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Von Zuben
DCA/FEEC/Unicamp
1 Introdução
• uma motivação: quando se quer controlar um processo, a obtenção de seu modelo
dinâmico representa o primeiro passo.
• sendo assim, iremos abordar aqui sistemas físicos com parâmetros concentrados.
• a posição do corpo (ponto no espaço) pode ser dada nas seguintes formas:
x ∈ℜ ou x = [x1 x2 ]T ∈ ℜ2 ou x = [x1 x2 x3 ]T ∈ ℜ3
d
• Lei de Newton para um dado corpo rígido: F = (mx& ) = m&x&
dt
onde
F é o vetor resultante do somatório de todas as forças aplicadas ao corpo
(medido em Newtons: N);
&x& é o vetor de acelereção do corpo em relação a um referencial inercial
(medida em m/s2);
m é a massa do corpo (medida em kg).
• do ponto de vista físico, deve ficar claro que a lei de Newton não caracteriza um
determinado movimento de um corpo, mas impõe uma condição sobre os
possíveis movimentos (lei de movimentação do corpo), a qual será uma equação
diferencial de 2a ordem.
• um dos fenômenos físicos de grande interesse e que levam a uma função F (t , x, x& )
relativamente simples é a vibração mecânica em torno de uma posição de
equilíbrio.
• um exemplo deste fenômeno é o oscilador harmônico, o qual é um dos modelos
mais utilizados em física. Por exemplo, este modelo influenciou enormemente no
desenvolvimento inicial da Física Atômica.
• neste caso, são três os tipos de força que atuam sobre um corpo rígido:
1. força elástica (Fe): é aquela que tende a restaurar a posição de equilíbrio em
x = 0. A magnitude desta força é diretamente proporcional ao deslocamento
∆x, mas em sentido contrário:
Fe ( ∆x ) = − k ⋅ ∆x
Fe ( ∆x ) = 0, se ∆x = 0
∆x ⋅ F ( ∆x ) < 0, se ∆x ≠ 0
e
2. força de atrito dinâmico (Fa): pode ser provocada por atrito de contato (Lei de
Coulomb – Fac) ou por resistência ao movimento quando o corpo está imerso
em um meio viscoso (Far). Esta última é geralmente suposta ser diretamente
proporcional à velocidade, mas em sentido contrário:
• Observação: a força de atrito estático, que corresponde à força que atua entre
superfícies em repouso relativo, normalmente não são consideradas no estudo de
osciladores harmônicos.
m &x&
b x& u
m
kx
b k u
• após manipulação algébrica: &x& + x& + x =
m m m
• versão simplificada:
u
m
x
• hipóteses:
1. a inércia rotacional das rodas é desprezível;
2. há uma força de atrito dinâmica provocada por resistência ao movimento
(deslocamento de ar), com fator de proporcionalidade b;
3. não há força de atrito de contato (justificativa: rodas + atrito estático);
4. a posição x do veículo será medida em relação à referência apresentada, com
valores positivos para a direita.
m &x&
u
m
b x&
b u
• se o alvo de estudo é a posição x do veículo, então resulta: &x& + x& =
m m
b u
• se o alvo de estudo é a velocidade v do veículo, então resulta: v& + v=
m m
m u
k
• hipóteses:
1. a força exercida pela mola é elástica (fator de proporcionalidade: k);
2. a força exercida pelo amortecedor é de atrito dinâmico por resistência ao
movimento (fator de proporcionalidade: b);
3. há força de atrito de contato;
4. a posição x do corpo será medida em relação à referência apresentada, com
valores positivos para a direita.
0, se v = 0
• diagrama de corpo livre, com c( v ) = 1, se v > 0 :
− 1, se v < 0
m &x&
b x&
m u
kx
c(v) F0
b k u c( v )
• após manipulação algébrica: &x& + x& + x = − F0
m m m m
b ks kw kw
x
&& + ( x
& − y
& ) + ( x − y ) + x = r
m1 m1 m1 m1
• após manipulação algébrica:
&y& + b ( y& − x& ) + k s ( y − x ) = 0
m2 m2
• é muito comum a ocorrência de erros de sinal no equacionamento acima. Repare
que, no equacionamento correto, os coeficientes são sempre positivos na variável
que “coordena” a respectiva equação (tem a ver com a estabilidade do sistema).
força torque
• momento de inércia: J = ∫ r 2 dm
kt .
b θ
t
kt θ
..
Jθ
J J
bt
θ θ T
b k T
• após manipulação algébrica: &θ& + t θ& + t θ =
J J J
• hipóteses:
mgsen(θ)
mgcos(θ)
mg
• diagramas de corpo livre:
Th u
..
mx
mgcos(θ) mgsen(θ)
g u
• após manipulação algébrica: &θ& + sen ( θ) =
l ml
• J = ml 2
T1 = ul
T2 = mglsen ( θ)
5 Circuito elétrico
• alguns elementos passivos de um circuito elétrico são apresentados a seguir.
J m&θ&m + bθ& m = K t ia
dia
La + Ra ia = va − K e θ& m
dt
7 Fluxo de calor
• o fluxo de calor é diretamente proporcional à diferença de temperatura:
1
q= (T1 − T2 )
R
onde
q: fluxo de calor (joules por segundo: J / s)
T: temperatura (graus Celsius: oC)
R: resistência térmica (oC / J.s)
• o fluxo de calor em um meio afeta a temperatura de acordo com a seguinte
relação:
1
T& = q
C
onde
C: capacidade térmica (joules por graus Celsius: J / oC)
1 1 1
T&I = + (To − TI )
C I R1 R2
onde
CI: capacidade térmica do ar dentro do ambiente fechado
TI: temperatura dentro do ambiente fechado
• equilíbrio de forças:
dado um tanque de área A contendo uma massa m de fluido, a altura h (nível
de fluido) será dada na forma:
m
h=
Aρ
1
h& = (win − wout )
Aρ
1
wout = ( p1 − pa )1 2
R
1 1
h& = win − ρgh − pa
Aρ R
• linearização de wout em torno do ponto de operação h0 (isto implica que
h = h0 + ∆h e p1 = ρgh = ρgh0 + ρg∆h = p0 + ∆p ):
1 1 ∆p
wout ≅ p − p +
R p0 − pa
0 a
2
1 p0 − pa 1 ∆p
∆h& ≅ win − 1 +
Aρ R 2 p0 − pa
• como ∆p = ρg∆h , então resulta:
g w p0 − pa
∆h& ≅ − ∆h + in −
2 AR p0 − pa Aρ ARρ
• sendo assim, dado um dos sistemas dinâmicos apresentados, existem valores que
podem ser adequadamente definidos para os parâmetros do outro sistema de modo
que, para uma mesma condição inicial, o comportamento ao longo do tempo seja
idêntico para ambos os sistemas.
• além disso, o circuito elétrico apresenta as seguintes propriedades quando
comparado ao sistema hidráulico (e a muitos outros sistemas):
é muito mais simples e econômico de ser implementado;
seus parâmetros podem ser ajustados com grande precisão e sem muito
esforço ou custo;
as variáveis que retratam a evolução de seu estado no tempo podem ser
facilmente medidas.
• logo, é possível estudar o comportamento dinâmico do sistema hidráulico, e de
muitos outros sistemas, por analogia → computação analógica
• hoje, a computação analógica é implementada em computadores digitais.