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DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
VITÓRIA
2012
Atualmente, na reflexão filosófica brasileira, uma nova orientação do filosofar vem
tomando forma: a arqueogenealogia. Fundamenta-se “basicamente numa proposta
de se ampliar o território da reflexão filosófica, até então limitado ao universo da
razão pura”.
Assim, para que aconteça essa ruptura com a modernidade se faz necessário a
superação de três forças que aprisionam a subjetividade: a filosofia, a ciência e a
religião.
"O sujeito não é mais cogito puro, ele será agora sensibilidade desejante que se
constitui a partir de um núcleo inconsciente, enérgico libidinal." (SEVERINO. 1999,
p.198). Temos aqui uma tarefa arqueológica, de pesquisa que tem por objetivo
liberar do inconsciente humanos forças latentes que nele encontram-se escondidas,
essas são forças que se opõe ao cogito cartesiano, são potências desejastes que
respondem pela expressão do modo de ser do homem. Assim, seriam valorizados
no homem a inventividade da sua imaginação, os aforismos, a linguagem poética,
etc. Outra supressão visada pelo projeto seria a concepção positivista da existência
de um principio regulador, e com ela qualquer referencia a um progresso, evolução
ou aperfeiçoamento da humanidade.
Nietzsche entra com a crítica radical que fez a cultura ocidental contemporânea,
onde atribui toda carga de desumanização e seus elementos racionalistas
iluministas apropriados pelo cristianismo. Aqui procedemos com uma análise
genealógica da racionalidade técnico-cientifica, mostrando que a cultura ocidental
precisa ser repensada a partir da vontade de potência, para que não seja mais a
razão pura quem dite as regras, mas que possamos reconstruir nossa cultura a partir
da sensibilidade criadora da atividade estética, ou seja, na arte, pois segundo
Nietzsche, essa é muito superior ao puro saber racional.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. “Não vou ver as competições...”. Folha de S. Paulo. Edição 498. São
Paulo, 2008