You are on page 1of 50

Corrosão e Processos Eletroquímicos II

FUNDAMENTOS DE TRATAMENTO DE
SUPERFÍCIES

Profa. Célia Malfatti


E-mail: materiaisxenergia@gmail.com
Sala: 234 , prédio 75 , CV
Ramal: 9405
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

•Propriedades decorativas;

•Propriedades de proteção contra corrosão!;

•Resistência à oxidação a altas temperaturas;

•Propriedades mecânicas (resistência à fadiga, dureza, ductilidade, abrasão...);

•Propriedades elétricas/eletrônicas;

•Propriedades térmicas;

•Propriedades ópticas;

•Propriedades magnéticas.
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

Conjugação de materiais
 Melhores relações entre as características
 Melhores relações custo benefício
 Estrategicamente utilizadas no ganho de mercados (Anti-exemplo China)

TRAMONTINA PRO vs. WESTERN


INTRODUÇÃO MÉTODOS DE REVESTIMENTO

Adição de um elemento (novo)!


 Técnicas de deposição
 Elemento(s) x características
 Mais utilizada

CVD

CROMAGEM

GALVANIZAÇÃO
ESMALTAGEM
PINTURA PVD
INTRODUÇÃO MÉTODOS DE CONVESÃO

Transformações físico-químicas!
 Reações com o substrato
 “Sacrifício” de material

ELETROCOLORIMENTO - INOX

CEMENTAÇÃO

NITRETAÇÃO
ANODIZAÇÃO FOSFATIZAÇÃO
INTRODUÇÃO MÉTODOS DE TRANSFORMAÇÃO ESTRUTURAL

Transformações estruturais!
 Mudança de microestrutura
 Deformação localizada (nível atômico)
 Pouca ou nenhuma adição de elementos

IMPLANTAÇÃO IÔNICA

GRANALHAMENTO TÊMPERA
INTRODUÇÃO FOCO DO NOSSO CURSO

Métodos de revestimento + conversão


 Eletrodeposição de metais
 Conversão por oxidação eletroquimicamente controlada
Conseqüentemente eletroquímica e corrosão

 Deposição (outros métodos)


 Deposição com incorporações de partículas
INTRODUÇÃO LIGAÇÕES QUÍMICAS

De modo geral...
 União atômica
 Estruturação dos materiais
 Amplas possibilidades de arranjos
 Definição das características mecânicas
 Alotropia
INTRODUÇÃO LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligações Metálicas
 Nuvem de elétrons (eletrosfera)
 Compartilhamento dos elétrons
 Ligação intensa
 Boa mobilidade dos átomos
 Condução eletrônica
INTRODUÇÃO LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligações Covalentes
 Compartilhamento de elétron(s) em orbitais distintos
 Ligação mais intensa possível
 Baixíssima mobilidade dos átomos
 Sem mecanismos de condução

Apolar

Polar
INTRODUÇÃO LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligações Iônicas
 Troca de cargas (sobra vs. falta)
 Ligação intensa
 Pouca mobilidade dos átomos
 Condução iônica

Óxidos Me + oxigênio

Hidretos Me + hidrogênio

Sulfetos Me + enxofre

Carbonetos Me + carbono

Silicatos Me + silício Iônica


INTRODUÇÃO REAÇÕES ELETROQUÍMICAS

Deslocamento de elétrons
 “Eletrolítica”
 Meio aquoso (orvalho, umidade, eletrólito...)
 Troca de elétrons
 Separação das células e uso de condutor (i)
 Medidas de diferença de potencial (v)
 Indicativos termodinâmicos das mudanças de fases
INTRODUÇÃO REAÇÕES ELETROQUÍMICAS

Reações anódicas vs. catódicas


Anódicas
 Liberação de elétrons (oxidação)
0 n+
MeDepositado = MeSolução + ne

Catódicas
 Catódicas: recepção de elétrons (redução)
n+ 0
MeSolução + n e = MeDepositado
INTRODUÇÃO REAÇÕES ELETROQUÍMICAS

Células para estudo de sistemas


 Separação das reações (células)
 Estudo independente de cada célula
 Controle das condições (T, atm...)
 Mesma célula: contra eletrodo*

Ânodo Cátodo
INTRODUÇÃO PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES

Superfície
 Ponto de encontro dos reagentes
 Estabelecimento de novas ligações
 Local que estabelece a interface com o eletrólito (E*)
 Limpeza ≈ uniformidade química

Decapantes ácidos HCl / H2SO4 / H2NO3

Desengraxantes alcalinos NaOH / NaH2PO4

Neutralizantes H2SO4
LEI DE FARADAY INTRODUÇÃO

A descoberta das cargas em sistemas eletroquímicos

 O Faraday (96485,3415 C): isto nada mais é que a carga do


elétron (1,6.10-19 C) multiplicada pelo número de Avogadro cujo
qual representa um mol (6,022.1023)
 Movimento dos elétrons
 Quantificação eletroquímica
1 Faraday = Carga de um mol de elétrons

Um mol de elétrons que percorreram o sistema

Um mol de elétrons que participaram da reação


LEI DE FARADAY RELAÇÃO I vs. REAÇÕES

Os elétrons liberados
por uma reação... 0 n+
MeDepositado = MeSolução + ne

n+ 0
...são consumidos MeSolução + n e = MeDepositado
por outra
LEI DE FARADAY MEDIDAS DE CORRENTE

Movimentação dos elétrons


 Corrente – pode ser medida
 Corrente como medida de intensidade da reação
 SI: Carga por tempo

I= Q [A] ou [C/s]
t
Então: aplicando i por um determinado t...

I ⋅ t = Q ⋅ s = Q [C ]
s
[C ] ⇒ elétrons em movimento
Ao utilizarmos uma fonte de corrente contínua podemos controlar a quantidade de
elétrons a serem fornecidos a um sistema através da medida de corrente elétrica.
Exemplo (volume depositado)...
POTENCIAL DE ELETRODO INTRODUÇÃO

Equilíbrio entre duas fases


 Metal/íons
 Natureza química e elétrica (eletroquímica)
 3 polarizações possíveis (relacionadas a solução)
MOVIMENTO
POSITIVA Átomos para a solução

NEUTRA Equilíbrio

NEGATIVA Íons para a fase


metálica

E [V]

x [mm]
POTENCIAL DE ELETRODO POTENCIAIS

Potenciais padrão
 Reações de redução
 1M de íons a 25oC
 “Nobreza”
 E > 0, maior força motriz para a
reação no sentido indicado

Potenciais de pilha
EPilha = ER.Catódica − ER. Anódica
REDUÇÃO OXIDAÇÃO

EPilha > 0, sentido correto da reação

Exemplo...
POTENCIAL DE ELETRODO EQUAÇÃO DE NERNST

Potenciais fora do padrão 1M, 25oC...

 Força eletromotriz fora do padrão


 Titulação

RT aestado
o reduzido
0
MeDepositado n+
= MeSolução + ne
E=E − ln
nF aestado oxidado

Qual E de um eletrodo Cu/Cu2+ em uma


solução 0,01 M de Cu2+?
8,314 ⋅ 298 1
E = +0,337 − ⋅ 2,303 ⋅ log
2 ⋅ 96500 0,01
E = +0,277 V
POTENCIAL DE ELETRODO ELETRODO PADRÃO

Reação:2 H + + 2e = H 2
 Reação de hidrogênio tomada como padrão
 “Referenciamento” dos potenciais das reações
 Padronização
 Porém, dificuldade prática
 Eletrodo de referência no sistema?

E [V]

?
x [mm]
POTENCIAL DE ELETRODO OUTROS ELETRODOS DE REFERÊNCIA

Eletrodos diversos...
 Robustos
 Práticos
 Reações pouco dependentes da temperatura
Alta corrente de troca (i0)

ESHE
CALOMELANO + 0,245 V

PRATA/CLORETO DE PRATA + 0,225 V

SULFATO + 0,650 V
POTENCIAL DE ELETRODO E vs. REAÇÕES

Identificação de reações
 Reações demarcadas pelos seus potenciais (padrão*)
 Diferentes níveis de oxidação
 Oxidação/deposição seletiva

ESHE

Au 2+ + 2e = Au + 1,7 V

Au1+ + e = Au + 1,5 V

Fe3+ + 2e = Fe 2+ + 0,77 V

Fe 2+ + 2e = Fe - 0,44 V
POTENCIAL DE ELETRODO JANELA ELETROQUÍMICA

Visão destorcida do sistema eletroquímico...


 Eletrólitos aquosos! (líquido iônicos, álcool, ác. fórmico)
 Reação de oxidação da água (evolução de O2) limite anódico
 Reação de redução de hidrogênio (HER) limite catódico

O fato de trabalharmos em eletrólitos aquosos implica em termos um sistema


sempre composto por água, no entanto a água também possui potenciais de
oxidação e redução.
POTENCIAL DE ELETRODO EFICIÊNCIA DE CORRENTE

Evolução de hidrogênio...
 Altas densidades de corrente
 Baixa eficiência dos banhos de deposição
 Evitar / amenizar?
 Subproduto?
ESHE
 Fragilização!
Cu 2+ + 2e = Cu + 0,34 V

2 H + + 2e = H 2 + 0,0 V

Ni 2+ + 2e = Ni - 0,25 V
CONCEITOS VOLTAMETRIAS

DNA do sistema...
 Varreduras de potencial/corrente
 Principais reações anódicas e/ou catódicas
 Dependente da velocidade de varredura
 Intensidade das reações
 Mecanismos (H2)
 Corrente de troca
 Potenciais característicos
CONCEITOS POTENCIAL DE CIRCUITO ABERTO

Potencial do eletrodo
 Indica o equilíbrio entre as reações
 Relaciona o eletrodo ao ESHE
 Estável (ou não) – informação importante
 Dependente do eletrólito (diversos usos)
 Indica modificações do sistema Hank:
CONCEITOS POTENCIAL DE CORROSÃO

Potencial de equilíbrio “dinâmico”...


 Também indica o equilíbrio entre as reações
 Relacionado ao eletrodo ao ESHE
 Mais estável que EOCP*
 Também dependente dos eletrólitos
 E modificado de acordo com o início da varredura
 Dependente da velocidade de varredura
CONCEITOS SOBREPOTENCIAIS

Imperfeições do sistema e outros...


 Diferença entre valores teóricos* e práticos
 Em altas ou baixas correntes
 Energia de ativação
 Fatores que afetam a cinética do processo

21:10 hs
CONCEITOS SOBREPOTENCIAL DE CONCENTRAÇÃO

Força eletromotriz para atrair íons...


 i0 demonstra que reações estão ocorrendo
 Consumo de elétrons próximo ao eletrodo
 Gradiente de concentração no eletrólito
 Dependente da concentração (difusão)
 Melhora com a agitação
 Modifica / limita a curva E x I
CONCEITOS SOBREPOTENCIAL DE ATIVAÇÃO

Em um primeiro instante...
 Eletrodo imerso atrai os reagentes
 Mecanismos de adsorção e dissociação
 Polarização (infinitesimal)
 Repelência de cargas de mesma natureza
 Maior potencial deve ser utilizado
CONCEITOS SOBREPOTENCIAL DE QUEDA ÔHMICA

A resistência do eletrólito...
 Resistência do eletrólito a passagem de corrente
 Exige maior polarização
 Crítico para deposição em geometrias complexas
 Mudança na composição dos banhos (ácido / T)
 Lei de ohm
CONCEITOS RELAÇÕES DE ÁREA

Delimitando o patrimônio...
 Cada ponto da superfície = reator
 Distribuição uniforme* da corrente
 Homogeneidade do revestimento
 Rugosidade!
 Geometria complexa
VELOCIDADE DO PROCESSO INTRODUÇÃO

Visão sistemática do processo


 O sistema visto como um circuito!
 Existência de etapas lentas do processo
 Força motriz (V/i)
 Potência* influencia?

vs.
VELOCIDADE DO PROCESSO TRANSPORTE DE MASSA

Mais resistências no circuito...


 Critico em oxidação eletroquímica
 Fick
 Mecanismos de difusão

GRADIENTES

DIFUSÃO CONCENTRAÇÃO

MIGRAÇÃO POTENCIAL

CONVECÇÃO PRESSÃO

21:30 hs
VELOCIDADE DO PROCESSO TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS

Mais resistências no circuito...


 Critico em oxidação eletroquímica
 Resistência a transferência de elétrons
Ohm / Faraday
 Condutividade dos eletrodos
 Coeficientes de transferência de carga (b) - ATIVIDADE
ELETRODEPOSIÇÃO SOLUÇÃO SIMPLES

Revestimento simples...
 Potenciostáticamente: EOCP / ECORR
 Galvanostáticamente: i < 0
 Espécies envolvidas
 Reações paralelas
 Curvas de deposição (Não Ôhmicas)

Cd2+ 1M?

RT aestado reduzido 8,314 ⋅ 298 1


E = Eo − ln ⇒ −0,4 − ln ⇒ −0,429 ≈ −0,43 V
nF aestado oxidado 2 ⋅ 96485 0,1
ELETRODEPOSIÇÃO SOLUÇÃO MISTA

Multielementos...
 Uso de mais de um elemento em solução
 Mais de um potencial de eletrodo
 Potencial de eletrodo pode se modificara ao longo do processo
 Deposição preferencial
 Deposição intercalada
 Deposição integrada

RT aestado
o reduzido
E=E − ln
nF aestado oxidado
ELETRODEPOSIÇÃO OUTROS

Fosfatização...
 Não envolve aplicação de potencial
 Reação do metal com o meio
 Reações envolvendo o H+ (aumento do pH)
 Precipitação da nova fase
 Alta eficiência
 Estruturas dependentes da agitação
ELETRODEPOSIÇÃO OUTROS

Níquel químico...
 Auto catalítico
 Sulfato de níquel + hipofosfito de sódio
 Metal em contato atua como catalisador
 Start da reação (metal catalítico - toque)
OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA INTRODUÇÃO

Oxidação controlada...
 Conversão da superfície (Me → Óxido)
 Formação de óxido sem uso de T
 Foco no ânodo (anodização)
 Formação / espessamento de camadas óxidas
 Metais válvula (E x I diferenciada)


OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA POTENCIAIS

Alto potencial / pequena potência


 Potenciais anódicos
 Potenciais efetivos bastante elevados
 Potenciais de eletrodo / seletividade
 Múltiplas valências de oxidação

ALUMÍNIO 20 – 60 V

TITÂNIO 20 – 100 V

NIÓBIO 50 – 150 V
OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA SOLUBILIDADE

Canoa furada?!
 Formação da camada de acordo com parâmetros
 Dissolução da camada de acordo com a solubilidade do meio
 Mecanismos concorrentes
 Taxa de formação da camada?

FENÔMENO ESPESSURA

SOLUBILIDADE < FORMAÇÃO CORROSÃO e<0

SOLUBILIDADE = FORMAÇÃO PASSIVIDADE e≈0

SOLUBILIDADE > FORMAÇÃO ESPESSAMENTO e>0


OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA E vs. ESPESSURA

Perda da força eletromotriz...


 Efeito dielétrico dos óxidos
 Queda de potencial nas interfaces
 Potencial efetivo do eletrodo modifica-se
 Extinção da reação com a espessura

E [V]

e/E [nm/V]
ALUMÍNIO ≈80

TITÂNIO ≈10

x [mm]

22:00 hs
OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA ESTRUTURAS

Arte da natureza...
 Arranjo atômico/cristalino
 Fatores de empacotamento
 Solubilidade parcial
 Elementos complexantes
 Oxidação preferencial
OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA ELETROCOLORIMENTO

Colorimento de aço inoxidável...


 Formação de uma película de óxido
 Livre de Cr6+
 Espessura proporcional a cor (interferência)
 Reações oxidação/redução (banho oxidante)
OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA APLICAÇÃO BIOMÉDICA

Ligas Ni-Ti
• Memória de forma
 Temperatura programável
 Boa força de retorno
 Possibilidade de dupla memorização*

• Superelasticidade
 De 8 – 10%
 Dependente da temperatura de
transformação

• Biocompatibilidade
 Devido a quantidade de Ti
 Ameaçada pela liberação de Ni
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• GENTIL, V. Corrosão. 4ª Edição LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,


2003.

• WOLYNEC, S. Técnicas eletroquímicas em corrosão. 1. ed. São Paulo, SP: Editora da


Universidade de São Paulo - EDUSP, 2003. v. 1.

• CALLISTER, W.D., Materials Science and Engineering - An Introduction, J. Wiley,


1991.

You might also like