Centro Universitário Unieuro Ano: 2016/1 Coerência = correspondência entre as ideias do texto de forma lógica. Para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar; uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizer ou por quebrarem uma linha de raciocínio.
Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de
coerência textual. A coerência é um resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo. Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um texto é melhor capturada com o auxílio de conectivos, preposições etc. Exemplos de falta de coerência textual:
1. "No verão passado, quando estivemos na capital do
Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar" 2. “Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.” 3. “Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar” 4. “Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo” 5. “Podemos notar claramente que a falta de recursos para a escola pública é um problema no país. O governo prometeu e cumpriu: trouxe várias melhorias na educação e fez com que os alunos que estavam fora da escola voltassem a frequenta-la. Isso trouxe várias melhoras para o país.” a) Coerência sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos elementos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado dos conectivos.
b) Coerência semântica: para que a coerência semântica esteja
presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as relações de sentido entre as estruturas.
c) Coerência temática: todos os enunciados de um texto precisam ser
coerentes e relevantes para o tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência temática. d) Coerência pragmática: refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática. e) Coerência estilística: diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente nos textos não literários. f) Coerência genérica: refere-se à escolha adequada do gênero textual que deve estar de acordo com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um determinado gênero assumindo a forma de outro. Exercício 1: (UDESC 2008) - Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente. (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05 mar. 2008, p. 86.)
I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim
em grandes estúdios onde há cuidado com a higiene. II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pigmentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer mais. III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatuagem se resumia à velha âncora de marinheiro. IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal.
Resposta: IV, I, II, III.
A incoerência na fala de Calvin sobre a TV pode ser explicada pela seguinte figura de linguagem A) Eufemismo. B) Hipérbole. C) Paradoxo. D) Ironia. E) Personificação. “Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim salvou-lhe a vida”. O texto é coerente? Se não, qual o tipo de incoerência que ocorre? Por quê?