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+ O que é pedofilia?
+ A atividade sexual com adolescentes é considerada crime, mesmo que não exista coerção
física?
+ Em uma situação de violência sexual intrafamiliar, quem deve sair de casa: o abusador ou a
criança?
+ Por que as crianças não contam que elas têm sido abusadas?
+ Como agir com uma criança quando ela conta que foi abusada?
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O que é pedofilia?
Trata-se de uma situação em que uma criança ou adolescente é invadido em sua sexualidade e
usado para gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho. Pode
incluir desde carícias, manipulação dos genitais, mama ou ânus, voyeurismo, exibicionismo
ou até o ato sexual com ou sem penetração. Muitas vezes o agressor pode ser um membro da
própria família ou pessoa com quem a criança convive, ou ainda alguém que frequenta o
círculo familiar. O abuso sexual deturpa as relações socioafetivas e culturais entre adultos e
crianças ou adolescentes ao transformá-las em relações genitalizadas, erotizadas, comerciais,
violentas e criminosas.
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A criança sempre mostra, de algum modo, que passa por uma situação de abuso sexual, seja
revelando-a claramente, seja por meio de sinais: desenhos, utilização de um linguajar
sexualizado impróprio para sua idade, pesadelos e medos incomuns, sintomas físicos ou forte
resistência para ver determinadas pessoas. Portanto, antes de tudo, é fundamental acreditar no
que a criança denuncia, bem como estar atento aos sinais que demonstra. Ao revelar situações
de abuso sexual, a vítima está pedindo ajuda para que essa violência cesse imediatamente,
indicando que sofre com isso e deseja se afastar do abusador. Geralmente a criança se sente
culpada e preocupa-se com as conseqüências da denúncia para si e para toda a família.
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Em primeiro lugar, acolhê-la e, de modo algum, responsabilizá-la pelo ocorrido. Romper com
o pacto de silêncio que encobre essa situação é um dos pontos cruciais do enfrentamento da
questão. Sendo assim, o passo seguinte é fazer a denúncia e a notificação a um Conselho
Tutelar, à Vara da Infância e Juventude, ao Ministério Público ou a uma delegacia de polícia
do município, ou ainda por meio de uma ligação anônima e gratuita ao serviço telefônico 100.
Após a denúncia, a vítima é encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) e deve ser ouvida
pelas instâncias responsáveis pela apuração dos fatos e encaminhamento do processo.
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Em uma situação de violência sexual intrafamiliar, quem deve sair de casa: o abusador ou a
criança?
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Sim, afinal a primeira forma de proteção contra o abuso sexual é a informação. Alguns
especialistas consideram que aos cinco anos já é possível orientar a criança sobre a
abordagem sexual imprópria por parte de adultos ou colegas muito mais velhos. Obviamente,
essa abordagem não é a mesma que fazemos com adolescentes ou adultos. Existem
metodologias e formas adequadas de como trabalhar o cuidado com o corpo na primeira
infância e que identificam quais são os comportamentos de um adulto ou maior de idade com
uma criança.
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+ O que é e para que serve um Conselho Tutelar?
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Tutelar (CT) deve
ser a principal porta de entrada para o atendimento de casos que envolvam ameaça ou
violação dos direitos de crianças e adolescentes, previstas nos artigos 98, 105 e 136. A
denúncia pode ser o primeiro recurso para a atuação do Conselho Tutelar, a quem compete
aplicar as medidas de proteção que se convertem em encaminhamentos para imediata
execução por parte do Estado, da família ou da sociedade. Na inexistência do Conselho
Tutelar, cabe ao Juizado da Infância e da Juventude exercer essas funções.
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Sim. A sexualidade, para bem além do sexo, relaciona-se com a busca de prazer desde o
nascimento – portanto, faz parte inerente da vida. A sexualidade da criança manifesta-se
desde os primeiros anos de vida e segue se manifestando de forma diferente em cada
momento da infância, pois cada idade tem características e necessidades próprias, assim como
diferentes possibilidades de obtenção de prazer no corpo. A imagem que a criança faz do sexo
– se é bom, feio, bonito, sujo, certo ou errado – está primordialmente vinculada às mensagens
que seus pais lhe passam rotineiramente, não só pelo que dizem, mas também por suas
reações espontâneas de carinho e respeito mútuos. A natureza sexuada, inerente a qualquer
criança, não pode ser entendida no sentido genital, mas sim no contexto de uma série de
experiências psicológicas e físicas que vão, aos poucos, dando forma a seu pensamento e a
seu corpo, ao que ela pensa sobre seu corpo e como o sente. Assim como a inteligência ou a
capacidade de fala, a criança vai, dos primeiros dias até a puberdade e a adolescência,
construindo seu jeito de ser sexual.
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Não. Os abusadores podem ser pais, mães, padrastos ou madrastas, avós, tios e primos.
Podem ser também vizinhos, babás, líderes religiosos, professores ou treinadores. Pertencem a
todas as classes sociais, raças, orientações religiosas e podem ser homo ou heterossexuais.
Alguns deles têm relações sexuais com outros adultos e não são unicamente interessados em
crianças. Mais de um terço daqueles que buscam atividades sexuais com crianças e
adolescentes são, eles também, menores de 18 anos. Em muitos casos, o adolescente abusador
pode não entender que suas ações contra outra criança são danosas. É importante lembrar que
muitos termos usados para descrever pessoas que abusam sexualmente de crianças e
adolescentes, como “pedófilos”, “predadores de garotos” ou “monstros”, são frequentemente
aplicados de modo equivocado de acordo com as definições clínicas ou legais. E o estereótipo
divulgado pela mídia torna ainda mais difícil identificar ou reconhecer comportamentos
inapropriados em pessoas que estão ao nosso redor.
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O que é pedofilia?
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+ O que é pedofilia?
Trata-se de uma doença, um desvio de sexualidade, que leva um indivíduo adulto a se sentir
sexualmente atraído por crianças e adolescentes de forma compulsiva e obsessiva, podendo
levar ao abuso sexual. O pedófilo é, na maioria das vezes, uma pessoa que aparenta
normalidade no meio profissional e na sociedade. Ele se torna criminoso quando utiliza o
corpo de uma criança ou adolescente para sua satisfação sexual, com ou sem o uso da
violência física.
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A atividade sexual com adolescentes é considerada crime, mesmo que não exista coerção
física?
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+ A atividade sexual com adolescentes é considerada crime, mesmo que não exista coerção
física?
Sim. A prática de atos sexuais não consentidos com qualquer pessoa e de qualquer idade ou
gênero, mediante emprego de violência ou grave ameaça, sempre será crime. Se o ato sexual
com menores de 18 anos é consentido, há hipóteses em que tal consentimento pode ser
considerado inválido ou inexistente, tipificando o “estupro de vulnerável” (art. 217-A). Isso
ocorre quando a vítima tem menos de 14 anos de idade; apresenta deficiência mental; ou não
pode, por qualquer outra causa – como uma incapacidade física permanente ou momentânea –
, oferecer resistência.
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+ Professores e profissionais de saúde podem ajudar na identificação de casos de violência
sexual contra crianças?
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Por que as crianças não contam que elas têm sido abusadas?
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+ Em uma situação de violência sexual intrafamiliar, quem deve sair de casa: o abusador ou a
criança?
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+ Por que as crianças não contam que elas têm sido abusadas?
Por várias razões – todas compreensíveis. Em geral, o abusador convence a criança de que ela
será desacreditada se revelar algo; que ela gosta daquilo e quer que aconteça; ou que é
igualmente responsável pelo abuso e será punida por isso. É possível também que a criança
sinta-se protegida por seu abusador e ache que estaria cometendo uma traição se falasse sobre
o contato sexual entre ambos a outras pessoas. No caso de ter experimentado prazer físico,
excitação ou intimidade emocional com o abuso, a criança provavelmente se sente confusa, o
que a impedirá de falar. A fim de manter o ato em segredo, o abusador joga com o medo, a
vergonha ou a culpa de sua vítima. Vale ressaltar que não existem situações nas quais uma
criança seja responsável por qualquer interação sexual com um adolescente ou um adulto.
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Como agir com uma criança quando ela conta que foi abusada?
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+ Como agir com uma criança quando ela conta que foi abusada?
1. Mantenha-se firme. Escute-a com calma e ofereça a ela acolhida e amparo. Não a julgue
nem condene.
2. Acredite na criança. Assegure que você crê no que ela está dizendo e que fica feliz por ela
ter lhe contado.
3. Restabeleça a sensação de segurança da criança. Faça o que for necessário para protegê-la
de danos futuros.
4. Livre a criança de qualquer sentimento de culpa. Afirme que ela não é responsável por
aquilo que ocorreu e continue a lhe dizer isso sempre que necessário.
6. Busque ajuda. Encontre profissionais que possam guiar você nos próximos passos em prol
da segurança e do bem-estar da criança.
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+ Como agir diante de um possível abusador?
A pessoa que abusou sexualmente de uma criança necessita ser responsabilizada, além de
contar com ajuda profissional especializada. Se for seguro, considere conversar diretamente
com o abusador. Alguns pontos para se ter em mente quando falar com alguém que abusou ou
pode ter abusado de um menino ou uma menina:
1. Explore a situação de um modo não-acusatório e sem confrontação. Isso pode ajudar a tirar
o suposto abusador da defensiva.
2. Seja específico(a) sobre os comportamentos que preocupam você e expresse com clareza
suas reações a eles.
4. Deixe a pessoa saber que existe ajuda possível; muitos podem evitar a reincidência ao
assumir a responsabilidade pelos danos que causaram, enfrentar as consequências de suas
ações, comprometer-se a mudar e buscar tratamento especializado.
5. Se for o caso, deixe a pessoa saber que você se preocupa com ela. O apoio pode ser um
importante fator para que o suposto abusador assuma responsabilidades e procure tratamento.