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As Sete Mortalhas

S e xt a F e ir a X l l l

Projeto aberto 2018


L.T.J 49
As Sete Mortalhas - Sexta feira - 13
Projeto aberto 2018 – L.T.J 49

1.0 Introdução:

A Corrente L.T.J 49, desde sua fundação, objetiva o crescimento e a evolução


de todos que acreditam e seguem os trabalhos propostos. Tudo que divulgamos e
praticamos é baseado em experimentações, estudos e conhecimentos adquiridos ao
longo de nossas jornadas espirituais. Não nos preocupamos com os fluxos opositores
que costumeiramente se manifestam contra nós, afinal, acima de tudo cremos que
se não existisse embate, não existiria a ânsia de superação. O processo evolutivo
necessita de guerra, pois a paz é como um lago de águas paradas, ou melhor, o
habitat perfeito para a proliferação das larvas que consomem a luz interior.
Dentro de nossas crenças magísticas existem datas específicas que corroboram ou
ampliam determinados tipos de fluxos. Essa crença não é limitada pelo contexto
histórico e religioso, ela é baseada nas egrégoras que nascem e morrem em tais ocasiões.
O mundo é um organismo condicionado às ações temporais, assim, determinadas
datas representam marcos onde o consciente e inconsciente individual e coletivo
produzem alegrias ou fobias. Um bom magista se aproveita disso e corrompe, apropria
e manipula essas descargas energéticas de acordo com seus desejos e necessidades.

Aqueles que já participaram de nossos projetos sabem que nos atentamos aos
detalhes, aos graus de dificuldade e compreensão que todos podem alcançar. Nos
preocupamos com a ação e reação dos atos, palavras, rezas, conjuros, evocações
e invocações que publicamos, pois, somos indiretamente responsáveis pelo que
cada desbravador alcança. Se nosso pacto com V.S. Maioral é edificar uma armada
consciente e lúcida capaz de agir como “Mensageiros da Morte”, temos a obrigação
de mostrar o que está por trás das mortalhas embebidas em sangue e decomposição.

1.1 O ‘13’.

Acredita-se que os mistérios que envolvem a sexta-feira treze (13) estejam dentro
dos adventos que ainda causam grande impacto negativo na população mundial
(crédula). Segundo algumas crenças, o encontro da sexta-feira com o número 13
é um presságio da desgraça. O número 13 tem uma história extensa e repleta de
dualidade, afinal, em algumas tradições é um número conectado a sorte, mas em
outras trata-se da “dúzia do diabo”.

Encontramos uma conexão extremamente relevante que associa o número 13 à

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morte. Para os egípcios, o ciclo da vida era dividido em etapas. A vida representava
os doze ciclos – e podemos correlacionar com o próprio zodíaco -, mas o 13º ciclo
representava a morte. Essa visão de morte estava conectada com as transformações
necessárias aos espíritos. Especula-se que o número 13 fez parte da engenharia das
pirâmides. O contato dos egípcios com outras civilizações perpetuou o poder do
número, todavia, o significado primário foi sendo transformado até se tornar nocivo
e, consequentemente, gerar fobias.

Outros povos antigos também associavam o número 13 com adventos divinos. Os


Maias tinham especial relação com esse número, pois, dentro de seus códigos existiam
13 símbolos (chamados de tons) que definiam os 13 fluxos de energia emanados
pelo Criador. Superficialmente também podemos citar que tanto na Índia quanto
na China esse número reflete boa sorte e proteção.

Algumas outras teorias afirmam que o


número 13 era um número feminino,
lunar e intimamente associado ao processo
de menstruação. Os representantes
da fé patriarcal transformaram-no
propositalmente para continuar o domínio
e a submissão sobre as mulheres. Essa teoria
encontra respaldo em um cálculo simples:
13 x 28 = 364 – ‘Número de menstruações
x ciclos lunares = Dias do ano’. Uma
possível prova dessa afirmação pode ser
constatada ao analisarmos a estátua da
Vênus de Laussel.

Essa arte paleolítica dedicada a Vênus, também conhecida como “mulher de cornos”,
nos aponta a relação do número 13 anteriormente debatida. No corno de bisão
deitado (simbolismo lunar- cornucópia da abundância) encontramos 13 marcações.
A mão esquerda aponta em direção ao ventre. Essa estátua também apresenta outras
relações importantes, como o “Y” próximo a coxa direita que é um antigo símbolo
da prata (metal lunar feminino).

O número 13 aparece como sinal de confusão e guerra (consequentemente a morte)


dentro da cultura nórdica. Segundo as lendas, doze deuses foram convidados para
um banquete no salão de Aegir (Deus dos Mares) em homenagem aos Aesir. Loki,
símbolo da maldade, Deus associado ao fogo e à travessura, fora deixado de fora
da lista de convidados e decidiu se vingar. Loki surge como o 13º convidado dessa

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festividade que se findou com a morte de um dos servos de Aegir chamado “Fimafeng”.
Os deuses Aesir que participavam do jantar expulsaram Loki do salão, mas o deus
orgulhoso tornou a voltar e beber, bem como, caçoar dos deuses apontando suas
falhas e fraquezas. Nesta ocasião o número 13 fora associado à Loki e a todo tipo de
maldade, má sorte, assassinato e traição. Também corroborou com o nascimento
da superstição de que 13 pessoas sentadas em uma mesa atraem a desgraça e a morte
para uma delas.

Existe uma outra lenda que relata a força nociva do 13. Ao longo do processo de
conversão dos povos nórdicos, muitos deuses (as) foram “demonizados”. Uma das
lendas aponta Friga; anteriormente a deusa do amor e da beleza, como uma bruxa
maligna que se reúne com mais onze bruxas e um demônio (totalizando 13) as
sextas-feiras para rogar pragas e maldições nos humanos.

A lenda das 13 pessoas sentadas em uma mesa também pode ser correlacionada
dentro da cultura cristã, mais especificadamente em um momento crucial do enredo
da trama: A última ceia. Os doze comensais em conjunto com Jesus totalizavam
13. O número novamente agiu como um emissário da profecia sombria. Existem
correntes que alegam que a 13ª pessoa representa o ponto central ou vórtice de toda
emanação divina. A 13ª pessoa seria o avatar do Criador, isso porque o número
costumava ter uma conotação de “Ligação com Deus”.

Existe também outro fato deveras intrigante contendo o número 13. Diodoro da
Sicília, contemporâneo do Imperador Augusto, alega que a morte de Filipe da
Macedônia estava relacionada a sua estátua haver sido colocada junto as dos 12
deuses principais, dias antes de ser assassinado.

Podemos constatar que a interpretação do número 13 sofre diversas transformações


dependendo dos contextos históricos e religiosos que aparecem. Esse número
misterioso e mutante tem em sua essência a luz e as trevas, a vida e a morte e os
princípios femininos e masculinos. A Corrente L.T.J 49 tem uma interpretação
bem ampla sobre a força desse número e só descreveu acerca do mesmo para fornecer
os elementos necessários usados em nossa engrenagem magística. Como desejamos
iluminar a data escolhida para nossas atividades, nada mais justo do que explicar
acerca da força oculta que se manifesta em tais ocasiões.

1.2 Numerologia do 13

A numerologia pitagórica classifica e trabalha com número de 1 a 9, ou seja, qualquer


número maior que 9 deve ser reduzido. Por exemplo: 13 = 1+3 = 4. Sob esse prisma

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a força do número 13 é equivalente ao número 4 que está associado ao quadrado, à
estabilidade, segurança, disciplina e persistência.

No tarô o Arcano adjunto ao 4 é o “Imperador”, senhor do terceiro ternário,


representante do poder máximo da matéria, que dentre os muitos significados
relevantes destacam-se a conquista, o domínio, poder, autoridade, solidez e a
sabedoria. O 13 age como uma sombra, um elemento indissolúvel, associado à
própria extinção desse reinado, um ciclo natural e necessário, o fim do profano
– a própria extinção da vida corrente. O número 13 é a unidade superadora do
duodecimal (12), ou seja, a morte necessária de um ciclo completo, que implica
também o próprio renascimento.

Existem numerólogos que desmembram o 13 em 1 e 3 para correlaciona-lo em


oposição ao 4. Sob nossa gnose isso não é o correto. Não se trata de fugir do
conceito de Pitágoras, mas de crer que cada número possui energia própria. O 13
é a manifestação do lado inconsciente, oculto, intuitivo e modificatório. Nesses
sentidos o número expressa claramente nossa crença em relação a Exu e Pombagira.
Podemos fortalecer essa associação ao averiguarmos que o 13 é “regido” e reflete-se
na numerologia do signo de escorpião. Vida, morte, veneno e astúcia. A natureza
nunca será “morna”, afinal, o 13 é o impulso.

Só como uma curiosidade, podemos relatar o fato de que em alguns países da Ásia
Oriental o número 4 (1+3) é tido como sinal de azar. Quem desejar se aprofundar,
basta estudar sobre tetrafobia.

1.3 A Sexta-feira

Dentro dos ritos mágicos todas as sextas-feiras são dias dedicados a Vênus, isso
porque os povos pagãos dedicavam os dias a determinados deuses. O nome sexta-
feira deriva-se do latim sexta-feria. Os povos nórdicos dedicavam esse dia à Deusa
Freia (anteriormente citada). Frigg / Freya correspondia a Vênus, a deusa do amor
dos romanos, que batizou o sexto dia da semana em sua homenagem “dies Veneris.”
(Dia de Vênus).

Todos os povos pagãos consideravam a sexta-feira um dia de sorte, fertilidade, boas


vibrações e amor. Com o advento “Cristianismo” esse dia passou a ser considerado
blasfemo e Vênus, assim como Freia, foram demonizadas. Após esse processo, o
dia, bem como os símbolos relacionados a tais divindades, foram absorvidos
(transmutados) ou repudiados pela cultura patriarcal reinante. O gato, animal de
poder de Freia, foi demonizado conjuntamente. A sexta-feira passou a ser um dia

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de mal agouro. Uma lenda que possivelmente possa ter sido usada como alicerce
medieval dessa transformação alega que em uma sexta-feira, um grupo de 12
feiticeiras praticava seus ritos de Sabbath em um cemitério obscuro. Freia desceu de
seu santuário (no topo de uma montanha) e presenteou-as com um de seus gatos.

Assim nasceu a Tradição de que os covens deveriam ser formados por 13 membros.
Por tudo que estudamos e lemos acerca do assunto, essa lenda pode ter sido a
principal motivadora da relação maligna da sexta-feira com o número 13, mas ainda
assim é apenas a entrada do caminho que nos leva às conclusões sobre a fobia.

Dentre os mitos que envolvem a sexta-feira 13 podemos ressaltar:


• Supostamente foi em uma sexta-feira que Adão tentou Eva com o fruto proibido,
ou ainda que Samael possuiu a carne de Eva que posteriormente gerou Caim
(Qayin). Ambos foram expulsos do ‘Paraíso’.
• Alega-se que o Grande Dilúvio se iniciou em uma sexta-feira.
• As línguas dos construtores da Torre de Babel foram amarradas por Deus na
sexta-feira.
• O Templo de Salomão foi destruído na sexta-feira.
• Jesus, o Cristo, foi crucificado na sexta-feira.
• Na Roma pagã sexta-feira era o dia das execuções.

1.4 A Sexta-feira 13

Provavelmente o incidente que mais repercutiu na história do mundo marcando a


sexta-feira 13 como um dia sombrio e mortal derivou-se de um ato praticado por
interesses políticos. Com o fim das Cruzadas, alguns cavaleiros acumularam muitas
riquezas e usavam de seu poder e prestigio para agiotar. Em tempos difíceis, esses
homens acabaram se tornando alvos para os governantes, afinal, a população pobre
e rebelde não conseguia ser tributada pelo Estado.

Filipe IV, da França, decidiu em uma sexta-feira 13 em 1307, prender todos os


Cavaleiros Templários sob acusação de blasfêmia, heresia, homossexualidade,
obscenidades, dentre outras acusações. Mesmo arbitrária e desprovida de provas
concretas, essa ação levou a tortura e morte centenas de Templários após longas
seções de interrogatório. Durante aproximadamente sete anos centenas ou milhares
de homens tiveram suas vidas restritas ou findadas (inclusive por morte na fogueira).

Os Templários representavam um poder paralelo que era uma ameaça real tanto aos
Reis quanto aos próprios Papas.

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Não sabemos se essa informação realmente fez com que a sexta-feira 13 se tornasse
tão temida e obscura, mas certamente contribuiu e foi alicerce para a criação de
outros mitos paralelos. A maior parte dos documentos onde tal data é relatada
aparecem somente no século XIX. Certo é que a soma de sexta-feira com a data
13 criou uma data confusa, considerada de má sorte, mensageira de maus agouros,
enfim, um dia onde o diabo está rondando.

Se analisarmos alguns eventos históricos, traçaremos claramente a ação do número


13. Em 13 de Outubro de 1519 (sexta-feira) o conquistador Hernán Cortés
capturou Cuauhtémoc (o governante de Tenochtitlán) e tomou a cidade para o Reino
da Espanha, findando o Império Asteca. Cortés se nomeou o novo governante e
rebatizou a cidade de Cidade do México.

1.5 Sexta-feira e o Culto de Exu

Nas religiões de cunho africano a sexta-feira é um dia dedicado à deidade Osalá. Ao


culto de Èsú destina-se a segunda-feira. Para a Quimbanda Brasileira (L.T.J 49), a
sexta-feira é um dia conectado com a força de Exu Mulher, mais especificadamente
Pombagira. A Tradição da Quimbanda Brasileira é extremamente conectada com
os Rituais Pagãos advindos da Europa e de certa forma absorveu algumas práticas
(e conceitos) modificando-as para que estivessem em sintonia com os espíritos que
conduzem a egrégora.

Para nós a sexta-feira é um dia de força feminina, lunar, uterina e receptiva. Em


tais datas, feitiços e rituais são direcionados para as grandes damas da Quimbanda
Brasileira. Dentro do enredo gnóstico que compõe a L.T.J 49 existe uma estreita
ligação entre os Mestres Exus e espíritos, deidades e forças demonizadas pelo processo
de cristianização do mundo. Nós, ocultamente, praticamos conjuros e evocações que
buscam nas linhas de tempo/espaço as energias que existiram (e existem) nos leitos
astrais para variados fins. Obviamente, se o adepto não compreender a energia que
a data emana, dificilmente irá alcançar os fins propostos por nós. Por esse motivo
retratamos o 13 e a sexta-feira com tantos argumentos.

O objetivo desse ritual é a evocação de espíritos demonizados através da força dos


ancestrais que atuam nas Legiões de Pombagira. A energia que será desprendida
poderá ser aplicada em uma ampla gama de desejos, mas para que isso ocorra os
adeptos vivenciarão fagulhas das forças dos antigos Ritos de Bruxaria. Apesar da
49 agir em egrégora (chamada por nós de Corrente), trata-se de uma experiência
individual. Cada adepto (a) vivenciará o encontro com a mortalha de uma forma
distinta.

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Com muito orgulho apresentamos aos interessados o Projeto “As Sete Mortalhas”.

2.0 A Mortalha

Dentre os significados aplicados à palavra ‘Mortalha’ destacamos:


- Lençol em que se envolve um morto; sudário.

O momento em que um defunto é preparado para descer as covas (ultima viajem)


é muito mais relevante do que as pessoas supõem. Na idade média os defuntos
geralmente eram envoltos por um pano branco muito similar a um lençol, entretanto,
na Idade Moderna, muitos foram os cadáveres que foram amortalhados com panos
que os associavam a uma determinada egrégora religiosa. O uso da mortalha
estendeu-se para o uso de hábitos de uma ordem religiosa católica conectada a um
santo “X” ou uma santa “Y” a fim de que os mesmos intercedessem pelo defunto
garantindo a salvação eterna.

Uma das mortalhas mais populares foi a do santo católico São Francisco de Assis.
Segundo relatos do Vaticano, ao amortalhar um corpo com habito franciscano
haveria a concessão de indulgências extraordinárias. Por isso que não é difícil vermos
bruxos e feiticeiros portando a mesma roupa, pois, o roubo de mortalhas era muito
comum nos tempos antigos. Inclusive já tivemos relatos de Exus se vestindo com
roupas similares. Podemos até entrelaçar com o ponto cantado que diz: “na batina
do padre tem dendê! ”. Ao vestir um cadáver com tais hábitos os vivos tentavam
mostrar que a pessoa partiria com humildade, sem nenhum bem maior que aquele,
assim como os santos fizeram durante suas vidas materiais. A “pseudo humildade”

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das mortalhas-hábitos também expressavam o desejo dos descendentes de perpetuar
uma imagem dignificada.

Nas mulheres tais vestes/mortalhas eram conectadas a algumas santas, principalmente


as carmelitas. As mortalhas femininas também demonstravam o estado civil de
uma defunta. Assim como bruxos roubavam mortalhas, existiam as feiticeiras que
também realizavam essa prática. Não é raro vermos espectros sombrios femininos
com hábitos religiosos. Existem imagens representativas da Senhora da Morte (por
exemplo: Santa Muerte) em que uma caveira veste um hábito católico.

Dessa forma definimos a mortalha de duas formas:

- Pano simplório que envolve o cadáver;


- Habito religioso usado pelos católicos para vestir seus mortos.

A mortalha não era um mero pano, ao contrário, espiritualmente tem a função


de proteger/guarnecer o corpo. Esse pano é usado como símbolo de que a pessoa
“morreu para o mundo”. Trata-se de um símbolo de separação e neutralização da
separação. O uso das mortalhas trata-se de uma herança ibérica, porém, no Brasil
mantiveram-se durante muitas décadas.

“ Ao discutir as vestes mortuárias de irmandades de origem africana na Bahia, o


autor percebeu que em muitos casos a preferência dos mortos era pela mortalha
franciscana, uma herança ibérica, ou então a mortalha branca, cor funerária
utilizada no candomblé. “ RASKE, Karla Leandro. Irmandades negras: memórias
da diáspora no sul do Brasil. Curitiba. Editora Appris. 2016.

Muitas vezes agulhas e alfinetes eram usados para fixar as mortalhas. Segundo a
Tradição os mesmos deveriam seguir com o corpo, afinal, o que toca o cadáver é
dele. Todos esses elementos eram e são objeto de desejo dos feiticeiros e feiticeiras,
afinal, são objetos conectados à morte, à decomposição e à energia da viajem final.
Antes de vestir uma mortalha geralmente ocorrem orações e bênçãos de algum tipo
de sacerdote. Caso a pessoa morra sem ter seus pecados ou erros espirituais redimidos
pode aparecer e vagar.

No nordeste do Brasil, mais precisamente na cidade de Mucambo-CE, entre os anos


de 2013 e 2014 foram relatadas aparições de amortalhados assombrando as ruas da
cidade. Dentro do rico folclore/lenda regional, encontramos o seguinte relato:
“O amortalhado é uma pessoa que quando comete um pecado, e este pecado é
muito grave ele tem que pagar por eles.

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Quem decide se o pecado é muito grave é o padre que então dependendo do que o
padre julga, esta pessoa ira sair andando com uma mortalha por sete cemitérios
e outros lugares de uma cidade.

Segundo a lenda se a mortalha dele cair por cima de alguém, todos os pecados
que esta pessoa tinha passará a ser da pessoa que a mortalha cobriu. Esta é
mais umas das lendas da nossa região. “ (texto: Contos Populares – Fonte: Blog
Mucambo Pra Valer)

A 49 entende a mortalha como um véu, um elemento que divide as realidades,


guarnece o corpo, aprisiona o Ego, filtra a decomposição. Ao mesmo tempo é
o símbolo do fim, o medo do desconhecido, a ocultação das vergonhas, o pano
que alimentará a tocha que iluminará os túneis obscuros. Cada um de nós terá a
mortalha que buscar em vida e não podemos esquecer que materialmente é apenas
um pano. Nenhum adorno material é capaz de modificar o que a mortalha guarnece
abençoando ou amaldiçoando.

3.0 Pombagira das 7 Mortalhas

Atualmente o destaque das grandes Legiões suprime as pequenas, todavia, isso não
significa que as mesmas deixem de existir ou até mesmo não tenham poder de ação.
Apesar de não ser difundida nos meios eletrônicos e quase não ser citada pelos
adeptos contemporâneos, a Senhora das Sete Mortalhas é uma Pombagira sombria e
atuante no Reino das Almas. Seu aspecto expansivo (visto através do número/título
‘7’) diminuiu muito de intensidade pelo desuso das mortalhas, mas sua ordem e raio
de ação continuam existentes.

Seu nome legionário “Mortalha” absorve tudo que já foi descrito, mas não se limita
apenas ao significado literal do objeto. As mortalhas são aquilo que os homens/
mulheres carregam consigo, o único bem material que os cobre pós morte física.
Um de seus aspectos mais sombrios é o sufocamento que aflora a sensação de
imobilidade e submissão aos ventos gélidos da morte. A legião não é tão numerosa,
pois é composta de feiticeiras necromânticas denominadas Damas da Morte.

Também possui o controle do reflexo, mostrando às almas suas podridões e defeitos.


Nenhuma mortalha-hábito é capaz de impedir ou ocultar suas energias, tampouco,
terços ou escapulários. Ela está acima dos símbolos, dos pedidos de intercessão e das
ladainhas. Sua ação faz a vergonha e o medo se instaurarem até nos líderes religiosos.
Aparentemente cruel, essas feiticeiras desempenham um crucial papel no combate
escravista: São destruidoras das promessas divinas. A alma que crê na remissão dos

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seus pecados e morre repleta de arrependimentos poderá se tornar escrava de 7
Mortalhas.

Os antigos feiticeiros e feiticeiras que usavam as mortalhas em seus rituais obscuros


como vestes negras conheciam sabiam da existência desses espíritos, porém, não
eram nomeados como hoje. Costumavam ser chamadas de “Espectros Negros” ou
de “Virgens Amaldiçoadas”, pois por vezes se apresentam como negros espectros e
outras como as santas católicas.

Para um bom quimbandeiro ter contato com essa Legião é deveras importante, pois
é ensinado como enxergar/ler as pessoas por trás de suas intensões ocultas e agir
como é necessário. A Senhora das Sete Mortalhas rasga as roupas e mostra o “corpo
dos defuntos. Como feiticeira nos ensina mistérios da bruxaria e magia negra, tais
como: magia em espelhos, uso de terras, corujas, gatos, pássaros noturnos, aranhas,
dentre outras forças. Também ensina a manipulação e uso dos fantasmas e almas
desgraçadas.

3.1 – Ponto Riscado

Ponto Riscado da legião de Pombagira das Sete Mortalhas usado para evocar e invocar
seus poderes. Para ativá-lo, o adepto deverá ativá-lo com velas negras nos centros das sete
cruzes.

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3.2 - Ponto cantado:

“ Sete Almas eu chamei


Das labaredas do Inferno
Sete malditos vieram
Respondendo o chamado dela!
Dama do Escuro, Senhora dos gritos
Atende meu chamado e valei o meu pedido! ”

3.2 – Informações sobre a Legião

Para a Legião de Pombagira Sete Mortalhas servimos vinho tinto adocicado puro ou
descansado com ervas alucinógenas.
As flores que ofertamos geralmente são as mesmas que compõe os arranjos mortuários.
Trombetas também são muito apreciadas

Objetos de poder: Pena de coruja, trapos oriundos de vestes de defuntos, tochas,


prata, pedras de turmalina e hematita, espelhos (convencionais ou negros), caldeirões,
gatos pretos, escorpiões e outros animais venenosos nativos do cemitério, resto de
vela de veleiro, dentre outros.
Tabaco: Cigarrilhas.
Dia da semana: Segundas e sextas-feiras.
Velas: Pretas ou de sebo animal.
Imagem: Pombagira envolta em panos ou santas católicas descaracterizadas e
profanadas.
Pontos de força: Velórios, montanhas, cemitérios e matas fechadas.

4.0- O Projeto

4.1 – Iniciando o ritual

Como dito anteriormente, o intuito desse projeto é evocar forças antigas e demonizadas
através da força da Legião de Pombagira das Sete Mortalhas. A Mortalha pode agir
mostrando a verdade ou ocultando-a para a manifestação dos desejos ocultos.

A data escolhida para a formação da egrégora é na sexta-feira 13. Os motivos que nos
levaram escolher tal marco estão devidamente esclarecidos através das informações
anteriormente descritas. A força do renascimento vibrada pelo 13 será usada em
conjunto com o poder venusiano da sexta-feira e assim, nas caldeiras astrais existirão
portas para que antigas forças demonizadas possam adentrar em nosso plano material.

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A energia intermediadora será da Senhora 7 Mortalhas.

4.2 - Materiais necessários para a realização do Projeto

• 01 pano branco ou preto na medida de um lençol (será usado como mortalha);


• 01 taça de vidro para vinho;
• 01 garrafa de vinho tinto adocicado;
• 01 cigarrilha;
• 01 cinzeiro;
• Pimenta-da-costa;
• 07 velas tipo ‘palito’ pretas ou de sebo;
• 01 pequeno caldeirão ou panela de ferro que suporte o fogo;
• Uma lâmina nova;
• Ponto Riscado da Senhora 7 Mortalhas;
• Mirra e carvão.

Observação sobre os materiais

Adeptos mais experientes sabem que muitos elementos podem ser inseridos nesse
ritual, porém, cabe a nós mostrarmos as chaves apenas àqueles que conseguem
enxerga-las com clareza. Isso não significa que o descrito é insuficiente, ao contrário,
é o necessário. Outros elementos apenas modificarão a intensidade das descargas,
mas não interferem na eficácia do ritual.

Descreveremos os itens solicitados, bem como o preparo que antecede o Ritual.

A Mortalha
Ao adquirir o pano o adepto deverá inicialmente lavá-lo com água e sal. Esse
procedimento neutraliza todas as influencias nocivas impregnadas. Após seco (na
sombra) o adepto acenderá o braseiro com mirra e defumará a mortalha. Enquanto
a fumaça impregna o tecido o adepto recita as seguintes palavras:

“ Senhores e senhoras da Morte, a mirra é queimada conforme a Tradição.


Perfumará o corpo para que desça as covas! Que meus sentidos se expandam! ”

Repita esse procedimento diversas vezes até que o pano esteja bem impregnado.
Recomendamos o uso de mirra natural ou resina de mirra. Não recomendamos o
uso de incensos prontos.

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A Taça de vidro

Assim como a mortalha, a taça deverá ser lavada com água e sal e secar naturalmente.
Em outros projetos descrevemos a consagração das taças com riqueza de detalhes e
os interessados podem apelar a essas publicações caso deseje. Assim como a mortalha
a taça será defumada com mirra. Enquanto a fumaça ainda está circulando na taça o
adepto (a) segura-a com ambas as mãos e a coloca perto dos lábios. Coloca sete grãos
de pimenta da costa na boca, mastiga e ‘cospe’ dentro da taça. Profere a seguinte
oração:

“Receptáculo Satânico, Útero Negro, carrego-a através de meu hálito e pelo


som da minha voz. Desejo que os poderes se manifestem nas águas de fogo que
preencherão seu espaço e tragam a força de manifestação infernal! Que meus
desejos sejam gestacionados nas águas negras dessa taça e os demônios nadem em
seu conteúdo criando vida no astral e no material! ”

As velas

A ‘limpeza’ apenas garante que as velas não estejam impregnadas de energias


profanas e para que o instrumento haja emanando poder e força. Para essa ritualística
recomendamos que o adepto aplique aguardente nas velas e após secas besunte-as
com uma fina camada de óleo/azeite-de-dendê.

Oração para a Consagração de Velas

Com ambas as mãos o adepto segura as velas e visualiza uma ‘tocha inflamada’. Após
a visualização proclama a seguinte oração:

“Ó poderes absorvidos pelo meu corpo carnal e astral, pela Luz de Lúcifer
que crepita em minha essência imortal, transformo esses objetos em poderosos
portadores do fogo infernal! Que ao serem despertas, essas chamas sejam pontes
entre os vivos e os Poderosos Mortos, consumindo minhas fraquezas e exaltando
meus poderes obscuros! Que essas velas representem as três pontas dos Tridentes
de meus Mestres Mortos e possam direcionar e conduzir, assim como a Carruagem
de Lúcifer, minhas intensões para o além!”

Caldeirão ou panela de ferro

Assim como os demais objetos, o caldeirão deve ser limpo com água e sal e besuntado

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com óleo/azeite-de-dendê. O combustível usado nesse caldeirão é o álcool, todavia,
não é apenas um álcool convencional. Ao adquirirmos o álcool o colocamos em
um recipiente de vidro e adicionamos uma pequena quantidade de óleo/azeite-de-
dendê, folha-do-fogo, urtiga, teias de aranha e uma boa quantidade de pó de carvão
vegetal (carvão esmagado e peneirado). Adeptos mais experientes podem inserir
outros elementos. Se o adepto não tiver acesso a todos os ingredientes, não deve
substitui-los. Recomendamos que prepare o álcool com os elementos que possui.
Essa mistura deve descansar ao menos 1 dia antes de ser usado no caldeirão.

Após o término do ritual esses elementos serão transformados em um poderoso pó.


O mesmo pode ser usado para ampliar os efeitos dos desejos ou pedidos realizados.

Mirra

Como ofertar as ervas, resinas ou pós queimados nas defumações

Sempre que o adepto iniciar a queima das ervas (defumação), com as duas mãos
em formato de ‘concha’ passará a fumaça sobre o corpo. Lembramos que não é
necessária a queima de grandes quantidades de mistura, afinal, lembremos que as
ervas e demais elementos relacionados ao Culto de Exu possuem (em sua maioria)
substâncias tóxicas e alucinógenas.

O tabaco também é uma oferenda que exala fumaça e está relacionado ao Elemento
Ar, entretanto, a descrição de suas propriedades está no livro “Quimbanda- O Culto
da Chama Vermelha e Preta”. Um detalhe esotérico e secreto é que ao acendermos
o charuto, cigarrilha ou cigarro a primeira baforada deve ser dada em cima das
firmações, a segunda no chão, a terceira para o alto e as demais novamente nas
firmações. Isso simboliza que louvamos e evocamos nossos Mestres -os Poderosos
Espíritos Mortos- vindos da Terra Negra objetivando a elevação espiritual através de
nossa ancestralidade mais profunda.

Ponto Riscado

O Ponto Riscado pode ser feito de diversas maneiras. Em outras publicações já


descrevemos algumas formas de trabalhar com os mesmos, todavia, recomendamos
que seja desenhado diretamente no chão ou na impossibilidade:

• Em papel pergaminho;
• Pirografado ou pintado em couro;
• Pintado em um pano (nesse caso as velas deverão ser firmadas em candelabros).

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4.3- O Ritual

Na sexta-feira 13 o adepto (a) já deverá ter todos os itens prontos. O horário mágico
para realizar essa operação está entre as 21 e 22h (podendo se prolongar o quanto
for necessário). A força venusiana também estará sob influência da Lua Minguante.

Antes de qualquer operação recomendamos que após o banho convencional seja


aplicado um banho de ervas quentes (do pescoço para baixo). Não recomendamos o
uso de perfumes ou outros produtos que não sejam devidamente consagrados. Opta-
se por uma veste negra simples (lavada) ou a realização do ritual completamente nu.

Em um espaço ritualístico adequado (interno ou externo) o adepto (a) iniciará a


montagem dos elementos. Os mais preparados podem realizar esse ritual em uma
mata ou cemitério e acrescentarem toda sorte de elementos não descritos. Para
preparar o local onde ocorrerá o Ritual o adepto (a) limpará o ambiente com um
pano embebido em aguardente e iniciará a queima da mirra (pode-se acrescentar
arruda seca). Enquanto a fumaça percorre o ambiente recita-se o seguinte banimento:

“Eu conjuro as forças ancestrais advindas dos Poderosos Mortos para adentrarem
nesse recinto e através das poderosas emanações flamijeras dizimarem as energias
inertes e nocivas. Pelo fogo, ar, água e terra que cada pedaço, fresta, rachadura
ou vão possa ser preparado para o chamado dos Antigos! Laroyê Exu! Laroyê
Pombagira ”

4.4 – Montando o altar

Caso o adepto (a) tenha a “Corrente dos Poderosos Mortos” poderá usá-la para
delimitar o espaço ritualístico, mas não é regra.

O Ponto Riscado deverá estar voltado para o Sul (recomendamos o uso da bússola)
ou em direção ao Altar-Mor dos Templos/Terreiros/Altares que assim tiverem. Do
lado esquerdo do Ponto colocamos a taça e a garrafa de vinho aberta. Do lado
direito o braseiro para queimar mirra, o cinzeiro e a cigarrilha. Acima do Ponto
colocaremos o caldeirão onde o fogo será ateado e a frente as velas que serão acesas
e a lâmina. A mortalha permanecerá dobrada.

4.5 – Ativando o Ponto Riscado

O adepto colocará sete grãos de pimenta-da-costa na boca e os mastigará até a

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ardência ser considerável. Colocará um pequeno gole de vinho na boca e com força
soprará em cima do ponto. Exclamará:

“ Fogo e Alma são soprados! Vinho que se torna sangue! Evoco-te ó Senhora das
Mortalhas! Abra as chaves que separam os vivos e os mortos e encaminhe-se a
esse recinto! Laroyê Pombagira 7 Mortalhas! ”

Obs.: Adeptos que já possuem firmações ou assentamentos, bem como Mestres


devidamente harmonizados na jornada espiritual devem pedir as devidas bênçãos e
autorizações antes de realizar essa ritualística.

Iniciará a oferta das velas. A primeira será acesa no entroncamento da cruz central.
Exclamará:

“Cruz abençoada que é símbolo do martírio dos fracos e bastardos, marca bestial
que marca as tampas de caixão, eixo Elemental que me conecta ao Reino do
Grande Diabo, incito-te através do fogo para que a urna astral seja aberta em
prol da força de 7 Mortalhas! ”

As demais velas devem ser acesas nos entroncamentos das cruzes menores da direita
para a esquerda. Para cada vela acesa exclama-se:

“ Fogo, ar, água e terra evocam o espírito! ”

Seguidamente o adepto (a) acende a cigarrilha e bafora sete vezes seguidas no centro
do Ponto. Usando a visualização transforma a fumaça em labaredas de fogo e fumaça.
Após exclama:

“ Tabaco glorioso que liga minha ancestralidade, sopro de fogo e enxofre capaz
de purificar, dou boas-vindas a Senhora dos Fantasmas! ”

Com a cigarrilha o adepto desenha no ar (com a fumaça) um tridente receptivo e a


deposita no cinzeiro.

4.6 – Incitando o Fogo

O adepto ateará fogo no caldeirão. Recomendamos EXTREMO cuidado para que


não ocorram acidentes.

Quando as chamas estiverem agressivas, inicia-se a primeira evocação:

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“ No caldeirão, que é a boca de Satã, chamo-te ó Senhora das 7 Mortalhas.
Evoco-te nessa hora para que me conduzas ao tempo onde nas colinas, cemitérios,
pântanos, cavernas, casebres, porões e montanhas os antigos deuses obscuros
eram chamados pelos filhos e filhas da feitiçaria necromante!
Em nome de 7 Mortalhas que eu seja apresentado (a) aos Infernais!
Em nome de 7 Mortalhas que os Sete Portais sejam destrancados a mim!
Em nome de 7 Mortalhas que a morte seja una com a vida de meu corpo! ”

4.7 – Incitando o Ar

O adepto (a) colocará um pouco de mirra no braseiro e exclamará a segunda evocação:

“Demônios Alados que cortam as Linhas da Terra dos Vivos e dos Mortos, em
nome de 7 Mortalhas clamo que meu espírito seja enevoado com a fumaça dos
mortos!
Que meus pensamentos não tenham limites, barreiras, grades e cadeados! Sou
liberto (a) de toda moral! “

4.8 – Incitando a Água

O adepto (a) encherá a taça de vinho, erguerá a altura dos olhos com ambas as mãos
e exclamará a terceira evocação:

“ Senhora dos Vultos, dona dos pecados, eis meus medos, minha alma
atormentada...Clamo para que eu seja liberto (a) dessa desgraça, desse presídio
sentimental! Coloque tuas unhas negras dentro dessa taça e preencha-a com o
sangue dos demônios e demônias do passado! Que meus irmãos e irmãs mortos e
perseguidos urrem no Inferno pelo meu ato de devoção! ”

Após alguns instantes segurando e vibrando, o adepto (a) beberá um gole da taça e
a colocará no mesmo local.

4.9 – A Comunhão da terra e do espírito

O adepto (a) tomará a lâmina virgem e fará uma pequena incisão no dedo polegar
da mão esquerda e deixará algumas gotas pingarem dentro do caldeirão inflamado
(caso já tenha apagado, ateie fogo novamente).

Enquanto as gotas caem no fogo exclame a última evocação:

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“ Meu sangue é espírito, mas meu corpo é terra. O fogo é o que nos une! Do
fogo vim e para ele voltarei e meu novo corpo se tornará o pó capaz de realizar
os prodígios do diabo! Ó Senhora 7 Mortalhas, cujos olhos mostram todas
as mentiras e fraquezas, nessa noite de sétuplas bênçãos, evoco-te na grande
plenitude!
(Nesse momento o adepto (a) se enrola na mortalha)
Assim como os defuntos, visto-me com o ultimo pano. Desejo morrer para o medo
e para as limitações e renascer para a espiritualidade, ter o poder de concretizar
meus desejos mais obscuros! (Visualizar todos os desejos ocorrendo).
Em nome de Satanás, Caifás, Ferrabrás e Beelzebuth minha mortalha será
abençoada! Não serei escravo (a) subimisso (a) a nada! Através da minha
mortalha filtro e bloqueio meus inimigos, os entrego a fúria de Belial! Ó Senhora
das 7 Mortalhas, intercede na minha ira!
Senhora dos Fantasmas, cuja força possui a fagulha das deusas antigas, das
feiticeiras do pântano, dos unguentos e poções, entrego-me amortalhado (a)!
Que a força de Exu e Pombagira vibrem além da própria Quimbanda! Meus
olhos são pura Magia Negra! Laroyê! ”

5.0- A meditação

Após a evocação final, o adepto (a) deixará a mente livre e em silencio (assim como
é na Kalunga) permanecerá o tempo que desejar defronte ao Ponto Riscado. Apesar
de ser difícil, manter a mente quieta enquanto visões e audições espirituais formam
pensamentos. Gnoses e revelações surpreendentes podem ocorrer nesse momento.

6.0- Finalizando o Ritual

Mesmo sendo um ritual simplório, jamais podemos limitá-lo aos nossos sentidos
comprometidos. Pombagira das 7 Mortalhas está muito além daquilo que
costumeiramente é mostrado em relação às próprias Senhoras da Quimbanda. A
própria Quimbanda Brasileira jamais será estática ou limitada!

Ao término da meditação o adepto (a) retira a mortalha do corpo, agradece


em saudação a Legião de Pombagira das 7 Mortalhas com palavras simples que
expressarão exatamente o sentimento do momento. Todo agradecimento deve seguir
esse padrão, ou seja, expressamos em palavras, gestos e sons somente aquilo que
recebemos ao longo da ritualística.

Após esse procedimento, o adepto (a) deverá realizar alguns atos:

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Apagar as velas (serão despachadas);

• Despejar o vinho da taça dentro da garrafa (retornar o líquido);


• O pó (borra) formada dentro do caldeirão deverá ser acondicionado em um
vidro limpo;
• A taça (que já estará consagrada) deverá ser guardada para rituais futuros;
• Se o Ponto Riscado for feito diretamente no solo deverá ser apagado com um
pano umedecido em cachaça e posteriormente em água com sal. Se tiver sido
confeccionado em couro ou pergaminho vegetal será despachado com alguns
outros objetos.
• Se a cigarrilha queimar inteira, as cinzas serão descartadas em lixo convencional.
Se tiver apagado deverá ser despachada.
• A lâmina deve ser enrolada em papel e descartada em lixo comum.
• A sobra do carvão com mirra deverá ser despachada.

6.1 – O despacho

No dia seguinte pós-ritual ao longo do dia o adepto (a) se direcionará a um cemitério


levando consigo o Ponto Riscado, as velas, a sobra do carvão, a garrafa de vinho e a
cigarrilha queimada (caso não queime por completo ao longo do ritual). Também
deverá levar 13 moedas de pequeno valor.

Ao adentrar no cemitério, saldará a Porteira:

“Salve o Povo da Kalunga, salve o Exu Sete Porteiras, salve o Exu Tata Caveira
e o próprio Exu Caveira. Entro no Campo Santo para desagregar meu velho eu
e consagrar minha proteção. Laroyê Exu! ”

Na porta o adepto bate o pé três vezes no chão como forma de fortalecer sua volta.
Deve-se colocar uma moeda de pequeno valor em cada lado da porta para pagar a
entrada.
Dentro do cemitério o adepto procurará um local isolado. Visualize se existem
profanos ao redor e não despache até que estejas sozinho no local. Preferencialmente
entregue-os aos arredores do Cruzeiro das Almas ou em uma cova abandonada.
Cuidadosamente, o adepto (a) esconderá esses itens e despejará o vinho por cima
dos mesmos enquanto, através de palavras simples, fortifica os elos com a Senhora
das 7 Mortalhas. O vasilhame deve ser descartado em lixo comum.

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Após o despacho o adepto (a) irá até o Cruzeiro das Almas e saudará os Reis e
Rainhas (Cruzeiro, Almas e Kalunga). Agradecerá a entrada e pedirá forças na saída.
Sairá do cemitério preferencialmente por outra porta de aceso. Caso não tenha, pode
sair pela mesma. Pagará para sair depositando uma moeda em cada canto da porta e
agradecendo a proteção de Exu Tata Caveira, Exu Caveira e Exu Sete Porteiras. Ao
sair baterá o pé esquerdo três vezes no chão e não olhará para trás.

Esse é o término do Ritual.

Sobre a continuidade desse Ritual

Todos que realizarem o ritual e desejarem saber mais sobre a Senhora das 7 Mortalhas,
bem como o destino do poderoso pó devem entrar em contato conosco através do
email: quimbandabrasileira@gmail.com

Aproveitamos a oportunidade e anunciamos nossa principal publicação: “Quimbanda


– O Culto da Chama Vermelha e Preta”- 3ª Edição que está à venda através da
Editora Via Sestra em: http://www.lojaeditoraviasestra.com.br/pd-52791D.html

Força e Honra!
L.T.J 49

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