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de Intervenção
Psicológica em casos de Luto
Estes materiais resultam da tradução de técnicas
empiricamente validadas e disponibilizadas pelos respectivos
autores, reconhecidos como os especialistas da área do luto.
Daniela Nogueira, PhD
Porto, julho de 2016
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Actividades clínicas
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
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As marcas que mais gostaria de renunciar ou que mais gostaria de alterar, são: _____________
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Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«BIOGRAFIAS»
Sugestões gerais:
Variações: Autobiografias
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Folheto Informativo
- Intensos sentimentos de culpa, provocados por coisas diferentes das que fez ou
deixou de fazer no momento da morte do seu ente querido.
- Pensamentos de suicídio que vão mais além do desejo passivo de «estar morto» ou
de poder reunir-se com o seu ente querido.
- Desespero extremo; a sensação de que por muito que tente nunca vai poder
recuperar uma vida que valha a pena viver.
- Sintomas físicos, como a sensação de ter uma faca cravada no peito ou uma perda
substancial de peso, que possam representar uma ameaça para o seu bem-estar físico.
- Ira incontrolável, que faz com que os seus amigos e familiares se distanciem de si
o que o leva a «planear uma vingança» da sua perda.
Pese embora qualquer um destes sintomas possa ser uma característica passageira
de um processo normal de luto, a sua presença continuada deve ser causa de preocupação
e merece a atenção de uma pessoa diferente das figuras de apoio informal que estão
presentes na vida de cada um.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
2) Entrevista clínica
Meaning Reconstruction Interview (Neimeyer, 2006)
1. Perguntas de entrada
– Como é que os outros reagiram à sua reacção? O que tem sido mais doloroso
desde então?
3. Perguntas de exploração
4. Perguntas de elaboração
– Que passos imagina que poderia dar, neste momento, para lidar com esta
perda de forma menos dolorosa para si?
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«A CARATERIZAÇÃO DA PERDA»
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Perguntas orientadoras
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Orientações:
⋅ Escreva uma carta a alguém que ama e perdeu, ou a alguém que irá perder
brevemente
⋅ Escreva com o objectivo de dizer “olá novamente” e não “adeus final”
⋅ Fale/escreva de forma profunda, sentida, sobre o que é importante na vossa
relação
⋅ Considere o que a pessoa lhe proporcionou, intencionalmente ou não
⋅ Dê atenção às palavras que ficaram por dizer, às questões que ficaram por
responder.
⋅ Se se sentir perdido(a) pode pensar no seguinte:
o O que eu sempre te quis dizer é…
o O que nunca entendeste foi que…
o O que quero que saibas acerca de mim…
o Agora percebo que…
o A única questão que eu gostava de te ter perguntado era…
o Quero manter-te na minha vida através de…
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«DIÁRIOS»
1. Centre-se numa perda que constitua uma das experiências mais terríveis
ou traumáticas da sua vida. Quanto mais significativa for o acontecimento
sobre o que escrever, maior a probabilidade de poder beneficiar desta
experiência.
2. Escreva sobre aspetos da experiência que menos tenha comentado com
outras pessoas, talvez até aspetos que imagine que não comentaria nunca
com ninguém. Confessar estas recordações suprimidas faz bem à alma, mesmo
que apenas os escreva para si mesmo.
3. Escreva sob o ponto de vista dos seus pensamentos e sentimentos mais
profundos, intercalando a narração explícita dos acontecimentos com as
reações que lhe provocaram a si. Esta alternância de um ponto de vista
externo com outro interno pode ser mais eficaz do que a concentração em
sentimentos desconectados da experiência ou nos factos objetivos separados
das suas respostas emocionais.
4. Não se preocupe com questões de gramática, ortografia, letra ou
apresentação. O importante é que se envolva com o material, e não o valor
literário que este possa ter.
5. Escreva no mínimo 15 min. por dia pelo menos durante 4 dias. Revisitar a
perda parece facilitar a construção de significados, mais do que uma simples
explicação. Deixe que mude o conteúdo e a forma do texto, inclusive para tratar
outras experiências traumáticas, ao longo do processo de escrita. Se ficar
bloqueado nalgum momento, escreva sobre esse bloqueio e depois tente
identificar o que experiencia ou que sentimentos estão subjacentes.
6. Programe uma atividade transitória depois da escrita, antes de voltar à
rotina diária. Tenha presente que, a curto prazo a redação de um diário sobre
estes acontecimentos traumáticos pode ser dolorosa e inclusivamente pode
fazê-lo pensar mais sobre o assunto, pelo que não deve esperar que ao
terminar, se levante e vá trabalhar ou começar a cozinhar. Reserve algum
tempo de “restabelecimento” para depois de escrever, visitando um amigo,
dando um passeio, ou fazendo exercício, ou qualquer atividade que não
requeira que se “recomponha” logo a nível emocional.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«HISTÓRIAS METAFÓRICAS»
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O que se passou antes dos acontecimentos que narra nesta história? O que aconteceu antes
desta parte da narrativa?
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O que acontece na perspetiva de cada personagem? Qual poderia ser a maneira que cada
um tinha de viver a história?
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Que forma adoptaria o crescimento se esta história tivesse lugar? Quem apoiaria uma
mudança nessa direção?
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Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«LEITURA REFLEXIVA»
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Que conselhos daria a outra pessoa que estivesse interessada em ler este livro?
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Se tivesse que resumir numa única frase o essencial da mensagem do livro, seria?
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Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«LIVRO DE RECORDAÇÕES»
Nome
Exemplos de capítulos
Variações possíveis
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«OBJETOS DE VINCULAÇÃO»
Posso manter a minha ligação com a pessoa ou vida que perdi através de:
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Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
«RITUAIS PESSOAIS»
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O papel que as outras pessoas assumem na participação (caso possam participar) seria:
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Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Referência
PG – 13
1. No último mês, quantas vezes sentiu saudades e a ausência da pessoa que perdeu?
_____ Não
_____ Sim
4. No último mês, quantas vezes tentou evitar contacto com tudo o que lhe recorda que a
pessoa faleceu?
INSTRUÇÕES DA PARTE II: Em relação a cada item, indique como se sente habitualmente.
Envolva com num círculo, o número adequado à sua situação.
Não, de todo
Ligeiramente
Razoavelmente
Bastante
Extremamente
6. Sente-se confuso/a quanto ao seu papel na vida
ou sente que não sabe quem é (i.e., sente que 1 2 3 4 5
uma parte de si morreu)?
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
13. Sentiu uma redução significativa na sua vida social, profissional ou em outras áreas
importantes (por exemplo, responsabilidades domésticas)?
_____ Não
_____ Sim
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Referência:
Delalibera, M., Coelho, A., & Barbosa, A. (2011). Validação do instrumento de avaliação do
luto prolongado para a população portuguesa. Acta Med Port, 24, 935-942.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Clientes para quem esta técnica é apropriada: Adultos, adolescentes e crianças com
mais de 5 anos que estejam a suprimir ou a evitar os sentimentos associados à perda, que
estejam presos, ou em luto complicado e persistente, ou que estejam no processo natural
de revisitar o seu mundo de significado em resposta a uma perda. As declarações
explícitas podem ser usadas com vários tipos de clientes, em contexto individual, conjugal
e terapia familiar, mas o terapeuta deverá ajustar de acordo com a capacidade de
processamento emocional do cliente, a sua estabilidade e nível desenvolvimental.
Descrição
Uma variação, ou extensão da técnica poderá ser oferecer uma frase incompleta na
qual o cliente deverá completar sem pensar muito (espontaneamente). Este
completamento de frases pode permitir o acesso ao material subjacente de forma eficiente
como veremos no exemplo.
EXEMPLO ILUSTRATIVO:
T (terapeuta): Seria capaz de imaginar o Billy [nome fictício] neste momento? Já o está a
ver? Óptimo. E gostaria que tentasse dizer-lhe, “Billy, sinto-me tão mal por ter sido
impotente para prevenir a tua morte. “ Em silêncio ou em voz alta – o que for mais
confortável para si.
C (Cliente): [começa a chorar]. Billy, lamento tanto não ter conseguido evitar a tua morte.
Foi tão horrível. E peço-te desculpa, meu pequeno.
Os minutos seguintes são focados no seu sentimento de culpa. Levantei a questão se “será
que sente que merece voltar a ser feliz algum dia, tendo conduzido a isto:
T: Será que poderia tentar falar-me a partir da parte de si que sente esta culpa? Eu sei que
existem outras partes, mas a partir do lugar em si em que sente esta culpa, onde sente
que foi por sua culpa que o seu querido filho pequeno foi atropelado por um camião, a
partir desse lugar onde está a sua verdade emocional acerca do que será ou não
possível sentir-se feliz outra vez?
C: [Silêncio]
C: O que está a surgir é que é possível. Mas o sentimento não está cá. Eu não me permito a ser
feliz.
T: Como assim? Poderia completar esta frase? “Eu não me permito a ser feliz porque se fosse
feliz______”
C: Você sabe, existem partes de mim que – eu penso que é por causa de não querer continuar
por mim, sem ele. E se me mantenho assim, assim não tenho que lidar com isso.
T: Estou a ver. Então, será capaz de o ver outra vez? Imagine-o e tente dizer-lhe, “Tenho
medo de se me perdoar, que possa perder a conexão contigo e que continue sem ti.”
C: [Chorar.] Eu tenho, Billy, eu tenho medo. Mesmo que te possa imaginar como um pequeno
anjo, tenho medo de ao me perdoar – que te vás embora. E eu não quero que te vás
embora.
T: Veja se sente como verdadeiro/genuíno dizer-lhe, “É tão importante para mim manter-me
em conexão/ligado a ti que eu estou disposta a nunca me perdoar. Eu prefiro estar a
sentir-me culpada e miserável para não perder o contato contigo e seguir em frente
sem ti.
Cl: [Suspira.] Billy, eu sinto que prefiro fazer de tudo para manter esta conexão contigo,
incluindo permanecer miserável e a não me perdoar para o resto da vida. E tu sabes
que isto é verdade.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Pensamentos de conclusão
Referências
Ecker, B., & Hulley, L. (2007). Coherence therapy practice manual & training guide.
Oaklando, CA: Coherence Psychology Institute. Online:
www.coherencetherapy.org/resources/manual.htm
Ecker, B., & Hulley, L. (2008). Stuck in depression: A disabling bereavement. (Video and
viewer´s manual.) Oakland, CA: Pacific Seminars. Online:
www.coherencetherapy.org/resources/videos.htm
Watson, J. C. (1996). The relationship between vivid description, emotional arousal, and
in-session resolution of problematic reactions. Journal of Consulting and Clinical
Psychology, 64, 459-464.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Therese A. Rando, PhD, BCETS, BCBT, Clinical Director, The Institute for the Study and
Treatment of Loss, Warwick, Rhode Island, USA
Clientes para quem a técnica é apropriada: Clientes que estão a lidar com a perda de
alguém significativo, a partir de crianças em idade escolar, que aparentem estar “presos”
no seu luto manifestando-se pela recusa em abandonar a dor e sofrimento ou de seguir em
frente de forma adaptativa na vida. Não é apropriado para clientes que acabaram de
perder os seus entes queridos, onde o sofrimento emocional significativo é normal e
expectável.
Descrição
Se o enlutado admite que não é ok para si estar ok, o próximo passo será
determinar como isto se manifesta e de que forma. Uma forma primária de não estar ok
poderá ser por não renunciar a dor e o sofrimento. Muitos enlutados pensam erradamente
que se não permanecem na dor isto sugere que é aceitável que o seu ente querido tenha
morrido, que eles não tenham ficado afetados pela perda, ou que não amavam o falecido.
Outros sentem que a dor é “testemunha” do seu amor pelo ente falecido ou constroem
como uma “traição” ao ente falecido se seguirem em frente. Alguns sentem que a dor é a
“conexão” ao ente amado falecido, enquanto outros a percepcionarão como uma forma de
reparar qualquer sentimento de culpa que possuam. Outra forma de não estar ok é não
avançarem de forma adaptativa na vida. Razões que sustentem isto poderão incluir sentir-
se muito culpados por “deixarem” o falecido para trás, tentando manter o mundo e o
próprio tal como eram antes para minimizarem a sensação da perda, expectativas
imprecisas sobre o que significa o luto, e medo de esquecer o falecido.
Quando não é okay para o enlutado estar ok, algumas questões exploratórias
incluem:
EXEMPLO ILUSTRATIVO
Steve está divorciado desde que a sua única filha tinha três anos. Partilha a guarda
conjunta com a mãe da criança, e parte significativa da sua vida era dedicada à filha. Ele
era um pai extremamente envolvido, mantendo a sua vida social reduzida para se focalizar
na educação da sua filha. No rescaldo da sua morte súbita aos 14 anos resultante de um
acidente, Steve iniciou terapia onde fez um óptimo trabalho de identificação e expressão
dos seus sentimentos mais dolorosos e encontrando formas de celebrar/homenagear a
sua filha. Não obstante, à medida que o tempo ia passando, o terapeuta reparou que o
Steve arranjava sempre desculpas para não retomar as interacções sociais (fazendo novos
investimentos nos outros) e que o Steve já deveria começar a limitar a constante
expressão da sua dor. Quando se tornou claro que o Steve estaria preso no seu processo de
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
intenso sofrimento, não fazendo adequados ajustamentos para acomodar a sua perda, o
seu terapeuta questionou-o: se seria ok para si estar ok perante a morte da sua filha.
Perante esta simples pergunta Steve, primeiro ficou atordoado, e depois libertou uma
torrente de emoções e lágrimas durante as quais ia dizendo, “Eu não posso ter uma vida se
ela não pode viver!” O questionamento abriu uma discussão com atribuição de significado
sobre a culpa parental e expectativas que mantiveram o Steve preso ao seu sofrimento, o
terapeuta foi capaz de intervir produtivamente com o Steve no sentido da promoção de
um luto mais saudável, auxiliando-o na acomodação da sua perda, direccionando para o
estabelecimento de conexões apropriadas à sua filha falecida, e em última análise, tendo-
se tornado possível para o Steve estar OK na ausência da sua filha.
Pensamentos de Conclusão
Referências
Rando, T. A. (2012). Coping with the sudden death of your loved one: Self-help for traumatic
bereavement. Indianapolis, IN: Dog Ear Publishing.
Rubin, S. S., Malkinson, R., & Witzum, E. (2012). Working with the bereaved: Multiple lenses
on loss and mourning. New York: Routledge.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
1. «Entre ter um filho ou não ter um filho, o que preferia? (ex. ter um filho)
4. Então preferia ter uma verdadeira família. Porque? (ex. Para dar continuidade à
familia).
Referência
Lee, G., Neimeyer, R., & Chan, C. (2012). The meaning of childbearing among IVF service
users assessed via laddering technique. Journal of Constructivist Psychology, 25, 302-
324. Doi: 10.1080/10720537.2012.703573
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto
Referência
Olson, R. E. (2014). Indefinite loss: the experiences of carers of a spouse with cancer.
European Journal of Cancer Care, 23, 553-561.
Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto