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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

ESCOLA DE NUTRIÇÃO – EN

CURSO DE NUTRIÇÃO

GABRIELA JACINTHO MOREIRA GAMA

CARACTERÍSTICAS DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE


CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE

Rio de Janeiro

2017
0

GABRIELA JACINTHO MOREIRA GAMA

CARACTERÍSTICAS DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE


CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Escola de Nutrição como
requisito para obtenção do título de
Bacharel em Nutrição pela Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro –
UNIRIO.

Orientadora: Profª Drª Maria Lúcia


Teixeira Polônio

Rio de Janeiro

2017
1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

ESCOLA DE NUTRIÇÃO – EN

CURSO DE NUTRIÇÃO

CARACTERÍSTICAS DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR EM


CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE

Gabriela Jacintho Moreira Gama

Aprovada em ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

Profª Draª Maria Lúcia Teixeira Polônio

(Orientadora)

Profª Drª Giane Moliari Amaral Serra

Profª Sandra Maria Mendes Rodrigues Pereira

Rio de Janeiro

2017
2

DEDICATÓRIA

À Lygia Jacintho Moreira Gama


Minha mãe por sempre me ajudar e
apoiar.

Ao Eliezer Moreira Gama


Meu pai, meu herói, que sempre me
incentivou a nunca desistir dos meus
objetivos

Ao Samuel Moreira Medeiros Gomes


Meu esposo, pela paciência, apoio e
incentivo.
3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus, porque sem Ele eu nunca teria conseguido
chegar até aqui. Ele foi meu maior incentivador e meu maior auxílio. Me ajudando e me
dando forças para não desistir. Colocando pessoas para me ajudar durante a realização
deste curso.

Aos meus pais Lygia e Eliezer que sempre me ajudaram e me apoiaram em tudo com
muito amor e carinho. Me incentivaram a não desistir e sempre batalhar pelos meus
objetivos. Os amo demais.

Ao meu marido Samuel, meu melhor amigo, que me incentiva sempre a continuar
avançando. Obrigada pela paciência e pelo seu cuidado e carinho por mim todos os dias.
Eu te amo.

À minha professora orientadora que se tornou uma amiga Maria Lúcia Teixeira
Polônio pelo apoio e incentivo à realização deste trabalho e pelas ricas orientações. A
senhora é um verdadeiro exemplo quanto nutricionista e ser humano.

Aos mestres que contribuíram de forma significativa para a minha formação enquanto
nutricionista.Sou grata por todos os ensinamentos passados com muita dedicação.

À esta Universidade que tanto me ensinou e que de fato me transformou para


melhor.Sem dúvida, foi uma grande experiência e aprendizado
4

RESUMO
Este estudo teve como objetivo caracterizar a alimentação complementar decrianças
menores de 2 anos atendidas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).O estudo foi
realizado entre julho de 2015 a setembro de 2016, onde foram coletados dados de 99
crianças que à época do estudo, encontravam-se em alimentação complementar
atendidas em uma unidade básica de saúde situada na zona sul do Rio de Janeiro,através
da aplicação de questionário semiestruturado que abrangeu informações quanto aos
alimentos complementares habitualmente consumidos, bem como o tipo de aleitamento
materno. Também foram coletadas informações referentes à caracterização
sociodemográfica da mãe (idade, escolaridade e renda familiar) e da criança (sexo e data
de nascimento).Segundo dados sociodemográficos da mãe, foram encontrados os
seguintes resultados: 40,3% apresentaram renda acima de 5 salários mínimos, 28,3%
apresentaram renda de 3 a 4 salários mínimos e 23,3% apresentaram renda de 1 a 2
salários mínimos e 5% renda inferior a 1 salário mínimo. Segundo o grau de instrução,
9% tinham menos de oitos anos de estudo, 33,4% tinham ensino médio , 57,6%
apresentaram o ensino superior. De acordo com a idade materna, 68,7% das mães
tinham entre 19 e 34 anos, 27,3% tinham idade igual ou superior a 35 anos e 4% menos
de 19 anos de idade. 44,4% das crianças avaliadas, tinham entre 3 e 5 meses e 55,5%
tinham 6 meses ou mais. Observou-se que os alimentos mais comumente introduzidos
antes dos 6 meses foram: tubérculos (75%), legumes (79,5%), frutas (97,7%), e carne
(75%). A partir dos 6 meses, os alimentos mais comumente oferecidos foram: cereais
(85,4%), hortaliças (87,2%), tubérculos (94,5%), legumes (89,0%), frutas (96,3%), pão
e biscoito (70,9%), leguminosa (85,4%), carne (94,5%) e leite e derivados (70,9%). O
início da alimentação complementar precocemente, ou seja, anteriormente ao sexto mês
de vida da criança, relaciona-se ao aumento de risco e da frequência de infecções
gastrointestinais. As crianças acima de 6 meses, apresentaram um percentual maior de
inadequações, apresentando introdução de doces em geral (54,5%), doces caseiros
(41,6%), chás (36,3%) e refrigerante e guaraná (20%). Dentre as crianças de 3 a 5
meses, houve um percentual maior na introdução de açúcar de adição
(22,7%).Concluiu-se que houve inadequações na introdução da alimentação
complementar das crianças avaliadas, tanto em relação ao tipo do alimento introduzido,
quanto à idade da introdução (antes dos 6 meses), entretanto, a maior parte teve sua
introdução feita na idade adequada (a partir dos 6 meses).
Palavras chaves:alimentação complementar,menores de 2 anos,nutrição
5

ABSTRACT
This study characterized the complementary feeding of children under 2 years old
attended at a Basic Health Unit (UBS) in order to detect inadequacies in their
complementary feeding. The study was conducted between July 2015 and September
2016, where data were collected from 99 children who at the time of the study were in
complementary feeding attended at a basic health unit located in the southern zone of
Rio de Janeiro, through Application of a semi-structured questionnaire that included
information on complementary foods commonly consumed, as well as breastfeeding.
Information regarding the sociodemographic characterization of the mother (age,
schooling and family income) and the child (gender and date of birth) were also
collected. According to the sociodemographic data of the mother, the following results
were found: 40.3% had income above 5 minimum wages, 28.3% had income of 3 to 4
minimum wages and 23.3% had income of 1 to 2 minimum wages and 5% income less
than 1 minimum wage. According to the education level, 9% had less than eight years
of schooling, 33.4% had completed high school, 57,6% had taught Graduated.
According to maternal age, 68.7% of the mothers were between 19 and 34 years old,
27.3% were equal to or greater than 35 years and 4% less than 19 years of age. 44.4% of
the children evaluated were between 3 and 5 months and 55.5% had 6 months or more.
The most commonly introduced foods were tubercles (75%), vegetables (79.5% %),
Fruits (97.7%), and meat (75%). From the 6 months on, the most commonly offered
foods were: cereals (85.4%), vegetables (87.2%), tubers (94.5%), vegetables (89.0%),
fruits (85.9%), meat (94.5%) and milk and derivatives (70.9%). The early introduction
of complementary feeding, ie before the child's sixth month of life, is related to the
increased risk and frequency of gastrointestinal infections. Children over 6 months of
age presented a greater percentage of inadequacies, where they were introduced sweets
in general (54.5%), homemade sweets (41.6%), teas (36.3%) and soda and guarana
(20% ). Among children from 3 to 5 months, there was a higher percentage of in the
addition of added sugar (22.7%).It was concluded that there were inadequacies in the
introduction of Children, both in relation to the type of food introduced and the age of
introduction (before 6 months), however, most of them were introduced at the
appropriate age (from 6 months).
Key words: Supplementary nutrition, children under 2 years of age, nutrition
6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Renda familiar das mães das crianças que fizeram parte do estudo................16

Figura 2 – Grau de instrução das mães de crianças que fizeram parte do estudo............16

Figura 3 – Idade das mães de crianças que fizeram parte do estudo...............................17


7

LISTA DE TABELAS

Quadro 1- Esquema alimentar para crianças menores de 2 anos....................................12

Tabela 1 – Introdução da alimentação complementar em crianças de 3 a 5 meses


atendidas numa unidade básica de saúde.........................................................................19

Tabela 2 – Introdução da alimentação complementar em crianças de 6 meses ou mais


atendidas numa unidade básica de saúde.........................................................................22
8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................9

2. OBJETIVOS......................................................................................................14

3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................15

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................16

5. CONCLUSÃO....................................................................................................27

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................28

7. ANEXOS.............................................................................................................32
7.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).................................32
7.2 Questionário de Frequência Alimentar (QFC)..............................................33
9

1. INTRODUÇÃO

O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos


primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo
ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. A Organização Mundial
da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo
por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. Já está devidamente
comprovada, por estudos científicos, a superioridade do leite materno sobre os leites de
outras espécies para as crianças.MINISTÉRIO DA SAÚDE (2009).

Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para
o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem
digerido, quando comparado com leites de outras espécies. MINISTÉRIO DA SAÚDE
(2013).

O leite materno evita diarreia, evita infecções respiratórias, diminui o risco de


alergias; diminui risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes (benefícios a longo
prazo), reduz as chances de obesidade. A amamentação, fornece um melhor
desenvolvimento da cavidade oral, protege contra o câncer de mama, evita nova
gravidez, possui menor custo financeiro, promove o vínculo afetivo entre mãe e filho
dentre outras vantagens.BRUNKENet al. (2006)

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve


interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança,
em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu
desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e
psíquica da mãe. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2009).

Existe efeito protetor do aleitamento materno sobre o sobrepeso e obesidade na faixa


etária pré-escolar. Há, portanto, uma relação positiva entre o tempo de aleitamento
materno e o estado nutricional infantil. AMARAL et.al (2009).

Após os 6 meses, apenas o leite materno não é suficiente para prover as necessidades
nutricionais das crianças, cabendo aos alimentos complementares suprir essa lacuna
10

juntamente com o leite materno. Ele é chamado de alimento complementar pois a


introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses, deve complementar as
numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve ser mantido
preferencialmente até os dois anos de vida ou mais. SALDIVA et al, (2007).

Alimento complementar é qualquer alimento dado durante o período de alimentação


complementar e que não seja leite materno.Os alimentos complementares podem ser os
alimentos consumidos pelos demais membros da família, modificados para atender às
necessidades da criança.MONTE E GIUGLIANE (2004).

Além de suprir as necessidades nutricionais, a partir dos seis meses a introdução da


alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos
alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do
ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e
saberes. Entretanto, essa alimentação deve ser oferecida no tempo certo. MINISTÉRIO
DA SAÚDE (2009)

Muitos são os benefícios da introdução em tempo oportuno da alimentação


complementar, que, idealmente, não deve ser iniciada antes dos 6 meses de vida, pois
podem causar malefícios em se introduzir precocemente tais alimentos. MONTE E
GIUGLIANE (2004).

A introdução da alimentação complementar proporciona juntamente com o leite


materno, a quantidade de macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento
da criança nesta fase. SALDIVA et al. (2007).

Entretanto, a introdução de novos alimentos é um grande desafio para a mãe, para os


cuidadores e principalmente para a criança, que terá que se adaptar a uma nova fase do
ciclo da vida.É um grande desafio também para o profissional de saúde, visto que é um
processo muito minucioso, onde deve-se auxiliar a mãe e os cuidadores de forma
adequada, tendo como fator principal a necessidade da criança, estando sempre disposto
a tirar dúvidas e ajudar nas dificuldades, preocupações dos cuidadores. MINISTÉRIO
DA SAÚDE (2013).
11

O sucesso da alimentação complementar depende não apenas de uma boa orientação,


mas do envolvimento de toda a família, com paciência, afeto e apoio por parte da mãe e
dos cuidadores da criança. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2013).

O comportamento dos pais também em relação à alimentação infantil irá influenciar


os hábitos alimentares da criança até à vida adulta, por exemplo, as crianças tendem a
rejeitar alimentos que são obrigadas, forçadas ou coagidas a ingerir. Os pais devem ser
orientados para não coagirem ou forçarem a criança a comer, pois isso será muito
prejudicial para a prática alimentar dessa criança. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2009)

Entretanto, os pais podem contribuir positivamente para a aceitação alimentar das


crianças estimulando os sentidos, através de palavras carinhosas, incentivadoras,
alegres. O ambiente também deve ser adequado, sem ruídos, evitando que a criança se
distraia. O contato visual também é muito importante para a criança, pois lhe dá
sensação de segurança, favorecendo com que ela aceite os alimentos oferecidos.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (2009)

A alimentação complementar deve contemplar os seguintes pontos básicos: a)


acessibilidade física e financeira; b) sabor; c) variedade; d) cor; e) harmonia; f)
segurança sanitária. A alimentação saudável está diretamente ligada á formação de
hábitos alimentares saudáveis. Cabe ao profissional nutricionista, promover a
alimentação saudável, levando em conta a cultura e região de cada indivíduo, situação
sócio econômica. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2013)

Uma alimentação complementar adequada compreende alimentos ricos em energia e


micronutrientes (particularmente ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e folatos),
sem contaminação (isentos de germes patogênicos, toxinas ou produtos químicos
prejudiciais), sem muito sal ou condimentos, de fácil consumo e boa aceitação pela
criança, em quantidade apropriada, fáceis de preparar a partir dos alimentos da família e
com custo aceitável para a família. MONTES E GIUGLIANE (2004). A tabela abaixo
mostra um esquema alimentar de alimentação complementar para crianças menores de 2
anos que estão em aleitamento materno.
12

Quadro 1- esquema alimentar para crianças menores de 2 anos – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013

Após completar 6 meses Após completar 7 meses Após completar 12 meses


Aleitamento materno Aleitamento materno sob Aleitamento materno sob
sob livre demanda livre demanda livre demanda
1 papa de frutas no 1 papa de frutas no 1 refeição pela manhã (pão,
meio da manhã meio da manhã fruta com aveia)
1 papa salgada no final da 1 papa salgada no 1 fruta
Manhã final da manhã
1 papa de frutas no 1 papa de frutas no 1 refeição básica da família
meio da tarde meio da tarde no final da manhã
1 papa salgada no 1 fruta
final da tarde
1 refeição básica da família
no final da tarde
13

A partir dos 6 meses, devem ser oferecidos alimentos inicialmente em consistência


pastosa, especialmente preparados para a criança, chamados de alimentos de transição, com
aumento progressivo de sua consistência até chegar à alimentação da família, o que deve
ocorrer a partir dos 8 meses.BRUNKEN et al, (2006)

O período de introdução da alimentação complementar é também de elevado risco


para acriança, quanto a sua manipulação/preparo.Por isso, é importante se ter um cuidado
muito especial quanto á higiene dos utensílios, dos alimentos, da água de preparo, dentre
outros. Se a higienização ocorrer de forma inadequada, pode favorecer a ocorrência de doença
diarreica e desnutrição MINISTÉRIO DA SAÚDE(2013).

A introdução precoce da alimentação complementar pode ser influenciada por diversos


fatores, incluindo idade materna: mães jovens, entre 20 e 35 anos, economicamente
ativas,baixa escolaridade, ocupação no lar, baixa renda, ausência de companheiro, gestante-
mãe fumante e/ou etilista, não realização do pré-natal, baixo peso ao nascer e uso de artefatos
(chupeta e/ou mamadeira). SCHINCAGLIA et. al (2015)
14

2. OBJETIVOS

OBJETIVO
Geral: Analisar a alimentação complementar de crianças menores de 2 anos.

Específicos:
Descrever o perfil sócio demográfico de crianças atendidas na Unidade Básica de Saúde;
Descrever a idade de introdução, tipo de alimentos introduzidos na alimentação
complementar;
Analisar qualitativamente a alimentação complementar oferecida às crianças.
15

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal descritivo, no qual foi investigado práticas alimentares


de crianças menores de dois anos de idade atendidas numa Unidade Básica de Saúde, na
cidade do Rio de Janeiro.

Este estudo faz parte de uma pesquisa maior intitulada “Práticas alimentares em menores
de 2 anos”.Essa pesquisa foi aprovada pelo CEP/UNIRIO CAAE: 128191214.0.0000.5285

As crianças que fizeram parte do estudo tinham idade inferior a dois anos, de ambos os
sexos que estavam aguardando atendimento na sala de vacina na referida unidade de saúde.

Na presente sala, o responsável pela criança, mediante assinatura do Termo de


Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), foi entrevistado através da aplicação de
questionário de frequência alimentar (QFC) com informações quanto aos alimentos
complementares habitualmente consumidos, bem como aleitamento materno. Também foram
coletadas informações referentes à caracterização sócio demográfica da mãe (idade,
escolaridade e renda familiar) e da criança (sexo e data de nascimento).

No que se refere ao aspecto qualitativo, o mesmo foi analisado conforme a introdução e a


frequência de consumo dos grupos alimentares na dieta,associando-se também o nível sócio
econômico das mães.

Fizeram parte da pesquisa todas as mães de crianças atendidas na Unidade Básica de


Saúde que se prontificaram a responder o questionário semiestruturado, no período de julho
de 2015 até setembro de 2016 e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(TCLE) atendendo a Resolução 466/12.

Esses dados coletados foram colocados em um banco de dados para serem


analisados,utilizando-se o programa Microsoft Excel.Foram analisados dados de 99 crianças,
que à época do estudo, encontravam-se em alimentação complementar.

Foi elaborada uma tabela contendo a faixa etária das crianças e os respectivos grupos de
alimentos introduzidos.A partir desta relação, foi feita uma segunda tabela de percentuais de
introdução de cada grupo de alimentos em cada faixa etária (de 3 a 5 meses e a partir de 6
meses).
16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados dados sociodemográficos das mães das crianças. Utilizando-se as
seguintes variáveis: renda familiar mensal, grau de instrução e idade da mãe. Pode-se perceber
que a maior parte das mães entrevistadas apresentou uma renda per capita acima de 5 salários
mínimos (40,3%). E uma boa parcela possuía renda de 3 a 4 salários mínimos (28,3%), e de 1
a 2 salários mínimos (23,3%) como pode ser observado na figura 1.

RENDA FAMILIAR
< 1 SM (5%)

1-2 SM
(23,3%)

3-4 SM
(28,3%)

maior ou
igual a 5 SM
(40,3%)

Figura 1 Renda familiar das crianças menores de 2 anos de idade.que fizeram parte do estudo

A maior parte das mães tinha o ensino superior (57,6%), e 33,4%, possuíam o ensino
médio. (Figura 2).

GRAU DE INSTRUÇÃO
Ensino
Fundamental
(9%)
Ensino Médio
(33,4%)

Ensino Superior
(57,6%)

Figura 2 Grau de instrução das mães de crianças menores de dois anos de idade que fizeram parte do estudo

Outra variável analisada foi a idade materna, onde teve-se a maior prevalência de
mulheres entre 19 e 34 anos (68,7%). A idade materna é um fator importante, pois mulheres
17

com menos de 18 anos e mais de 35 anos tem mais chances de gerar uma criança baixo peso
ao nascer e maior chance de mortalidade materna e fetal (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2010).

IDADE DA MÃE

menor de 19
anos (4%)
19-34 anos
(68,7%)
> ou igual 35
anos (27,3%)

Figura 3 Idade das mães de crianças menores de dois anos que fizeram parte do estudo.

Mães muito jovens (menores de 20 anos) por conta da imaturidade sexual tem mais
probabilidade de gerar bebês natimortos por conta de infecções, imaturidade ou baixo peso ao
nascer. (Martins et.al 2010)

Mães com mais idade (acima de 35 anos) já se tem a preocupação quanto ao


envelhecimento dos órgãos. Isso pode levar a perdas fetais ocasionadas por anomalias
congênitas, traumatismos ao nascimento e doença hemolítica(MINISTÉRIO DA SAÚDE
2010)
Apesar da maior parte das mães possuírem uma renda per capita considerada alta e
possuir o ensino superior completo, pode-se perceber que houve inadequações em relação à
introdução da alimentação complementar.Foram introduzidos alguns alimentos não
recomendados antes e depois dos 6 meses, como doces caseiros e em geral, leite e derivados,
e até mesmo refrigerante.

Um estudo realizado por Oliveira et. al 2014, evidenciou que o aleitamento materno
vem sendo praticado, mas sua oferta de forma exclusiva até os seis meses de idade ainda não
é frequente, e a introdução da alimentação complementar não vem sendo realizada como
se recomenda.Essas evidências também foram encontradas no presente estudo. Trata-se de um
estudo descritivo, quantitativo e do tipo transversal, realizado no Ambulatório de Pediatria do
18

hospital de clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) com mães que
aguardavam a consulta de puericultura no ambulatório.

Oliveira et. al 2015 propuseram a ideia de se utilizar indicadores e instrumento para


monitoramento da alimentação complementar entre crianças menores de dois anos no Brasil, e
descreveram seu processo de formulação, com base em um modelo teórico sobre atributos,
componentes e marcadores de alimentação complementar construído no estudo. Foram
sistematizadas as recomendações alimentares referentes a conceitos-chave desse modelo.
Essas recomendações foram transformadas em indicadores, e, a partir daí um questionário foi
construído com base nas variáveis desses indicadores. Realizaram-se duas oficinas com
especialistas em alimentação complementar para discussão sobre os indicadores e o
instrumento e quatro pré-testes com a população de interesse.Foram apresentados 18
indicadores referentes à oportunidade, à adequação nutricional e à segurança da alimentação
complementar, e um questionário que permite a construção dos indicadores propostos.
Segundo os autores, esse questionário pode ser aplicado em inquéritos com entrevistas face a
face, por telefone ou em atividades de monitoramento do consumo alimentar em serviços de
saúde.Entretanto, São necessárias mais pesquisas para a validação deste questionário.

Para análise dos resultados, foi feita uma divisão da idade das crianças em duas faixas
etárias; de 3 a 5meses, e de 6 meses ou mais. Em seguida foram analisados os grupos de
alimentos e o percentual de crianças que receberam aquele determinado grupo de alimento.
Os resultados encontrados são apresentados abaixo.
19

Tabela 1 – introdução da alimentação complementarem crianças de 3 a 5 meses atendidas numa Unidade Básica de Saúde,

RJ. (n = 44)

GRUPO DE Nº DE CRIANÇAS QUE %INTRODUÇÃO DA


ALIMENTOS INTRODUZIRAM A ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
COMPLEMENTAR
Cereais 25 56,8%
Hortaliças 26 59,0%
Tubérculos 33 75%
Legumes 35 79,5%
Fruta 43 97,7
Farinha 26 59,0%
Pão e biscoito 21 47,7%
Leguminosa 28 63,6%
Carne 33 75%
Fritura 7 15,9%
Doces em geral 16 36,6%
Doce caseiro 18 40,9%
Leite e derivados 25 56,8%
Chás 14 31,8%
Refrigerante e Guaraná 8 18.1%
Açúcar de adição 10 22,7%

Pode-se perceber que a maior parte das crianças entre 3 e 5 meses,recebeu como
alimentação complementar: tubérculos (75%), legumes (79,5%), frutas (97,7%) e carnes
(75%).Apesar de serem alimentos saudáveis, não são indicados para crianças menores de 6
meses, por conta da imaturidade fisiológica da criança. Esses dados vão contra as
recomendações da OMS, sobre a amamentação exclusiva até os 6 meses.
O consumo precoce de alimentos complementares pode acarretar consequências
danosas para a saúde da criança, como aumento do risco de doenças infecciosas,
particularmente as diarreias, em consequência de uma menor ingestão dos fatores de proteção
existentes no leite materno. Além disso, as evidências têm se acumulado mostrando a relação
entre consumo de alimentos complementares antes dos seis meses de idade e aumento de risco
para obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta.MINISTÉRIO DA SAÚDE (2009).
20

Resultados semelhantes também foram encontrados por Correa et.al (2009)onde


foram avaliadas a alimentação complementar de 516 crianças menores de 2 anos atendidas em
uma unidade de saúde localizada em Florianópolis, Santa Catarina, durante uma campanha de
vacinação.Dentre estas, 122 crianças tinham menos de 6 meses.Os resultados encontrados
pelos autores, mostraram que os alimentos mais comumente introduzidos antes dos 6 meses
foram leite modificado (36,8%),fruta (80%), legumes e verduras (76,9%), tubérculo
(77,7%),massas 75%) e carne(73,8%).No presente estudo,uma parcela significativa de
crianças recebeu leite e derivados antes dos 6 meses (56,8%).
Marques et. al 2013 também encontraram resultados semelhantes ao presente estudo,
eles fizeram um estudo através de questionários com antecedentes alimentares e
recordatório alimentar de 24 horas em 320 lactentes de 4 a 12 meses de idade que não
estavam em aleitamento materno exclusivo realizado em duas Unidades de Saúde Pública,
localizadas na área urbana do município de Belém do Pará. O estudo mostrou resultados
com elevada frequência de consumo e práticas alimentares inadequadas em lactentes.
Observou-se que houve um consumo precoce de leite de vaca (62,2%) e introdução de
alimentos sólidos antes dos seis meses de vida. Registrou-se grande consumo de açúcar nas
preparações consumidas por lactentes com quatro meses de idade (11,3%), e com 12 meses de
idade (82,5%), certamente pela ingestão inadequada de refrigerantes(11,9%), café (4,1%),
achocolatados (22,2%), bolachas (29,1%), biscoitos recheados (28,1%) e mingau (62,2%).
Concluindo-se que é necessário, portanto, melhorar os hábitos alimentares das crianças, pois
alimentos complementares de baixo valor nutritivo são introduzidos de forma precoce, com
todas as desvantagens decorrentes deste hábito.No presente estudo, foram encontrados
resultados preocupantes em relação à introdução de grupos de alimentos inadequados, dentre
estes, doces caseiros (40,9%), doces em geral (36,6%), chás (31,8%) e açúcar de adição
(22,7%).
21

Resultados semelhantes também foram encontrados por Machado et. al(2014)onde foi
realizado um estudo transversal na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, no Hospital Escola
da Universidade Federal de Pelotas. A amostra foi constituída por puérperas maiores de 18
anos.Os alimentos mais comumente introduzidos antes dos 6 meses segundo o estudo
feito,foram:caldo de feijão (99,4%), fruta (99,4%), água (98,2%), suco de fruta (97%) e chá
(87,6%). Uma parcela significativa introduziu também o leite de vaca em pó (25,4%).
Araújo et.al (2013), fizeram um estudo descritivo e transversal realizado com 90
crianças menores de 12 meses de idade, no município de Picos, Piauí, cujas mães
compareceram às Unidades de Saúde da Família, para vaciná-las. Segundo os resultados por
eles encontrados, os alimentos introduzidos antes dos 6 meses foram: água (70%), chá
(48,9%), fórmula infantil (34,4%), mingau (25,6%) e suco de fruta (23,3%).
Segundo Maís et.al (2014), é muito comum acontecer inadequações em relação à
introdução precoce de alimentos.No estudo feito pelos respectivos autores, observou-se que a
maioria das crianças menores de 6 meses avaliadas, receberam a alimentação complementar
por crenças da mãe e de parentes, por entenderem que o tempo era oportuno ou que somente o
leite materno não era suficiente.Uma boa parcela de crianças foi introduzida á alimentação
complementar pela orientação do pediatra.
22

Tabela 2 – Introdução da alimentação complementar em crianças de 6 meses ou mais atendidas numa Unidade Básica de

Saúde, RJ. (n = 55)

GRUPO DE Nº DE CRIANÇAS QUE % INTRODUÇÃO DA


ALIMENTOS INTRODUZIRAM A ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
COMPLEMENTAR
Cereais 47 85,4%
Hortaliças 48 87,2%
Tubérculos 52 94,5%
Legumes 49 89%
Fruta 53 96,3%
Farinha 29 52,7%
Pão e biscoito 39 70,9%
Leguminosa 47 85,4%
Carne 52 94,5%
Fritura 10 18,1%
Doces em geral 30 54,5%
Doce caseiro 23 41,8%
Leite e derivados 39 70,9%
Chás 20 36,3%
Refrigerante e 11 20%
Guaraná
Açúcar de adição 6 14,5%
23

Dentre o total de 99 crianças avaliadas, 55,5% (55 crianças), receberam a alimentação


complementar a partir dos 6 meses. Dentre as crianças analisadas com idade acima de 6
meses, foi constatado que consumiam todos os grupos de alimentos, até mesmo fritura
(18,1%), doces em geral (54,5%), refrigerante e guaraná (20%) e açúcar de adição (14,5%).
Pode-se perceber que os alimentos mais comumente consumidos foram: cereais (85,4%),
hortaliças (87,2%), tubérculos (94,5%), legumes (89,0%), frutas (96,3%), pão e biscoito
(70,9%), leguminosa (85,4%), carne (94,5%), e leite e derivados (70,9%).
Um estudo feito por Garcia et.al (2011) no município de Acrelândia, no estado do
Acre, analisou crianças de 6 a 24 meses, um total de 164 crianças. No referido estudo, os
alimentos mais comumente consumidos por crianças de 6 meses a 24 meses foram: leite de
vaca (89,8%), refeição de sal (89,2%), cereal, tubérculos e massas na refeição de sal (96,6%),
carne, ovo e feijão na refeição (89,9%), fruta (51,8%), hortaliça na refeição (46,6%),
evidenciando uma semelhança com os achados do presente estudo. A maior parte das crianças
de 6 a 8 meses consumiam mingau ou leite espessado (63%).Acima de 8 meses esse consumo
ia diminuindo.Em relação aoutros alimentos como biscoito e/ou pão doce, macarrão
instantâneo e café, uma parcela mínima de crianças foi introduzida nestes tipos de alimentos
(29,9%, 17,4% e 24% respectivamente). Em relação a doces (10,2%), salgadinho de pacote
(10,8%) e refrigerante (4,2%), nenhuma criança de 6 a 8 meses recebeu esses alimentos,
somente a partir dos 9 meses até os 24 meses.
Resultados semelhantes ao presente estudo também foram encontrados por Correa
et.al (2009), onde uma boa parcela das crianças acima de 6 meses (n=394) consumia até
mesmo refrigerantes (30%). No presente estudo, foram encontrados 20% das crianças.
No estudo feito por Araújo et.al (2013),onde foram analisadas 90 crianças menores
de 12 meses de idade, no município de Picos, Piauí cujas mães compareceram às
Unidades de Saúde da Família, para vaciná-las, foram encontrados resultados um pouco
parecidos com o presente estudo, onde os alimentos mais comumente introduzidos depois
dos 6 meses foram: água (100%), chá (75%), mingau (72,2%), suco de fruta (86,1%), leite
industrializado (55,5%), papas caseiras (72,2%), frutas (86,1%), biscoito (77,7%), iogurte
(66,6%), caldo de carne (66,6%), caldo de feijão (63,8%), arroz (80,5%), macarrão (72,2%),
macarrão instantâneo (55,5%), carnes (50%), pães (55,5%) e feijão (66,6%). Uma pequena
parcela de crianças teve mel introduzido em sua alimentação (16,6%).
24

Coelho et.al (2015) realizaram um estudo transversal ao qual avaliou 350 crianças
menores de 24 meses que compareceram nas6 UBS (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de
Diadema, município do estado de São Paulo,durante os dias de coleta de dados referente às
condicionalidades de saúde dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF). Dentre as
crianças entre 6 e 23 meses, 98,7% apresentaram consumo inadequado em relação às
recomendações para a faixa etária. Destas crianças com consumo inadequado, os itens
avaliados que apresentaram maior frequência de inadequação foram: consumo de suco ou
refresco industrializado no último mês (60,8%), não ter recebido leite materno no dia anterior
(56,9%), consumo de mingau com leite ou leite com espessante no dia anterior (54,3%),
refrigerante no último mês (54,2%), ter recebido papa salgada antes dos 6 meses de idade
(45,2%), ter realizado alguma refeição assistindo TV (33,3%) e ter recebido açúcar antes dos
6 meses de idade (32,4%). Segundo os resultados encontrados no presente estudo, observou-
se que o consumo de refrigerante e guaraná foi de 20% em crianças a partir de 6 meses e de
açúcar de adição foi de 22,7% antes dos 6 meses.
Segundo Coelho et. al (2015), em relação a algumas características da introdução
alimentar das crianças com idade entre 6 e 23 meses, observou-se que, antes dos 6 meses,
31,9% consumiram mel, açúcar ou melado e 44,4% consumiram papa salgada. Em média,
55,4% apresentaram um comportamento alimentar de risco para obesidade. Comparando as
faixas etárias, verificou-se que o consumo de refrigerante e suco industrializado, assim como
assistir TV enquanto come, foi estatisticamente maior nas crianças entre 12 e 23 meses,
apesar do alto consumo de suco industrializado entre as crianças de 6 a 11 meses
(48,2%).Enquanto que no presente estudo, o consumo de refrigerante e guaraná, foi maior em
crianças a partir de 6 meses (20%), e o consumo de açúcar de adição, foi maior em crianças
de 3 a 5 meses (22,7%).
Um estudo conduzido por Silva et. al (2010) para avaliar o perfil alimentar em
crianças de 12 a 24 meses, cadastrados em estratégia de saúde da família (ESF) dos
municípios de Barra de Guabiraba, PE e Gravatá, PE constatou que o tipo de alimento
introduzido não se mostrou o mais adequado, apesar de ter sido introduzido a partir dos 6
meses. Além disso, a utilização de outros tipos de leite foi elevada e precoce, assim como
achado no presente estudo, o que revela a necessidade de uma maior atenção dos profissionais
de saúde quanto à alimentação complementar, tanto em relação à qualidade dos alimentos
introduzidos como a idade de iniciação dessa fase.
25

Segundo Vitolo et. al (2014),há a necessidade de qualificar os profissionais de saúde,


considerando que a falta de informação por parte dos profissionais e as dificuldades na
comunicação entre profissional e paciente estão entre os principais motivos relacionados ao
desmame e à introdução precoce e errada de alimentos.
Broilo et.al (2013)realizaram um estudo transversal. As participantes foram gestantes
no terceiro trimestre de gestação, usuárias de vinte Unidades de Saúde (US) do município de
Porto Alegre, em como os bebês nascidos destas gestações.O objetivo do estudo foi avaliar o
impacto da atualização de profissionais de saúde nas práticas alimentares nos dois primeiros
anos de vida da criança. Assim, foram incluídas no estudo 720 gestantes, distribuídas entre os
grupos intervenção e controle.Os autores concluíram que existe uma elevada prevalência de
mães que não seguem as orientações dos profissionais de saúde e a percepção de que a
alimentação não influencia a saúde da criança pode ser uma barreira para melhorias nas
práticas alimentares na infância.
Um estudo feito por Correia et. al(2013), também mostrou também que é deficiente o
conhecimento dos agentes comunitários de saúde em relação à alimentação complementar,
apontando para a necessidade de aperfeiçoamento frente à temática por parte desses
profissionais de saúde, capaz de propiciar melhora na qualidade das informações e, por
conseguinte, das orientações prestadas à comunidade. Esse estudo foi realizado em uma UBS
(Unidade Básica de Saúde) no município de Juazeiro do Norte, Ceará. Os sujeitos da pesquisa
foram oito agentes comunitários de saúde da equipe da Estratégia de Saúde da Família. Os
dados foram coletados por meio de entrevista semi estruturada, na qual se indagava sobre os
aspectos de uma alimentação complementar adequada, bem como o que caracterizaria uma
alimentação complementar inapropriada e quais seriam suas consequências. Os resultados
apontaram conhecimento deficiente sobre os fatores como à oferta de uma alimentação
complementar adequada, bem como sobre os fatores condicionantes dos problemas
nutricionais mais comuns. Foi feita uma capacitação dos funcionários, para uma segunda
aplicação do questionário. Através da aplicação do questionário, após a realização da ação
educativa, os autores identificaram uma melhora do nível de conhecimento sobre alimentação
complementar por parte dos Agentes Comunitários de Saúde. Assim, todos os sujeitos
souberam indicar, corretamente, os principais grupos de alimentos que devem compor a
alimentação oferecida e aqueles que não devem integrá-la como, refrigerantes, enlatados,
chocolates, alimentos gordurosos, doces. Por outro lado, somente 50% dos participantes
souberam discorrer, satisfatoriamente, sobre os principais problemas nutricionais provocados
por uma alimentação complementar inapropriada.
26

É fundamental os profissionais de saúde qualificados, oferecerem orientações sobre


alimentação complementar, se possível desde o período pré-natal, desencorajando atitudes
não benéficas à saúde da criança e ampliando as representações benéficas de modo que as
mães entendam a sua importância. O importante papel dos profissionais, no entanto, não
dispensa a necessidade de políticas públicas de incentivo à alimentação saudável,
principalmente com o controle das propagandas de alimentos não saudáveis destinados a
crianças e adolescentes LIMA et.al (2014)
27

5. CONCLUSÃO

Pode-se concluir que ainda há inadequações na forma de introduzir os alimentos para


as crianças, e uma parcela significativa teve a introdução precoce (antes dos 6 meses de vida).
E mesmo as crianças que tiveram a introdução complementar na idade correta (a partir dos 6
meses), foram introduzidas também a grupos de alimentos inadequados, apesar de os
responsáveis possuírem um alto nível de conhecimento (ensino superior completo) e
possuírem renda alta (acima de 5 salários mínimos). Porém, deve-se levar em conta que a
maior parte das mães estavam em idade economicamente ativa.

É preciso uma orientação melhor para as mães sobre a alimentação complementar por
parte dos profissionais de saúde, com base no guia alimentar para crianças menores de 2 anos,
preconizado pelo Ministério da Saúde, afim de melhorar a qualidade e desenvolver hábitos
alimentares adequados para as crianças, pois isto irá repercutir diretamente no futuro delas.

É fundamental que as mães entendam a importância da alimentação complementar


bem como da alimentação da família, pois isto também irá interferir nos hábitos alimentares
dessas crianças. Deve-se incentivar a escolha de alimentos saudáveis. Por isso, a importância
do profissional nutricionista na atenção básica de saúde (principalmente na saúde da família),
pois este profissional é o mais qualificado a trabalhar as questões de educação nutricional com
a família em geral, não somente da criança, pois os hábitos alimentares da família irão
repercutir no futuro alimentar dessas crianças.

Contudo, precisam ser consolidadas mais políticas públicas nesse sentido a fim de
reforçar as evidências sobre a alimentação complementar adequada na população brasileira,
principalmente em relação a propagandas de alimentos voltados para o público infantil, visto
que a mídia vincula informações sobre alimentos infantis como sendo fontes de vitaminas e
minerais, mas são alimentos ricos em açúcar e corantes artificiais que não trazem benefícios à
saúde, passando a idéia de que esses alimentos são melhores ou substituem a comida de
verdade, preconizada no Guia alimentar para a população brasileira (2014) e no guia
alimentar para crianças menores de 2 anos (2013).
28

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Nº6, 2006.

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Recomendações para alimentação complementar da criança em aleitamento materno, Rio de
Janeiro, Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº5(supl), 2004

3.SALDIVA M.D.R.S, et al.Práticas alimentares de crianças de 6 a 12 meses e fatores maternos


associados Jornal de Pediatria - Vol. 83, Nº1, 2007

4.MINISTÉRIO DA SAÚDE, Saúde da criança: Nutrição infantil aleitamento materno e


alimentação complementar Caderno de atenção básica nº23 2009.Brasília/DF 112 p.

5.MINISTÉRIO DA SAÚDE, Dez passos para uma alimentação saudável , Guia alimentar para
crianças menores de dois anos, Secretaria de Atenção á Saúde , Departamento de Atenção Básica –
2ª edição , 2ª reimpresssão Brasília/DF 72 p. 2013

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materno em menores de seis meses residentes nas capitais brasileiras e Distrito Federal Cad.
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7.CORRÊA N. E, CORSO T.C.A., MOREIRA M.A.E., KAZAPI M.A.I., Alimentação


complementar e características maternas de crianças menores de dois anos de idade em
Florianópolis (SC) ,São Paulo Rev Paulista de Pediatria v.27 n.3: p.258-64, 2009

8.BERNARDINI JLD, JORDÃO RE, BARROS FILHO AA Alimentação complementar de


lactentes em uma cidade desenvolvida no contexto de um país em desenvolvimento, São Paulo
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9.SALDIVA M.D.R.S, ESCUDER M.M., MONDINI L., LEVY B.R., VENÂNCIO I.S., Práticas
alimentares de crianças de 6 a 12 meses e fatores maternos associados, São PauloJornal de
Pediatria - Vol. 83, Nº1, 2007
29

10.MINISTÉRIO DA SAÚDE,PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA


MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE Gestação de alto risco. Série A: Normas e manuais
técnicos. Brasília, 2010.

11.MARTINS G.M. , SANTOS N.H.G,SOUZA S.M.,COSTA B.F.E.J,SIMÕES F.M.V Associação de


gravidez na adolescência e prematuridade, São Luís/MARev. Bras.Ginecol.Obstet.; v.33 n11:p.354-
3602011

12.VIEIRA O.G. ,SILVAR.L., VIEIRA O.T., ALMEIDA G.A.J,CABRAL A.V. Hábitos alimentares
de crianças menores de 1 ano amamentadas e não amamentadas, Feira de Santana/BA Jornal de
Pediatria - Vol. 80, Nº5, p..411-416 2004

13.CORREA N. E. ,CORSO T.C.A. ,MOREIRA M.A.E.,KAZAPI M.A.I Alimentação


complementar e características maternas de crianças menores de dois anos de idade em
Florianópolis (SC), Florianópolis/SC, Rev Paul Pediatr;v.27 n.3 : p.258-2642009

14.GARCIA T.M. ,GRANADO S. F. CARDOSO A. M Alimentação complementar e estado


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Acrelândia, Acre, Amazônia Ocidental Brasileira, Acrelândia/AC, Cad. Saúde Pública, ,
27(2):p.305-316, fev, 2011

15.MACHADO F.K.A ,ELERT W.W.,PRETTO B.D.A., PASTORE A.C. ,Intenção de amamentar e


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Brasil Pelotas/RS, Ciência & Saúde Coletiva, , v..19 n.7 p.1983-1989, 2014

16.ARAÚJO L.N., LIMA O.H.L., OLIVEIRA R.A.E., CARVALHO S.E., DUAILIBE T.F.,
FORMIGA F.M.L., Alimentação do lactente e fatores associados ao aleitamento materno.Picos/PI,
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17.MAÍS A.L., DOMENE A.M.S., BARBOSA B.M.,TADDEI C.A.A.J Diagnóstico das práticas de
alimentação complementar para o matriciamento das ações na Atenção Básica São Paulo/SP,
Ciência & Saúde Coletiva, v.19 n.1 p.93-104, 2014

18.COELHO C.L., ASAKURA L.,SACHS A., ERBERT I., NOVAESL.R.C., GIMENO A.G.S.,
Sistema de Vigilância alimentar e Nutricional/SISVAN: conhecendo as práticas alimentares de
crianças menores de 24 meses.São Paulo, Ciência & Saúde Coletiva, v.20 n.3 p.727-738, 2015
30

19.CERESER D.N., COSTA R.M.F., JÚNIOR R.D.O., SILVA R.A.D., SPEROTTO R.V. Botulismo
de origem alimentar - revisão bibliográfica São Paulo ,Ciência Rural, v.38, n.1, jan-fev, 2008

20.AMARAL S., BASSO C. Aleitamento materno e estado nutricional infantil Santa Maria/RS,
Ciências da Saúde, v. 10, n. 1, p. 19-30, 2009.

21.SCHINCAGLIA M.R., OLIVEIRA C.A., SOUZA M.L., MARTINS A.K., Práticas alimentares e
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de seis meses na região noroeste de Goiânia, Goiânia/GO Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v.24 n.3:
p.465-474, jul-set 2015

22.BROILO C.M., LOUZADA C.L.M., DRACHLER L.M., STENZEL M.L., VITOLO R.M.,
Percepção e atitudes maternas em relação às orientações de profissionais de saúde referentes a
práticas alimentares no primeiro ano de vida Porto Alegre/RS J Pediatr (Rio J). v.89: p.485-491
2013

23.CORREIA P.P., PEREIRA D.P.M.S., BRITO H.M.A.L.,Alimentação de transição infantil:


conhecer para educar, Juazeiro do Norte/CE Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 85-
93, mai./ago. 2013

24. VITOLO R.M., LOUZADA C.L.M., RAUBER F., Atualização sobre alimentação da criança
para profissionais de saúde: estudo de campo randomizado por conglomerados, Porto Alegre/RS
REV BRAS EPIDEMIOL OUT-DEZ; n.17 v.4: p.873-8862014

25.SILVA C.D., SANTOS DOS M.J.C., SILVA A.M.W., Perfil do aleitamento materno exclusivo e
alimentação complementar em crianças de 12 a 24 meses atendidas em estratégia de saúde da
família(ESF) no interior de Pernambuco, Barra de Guabiraba e Gravatá/PE, Revista Eletrônica de
Ciências - v . 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010

26.MARQUES V.S.F.R., SARNI S.O.R.,SANTOS DOS C.P.F.,BRITO DE P.M.D., Práticas


inadequadas da alimentação complementar em lactentes residentes em Belém do Pará,
Belém/PARevista Parense de Medicina v.27 n.2 abr/jun 2013

27.LIMA E.P.A., JAVORSKI M., AMORIM M.J.R., OLIVEIRA C.S., VASCONCELOS DE L.G.M.,
Práticas alimentares no primeiro ano de vida: representações sociais de mães adolescentes
Recife/PE Ver Bras Enferm. v.67 n.6: p.965-971. nov- dez 2014
31

28.OLIVEIRA B.B., PARREIRA M.D.B., SILVA DA R.S., Introdução da alimentação


complementar em crianças menores de um ano: vivência e prática de mães, Minas Gerais, Revista
de Enfermagem e Atenção á Saúde v.3 n.1: p.2-13, 2014

29.OLIVEIRA M.J., CASTRO DE R.R.I., SILVA E B.G.VENÂNCIO I.S., SALDIVA M.D.R.S.,


Avaliação da alimentação complementar nos dois primeiros anos de vida: proposta de
indicadores e de instrumento, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.31 n.2: p.377-394, fev, 2015.

30. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de atenção à saúde, Departamento de atenção Básica. Guia
Alimenta Para a População Brasileira, Brasília/DF 158p. 2014
32

7. ANEXOS

7.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO

Você está sendo convidada (o) para participar da pesquisa “PRÁTICAS ALIMENTARES
EM CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS DE IDADE”. Esta pesquisa tem como
objetivo avaliar analisar práticas alimentares em crianças menores de dois anos de idade no
CMS Manoel José Ferreira localizado no bairro do Catete, na cidade do Rio de Janeiro. Será
aplicado um questionário com perguntas sobre renda familiar, escolaridade, dados sobre
gestação, parto, aleitamento materno, consumo alimentar da criança. A referida pesquisa não
deverá trazer nenhum desconforto para você e a qualquer momento você pode desistir da
mesma, sem que isto traga prejuízo a sua vida. A sua participação na pesquisa contribuirá para
uma melhor compreensão dos dados que se referem ao perfil alimentar e nutricional de
crianças menores de dois anos. Você receberá esclarecimentos de qualquer dúvida a respeito
do estudo assim como informações sobre riscos mínimos (como por exemplo, o
constrangimento ao responder ao questionário), e os benefícios com relação ao mesmo, tais
como a possibilidade de melhorar a alimentação da criança. Caso seja observado qualquer
desvio nutricional que traga riscos á saúde da criança, a mesma será encaminhada ao serviço
de nutrição para que sejam tomadas as devidas providências. A sua participação não trará
nenhuma compensação financeira / pagamento pelo fornecimento destas informações. As
informações pessoais informadas por você serão mantidas em caráter confidencial e os
resultados da pesquisa serão utilizados para desenvolvimento de monografia e trabalhos
científicos. As informações coletadas serão descartadas após 5 anos. Ao final da pesquisa, os
resultados serão fornecidos à direção do Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira
para serem disponibilizados para os participantes da pesquisa ou qualquer indivíduo que tenha
interesse.Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do
pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação:

Maria Lucia Teixeira Polônio


Professora da EN/UNIRIO
Avenida Pasteur296/3°andar/RJ
Tel. (21) 2542-7285 / 9677-1005
e-mail: lpolonio@terra.com.br
Comitê de Ética em Pesquisa/UNIRIO –
cep.unirio09@gmail.com Tel: (21) 2542-7771
Avenida Pasteur, 296, Urca.
Comitê de Ética em Pesquisa/ SMS/RJ.
Rua Afonso Cavalcanti, 455 sala 710 – Cidade Nova – Rio de Janeiro.
CEP: 20211-901
E-mail: cepsms@rio.rj.gov.br - Site: http://www.rio.rj.gov.br/web/smsdc/
Rio de Janeiro, ______ de _________________de _______.
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo
em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem
sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento.
Rio de Janeiro, ____/____/ 2015.
__________________________________
Sujeito da Pesquisa
33

7.2 QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR (QFC)

“PRÁTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS”

1. Dados da criança

Data de Nascimento: ___/___/___ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2- Perfil socioeconômico:

Renda familiar mensal: ( ) < 1 salário mínimo

( ) 1 – 2 salários mínimos

( ) 3 – 4 salários mínimos

( ) 5 ou mais salários mínimos

Grau de instrução da mãe ou ( ) Ensino Fundamental Incompleto

responsável : ( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Ensino Médio Completo

( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

Idade da mãe ou responsável: ( ) 11- 14 anos

( ) 14 – 18 anos

( ) 19 – 34 anos

( )> 35 anos
34

2. História Clínica da criança:

Peso ao nascer: ( ) menor que 2500g

( ) 2500 – 3000

( ) 3000g – 4000g

( ) maior que 4000g

Intercorrências clínicas: ( ) anemia ferropriva

( ) infecção respiratória aguda (pneumonia)

( ) infecções gastrointestinais (diarréia; gastroenterite)

( ) alergia alimentar

Internação recente? ( ) Sim. Motivo? __________________________ ( ) Não.

3 História da gestação e parto:

Onde foi realizado o parto?


Hospital público ( )
Hospital particular ( )
Hospital filantrópico ( )
Outros\( )

Você realizou o pré-natal?


Sim ( ) Onde?____________________________
Não ( )

Há quantas consultas você compareceu no pré-natal?


Menos de 6 ( )
6a8()
Mais de 8 ( )

No pré-natal o profissional de saúde falou sobre aleitamento materno?


Sim ( ) que profissional (ais)?_______________________
Não ( )
35

Você foi informada sobre as vantagens da prática da amamentação, para


mulher?
Sim ( ) Quais as vantagens que você considerou importante?
Não ( )

Você foi informada sobre as vantagens da prática da amamentação para


o bebê?
Sim ( ) O que você considerou mais importante para o seu filho?
Não ( )

No pré-natal você foi orientada sobre a pega correta da mama e a


postura para amamentar?
Sim ( )
Não ( )

Depois do parto, ainda no hospital você foi orientada sobre a pega


correta da mama e a postura para amamentar?
Sim ( )
Não ( )

4. História alimentar

Amamentou seus filhos? ( ) Sim. Quanto tempo?

( ) Não. Por quê?

Você teve dificuldades para amamentar seu (s) filho (s)? Qual (ais)?

Você recebeu alguma orientação sobre aleitamento materno no pré-natal?

( ) Sim ( ) Não

Na maternidade onde seu filho nasceu você recebeu alguma orientação ou ajuda sobre como e
por que amamentar? ( ) Sim. De quem? ___________________ ( ) Não.
36

Você acha que o seu leite alimentou ou alimenta o seu (s) filho (s)? ( ) Sim. ( ) Não. Por
quê?

Que alimentos você ofereceu ao seu filho durante a amamentação até os seis meses de idade?
( ) Só leite materno

( ) Leite materno + água ou chá ou suco

( ) Leite materno + leite de vaca

( ) Leite materno + mingau

( ) Leite materno + outros leites____________

( ) Leite de vaca

( ) Leite vaca+ outros alimentos

Gostou de amamentar? ( ) Sim ( ) Não

Por que motivo você fez a introdução de outros alimentos durante a amamentação?

Você recebeu orientação de algum profissional sobre alimentação complementar?

( ) Sim. Quem? _______________ ( ) Não.

Você teve orientação sobre importância do alojamento conjunto?


Sim ( )
Não ( )
O que você acha do alojamento conjunto/Qual a sua opinião sobre o
alojamento conjunto?

Você teve orientação a oferta de leite materno sob livre demanda?


Sim ( ) Não ( )

Você teve orientação sobre o não uso de chupeta, mamadeira, e outros


leites?
Sim ( ) Não ( )
37

Seu filho usou/usa chupeta? Sim ( ) Não ( )


E mamadeira? Sim ( ) Não ( )

Você foi incentivada a participar de grupos ou reuniões que tratavam do tema aleitamento
materno?
Sim ( ) Em que momento?
Não ( )

Você acha que teve apoio da família para a amamentação?


Sim ( ) Não ( )
Quem mais te auxiliou nessa etapa?

Dos alimentos abaixo, quais deles você ofereceu ao seu filho além do leite materno?

Tipo de Data da

Alimento (circular os consumidos) preparação Marca Sabor Quantidade introdução

(medida caseira)

Arroz, macarrão, farinha de mandioca,

fubá.

Batata inglesa, aipim, batata doce,

inhame, cará.

Cenoura, abóbora, beterraba, chuchu

vagem, quiabo.

Alface, almeirão, acelga, agrião,

abobrinha, brócolis, bertalha,


berinjela,
38

couve, couve-flor, chicória, espinafre,

palmito, repolho, tomate.

Frutas: banana, laranja, goiaba, maçã

manga, pêra, limão, acerola, mamão,

cajú, tangerina, melancia, melão, uva

morango, maracujá, pêssego, ameixa,

caqui.

Pães/Biscoito doce/Biscoito salgado/

Torrada.

Farinhas: maisena, farinha láctea,

mucilagem, cremogema, creme de

arroz, aveia.

Açucar refinado (de adição)

Feijão preto ou outra variedade,

lentilha, ervilha, soja, grão de bico.

Carnes (frango, peixe, ovo, carne

vermelha, fígado, moela, coração,

músculo).

Frituras/Salgadinhos/Maionese

Gelatinas

Bala/Pirulito/ Doces em geral

Doces caseiros (abóbora, mamão,

banana)

Bolo caseiro
39

Leite/Iogurte/Queijo/Petit Suisse/

outros.

Chás: erva doce, camomila, preto

erva cidreira, outros.

Refrigerante

Guaraná natural

Entrevistadora: ______________________________________

Data da entrevista:_________________________________________

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