b u e n a n u e v a c r is t ia n a , 2 0 3 S a la m in a , b a t a lla n a v a l d e , 5 7
p o li s y e l e s ta d o , 4 1 , 18 2 - 18 3 , 2 7 5 - 2 7 6 c a íd a d e l I m p e r io d e , 1 5 7 , 1 9 8 , 2 2 5 Sa m o s , 14 1
a u g e d e la , 5 0 P ro tá g o ra s d e A b d e ra , 14 , 7 2 , 7 6 , 7 8 , 8 0 - c a m p e s in a d o , 1 5 2 - 1 5 3 , 15 5 S a u lo d e T a rs o , 1 8 9
c la s ific a c ió n q u e A r is t ó t e le s h a c e d e , 9 1, 9 6 , 1 0 2 , 1 8 5 - 1 8 6 , 2 1 1 c iu d a d a n o s ro m a n o s, 15 9 - 16 0 , 16 3 - S a x o n h o u s e , A r le n e W . , 3 0 η .
119 - 12 0 p syc h e , 83 16 4 , 16 6 - 1 6 7 , 1 8 8 , 2 1 1 , 2 4 9 Sé n e c a , 14 3 , 1 9 1 - 1 9 2
c o n t e x t o h is t ó r ic o d e la t e o r ía a r is t o t é ­ p ú b lic o - p r iv a d o , d ic o t o m ía , 4 1 , 1 6 1 - 1 6 6 , c o m p a r a c ió n c o n A t e n a s , 1 5 2 , 1 5 9 S e p t u a g i n t a ( la B ib lia h e b r e a d e A le ja n ­
lic a d e , 1 2 1 18 3 - 18 4 , 1 9 2 , 2 1 9 , 2 3 6 c o n c e p t o d e e s t a d o , 16 5 d r ía t r a d u c id a a l g rie g o p o r lo s S e t e n ­
d e c liv e d e , 1 3 9 P u b lio S e r v ilio R u lo , 1 7 5 c o n c e p t o d e p r o p ie d a d , 1 6 3 - 1 6 4 t a ) , 19 3
d e fin ic ió n a r is t o t é lic a d e , 12 7 c r is t ia n iz a c ió n d e , 1 9 0 , 2 0 5 s e x u a lid a d , 2 0 8 n .
d e s a r r o llo d e , 3 3 - 3 4 d e re c h o , 4 0 - 4 1, 15 9 - 16 7 , 19 2 - 19 3 , 2 18 , S ic ilia , 17 5
id e a l a r is t o t é lic o d e , 1 2 4 - 1 2 6 , 2 5 2 - 2 5 3 , r a c io n a lis m o , 1 1 3 228, 235-236, 237 S ir a c u s a ,
263 ra z ó n , 11 2 , 2 6 4 , 2 6 5 d ic o t o m ía d e lo p ú b lic o y lo p r iv a d o , S k in n e r , Q u e n t in , 2 4
ig u a ld a d y, 1 2 9 , 1 3 0 , 1 6 1 - 1 6 2 re a le z a , 1 3 9 - 1 4 0 , 2 2 1 , 2 5 1 , 2 7 0 , 2 7 5 4 0 , 16 1- 16 6 T he F o u n d a tio n s o f M o d e rn P o li t i c a l
p a r t e s y c o n d ic io n e s d e la , 10 7 R e fo r m a , 2 1 e jé r c it o , 15 3 T h o u g h t, 2 0 - 2 3
P la t ó n y, 9 4 r e in o s s u c e s o re s , 1 3 7 e s c la v it u d , 1 6 6 S m it h , s ir T h o m a s , 2 9 4
p r o p ó s it o d e , 8 7 r e la c io n e s d e c la s e , 3 5 , 3 8 - 4 1 , 6 2 - 6 3 , 9 7 - e x p a n s ió n d e , 15 3 s o b e r a n ía
r e fle jo d e la je r a r q u ía n a t u r a l, 13 2 10 1, 10 9 , 12 0 - 12 6 , 16 1, 1 7 4 , 2 5 0 - 2 5 1 , filo s o fía e s t o ic a , 1 6 7 - 1 7 4 , 1 9 2 , 1 9 6 a b s o lu t a , 2 4 0
y lib e r t a d , 5 0 , 1 6 2 274 im p e r ia lis m o , 1 7 2 - 1 7 3 c o m p a r t id a , 2 7 1 - 2 7 2
 ín d ic e a n a lític o y d e n o m b re s 3 13

c o r p o r a t iv a , 2 8 2 D io s y, 2 6 6 - 2 6 8
p a r c e la d a , 4 1 , 1 2 1 , 1 5 7 , 2 1 6 , 2 1 8 , 2 2 2 , e s c la v it u d y, 2 6 8
2 2 4 ,2 2 8 , 2 3 4 ,2 5 9 J u a n d e P a r ís y, 2 7 4
p o p u la r , 5 6 , 2 5 1 p r o p ie d a d y, 2 6 9
y c iu d a d a n ía , 2 4 9 s o b r e la ig u a ld a d , 2 7 3
y c o n s e n t im ie n t o , 2 5 1 y A r is t ó t e le s , 2 6 1 - 2 6 7
s o c ie d a d c o m e r c ia l, s u r g im ie n t o d e la , y la s c o n s t it u c io n e s , 2 7 2
23-24 y la s r e la c io n e s ju r íd ic a s , 2 7 0 - 2 7 1
s o c ie d a d m e r c a n t il p o s e s iv a , 1 9 Summa T heologica, 264
S ó c r a t e s , 14 , 7 9 , 8 0 - 9 1 , 9 3 , 9 5 , 9 8 t r a b a jo
s o fis t a s , 7 5 - 8 0 , 8 7 , 9 2 c o n t r o l d e l, 3 4 , 1 7 8
S ó fo c le s , 7 0 , 7 2 - 7 4 d iv is ió n d e l, 9 0 - 9 1 , 9 8 , 1 0 1 , 1 7 8
A ntigona , 7 2 , 16 1 y d e r e c h o s p o lít ic o s , 6 2
S o ló n , 14 , 5 1 - 5 4 , 5 9 , 1 0 9 , 1 2 1 , 1 4 8 , 2 5 0 y lib e r t a d , 4 9
stasis, 12 2 t r a d ic ió n , 3 7 , 7 4
S t r a u s s , L e o , 1 8 y n. T ra s ím a c o , 7 6 , 9 6
Sw e e z y , P a u l, 2 2 4 n. t r ib u t a r io , s is t e m a , 2 1 9 n . - 2 2 0 n .
T r in id a d , 2 0 7 - 2 0 8
T u c íd id e s , 5 7 , 6 6 , 7 7 , 1 6 1
techné, 9 0 - 9 1 , 9 5 , 1 0 7 H istoria de la guerra del Peloponeso, 64
telos, 1 2 9 , 1 3 0 , 1 3 1 - 1 3 2 , 263-264, 266 « D iá lo g o M e lia n o » , 7 9
T e o fr a s t o , 1 1 6
t e o r ía c o n c ilia r, 2 7 8
t e o r ía y p e n s a m ie n t o p o lít ic o U lp ia n o , 16 3 n .
c a m b io s q u e m a r c a n é p o c a , 2 9 7 - 3 0 1 u n it a r ia , la ju r is d ic c ió n , M a r s ilio d e P a ­
canon, 43-45 d u a y la r e iv in d ic a c ió n d e , 2 8 2 - 2 8 6
d e fin ic ió n d e la , 1 3 - 1 4 , 6 5 u n iv e r s a lis m o , 8 9 , 1 1 0 , 1 1 3 , 1 8 9 , 1 9 3 - 1 9 6
d iv is ió n d e la , 17
e n la h is t o r ia , 3 8 - 4 3
e n la t r a d ic ió n c h in a , 14 v a s a lla je , 2 1 6 n.
e sc a se z d e o b ra s d e l c a n o n , 2 9 8 ve n g a n z a , 7 0 - 7 1
e v o lu c ió n d e la , 6 5 - 6 9 v e r d a d , 112
h e r r a m ie n t a s d e la , 2 6 v ín c u lo s d e p a r e n t e s c o , 5 0 - 5 1 , 5 3 , 7 0 - 7 1
h is t o r ia d e la , 1 6 - 2 5 v ín c u lo s fa m ilia r e s , 5 1
h is t o r ia s o c ia l d e , 2 5 - 3 2 v ir t u d , 8 2 , 8 4 - 8 5 , 8 7 - 9 0 , 10 1- 10 4 , 116 ,
m e d ie v a l, 2 4 7 - 2 6 1 , 2 9 7 - 2 9 8 119 , 1 4 9 , 2 6 7 , 2 7 4
o r íg e n e s d e la , 3 2 - 3 8 v ir t u d e s c ívic a s , 8 4 - 8 5 , 8 7 , 9 0
p e n s a d o r e s d e l c a n o n , 1 4 , 19 , 2 9 9 V is c o n t i, fa m ilia d e M ilá n , 2 8 0 , 2 8 3 , 2 8 6 ,
p o lít ic a d e la , 2 9 - 3 0 287
p r e g u n t a c e n t r a l d e l, 15 , 2 0 V is c o n t i, M a t t e o , 2 8 0 , 2 8 6
s t r a u s s ia n a , 1 8 n. v u lg a r id a d , 1 1 9
t r a d ic ió n g rie g a d e la , 1 3 - 1 4
t r a d ic ió n h in d ú , 14
T e r t u lia n o , 1 9 9 W e b b , E u g e n e , 2 0 8 n.
thesmos, 5 7 W ic k h a m , C h r is , 2 1 5 η . , 2 1 9 η .
T ib e r io S e m p r o n io G r a c o , 1 6 9 W o lin , S h e ld o n : Politics and V ision, 17
t ir á n ic o , e l g o b ie r n o , T o m á s d e A q u in o y, W o o d , N e a l, 2 5 n .
271
T o m a s d e A q u in o , s a n t o , 1 5 , 2 3 9 , 2 4 3 ,
2 5 2 ,2 5 3 ,2 5 8 ,2 6 1 Z e n ó n d e C it io , 1 4 3 , 1 4 4 , 1 4 9 - 1 5 0
d e r e c h o y, 2 6 6 - 2 6 9 Z eus, 6 9 , 7 1, 8 6 , 10 6