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ADRIANO DOS SANTOS REIS

SISTEMA FOTOVOTAICO CONCETADO À REDE ELÉTRICA

Lauro de Freitas
2016
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ADRIANO DOS SANTOS REIS

SISTEMA FOTOVOTAICO CONCETADO À REDE ELÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unime –


União Metropolitana de Educação e Cultura), como
requisito parcial para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. MSe Uerlis Martins Bomfim

Lauro de Freitas
2016
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar а Deus qυе iluminou о mеυ caminho


durante esta caminhada.

A todos os professores do curso, qυе foram tão importantes na minha


vida acadêmica е no desenvolvimento desta monografia.

À minha família, por sua capacidade de acreditar em mіm е investir


em mim. Mãe, sеυ cuidado е dedicação fоі que deram, em alguns momentos, а
esperança por seguir.

Аоs amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constante.


4

REIS, Adriano dos Santos. Sistemas Fotovoltaicos Conectado a Rede. 2016.


Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em
Engenharia Elétrica – Unime, Lauro de Freitas, 2016.

RESUMO

A energia proveniente do sol, considerada a mais abundante na Terra, tem atraído


investimentos e pesquisas no intuito de buscar soluções para independia das fontes
de energia fósseis. Este trabalho acadêmico mostrará aos leitores, uma possível
solução para redução de energia elétrica e sua contribuição para o meio ambiente.
Para isso foram analisados dados de consumo da conta de energia elétrica de uma
residência localizada no município de Lauro de Freitas/Ba e através das informações
obtidas foi projetado um sistema de energia solar conectado à rede da concessionária
de energia da cidade.

Palavras-chave: Energia Solar; Dimensionamento; Sistema Fotovoltaico.


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REIS, Adriano dos Santos. Photovoltaic Systems Connected to the Network. 2016.
Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em
Engenharia Elétrica – Unime, Lauro de Freitas, 2016.

ABSTRACT

The energy from the sun, considered the most abundant on Earth, has attracted
investment and research in order to seek solutions to resolve our dependency on fossil
fuels. This academic work will show readers how to reduce fossil fuel use and its
negative contribution to the environment. For this, analysis of electricity consumption
data of a residence located in the city of Lauro de Freitas / Ba and through the
information obtained and with it was a solar power system connected to the network of
the city's power utility was designed.

Key-words: Solar Energy; Sizing; Photovoltaic System.


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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – PREVISÃO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO MUNDO ATÉ


2030.......................................................................................................................................................15

FIGURA 2 – USO DAS DIVERSAS FONTES DE ENERGIA PARA GERAÇÃO DE


ELETRICIDADE....................................................................................................................................15

FIGURA 3 – PREVISÃO PARA PARTICIPAÇÃO DAS FONTES DE ENERGIA NO MUNDO ATÉ O


ANO DE 21000......................................................................................................................................15

FIGURA 4 – CRESCIMENTO DO USO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO


MUNDO.................................................................................................................................................15
...
FIGURA 5 – CRESCIMENTO DO USO DA ENERGIA EÓLICA NO MUNDO.....................................15

FIGURA 6 – GERAÇÃO DE ELETRICIDADE NO BRASIL E AS DIVERSAS FONTES.....................15

FIGURA 7 – ESQUEMA DAS CAMADAS DE UMA CÉLULA SOLAR...............................................15

FIGURA 8 – ESTRUTURA DE UMA CÉLULA DE SILÍCIO MONOCRISTALINA...............................15


...
FIGURA 9 – ESTRUTURA DE UMA CÉLULA DE SILÍCIO POLICRISTALINA..................................15

FIGURA 10 – ESTRUURA DE UMA CÉLULA DE SILÍCIO AMORFO................................................15

FIGURA 11 – COMPONENTES DE UM MÓDULO FOTOVOLTAICO.................................................15

FIGURA 12 – CURVA CARACTERÍSTICA I – V DE CONRRENTE E TENSÃO DE UM MÓDULO


FOTOVOLTAICO..................................................................................................................................15

FIGURA 13 – CURVA CARACTERÍSTICA P – V DE POTENCIA DE UM MÓDULO


FOTOVOLTAICO..................................................................................................................................15

FIGURA 14 – INFORMAÇÕES GERAIS DO MÓDULO FOTOCOLTAICO BOSCH C-SI M60 EU


30117.....................................................................................................................................................15

FIGURA 15 – ASPECTO DO MÓDULO E DESENHO COM CONTAS E DIMENSÕES.....................15

FIGURA 16 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS EM STC DO MÓDULO FOTOVOLTAICO BOSCH


C-SI M60...............................................................................................................................................15

FIGURA 17 – POLARIDADE DA CONRRENTE FOTOVOLTAICO EM OPERAÇÃO


NORMAL...............................................................................................................................................15

FIGURA 18 – MÓDUOLO FOTOVOLTAICO RECEBENDO CORRENTE NO SENTIDO


INVERSO...............................................................................................................................................15

FIGURA 19 – CARACTERÍSTICAS ELETRICAS EM NOCT DO MÓDULO FOTOVOLTAICO BOSCH


C-SI M60................................................................................................................................................15

FIGURA 20 –CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS DO MÓDULO FOTOVOLTAICO BOSCH C-SI


M60........................................................................................................................................................15

FIGURA 21 – CONJUNTO DE MÓDULOS EM SÉRIE........................................................................15

FIGURA 22 – CARACTERÍSTICA I – V DE UM CONJUNTO DE DOIS MÓDULOS EM


SÉRIE....................................................................................................................................................15
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FIGURA 23 – CONJUNTO DE DOIS MÓDULOS EM PARALELO.....................................................15

FIGURA 24 – CARACTERÍSTICA I – V DE UM CONJUNTO DE DOIS MÓDULOS EM


PARALELO...........................................................................................................................................15

FIGURA 25 – CARACTERÍSTICA I – V DE UM CONJUNTO DE QUATRO MÓDULOS EM SÉRIE E


EM PARALELO.....................................................................................................................................15

FIGURA 26 – MÓDULO FOTOVOLTAICO EM FUNCIONAMENTO NORMAL..................................15

FIGURA 27 – MÓDULO FOTOVOLTAICO COM SOMBRA EM UMA CÉLULA (SEM DIODO DE


BAYPASS)............................................................................................................................................15

FIGURA 28 – MÓDULO FOTOVOLTAICO COM SOMBRA EM UMA CÉLULA (COM DIODO


DEBAYPASS) ......................................................................................................................................15

FIGURA 29 – CAIXA DE JUNÇÃO COM CONEXÕES E DIODO BAYPASS.....................................15

FIGURA 30 – FAMÍLIA DE CONECTORES MC4................................................................................15

FIGURA 31 – FAMÍLIA DE CONECTORES MC3................................................................................15

FIGURA 32 – HISTÓRICO DE COBSUMO DOS ÚLTIMOS 12 MESES.............................................15

FIGURA 33 – TABELA COM RADIAÇÃO DIÁRIA MÉDIA.................................................................15

FIGURA 34 – GRÁFICO DA RADIAÇÃO DIÁRIA MÉDIA...................................................................15

FIGURA 35 – ETAPAS DE ACESSO DE MICROGERADORES AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA


COELBA................................................................................................................................................56
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (APENAS SE O TRABALHO CONTIVER


ABREVIATURAS E SIGLAS)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2.1 PROBLEMA .................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO ....................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................ 14
2.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 15

2. ENERGIA E ELETRICIDADE ..................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.


2.1 FONTES RENOVÁVEIS .................................................................................. 53
2.2 FONTES LIMPAS DE ENERGIA ..................................................................... 54
2.3 FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA ....................................................... 55
2.4 GERAÇÃO DE ELETRICIDADE NO MUNDO ................................................. 55
2.5 FONTES RENOVÁVEIS NO BRASIL .............................................................. 55
2.6 ENERGIA FOTOVOTAICA NO BRASIL .......................................................... 55
2.6.1 SITUAÇÃO ATUAL ...................................................................................... 55
2.6.2 POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO ..................................................................... 55
2.6.3 OBSTÁCULOS ............................................................................................. 55
2.6.4 BENEFÍCIOS ................................................................................................ 55
2.6 A RESULUÇÃO 482/12 ................................................................................... 55
3. CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOTAICOS ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 56


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
APÊNDICES ............................................................................................................. 58
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE PESQUISA UTILIZADO NA COLETA DE
DADOS ..................................................................................................................... 58
CASO HAJA APÊNDICES ELES DEVERÃO SER INSERIDOS NESTA ORDEM E
CADA UM EM UMA PÁGINA
ANEXOS ................................................................................................................... 59
ANEXO A – TÍTULO DO ANEXO ................................................................................. 59
CASO HAJA ANEXOS ELES DEVERÃO SER INSERIDOS NESTA ORDEM E
CADA UM EM UMA PÁGINA
10

1 – INTRODUÇÃO

A energia solar fotovoltaica tem uma característica que não se encontra em


nenhuma outra: ela pode ser usada em qualquer local, gerando eletricidade no próprio
ponto de consumo, sem a necessidade de levar a eletricidade para outro lugar através
de linhas de transmissão ou redes de distribuição. Além disso, diferentemente de
outras fontes de energia, ela pode ser empregada em praticamente todo o território
nacional, em áreas rurais e urbanas.

1.1 – PROBLEMA

No cenário atual em que vivemos é possível observar que cada vez mais o
ser humano está interessado no futuro, buscando soluções para os problemas
gerados no passado. Com isso, vem crescendo a ideia de sustentabilidade,
preservação do meio ambiente e a utilização de diferentes fontes de energia não
poluentes, renováveis, limpas e que não causem impactos ambientais.
A crescente demanda de energia em todo mundo propiciou que a grande
importância fosse associada à exploração de novas fontes de energia; dentre as
fontes não-convencionais que foram estudadas, a energia solar agora oferece muitas
promessas.

1.2 – OBJETIVO

Esta monografia tem por objetivo, oferecer uma visão ampla do uso
consciente da geração e consumo de energia proveniente de fontes renováveis e
limpas, causando o menor impacto possível para o meio ambiente, além de oferecer
características e aplicações de sistemas de energia solar fotovoltaica, e sua
importância estratégia no âmbito social e econômico e por fim também servirá como
fonte de pesquisa para sociedade e principalmente futuros estudantes de engenharia
elétrica.
11

1.3 – OBJETIVO ESPECÍFICO

O objetivo desse trabalho é oferecer uma possível solução para reduzir os


gastos com relação ao consumo de energia elétrica de uma residência localizada em
Lauro de Freitas/BA, através da análise de dados e dimensionamento de um sistema
que utilize energia solar. Assim busca-se com o uso de painéis solares fotovoltaicos
aquele sistema que melhor atende as necessidades, realizando-se um estudo em
cima dos custos e benefícios dos diferentes tipos de painéis e também dos seus
equipamentos auxiliares.

1.4 – JUSTIFICATIVA

No Brasil, antes praticamente restrita a aplicações em pequenos sistemas de


eletrificação instalado sem localidades não atendidas pela rede de energia elétrica, a
partir do ano de 2012 a energia solar fotovoltaica passou a ser considerada seriamente
como uma alternativa para o nosso País, tendo sua inserção na matriz energética
nacional garantida com a aprovação da resolução normativa no 482 da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que incentiva e regulamenta a microgeração e
a minigeração de eletricidade com fontes renováveis de energia em sistemas
conectados à rede elétrica de distribuição.
A aprovação desta resolução é um marco histórico que coloca o Brasil no
grupo de países que incentivam e apoiam a autoprodução de energia elétrica por
cidadãos, empresas e instituições que desejam suprir seu consumo de eletricidade a
partir de sistemas fotovoltaicos, operando em paralelismo com a rede pública,
complementando a geração e exportando o excedente da energia produzida.
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2 – ENERGIA E ELETRICIDADE

2.1 - FONTES RENOVÁVEIS

As fontes renováveis de energia são aquelas consideradas inesgotáveis para


os padrões humanos de utilização. Podemos utilizá-las continuamente e nunca se
acabam, pois sempre se renovam. Alguns exemplos são as energias solar,
aproveitada diretamente para aquecimento ou geração de eletricidade, hidrelétrica,
eólica, oceânica, geotérmica e da biomassa. (VILLALVA, 2012).
De maneira geral são consideradas renováveis as fontes de energia que não
se apoiam em recursos que são reconhecidamente limitados e cujo uso não causa
seu esgotamento. Por outro lado, as fontes de energia não renováveis são baseadas
em combustíveis fósseis ou outros recursos minerais que vão se esgotando com o
uso. Os exemplos mais conhecidos de fontes não renováveis são o petróleo, o carvão,
o gás natural e o urânio, esse último empregado nos reatores das usinas
termonucleares. (VILLALVA, 2012).

2.2 - FONTES LIMPAS DE ENERGIA

O conceito de energia limpa é frequentemente associado às fontes


renováveis, pois em comparação com os combustíveis fósseis apresentam reduzidos
impactos ambientais e praticamente não originam resíduos ou emissões de poluentes.
Entretanto, a exploração de qualquer fonte de energia provoca alterações no meio
ambiente e produz impactos de maior ou menor relevância. (VILLALVA, 2012).
Apesar dos impactos negativos, as fontes renováveis são relativamente
limpas e seguras quando comparadas com as não renováveis. O uso de fontes
renováveis de energia para a produção de eletricidade em substituição aos
combustíveis fósseis colabora com a redução da emissão de poluentes na atmosfera
e reduz o chamado efeito estufa, apontado como responsável pela elevação da
temperatura do planeta e por diversas mudanças climáticas observadas em todo o
globo terrestre. (VILLALVA, 2012).

2.3 – FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA


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O aumento acelerado da demanda de energia elétrica em todo o mundo, a


necessidade de diminuir a dependência de combustíveis fósseis e a preferência por
fontes de energia que não poluem têm levado à busca de novas fontes de energia
para a geração de eletricidade. (VILLALVA, 2012).
Embora ainda tímidas e com participação muito reduzida na matriz energética
mundial, o uso das fontes alternativas vem crescendo muito em todo o planeta. Em
diversos países, apesar de suprirem apenas uma fração da demanda de eletricidade,
essas fontes já são consideradas maduras e ocupam importante espaço nas políticas
públicas e nos investimentos privados. Os custos das fontes alternativas de energia
estão caindo com o aumento da escala de utilização e o preço da energia elétrica por
elas gerada em muitos países já se equipara ao da energia produzida pelas fontes
tradicionais. (VILLALVA, 2012).
A exploração e a integração de fontes alternativas de energia aos sistemas
elétricos, sobretudo a solar fotovoltaica na forma de micro e mini-usinas conectadas
às redes de baixa tensão, demandam investimentos em pesquisa científica e
tecnológica e originam cadeias para a fabricação de materiais e equipamentos e para
o fornecimento de serviços, gerando empregos locais e segmentando os
investimentos em energia, tradicionalmente concentrados na construção de usinas de
grande capacidade. (VILLALVA, 2012).

2.4 –GERAÇÃO E USO DE ELETRICIDADE NO MUNDO

A energia elétrica, ou eletricidade, é a forma de energia mais flexível que


existe. Ela pode ser transmitida a longas distâncias, desde o ponto de geração até o
local de consumo, pode ser convertida em luz, calor, movimento e informação.
(VILLALVA, 2012).
O gráfico da Figura 1 mostra como tem crescido o consumo de energia elétrica
no mundo desde 1980 e faz uma previsão de como será esse consumo até 2030. Em
1980 o mundo todo consumia cerca de 7.000 TWh (terawatts-hora) ou 7.000.000 GWh
(gigawatts-hora) de eletricidade. Segundo previsões da Agência Internacional de
Energia (IEA), esse número vai subir para quase 30.000 TWh em 2030. (VILLALVA,
2012).
A energia de 1 TWh equivale a 1 mil GWh ou 1 milhão de MWh (megawatts-
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hora) ou 1 trilhão de kWh (quilowatts-hora). A energia de 30.000 TWh corresponde ao


consumo mensal de 60 milhões de residências brasileiras com base num consumo
médio de 500 kWh de eletricidade por mês. (VILLALVA, 2012).

Figura 1 – Previsão de consumo de energia elétrica no mundo até 2030.

Fonte: IEA World Energy Outlook, 2009.

Para produzir 30.000 TWh ao ano são necessárias 230 usinas


hidrelétricas iguais à de Itaipu ou 1.000 usinas nucleares iguais à de Fukushima, no
Japão, que esteve envolvida num desastroso acidente nuclear em 2011. (VILLALVA,
2012).
Não existem rios suficientes no mundo para construir tantas usinas como a de
Itaipu e a humanidade não deseja utilizar a energia nuclear devido aos riscos que ela
oferece. Atualmente existem cerca de 440 centrais termonucleares em operação no
mundo. Seria necessário dobrar esse número para atender a demanda mundial de
eletricidade em 2030, mas em muitos países existe um movimento contrário à
instalação de novas usinas desse tipo. Um acidente nuclear em uma única usina pode
levar milhões de pessoas à morte e pode inutilizar vastos territórios durante milhares
de anos. Os acidentes com usinas nucleares são raros, mas são desastrosos quando
acontecem. (VILLALVA, 2012).
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Figura 2 – Uso das diversas fontes de energia para a geração de eletricidade

Fonte: IEA World Energy Outlook, 2009.

A eletricidade pode ser produzida de muitas formas. Grande parte da


energia elétrica produzida em todo o planeta tem origem na queima de combustíveis
fósseis e na energia nuclear. Apenas uma pequena parte tem origem em fontes
renováveis. O gráfico da Figura 2 mostrou que cerca de 80% da energia elétrica
consumida no mundo é produzida a partir da queima do carvão, do petróleo e do gás
natural e a partir de usinas nucleares. (VILLALVA, 2012).
O gráfico da Figura 3 ilustra uma previsão para o uso das diversas fontes de energia
disponíveis no mundo até o ano de 2100.
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Figura 3 – Previsão para a participação das fontes de energia no mundo até o ano de
2100.

Fonte: IEA World Energy Outlook, 2011.

A participação das energias não renováveis será cada vez menor devido
principalmente ao esgotamento das reservas de combustíveis fósseis. As energias
solar e eólica, que hoje são apenas consideradas alternativas e têm pouca
participação na matriz energética mundial, serão as principais fontes de energia para
o futuro da humanidade. Pelas previsões, ocupará o lugar mais importante a energia
solar fotovoltaica. É um prognóstico bastante otimista e muito favorável à preservação
do planeta. (VILLALVA, 2012).
Os gráficos, da Figura 4 e Figura 5, demostram como tem crescido o emprego
das fontes de energia solar e eólica em todo o mundo nos últimos anos.
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Figura 4 – Crescimento do uso da energia solar fotovoltaica no mundo.

Fonte: Market Outlook For Photovoltaics Until 2015, EPIA.

Figura 5 – Crescimento do uso da energia eólica no mundo.

Fonte: World Wind Energy Report, WWEA, 2009.

No ano 2000 o mundo tinha menos de 5 GW (gigawatts) ou 5.000 MW


(megawatts) de capacidade de geração de eletricidade com sistemas fotovoltaicos.
Esta capacidade pulou para cerca de 40 GW em 2010 e não para de crescer.
(VILLALVA, 2012).
O crescimento da geração de eletricidade com sistemas eólicos também
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cresceu muito, partindo de cerca de 25 GW em 2001 e pulando para mais de 200 GW


em 2010 – um crescimento bastante expressivo. (VILLALVA, 2012).

2.5 – FONTES RENOVÁVEIS NO BRASIL

Em comparação com outros países, o Brasil já emprega bastante as fontes de


energia renováveis, pois quase toda a nossa eletricidade é obtida a partir de usinas
hidrelétricas, como mostra o gráfico da Figura 6. Em virtude disso, nossa busca por
novas fontes renováveis não tem sido tão acelerada como no resto do mundo.
(VILLALVA, 2012).

Figura 6 – Geração de eletricidade no Brasil e as diversas fontes

Fonte: IEA, 2011.

Entretanto, nossa geração de energia elétrica é muito pouca quando nos


comparamos a outros países. O Brasil possuía em 2009 uma capacidade de geração
de energia elétrica de 105 GW. Isso representa apenas 10% da capacidade de
geração de energia elétrica que possuem os principais países desenvolvidos. Para o
País sustentar seu ritmo de crescimento e alcançar as grandes potências mundiais
vai ser necessário encontrar novas fontes de energia para a geração de eletricidade.
As fontes renováveis alternativas, como a solar fotovoltaica e a eólica, terão um papel
fundamental nessa busca. (VILLALVA, 2012).
19

Como se pode ver no gráfico da Figura 6, recentemente o Brasil passou a empregar


mais as fontes não renováveis, ou seja, os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e
gás) e a energia nuclear. Para reverter o crescimento do uso de energias sujas e
sustentar seu crescimento econômico e populacional, o Brasil tem a possibilidade de
empregar as energias solar fotovoltaica e eólica. (VILLALVA, 2012).
Estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) indicam que existe
ainda um enorme potencial de aproveitamento hidrelétrico. O Brasil pode chegar a
252 GW de geração de eletricidade com usinas hidrelétricas, ou seja, mais do que o
dobro da eletricidade que conseguimos produzir atualmente incluindo todas as fontes.
(VILLALVA, 2012).
Somando os potenciais hidrelétrico, eólico e fotovoltaico do Brasil ainda
inexplorados, pode-se calcular um potencial de geração de cerca de 600 GW de
energia elétrica somente com fontes renováveis e limpas. Isso representa seis vezes
a capacidade de geração disponível atualmente. A exploração de todo esse potencial
de energia limpa permitirá ao Brasil abandonar o uso de combustíveis fósseis e
energia nuclear na geração de eletricidade. (VILLALVA, 2012).

2.6 – ENERGIA FOTOVOLTAICA NO BRASIL

2.4.1 – Situação atual

Atualmente a energia solar fotovoltaica no Brasil é empregada principalmente


em pequenos sistemas isolados ou autônomos instalados em locais não atendidos
pela rede elétrica, em regiões de difícil acesso ou onde a instalação de linhas de
distribuição de energia elétrica não é economicamente viável. (VILLALVA, 2012).
Sistemas fotovoltaicos autônomos são tradicionalmente usados na
eletrificação de propriedades rurais, comunidades isoladas, bombeamento de água,
centrais remotas de telecomunicações e sistemas de sinalização. (VILLALVA, 2012).
20

2.4.2 – Potencial de utilização

A energia solar fotovoltaica apresenta mais regularidade no fornecimento de


eletricidade do que a energia eólica e pode ser empregada em todo o território
brasileiro, pois o País é privilegiado com elevadas taxas de irradiação solar em todas
as regiões. (VILLALVA, 2012).
A quantidade de energia produzida por um sistema fotovoltaico depende da
insolação do local onde é instalado. As Regiões Nordeste e Centro-Oeste são as que
possuem o maior potencial de aproveitamento da energia solar. Entretanto, as demais
regiões não ficam muito atrás e também possuem consideráveis valores de insolação.
A Região Sul é a menos privilegiada, entretanto ainda possui insolação melhor do que
aquelas encontradas em países que empregam largamente a energia solar
fotovoltaica. (VILLALVA, 2012).
Atualmente a Alemanha é o país que mais usa a energia solar fotovoltaica.
Sua capacidade instalada é cerca de 20 GW, superior à de todos os outros países
juntos. Isso representa aproximadamente 4% de toda a eletricidade produzida naquele
país. (VILLALVA, 2012).
A melhor insolação da Alemanha é cerca de 3500 Wh/m2 (watt-hora por metro
quadrado) por dia, disponível apenas em uma pequena parte ao sul do seu território.
A maior parte do território alemão não possui mais do que 3500 Wh/m² diários de
energia solar. Para comparação, o Brasil apresenta valores de insolação diária entre
4500 e 6000 Wh/m². (VILLALVA, 2012).
Dadas as dimensões territoriais e as elevadas taxas de irradiação solar
brasileiras, é razoável esperar para o Brasil um potencial de geração fotovoltaica pelo
menos dez vezes superior à capacidade instalada na Alemanha atualmente. Isso
representaria 200 GW de eletricidade a partir da luz do Sol, ou seja, o dobro de toda
energia elétrica que produzimos hoje. (VILLALVA, 2012).
Com o imenso potencial fotovoltaico que o Brasil possui, o País poderá tornar-
se um dos principais líderes mundiais no emprego de energias renováveis
alternativas. Embora o País seja conhecido por possuir uma matriz de geração de
eletricidade relativamente limpa e bastante renovável, esta situação não vai perdurar
nos próximos anos sem o uso de novas fontes de energia. (VILLALVA, 2012).
Existe muito espaço para o crescimento da energia solar fotovoltaica no País.
Mais do que uma fonte alternativa, a energia fotovoltaica é uma opção viável e
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promissora para complementar e ampliar a geração de eletricidade. Os sistemas


fotovoltaicos podem gerar eletricidade em qualquer espaço onde for possível instalar
um painel fotovoltaico. Telhados e fachadas de prédios e residências poderão gerar
eletricidade em áreas urbanas e usinas de eletricidade poderão ser construídas em
áreas abertas de qualquer dimensão, próximas ou distantes dos centros de consumo.
As condições climáticas e o espaço territorial do nosso País são extremamente
favoráveis para a energia solar fotovoltaica. (VILLALVA, 2012).

2.4.3 – Obstáculos

Atualmente a participação da energia fotovoltaica na matriz energética


brasileira é praticamente desprezível. Apesar do enorme potencial de utilização,
grande parte da nossa população ainda desconhece essa tecnologia. (VILLALVA,
2012).
A exemplo do que ocorreu com a energia eólica e outras fontes alternativas,
esperam-se ações para promover a inserção da energia fotovoltaica no Brasil. O
PROINFA, programa criado pelo Governo Federal para promover o uso de fontes
alternativas de energia, não incluiu a energia fotovoltaica. A energia fotovoltaica
também ficou de fora do Plano Decenal de Energia até 2020 do Ministério de Minas e
Energia. (VILLALVA, 2012).
Vários fatores contribuíam e alguns ainda contribuem para o pouco uso da
energia solar fotovoltaica no Brasil. Até o início do ano de 2012 o principal obstáculo
era a ausência de regulamentação e de normas técnicas para o setor fotovoltaico, o
que inibia o surgimento de uma indústria e de um mercado voltados para os sistemas
de geração distribuída em baixa tensão, que são um importante nicho de aplicação da
energia fotovoltaica. (VILLALVA, 2012).
Finalmente, existem os obstáculos econômicos. Faltam ainda incentivos
governamentais, que poderiam surgir com a concessão de subsídios ou de linhas de
crédito para pequenos e médios sistemas fotovoltaicos. Já existem programas de
financiamento para projetos de alto custo, como as linhas “Fundo Clima” e “Energias
Alternativas” do BNDES e a linha “Economia Verde” da Agência de Desenvolvimento
do Estado de São Paulo, mas é aguardada a criação de programas nacionais para
incentivar pequenos produtores, pessoas comuns ou pequenas empresas, a possuir
micro e minissistemas de geração fotovoltaica instalados em seus telhados.
22

(VILLALVA, 2012)

2.4.3 – Benefícios

Quando as barreiras técnicas, regulatórias e econômicas forem totalmente


vencidas, será criada na sociedade brasileira a cultura da geração de eletricidade com
sistemas fotovoltaicos. Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede, disseminados na
forma de micro e miniusinas de eletricidade, permitirão ampliar a oferta de energia
elétrica e ao mesmo tempo contribuir para a manutenção da característica renovável
de nossa matriz energética. (VILLALVA, 2012).
Quando instalado em uma região urbana e ligado diretamente à rede elétrica
de baixa tensão, o sistema fotovoltaico produz eletricidade a um custo muito
competitivo e pode ser empregado para reduzir a conta de eletricidade do consumidor.
Os sistemas fotovoltaicos tornam-se ainda mais vantajosos se considerarmos a
inflação do preço da energia elétrica. Uma residência ou empresa que instala um
sistema fotovoltaico em seu telhado fica imune aos aumentos de preços e garante o
abastecimento de eletricidade por pelo menos 25 anos, que é o tempo mínimo de vida
útil de um sistema fotovoltaico, e consegue pagar o investimento em poucos anos com
a energia produzida. (VILLALVA, 2012).
Além do aumento da disponibilidade de eletricidade e dos benefícios
ambientais do uso de uma fonte renovável, a inserção da energia solar fotovoltaica no
País vai impulsionar o desenvolvimento tecnológico, criar empregos e mover a
economia nacional. A massificação da micro e da minigeração de eletricidade com
sistemas fotovoltaicos conectados à rede vai criar empregos no desenvolvimento e na
fabricação de painéis fotovoltaicos, inversores eletrônicos e acessórios, além gerar
enorme demanda de profissionais no setor de serviços de instalação, manutenção e
treinamentos. (VILLALVA, 2012).

2.4 – A RESOLUÇÃO 482/12

Em abril de 2012 foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica


(ANEEL) a minuta da resolução normativa nº 482, que permite a microgeração e a
minigeração de energia elétrica a partir de fontes renováveis e alternativas com
sistemas de geração distribuída conectados às redes elétricas de baixa tensão. A
23

publicação desta resolução constitui um marco regulatório em nosso País,


beneficiando a população e obrigando as concessionárias de energia elétrica a
adaptar-se à entrada de sistemas de geração distribuída com fontes alternativas,
dentre elas a fotovoltaica, em suas redes de distribuição de baixa tensão. (VILLALVA,
2012).
A resolução nº 482 da ANEEL estabelece que cada cidadão brasileiro ou
empresa poderá ter em seu telhado uma usina fotovoltaica produzindo eletricidade
para a complementação do consumo próprio ou para a exportação de energia (neste
caso complementando a necessidade de energia de outra localidade, de acordo com
as regras da ANEEL). Em linhas gerais, a resolução estabelece as condições para o
acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de
energia elétrica e cria o sistema de compensação de créditos de energia elétrica para
autoprodutores de energia. (VILLALVA, 2012).
Em março de 2012, como resultado das discussões técnicas ocorridas na
comissão CE-03:082.01 do COBEI, foi publicada a norma técnica ABNT NBR IEC
62116:2012 sobre o procedimento de ensaio de anti-ilhamento para inversores
fotovoltaicos conectados à rede elétrica. (VILLALVA, 2012).
Em meados de 2012, iniciaram-se as primeiras discussões da comissão CE-
03:064.01 do COBEI sobre os procedimentos para a conexão dos sistemas
fotovoltaicos à rede elétrica, tratando dos sistemas de proteção, da especificação dos
elementos elétricos e outros aspectos relacionados à inserção desses sistemas nas
redes de distribuição de baixa tensão, em complementação à norma NBR 5410 para
sistemas elétricos. (VILLALVA, 2012).
São ainda incipientes no País os conhecimentos sobre a construção e a
operação de plantas de energia solar fotovoltaica conectadas à rede elétrica de
distribuição de baixa tensão. As normas publicadas recentemente e atualmente em
discussão trarão importantes esclarecimentos para consumidores, fabricantes de
equipamentos, instaladores e concessionárias de energia elétrica. (VILLALVA, 2012).
24

3 – CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOTAICOS

3.1 – HISTÓRIA DO EFEITO FOTOVOTAICO

Efeito fotovoltaico é o nome dado para a conversão da energia solar em


energia elétrica, fenômeno constatado por Edmond Bequerel em 1839. Foi observada
uma diferença de potencial nas extremidades de uma estrutura semicondutora,
quando incidia uma luz sobre ela (PALZ, 1981).
Segundo PALZ (1981), a primeira célula solar de eficiência razoável, de silício,
foi feita em 1954 por Pearson, Fuller e Chapin. Não foi coincidência que em 1954 foi
também o ano em que pela primeira vez foi desenvolvido um processo para a
purificação de monocristais de silício. Com base neste processo, não só o
desenvolvimento de células solares de silício, mas o impulso para a tecnologia do
transistor e a moderna indústria eletrônica tornou-se possível.
Desde 1954, vem sendo aperfeiçoada progressivamente a tecnologia da
célula de silício. As malhas de coleta foram usadas primeiramente em 1960. Pouco
depois disso, a difusão da camada n por meio de uma atmosfera de P2O5 (pentóxido
de fósforo), e posteriormente foi 23 introduzida a prática padrão. Através da década
de 1960, o rendimento das células solares de silício com iluminação AM1 permaneceu
entre 12 e 13%. A célula violeta de 16% de rendimento foi anunciada em 1972.
Finalmente, em 1974, uma célula de 18 a 19% de rendimento, chamada célula negra,
foi apresentada (PALZ, 1981).
Na concepção de NASCIMENTO (2004), outro agente impulsionador das
pesquisas dessa tecnologia para aplicações diversas, inclusive para complementação
do sistema elétrico existente, foi a crise do petróleo em 1973. A energia solar passou
a atrair o interesse do governo, com a possibilidade real do esgotamento das reservas
petrolíferas.
Mas o custo de produção das células era um fator preocupante em relação à
quantidade de energia produzida por ela. Era preciso reduzir o custo
significativamente. Por isso o desenvolvimento do mercado foi muito lento. Mas em
1978 a produção já chegava a um MWp/ano. Com o aumento da escala de produção
e a pesquisa de tecnologia em materiais usados na fabricação das células o custo e
o preço começaram a diminuir. Após quinze anos a produção já alcançava 60
MWp/ano (NASCIMENTO, 2004).
25

3.2 – A CÉLULA SOLAR

O efeito fotovoltaico é o fenômeno físico que permite a conversão direta da


luz em eletricidade. Esse fenômeno ocorre quando a luz, ou a radiação
eletromagnética do Sol, incide sobre uma célula composta de materiais
semicondutores com propriedades específicas. (VILLALVA, 2012).
A conversão direta da luz solar em energia elétrica é conseguida por meio de
painéis solares, constituídos de células solares, pelo processo de conversão
conhecido como efeito fotovoltaico. Deve-se sublinhar que este processo não
depende do calor, pelo contrário, o rendimento da célula solar cai quando sua
temperatura aumenta. Uma ilustração é proporcionada pelas células fotovoltaicas que
foram instaladas em 1980 no Pólo Sul, elas funcionaram perfeitamente bem, além de
terem gerado mais potência do que seria esperado para um clima temperado. Este
comportamento é explicado pelo fato de que os fótons da luz solar transferem sua
energia diretamente aos elétrons sem etapa térmica intermediária. (PALZ, 1981).
Consequentemente, as células solares não só são apropriadas para regiões
ensolaradas, mas também parecem promissoras para áreas em que outros tipos de
sistemas de energia solar parecem sem perspectivas, ainda mais naquelas partes da
região equatorial e zonas temperadas, que sofrem de baixa insolação. As células
solares continuam a operar com o mesmo rendimento sob o céu nublado, como sob
a luz direta do Sol. (PALZ, 1981).

3.3 – EFEITO VOLTAICO NO SILÍCIO

Segundo NASCIMENTO (2004), o silício apresenta-se normalmente como


areia. Através de métodos adequados obtém-se o silício em forma pura. O cristal de
silício puro não possui elétrons livres e, portanto, não é um bom condutor elétrico.
Para alterar isto se acrescentam porcentagens de outros elementos. Este processo
denomina-se dopagem. A dopagem do silício com o fósforo obtém-se um material com
elétrons livres ou materiais com portadores de carga negativa (silício tipo N).
Realizando o mesmo processo, mas agora acrescentado Boro ao invés
de Fósforo, obtém-se um material com características inversas, ou seja, falta de
elétrons ou material com cargas positivas livres (silício tipo P).
26

A Figura 7 mostra uma célula solar composta por uma camada fina de material
tipo N e outra com maior espessura de material tipo P (NASCIMENTO, 2004).

Figura 7 – Esquema das camadas de uma célula solar

Fonte: Nascimento, 2004.

Separadamente, ambas as capas são eletricamente neutras. Mas ao serem


unidas, na região P-N, forma-se um campo elétrico devido aos elétrons livres do silício
tipo N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P. Ao incidir luz sobre a célula
fotovoltaica, os fótons chocam-se com outros elétrons da estrutura do silício
fornecendo-lhes energia e transformando-os em condutores. Devido ao campo
elétrico gerado pela junção P-N, os elétrons são orientados e fluem da camada “P”
para a camada “N” (NASCIMENTO, 2004).
Por meio de um condutor externo, ligando a camada negativa à positiva, gera-
se um fluxo de elétrons (corrente elétrica). Enquanto a luz incidir na célula, manter-se-
á este fluxo.
A intensidade da corrente elétrica gerada irá variar na mesma proporção
conforme a intensidade da luz incidente. Uma célula fotovoltaica não armazena
energia elétrica, apenas mantém um fluxo de elétrons estabelecidos num circuito
elétrico enquanto houver incidência de luz sobre ela (Figura 5). Este fenômeno é
denominado “Efeito fotovoltaico”. (NASCIMENTO, 2004).
27

3.4 – TIPOS DE CÉLULA SOLAR

Basicamente, existem três tipos diferentes de células solares, que são


divididas da seguinte forma, segundo NASCIMENTO (2004):

3.4.1 – CÉLULAS MONOCRISTALINAS

Representam a primeira geração. O seu rendimento elétrico é relativamente


elevado (acima de 12%, podendo subir até cerca de 23% em laboratório), mas as
técnicas utilizadas na sua produção são complexas e caras. Por outro lado, é
necessária uma grande quantidade de energia na sua fabricação, devido à exigência
de utilizar materiais em estado muito puro e com uma estrutura de cristal perfeita. No
caso do silício as células são obtidas a partir de barras cilíndricas de silício
monocristalino produzidas em fornos especiais. As células são obtidas por cortes das
barras em forma de pastilhas finas (0,4 – 0,5 mm de espessura). A Figura 7 mostra
uma célula de silício monocristalina. (NASCIMENTO, 2004).

Figura 8 – Estrutura de uma célula de silício monocristalina.

Fonte: Nascimento, 2004.

3.4.2 – CÉLULAS POLICRISTALINAS

Têm um custo de produção inferior por necessitarem de menos energia no


seu fabrico, mas apresentam um rendimento elétrico inferior (entre 11% e 13%,
obtendo-se até 18% em laboratório). Esta redução de rendimento é causada pela
imperfeição do cristal, devido ao sistema de fabricação. Para o silício elas são obtidas
a partir de blocos de silício, oriundos da fusão de silício puro em moldes especiais.
28

Uma vez nos moldes, o silício esfria lentamente e solidifica-se. (NASCIMENTO, 2004).
Neste processo, os átomos não se organizam num único cristal. Forma-se
uma estrutura policristalina com superfícies de separação entre os cristais. A Figura 8
ilustra este tipo de célula. (NASCIMENTO, 2004).

Figura 9 – Estrutura de uma célula de silício policristalina.

Fonte: Nascimento, 2004.

3.4.3 – CÉLULAS DE SILÍCIO AMORFO

São as que apresentam o custo mais reduzido, mas em contrapartida o seu


rendimento eléctrico é também o mais reduzido (aproximadamente 5% a 8%, ou 13%
em laboratório). As células de silício amorfo são películas muito finas, o que permite
serem utilizadas como material de construção, tirando ainda o proveito energético. No
silício elas são obtidas por meio da deposição de camadas finas de silício sobre
superfícies de vidro ou metal. A Figura 9 apresenta a estrutura da célula de silício
amorfo. (NASCIMENTO, 2004).

Figura 10 –Estrutura de uma célula de silício amorfo.

Fonte: Nascimento, 2004


29

3.5 – MÓDULO, PLACA OU PAINEL FOTOVOLTAICO

A célula fotovoltaica é o dispositivo fotovoltaico básico. Uma célula sozinha


produz pouca eletricidade, então várias células são agrupadas para produzir painéis,
placas ou módulos fotovoltaicos. (VILLALVA, 2012).
Os módulos fotovoltaicos de silício cristalino normalmente encontrados no
mercado produzem entre 50 e 250 W de potência, apresentam tensões máximas de
até aproximadamente 37 V e podem fornecer em torno de 8 A de corrente elétrica.
(VILLALVA, 2012).
Os módulos de filmes finos são formados por uma célula única com as
dimensões do próprio módulo, em geral encontrados em potências em torno de 50 a
100 W. Esses módulos apresentam tensões de saída maiores, de até 70 V
aproximadamente, e são mais difíceis de empregar, pois suas correntes de saída são
pequenas e exigem um grande número de conjuntos em paralelo para alcançar a
produção de energia desejada. (VILLALVA, 2012).

Figura 11 – Componentes de um módulo fotovoltaico

Fonte: Villalva, 2012.


30

A Figura 11 mostra como é fabricado um módulo solar fotovoltaico típico. As


células e suas conexões elétricas são prensadas dentro de lâminas plásticas. O
módulo é recoberto por uma lâmina de vidro e por último recebe uma moldura de
alumínio. (VILLALVA, 2012).
Na parte traseira o módulo recebe uma caixa de conexões elétricas, à qual
são conectados os cabos elétricos que normalmente são fornecidos junto com o
módulo. Os cabos possuem conectores padronizados, que permitem a rápida conexão
de módulos em série. (VILLALVA, 2012).

3.5 – FUNCIONAMENTO E CARACTERÍSTICAS DOS MÓDULOS


FOTOVOLTAICOS COMERCIAIS

A seguir vamos entender o funcionamento dos módulos fotovoltaicos e


compreender as informações disponibilizadas pelos fabricantes nas folhas de dados
e catálogos.

3.5.1– CURVAS CARACTERÍSTICAS DE CORRENTE, TENSÃO E POTÊNCIA

De acordo com Villalva (2012), um módulo fotovoltaico não se comporta como


uma fonte elétrica convencional. O módulo fotovoltaico não apresenta uma tensão de
saída constante nos seus terminais. A tensão elétrica depende da sua corrente e vice-
versa.

Figura 12 – Curva característica I - V de corrente e tensão de um módulo fotovoltaico

Fonte: Villalva, 2012.


Figura 13 – Curva característica P - V de potência e tensão de um módulo fotovoltaico
31

Fonte: Villalva, 2012.

O ponto de operação do módulo fotovoltaico, ou seja, o valor da tensão e da


corrente nos seus terminais, depende do que está conectado aos seus terminais. Se
conectarmos um aparelho que demanda muita corrente, a tensão de saída do módulo
tenderá a cair. Por outro lado, se conectarmos uma carga que demanda pouca
corrente, a tensão do módulo será mais elevada, tendendo à tensão de circuito aberto.
(VILLALVA, 2012).
A relação entre a tensão e a corrente de saída de um módulo fotovoltaico é
mostrada na curva I - V da Figura 12. Todos os módulos fotovoltaicos possuem uma
característica semelhante. Para cada curva I - V existe uma curva P - V
correspondente, como a da Figura 13, que mostra como a potência do módulo varia
em função de sua tensão. (VILLALVA, 2012).
Observando a Figura 13, nota-se a presença de três pontos de destaque na
curva I - V: ponto de corrente de curto-circuito, ponto de máxima potência e ponto de
tensão de circuito aberto. (VILLALVA, 2012).
A corrente de curto-circuito é aquela que acontece quando colocamos em
curto-circuito os terminais do módulo. Nesta situação não existe tensão elétrica e a
corrente do módulo alcança o seu valor máximo. (VILLALVA, 2012).
A tensão de circuito aberto é aquela que medimos na saída do módulo quando
seus terminais estão abertos, ou seja, quando não existe nada ligado a ele. Esta é a
máxima tensão que o módulo pode fornecer. (VILLALVA, 2012).
32

3.5.2– CARACTERÍSTICAS DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS COMERCIAIS

Os fabricantes de módulos fotovoltaicos disponibilizam folhas de dados com


características elétricas, características mecânicas e outras informações relevantes
sobre os módulos.
A seguir vamos analisar detalhadamente as informações dessa folha.

Figura 14– Informações gerais do módulo fotovoltaico Bosch c-Si M60 EU 30117.

Fonte: Villalva, 2012.

A Figura 14 mostra informações gerais sobre o módulo, indicando inicialmente


as classes de potência existentes nesta família. Os fabricantes geralmente oferecem
módulos de potências próximas. Trata-se do mesmo produto, porém com ligeiras
variações na potência máxima de saída. (VILLALVA, 2012).
O modelo geral do módulo, neste exemplo, é o c-Si M60 e esse fabricante
disponibiliza os submodelos de 225 W, 230 W, 235 W, 240 W e 245 W. A sigla do
modelo indica que se trata de um módulo de silício cristalino (c-Si), com 60 células
monocristalinas (M60). (VILLALVA, 2012).
Em seguida a tabela apresenta informações relativas à estrutura e aos
materiais empregados na fabricação, quantidade de células existentes e dados sobre
a resistência mecânica. As informações disponibilizadas podem variar de um
fabricante para outro. (VILLALVA, 2012).
33

Figura 15 – Aspecto do módulo e desenho com cotas das dimensões

Fonte: Villalva, 2012.

Na parte de informações gerais da folha de dados também se encontram as


dimensões (largura, altura e espessura) do módulo, o peso, o tipo de material que
recobre o módulo (vidro, neste exemplo) e o tipo de conector disponível para as
conexões elétricas (VILLALVA, 2012).

3.5.3– CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS EM STC

De acordo com Villalva (2012) a sigla STC (Standard Test Conditions) refere-
se às condições padronizadas de teste do módulo. Todos os fabricantes de módulos
fotovoltaicos realizam testes nas mesmas condições, que são padronizadas por
organismos internacionais de certificação. Assim, é possível comparar módulos de
diversos fabricantes de acordo com os mesmos critérios. (VILLALVA, 2012).
A condição padrão de teste (STC) considera irradiância solar de 1000 W/m² e
a temperatura de 25ºC da célula solar. Esta condição é produzida em laboratório,
dentro de uma câmara climática que possui um sistema preciso de controle e medição
de iluminação e de temperatura. (VILLALVA, 2012).
34

A Tabela 3.3 mostra as características elétricas nestas condições para a


família de módulos Bosch c-Si M60. A seguir vamos entender o que significa cada
item especificado na tabela. (VILLALVA, 2012).

Figura 16 – Características elétricas em STC do módulo fotovoltaico Bosch c-Si M60

Fonte: Villalva, 2012.

A tensão de circuito aberto, simbolizada como VOC (OC = Open Circuit) na


literatura técnica internacional de sistemas fotovoltaicos, é o valor da tensão elétrica,
medida em volts [V], que o módulo fornece nos seus terminais quando estão abertos.
Em outras palavras, VOC é a tensão medida por um voltímetro quando não existe
nada ligado ao módulo ou quando não existe corrente elétrica circulando pelo módulo.
(VILLALVA, 2012).
A corrente de curto-circuito do módulo fotovoltaico, simbolizada como ISC (SC
= Short Circuit), medida em ampères (A), é a corrente elétrica que o módulo consegue
fornecer quando seus terminais estão em curto-circuito. (VILLALVA, 2012).
A tensão de máxima potência VMP é o valor da tensão nos terminais do
módulo quando fornece sua potência máxima na condição padronizada de teste. Ou
seja, é a tensão do módulo no ponto de máxima potência (VILLALVA, 2012).
Analogamente, a corrente de máxima potência é o valor da corrente nos
terminais do módulo quando fornece sua potência máxima na condição padronizado.
(VILLALVA, 2012).
A potência de pico é a máxima potência que o módulo pode fornecer na
condição padronizada de teste (STC). Ou seja, é o valor da potência no ponto de
máxima potência mostrado nas curvas I - V e P – V. (VILLALVA, 2012).
O valor da máxima potência corresponde à multiplicação da corrente de
35

máxima potência (IMP) pela tensão de máxima potência (VMP). (VILLALVA, 2012).
A especificação de resistência à corrente inversa fornecida pelo fabricante diz
respeito à corrente elétrica que o módulo pode suportar no sentido contrário, ou
seja, a corrente que entra em seu terminal positivo e sai pelo seu terminal negativo.
(VILLALVA, 2012).

Figura 17 – Polaridade da corrente do módulo fotovoltaico em operação normal

Fonte: Villalva, 2012.

Em operação normal, o módulo fotovoltaico é um fornecedor de energia,


portanto o sentido normal da corrente elétrica é saindo do terminal positivo e entrando
pelo terminal negativo, como mostra a Figura 17. (VILLALVA, 2012).

Figura 18 – Módulo fotovoltaico recebendo corrente no sentido inverso


36

Fonte: Villalva, 2012.

A Figura 18 mostra o que acontece quando dois módulos estão conectados


em paralelo e um deles recebe menos radiação solar do que o outro. O módulo
iluminado fornece corrente elétrica para o módulo escurecido, forçando a corrente no
sentido da polaridade inversa, ou seja, entrando pelo terminal positivo e saindo pelo
negativo. (VILLALVA, 2012).

3.5.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS EM NOTC

A folha de dados do módulo fotovoltaico também fornece a tabela de


características elétricas na condição de NOCT, que representa a temperatura normal
de operação da célula (NOCT= Normal Operation Cell Temperature). (VILLALVA,
2012).
A tabela indica as tensões, correntes e potências do módulo em condições
reais de operação, com temperatura da célula de 48,4oC e taxa de radiação solar de
800 W/m². (VILLALVA, 2012).
Os valores obtidos na condição de NOCT são mais próximos do
funcionamento real do módulo fotovoltaico e mostram quanta energia ele realmente
vai produzir. (VILLALVA, 2012).

Figura 19 – Características elétricas em NOCT do módulo fotovoltaico Bosch c-Si M60


37

Fonte: Villalva, 2012.

O valor de 48,4ºC foi adotado pelos fabricantes e pelos organismos


internacionais de normatização e certificação, pois esta é a temperatura média de uma
célula solar quando a temperatura do ar é de 20ºC. Na realidade a temperatura pode
ser maior ou menor, variando de um tipo de célula para outro, mas este valor foi
adotado mundialmente como referência para os testes em NOCT cujos resultados são
indicados nas folhas de dados. (VILLALVA, 2012).

3.5.5 – CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS

As características térmicas indicadas pela folha de dados mostram como o


módulo se comporta diante de variações de temperatura.

Figura 20 – Características térmicas do módulo fotovoltaico Bosch c-Si M60

Fonte: Villalva, 2012.

Na Tabela 3.5 a primeira informação é sobre a faixa de temperatura de


operação, de -40ºC a 85ºC, na primeira linha.
38

Em seguida é apresentado o coeficiente de temperatura de potência, que


mostra a redução de potência (em porcentagem) para cada grau de aumento de
temperatura.
A terceira linha da tabela mostra o coeficiente de temperatura de tensão, que
indica a redução da tensão de saída do módulo (em porcentagem) para cada grau de
aumento de temperatura.
Por último a tabela indica o coeficiente de temperatura de corrente, que mostra
quanto a corrente aumenta (em porcentagem) para cada grau de aumento de
temperatura.

3.6 – CONJUNTOS OU ARRANJOS FOTOVOLTAICOS

Os sistemas fotovoltaicos podem empregar um grande número de módulos


conectados em série ou em paralelo para produzir a quantidade de energia elétrica
desejada. (VILLALVA, 2012).
Um agrupamento de módulos é denominado arranjo ou conjunto fotovoltaico.
Na literatura em língua inglesa encontra-se o termo array para definir um conjunto
de módulos. (VILLALVA, 2012).
Conjuntos de módulos em paralelo são comuns em sistemas fotovoltaicos
autônomos, que operam com tensões baixas. Os conjuntos de módulos em série
recebem o nome de strings. Este termo é empregado com muita frequência no estudo
de sistemas fotovoltaicos conectados à rede a esses sistemas. (VILLALVA, 2012).

3.6.1 – CONEXÃO DE MÓDULOS EM SÉRIE

Quando os módulos são conectados em série, conforme visto na Figura 3.30,


a tensão de saída do conjunto corresponde à soma da tensão fornecida por cada um
dos módulos. A corrente que circula pelo conjunto é a mesma em todos os módulos.
(VILLALVA, 2012).
39

Figura 21 – Conjunto de módulos em série

Fonte: Villalva, 2012.

Figura 22 – Característica I - V de um conjunto de dois módulos em série

Fonte: Villalva, 2012.

A Figura 3.31 ilustra a característica I – V de um conjunto de dois módulos em


série. O formato da curva do conjunto é semelhante ao da curva de um único módulo.
A tensão de circuito aberto do conjunto (2 x VOC) é a soma das tensões de circuito
40

aberto dos módulos individuais (VOC) e a corrente de curto-circuito (ISC) é igual à


corrente de um módulo individual. (VILLALVA, 2012).

3.6.1 – CONEXÃO DE MÓDULOS EM PARALELO

Figura 23 – Conjunto de módulos em paralelo

Fonte: Villalva, 2012.

Figura 24 – Característica I - V de um conjunto de dois módulos em paralelo

Fonte: Villalva, 2012.


41

Quando módulos são conectados em paralelo, conforme visto na Figura 3.30,


a tensão de saída do conjunto é a mesma tensão fornecida por um módulo individual.
Por outro lado, a corrente fornecida pelo conjunto é a soma das correntes dos módulos
do conjunto. (VILLALVA, 2012).

A Figura 3.32 ilustra a característica I - V de um conjunto de dois módulos em


paralelo. O formato da curva do conjunto é semelhante ao da curva de um único
módulo. A tensão de circuito aberto do conjunto (VOC) é a mesma tensão de um
módulo individual (VOC), mas a corrente de curto-circuito da curva resultante (2 x ISC)
é o dobro da corrente de um módulo individual. (VILLALVA, 2012).

3.6.1 – CONEXÃO DE MÓDULOS EM SÉRIE E PARALELO

Quando módulos são conectados em série e depois em paralelo, conforme


visto na Figura 3.30.
42

Figura 25 – Característica I - V de um conjunto de quatro módulos em série e em


paralelo.

Fonte: Villalva, 2012.

A tensão de saída e a corrente fornecida pelo conjunto são somadas, como


se observa na curva I - V resultante do conjunto mostrada na Figura 3.33.

3.6.1 – SOMBREAMENTO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

Um módulo fotovoltaico sujeito a uma sombra causada por um obstáculo pode


deixar de produzir energia mesmo se apenas uma de suas células estiver recebendo
pouca luz. (VILLALVA, 2012).
A intensidade da corrente elétrica de uma célula fotovoltaica é diretamente
proporcional à intensidade da radiação que incide sobre ela. Se uma célula tiver pouca
ou nenhuma luz, sua corrente torna-se muito pequena ou nula. (VILLALVA, 2012).
Por estarem conectadas em série, as células de um módulo fotovoltaico
dependem umas das outras para produzir corrente. O efeito do sombreamento é
bastante prejudicial aos sistemas fotovoltaicos. A localização dos módulos
fotovoltaicos deve ser cuidadosamente escolhida para que não ocorram sombras
sobre suas superfícies. (VILLALVA, 2012).
43

O efeito do sombreamento acontece quando uma ou mais células recebem


pouca ou nenhuma luz, impedindo a passagem da corrente elétrica das outras células.
O mesmo efeito acontece em módulos conectados em série. Se um dos módulos de
um conjunto estiver recebendo menos luz do que os demais, a corrente elétrica de
todo o conjunto é reduzida e consequentemente o sistema produz menos energia.
(VILLALVA, 2012).
Vamos entender o efeito do sombreamento analisando inicialmente a Figura
3.34, que ilustra uma fileira de células conectadas em série, representando um módulo
fotovoltaico. Neste caso todas as células recebem a mesma quantidade de luz e a
corrente elétrica flui normalmente pelos terminais do módulo. (VILLALVA, 2012).
Figura 26 – Módulo fotovoltaico: funcionamento normal.

Fonte: Villalva, 2012.

Na Figura 3.35 o mesmo conjunto tem a passagem de luz de uma das células
obstruída. Como a corrente elétrica da célula fotovoltaica depende da quantidade de
luz, a corrente produzida pela célula obstruída é muito pequena ou zero. O problema
neste caso é que a célula que produz pouca corrente acaba limitando a corrente das
outras células, pois estão ligadas em série. Desta forma o funcionamento de todo o
módulo pode ser prejudicado apenas por uma obstrução de luz causada por uma
pequena sombra. Isso é muito comum nos sistemas fotovoltaicos instalados perto de
prédios, árvores e outros obstáculos que podem prejudicar a passagem da luz.
(VILLALVA, 2012).

Figura 27 – Módulo fotovoltaico com sombra em uma célula (sem diodo de by-pass)
44

Fonte: Villalva, 2012.

Para minimizar o efeito do sombreamento nos módulos fotovoltaicos, os


fabricantes adicionam diodos de bypass (ou de passagem) ligados em paralelo com
as células. O ideal seria existir um diodo para cada célula do módulo, mas isso teria
um custo muito alto e tornaria difícil a fabricação dos módulos. Os fabricantes usam
um diodo para um grupo com um certo número de células, como mostra a Figura 3.36.
(VILLALVA, 2012).

Figura 28 – Módulo fotovoltaico com sombra em uma célula (com diodo de by-pass)

Fonte: Villalva, 2012.

Com o uso do diodo de bypass, mesmo que uma das células esteja escurecida
e produzindo pouca corrente, as outras células do módulo podem continuar
produzindo corrente, pois a corrente da célula problemática é desviada pelo diodo em
paralelo. Não é uma solução ideal, mas melhora a produção de energia do módulo
fotovoltaico em caso de sombreamento ou escurecimento parcial de suas células.
(VILLALVA, 2012).
45

3.6.1 – CONEXÕES ELÉTRICAS

Os módulos fotovoltaicos comerciais apresentam uma caixa de conexões,


geralmente denominada caixa de junção, em sua parte traseira.
A caixa de junção recebe os terminais das conexões elétricas das células
fotovoltaicas e aloja os diodos de bypass do módulo. Na parte externa, os cabos
elétricos de conexão do módulo são conectados à caixa de junção através de dois
conectores externos, que podem ser vistos na Figura 3.38.

Figura 29 – Caixa de junção, com conexões e diodo by-pass

Fonte: Villalva, 2012.

As caixas de conexões dos módulos fotovoltaicos comerciais normalmente


são seladas e resinadas e o usuário não tem acesso ao seu conteúdo.
O acesso à eletricidade do módulo fotovoltaico dá-se através de dois cabos
elétricos conectados à caixa de junção e com terminais elétricos padronizados para
sistemas fotovoltaicos. Os cabos elétricos geralmente são fornecidos pelos
fabricantes junto com os módulos.
Na prática a conexão de módulos fotovoltaicos em série é feita com os
conectores que já são fornecidos com os módulos, bastando conectar o terminal
positivo de um módulo ao terminal negativo do outro. As conexões em paralelo são
feitas com conectores auxiliares ou com caixas de strings (string boxes), que serão
abordadas posteriormente. (VILLALVA, 2012).

Figura 30 – Família de conectores MC4.


46

Fonte: Villalva, 2012.

Na Figura 3.41 são apresentados conectores auxiliares que permitem a


ligação de módulos fotovoltaicos em paralelo. São ideais para pequenos sistemas
fotovoltaicos e permitem dispensar a confecção de um quadro elétrico para conexões
entre vários módulos paralelos. (VILLALVA, 2012).

Figura 31 – Família de conectores MC3.

Fonte: Villalva, 2012.


A Figura 3.42 ilustra conectores com funções semelhantes às dos conectores
47

mostrados anteriormente, porém estes são da família MC3, que tende a desaparecer
do mercado, pois atualmente os conectores MC4 tornaram-se o padrão da indústria
fotovoltaica. Os conectores MC3 não possuem sistema de travamento para impedir a
interrupção acidental das conexões elétricas. (VILLALVA, 2012).

4 – ESTUDO DE CASO

4.1 – OBJETO DE ESTUDO

A residência do Senhor José Gomes dos Santos, será objeto de estudo deste trabalho
de conclusão de curso. A residência fica localizada em Lauro de Freitas/Ba. O objeto
de estudo, possui um consumo médio mensal de 175,25 KW/h em uma rede bifásica
de 127 v. A figura 32 mostra o histórico de consumo dos últimos 12 meses.

Figura 32 – Histórico de consumo dos últimos 12 meses.


48

Fonte: Coelba, 2016.

Considerando futuras ampliações na estrutura da rede elétrica da residência


estudada, levaremos em conta uma margem de folga de 30% e, relação a média
consumida mensalmente, assim teremos um valor de 228 KW/h.

4.2 – LEVANTAMENTO DA RADIAÇÃO SOLAR

Para o cálculo da radiação solar diária média mensal, foi utilizado o programa
Sundata disponível no site do CRESESB. Esse programa fornece através das
coordenadas geográficas do local em análise um valor para radiação diária média em
kWh/m².dia. De acordo com o site geógrafos.com.br, a cidade de Lauro de Freitas
está localizada na latitude 12º 53' 40" S e longitude 38º 19' 38" W, porém o programa
não fornece os dados para essas coordenadas, mas sim para a cidade de Salvador,
sendo elas cidades vizinhas, como podemos ver na Figura 13.

Figura 33 – Tabela com radiação diária média

Fonte: CRESESB – Sundata, 2016.

Figura 34 – Gráfico da radiação diária média


49

Fonte: CRESESB – Sundata, 2016.

Com isso, para um melhor aproveitamento adotaremos um ângulo de


instalação dos painéis igual ao da latitude de 13º e virados para o Norte, onde a
radiação solar média é de 5,29 kWh/m².dia ou 5290 Wh/m².dia. Nesse caso, o número
de horas de Sol Pleno é de 5,29 h/dia.

4.3 – DIMENSIONAMENTO DOS PAINÉIS SOLARES

Conhecendo-se o modelo de módulo que será utilizado, deve-se determinar a


quantidade de energia produzida pelo painel na localidade em que será instalado.
Como os sistemas conectados à rede sempre dispõem de um sistema de
MPPT, o método adequado é aquele baseado na insolação diária, ou seja, no valor
do quilowatt-hora por metro quadrado diário [kWh/m²/dia] disponível em uma
determinada localidade. Conhecendo-se a área do módulo e a sua eficiência, calcula-
se com facilidade a energia elétrica por ele produzida diariamente. Para saber a
produção mensal, basta multiplicar por 30 o valor diário obtido.
O módulo a ser utilizado será o modelo Bosch Solar Module c-Si M 60 17
M240 3BB.
A energia produzida pelo módulo fotovoltaico é calculada pela seguinte
fórmula (1):

Ep = Es × Am × ηm (1)
50

Sendo,

Ep = Energia produzida pelo módulo diariamente [Wh]


Es = Insolação diária [Wh/m²/dia]
Am = Área da superfície do módulo [m²]
ηm = Eficiência do módulo

Substituindo os valores em na fórmula 1, temos:

Ep = 5290 x 1,64 x 14,6% = 1266 Wh ou 1,266 kWh

Mas precisamos saber o quanto esse modelo produz mensalmente, para isso
basta multiplicarmos por trinta o valor diário, ou seja, mensalmente teremos o total de
37,980 Wh ou 37,98 kWh.
De posse das informações calculadas anteriormente, e já sabemos o modelo
escolhido, podemos calcular a quantidade de painéis a serem usados, para isso
podemos usar a fórmula (2).

Np = ESistema/ EMódulo (2)

Sendo:

Np = Número de módulos da instalação fotovoltaica


ESistema = Energia produzida pelo sistema [kWh] no intervalo de tempo
considerado
Emódulo = Energia produzida por um módulo [kWh] no mesmo intervalo de
tempo

Então teremos:

Np = 228 / 38 = 6 Módulos

4.3 – DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR


51

No sistema que estamos dimensionando, determinamos que para produzir a


energia necessária vamos precisar de 6 módulos.
Verificando a folha de dados do fabricante, vemos que a tensão de circuito
aberto dos módulos em STC é: VOC = 36,7V.
Com 6 módulos ligados em série tem-se: VOC,STRING = 6 × 36,7 = 220,2 V.
Considerando um fator de segurança empírico de 10%, a tensão máxima na
saída do string será : VOC,STRING = 220,2 V × 1,1 = 242,22 V.
O string com 6 módulos de 240 W fornecerá uma potência máxima ou de
pico igual a 6 × 240 W = 1440 W ou 1,44 kW em STC.
No catálogo do fabricante Santerno encontra-se o modelo M PLUS 2600 E,
que suporta até 2,4 kW em sua entrada de corrente contínua, sendo adequado para
este projeto.

4.4 – CONECTAR A REDE ELÉTRICA DA COMPANHIA DE ELETRICIDADE

Para conectar a rede elétrica, o usuário do estudo de caso precisará fazer


uma solicitação e atender alguns requisitos da companhia de energia elétrica de sua
cidade, no caso a COELBA.

Figura 35 –Etapas de acesso de Microgeradores ao Sistema de Distribuição da Coelba


52

Fonte: COELBA, 2014.

A companhia dispõe em seu sítio na internet passo-a-passos. Neste caso


iremos seguir a norma de Conexão de Microgeradores ao Sistema de Distribuição em
Baixa Tensão que está disponível no anexo deste trabalho.

Para um melhor desenvolvimento, recomendamos o mínimo de 3 (três) capítulos que


poderão ser subdivididos em partes menores, podendo ser chamados de capítulo,
itens (divisões secundárias) subitens (divisões terciárias, tópicos e subtópicos).
53

Salientamos que cada nível deverá ser recheado de citações diretas e indiretas,
gráficos, figuras e tabelas. Tudo de acordo com o seu projeto de pesquisa.
Abaixo, veja o modelo de divisão de um capítulo. Destacamos que todos os capítulos
devem iniciar na página subsequente e seguir essa tabulação e formatação:

2 - TÍTULO CAPÍTULO 1
2.1 - TÍTULO NÍVEL 2 – SEÇÃO SECUNDÁRIA
2.1.1 - Título nível 3 – Seção Terciária
2.1.1.1 - Título nível 4 – Seção Quaternária
2.1.1.1.1 - Título nível 5 – Seção Quinária
2.2 - TÍTULO SUBTÓPICO
2.3 - TÍTULO SUBTÓPICO

Na sequência seguem exemplos de exposição de GRÁFICO, FIGURA, TABELA,


QUADRO, caso sejam utilizados na pesquisa. Lembre-se que cada um destes
elementos deve ser apresentado também no seu texto.
EXEMPLO DE TEXTO: No gráfico 1 é apresentada uma pesquisa de faixa etária sobre
o tema.

1.1 EXEMPLO DE GRÁFICO

GRÁFICO 1 – FAIXA ETÁRIA


54

4% 4% 8%

De 18 a 25 anos
De 26 a 35 anos
De 36 a 45 anos
De 46 a 55 anos
36% Acima de 56 anos

48%

Fonte: Da pesquisa (2007)

ATENÇÃO: Nunca finalize um tópico ou subtópico com uma figura. É preciso um


parágrafo que finalize ou conclua o assunto abordado.

1.2 EXEMPLO DE FIGURA

Figura 1 – Hierarquia das necessidades humanas


55

Trabalho criativo e desafiante


Auto-Realização

Estima Responsabilidade por resultados

Sociais Amizade dos colegas

Segurança Condições seguras de trabalho

Necessidades Fisiológicas Conforto físico

Fonte: Chiavenato (1994, p. 170)

1.3 EXEMPLO DE QUADRO

Quadro 1 – Níveis do trabalho monográfico

Trabalho monográfico
Nível acadêmico Subnível Título
Escrito Apresentação
Bacharel
Graduação Não há Obrigatório Obrigatório
Licenciado
Lato sensu
- Especialização Especialista Obrigatório Facultativo

Stricto sensu
Pós-Graduação
- Mestre
- Mestrado
- Doutor Obrigatório Obrigatório
- Doutorado
- Livre-docente
- Livre-docente

Fonte: Silveira (2012, p. 30)

1.4 EXEMPLO DE TABELA

Tabela 1 – Atitudes perante os direitos civis

RESULTADOS FAVORÁVEIS CLASSE MÉDIA CLASSE TRABALHADORA


AOS DIREITOS CIVIS N % N %
ALTO 11 55 15 75
MÉDIO 6 30 3 15
BAIXO 3 15 2 10
TOTAL 20 100 20 100
Fonte: Mazzini (2006, p. 75)

É importante salientar que a fonte da tabela deve ser apresentada rente à sua margem
esquerda, conforme recomendação do IBGE (1993).
56

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A conclusão deverá ser escrita com suas próprias palavras. Você deve apresentar os
resultados obtidos com a pesquisa, respondendo ao “problema” proposto e aos
objetivos traçados. Se ao longo do trabalho foram feitas perguntas, você deverá
respondê-las primeiro.
Na sequência, faça uma síntese de cada capítulo, chegando sempre a uma conclusão
do problema trazido ou uma comparação dos autores utilizados.
Por fim, verifique se atingiu os objetivos específicos e gerais do trabalho.
Lembre-se, nenhuma nova informação deve ser trazida neste momento, limita-se aos
dados e informações já apresentados.
57

REFERÊNCIAS

A referência deve conter exatamente essa ordem e sequência:

SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de


Publicação.

CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA. Manual de engenharia para


sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro, CRESESB, 1999. 204p.

PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. São Paulo: Editora Hemmus,
1981. 358 p.

NASCIMENTO, Cássio Araújo do. Princípio de funcionamento da célula


fotovoltaica. 2004. 23 f. Monografia (Especialização em Fontes Alternativas de
Energia) – Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras, Minas
Gerais, 2004. Disponível em:
http://www.solenerg.com.br/files/monografia_cassio.pdf. Acesso em: 22 ago.2016.

VILLALVA, Marcelo Gradella. Energia solar fotovoltaica: conceitos e aplicações


Marcelo Gradella Villalva, Jonas Rafael Gazoli -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2012.

SANTERNO: catálogo de inversores. Disponível em:


http://www.santerno.com/fileadmin/user_upload/pdf/Catalogues/Solar/Santerno_Cata
logo_Solar.pdf. html. Acesso em 15 out. 2016.

BOSCH: painel solar. Disponível em: http://www.solarchoice.net.au/blog/wp-


content/uploads/Bosch-Solar-Module-c-Si-M-60-S-Australia.pdf. Acesso em 15 out.
2016.

COELBA: normas de conexão na rede elétrica. Disponível em:


http://www.coelba.com.br. Acesso em 20 out. 2016.
58

APÊNDICES

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados

Caso haja apêndices eles deverão ser inseridos nesta ordem e cada um em
uma página.
59

ANEXOS

ANEXO A – Título do anexo

Caso haja anexos eles deverão ser inseridos nesta ordem e cada um em uma
página.

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