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Mendel então criou uma segunda geração (F2), cruzando as ervilhas geradas
em F1. Apesar de todas as ervilhas mães, de F1, serem amarelas, o resultado
foi que, na geração F2, a cada quatro ervilhas-filhas, três eram amarelas e uma,
verde.
Mendel concluiu que cada ervilha tinha a cor definida pela combinação de dois
“fatores hereditários”, cada um recebido de um dos pais. E que esses fatores
tinham pesos diferentes na definição da cor. O fator que mais se manifestou
na geração F1, com a cor amarela, ele chamou de fator dominante (V). O
fator que não se manifestou em F1, com a cor verde, ele chamou de fator
recessivo (v).
O resultado de cada cruzamento gerava uma combinação de fatores
dominantes (V) com recessivos (v). Recebendo ao menos um dominante, a
ervilha era amarela. Mas, com dois fatores recessivos (vv), a ervilha era verde.
Esse é um típico cruzamento mendeliano, no qual a proporção esperada de
resultados para a geração F2 é de 3:1 – três dominantes para um recessivo.
Mais simples ainda: um indivíduo recebe dois “fatores” dos pais. Mas
transmite aos seus descendentes apenas um.
Depois ele cruzou plantas de ervilhas amarelas e lisas com o pólen das plantas
de ervilhas verdes e rugosas. Nessa primeira geração híbrida (F1), todas as
ervilhas eram amarelas lisas. Então, Mendel concluiu: o amarelo era o fator
dominante para cor (V) e o liso, o dominante para textura (R).
Mendel atualizado
Quando o trabalho de Mendel foi publicado, no fim do século XIX, os
naturalistas da época não lhe deram muita atenção. Mas, cerca de um século
depois, a descoberta da meiose confirmava que ele tinha razão: os genes (que
Mendel chamou de fatores) ocorrem aos pares, mas, na reprodução, apenas
um deles é passado adiante – ou seja, dá-se uma segregação (separação). Essa
segregação nada mais é do que o processo de meiose, a divisão celular
responsável pela formação dos gametas.
O trabalho de Mendel resultou na genética atual, que tem outros termos e
outras interpretações para seus estudos. O que Mendel chamou
de fatores sabemos hoje que são os genes – um segmento da molécula de
DNA, que codifica uma proteína, cuja ação determina uma característica.
A característica transmitida por um par de genes é chamada fenótipo (cor
amarela ou verde, por exemplo). Já o conjunto de genes que definem essas
características é denominado genótipo (VV, Vv ou vv para as cores). Assim,
uma ervilha de genótipo VvRr apresenta o fenótipo amarela lisa.
Os biólogos sabem ainda que, na geração de um novo indivíduo, os genes do
par que determina uma característica estão localizados na mesma região
(mesmo locus gênico) de cromossomos homólogos. São os genes alelos.
Mendel também não verificou alguns resultados que teriam confundido seu
raciocínio. Em alguns casos, a combinação de dois genes iguais leva o animal
à morte, antes mesmo do nascimento.
Isso ocorre porque o gene que determina a pelagem amarela é letal quando
aparece em dose dupla (homozigose). O embrião do camundongo homozigoto
dominante chega a ser gerado, mas morre antes de nascer.