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MIGUEL ANGELO MOREIRA MENDANHA

A PRÁTICA DO ATLETISMO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO


BRASIL: BENEFÍCIOS E ATUAL INFRAESTRUTURA

Uberlândia
2018
MIGUEL ANGELO MOREIRA
MENDANHA

A PRÁTICA DO ATLETISMO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO


BRASIL: SEUS BENEFÍCIOS E ATUAL INFRAESTRUTURA.

Projeto apresentado ao Curso de Educação


Física Faculdade Pitágoras de Uberlândia.

Orientador: Sérgio Teixeira


Doutorado em Educação
Universidade Federal de Uberlândia

Uberlândia
2018
SUMÁRIO

1. Resumo ................................................................................................ 4

2. Introdução ............................................................................................ 5

3.1. CAPITULO 1
(A IMPORTÂNCIA DE DESENVOLVER O CONTEÚDO DO
ATLETISMO NAS ESCOLAS) .................................................................. 7

3.2. CAPITULO 2
(AS POSSIBILIDADES DE IMPLANTAÇÃO DO ATLETISMO NAS
ESCOLAS) ............................................................................................... 8

3.3. CAPITULO 3
(A INFRAESTRUTURA DAS ESCOLAS PÚBLICAS REFERENTE À
PRÁTICA DO ATLETISMO.) ..................................................................... 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 11

REFERÊNCIAS......................................................................................... 12
4

1. Resumo

O atletismo é uma das modalidades que mais trabalha e incentiva os


praticantes de esportes, tanto na parte física como mental. Além do
desenvolvimento físico, sua prática resulta em diversos benefícios, como saúde,
condicionamento e disciplina. O presente trabalho trata sobre o atletismo nas
escolas públicas no Brasil, desenvolvendo estudo demostrando a atual realidade
de sua prática a modalidade e sugerindo melhorias para a implantação e melhor
desenvolvimento do mesmo.

PALAVRAS-CHAVE: Atletismo 1, Escola 2, Ensino 3.

ABSTRACT

Athletics is one of the modalities that most works and encourages


sportspeople, both physically and mentally. In addition to physical development,
its practice results in a number of benefits, such as health, fitness and discipline.
This study deals with athletics in public schools in Brazil, developing a study
demonstrating the current reality of its practice and suggesting improvements for
the implementation and better development of the same.

2. Introdução

O tema atletismo teve grande visibilidade nos tempos antigos na Grécia e


em Roma. Segundo a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISTMO
(CBAT, 2003), no ano de 776 a.C., na cidade de Olímpia na Grécia, ocorreu a
primeira competição através de uma corrida dando início as olimpíadas. O
atletismo é considerado o primeiro esporte, e também é considerado como
esporte de base, devido aos movimentos naturais do ser humano.
SIGOLI e DE ROSE JUNIOR (2004), relatam que com a invasão dos
romanos, os jogos passaram a ser apresentados em arenas de circos e teatros
5

disponibilizados pelo governo romano para acalmar a sociedade. No ano de 393


d.C., o imperador Teodósio II proibiu a realização de todos os tipos de eventos
e organizações esportivas por durante oito séculos.
DARIDO e SOUZA JÚNIOR (2008) citam que o atletismo ressurgiu na
Inglaterra do século XIX. Nessa época, as corridas se tornaram populares e
competições eram organizadas de maneira irregular. Em 1834, surgiram as
primeiras regras oficiais do esporte, mas apenas para algumas provas. O
primeiro torneio oficial, entretanto, seria organizado somente em 1864 quando
as universidades de Oxford e Cambridge se enfrentariam anualmente.
Para MOLLER (2008), na data de 06 de abril de 1896 teve início os
primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizado na Grécia por
determinação de Demetrios Bikelas (Grécia) membro da fundação do Comitê
Olímpico Internacional (COI) junto a Pierre Baron de Coubertain e E. Callot
(França), Alexandre Boutowski (Rússia), Viktor Balck (Suécia), W. Sloane (EUA),
Jiri Guth-Jarkowsky (Boêmia), F. Kemény (Hungria), C. Herbert e Lord Ampthill
(Grã-Bretanha), J. B. Zubiaur (Argentina) e L. A. Cuff (Holanda), membros
provisórios Conde Lucchesi Palliu (Itália) e Conde Max de Bousies (Bélgica). Em
de 10 de abril de 1896, cerca de 25 candidatos se inscreveram para uma prova
de resistência, a corrida da maratona, com início às 14:00hs, sendo que os
candidatos não tinham preparação para uma corrida tão longa, enfim o vencedor
foi o grego Spyridon Louis.
Redescoberto no final do século XIX, principalmente com a reorganização
dos jogos olímpicos, a cada ano a visibilidade do atletismo vem ganhando
destaque entre atletas e iniciantes em práticas esportivas. Entretanto, observa-
se que essa procura geralmente é tardia, sendo frequentemente identificadas
pessoas adotando a prática do atletismo após recomendação médica ou mesmo
alguma complicação de saúde, situação em que acabam escolhendo alguma
modalidade. Apesar da recomendação, o ideal para essas pessoas não seria a
prática como forma de recuperação ou tratamento, mas sim aproveitar os
benefícios que o atletismo pode proporcionar aos seus praticantes através de
sua implantação desde cedo, até mesmo em fases iniciais da vida social como
as escolas na infância e na juventude. PIERI (2013), diz que não se deve deixar
6

excluir o atletismo, que é de suma importância para os anos iniciais do ensino


fundamental, onde pode explorar cada vez mais os movimentos do educando
descobrindo suas capacidades físicas. De acordo com WEINBERG e GOULD
(2001), através do esporte são proporcionadas diversas experiências, são
transmitidos e incorporados importantes valores que auxiliam na formação e
construção do caráter dos cidadãos. Pode-se afirmar que é com o esporte que
há uma grande melhora na qualidade de vida de todos os que praticam, até
mesmo na educação e no comportamento das crianças, onde o interessante
para elas é a oportunidade de fazerem novos amigos e de estarem com eles.
Para TUBINO (2006), o esporte por sua prática deve ser um direito para todos,
pois através dos jogos há uma ligação cultural, ajudando a formar e aproximar
as pessoas, estimulando os valores essenciais, tais como: moral, ética,
solidariedade, etc., tornando-os cidadãos mais dinâmicos para a sociedade.
Segundo GRECO (2009), o esporte desenvolve o conhecimento do ser humano
em relação a si próprio e aos outros. Através de sua prática desenvolvem-se
capacidades, habilidades e competências. A realização da prática esportiva
solicita do praticante comportamento, atitudes, valores, ética, moral, aspectos de
personalidade que contribuem para formar o conceito de cidadania. De acordo
com FARIA JUNIOR (2006), o esporte é tradicionalmente uma atividade
considerada positiva no que diz respeito à educação e formação de crianças e
jovens.
A pequena parcela de praticantes de atletismo pode ser explicada pela
falta da disseminação de informações sobre o tema e seus benefícios, sendo a
aplicação do atletismo no âmbito escolar a maneira mais efetiva de sua
divulgação e implantação. Segundo COSTA (2008), a Educação Física Escolar
deve enfatizar a aquisição de habilidades de movimento e crescente
competência física baseada no nível desenvolvimentista único no indivíduo.
Assim, desde pequenos os alunos teriam contato com a modalidade,
aprendendo na teoria e adquirindo na prática os resultados das atividades de
atletismo.
Entretanto, para MEURER (2008), o atletismo algumas vezes é
negligenciado pelos professores da rede pública de ensino, onde discutem sobre
7

os espaços físicos e a falta de materiais. Esta modalidade acaba ficando com


baixo interesse dos escolares, tornando-se difícil na prática a execução de
algumas atividades.
Percebe-se que o atletismo é uma modalidade esportiva capaz de
promover a inclusão dos alunos, em face de apresentar características que
desenvolvem as habilidades naturais do homem. Além de ser um esporte de
movimentos naturais, também é considerado um esporte-base, que trabalha
vários movimentos de nosso corpo, como andar, correr, saltar e arremessar.
RAMIREZ (2007) cita que o atletismo é a base para o desenvolvimento de todos
os esportes, devido aos exercícios de correr, saltar, arremessar e lançar também
melhorando a coordenação motora. Para GOMES (2007), é possível perceber
em outros esportes os movimentos que vem da prática do atletismo, com a
intenção de obter uma melhora na habilidade motora desenvolvendo seus
potenciais para uma formação cidadã.
O atletismo tendo como premissa envolver atividades realizadas no
cotidiano que necessitem de alguma habilidade, faz-se necessário demonstrar
sua aplicabilidade em âmbito escolar, a fim de desvelá-lo como ferramenta que
possa melhorar não só o cognitivo, o físico, mas o aluno como um todo. Segundo
COSTA (citado por MEURER, 2008), o atletismo a ser utilizado na escola deve
ser considerado como "pré-atletismo", onde em uma primeira fase, faz-se
através dos gestos motores básicos correr, saltar, lançar e arremessar. Já em
uma segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando para as tarefas que
exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando
progressivamente a criança do atletismo. Correr, saltar, lançar e arremessar são
habilidades físicas de base, estão presentes em quase todas as modalidades
esportivas. Como ações motoras naturais, significam uma função da natureza
humana. Por isso, em si, os movimentos atléticos não são desinteressantes, pois
o que pode torná-los assim são a sua interpretação e sistematização didática
vinculadas somente ao atletismo institucionalizado.
Desse modo, o atletismo na escola deve ser caracterizado inicialmente
como um pré-atletismo, qual seja, por meio de atividades mais simples que vão
se intensificando à medida que os alunos consigam obter avanços em suas
8

práticas e adquiram habilidades mais complexas, sendo esse pré-atletismo uma


etapa que não exige dependências físicas demasiado elaboradas, podendo ser
adaptados meios simples, como um pátio ou quadra de colégio, direcionando
para a prática em vários ramos da modalidade, bastando mudar o ponto de vista
e adaptações mínimas. Assim, reforçando com mais ênfase os benefícios da
prática do atletismo, criamos o questionamento sobre as escolas brasileiras
estarem aptas à implantação da modalidade, não só no âmbito teórico, mas
também na prática das atividades.
Este estudo discorre sobre os benefícios que a prática do atletismo pode
vir a proporcionar, discutindo sobre as condições de sua fruição em escolas
públicas, em decorrência da infraestrutura apresentada por elas para as
vivências, buscando mostrar a importância do atletismo no contexto escolar para
crianças do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, verificando a sua contribuição
para o desenvolvimento social, físico, psicomotor dos alunos e sua relação com
o processo de ensino aprendizagem em sala de aula. Ademais, busca-se apontar
possibilidades para o desenvolvimento do atletismo no contexto escolar, mesmo
frente a situações desfavoráveis, no que se refere aos aspectos físicos da
escola.
Será realizada uma revisão bibliográfica, no âmbito qualitativo, saindo da
premissa que o atletismo é uma área que pode trazer muitos benefícios com sua
inserção no âmbito escolar. Através de pesquisas buscamos identificar o que
supostamente seria o maior agravante que barra a implantação do mesmo nas
escolas.
Para um melhor desenvolvimento do assunto serão confrontados
resultados de análises de artigos científicos, com teorias do atletismo para
potencializar a ênfase que deve ser dava na adaptação, implantação,
desenvolvimento e manutenção do atletismo nas escolas públicas.
9

CAPITULO 1

A IMPORTÂNCIA DE DESENVOLVER O CONTEÚDO DO ATLETISMO NAS


ESCOLAS.

É fato que o atletismo é uma das modalidades esportivas mais completas.


Além de desenvolver os movimentos motores, constitui base para o
aprimoramento de outras modalidades esportivas, traz também benefícios
psicológicos importantes, contribui para desenvolver a competência de aprender
a ser, a conviver e a fazer, ampliando valores sociais importantes para a
formação integral das crianças e adultos. RAMIREZ (2007) cita que o atletismo
é a base para o desenvolvimento de todos os esportes, devido aos exercícios de
correr, saltar, arremessar e lançar também melhorando a coordenação motora.
Para GOMES (2007), é possível perceber em outros esportes os movimentos
que vem da prática do atletismo, com a intenção de obter uma melhora na
habilidade motora desenvolvendo seus potenciais para uma formação cidadã.
De acordo com WEINBERG e GOULD (2001), através do esporte são
proporcionadas diversas experiências, são transmitidos e incorporados
importantes valores que auxiliam na formação e construção do caráter dos
cidadãos. Pode-se afirmar que é com o esporte que há uma grande melhora na
qualidade de vida de todos os que praticam, até mesmo na educação e no
comportamento das crianças, onde o interessante para elas é a oportunidade de
fazerem novos amigos e de estarem com eles. Para TUBINO (2006), o esporte
por sua prática deve ser um direito para todos, pois através dos jogos há uma
ligação cultural, ajudando a formar e aproximar as pessoas, estimulando os
valores essenciais, tais como: moral, ética, solidariedade, etc., tornando-os
cidadãos mais dinâmicos para a sociedade.
A prática do atletismo pode sim ser desenvolvida em pequenas áreas
adaptadas, mas com todos os benefícios que vêm com a prática do mesmo. Esse
10

aspecto deve ser considerado inicialmente sob duas perspectivas: a primeira


referindo-se as possibilidades que teria o atletismo se possuísse maior espaço
na cultura esportiva, o que despertaria um interesse crescente pela modalidade.
A segunda refere-se a primeira e se relaciona com o fato do atletismo ser pouco
reconhecido em termos de espaços, incentivos e apoios, oportunidades e
trabalhos desenvolvidos, tanto no meio escolar como em clubes e comunidades
em geral No entanto, isso não diminui a necessidade de investimentos
financeiros do poder público em uma infraestrutura adequada nas escolas,
disponibilizar aos professores já existentes uma capacitação adequada, se for o
caso, contratação de professores capacitados, e a disponibilização de materiais
pertinentes e indispensáveis para a apresentação das aulas sejam teóricas como
as práticas.
.
Em território brasileiro temos como esportes principais, praticados e
escolhidos pela massa populacional para dar início a uma prática esportiva ou
mesmo por lazer, outros esportes diferentes do atletismo. Entretanto, quando
bem analisados, esses esportes possuem parcelas das atividades ofertadas pelo
atletismo, mas sem o conhecimento e equipamentos necessários para o bom
desenvolvimento do mesmo.
Se tratando de crianças que estejam cursando o ensino fundamental, em
especifico 8º e 9º anos, é de extrema importância a inclusão de um esporte nas
rotinas das crianças por estarem em desenvolvimento corporal constante.
Passando por uma drástica alteração hormonal, a prática de esportes vem a ser
uma ótima “válvula” de controle para que esse desenvolvimento seja sadio.
Segundo COSTA (2008), a Educação Física Escolar deve enfatizar a aquisição
de habilidades de movimento e crescente competência física baseada no nível
desenvolvimentista único no indivíduo, reforçando ainda mais a necessidade da
implantação do atletismo nas escolas. O conteúdo teórico irá capacitar as
crianças a conseguirem melhores resultados por abranger um leque de
conhecimento amplo e distinto sobre as funcionalidades do corpo, e com a
prática nas aulas periódicas, não só colocariam a teoria em funcionamento, mas
também comprovariam realmente todos os benefícios que o mesmo trás. E
11

ainda, tendo uma visão mais ampla e futura do tema, temos o benefício
econômico, com menores gastos tanto de tempo como financeiros com saúde,
seja física ou mental, conseguindo também como benefício, aumentar sua
qualidade de vida.

CAPITULO 2

AS POSSIBILIDADES DE IMPLANTAÇÃO DO ATLETISMO NAS ESCOLAS.


No Brasil não se tem o costume de apresentar uma grande carga de
conhecimento específico nas aulas de Educação Física. Ela é vista basicamente
como uma aula atípica, um entretenimento para os alunos, que acabam
praticando algumas poucas modalidades esportivas que acreditam ter mais
afinidade. Segundo SEDORKO (2012), a dificuldade básica do atletismo é, antes
de tudo, mais de natureza cultural e educacional do que sócio-econômica, pois,
observa-se que os brasileiros não percebem neste esporte um valor cultural.
Essa constatação considera que as barreiras são existentes para o atletismo,
sendo necessário reorganizar as propostas didáticas para lecionar o atletismo,
levando em consideração os aspectos culturais passíveis de mudanças.
Como forma de identificar a relevância que o atletismo tem para os alunos
de escolas públicas, a modalidade pode ser observada na tabela abaixo onde
ocupa a 8ª posição em relação à quantidade de praticantes.

Olímpicos*
Futebol 7 milhões Esgrima 5.000
Tênis 689.905 Bicicross - BMX 5.000
Futebol feminino 400.000 Ginástica artística 3.000
Handebol 201.648 Triathlon 3.000
Judô 200.000 Ginástica geral 1.020
Taekwondo 162.184 Ginástica aeróbica 500
Canoagem 100.000 Ginástica acrobática 500
Atletismo 100.000 Mountain bike 400
Beisebol 20.000 Pentatlo moderno 300
Natação masters 12.000 Hóquei 200
Não olímpicos
Xadrez 165.000 Punhobol/ Faustbol 5.000
Squash 60.000 Culturismo e musculação 2.700
Pesca 60.000 Rúgbi 2.000
Golfe 25.000 Disco-frisbee 200
12

Montanhismo 10.000
Tabela 1 – Esportes mais praticados no Brasil (ATLAS DO ESPORTE NO PAÍS)

Temos em primeiro colocado o futebol que acaba sendo a “grande paixão”


do brasileiro, sendo hoje no país o esporte com maior visibilidade e prática. Nas
escolas acaba não sendo diferente, na prática da atividade física os alunos
acabam se voltando para do futebol e deixando a prática de outras modalidades
em segundo plano, caso sejam ofertadas. Para MEURER (2008), na cultura da
sociedade atual, os esportes contemplam um alto grau de importância como
prática social. Ao fazer esta consideração tem-se presente que hierarquicamente
entre as modalidades esportivas, a que possui maior relevância como prática
esportiva e social é o futebol e que nesta classificação cultural esportiva e social
dos esportes, o atletismo figura entre as últimas posições.
Se tratando do atletismo, além dos benefícios que já foram citados a partir
de sua prática regular, tanto para saúde física quanto para a mental, há o aspecto
econômico, onde seria a modalidade com menos necessidade de incentivos
financeiros, pois grande parte das modalidades do atletismo podem ser feitas em
locais abertos com pequena quantidade de itens específicos e uma grande
facilidade de adaptação de recursos para a boa prática do mesmo. Segundo
ANDRADE (2014), ao explorar o atletismo o professor pode criar novas
possibilidades, com variações de jogos e brincadeiras, atividades em grupo,
estimulando os escolares, criando aulas atraentes, prazerosas e principalmente,
ao alcance de todos. Apesar de, muitas vezes serem tão intensas quanto um
treino propriamente dito. Com movimentos naturais do atletismo, conseguiremos
atrair mais educandos para as aulas práticas, e consequentemente desenvolver
a consciência intelectual corporal nos alunos. É essencial que os professores
procurem desenvolver seus fundamentos dentro do seu planejamento com fácil,
e também, elaborar materiais alternativos, podendo contribuir com o
conhecimento dentro e fora do ambiente escolar.
É interessante chamar a atenção para outro aspecto futuro. Dessa forma,
podendo enraizar cada vez mais cedo o atletismo entre os jovens do Brasil, é
possível levar a uma evolução e aperfeiçoamento da modalidade nos diversos
pontos do país, resultando em maiores e melhores preparações de atletas e
13

equipes participantes em grandes competições como as olimpíadas e


campeonatos mundiais, e assim trazendo mais incentivos, recursos e atenção
para o atletismo brasileiro.

CAPITULO 3

A INFRAESTRUTURA DAS ESCOLAS PÚBLICAS REFERENTE À PRÁTICA


DO ATLETISMO.

A educação no Brasil sempre foi um assunto muito delicado de ser tratado.


Já se tornou senso comum alegar que a educação brasileira é péssima, que os
recursos oferecidos e destinados à educação são pouco e mal utilizados. Agora
se tratando da disciplina Educação Física, mais especificamente a modalidade
do atletismo, as escolas se mostram pouco preparadas tanto material quanto
teoricamente, mas com um grande potencial a ser explorado. Segundo ARRUDA e
GEMENTE (2011), na escola o professor tem muita dificuldade em desenvolver este conteúdo por não ter
vivenciado as modalidades que corresponde ao atletismo e por falta de atualização, e assim a disciplina fica
sendo vista na escola como a de menor interesse para os escolares e para o currículo. Segundo
APARECIDO (2010), o atletismo é um esporte que na maioria das vezes é negligenciado na Educação
Física Escolar. Os motivos que levam a esta afirmação são vários. A falta de infra-estrutura das escolas é
um dos principais motivos pelo desinteresse em trabalhar o atletismo nas aulas de Educação Física Escolar.
Para MEURER (2008), o atletismo algumas vezes é negligenciado pelos professores da rede pública de
ensino, onde discutem sobre os espaços físicos e a falta de materiais. Esta modalidade acaba ficando com
baixo interesse dos escolares, tornando-se difícil na prática a execução de algumas atividades.
Para que o atletismo pudesse ser bem aproveitado, as escolas
necessitariam de uma base estrutural, não necessariamente de grandes pistas
de corridas ou aparatos necessários para a prática de todas as modalidades,
mas pelo menos as modalidades mais simples de serem desenvolvidas.
Segundo BARBOSA (2013), pode-se trabalhar o atletismo fazendo dele uma grande ferramenta
pedagógica para a compreensão de outras modalidades esportivas e para a sua efetivação. Não precisamos
nos restringir a uma pista de atletismo e materiais oficiais. Pode-se alcançar o mesmo objetivo por meio da
ludicidade, sendo realizado na quadra, em gramados, em espaços com areia e até dentro da sala de aula,
através de jogos de adivinhações, (tais como perguntas e respostas), desenhos, mímicas, entre outros.
Segundo a Agência Brasil, agência de notícias brasileiras, foram
realizados estudos e análises do censo 2015, onde identificaram que apenas
14

4,8% das escolas que atendem alunos do 1º ao 9º ano possuem uma


infraestrutura adequada prevista no Plano Nacional de Educação, onde as
exigências seriam energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento
sanitário e manejo dos resíduos sólidos, espaços para a prática esportiva e para
acesso a bens culturais e artísticos, equipamentos e laboratórios de ciências, e
acessibilidade para pessoas especiais.
É possível identificar que mais de 90% das escolas brasileiras não
possuem nem mesmo a infraestrutura básica, que seria saneamento básico, luz
e uma cantina adequada, muito menos aquelas adaptadas para o
desenvolvimento de uma atividade física mais elaborada. Como se aprofundar
em uma modalidade do atletismo? Partindo do ponto onde o que seria
necessário para trabalhar, como os itens disponíveis para execução das aulas,
o atletismo se mostra o mais fácil de se adaptar.
Para a prática do atletismo, no que diz respeito a infraestrutura, o mínimo
necessário seria uma área aberta com tamanho razoável, onde poderiam ser
adaptadas diversas atividades orientadas para o desenvolvimento da atividade
física. Como o atletismo não necessariamente exige muito material por ter uma
grande variedade de modalidades, é possível sim ser implantado na grande
maioria das escolas.
O ideal e desejável, que acabaria capacitando não só as escolas a
oferecerem o conteúdo com mais ênfase e de uma forma mais completa e
elaborada, seria o aumento consistente dos investimentos, transformando as
escolas em locais de preparação dos alunos, adquirindo o conhecimento e a
prática necessários e duradouros, com uma estrutura corporal e mental
adequada para chegarem mais preparados diante da realidade, em relação ao
observado atualmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi feito com a premissa de expor os prós da implantação do


atletismo como recurso favorável para o bom desenvolvimento físico e mental
dos alunos no âmbito escolar, considerando a atual infraestrutura das escolas
15

públicas no país, onde mostram-se em sua maioria, incapazes de oferecer


mesmo o necessário.
Reforçando que dentre as opções de atividade física hoje existentes, o
atletismo seria aquele com maior facilidade de implantação e execução,
considerando a infraestrutura mínima necessária e o retorno físico e mental para
seus praticantes. Ao explorar o atletismo o professor pode criar novas
possibilidades, com variações de jogos e brincadeiras, atividades em grupo,
estimulando os escolares, criando aulas atraentes, prazerosas e principalmente,
ao alcance de todos. Apesar de, muitas vezes serem tão intensas quanto um
treino propriamente dito. Com movimentos naturais do atletismo, conseguiremos
atrair mais educandos para as aulas práticas, e consequentemente desenvolver
a consciência intelectual corporal nos alunos.
Lembrando WEINBERG e GOULD (2001), através do esporte são
proporcionadas diversas experiências, são transmitidos e incorporados
importantes valores que auxiliam na formação e construção do caráter dos
cidadãos. Pode-se afirmar que é com o esporte que há uma grande melhora na
qualidade de vida de todos os que praticam, até mesmo na educação e no
comportamento das crianças, onde o interessante para elas é a oportunidade de
fazerem novos amigos e de estarem com eles.
16

REFERÊNCIAS

1. ANDRADE, A. ATLETISMO NA ESCOLA: É POSSÍVEL?


http://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-2-
edicao-4/2053-atletismo-na-escola-e-possivel/file, acesso em 21 de março
2018.

BARBOSA, Douglas A.; MIRIO JUNIOR, Aroldo O.; SABBO, José R.. Esporte escolar: o jogo de
educar. Buenos Aires: Revista Digital, 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd144/esporte-
escolar-o-jogo-de-educar.htm. Acesso em 22 de março 2018

2. BRASIL, Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT). O atletismo – Origens e Pista de atletismo,


2003. Disponível em: http://www.cbat.org.br/, acesso em 20 de março 2018.

SILVA, R. ATLETISMO ESCOLAR: CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES


SOBRE A NATUREZA DO ATLETISMO E POSSIBILIDADES DE ENSINO.
https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2011.2/ROSIANE_SILVA.pdf

3.Castro, M; Alves, R. O ENSINO DO ATLETISMO COMO CONTEÚDO


PEDAGÓGICO
http://www.unemat.br/eventos/sefipa/docs/O_ENSINO_DO_ATLETISMO_COM
O_CONTEUDO_PEDAGOGICO_Mayksi.pdf

COSTA, Anderson Dalla. Educação física escolar: uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo, 2008.
17

GOMES, Cecília L. J.. O atletismo como conteúdo pedagógico e formativo. Sala de imprensa –
Sercomtel. Ago. 2005. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/923-
2.pdf . Acesso em 22 de março 2018.

GRECO, Pablo J.. Organização e desenvolvimento pedagógico do esporte: no Programa Segundo Tempo.
Belo Horizonte: UFMG, 2009.

FARIA JÚNIOR, Alfredo G. Prefácio. In: TANI, Go; BENTO, Jorge O.; PETERSEN, Ricardo D. S.:
Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

4.JÚNIOR, F; ROCHA, C; FERRAZ, I; PINTO, S; PORFIRO, G; MENEZES, A


IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DO ATLETISMO NO ÂMBITO ESCOLAR
PARA CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
http://revista.uemg.br/index.php/anaisbarbacena/article/viewFile/1543/900

MEURER, Simone T.. Atletismo na escola: uma possibilidade de ensino. Buenos Aires: Revista Digital,
2008. Disponível em: . Acesso em: 21 março 2018.

5.RONDINELLI, Paula. "ATLETISMO: UM ESPORTE COM MUITAS


MODALIDADES."; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/atletismo.htm>.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1937-8.pdf, acesso
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7. SARA, M; MELISSA S; VAGNER P; GUY G; IVAN S; FERNANDO F.”


ATLETISMO SE APRENDE NA ESCOLA IV”
file:///C:/Users/Rosa%20Helena/Downloads/athletism.pdf

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http://www.atlasesportebrasil.org.br/home.php,
http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/173.pdf

DARIDO, Suraya C.; SOUZA JÚNIOR, Osmar M.. Para ensinar educação física: possibilidades de
intervenção na escola. 2. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2008.
18

RAMIREZ, Fernanda. O esporte nas aulas de Educação Física. In: SCARPATO, Marta. Educação Física:
como planejar as aulas na educação básica. 1. ed. São Paulo: Avercamp, 2007. p. 59 – 75.

SIGOLI, Mário A.; DE ROSE JUNIOR, Dante. A história do uso político do esporte. Revista Brasileira
de Ciências e Movimento, vol. 12, n° 2, 2004. Disponível em: . Acesso em 21 março 2018.

TUBINO, Manoel J. G.. O que é esporte. São Paulo: Brasiliense, 2006.

WEINBERG, Robert S.; GOULD, Daniel. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed. 2001.

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