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3.

METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consiste em selecionar e sobrepor e cruzar os planos de


informações oficiais sobre as condições sociais, econômicas e ambientais dos municípios do
estado do Piauí, oriundas dos órgãos oficiais governamentais como IBGE, ANA, CPRM, DNPM entre
outros, para isso será utilizado um software específico para SIG. Este critério de seleção está sendo
feito nas duas províncias hidrogeológicas, tanto em áreas sem atividade antropogênica quanto em
áreas com atividade consolidadas, a partir de técnicas de geoprocessamento, largamente
disseminadas pelos usuários do software ArcGis 9.3.

Entende-se que a água subterrânea é uma solução diluída contendo elementos de compostos
sólidos, líquidos ou gasosos em diferentes proporções, provenientes do ar, dos solos e de rochas
ou também do contato com as atividades humanas. Em geral, a composição da água subterrânea
se dá em função da rocha através da qual ela percola. A avaliação da influência conjunta das
interações entre fases líquidas, sólidas e gasosas durante o movimento da água tem ganhado
elevada importância no que diz respeito ao avanço do conhecimento sobre a sua composição e
análise química, as principais interações incluem processos físico-químicos, complexações e
precipitações.

A biotransformação de compostos orgânicos por ação dos microorganismos também exerce


impactos sobre os elementos biologicamente ativos. A compreensão dos processos físicoquímicos,
biogeoquímicos, climáticos, das condições hidrogeológicas do meio, somados aos efeitos da
poluição antrópica permitem uma melhor interpretação da interação água-rocha e da qualidade
da água para os determinados usos. Diante das áreas selecionadas por meio dos objetivos
específicos, poderão ser escolhidos poços para que a posteriori sejam feitas análises dos
parâmetros físicoquímicos, teores de contaminantestraços, metais de toxicidade importante e
análises microbiológicas presentes na água subterrânea, tendo em vista a avaliação de espaços
que apresentem perigo à saúde pública.

4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Situado entre os pontos extremos: -2º 44' 49" e -10º 55' 05" e -40º 22' 12" e -45º 59' 42", o estado
do Piauí limitase com os estados do Ceará e Pernambuco a leste, com o estado da Bahia ao sul e
sudeste, com o estado de Tocantins a sudoeste, tendo no curso do rio Parnaíba a demarcação da
fronteira com o estado do Maranhão a oeste, e ao norte encontra-se o seu reduzido litoral (60 km
de extensão), ligando o estado com o Oceano Atlântico, o Piauí possui cerca de 252.378 km2 de
território, correspondendo a aproximadamente cerca de 2,9 % do território nacional.

O estado possui 224 municípios, distribuídos por suas quatro mesorregiões (Centro-Norte
Piauiense; Norte Piauiense; Sudeste Piauiense; Sudoeste Piauiense) e quinze microrregiões (Alto
Médio Canindé; Alto Médio Gurguéia; Alto Parnaíba Piauiense; Baixo Parnaíba Piauiense;
Bertolínia; Chapadas do Extremo Sul Piauiense; Campo Maior; Floriano; Litoral Piauiense; Médio
Parnaíba Piauiense; Picos; Pio IX; São Raimundo Nonato; Teresina; Valença do Piauí). A capital do
estado é Teresina e também a cidade mais populosa, com 802.537 hab., seguida por Parnaíba
146.059 hab., Picos 73.021 hab. e Floriano 57.968 hab., de acordo com dados do IBGE para o ano
de 2009.
O Piauí está dividido em duas províncias quanto ao aspecto hidrogeológico. A maior delas é
representada pelos sedimentos que constituem a bacia sedimentar do Parnaíba enquanto que a
segunda, constitui o embasamento cristalino. De acordo com o projeto ARIDAS (1995), a bacia
sedimentar do Parnaíba tem no rio Parnaíba um eixo geral de drenagens superficial e subterrânea.
Sob o domínio geológico desta bacia encontra-se aproximadamente mais de 80% do estado, onde
se destacam as unidades de Serra Grande, Cabeças e PotiPiauí, sendo que, a maior parte dessas
águas supostamente é utilizada para o consumo doméstico e/ou irrigação. Os aqüíferos de maior
importância são o Serra Grande e o Cabeças. O desenvolvimento socioeconômico dos municípios
inseridos na bacia sedimentar do Parnaíba depende diretamente da disponibilidade de água, e, é
de fundamental importância, à consolidação de uma nova região produtiva no Brasil com
potencial para a agricultura intensiva, turismo e indústria, fixando as populações em suas áreas de
origem e inibindo o êxodo para metrópoles.

Segundo o documento “diagnóstico e diretrizes para o setor mineral do estado do Piauí” (2005),
muitos jazimentos minerais tem sido explotados, entre eles: as jazidas de calcáreo dolomítico de
José de Freitas, Barro Duro, Antonio Almeida, Porto Alegre do Piauí e Santa Filomena, jazidas de
argilas especiais, nos municípios de Jaicós, Campo Grande do Piauí, Oeiras e Colônia do Piauí;
jazidas de siltitos e folhelhos (conhecidos comercialmente por quartzito e ardósia), em Juazeiro do
Piauí, Castelo do Piauí, Campo Maior, Piripipi, Pedro II e Piracuruca, jazidas de opalas em Pedro II e
Buriti dos Montes, jazidas de diamantes em Gilbués, jazidas de minerais pesados em Luis Correia,
jazida de caulim, em Luzilândia e Palmeiras, entre outros.

O embasamento cristalino ocupa aproximadamente menos de 20% do estado. Esta região está sob
influencia do clima semi-árido. Havendo nesta região uma ausênciade rios perenes, a pobreza em
obras de aproveitamento de águas superficiais obriga a exploração de águas subterrâneas. No
entanto nesta área os poços são de pouca profundidade (em torno de 60m), baixíssimas vazões
(máxima de 2.000l/h) e de baixa qualidade. Não obstante, muitas vezes constituem a única fonte
de água disponível e assume grande importância como fonte de abastecimento para pequenas
comunidades rurais e para a pecuária.

Nesta província geológica, representada por um complexo de rochas ígneas e metamórficas, os


tipos rochosos são diversos e especialmente formados por rochas cristalinas como granitos,
granitognaisse, migmatitos, xistos, ardósias, calcáreos, etc.. Existem vários depósitos minerais,
alguns já em explotação, caracterizando, portanto, jazidas. Como exemplo, pode-se citar o
mármore de Pio IX, os calcáreos de Fronteiras e Pio IX, de São Julião, as argilas refratárias, de
Jaicós, a gipsita, de Simões e Betânia do Piauí, a vermiculita de Queimada Nova, a jazida de fosfato
de Caracol, as jazidas de talco de Dirceu ArcoVerde, as jazidas de níquel, em Capitão Gervásio
Oliveira, as jazidas de calcáreo cristalino em São Raimundo Nonato, Coronel Jose Dias, São
Lourenço, Dom Inocêncio, Caracol e Curimatá e a jazida de manganês, em São Raimundo Nonato
(MME, 2005).

Recentemente, o SGB/CPRM finalizou o cadastramento de mais de 20.000 poços no estado do


Piauí e o monitoramento da condutividade como indicador de salinidade, bem como de material
em suspensão em um grande número de poços (CPRM, 2004). Este recente inventário representa
a uma grande iniciativa de gerenciamento dos recursos subterrâneos do estado, bem como a
definição de reservas hídricas economicamente explotáveis (CPRM, 2004). Entretanto, o referido
monitoramento somente contempla a medida de parâmetros físicoquímicos básicos (salinidade,
sólidos dissolvidos e ph), deixando lacunas importantes no que se refere ao rastreamento de
contaminantes associados ao uso da terra e de importância toxicológica, como metais tóxicos e
contaminantes orgânicos, bem como a presença de patógenos fecais.

Durante as últimas décadas, a contaminação por elementos traços e contaminantes orgânicos


(hidrocarbonetos de petróleo e agroquímicos, principalmente) tem se tornado tema de destaque
na comunidade científica devido aos severos danos causados ao meio ambiente e à saúde humana

Durante as últimas décadas, a contaminação por elementos traços e contaminantes orgânicos


(hidrocarbonetos de petróleo e agroquímicos, principalmente) tem se tornado tema de destaque
na comunidade científica devido aos severos danos causados ao meio ambiente e à saúde
humanaaplicação de agroquímicos (GÍMENO-GARCIA et al. 1996; MATTSCHULLAT, 2000). As
referidas fontes de contaminação, no estado do Piauí, estão comumente atreladas ao uso
indiscriminado do solo, sendo em geral atividades associadas à agricultura e mineração.

No setor agrícola, o estado do Piauí convive com dois tipos: a pequena agricultura familiar,
tradicional, praticada em todo o estado, e a grande agricultura comercial, mecanizada, voltada
para a produção de oleaginosas, de grãos e de algodão, praticada nos cerrados piauienses. Os
produtos da lavoura temporária (arroz, milho, feijão, mandioca e cana-de-acúcar) constituem uma
prática tradicional disseminada por todo o estado, exceto a cana-de-açúcar na faixa leste, semi-
árida.

Os produtos são cultivados em grandes fazendas, por vezes mecanizadas e na agricultura familiar,
referida anteriormente. Em destaque, a sojicultura, principalmente na região sudoeste, entre os
rios Parnaíba e Gurgéia, e a partir dela, começa a instalar-se grandes unidades agroindustriais,
com a Bunge. Em menos de 10 anos, a produção de soja nos cerrados piauienses aumentou mais
de 100 vezes em área, atingindo mais de 100.000 Ha e 3 vezes em rendimento (Kg/Ha). Nas
lavouras permanentes, destacam-se a castanha de caju, banana, manga, coco-da-bahia e laranja.

Tabela 1 – Porcentagem do Total da Área Plantada dos Municípios do Estado do Piauí. Fonte: IBGE
– Ano Base: 2008
A atividade pecuária está centrada em bovinos, caprinos, ovinos e suínos. A bovinocultura e a
ovinosuinocultura melhorada são as atividades preferenciais de grandes proprietários rurais,
enquanto os pequenos/médios proprietários ocupam-se do criatório de caprinos, ovinos e suínos
comuns, visando o abastecimento familiar de proteína animal. Mais recentemente, tem havido
interesse na apicultura, cajacultura e carcinocultura.

Tabela 2 – Porcentagem da Soma do Total dos Efetivos dos Rebanhos nos Municípios do Estado do
Piauí. Fonte: IBGE – Ano Base: 2008

Tabela 3 – Porcentagem da Soma do Total dos Efetivos dos Rebanhos do Estado do Piauí. Fonte:
IBGE – Ano Base: 2008

5. JUSTIFICATIVA TEÓRICA

Água subterrânea é uma solução diluída de inúmeros elementos e compostos sólidos, líquidos ou
gasosos em proporções diversas, provenientes do ar (durante o processo de condensação e
precipitação), dos solos e de rochas (nos quais circula ou é armazenada) ou do contato com as
atividades humanas.
Em geral, a composição da água subterrânea é em função da rocha através da qual ela percola. A
avaliação da influência conjunta das interações entre fases líquidas, sólidas e gasosas durante o
movimento da água tem ganhado elevada importância no que diz respeito ao avanço do
conhecimento. As principais interações incluem processos de dissolução de gases e de minerais,
reações de troca iônica, redox, ácido-base, complexação e de precipitação.

A biotransformação de compostos orgânicos por ação dos microorganismos também exerce


impactos sobre os elementos biologicamente ativos. a compreensão dos processos físicos,
químico, biogeoquímicos, combinados às condições hidrogeológicas e climáticas do meio,
permitem uma melhor interpretação da interação água-rocha e da qualidade da água para os mais
diversos usos. A compreensão destes processos requer o conhecimento de conceitos da química e
da microbiologia da água, exigindo do hidrogeológo um movimento no sentido de atender à
interdisciplinaridade necessária aos objetivos da hidrogeologia moderna. à parte dos fatores
naturais, os efeitos da poluição, também devem ser considerados.

Nos trópicos, o intemperismo das rochas exibe suas particularidades e novos campos de pesquisa
nesta área então emergentes. a exploração de conhecimentos relacionados aos ambientes
tropicais aos ambientes de clima temperado não é adequada. A velocidade de reações, atividades
biológicas e ausência de estações bem definidas são exemplos de alguns fatores distintos aos dois
ambientes.

Diversos fatores afetam o movimento da água no ciclo hidrológico nos trópicos e resultam em
efeitos distintos daqueles fora dos trópicos. É importante considerar o balanço hídrico da região, a
presença da vegetação, tempo e distribuição de chuvas etc.

Finalmente, embora muitas pesquisas tenham sido desenvolvidas, existe ainda uma grande lacuna
para a compreensão dos problemas relacionados ao comportamento da água e migração dos
constituintes químicos nas condições diversificadas de clima tropical úmido, árido e semi-árido
atuantes no brasil.

O ciclo hidrológico representa o percurso da água desde a atmosfera, passando por várias fases
que englobam: precipitação, infiltração, escoamento subterrâneo, escoamento superficial,
evaporação e evapotranspiração. O ciclo se inicia a partir da condensação do vapor d’água na
atmosfera formando nuvens que caem como chuva. no solo, parte do volume precipitado é
interceptado pelas plantas, enquanto outra se infiltra em subsuperfície, promovendo a re-
hidratação dos solos e a recarga das reservas freáticas. O excesso não infiltrado gera o
escoamento superficial que alimenta os córregos, rios e lagos. as águas de escoamento superficial
e as descargas naturais do escoamento subterrâneo, eventualmente, dirigemse ao oceano de
onde retornam à atmosfera por evaporação. A umidade do solo aproveitada pelas raízes dos
vegetais é devolvida à atmosfera, na forma de vapor d’água, por evapotranspiração.

A água subterrânea que integra o ciclo hidrológico tem sua origem vinculada à água meteórica,
mas outros tipos de água podem estar relacionados ao ciclo geológico ou de formação das rochas.
são elas: a água termal, associada ao ciclo hidrológico ou à atividade de vulcanismo; a água fóssil,
aprisionada durante a formação de rochas sedimentares; e a água juvenil com origem magmática,
vulcânica ou cósmica.
Sobretudo, o desenvolvimento industrial acelerado que teve lugar no mundo no último século,
culminou, como se sabe, com a formação das grandes aglomerações urbanas e portando o ciclo
hidrológico vem sendo afetado através da contaminação das águas. a água contaminada é uma
água que possui organismos patogênicos, substâncias tóxicas e ou radioativas, em teores
prejudiciais à saúde do homem. assim, toda água contaminada é poluída, mas nem toda água
poluída (desde que não afete a saúde do homem) é contaminada.

Quanto à distribuição espacial, a poluição (e a contaminação que pode originar) pode ser: 1 –
pontual, quando a fonte está concentrada numa pequena superfície como, por exemplo, um poço
tubular, ou escavado; 2 – difusa, quando a fonte de contaminação se estende, mesmo com baixa
concentração sobre uma grande superfície, como é o caso de áreas de irrigação ou áreas urbanas,
ou do transporte por via atmosférica; 3 – linear, quando a fonte de contaminação é um rio ou
canal.

Em geral, as contaminações pontuais dão origem a concentrações elevadas, localizadas em plumas


que podem permanecer estratificadas em um aqüífero. As contaminações difusas tendem a criar
uma estratificação regionalizada e os mananciais de superfície e poços produzem uma mistura
contaminada e não contaminada em proporções crescentes com o tempo.

As contaminações de águas subterrâneas podem ter origens diversas, sendo atualmente mais
comuns aquelas relacionadas diretamente com atividades industriais, domésticas e agrícolas. As
indústrias podem produzir contaminação subterrânea através de: águas usadas, contendo
compostos químicos, metais e ou com alta temperatura; elementos radioativos; chorumes
(infiltrações através de aterros sanitários, lixões, etc.); acidentes com produtos químicos. a
atividade doméstica pode contaminar a água subterrânea também através de chorumes de
aterros sanitários e lixões, bem como acidentes com rompimento de fossas sépticas ou redes de
esgotos. Por fim, as atividades agrícolas podem contaminar a água subterrânea através de solutos
dissolvidos por chuva ou irrigação; fertilizantes minerais, naturais, etc.; sais, herbicidas, pesticidas
e etc.

Os principais tipos de contaminantes de água subterrânea podem ser classificados em: inorgânicos
(nitrogênio agrícola, radio nucleotídeos, nitritos e nitratos e metais pesados como o mercúrio,
cádmio, chumbo etc.), ou orgânicos (pesticidas, pesticidas agroquímicos, aditivos de gasolina e
produtos de petróleo conhecidos como betx, benzeno, tolueno, eteno e xileno.), e também
biológicos (como vírus e bactérias).

O papel do Estado na gestão do território, face ao processo de globalização das últimas décadas, e
no que tange a conjuntura política e econômica atual, faz com que uma nova territorialidade
esteja surgindo com o fortalecimento das forças produtivas e das forças sociais cujas estratégias
fomentariam o rompimento com a exclusividade do poder do Estado no território. O fato é que as
estratégias de valoração do território por parte das empresas, de movimentos organizados da
sociedade civil, ou organizações de cunho popular acarretariam a diminuição do poder de controle
do Estado sobre a dinâmica do processo produtivo e da sociedade na nação.

A gestão ambiental constitui um verdadeiro desafio às autoridades políticas nas diversas esferas
administrativas do estado brasileiro. para um país como o Brasil a busca por melhores formas de
governabilidade deve ter como base um bom planejamento. Portanto, é de crucial importância
para o estudo e prática da gestão e do planejamento ambiental a existência de uma ferramenta a
qual facilite e maximize de forma eficiente, eficaz e efetiva esse processo.

Desta forma para o estado do Piauí, se observam duas temáticas de difícil conciliação: 1 – a
vulnerabilidade natural, necessitando de ações de preservação ambiental; 2 – a potencialidade
social, que demanda a utilização dos recursos naturais de forma planejada e racional. para
congraçar estas temáticas se faz necessária à compreensão da vulnerabilidade natural objetivo
deste trabalho, da potencialidade social que nao pode ser deixada de fora por se tratar de um bem
necessario a vida humana, e o mapeamento dos recursos naturais para monitorar os potenciais
impactos ambientais, visando o planejamento para a proteção ambiental e a recuperação de áreas
afetadas pela intervenção humana. Nesse sentido surge a necessidade da utilização de
Geotecnologias ou das Tecnologias da Informação Geográfica.

As práticas espaciais são uma forma de dirigir, levantar e aplicar recursos no sentido de dotar um
espaço ou um território de modo diferenciado de apropriação, uso e significação. Isto estabelece
uma prática que conduza a estruturação ou a organização do território em questão.
Historicamente desde o início da civilização e sua conseqüente mobilidade, a informação, neste
caso a geográfica, tem sido a “chave” que leva a novos caminhos sendo ela perseguida de forma
incessante pelos mais variados grupos sociais. Podemos citar, por exemplo, segundo (BURKE,
2003. p.117) os impérios ultramarinos – português, espanhol, holandês, francês, britânico e aqui,
atualmente, não se pode deixar de citar principalmente os chineses do século XIII (MENZIES,
2008), – que dependiam de informações sobre as rotas para as Índias ou para a África, bem como
de informações descritivas sobre o espaço geográfico desses novos territórios.

Para que uma boa gestão territorial seja realizada de forma efetiva e eficaz, deve-se em primeiro
lugar privilegiar o conhecimento do seu “conteúdo”, em todos os seus sentidos, como por
exemplo, o sóciocultural, econômico, político e físico, e sem deixar de considerar que o ulterior
engloba o ambiental como propõe (LIMA, 1999. p.147). sendo assim as bases cartográficas são
fundamentais para ações em todas as escalas geográficas, pois essa representação cartográfica
possibilita a elaboração de legislações tais como um plano diretor ou um zoneamento ecológico-
econômico, instrumentos estes que são fundamentais para organizar o espaço de forma racional,
promovendo a sua melhor administração.

Criar uma base de dados geográfica consistente, com informações tratadas e obtidas de fontes
confiáveis ou oficiais, não é uma tarefa simples. Técnicas de computação são utilizadas para a
compilação de dados e a produção de mapas. A computação gráfica, ou seja, a visualização por
computador tem algumas definições, que emergiram de duas conferências, a do IEEE Institute of
Electrical and Electronis Engineers e a do SIGGRAPH Special Interest Group on Computer Graphics
(McCORMICK, 1987. apud TEIXEIRA, 2007. p.18).

O conceito de Geoinformação diz respeito principalmente as mais modernas técnicas de localizar


os objetos ou fenômenos no espaço. Isso significa que este atributo passa a conter uma
informação espacial, ou seja, ele tem um endereço, carrega consigo as coordenadas (longitude,
altitude e latitude) do local a que se refere. Em face deste procedimento são promovidos meios
pra a aquisição, processamento, interpretação ou análise de dados ou informações espacialmente
referenciadas. Portanto neste capitulo o termo Geotecnologia refere-se a um grupo de tecnologias
de informação geograficamente referenciada, onde podemos situar o GPS, GIS, fotogrametria,
levantamentos aéreos ou orbitais, topologia, cartografia, geodésia e outros como seus principais
instrumentos.

Com a elaboração do Sistema de Informação Geográfica será possível separar a informação em


diferentes camadas temáticas e armazená-las independentemente, permitindo trabalhar com elas
de modo rápido, simples e com eficiência. Sendo assim o usuário terá a possibilidade de relacionar
os mais diversos tipos de dados existentes no sistema através da posição e topologia dos objetos,
com a finalidade de gerar novas informações maximizando o poder de análise e,
consequentemente, melhorando o processo de tomada de decisão.

“O termo sistemas de informação geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam o
tratamento computacional de dados geográficos. A principal diferença de um SIG para um sistema
de informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os atributos descritivos como as
geometrias e topologias dos diferentes tipos de dados geográficos. Assim, para cada lote num
cadastro urbano, um SIG guarda, além de informação descritiva como proprietário e valor do IPTU,
a informação geométrica com as coordenadas dos limites do lote e as relações de contiguidade”.
(CAMARA, 2005)

Ainda segundo (CAMARA, 2005) o desenvolvimento de um SIG significa oferecer o conjunto mais
amplo possível de estruturas de dados e algoritmos capazes de representar a grande diversidade
de concepções do espaço.

Portanto quando aplicado em estudos de avaliação ambiental, o SIG é uma ferramenta eficiente e
eficaz contribuindo, não somente para um melhor entendimento do uso do solo e da água em
áreas impactadas, quanto em áreas não impactadas, podendo contribuir para análises e também
para auxiliar no planejamento decisório de ação e intervenção ou para incentivar ação ou a
preservação. O uso dessa tecnologia permite, portanto, um estudo contínuo e evolutivo de
determinada situação, integrando diferentes dados e transformando-os em informações
atualizadas e integradas.

6. RELEVÂNCIA DO TRABALHO

Contribuir trazendo para o âmbito das Geociências a discussão sobre qualidade da água
subterrânea e sua relação de causa e efeito direta ou indireta com o meio natural e antrópico ao
seu redor. Ainda nesse sentido este trabalho vem a acrescentar como uma alternativa, um
complemento à discussão existente no meio acadêmico sobre essa abordagem. Na medida em
que o detalhamento, a comparação do comportamento da distribuição espacial das diferentes
camadas de informações estiver concretizada, bem como, sua conseqüente análise espacial
estiver concluída, esse trabalho virá a contribuir fornecendo um subsídio físico-geográfico
consistente a ser utilizado na gestão dos recursos hídricos, essencialmente no tocante a qualidade
e gestão das águas subterrâneas.

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