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A FLEXÃO DE CASO
VAMOS INICIAR NOSSO ESTUDO RECORDANDO UM CONCEITO
FUNDAMENTAL: A FLEXÃO
menin – o
menina
meninos
meninas
menininho
meninão
Note também que a oração parece ter ficado com uma forma invertida em
relação à forma que apresenta em português, o que não altera em nada o
sentido, já que cada palavra aparece flexionada segundo a função sintática
que exerce. Por outro lado essa ordem é preferida em latim: verbo no final
da frase, objeto direto antes do verbo, objeto indireto antes do direto.
Penso que você já entendeu que precisa ter a análise sintática na ponta da
língua. Com efeito, tanto para traduzir do latim para o português, quanto
para traduzir de português para o latim é necessário proceder à análise
sintática de cada oração.
ORAÇÃO
A frase ou locução
Mas é comum que usemos reuniões de palavras (termos) para expressar
pensamentos ou idéias mais complexas. Assim, se digo “o livro de Pedro”,
“os olhos de cigana de Capitu” ou “as margens plácidas do Ipiranga”, estou
reunindo palavras para expressar idéias; a essa reunião ou agrupamento de
termos denominamos locução ou frase. Mas, perceba que ao dizer “o livro
de Pedro” ou “as margens plácidas do Ipiranga” estou exprimindo idéias
sem, contudo, afirmar ou negar alguma coisa a respeito delas.
A oração
Quando uma frase encerra uma declaração, ou seja, afirma ou nega algo
de alguém ou alguma coisa, temos então uma oração. Por ex.: “O livro de
Pedro é grande”; a respeito do “livro de Pedro” declaro ser grande; há
algo a respeito de que eu faço uma declaração, o livro de Pedro e há algo
que eu declaro, que é grande. Outro exemplo: “Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante”. Afirmo, a
respeito das “margens plácidas do Ipiranga” que elas “ouviram o brado
retumbante de um povo heróico”; tenho novamente os dois elementos:
algo a respeito do qual faço uma declaração, As margens plácidas do
Ipiranga, e aquilo que eu declaro a respeito, ou seja, que ouviram de um
povo heróico o brado retumbante.
Como você pode ver pelos exemplos dados, tanto o sujeito como o
predicado podem ser constituídos de uma só palavra, ou de muitas, ou até
mesmo por uma ou várias orações. Isso será objeto de importante
aprofundamento do nosso estudo quando estudarmos os processos
sintáticos denominados expansão, determinação e aposição.
Mas, mesmo que o sujeito seja formado por mais de uma palavra, existe
sempre uma única palavra que é como que o seu núcleo. Por exemplo, se
digo “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho”, o sujeito é “a galinha do
vizinho”; mas o núcleo desse sujeito é “galinha”, a palavra essencial. Uma
certa nomenclatura gramatical dirá que “a galinha do vizinho” é o sujeito
lógico da oração, enquanto “galinha” constitui o sujeito gramatical. Outra
forma de abordar esse assunto é chamar “a galinha do vizinho” de
sintagma do sujeito, e “galinha” de núcleo do sujeito. Mas são apenas duas
maneiras de dizer a mesma coisa.
Como o sujeito é a pessoa ou coisa sobre a qual se faz uma declaração fica
claro que deve ser constituído por um substantivo, ou por qualquer
palavra, frase ou oração que tenha força de substantivo.
Da mesma forma, o predicado, mesmo que possa ser representado por mais
de uma palavra, apresenta sempre uma que é seu núcleo. E o núcleo do
predicado é sempre um verbo, palavra que serve para exprimir uma ação,
um processo ou atribuir um estado. Dessa maneira, no nosso exemplo
anterior, “a galinha do vizinho bota ovo amarelinho”, temos o predicado
“bota ovo amarelinho”, centrado sobre o núcleo “bota”; claro que caberia
a pergunta “bota o quê”, mas isso nos conduz a um tema que será
abordado mas para frente.
1. A MENINA CANTA.
Nessa oração simples, fica bem fácil de identificar o sujeito A MENINA e o
predicado CANTA.