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Universidade Lusíada de Lisboa

Curso de Jazz e Musica Moderna


2014/2015

A fusão entre a Etiópia e o Jazz

Sendo a música uma linguagem universal que perdura há seculos, cada vez mais
existe uma necessidade de criar novos sons e ambiências.
A fusão entre estilos já não é uma novidade e o jazz não é uma excepção.
Nos anos 50, com a aparição do Cool Jazz, nasce o Third Stream que foi
caracterizado pela junção de Jazz com elementos de música erudita. A partir dos anos
60, fundiu-se com o rock, o pop, com a música afro-cubana, entre outros estilos.
Este aparecimento de combinações de géneros musicais continua a ser um tema
bastante actual e falado, nomeadamente o Jazz Etíope.
Sendo o seu fundador o músico, compositor, arranjador, intérprete de vibrafone,
piano e órgão, Mulato Astakte. É esta uma união entre o jazz, pop, funk, música latina e
música tradicional etíope.
Numa entrevista dada a uma revista brasileira, Estadão, o músico afirma: “A
música etíope é sempre baseada num conjunto de escalas de cinco notas e o ethio-jazz
são essas cinco em choque com as doze da escala ocidental”.
O considerado pai do ethio-jazz foi influenciado pelos seus estudos na Berklee
College e pelos músicos com que se cruzou ao longo da sua via, entre eles, Duke
Ellington, Gary Burton, Keith Jarrett.
Mulato criou algo novo, visto como estranho para uns e como genial para
outros.
Richard Williams num dos seus artigos no “The Guardian” cujo titulo: “Mulato
Astakte: the man who created Ethio jazz” afirma: “According to Hawkins, he makes
regular visits to Harvard and MIT, where Unesco funding enables him to work on
creating new versions of Ethiopian instruments, using modern materials and technology,
expanding their range to encompass the western 12-tone scale. Purists might wince at
the idea. But if anyone can make it work, it's probably him.”
A meu ver a música é uma constante aprendizagem e uma constante criação de
novas sonoridades. É necessário ter uma mentalidade aberta de modo a que se consiga
perceber e absorver uma nova ambiência e linguagem musical. Pois geralmente, quando
somos deparados com algo diferente, inovador e nunca antes visto, temos a tendência de
achar estranho ou peculiar e rejeitar essa mesma novidade.
Porém, a meu ver, sinto que de modo geral deveríamos ouvir a música com os
ouvidos bem abertos e não de forma superficial. Deve-se ter em conta a época em que
foi criada, as suas influências, ambiente que se gera e cria em volto da mesma e para
onde nos conduz.
Fiz uma pesquisa acerca do músico e do seu trabalho. Ouvi um pouco das suas
composições e pessoalmente achei bastante interessante a forma como Mulato conjuga
as diferenças entre todas as suas variadíssimas influências de música de todo o mundo e
as torna numa única linguagem musical que transcende as barreiras entre os desígnios
individuais de cada estilo.
Gostei bastante do trabalho de Mulato Astakte, sinceramente não conhecia e é
sem dúvida um inovador e génio musical a seguir.

Trabalho realizado por Ana Capote

30 De Setembro de 2014

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