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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS

Julliana Melo Pinheiro de Araújo

CASA DE QUÍMICA:
DIMENSIONAMENTO PARA UMA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE PEQUENO PORTE

Recife – PE
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS

Julliana Melo Pinheiro de Araújo

CASA DE QUÍMICA:
DIMENSIONAMENTO PARA UMA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE PEQUENO PORTE

Trabalho apresentado a Disciplina Técnicas


Experimentais em Engenharia Sanitária e
Ambiental I, do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil – Área de Tecnologia
Ambiental e Recursos Hídricos, ministrada
pelo Prof. Dr. Mário Kato.

Recife – PE
2013
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................4

2. CONSIDERAÇÕES DE PROJETO ..........................................................................5


2.1. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA:...................................................................5
2.2. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DO MANANCIAL DE CAPTAÇÃO .........6
2.3. PRODUTOS QUÍMICOS E DOSADORES UTILIZADOS....................................7

3. RECOMENDAÇÕES NORMATIVAS (NBR 12216/1992).........................................8

4. MEMORIAL DE CÁLCULO ....................................................................................10


4.1. SULFATO DE ALUMÍNIO .................................................................................10
4.1.1. DOSAGEM .................................................................................................10
4.1.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO .....................11
4.2. CAL HIDRATADA..............................................................................................12
4.2.1. DOSAGEM .................................................................................................12
4.2.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO .....................13
4.3. FLUORSILICATO DE SÓDIO ...........................................................................14
4.3.1. DOSAGEM .................................................................................................14
4.3.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO .....................15
4.4. CLORO GASOSO .............................................................................................16
4.4.1. DOSAGEM .................................................................................................16
4.4.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO .....................17

5. LAYOUT DA CASA DE QUÍMICA ..........................................................................19


5.1. PLANTA BAIXA .................................................................................................19
5.2. CORTE AA’ .......................................................................................................20

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................21

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................22
4

1. INTRODUÇÃO

A utilização de produtos químicos nas estações de tratamento de água gerou a


demanda de um local para o armazenamento e a dosagem destes produtos, a casa de
química. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1992) define casa de
química como “uma área ou conjunto de dependências da ETA que cumpre as funções
auxiliares, direta ou indiretamente ligadas ao processo de tratamento, necessárias à
sua perfeita operação, manutenção e controle”.
O projeto de casa de química deve considerar a topografia do local, o processo
de tratamento utilizado na estação, os materiais existentes na região, as condições
climáticas, o projeto paisagístico e urbano da região além de aspectos culturais, sendo
assim um projeto multidisciplinar (VIANNA, 1994). No entanto, este trabalho tem como
objetivo dimensionar a casa de química de uma Estação de Tratamento de Água (ETA)
do tipo convencional, considerando apenas os aspectos sanitários, ou seja, a dosagem
de produtos químicos e layout da instalação considerando as restrições de
funcionamento e armazenamento.
5

2. CONSIDERAÇÕES DE PROJETO

2.1. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA:

a) Captação e adução:
O tratamento da água começa na sua captação, sendo determinante para a
qualidade e a quantidade da água. Determina também a regularidade no fornecimento,
função crucial no abastecimento considerando o regime climático brasileiro, que
impõem aos corpos d’água grandes variações de vazão, de velocidade e de nível ao
longo do ano (BRASIL, 2006).
A captação de água será realizada em um manancial superficial perene. Para
controlar grandes variações de vazão, será utilizada uma barragem, visando garantir o
nível mínimo da água e o bom funcionamento da captação e das bombas. A tomada de
água será lateral e a adução se dará por recalque em tubulação de ferro fundido dúctil.

b) Tratamento:
O tratamento será do sistema utilizará o processo convencional completo,
contemplando as seguintes seis etapas consecutivas: mistura rápida, floculação,
decantação, filtração, desinfecção e fluoretação.

Figura 1 - Esquema de uma estação de tratamento de água (OLIVEIRA et al, 2004)


6

O tratamento da água depende diretamente da quantidade, da qualidade e do


uso da água e pode fazer uso de processos físicos, químicos ou bioquímicos,
destinados à clarificação (remoção de cor e turbidez), à desinfecção (destruição de
microorganismos presentes na água), ou específicos em relação às impurezas
(FIGUEIRÊDO, 2004). Tais processos utilizarão produtos químicos especificados a
seguir.

c) Vazão nominal de projeto:


A ETA terá capacidade para tratar uma vazão nominal (Qn) de 150L.s-1.

2.2. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DO MANANCIAL DE CAPTAÇÃO

A Resolução 357 do CONAMA traz a classificação para mananciais superficiais e


os usos associados a cada classe. Para as águas doces, essa classificação se dá
conforme o esquema a seguir:

Figura 2 - Usos das águas para mananciais de águas doces (ANA, 2009)
7

Para o tipo de tratamento utilizado, considera-se que após estudo ambiental


identificou-se, a condição de qualidade da água mais desfavorável do manancial, ou
seja, a classe II, que terá seus parâmetros limite adotados como referência nesse
projeto conforme a tabela um abaixo.

Tabela 1 - Características qualitativas do manancial - Classe II (CONAMA, 2005)


Parâmetro Valor utilizado
Turbidez 75uNT
pH 7,5
Cor 60mgPt.L-1
UNT – Unidade Nefelométrica de Turbidez
mg Pt/L – Miligrama de Platina por litro

2.3. PRODUTOS QUÍMICOS E DOSADORES UTILIZADOS

Na estação de tratamento serão utilizados os seguintes produtos químicos:


Cal hidratada para correção do pH da água bruta e tratada;
Sulfato de alumínio sólido para a etapa de coagulação;
Cloro gasoso para a etapa de desinfecção;
Fluorsilicado de sódio para a etapa de fluoretação.
A Tabela 2 apresenta as características comercias dos produtos químicos
usualmente encontrados no mercado brasileiro e o tipo de dosador utilizado para cada
produto.

Tabela 2 – Características comerciais dos produtos químicos


Impureza
Produto Químico Composição Típica Dosadores
(%)
Dosagem a seco:
Cal Hidratada Ca(OH)2 10
Dosador volumétrico
Sulfato de Alumínio Dosagem a seco:
Al2(SO4)3 .14,3H2O 10
Hidratado Dosador volumétrico
Dosagem a seco:
Fluorsilicato de sódio Na2SiF6 10
Dosador volumétrico
Cloro gasoso
Pré-desinfecção Cl2 10 Clorador
Pós-desinfecção
8

3. RECOMENDAÇÕES NORMATIVAS (NBR 12216/1992)

Segundo a NBR 12216 (ABNT, 1992), as partes constituintes da casa de química


(depósito de produtos químicos, locais para preparo dos produtos químicos, locais para
instalação dos dosadores de produtos químicos e para carga dos dosadores a seco,
laboratório de controle operacional; centro de controle de operação, serviços
administrativos e serviços auxiliares) devem ser agrupadas em um mesmo edifício.
A circulação interna entre os cômodos deve ser cuidada de modo a evitar
passagens obrigatórias através de recintos que devem ser resguardados.

a) Alojamento:
 O alojamento de pessoal na casa de química é permitido apenas em caráter
temporário. Caso haja necessidade de alojamento permanente, deve-se prever
uma construção própria ligada diretamente à casa de química ou a outra parte
da ETA, com disposição tal que atenda aos aspectos funcionais dos trabalhos
de operação e o inter-relacionamento das diferentes partes.

b) Depósito de produtos químicos:


 O depósito de produtos químicos deve ter o piso situado na cota da área de
estacionamento dos carros transportadores, devendo ser prevista uma
plataforma com largura mínima de 1,50 m destinada ao recebimento dos
produtos químicos.
 Cada depósito deve ter porta com largura mínima de 0,80 m abrindo-se para o
interior da casa de química. A área do depósito deve permitir o livre acesso
entre as pilhas de sacarias, com ventilação conveniente para evitar excesso de
umidade.
 A altura máxima para armazenamento de produtos ensacados é de 1,80 m. No
caso de uso de empilhadeira mecânica, a altura máxima pode ser de até 3,0 m.
 Em ETA’s com capacidade inferior a 10.000 m3.dia-1, deve ser previsto
armazenamento para período mínimo de 30 dias, e em ETA’s situadas em
9

locais distantes dos centros produtores, o armazenamento deve levar em conta


as dificuldades para compra e transporte do produto.
 Os dosadores devem ser instalados de modo que possam ser facilmente
removidos para a realização de trabalhos de manutenção.
 Os locais para preparo dos produtos químicos dosados por via úmida devem
situar-se próximos aos seus depósitos.
 Canalizações e dutos conectados aos dosadores devem ser dispostos de modo
a guardar sua integridade e não prejudicar a movimentação de pessoal.
 Canalizações, dutos, conexões, válvulas e peças afins, em contato com produtos
químicos, devem ser de material resistente a estes produtos e não devem
transmitir toxicidade à água.
10

4. MEMORIAL DE CÁLCULO

Para determinação da concentração dos produtos químicos utilizados e das


dimensões dos equipamentos e locais existentes foram realizados os seguintes
cálculos:

4.1. SULFATO DE ALUMÍNIO

4.1.1. DOSAGEM

A quantidade de sulfato de alumínio a ser aplicada na água é determinada


experimentalmente pelo ensaio de floculação ou teste de jarros (Jar test). Para esse
projeto, foi utilizada como referência a estimativa de Hazem para a determinação da
concentração de sulfato de alumínio em águas turvas (LEME, 1990).
Para uma turbidez de 75 UNT, a concentração de sulfato de alumínio será (𝐶𝑖 ):

60 − 75 60 − 80 21 ∙ (60 − 80) − (21 − 22) ∙ (60 − 75)


= → 𝐶𝑖 =
21 − 𝐶𝑖 21 − 22 60 − 80
𝐶𝑖 = 21,75𝑚𝑔. 𝐿−1

Considerando que o sulfato de alumínio comercial é hidratado, torna-se


necessário a correção da concentração considerando as moléculas de água:

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑠𝑢𝑙𝑓𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3


𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 = 2 ∙ 27 + 3 ∙ (32 + 4 ∙ 16)
𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 = 342𝑔

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑠𝑢𝑙𝑓𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 ∙ 14,3𝐻2 𝑂


𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 ∙14,3𝐻2 𝑂 = 342 + 14,3 ∙ (2 ∙ 1 + 16)
𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4)3 ∙14,3𝐻2 𝑂 = 599,4𝑔
11

Calculando a concentração corrigida (𝐶𝑐 ):


𝐶𝑐 ∙ 𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 = 𝐶𝑖 ∙ 𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4)3 ∙14,3𝐻2 𝑂
𝐶𝑖 ∙ 𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 ∙14,3𝐻2 𝑂 21,75 ∙ 599,4
𝐶𝑐 = =
𝑃𝑀𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 342
𝐶𝑐 = 38,12𝑚𝑔. 𝐿−1

Considerando a vazão de produção da ETA (𝑄𝑛 = 150𝐿. 𝑠 −1 ), o consumo diário


será:
𝐶𝑑 = 38,12 ∙ 150 = 5.717,96𝑚𝑔. 𝑠 −1
𝐶𝑑 = 494𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

Considerando a eficiência do composto (descontando o percentual de impureza,


𝑖 = 10%), o consumo final (𝐶𝑓 ) de sulfato de alumínio será:
𝐶𝑓 494
𝐶𝑓 = =
1 − 𝑖 1 − 0,10
𝐶𝑓 = 549𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

4.1.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO

a) Considerações iniciais:
Considerando que o sulfato de alumínio seja embalado em sacos, contendo
50kg, com 0,12x0,50x0,75m (Figura 3), um período de armazenamento (𝑇) de 3
meses, altura máxima de empilhamento (𝐻𝑚á𝑥 ) de 1,8 m e a reserva de 50% do
espaço para circulação e acondicionamento.

Figura 3 - Sulfato de alumínio sólido ensacado - Dimensiões tópicas aproxim. da saca de 50kg (VIANNA,
1994)
12

b) Quantidade de sulfato de alumínio (𝐾𝑆𝑢𝑙𝑓. ) para o período de armazenamento T:


𝐾𝑆𝑢𝑙𝑓. = 𝐶𝑓 ∙ 30𝑑𝑖𝑎𝑠 ∙ 2𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐾𝑆𝑢𝑙𝑓. = 32.940𝑘𝑔
Considerando que o sulfato de alumínio é comercializado em sacos de 50kg
temos que a quantidade total de sacos (𝑁𝑠 ) necessária para suprir a demanda:
𝐾𝑆𝑢𝑙𝑓.
𝑁𝑠 = = 658,8𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠 ≈ 659𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠
50

c) Área de armazenamento, (A)


Como o saco possui 0,12m de altura, considerando a altura máxima de
empilhamento, só poderão ser empilhados 15 sacos, em 44 pilhas com
0,75mx0,50m de área. Assim, a área necessária para as pilhas será de:
𝐴 = 44 ∙ 0,75 ∙ 0,50 = 16,5𝑚2
Acrescentando 100% da área calculada (50% da total) para circulação e
acondicionamento:
𝐴 = 16,5 ∙ 2 = 33𝑚2

d) Dimensões do depósito após o layout:


𝐷𝐼𝑀. = 7.3𝑚𝑥5𝑚 = 36,5𝑚2

4.2. CAL HIDRATADA

4.2.1. DOSAGEM

De acordo COPASA (2008), para cada 1mg.L-1 de sulfato de alumínio adicionado


é requerido 0,34mg.L-1 de cal hidratada. Portanto a concentração de cal hidratada (𝐶𝐶 )
para a estação de tratamento será:

𝐶𝑐 = 0,34 ∙ 𝐶𝑖 = 0,34 ∙ 21,75


𝐶𝑐 = 7,40𝑚𝑔. 𝐿−1
13

Considerando a vazão de produção da ETA (𝑄𝑛 = 150𝐿. 𝑠 −1 ), o consumo diário


será:
𝐶𝑑 = 7,40 ∙ 150 = 1109.25𝑚𝑔. 𝑠 −1
𝐶𝑑 = 95,8𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1
Considerando a eficiência do composto (descontando o percentual de impureza,
𝑖 = 10%), o consumo final (𝐶𝑓 ) de cal hidratada será:
𝐶𝑑 95,8
𝐶𝑓 = =
1 − 𝑖 1 − 0,10
𝐶𝑓 = 106,5𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

4.2.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO

a) Considerações iniciais:
Considerando que a cal hidratada seja embalado em sacos, contendo 20kg, com
0,12x0,40x0,65m (Figura 4), um período de armazenamento (𝑇) de 3 meses,
altura máxima de empilhamento (𝐻𝑚á𝑥 ) de 1,5 m e a reserva de 50% do espaço
para circulação e acondicionamento.

Figura 4 – Cal Hidratada ensacada- Dimensiões tópicas aproxim. da saca de 20kg (VIANNA, 1994)

b) Quantidade de cal hidratada (𝐾𝑐𝑎𝑙−ℎ𝑖𝑑.. ) para o período de armazenamento T:


𝐾𝐶𝑎𝑙−ℎ𝑖𝑑. = 𝐶𝑓 ∙ 30𝑑𝑖𝑎𝑠 ∙ 3𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐾𝐶𝑎𝑙−ℎ𝑖𝑑. = 9.585𝑘𝑔

Considerando que a cal hidratada é comercializada em sacos de 20kg temos que


a quantidade total de sacos (𝑁𝑠 ) necessária para suprir a demanda:
𝐾𝐶𝑎𝑙−ℎ𝑖𝑑.
𝑁𝑠 = = 479,25𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠 ≈ 480𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠
20
14

c) Área de armazenamento, (A)


Como o saco possui 0,12m de altura, considerando a altura máxima de
empilhamento, só poderão ser empilhados 12 sacos, em 40 pilhas com
0,65mx0,40m de área. Assim, a área necessária para as pilhas será de:
𝐴 = 40 ∙ 0,65 ∙ 0,40 = 10,4𝑚2
Acrescentando 100% da área calculada (50% da total) para circulação e
acondicionamento:
𝐴 = 10,4 ∙ 2 = 20,8𝑚2

d) Dimensões do depósito após o layout:


𝐷𝐼𝑀. = 5,5𝑚𝑥5𝑚 = 27,5𝑚2

4.3. FLUORSILICATO DE SÓDIO

4.3.1. DOSAGEM

Segundo Di Bernardo (1993), a concentração do íon flúor (𝐹 − ) na água tratada é


de 0,8mg.L-1. Assim a concentração do composto necessária será:

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑖𝑜𝑛 𝐹 −


𝑃𝑀6𝐹− = 6 ∙ 19
𝑃𝑀6𝐹− = 114𝑔
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑜𝑟𝑠𝑖𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑜 𝑁𝑎2 𝑆𝑖𝐹6
𝑃𝑀𝑁𝑎2 𝑆𝑖𝐹6 = 2 ∙ 23 + 28 + 6 ∙ 19
𝑃𝑀𝑁𝑎2 𝑆𝑖𝐹6 = 188𝑔

𝐶𝑐 ∙ 𝑃𝑀6𝐹− = 𝐶𝑖 ∙ 𝑃𝑀𝑁𝑎2 𝑆𝑖𝐹6


𝐶𝑖 ∙ 𝑃𝑀𝑁𝑎2 𝑆𝑖𝐹6 0,8 ∙ 188
𝐶𝑐 = =
𝑃𝑀6𝐹− 114
𝐶𝑐 = 1,32𝑚𝑔. 𝐿−1
15

Considerando a vazão de produção da ETA (𝑄𝑛 = 150𝐿. 𝑠 −1 ), o consumo diário


será:
𝐶𝑑 = 1,32 ∙ 150 = 198𝑚𝑔. 𝑠 −1
𝐶𝑑 = 17,11𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

Considerando a eficiência do composto (descontando o percentual de impureza,


𝑖 = 10%), o consumo final (𝐶𝑓 ) de fluorsilicato de sódio será:
𝐶𝑑 17,11
𝐶𝑓 = =
1 − 𝑖 1 − 0,10
𝐶𝑓 = 19𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

4.3.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO

a) Considerações iniciais:
Considerando que o fluorsilicato de sódio seja embalado em sacos, contendo
50kg, com 0,12x0,75x0,50m (Figura 5), um período de armazenamento (𝑇) de 5
meses, altura máxima de empilhamento (𝐻𝑚á𝑥 ) de 1,5 m e a reserva de 50% do
espaço para circulação e acondicionamento.

Figura 5 - Floursilicato de Sódio - Dimensiões tópicas aproxim. da saca de 50kg (VIANNA, 1994)

b) Quantidade de fluorsilicato de sódio (𝐾𝐹𝑙𝑢𝑜. ) para o período de armazenamento T:


𝐾𝐹𝑙𝑢𝑜. = 𝐶𝑓 ∙ 30𝑑𝑖𝑎𝑠 ∙ 5𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐾𝐹𝑙𝑢𝑜. = 2.850𝑘𝑔

Considerando que o fluorsilicato é comercializado em sacos de 50kg temos que


a quantidade total de sacos (𝑁𝑠 ) necessária para suprir a demanda:
16

𝐾𝐹𝑙𝑢𝑜.
𝑁𝑠 = = 57𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠
50

c) Área de armazenamento, (A)


Como o saco possui 0,12m de altura, considerando a altura máxima de
empilhamento, só poderão ser empilhados 12 sacos, em 5 pilhas com
0,75mx0,50m de área. Assim, a área necessária para as pilhas será de:
𝐴 = 5 ∙ 0,75 ∙ 0,50 = 1,875𝑚2
Acrescentando 100% da área calculada (50% da total) para circulação e
acondicionamento:
𝐴 = 1,875 ∙ 2 = 3,75𝑚2

d) Dimensões do depósito:
𝐷𝐼𝑀. = 5𝑚𝑥1,5𝑚 = 7,5𝑚2

4.4. CLORO GASOSO

4.4.1. DOSAGEM

Segundo Di Bernardo (1993), a concentração do íon cloro (𝐶𝑙 − ) na água antes da


desinfecção (pré-desinfecção) é de 6mg.L-1 e a concentração após a desinfecção de
1mg.L-1 (garantir o cloro residual exigido pela legislação – BRASIL, 2011). Assim a
concentração do composto necessária será:

a) Pré-desinfecção
𝐶𝑐 = 6⁄2
𝐶𝑐 = 3𝑚𝑔. 𝐿−1
b) Pré-desinfecção
𝐶𝑐 = 1⁄2
𝐶𝑐 = 0,5𝑚𝑔. 𝐿−1
17

Considerando a vazão de produção da ETA (𝑄𝑛 = 150𝐿. 𝑠 −1 ), o consumo diário


será:

a) Pré-desinfecção
𝐶𝑑 = 3 ∙ 150 = 450𝑚𝑔. 𝑠 −1
𝐶𝑑 = 38,88𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1
b) Pré-desinfecção
𝐶𝑑 = 0,5 ∙ 150 = 75𝑚𝑔. 𝑠 −1
𝐶𝑑 = 6,48𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

Considerando a eficiência do composto (descontando o percentual de impureza,


𝑖 = 10%), o consumo final (𝐶𝑓 ) de cloro será:

a) Pré-desinfecção
𝐶𝑑 38,88
𝐶𝑓 = =
1 − 𝑖 1 − 0,10
𝐶𝑓 = 43,2𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1
b) Pré-desinfecção
𝐶𝑑 6,48
𝐶𝑓 = =
1 − 𝑖 1 − 0,10
𝐶𝑓 = 7,2𝑘𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1

4.4.2. DIMENSIONAMENTO DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO

a) Considerações iniciais:
Considerando que o cloro gasoso seja embalado em cilindros de aço, sob alta
pressão, com capacidade para 900kg (conhecido pelos operadores como cilindro
de tonelada), com diâmetro de 0,80m e 2,20m de altura, um período de
armazenamento (𝑇) de 3 meses, e a reserva de 50% do espaço para circulação
e acondicionamento.
18

b) Quantidade de cloro (𝐾𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜 ) para o período de armazenamento T:


𝐾𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜 = (43,2 + 7,2) ∙ 30𝑑𝑖𝑎𝑠 ∙ 3𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐾𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜 = 4.536𝑘𝑔
Considerando que o cloro é comercializado em cilindros de 900kg temos que a
quantidade total de sacos (𝑁𝑠 ) necessária para suprir a demanda:
𝐾𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜
𝑁𝑠 = = 5,04𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜𝑠 ≈ 5𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜𝑠
900

c) Área de armazenamento, (A)


Como o cilindro possui 0,80 de diâmetro, adotando o armazenamento dos
cilindros deitados em duas vigas de madeira para afastá-los do piso. A área
necessária para as pilhas será de:
𝐴 = 5 ∙ (0,80 + 0,20) ∙ 2,20 = 11,0𝑚2
Acrescentando 100% da área calculada (50% da total) para circulação e
acondicionamento:
𝐴 = 11,0 ∙ 2 = 22,0𝑚2

d) Dimensões do depósito:
𝐷𝐼𝑀. = 7,5𝑚𝑥4,2𝑚 = 31,5𝑚2
19

5. LAYOUT DA CASA DE QUÍMICA

5.1. PLANTA BAIXA


20

5.2. CORTE AA’


21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao dimensionar uma casa de química, pode-se ressaltar as seguintes


considerações:

 Ao dimensionar as instalações físicas para o armazenamento de produtos


químicos, deve-se priorizar não só a otimização do espaço, como o bom
acondicionamento dos produtos, a segurança dos funcionários, a durabilidade do
material e o tempo para reposição de estoques.
 O cloro, por se tratar do material mais tóxico presente na casa de química,
necessita do cumprimento de alguns requisitos que demandam para o mesmo
maior espaço dentro da casa de química.
 Apesar de o projeto contemplar uma situação hipotética, os resultados
encontrados demonstram coerência com o referencial bibliográfico realizado.
22

REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12216. Projeto de estação


de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992.

ANA - Agência Nacional de Águas. Enquadramento dos corpos d’água - bases


conceituais. Portal da qualidade das águas. 2009. Disponível em:
http://pnqa.ana.gov.br/Padres/enquadramento_basesconceituais.aspx. Acesso em 02
de maio de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2914, de 2011. Estabelece os procedimentos


e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras. Disponível em
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>.
Acesso em 28 de abril de 2013.

_______. Ministério do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 2005. Dispõe sobre a


classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem
como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=459>. Acesso em 30 de abril de 2013.

COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Tratamento da Água.


Disponível em: http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=98. Acesso
em: 27 de abril de 2013

DI BERNARDO, L.; Métodos e Técnicas de Tratamento de Água. (edição). Rio de


Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), 1993.

LEME, F. P. Teoria e Técnicas de Tratamento de Água. Rio de Janeiro: ABES, 1990.


RICHTER, Carlos A.; AZEVEDO NETTO, José M. de. Tratamento de água:
tecnologia atualizada. São Paulo: E. Blucher, 1991.

OLIVEIRA, F. R. et al. O Sistema de Captação, Tratamento e Distribuição de Água em


Barretos. Revista Eletrônica de Ciências. n 28. São Carlos, 2004.
23

VIANNA, M. R. Casas de Química para estações de tratamento de água. Belo


Horizonte: Engenharia Aplicada Editora, 1994.

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